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O futebol vale mais do que as vidas humanas?

cabeçalho mundial'2014

Qual é a contradição entre gostar de futebol e ser contra a realização deste Campeonato do Mundo? Nenhuma. Especialmente se o evento desportivo for organizado num dos países mais desiguais do planeta, onde o luxo e a miséria coexistem embora nunca se toquem. É o caso do Brasil: o país tem níveis de corrupção elevadíssimos, um sistema de educação elitista que praticamente impede qualquer mobilidade social, uma rede de saúde precária e vários problemas a nível de transportes e de habitação, para não falar na enorme criminalidade ainda existente. Ao mesmo tempo, a nação mais populosa da América do Sul tem dois representantes na lista das 100 maiores fortunas do mundo em 2014, segundo a revista Forbes. Somadas, as duas quantias atingem um valor de cerca de 36 mil milhões de dólares.

Entendo que, por uma questão de igualdade de circunstâncias, deve haver uma certa rotatividade nos países-sede dos Campeonatos do Mundo. No entanto, esta alternância não pode sobrepor-se à realidade. Ou seja, não é por um continente nunca ter recebido a competição mais importante do planeta que devemos fechar os olhos ao atraso e aos problemas de um país, porque o Mundial acarreta sempre grandes despesas. Foi assim na África do Sul há quatro anos, é assim no Brasil em 2014. E é por isso que sou da opinião de que tem de haver critérios sérios para atribuir a organização do Mundial. Muitas vezes os governos argumentam que “não há dinheiro” como desculpa para não para melhorarem as condições de existência das suas populações. Portugal, como sabemos, não é excepção. Por outro lado, contudo, os mesmos governantes não hesitam em gastar largos milhões em estádios e infra-estruturas – tornando-se muitas delas, como também sabemos por experiência própria, autênticos “elefantes brancos”. O futebol e os negócios não se podem sobrepor às vidas de milhões de pessoas.

O Mundial do Brasil tem motivado vários protestos dos locais Fonte: estadao.com.br
Os gastos astronómicos e supérfluos com o Mundial têm motivado vários protestos dos brasileiros ao longo do último ano
Fonte: estadao.com.br

Não é a primeira vez que a atribuição da sede de um Campeonato do Mundo a um país é contestada: para além do já falado caso da África do Sul em 2010, também o Mundial de 1978, na Argentina, ficou marcado pela polémica. O país vivia então sob uma ditadura responsável pelo escândalo do desaparecimento de milhares de recém-nascidos, retirados aos oposicionistas e entregues para adopção a famílias próximas do regime. A FIFA não se deixou impressionar pela onda de protestos e manteve a sua decisão inicial, contribuindo para lavar a imagem do regime de Jorge Videla aos olhos da comunidade internacional. Hoje, ao querer organizar o mundial dos gastos astronómicos e das aparências (a “Copa” do Brasil vai custar mais do que as três últimas edições somadas), onde o bem-estar de um turista se sobrepõe ao de vários milhares de locais, o organismo máximo do futebol mundial está a ser cúmplice da perpetuação da desigualdade e da injustiça sociais.

São milhões e milhões de reais que podiam ter sido aplicados na saúde, na educação, na habitação, nos transportes, etc. O valor previsto em 2010 para o total da construção era de 5 389 300 000 reais (cerca de 1 780 000 000 €). Em 2014, contudo, esse montante derrapou para 8 925 000 000 reais (quase 3 000 000 000 €). De modo a facilitar a percepção de tudo isto, penso valer a pena observar os dados nesta tabela:

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Entre 2010 e 2014, a previsão de custos dos estádios do Mundial subiu 66% – um valor suportado quase na totalidade pelo Estado brasileiro
Fonte: http://esportes.terra.com.br/

De seguida, apresentam-se alguns dados reveladores acerca dos enormes gastos deste Mundial:

– segundo um estudo da KPMG, empresa prestadora de serviços, 10 dos 20 estádios mais caros do mundo estão do Brasil:

– o Estádio Mané Garrincha, em Brasília, é o terceiro mais caro do mundo, só ultrapassado por Wembley e pelo Emirates (ambos no Reino Unido).

– os estádios brasileiros custaram mais 66% do que o previsto em 2010 (ver tabela anterior).

– cerca de 97% dos custos totais dos estádios serão cobertos por dinheiros públicos.

– apesar de a FIFA ter garantido, em 2007, que os estádios seriam financiados por privados, a presidente brasileira Dilma Rousseff afirmou recentemente que, se o governo não avançasse com dinheiros públicos, “nem meio estádio” sairia do papel.

No final da semana passada o comediante britânico John Oliver protagonizou um brilhante momento televisivo onde, com muito humor à mistura, mostrou ao seu público norte-americano o que é realmente a FIFA. A visualização do vídeo é obrigatória. Porém, aqui ficam resumidas algumas das passagens mais revoltantes:

– a FIFA contornou uma lei do Brasil que, por motivos de segurança nos estádios, proíbe que as bebidas alcoólicas patrocinem o futebol. Esta lei foi implementada devido ao número elevado de mortes entre os adeptos. No entanto, o órgão que rege o futebol mundial é patrocinado pela marca de cervejas Budweiser. Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA, disse apenas: “peço desculpa se pareço um pouco arrogante, mas não iremos negociar isso (…). Temos o direito de vender cerveja”.

– quando confrontado com o facto de a organização – oficialmente sem fins lucrativos, diga-se – a que preside ter mil milhões de dólares no banco, Joseph Blatter proferiu cinicamente que esse montante é apenas “uma reserva”.

– o modo pouco claro como a organização do Mundial de 2002 foi atribuído ao Qatar, um país descrito como “esclavagista”.

Há exactamente um ano os brasileiros manifestaram-se durante a Taça das Confederações, e nem a repressão policial que se fez sentir impediu que houvesse protestos à porta do Maracanã quando lá dentro se jogava a final entre o Brasil e a Espanha. Agora, um ano depois, as demonstrações de descontentamento poderão voltar. Muitas delas têm sido novamente reprimidas, como é o caso da greve dos trabalhadores do metro de São Paulo.

O que se passa actualmente no Brasil é a consequência natural de décadas de desigualdade, ampliadas nos últimos tempos por gastos astronómicos e desnecessários. Infelizmente, nem a FIFA nem os governantes brasileiros se mostraram sensíveis perante as reivindicações de quem apenas quer melhores condições de vida. Os protestos são justos, e nenhum torneio de futebol devia poder sobrepor-se a eles.

 

Aqui fica também o documentário “The Price of the World Cup“, que aprofunda esta temática:

Revista do Mundial’2014 – Portugal

cab portugal mundial'2014

Desde 1998 que Portugal não desperdiça a oportunidade para estar presente na mais importante competição de selecções do mundo. Não falhou com António Oliveira, não falhou com Scolari, não falhou com Carlos Queiroz e também não seria agora que tem um bom treinador, que isso iria acontecer. Paulo Bento pegou na Seleção Nacional em setembro de 2010, depois dos sucessivos erros de gestão de Queiroz e, desde então, tem cumprido todos os objectivos a que se tem proposto: conseguiu o feito de pegar numa equipa portuguesa completamente destroçada e a cair aos bocados (que já contava com dois resultados ridículos para a fase de qualificação para o Euro’2012 com Carlos Queiroz – empate a 4 frente ao Chipre e derrota por 1-0 com a Noruega.

Depois disso, Paulo Bento pegou na equipa, moldou-a à sua maneira, ainda foi a tempo de se qualificar para o Euro’2012 (quando poucos acreditavam), apenas caindo aos pés da campeã Espanha na marcação de grandes penalidades. Depois disso, sofremos para nos qualificarmos para o Mundial, é verdade. Mas relembrem-se, os portugueses que o criticam, de uma vez com qualquer um destes antigos selecionadores, que tenhamos tido uma qualificação folgada para uma fase final. São poucas, como puderam verificar.

Agora é hora de acreditar e não a de criticar o selecionador por convocar A ou B. O núcleo-duro há muito que está formado e dificilmente se iria alterar. Paulo Bento escolheu estes 23 e nós só temos é de apoiar. Se o trabalho for bem feito, como tem sido até agora, ninguém poderá colocar em causa o selecionador nacional, que muito tem feito por Portugal.

Para este Mundial, as hipóteses de sucesso são promissoras. Voltámos a ter a infelicidade de voltar a encontrar a Alemanha, que é, por norma, um adversário complicado para Portugal. Mas, tal como em 2012, é benéfico que seja o adversário inicial. Os primeiros jogos são sempre mais táticos e fechados e, tanto os portugueses como os alemães, em primeiro lugar, não quererão perder o encontro. Por isso mesmo, Portugal poderá aproveitar para montar bem a equipa para gerir este primeiro jogo e adotar uma posição ligeiramente mais defensiva. Sem jogar para o empate, mas com a ideia de que o empate será um bom resultado.

Depois seguir-se-ão dois jogos que, à partida, definirão bem toda a participação de Portugal no Mundial: E.U.A e Gana. Dois jogos em que somos favoritos, mas que estão longe de ser fáceis. Os americanos são uma equipa muito mais evoluída taticamente, desde a última vez que os encontrámos numa fase final – sim, em 2002, quando perdemos por 3-2 – e deverão ser uma barreira difícil de ultrapassar. Quanto ao Gana, teremos de contar com uma equipa de 11 obreiros, que coloca uma intensidade imensa em campo durante os 90 minutos. É importantíssimo que os jogadores portugueses entrem em campo em boas condições físicas e com capacidade para aguentar o ritmo do jogo, que será muito elevado.

No entanto, com maior ou menor dificuldade, eu aposto na passagem de Portugal à fase seguinte. Na teoria, essa é a hipótese mais óbvia e na prática também o será. E a partir do momento em que passemos estes 3 jogos, tudo é possível. Temos hipóteses para ganhar a qualquer seleção do mundo e o sonho é o limite. Não é a seleção de Figo, Rui Costa, Deco, João Vieira Pinto ou Paulo Sousa, mas é a equipa que temos agora e que nos vai querer fazer sonhar. Guardemos então o nosso tempo para ela. Para vibrar, apoiar e nunca baixar os braços. Eu acredito nesta equipa.

OS CONVOCADOS

Guarda-redes: Beto (Sevilha), Eduardo (Sp. Braga) e Rui Patrício (Sporting);

Defesas: André Almeida (Benfica), Bruno Alves (Fenerbahçe), Fábio Coentrão (Real Madrid), João Pereira (Valência), Neto (Zenit), Pepe (Real Madrid), Ricardo Costa (Valência)

Médios: João Moutinho (Mónaco), Miguel Veloso (D. Kiev), Raul Meireles (Fenerbahçe), Rúben Amorim (Benfica) e William Carvalho (Sporting);

Avançados: Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Éder (Sp. Braga), Hélder Postiga (Lazio), Hugo Almeida (Besiktas), Nani (Manchester United), Rafa (SC Braga), Varela (FC Porto) e Vieirinha (Wolfsburgo)

A ESTRELA

Cristiano Ronaldo Fonte: foxsports.com.br
Cristiano Ronaldo
Fonte: foxsports.com.br

Devo ter, provavelmente, a tarefa mais facilitada de todas para escolher a figura desta equipa. Se temos o melhor do mundo, a minha escolha é óbvia. Cristiano Ronaldo aparece neste Mundial longe com algumas debilidades físicas e muito desgastado de uma temporada ao mais alto nível. Logicamente que a sua presença é sempre um fator motivacional para os portugueses e os seus colegas, mas parece-me que a Seleção Nacional não deve focalizar o seu jogo exclusivamente na inspiração do português, como aconteceu nos últimos jogos da fase de apuramento. Portugal tem de jogar com Ronaldo e não para Ronaldo. Devemos aproveitar os seus desequilíbrios, mas pensar em planos B ou C, caso o craque português não esteja a conseguir adquirir a preponderância necessária para pegar no jogo. Desse modo, aponto João Moutinho como o principal leitor do jogo português e aquele que mais disponibilidade terá para organizar a equipa e fazer as ligações entre a defesa e o ataque nacional.

O TREINADOR

Paulo Bento Fonte: seleccaonacional.net
Paulo Bento
Fonte: seleccaonacional.net

Sobre Paulo Bento já foi quase tudo dito. Elogiado por poucos e criticado por muitos, o selecionador nacional vai procurar fazer tudo aquilo que estiver ao seu alcance para chegarmos o mais longe possível na competição. Partimos como outsiders e poderemos aproveitar esse estatuto para jogar sem pressão nos primeiros encontros. O primeiro e único objetivo, para o imediato, é passar a fase de grupos. Depois, tudo o que vier por acréscimo é um ponto extra.

Paulo Bento tem cumprido todos os objetivos a que se tem proposto. Foi ao Europeu e fez uma boa campanha e agora vai ao Mundial e também vai fazer. É o que espero e aquilo que acredito que vai acontecer.

O ESQUEMA TÁTICO

11 portugal

O esquema tático de Portugal não irá fugir muito ao que tem sido habitual, desde que Paulo Bento pegou na equipa. Arrisco-me até a dizer que o onze base deverá ser o mesmo do último Europeu. Excluindo as dúvidas entre Miguel Veloso e William, Nani e Varela e Postiga ou Hugo Almeida, o resto da equipa está completamente definido. Na questão do trinco, creio que Paulo Bento dará a Miguel Veloso a titularidade no primeiro encontro e dependendo da exibição do jogador do Dínamo Kiev, o lugar ficará definido. Quanto às outras duas posições, tudo dependerá dos jogos. Se o jogo pedir mais velocidade, Varela é a escolha. Se, por outro lado, pedir mais inteligência e capacidade para segurar a bola, Paulo Bento optará sempre por Nani. Finalmente, na posição mais adiantada do terreno, Postiga deve levar alguma vantagem, embora eu arrisque na titularidade de Hugo Almeida para o jogo com a Alemanha. Não só pela sua capacidade física, que será adequada para o tipo de jogo praticado pelos alemães, como também pelos 2 golos marcados no último jogo de preparação, frente à Irlanda, que lhe deram, por certo, um acréscimo de moral para a competição. Depois, há ainda jogadores como Vieirinha, Rúben Amorim e Éder que podem acrescentar algo mais à equipa.

O PONTO FORTE

A Experiência e coesão a nível tático são claramente os pontos mais fortes da equipa portuguesa. Não há dúvida de que Portugal é uma das melhores equipas do mundo a jogar em posse e sem bola. Todos os jogadores têm um tremendo sentido posicional e sabem sempre o que têm de fazer em campo, tanto nos momentos ofensivos, como defensivos. Este fator está intrinsecamente ligado com o outro ponto forte – a experiência – dado que este conhecimento e reconhecimento dos jogadores das suas posições e tarefas em campo, em muito é devido à forte experiência que a grande maioria já possui, tanto a nível de seleção, como de clubes. Portugal é a segunda seleção com uma média de idades mais alta neste Mundial (28,2 anos, apenas suplantada pela Argentina com 28,4) e esse é um interessante fator também a ter em conta.

O PONTO FRACO

A dependência em relação a Cristiano Ronaldo pode ser um problema. Se Ronaldo não estiver nas melhores condições físicas e se os jogadores portugueses sentirem o peso de ter de centralizar o ataque da equipa na inspiração do português. O craque do Real Madrid tem de ser encarado como uma peça importante da equipa, mas nunca como o nosso único recurso para atacar as balizas adversárias.

Revista do Mundial’2014 – México

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A selecção do México é a quinta equipa com mais participações em fases finais de Mundiais. Contando com 14 presenças, só é suplantada por Brasil (19), Alemanha (17), Itália (17) e Argentina (15). Este dado estatístico poderia ser um bom indicativo, mas esta ideia rapidamente cai por terra quando olhamos para a melhor classificação que o México alcançou: quartos-de-final, em 1970 e em 1986 – em ambas as vezes a competição foi disputada, precisamente, no México. A selecção tricolor é também aquela que mais derrotas tem em fases finais de Campeonatos do Mundo: 24 derrotas.

Apesar de a estatística não ajudar (muitas participações para poucas conquistas), é certo que esta equipa foi sempre respeitada pelos adversários. Embora nunca tenha chegado muito longe nas fases finais – talvez fruto de a fase de qualificação ser sempre feita contra equipas de valor muito inferior tanto ao da própria selecção como ao daquelas equipas com que se depara nas fases finais – esteve presente na maior parte das vezes, o que impõe um certo respeito.

Mas o caminho da selecção tricolor para chegar ao Brasil não foi fácil, já que para garantir o passaporte para a fase final teve de jogar o play-off contra a Nova Zelândia. Durante a classificação, o comando técnico da equipa mudou quatro vezes em cerca de dois meses, e só após a eliminação da equipa neozelandesa é que Miguel Herrera, que tinha sido contratado para orientar a equipa apenas no play-off,  assumiu definitivamente o cargo de seleccionador.

Desde 1994 que o México se tem ficado pelos oitavos-de-final. Pois bem, este ano não podem ambicionar muito mais. A equipa orientada por Miguel Herrera está num grupo onde a tarefa de seguir em frente será um osso muito duro de roer: Brasil, o eterno candidato ao título, com um dos plantéis mais invejáveis da competição e, este ano, país organizador do Mundial; Croácia, que tem um dos miolos mais criativos desta prova, contando com craques como Modric, Rakitic ou Kovacic, e é a favorita para seguir em frente, juntamente com os canarinhos; e Camarões, que é uma selecção imprevisível e que pode causar mossa a uma equipa como a do México. Mas o problema não acaba aqui – é que, se os mexicanos conseguirem passar este difícil grupo, terão pela frente um dos vencedores daquele que é, este ano, o “segundo grupo da morte” (Espanha, Holanda, Chile e Austrália). Posto isto, passar a fase de grupos é um feito assinalável, mas mais do que isto é algo utópico.

OS CONVOCADOS

 Guarda-redes – Jesús Corona (Cruz Azul), Guillermo Ochoa (Ajaccio), Alfredo Talavera (Toluca)

Defesas – Paul Aguilar (América), Andrés Guardado (Bayer Leverkusen), Miguel Layun (América), Rafael Márquez (León), Héctor Moreno (Espanyol), Diego Reyes (Porto), Francisco Rodriguez (América), Carlos Salcido (Tigres)

Médios – Marco Fabián (Cruz Azul), Hector Herrera (Porto), Juan Carlos Medina (América), Luis Montes (León), Carlos Peña (León), Juan Vázquez (León), Isaac Brizuela (Toluca)

Avançados – Oribe Peralta (Santos Laguna), Alan Pulido (Tigres), Javier “Chicharito” Hernández (Manchester United), Raúl Jiménez (América) e Giovani Dos Santos (Villarreal).

A ESTRELA

Javier Hernández Fonte: Fonte: futblog.net
Javier Hernández
Fonte: Fonte: futblog.net

Apesar de não ter sido uma aposta recorrente no Manchester United esta época, Chicharito Hernández continua a ser o craque desta selecção. Ágil, rápido e inteligente nas movimentações, o jogador de 26 anos pode ser um desequilibrador.

Forte tanto no jogo aéreo como com os pés, Chicharito é uma ameaça constante, sendo um avançado que se sente na praia quando joga dentro de área.

O facto de não marcar nenhum golo pela selecção há cerca de um ano fez nascer algumas críticas, no entanto o avançado dos red devils vai certamente ter os olhos apontados para a baliza desde o primeiro minuto do Mundial para tentar confirmar o estatuto de estrela da equipa e acabar com as críticas existentes.

O TREINADOR

Miguel Herrera Fonte: vivelohoy.com
Miguel Herrera
Fonte: vivelohoy.com

Miguel Herrera foi o responsável pela qualificação do México para o Mundial do Brasil. Como já foi referido, o técnico de 46 anos foi o quarto treinador no espaço de dois meses e foi ele que, através de duas goleadas convincentes frente à Nova Zelândia no Play-off (5-1 e 4-2), conseguiu garantir a presença da selecção mexicana neste mundial.

Conhecido por Piolho, devido ao facto de ser irrequieto tanto no banco de suplentes como nas redes sociais, o ex-defesa internacional pelo México 14 vezes é um técnico instável mas que já anunciou que gostaria de ganhar o Mundial. Ambição, instabilidade e incerteza são as características que melhor o definem.

O ESQUEMA TÁTICO

11 mexico

O PONTO FORTE

O ponto forte da selecção mexicana é, sem dúvida, o ataque. Do onze inicial saltam à vista nomes como Guardado ou Rafa Márquez, mas é no ataque que residem as maiores esperanças desta selecção. Chicharito Hernández é a estrela da equipa e faz dupla atacante com um goleador nato: Oribe Peralta, que tem 16 golos em 26 internacionalizações, sendo que 10 desses tentos foram obtidos nos 18 jogos de classificação para o Mundial.

A selecção tricolor conta ainda com Giovani Dos Santos, o conhecido jogador do Villareal, que deverá fazer parte do banco de suplentes, apresentando-se como uma boa arma secreta e uma excelente alternativa ofensiva.

O PONTO FRACO

A fragilidade defensiva é o ponto fraco desta equipa. O veterano Rafa Márquez já não joga o seu melhor futebol há uns anos, e a renovação geracional não chegou ainda para tornar a defesa sólida, antes pelo contrário.

Se, como foi já referido, o técnico traz alguma incerteza à equipa, as deficiências defensivas são um factor que em nada contribui para melhorar essa característica.

CDUL sagra-se Campeão Nacional da Divisão de Honra

cab Rugby

No dia 31 de Maio, o CDUL conseguiu pôr um fim à maré de derrotas contra o GD Direito, ao vencer a final do campeonato nacional por 19-15, no desafio disputado no Estádio Universitário de Lisboa. Os universitários conquistaram assim o 19º título de campeão nacional, recuperando o troféu que tinham perdido para o mesmo rival na época passada, e que esta época já tinha vencido a Taça de Portugal, a Supertaça e a Taça Ibérica.

Apesar de se terem notado alguns erros nas duas equipas, que não se deveriam notar numa final Nacional, é de louvar a ‘muralha’ que o CDUL conseguiu manter forte durante todo o jogo, o que impediu os advogados de passar a linha de ensaio e conseguir a vitória.

Os universitários começaram bem o jogo, com um primeiro ensaio do capitão Gonçalo Foro e um segundo ensaio de Tomás Appleton. No entanto, Gonçalo Malheiro conseguiu dar luta com os três pontapés de ressalto, deixando o resultado a 12-9 no final da primeira parte.

Na segunda parte, o CDUL regressou ainda mais forte e unido, mostrando claramente que não tencionava perder mais um título para os advogados. Francisco Appleton seguiu o exemplo do seu irmão e superou a linha de três-quartos do Direito, garantindo um 19-9 no marcador.

No entanto, os advogados ganharam força após o primeiro ensaio da segunda parte, apesar de continuarem dependentes de Gonçalo Malheiro, que conseguiu de novo reduzir o marcador, com duas penalidades, para 19-15.

Os últimos 20 minutos foram de muita tensão, e João Silva quase virou o resultado. No entanto, foi impedido por uma placagem de Tomás Appleton, autor de uma das melhores exibições da partida.

No final do jogo, notou-se um domínio dos advogados. No entanto, nem os atletas António Aguilar e Diogo Coutinho, que tinham acabado de entrar para o seu jogo de despedida do Rugby, conseguiram derrubar a muralha forte do pack avançado e linha de três-quartos do CDUL, que garantiu assim a vitória azul.

Jogadores que Admiro #20 – Vítor Baía

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Nascido a 15 de Outubro de 1969 e de seu nome Vítor Manuel Martins Baía (conhecido, apenas, como “Vítor Baia”), este ex-guardião de clubes de renome como Barcelona ou Futebol Clube do Porto dispensa apresentações, sendo que o seu maior cartão-de-visita é somente o facto de ser, ainda na actualidade, um dos jogadores como mais títulos colectivos do mundo (e chegou a ser, durante vários anos, o jogador com mais – isto a falar de futebol, claro): 33.

Atormentado por diversas lesões no joelho que o impediram de se afirmar como um dos melhores guarda-redes da história do futebol, quem conhece e percebe de futebol, quem sabe da especificidade que é preciso ter na posição mais recuada no xadrez do futebol, sabe que ele o foi. A prova daquilo que digo está assente nos 39 prémios individuais que foi acumulando ao longo da carreira, começando na época longínqua de 88/89, onde ganha o prémio “foot-Reuch”, que distinguia o melhor guarda-redes nacional e que teve a cereja no topo do bolo quando, em 2004, na épica época do Futebol Clube do Porto do então “desconhecido” José Mourinho, Vítor Baia arrecadou, primeiramente, o prémio “UEFA best-goalkeeper” (referente à Europa) e, nesse mesmo ano, o “FIFA best-goalkeeper” (referente a todo mundo). Pelo meio foi conquistando outros galhardetes, como o de guarda-redes do ano para a “european sports magazine” (94/95) ou o prémio carreira, em 2003. Os seus últimos dois troféus enquanto desportista foram entregues na época de 2008, com a distinção da “Ordem do Infante D. Henrique (República Portuguesa)  “ e “Prémio “alto prestígio” pela Confederação do Desporto de Portugal”.

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Baía alcançou a glória europeia em 2004, ao vencer a Liga dos Campeões
Fonte: somosporto.org

Feito este difícil processo de escolha de títulos, desengane-se quem pensa que fico por aqui: acima do jogador fabuloso que foi, acima do grande legado de defesas que nos deixou, Vítor Baía assumiu-se como um grande Homem! Um verdadeiro Homem com “H grande e maiúsculo” que fundou, em Junho de 2004, aquela que é uma das instituições de caridade de maior sucesso em Portugal: a fundação Vítor Baía 99 (número que ostentou durante a sua carreira). Para mim, este último parágrafo já chegaria para fazer esta rubrica. Grandes homens fazem grandes coisas, e Vítor demonstrou sê-lo. Milhares de crianças e famílias carenciadas estão-te eternamente gratas, Vítor.

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Logotipo da Fundação Vítor Baía
Fonte: Blog Pronúncia do Dragão

Porém, a vida do ex-guardião “Azul-e-Branco” e “Blaugrana” nem sempre foi um mar de rosas… Sendo ele o primeiro jogador internacional a atingir as 75 internacionalizações e ainda tendo o recorde de imbatibilidade das nossas redes (1191 minutos), Vítor Baía foi vítima de um processo de escrutínio público sujo e, atrevo-me a dizer, nojento (permita-me o leitor o uso de tal linguagem): foi repentinamente afastado da selecção nacional tendo sido substituído por um jogador que estava a emergir mas que não passava de um guardião banal: Ricardo. Na altura, o bode expiatório de Gilberto Madaíl (por quem não nutro qualquer sentimento de agradecimento) foi Scolari, “sargentão” brasileiro, campeão do mundo e com fama de “quero, posso e mando”. Eram opções, dizia-se. Até ao dia em que o brasileiro, numa entrevista, se “descaiu” e admitiu que não convocava Baía pois essa fora uma imposição de Madaíl, na sua chegada a Portugal para assinar contrato. Foi o então Boavisteiro Ricardo que assumiu as rédeas da baliza nacional (onde se revelou um defensor de penaltys exímio mas um péssimo guarda-redes fora dos postes, para tal estatuto de “número 1” – uma espécie de… Beto?).

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Ao longo da carreira, o guarda redes fez 80 jogos na equipa principal da Selecção Portuguesa
Fonte: Blog Dazuis

Outra das amarguras que estão “incrustadas” em Vítor Baía foi a forma como saiu do seu clube de coração, o clube que foi muito responsável para hoje o “ex 99” ser um dos únicos nove jogadores a terem conquistado os três principais troféus europeus (até então): Taça UEFA (agora Liga Europa), Taça das Taças (hoje em dia Supertaça Europeia) e Liga dos Campeões. Falo, portanto, do Futebol Clube do Porto. Algo que não foi bem explicado, penso eu… Vítor Baía, após “pendurar as luvas”, assumiu um cargo na estrutura azul-e-branca. Tudo apontava para um jogo de homenagem, mas tal não se sucedeu, e o mesmo afastou-se (ou foi afastado…) do cargo que assumira cerca de dois anos antes. Hoje continua ligado ao Porto através do “dragon force vintage”, que é a equipa de ex-estrelas que disputam o campeonato indoor com clubes espanhóis. Um dia gostaria de ver esta história esclarecida…

Bem, Vítor, que se pode mais dizer de ti, depois de conquistares 12 campeonatos, cinco Taças de Portugal, nove taças Cândido de Oliveira, uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões, uma Taça Intercontinental, 1 Taça das Taças, 2 Taças do Rei de Espanha, 1 Supertaça de Espanha e 1 Taça da Catalunha…? Apenas que foste enorme, és enorme! Espero um dia voltar a ver-te intimamente ligado ao meu Porto, que com tanto orgulho representaste. “Longe de vista, mas perto dos corações”; e a tua história de amor pelo Porto não acabará aqui. Nada será esquecido, és uma lenda do nosso clube! Obrigado por tudo, campeão! Continua!

Portugal 5-1 Irlanda: Estamos preparados!

cab seleçao nacional portugal

Às 17 horas do dia 16 de Junho, o país vai parar para assistir ao 1.º jogo da seleção das quinas diante da poderosa Alemanha. Hoje realizou-se o derradeiro teste antes desse mesmo encontro e Portugal venceu por 5-1.

O jogo de hoje foi muito importante para Portugal porque fez com que os portugueses ficassem mais descansados relativamente à condição física de 3 jogadores habitualmente titulares: Cristiano Ronaldo, Pepe e Raúl Meireles.

Portugal entrou muito bem na partida e aos 3 minutos Hugo Almeida inaugurou o marcador. Rúben Amorim faz uma bela recuperação de bola, entrega na direita a Varela que faz um cruzamento teleguiado para a cabeça de Hugo Almeida que, com alguma facilidade face à passividade defensiva da Irlanda, marca. Grande começo de Portugal!

Aos 18 minutos, Cristiano Ronaldo marca um belíssimo livre em que acerta em cheio no poste e, passados 2 minutos, faz um passe de calcanhar para o cruzamento de Fábio Coentrão que culmina num autogolo irlandês. Ronaldo a mostrar que está bem fisicamente e preparado para ajudar a equipa a tentar vencer a Alemanha. Perto do intervalo (36 minutos) Hugo Almeida volta a marcar, com Varela a fazer a sua 2ª assistência. Hugo Almeida a mostrar que está preparado para lutar por um lugar na frente de ataque no Mundial. A 1ª parte termina e fica na retina uma boa atitude, uma boa organização e uma grande intrusão entre todos os jogadores.

Hugo Almeida brilhou com 2 golos Fonte: zimbio.com
Hugo Almeida brilhou com 2 golos
Fonte: zimbio.com

No segundo tempo, a República da Irlanda entrou mais agressiva e organizada. Ao minuto 51 surpreendeu a defesa nacional, marcando um bom golo de oportunidade. Aos 64 minutos Paulo Bento mexeu na equipa, tirando Cristiano Ronaldo, Neto, Raúl Meireles e Hugo Almeida para dar lugar a Nani, Pepe, André Almeida e Hélder Postiga. Estas substituições foram importantes para gerir a condição física dos jogadores e para dar mais alguns minutos a outros jogadores.

Aos 72 minutos sai Varela para dar lugar a Vieirinha. Passados 5 minutos, Vieirinha marca o seu 1º golo com a camisola das quinas, a passe de Nani. À passagem do minuto 82, Fábio Coentrão marca e fecha o resultado em 5-1. Mais uma assistência de Nani, confirmando a boa entrada do mesmo, e excelente finalização do lateral do Real Madrid. A partida termina e Portugal goleia por 5-1.

Este resultado é muito importante porque motiva os jogadores, porque foi sem dúvida alguma a melhor exibição de todos os amigáveis e porque Portugal apresentou uma atitude excelente.

De realçar – os 2 golos oportunos de Hugo Almeida; o bom regresso de Cristiano Ronaldo, que quase marcou; a boa exibição de Rúben Amorim, que como é habitual, fez um jogo muito competente; as 2 assistências de Varela, mostrando que é uma alternativa viável aos extremos habitualmente titulares; os regressos de Pepe e Raúl Meireles, que estiveram bem fisicamente; o 1º golo com a camisola nacional de Vieirinha e, por fim, a grande entrada no jogo de Nani, respondendo da melhor forma às críticas sobre a sua má forma (bom domínio de bola, arrancadas velozes e 2 assistências para golo).

Rui Patrício e a dupla de centrais foram competentes, embora não tenham tido muito trabalho. William Carvalho e João Moutinho estiveram um pouco tímidos e apagados. Foi uma vitória muito importante para Portugal e os portugueses podem finalmente respirar de alívio relativamente à sua grande estrela, Cristiano Ronaldo.

A Figura:

Hugo Almeida pelos dois golos que marcou à matador, que demonstraram estar pronto para o Mundial.

O Fora-de-Jogo:

William Carvalho registou uma pobre e tímida exibição e não foi claramente o jogador que nos tem habituado.

Revista do Mundial’2014 – Argélia

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Longe de ser uma favorita a ganhar o Campeonato do Mundo, a selecção da Argélia chega ao seu 4º Mundial com a importante função de desestabilizar aquele que é o caminho dos chamados “favoritos”. Depois da surpresa no jogo contra a Inglaterra no Campeonato do Mundo, em 2010, em que conseguiu um empate e, na altura, alcançar a terceira posição do grupo, a Argélia foi a última selecção africana a qualificar-se para o Brasil. Por isso mesmo, a “inofensiva” selecção argelina é das mais perigosas deste Mundial, no que às aspirações das selecções mais fortes diz respeito. No grupo H, com a refrescada Bélgica, a Rússia e a Coreia do Sul, não é utópico considerar uma surpresa por parte da selecção africana, que apesar de tudo tem na sua orgânica jogadores com a escola europeia do futebol.

Com dois jogadores do campeonato português a marcarem presença nesta equipa (Ghilas, do FC Porto, e Slimani, Sporting), a selecção da Argélia viu na sua qualificação uma difícil barreira a ultrapassar. Num play-off contra o Burkina Faso, conseguiu virar uma derrota (3-2) na primeira mão, em vitória (1-0) na segunda, e alcançou pela segunda vez consecutiva a fase final de um Mundial.

A selecção da Argélia chega, por isso, ao Brasil sem aspirações maiores do que, como disse Slimani, “deixar a sua marca”. Vistas as coisas por esta perspectiva, este pode até ser um trunfo para o sucesso da caminhada argelina no Mundial.

OS CONVOCADOS

Guarda-Redes: Mohamed Zemmamouche (USM Alger), Rais Mbolhi (CSKA Sofia), Cedric Si Mohamed (CS Constantine)

Defesas: Carl Medjani (Valenciennes), Aissa Mandi (Reims), Madjid Bougherra (Lekhwiya), Faouzi Ghoulam (Napoli), Rafik Halliche (Academica Coimbra), Essaid Belkalem (Watford), Liassine Cadamuro (Majorque), Djamel Mesbah (Livourne), Mehdi Mostefa (Ajaccio)

Médios: 
Sofiane Feghouli (Valencia), Saphir Taider (Internazionale), Medhi Lacen (Getafe), Abdelmoumen Djabou (Club Africain), Yacine Brahimi (Grenade), Hassan Yebda (Udinese), Nabil Bentaleb (Tottenham), Riyad Mahrez (Leicester)

Atacantes:
 Islam Slimani (Sporting), Hilal Soudani (Dinamo Zagreb), Nabil Ghilas (Porto)

A ESTRELA

Saphir Taider Fonte: fedenerazzurra.com
Saphir Taider
Fonte: fedenerazzurra.com

Apesar de o vice-presidente da Federação Argelina de Futebol, Zefizef Djahid, ter dito que na sua selecção não há estrelas, há naturalmente jogadores a destacar. Pela técnica, por um lado, mas pela capacidade de alcançar campeonatos europeus mais competitivos. Jogadores como os defesas Carl Medjani, do Olympiacos e Djamel Mesbah, do Parma, os médios Sofiane Feghouli, do Valencia e Hassan Yebda, do Granada, e que já passou pelo Benfica, e os avançados Islam Slimani, do Sporting e Ishak Belfodil, do Inter são as grandes estrelas e as maiores referências desta selecção. No entanto, e apesar de o destaque natural e expectável ser Fehgouli, quis deixar esse lugar para o jovem médio do Inter de Milão Saphir Taider.

Destaco Taider pela juventude, pela promessa que representa e pelo percurso fulminante até chegar a Itália. Depois do Grenoble ter descido de divisão, Taider chegou ao Bolonha, de onde saiu para jogar no Inter de Milão, não sem antes ter passado pela Juventus. Apesar de ter nascido em França, optou por jogar na selecção argelina pela sua ligação em termos de ascendência. É do médio que podemos, digo eu, esperar os maiores desequilíbrios no Mundial do Brasil.

O TREINADOR

Vahid Halilhodžić
Vahid Halilhodžić
Fonte: planotatico.com

É o bósnio Vahid Halilhodžić que comanda a selecção argelina. Depois de ter passado por equipas como o Lille, o Rennes e o PSG, em França, o Trabzonspor, na Turquia e o Dínamo de Zagreb, na Croácia, passou ainda pela selecção da Costa do Marfim antes de chegar à frente dos destinos da selecção da Argélia. É, de resto, ele o responsável pela qualificação argelina para o Campeonato do Mundo. Esta foi a aposta da Federação Argelina numa maior coerência e estabilidade no que ao alcance de objectivos diz respeito. Halilhodžić trouxe essencialmente experiência e consistência à selecção do norte de África desde que assumiu o comando, em 2011.

O ESQUEMA TÁTICO

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O PONTO FORTE

A vontade e o colectivo são os pontos fortes desta selecção da Argélia. Uma equipa sem aspirações muito elevadas que faz da presença no Mundial em si um objectivo alcançado. Para além de ter jogadores dotados (de resto, fazendo uma análise macro – sem querer generalizar os jogadores do norte de África têm, por norma, uma técnica mais evoluída) teve a “sorte” de calhar num grupo que lhe permite sonhar com um lugar na fase a eliminar, embora este fosse, por defeito, um acontecimento improvável.

O PONTO FRACO

A selecção da Argélia é, apesar de tudo, uma selecção com uma organização e orgânica pouco definidos, com uma personalidade pouco vincada. Existe uma discrepância grande no que diz respeito ao ritmo de competição dos jogadores e aos próprios modelos de jogo nos respectivos clubes, o que não oferece a esta selecção uma consistência táctica suficiente para abordar o jogo com as selecções com que se vai deparar no plano teórico. Será uma questão de ver quanta força tem a raça.

O ataque é a melhor defesa

Os balanços de final de época costumam ter indicadores diversificados. Costumam mesmo complementar-se conforme a sua diversidade estatística. Num deles poderá não existir a equipa que menos cartões viu mas estará o número de assistências protagonizadas por cada jogador, enquanto que noutro existem dados sobre os cartões vistos por cada equipa mas tem em falta a quantidade de passes decisivos por futebolista.

Até se podem juntar esses balanços de época e obter-se exatamente os mesmos dados… mas nunca as mesmas opiniões, e essas, pela sua subjetividade, fazem de cada balanço de época único. Qual é o onze ideal para os analistas? Qual foi o melhor jogador jovem? Que equipa ganhou o rótulo de “equipa-sensação”?

Tudo o que foge ao factual, numa “ficha” deste género, contribui para que haja diversidade e distinção. Parece ser uma verdade La Palissiana… embora, no que à Premier League 2013/2014 diz respeito, esta esteja seriamente ameaçada, especialmente no que toca à eleição da equipa sensação, que parece recolher o consenso dos analistas – Southampton Football Club.

Os Saints surpreenderam tudo, “estacionando” a sua performance no oitavo posto da Premier League com uma distância considerável (seis pontos) para o nono classificado, ficando apenas atrás de equipas financeiramente superiores e com obrigação de lutar por, pelo menos, lugares europeus – Tottenham, Everton, Arsenal, Chelsea, Liverpool e Manchester’s.

Assente num 4x2x3x1, facilmente desdobrável num 4x3x3 com a subida dos alas e convertível num 4x5x1 com a compactação do meio-campo, o Southampton contou, acima de tudo, com uma personalidade defensiva fantástica, misturando, no seu setor recuado, saber e a garra subjacente à irreverência da juventude. Um cocktail que resultou plenamente, conforme atestam os golos sofridos desta equipa, que se sagrou a sexta melhor defesa da temporada à frente do vice-campeão Liverpool e ainda a quarta equipa menos batida a jogar fora de portas, apenas atrás de Chelsea, Everton e Manchester United!

Rickie Lambert foi fundamental no processo defensivo dos Saints. Fonte: Skysports
Rickie Lambert foi fundamental no processo defensivo dos Saints.
Fonte: Skysports

O setor do meio campo terá tido o principal papel nesta fantástica performance, designadamente o duplo pivô, habitualmente composto por Jack Cork e pelo francês Morgan Shneiderlin. O primeiro mais posicional, e o segundo mais liberto, mas fundamental na destruição de jogo contrário. A evidenciá-lo está o facto de ser o terceiro jogador da Premier League (com outros seis jogadores) com a média mais alta de desarmes por jogo – 3,4.

Lá atrás, nas alas, os miúdos Nathaniel Clyne e Luke Shaw demonstraram uma maturidade e um carácter impressionantes para as idades que têm (23 e… 18!), que serviram de bilhete de acesso do segundo à seleção nacional. No eixo central, uma dupla de betão, composta por um experimentado Dejan Lovren (24 anos, mas cinco deles de seleção e com passagem, como titular, pelo Lyon) e pelo “nosso” José Fonte, com qualidade no passe e no poder de interceção. Aliás, o croata foi mesmo o quarto melhor defesa central neste capítulo… entre os principais campeonatos europeus.

Boruc também teve um papel importante na guarda da baliza dos Saints, mas poucas foram as chances de golo que a equipa permitiu e muitas as bolas que não chegaram a pingar o meio-campo dos vermelho-e-brancos. Culpa de uma disciplina tática irrepreensível e de uma pressão alta sufocante…

… ou seja, o mérito da defesa é imenso, mas é escusado imaginar um Southampton tão sólido lá atrás sem a contribuição da pressão exercida pelos seus avançados, especialmente o trintão Rickie Lambert, muitas das vezes o primeiro defesa da equipa e com um pulmão cheio para um jogador da sua idade e da sua posição. Sempre apoiado por Jay Rodríguez e por Adam Lallana (descaídos para cada um dos flancos, e igualmente incansáveis) na busca incessante pela bola, constituiu sempre o primeiro defesa da equipa do Southampton e, com auxílio dos seus “escudeiros”, ao impedir a livre circulação de bola do adversário (que se traduziria, mais tarde, em poucas oportunidades de golo consentidas), condicionando-lhe a primeira fase de construção, reforçou a ideia de que o ataque é, de facto, a melhor defesa.

Revista do Mundial’2014 – Camarões

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No grupo em que está a selecção anfitriã, está também presente aquela que é uma das maiores potências do continente africano. Com jogadores como Samuel Eto’o e Alex Song, as duas maiores estrelas do país, os “leões” vão chegar ao Brasil com a esperança de passar a fase de grupos.

Um sonho? Sim. Impossível? Não, de todo. No entanto, o grupo de homens comandado por Volker Finke dependerá apenas de si para passar a fase inicial da Copa. Num grupo onde estão México, Croácia e Brasil, os Camarões terão de batalhar bastante para conseguir tal feito.

Tendo em conta o grupo onde estão inseridos, os “leões” quererão chegar o mais longe possível, sendo que uma passagem para a próxima etapa será, em si, uma enormíssima vitória.

OS CONVOCADOS

Guarda-redes – Charles Itandje (Konyaspor), Sammy Ndjock (Fetihespor) e Loic Feudjou (Coton Sport).

Defesas – Allan Nyom (Granada), Dany Nounkeu (Besiktas), Cédric Djeugoue (Coton Sport), Aurélien Chedjou (Galatasaray), Nicolas Nkoulou (Marselha), Henri Bedimo (Lyon) e Benoît Assou-Ekotto (Queens Park Rangers).

Médios – Eyong Enoh (Antalyaspor), Jean II Makoun (Rennes), Joel Matip (Schalke 04), Stéphne Mbia (Sevilha), Landry Nguémo (Bordéus), Alexandre Song (FC Barcelona) e Edgar Sally (Lens).

Avançados – Samuel Eto`o (Chelsea), Eric Choupo Moting (Mainz), Benjamin Moukandjo (Nancy), Vincent Aboubakar (Lorient), Achille Webo (Fenerbahçe) e Fabrice Olinga (Zulte-Waregem).

A ESTRELA

Alex Song  Fonte: winnersports.co.uk
Alex Song
Fonte: winnersports.co.uk

Alexander Song. Podem claramente discordar da minha opinião, mas Samuel Eto’o só poderá demonstrar o seu virtuosismo e capacidades que lhe são reconhecidas se a bola lhe chegar de facto. E será muito através de Song que os Camarões irão afunilar o seu jogo para esta estrela, aí sim, pautar o jogo como bem quer.

O TREINADOR

Volter Finke  Fonte: copadomundo.uol.com.br
Volter Finke
Fonte: copadomundo.uol.com.br

Volker Finke. Com pouco mais de um ano no comando da selecção camaronesa, Finke não é de todo um treinador inexperiente. Com uma carreira impressionante na Bundesliga, onde treinou durante 16 (!) anos o Friburgo, Volker Finke terá à sua frente um trabalho muito complicado. Com um contrato de dois anos, o seleccionador terá de provar a sua qualidade neste Mundial.

O ESQUEMA TÁTICO

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O PONTO FORTE

O ponto forte desta equipa é, sem dúvida alguma, o seu poderio ofensivo. Com uma frente de ataque capaz de colocar qualquer defesa em sentido, Samuel Eto’o, Webo e Moukandjo serão as armas mais perigosas da selecção. Não esquecer também o jovem avançado Vincent Aboubakar, que actualmente joga no Lorient e se apresenta como um jogador, também ele, perigosíssimo e capaz de causar inúmeros estragos.

O PONTO FRACO

O ponto mais fraco desta equipa é o que se encontra no sentido oposto, isto é, a defesa. Apesar de contar com nomes importantes no futebol mundial, a defesa camaronesa tem vindo a demonstrar que não está, de todo, ao nível dos jogadores que apresenta na linha ofensiva.

Revista do Mundial 2014 – Colômbia

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16 anos depois, a Colômbia regressa à elite do futebol internacional num Campeonato do Mundo, onde é tida como uma das selecções cotadas da competição. Com uma geração recheada de talento e criatividade, os colombianos têm razões para sonhar com excelentes prestações de uma equipa composta por alguns jogadores de classe mundial. A experiência das suas defesas, e a irreverência e virtuosismo dos seus atacantes, são as principais armas da esquadra comandada pelo conceituado técnico José Pekerman.

Inserida num dos grupos mais equilibrados do Mundial, juntamente com Japão, Costa do Marfim e Grécia, a selecção colombiana pode assumir-se como a mais forte deste grupo C. Assim sendo, é provável que a equipa atinja os oitavos-de-final da prova e só a partir daí se provará se a equipa tem estofo para comprovar as elevadas expectativas que o mundo do futebol lhes coloca para este Campeonato do Mundo.

A campanha de qualificação de Los Cafetones começou por ser atribulada, com a equipa a somar uma série de maus resultados nos primeiros cinco jogos, o que levou ao despedimento de dois técnicos num curto período de tempo. Hernan Dário Gomez, o seleccionador que iniciou o apuramento para o Brasil, saiu após o primeiro jogo da fase de qualificação para o seu lugar; surgiu, de forma interina, Leonel Alvarez. A dança de treinadores acabou com a chegada de José Pekerman, um experiente treinador argentino, que estabilizou a equipa e conseguiu implementar os seus processos de jogo num leque de jogadores em sub-rendimento.

A partir do momento em que Pekerman surgiu no comando da Colômbia, as vitórias e o bom futebol começaram a ser uma marca da equipa, e os oito triunfos em 13 jogos, sob a orientação do argentino, conduziram a selecção tricolor ao segundo lugar da fase da qualificação sul-americana. Jogadores como Falcão, James Rodriguez e Fredy Guarin foram fundamentais na segura campanha da Colômbia até ao Brasil, numa equipa com um espírito de entreajuda bastante apurado.

Apesar da ausência de Falcão, a grande estrela da equipa, por lesão, Pekerman terá à sua disposição um leque de fabulosos pontas de lança que encantam no futebol europeu e que prometem fazer esquecer El Tigre. Bacca, Jackson Martinez, Teofilo Guitierrez ou Adrian Ramos são todos avançados de excelência e sinónimo de golos. No meio campo, Guarin  é um poço de força, que alia uma incrível capacidade física a uma incrível meia distância. À sua frente no terreno terá o mágico James Rodriguez, o pensador de jogo da equipa e o elemento mais preponderante na manobra ofensiva de Los Cafetones.

Com uma das melhores gerações de sempre, a selecção colombiana reúne todas as condições para fazer o melhor Mundial da sua história. Nunca, em quase cem anos de existência, o futebol colombiano teve uma selecção nacional tão equilibrada, poderosa ofensivamente e com valores seguros nos sectores defensivos e intermédios. Se a alma desta equipa está nos seus portentosos avançados, é justo afirmar que a experiência dos seus defesas, a juntar ao poder técnico e físico do meio-campo, são pontos que poderão conduzir a Colômbia a uma fase muito adiantada da competição.

OS CONVOCADOS

Guarda-redes: David Ospina (Nice/França), Farid Mondragón (Deportivo Cali/Colômbia) e Camilo Vargas (Independiente Santa Fé/Colômbia).

Defesas: Camilo Zúñiga (Nápoles/Itália), Pablo Armero (West Ham/Inglaterra), Cristian Zapata (Milan/Itália), Mario Yepes (Atalanta/Itália), Carlos Valdés (San Lorenzo/Argentina), Santiago Arias (PSV/Holanda), Eder Álvarez Balanta (River Plate/Argentina);

Médios: James Rodríguez (Monaco/França), Abel Aguilar (Toulouse/França), Carlos Sánchez (Elche/Espanha), Fredy Guarín (Inter/Itália), Juan Fernando Quintero (FC Porto/Portugal), Aldo Ramírez (Morelia/México), Alex Mejía (Atlético Nacional/Colômbia), Víctor Ibarbo (Cagliari/Itália) e Juan Guillermo Cuadrado (Fiorentina/Itália).

Avançados: Jackson Martínez (FC Porto/Portugal), Teófilo Gutiérrez (River Plate/Argentina), Carlos Bacca (Sevilha/Espanha) e Adrián Ramos (Borussia Dortmund/Alemanha).

A ESTRELA

Sem Falcão, James será a maior estrela da selecção colombiana Fonte: Revista Futebolista
Sem Falcão, James será a maior estrela da selecção colombiana
Fonte: Revista Futebolista

Na ausência de Radamel Falcão, James Rodríguez assume-se como a estrela mais cintilante da constelação colombiana. Com uma técnica apuradíssima, o jovem de apenas 22 anos é o pensador do jogo ofensivo da equipa e o elemento que mais desequilibra na formação colombiana. Do seu pé esquerdo de altíssima qualidade sairão, certamente, passes mortíferos a explorar a velocidade dos avançados e dos laterais.

Depois de uma época de estreia positiva ao serviço do Mónaco, onde ajudou a sua equipa a alcançar o acesso directo à Liga dos Campeões, marcando nove golos e fazendo dezenas de assistências, James irá aparecer muito confiante no Brasil para colocar a funcionar a máquina colombiana. Seja como número 10, ou descaído para a ala esquerda, iremos ver muitas vezes este jogador a tentar organizar o jogo da equipa e conduzir a bola com a rapidez e elegância que o caracterizam. Dele também podemos esperar remates de belo efeito e eficácia nas bolas paradas, bem como uma entrega total ao jogo, própria de um incrível talento que se quer mostrar num Campeonato do Mundo.

O TREINADOR

Pékerman irá comandar a Colômbia no Mundial do Brasil Fonte: ETCE/ Carlos Ortega
Pékerman irá comandar a Colômbia no Mundial do Brasil
Fonte: ETCE/ Carlos Ortega

José Pékerman é um conceituado treinador argentino, maioritariamente reconhecido pelo seu sucesso enquanto treinador das camadas jovens da Argentina. Entre 1994 e 2001, orientou os Sub-20 argentinos, tendo vencido três mundiais na categoria.

Depois do excelente trabalho nos escalões jovens, Pékerman foi designado seleccionador da equipa principal do seu país, em 2003. Conhecedor profundo do futebol sul-americano, Pékerman foi finalista vencido na Taça das Confederações, em 2005, e entrou no Mundial da Alemanha, um ano depois, entre os principais favoritos. Os argentinos praticaram um futebol de enorme qualidade, ficando na retina alguns jogos esplendorosos numa selecção recheada de talento. Contudo, a Argentina caiu aos pés dos anfitriões, no desempate por grandes penalidades, nos quartos-de-final da prova, e Pékerman abandonou o cargo no final da competição.
De uma aventura no México, tornou-se seleccionador da Colômbia, em 2012, onde chegou já com a fase de qualificação para o Mundial a decorrer. Graças ao seu metodismo e organização, Pékerman conseguiu implantar as sua ideias na equipa e conduziu a Colômbia ao seu primeiro mundial desde 1998, alcançando o segundo lugar na fase de apuramento. Adepto de um futebol tecnicista e ofensivo, tem jogadores para adoptar esse sistema de jogo na selecção colombiana e, assim, boas possibilidades de chegar longe na competição.

O ESQUEMA TÁTICO

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Esta Colômbia é uma selecção recheada de talentos individuais, mas é também uma equipa bastante coesa e equilibrada.  Pekerman é um treinador que gosta de que as suas equipas controlem a posse de bola, ao mesmo tempo que dinamizam o jogo, através de jogadas rápidas. James e Cuadrado são jogadores perfeitos para acelerarem o jogo ofensivo da equipa e tanto sabem ocupar zonas laterais, como zonas mais centrais, abrindo espaços para explosivos  flanqueadores Armero e Zuniga. As constantes subidas no terreno dos laterais são um dos pontos fortes desta selecção, que imprime muita velocidade ao seu jogo.

Para compensar este ímpeto ofensivo da equipa, Pekerman aposta em Sanchez para equilibrar a equipa defensiva, à frente dos fortes centrais Yepes e Zapata. Ao lado do trinco do Fluminense deverá aparecer o  dinâmico médio Fredy Guarín, que, depois de se tornar uma das estrelas do Inter de Milão, surgirá extremamente confiante no Mundial do Brasil.

Sem Falcão entre os convocados, Jackson Martínez será o homem mais adiantado da equipa e o jogador alvo. Um pouco atrás, e à frente de James e Cuadrado, Teófilo Gutiérrez parece ser o preferido do Pékerman para apoiar o ponta-de-lança do F.C.Porto, já que o técnico argentino pretende ter um jogador que seja o elo de ligação entre o meio-campo ofensivo e o ponta-de-lança. No entanto,  há muito talento ofensivo no plantel colombiano, e jogadores como Bacca, Quintero ou Rincon serão sempre sérios candidatos ao onze titular.

O PONTO FORTE

A qualidade do quarteto ofensivo da equipa é a grande arma da selecção colombiana. Qualquer um dos avançados convocados joga em grandes clubes internacionais e surgem em grande forma para este Mundial. Jackson foi o melhor marcador em Portugal, Ramos um dos melhores na Alemanha, Bacca chegou às duas dezenas golos na época de estreia em Espanha, e Guitierrez foi decisivo na conquista do título do River Plate, na Argentina. Apenas dois destes quatro extraordinários avançados podem entrar no onze, mas enriquecem grandemente o leque de opções de José Pékerman. Atrás da dupla de avançados, estarão dois jogadores soltos e de inesgotável talento, como são Cuadrado e James. As deambulações e acelerações constantes destes dois craques irão causar muito perigo às defesas adversárias. Para além da qualidade do quarteto ofensivo, é importante destacar as  incursões no ataque por parte dos laterais Armero e Zuniga. Rápidos e tecnicistas, estes laterais, que encantam no futebol italiano, serão importantes desbloqueadores do jogo ofensivo colombiano e são muitas vezes chamados a jogo pelos médios.

O PONTO FRACO

A zona central da defesa desta selecção parece ser o seu ponto mais vulnerável e periclitante. Apesar da sua experiência e bom sentido posicional, o capitão Mário Yepes acusa alguma falta de velocidade e isso poderá ser prejudicial para a equipa em jogos de maior dificuldade. Ao seu lado deverá jogar Zapata ou Perea, mas quer um quer outro revelam alguns problemas de posicionamento, apesar de serem fortes e pujantes no jogo aéreo.

Por outro lado, os laterais da Colombia Armero e Zuñiga são melhores a atacar do que a defender e as sucessivas subidas no terreno destas unidades poderão descompensar um pouco a equipa, sobretudo se Pékerman optar por colocar Guarin em vez de Aguilar, que é um médio mais defensivo e contido ofensivamente do que o jogador do Inter. Se tal acontecer, Sanchez, o tampão da equipa, poderá ter algumas dificuldades em equilibrar a equipa sozinho, apesar de ser um médio aguerrido e com um excelente sentido posicional.