Sporting CP | Afinal, o plantel é curto ou não?

    O mercado de verão fechou e o plantel do Sporting CP não irá sofrer alterações, pelo menos até janeiro. O grupo de trabalho de Rúben Amorim é curto, bem a seu gosto, mas será insuficiente? Neste artigo, analiso os prós e contras de ter um conjunto mais restrito de jogadores à disposição, a qualidade dos atletas leoninos e o contexto que o clube vive.

    Poucas opções, muita competitividade

    O treinador do Sporting CP referiu várias vezes à imprensa que ter dois jogadores por posição é a sua filosofia, pois todos trabalham a acreditar que podem ser titulares no jogo que se segue, e os jovens da formação leonina estão sempre à espera de ser chamados à equipa principal. Isto não só traz mais competitividade ao grupo, como dá uma motivação extra àqueles que atuam na equipa B ou mesmo na Liga Revelação.

    Como todos sabemos, esta mentalidade de Rúben Amorim resultou na época passada. Porém, jogar de semana a semana é diferente de entrar em campo de três em três dias. Com a exigência da Liga dos Campeões, o Sporting CP precisa de todos os seus jogadores, pois, eventualmente, o plantel vai rodar e todos os atletas terão minutos ao longo da temporada.

    Plantel Sporting
    Fonte: LINEUP11

    Qualidade e profundidade do plantel

    Analisando um pouco o plantel leonino, podemos observar que existe qualidade, sobretudo do meio-campo para a frente e nas alas. Apesar de perdermos em quantidade comparando com os dois rivais, a verdade é que, em qualidade, as coisas estão muito mais próximas.

    No meio-campo, Palhinha e Matheus Nunes têm feito dupla, com Bragança e Ugarte à espreita para mais oportunidades; nas alas, Porro e Vinagre são senhores dos respetivos lugares, com Esgaio como alternativa à direita, Matheus Reis como opção mais defensiva à esquerda e Nuno Santos mais atacante; No ataque, existe um lote de sete jogadores (com a inclusão de Nuno Santos) prontos para competir pelos três lugares da frente. Para além das habituais opções da equipa principal, e das adaptações que poderão existir, atletas como Gonçalo Esteves, Tiago Ferreira ou Geny Catamo espreitam com ambição e realismo uma estreia na equipa.

    Como se tem visto nas últimas partidas, as ausências por lesão ou castigo têm afetado a equipa na sua performance, notando-se que a profundidade do plantel não é grande. Ainda assim, a equipa raramente quebra os seus índices de competitividade, e isso viu-se no clássico frente ao FC Porto. O jogo inaugural da Liga dos Campeões foi muito peculiar e acredito que tenha sido uma exceção àquilo que tem sido regra.

    O contexto leonino

    Na minha opinião, é um pouco arriscado encarar quatro competições com um plantel tão curto, principalmente no eixo defensivo. O Sporting CP conta com apenas quatro defesas centrais de raiz no plantel, num esquema tático em que utiliza três logo de início. O técnico leonino explica à imprensa que “ir buscar centrais é para outros clubes, para outros momentos e para outros tipos de treinador”.

    O relatório de contas do Sporting CP revelou mais de 30 milhões de euros de prejuízo, e o próprio Ruben Amorim usou este resultado para os adeptos perceberem o momento do clube e o porquê de não se ter investido em mais reforços. Embora ache que a aquisição de um ou dois reforços poderia ser algo positivo, penso que se fez o possível para manter a equipa competitiva. Nuno Mendes saiu para o Paris Saint-Germain FC, mas o clube manteve João Palhinha e Pedro Gonçalves, dois jogadores com mercado e importantíssimos para a equipa, e ainda contratou Ricardo Esgaio e Ugarte em definitivo.

    Rúben Amorim já deu provas da sua competência. É um treinador cuja convicção me inspira confiança, assim como o futebol que a equipa pratica. Apesar de não ter grande esperança em relação à revalidação do título de campeão nacional, acredito que veremos um Sporting CP forte, competente e a respeitar o seu ADN.

    Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos

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    Miguel Gato
    Miguel Gatohttp://www.bolanarede.pt
    Há muitos anos que o Miguel tem contacto com o futebol. Desde tenra idade habituado ao nervoso miudinho causado pelo desporto rei, Alvalade acabou por se tornar o palco principal do teatro dos seus sonhos. Jovem aspirante a jornalista e apaixonado pela área da comunicação, escolheu a ESCS para tirar a sua licenciatura. Agora, pretende ganhar asas e rumar até novos palcos.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.