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Maximilian Arnold: Dos dias de Dresden aos grandes palcos europeus

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Cabeçalho Liga Alemã

“Sigo muito de perto o desenvolvimento do Maximilian e fico muito orgulhoso por um jogador jovem do Dynamo ter chegado à selecção principal. Oxalá que a carreira do Maxi continue no bom caminho.”René Schäfer (em 2014, aquando da primeira internacionalização de Arnold)

 

Aos 23 anos de idade, Maximilian Arnold é já um valor seguro do futebol alemão. O seu desempenho no Campeonato Europeu de Sub-21, disputado na Polónia durante a segunda metade do passado mês de Junho e que terminou com a Alemanha como vencedora, desfez qualquer dúvida que ainda pudesse existir relativamente ao seu enorme talento.

Ainda jovem e com uma margem de progressão enorme, Arnold conta com um currículo verdadeiramente impressionante na Bundesliga, tendo já disputado mais de uma centena de jogos no escalão maior do futebol alemão ao serviço do VfL Wolfsburg. Para além de ser uma referência no seu clube (disputou 32 jogos na temporada passada), Arnold é já internacional absoluto com a Alemanha e uma das principais referências, senão a principal, da selecção de Sub-21 orientada por Stefan Kuntz. Apesar de ter representado o combinado alemão uma só vez, o jovem médio conta com mais de 20 presenças ao serviço da formação dos Sub-21, onde também é o capitão de equipa.

Maximilian Arnold nasceu em Riesa, no estado da Saxónia, cidade que até 1990 fez parte da República Democrática Alemã, e foi na sua cidade natal que teve o primeiro contacto com o futebol. Aos 6 anos de idade começou a jogar futebol no BSV Strehla, clube que ainda visita com alguma frequência sempre que passa férias em Riesa, e três anos mais tarde ingressou no SC Riesa, um clube formado em 1992 a partir da histórica associação desportiva Stahlriesa, onde permaneceu até 2006.

 Max Arnold com o seu antigo treinador René Schäfer do seu lado direito Fonte: Dynamo Dresden
Max Arnold com o seu antigo treinador René Schäfer do seu lado direito
Fonte: Dynamo Dresden

Aos 11 anos de idade, o talento de Arnold já despertava atenções e num jogo contra o SG Dynamo Dresden, a velocidade e a forma como o jovem Maxi conduzia a bola deixaram René Schäfer verdadeiramente maravilhado. O treinador de sub-12 da formação de Dresden, que viria a ser uma das pessoas mais importantes na carreira de Arnold, não hesitou um só segundo e tentou convencer o jovem prodígio de Riesa a mudar-se para Dresden. Apesar de ser ainda muito jovem, Arnold sabia do interesse de outros clubes e hesitou durante algum tempo em aceitar a proposta de Schäfer. O treinador dos sub-12 do Dynamo estava, no entanto, decidido em levar Arnold consigo para Dresden e tratou rapidamente de falar com os seus pais ao telefone para os tentar convencer que, ao ingressar no SG Dynamo Dresden, Maximilian passaria também a estar integrado no colégio interno do clube, onde toda a atenção seria dada ao seu desempenho escolar. Schäfer foi persuasivo e o pequeno Arnold mudou-se para Dresden, naquela que viria a ser a sua primeira aventura fora da sua cidade natal e longe dos seus pais. Como o próprio Arnold fez questão de mencionar numa entrevista ao website goal.com em 2015, sair de casa dos seus pais aos 12 anos não foi fácil, até porque, na verdade, nunca mais para lá voltou.

Portugal 2-1 México (a.p.): Bronze melhor que lata

Cabeçalho Seleção Nacional

Portugal cumpriu o seu dever com dificuldade. Tanta dificuldade que levou ao desespero de colocar o central Pepe a ponta de lança quando o tempo regulamentar escasseava.

O Portugal de Fernando Santos apostou num 4-4-2 compacto, como habitual, mas desta feita sem a maioria dos habituais titulares. Nelson Semedo, Neto, Danilo Pereira, Moutinho, Pizzi, Gelson Martins e Nani voltaram ao onze inicial.

Um primeiro tempo onde foi notório observar uma ligeira superioridade por parte dos portugueses, mas sem se livrar de alguns calafrios provocados pelos contra-ataques do adversário. O 11 do México também sofreu alterações relativamente ao último jogo, mais concretamente a ausência de Raul Jimenez, Jonathan e Giovani dos Santos, e a inclusão de Rafa Marquez, experiente central que hoje jogou numa posição mais adiantada do terreno. Num sistema tático 4-3-3, o foco da equipa estava no trio atacante, hoje composto por Carlos Vela, Javier Hernandez e Peralta.

Portugal joga um futebol um tanto apático, sem muitas ocasiões flagrantes de golo e sem brilho. No entanto, ia progredindo no terreno, com Gelson a combinar muitas vezes com o lateral Nelson Semedo, ou apostando na profundidade, com André Silva muitas vezes em descair para a esquerda e devolver a bola para a zona de finalização. Porém, os atacantes portugueses revelaram-se muito pecadores na finalização.

O México não acusava muito a falta de posse de bola, não ia defendendo tão bem como deveria, mas a verdade é que a Seleção Nacional não conseguia ser objetiva com ela. Aos 15 minutos, André Silva é derrubado por Rafa Marquez! 1 minuto e pouco de espera pelo veredicto do video árbitro, e confirma-se o castigo máximo a favor de Portugal. Sofreu e bateu a grande penalidade, mas o novo jogador do A.C. Milan não conseguiu superar Ochoa.

Aos 18’ outra boa oportunidade para a Seleção das Quinas se adiantar no marcador: Nani aparece sozinho na zona da grande penalidade, mas é displicente na hora de atirar. A um ritmo lento se ia jogando, não sei se pelo facto de se tratar de um jogo “simbólico”, já que se atribuí a medalha de bronze da competição, mas a verdade é que, tanto de uma parte como da outra (claro que as alterações promovidas nas equipas se fazem sentir) não se ia vendo grande espírito de vitória, ao longo da primeira parte sentia que a abordagem das equipas, infelizmente, seria para cumprir calendário…

Logo após a mostragem do amarelo a N. Semedo, livre lateral batido e Rafael Marquez salta mais alto na área portuguesa, mas Rui Patrício demonstrou atenção. Quatro minutos depois, aos 31’, grande intervenção do guarda-redes leonino. Chicharito Hernandez cabeceia para golo, se não fosse a palmada decisiva do guardião português.

O alerta soou e Pizzi teve nos pés uma oportunidade soberana para abrir o placard, mas encontrou uma oposição in extremis do defensor mexicano. A partir daqui e até ao fecho da primeira metade, o jogo manteve-se a lume brando como desde o seu início, mas sem oportunidades concretas de golo… Uma primeira parte que, principalmente por parte dos adeptos portugueses, deixou muito a desejar.

A 2ª parte começa, sem alterações técnicas ou táticas por parte dos selecionadores. Aos 53’, Gelson Martins fica muito perto do golo! O seu remate fica a centímetros do poste esquerdo…

Diz o ditado na gíria que quem não marca sofre, e tal aconteceu. Luis Neto esperava que Patrício apanhasse ou desviasse a bola, mas tal não se sucedeu e o esférico acabou por ir ao encontro das pernas de Neto, que não conseguiu reagir a tempo e introduziu a bola na própria baliza.

Uniao do grupo foi fundamental Fonte: FIFA
Uniao do grupo foi fundamental
Fonte: FIFA

Portugal agora tinha de começar a correr. Rui Patrício esteve concentrado e através de manchas aos pés dos mexicanos ia evitando o segundo. Um mau momento que se vivia no lado português. Peralta ameaçou, mas o número 1 de Portugal estava na trajetória da bola.

A espaços, Portugal conseguia colocar homem ou até homens na zona de finalização. Com André Silva a vir à esquerda receber e proseguir nessa mesma ala, a Seleção Portuguesa ficava sem o seu homem mais avançado na área e o 9 português era obrigado a procurar linhas de passe atrasadas, onde uma delas surgiu Pizzi, que rematou muito perto do poste direito da baliza defendida por Guillermo Ochoa, aos 59 minutos de jogo.

Mas aos 61’, Gelson aparece com um cabeceamento à queima roupa muito forte. Era um golo certo, caso não estivesse lá um “keeper” com uns reflexos tão abençoados como os de Ochoa. Grande momento, mas desespero do lado dos portugueses.

Nani uma vez mais a falhar: o extremo demonstra mais uma vez que a sua carreira está em clara fase descendente. Em posição privilegiada cabeceia fraco e muito longe do alvo. Como capitão exigia-se que comandasse a nossa Seleção ao bronze, contudo não deu o exemplo pretendido e a sua prestação não esteve à altura do que era exigido.

Este jogo até teve lances perigosos de parte a parte (mais de Portugal no início, mas o México equilibrava na 2ª parte), mas as ocasiões criadas não eram finalizadas de forma séria, não via um nível de empenho em contrariar o resultado. Equipas muito cansadas, principalmente Danilo.

Por isso, entra André Gomes para o sue lugar, e Adrien Silva para o lugar de João Moutinho. Fernando Santos queria pulmão no meio campo, preferia isso a refrescar o ataque. Do lado mexicano, poucos minutos antes Osorio tinha promovido a entrada de Jonathan dos Santos, também reforçando o meio campo.

Aos 83’, Chicharito poderia ter contribuído melhor para a sua equipa conseguir ampliar a vantagem, mas a sua assistência não foi executada da melhor maneira e Patrício segura.

Só se aguardava o desfecho do jogo, mas Pepe foi fundamental: ao ser colocado na posição de ponta de lança nos últimos minutos, procurou o espaço e encontrou-o! Grande gesto técnico de um dos melhores centrais do mundo, que mostrou determinação e alguma loucura: colocou o pé à bola de forma a colocar a mesma fora do alcance de Ochoa, e a forma encontrada foi com a sola. Apreciar a forma como se faz à bola é quase obrigatório, grande golo que levou o jogo para tempo extra.

Entra William, sai Pizzi. O meio campo é a prioridade para Portugal chegar à vitória. Adrien entrou muito bem, um jogador que dá garantias absolutas.

Aos 94’, Raul Jimenez, que entrara na 2ª parte do tempo regulamentar, não esteve nos seus dias e não conseguiu enquadrar o seu remate com a baliza portuguesa. Por palavras, recebeu amarelo pouco depois.

Nova grande penalidade para Portugal!!! Miguel Layún toca claramente com o braço na bola, e Adrien Silva é o responsável pela marcação do pénalti. E marca! Fim do enguiço português nestas Confederações, que na meia final ditou o afastamento da grande final através do desempate nas grandes penalidades.

Dois minutos depois, Nelson Semedo levanta o pé à bola, mas encontra a face do adversário. O árbitro não hesitou em lhe mostrar o segundo amarelo, e respetivo vermelho.

Portugal tinha de segurar a vantagem mínima com 10 unidades, fazendo com que, naturalmente, a equipa recuasse no terreno e se concentrasse mais no meio. Até ao final já se sabia que ia ser de aperto para Portugal, mas Jimenez deu uma ajuda e entrou muito duro sobre o seu colega de clube, Eliseu, e foi expulso pelo árbitro Fahad Al Mirdasi.

O jogo não acabou sem Herrera testar, uma vez mais, os reflexos do guardião português, que acabou por ser a melhor figura do encontro. André Gomes não entrou bem, falhou passes fáceis, parece que não se consegue integrar nesta equipa…

A prestação da nossa Seleção acabou por ser idêntica ao crédito dado à Taça das Confederações, com muita pena minha. A Seleção Nacional jogou um futebol parecido ao demonstrado no Europeu do ano passado, mas a chamada “sorte” não nos abonou como abonou no Euro 2016. Uma prova como esta, que possivelmente se vai extinguir ou, no mínimo das hipóteses, ser reestruturada, seria bom disputar a final. Espero que sirva de lição e preparemos o Mundial da melhor maneira possível!

Foto de Capa: mcclatshy-wires.com

“O livro de Receitas do Chef Pinto da Costa”

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Entre as épocas de 2002 a 2004, o Futebol Clube do Porto viveu anos de glória sob o comando de José Mourinho e pelas mãos do “Special One” passou uma geração de Ouro de craques nacionais como, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Nuno Valente, Costinha, Maniche e Deco (mais tarde naturalizado português). Foram estes mesmos nomes que fizeram parte do onze da excelente campanha da seleção portuguesa até à final no Euro 2004.

Perante este lote de jogadores nacionais com qualidades ímpares e inigualáveis, os grandes europeus, trataram rapidamente de “despir” o plantel campeão europeu. Primeiro levaram José Mourinho e mais tarde levariam a maior parte das estrelas de maior gabarito. Resultado disso, o FC Porto viria a perder o título nacional em 2004/2005 para o seu maior  rival SL Benfica.
Estava na altura do chef Pinto da Costa pôr mãos à obra!

Numa altura em que o talento em Portugal parecia aparentemente extinto, ou pelo menos não comparável à geração de 2004, Pinto da Costa viu-se obrigado a fazer uma espécie de “safari” pelo continente sul-americano e procurar “matéria-prima” de qualidade para o seu Porto.

Fonte: FC Porto
Fonte: FC Porto

A sua primeira paragem foi a Argentina. Do país sul-americano, o chef trouxe no saco uma fornada recheada de talento e qualidade para a época de 2005/2006 com o objetivo de recuperar o título nacional perdido no ano anterior. Chegam então ao dragão dois argentinos: Lisandro Lopez, que assume desde cedo o estatuto de homem golo, contabilizando um total de 63 golos em 140 partidas e ainda, Lucho Gonzalez, o El Comandante que ainda hoje é um dos maiores ídolos do clube. Estes dois formaram uma dupla quase telepática e mortífera para os seus adversários e isso foi suficiente para os dragões recuperarem o título nacional nessa época.

Volta A França 2017 – Os prognósticos da equipa Bola na Rede

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Cabeçalho modalidadesA Volta a França está na estrada e a equipa de ciclismo do Bola na Rede fez as suas apostas, tendo-se juntado mais três membros do site. Vê as nossas e deixa-nos as tuas apostas.

Camisola Amarela:

Um dos dois vencerá o Tour, provavelmente Fonte: ABC
Um dos dois vencerá o Tour, provavelmente
Fonte: ABC

Chris Froome: Por muito que esteja longe de ser uma boa época, até agora, para o britânico, a verdade é que o seu pico de forma é apontado para o Tour e isto aliado a uma descomunal equipa, ao facto de ser dos ciclistas mais completos no pelotão e já ir a caminho do seu 4.º triunfo, acabará por, espero eu, dar-lhe a vitória. (Nuno Raimundo)

Chris Froome: O britânico, como é seu apanágio, prepara toda a sua época a pensar no Tour de France, é o seu foco. Rodeado de uma equipa capaz de dominar em praticamente todos os terrenos, em especial na montanha, é um garante para quem quer vencer  a Grande Boucle. Depois de já ter vencido 3 Tours de France, é normal que Froome seja o maior candidato a vitória final. (Tiago da Silva Ferreira)

Richie Porte: O domínio do britânico Chris Froome corre sérios riscos de terminar nesta 104ª da histórica corrida. Com a vitória no Tour de Romandie e 2º lugar no Dauphiné, o australiano da BMC está mais forte que nunca (até no contrarrelógio conseguiu bater Martin). Chegou a hora de Porte. (João Filipe Coelho)

Richie Porte: Acredito que o australiano pode ser o vencedor do Tour. É um corredor completo que atravessa um excelente momento de forma. Na montanha poucos estarão ao sei nível, no CRI não vai perder tempo para os principais favoritos, e tem uma super equipa com ele. Não partindo como principal favorito o Australiano de 32 anos pode superar a forte concorrência. (Luís Coelho)

Chris Froome: O que noutros anos podia ser uma escolha óbvia este ano não é assim tanto. Mas aposto no homem da Sky, apesar da sua prestação até agora inferior a Richie Porte. Mas todos sabemos das suas capacidades e da capacidade da sua equipa, daqui a três semanas saberemos a resposta (Rodrigo Fernandes)

Camisola Verde:

Sagan quer voltar a sair de Paris de verde Fonte: Marca
Sagan quer voltar a sair de Paris de verde
Fonte: Marca

Peter Sagan: Alteram-se as regras, mas o vencedor continua a manter-se o mesmo e é difícil acreditar noutra coisa que não a vitória do campeão do mundo nesta camisola. Apenas um ciclista como Matthews poderá incomodar ou igualar o recorde de Erik Zabel, principalmente porque tanto Sagan como Matthews conseguem fazer a diferença em vários tipos de etapas. (Nuno Raimundo)

Peter Sagan: De todos os sprinters em prova, o eslovaco é o rei das camisolas verdes  contabilizando 5 vitórias consecutivas nesta categoria. A polivalência de Sagan é que faz a diferença para outros sprinters, nomeadamente na passagem das etapas mais duras, é para mim o maior candidato a levar a camisola verde. (Tiago da Silva Ferreira)

Peter Sagan: O eslovaco é claramente favorito para conquistar a classificação por pontos mais uma vez. A sua capacidade para entrar em fugas e conquistar pontos nos sprints intermédios irá voltar a ser fulcral. (João Filipe Coelho)

Peter Sagan: O ciclista eslovaco é o principal candidato a ganhar a camisola verde. Apesar de não ser o mais “rápido” do pelotão é sem dúvida o mais regular entre os sprinters. Consegue passar a media montanha com alguma facilidade e essa capacidade dá-lhe uma vantagem importante para os adversários. Acredito que vai repetir a vitória do ano passado. (Luís Coelho)

Peter Sagan: Acho que é impossível apostar noutro ciclista que não ele. Longe de ser o melhor sprinter puro é no entanto o mais regular de todos, o que lhe dá muito mais possibilidades do que a toda a concorrência. (Rodrigo Fernandes)

O estranho caso de Aboubakar

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“Não regressarei ao FC Porto. Não importam as condições, não voltarei. É uma decisão pessoal. Mesmo que haja dinheiro, o importante para mim é estar onde me sinto respeitado e valorizado.”

É estranho que ultimamente se venha associando o nome de Aboubakar a um eventual regresso ao FC Porto, sobretudo depois de, por mais do que uma vez, o avançado camaronês ter deixado bem vincada a sua vontade de nunca mais voltar ao Dragão.

Face à obrigação de rentabilizar o que tem, abdicando de grandes esforços financeiros para reforçar o plantel, o FC Porto, por via do seu novo treinador, parece determinado a dar uma nova oportunidade a alguns jogadores que no último ano foram rodando em vários clubes na tentativa de se valorizarem e, posteriormente, renderem milhões ao clube. São os casos de Indi, Reyes e, agora, Aboubakar que, muito sinceramente, me parece muito pouco provável que esteja em condições, essencialmente psicológicas, de singrar na invicta.

Aboubakar fez uma época bastante positiva na Turquia. Ao serviço do Besiktas conseguiu marcar 19 golos em 38 jogos e, para que os turcos pudessem continuar a contar com os serviços do goleador, teriam de desembolsar dez milhões de euros. O próprio Fenerbahçe entrou em cena, mas também viu as suas investidas serem negadas, ora pela vontade do jogador, ora pela vontade do FC Porto.

Fonte: FC Porto
Fonte: FC Porto

Ainda há dias falava da possibilidade de o FC Porto contratar Lautaro Martínez porque, de facto, é preciso reforçar o ataque face à saída de André Silva. Muito sinceramente, parece-me um jogador de grande qualidade e, também, com um preço nada convidativo. Porém, creio que uma eventual inclusão de Aboubakar no plantel possa vir a ter um custo igualmente muito grande.

Sabemos que o camaronês tem boa técnica, é forte fisicamente, movimenta-se bem e detém um remate potentíssimo, mas no que à estabilidade emocional diz respeito está muitos furos abaixo do exigível. Jogar neste FC Porto, neste contexto e com estes adeptos sedentos de vitórias e intoleráveis ao erro não me parece de todo fácil para um jogador com as características de Aboubakar.

Depois, convém também não esquecer as próprias declarações do jogador em abril, dando conta da impossibilidade de voltar ao FC Porto. Aboubakar queixa-se do tratamento incorreto de que foi alvo e, por isso, não quero crer que o seu afastamento se deva exclusivamente a um imbróglio com Nuno Espírito Santo.

Não me parecem, portanto, críveis as notícias que dão conta de um eventual regresso. Contudo, a acontecer, será curioso ver de que forma será feito o reencontro com os adeptos e se o avançado estará em condições de voltar a mostrar competência. As coisas, de facto, mudam de um dia para o outro no futebol.

Foto de Capa: Footmercato

Uma volta pelo Tour de França

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OS FAVORITOS:

Chris Froome

O britânico procura o quarto título da prova Fonte: Skysports
O britânico procura o quarto título da prova
Fonte: Skysports

 

O britânico estará à procura do seu 4.º título, mas a verdade é que esta deve ser o ano em que menos se tem visto um Froome similar ao que se espera ver na Volta a França, realizando uma época um pouco dececionante, principalmente para qualquer fã seu e até mesmo do ciclismo no geral. Mas a verdade é que se existe algum “mestre”, na atualidade”, em termos de estar bem no Tour, esse mesmo ciclista é o britânico. Veremos de que forma ele tentará dar a volta a esta primeira metade de época, sem nunca esquecer que a sua equipa Sky é incrivelmente forte, sendo possível afirmar que o quarto ou até mesmo o quinto elemento da hierarquia poderiam lutar por uma Grande Volta e só isso diz muito da qualidade da mesma…

Foto de Capa: Sky Sports

Alemanha 1-0 Espanha: Um título rumo ao futuro

Cabeçalho Futebol Internacional

 

Quem seria o sucessor da Suécia como campeão da Europa de sub-21? Este jogo daria no final a resposta a esta questão, que será Alemanha ou Espanha. Duas das melhores seleções do Mundo tanto a nível de formação como sénior disputaram a final que na última edição foi jogada entre Portugal e a campeã em título Suécia. Para trás a seleção espanhola deixou a Itália nas meias finais, enquanto que a Alemanha derrotou a formação de Inglaterra.

Iniciada a partida, foi a seleção de nuestros hermanos a dominar os primeiros minutos da mesma, instalando-se quase por completo no meio-campo adversário, à exceção de alguns rasgos ofensivos que os alemães iam realizando, e que lhes permitiram criar as primeiras ocasiões de golo do encontro, as mais evidentes por intermédio de Gnabry e Max Meyer, que chegou mesmo a enviar uma bola ao poste.

O jogo continuou com um ritmo bastante elevado, com ataques e transições bastante rápidas, e com uma ligeira superiorização alemã face aos espanhóis no jogo. Ia criando perigo quer em lances corridos quer em lances de bola parada, enquanto que o jogo da Espanha era menos vertical, com muita influência dos seus médios, como Asensio e Ceballos, dois jogadores que têm brilhado nesta competição.

A Alemanha tanto ia tentado chegar ao golo, mais do que a seleção adversária, que finalmente chegou ao golo, por intermédio de Weiser, após um cruzamento de Toljan, que cabeceou sem hipóteses para Arrizabalaga ao segundo poste, ao minuto 40.

Até ao intervalo pouco ou nada se alterou a toada do jogo e o mesmo chegou ao descanso com o 1-0, resultado que obrigava a seleção de Espanha a entrar na segunda parte com outra atitude, mais decidida e com mais objetividade.

A segunda parte decorreu sem lances a que se deva dar grande destaque, à exceção de um remate bastante perigoso, por Saúl Ñíguez, a causar grandes dificuldades a Pollersbeck.

Olhando a outros jogos desta prova, e comparando-os a este, concluo que a final foi bastante mais desinteressante, talvez pelo equilíbrio nela verificado, entre as duas melhores equipas do Campeonato da Europa.

Mérito para a Alemanha, nova campeã da Europa em sub-21, por ter conseguido evitar que o seu adversário tenha chegado com sucesso ao golo.

Foto de Capa: UEFA

CS Marítimo arranca com a Europa em vista

Cabeçalho Futebol NacionalUma semana depois da equipa do SC Braga ter sido a primeira a regressar de férias, foi a vez de mais cinco clubes iniciarem os seus trabalhos de pré-época, entre os quais se encontra o CS Marítimo, que será cabeça-de-série na terceira pré-eliminatória de acesso à Liga Europa, tal como os arsenalistas. Os madeirenses, sextos classificados na última temporada, assumem o objetivo de voltar a alcançar a fase de grupos e é com esse desiderato que começam a preparação, a pouco mais de um mês do jogo de estreia na nova época, a 27 de julho.

O primeiro dia de trabalho foi exclusivamente dedicado aos exames médicos e testes físicos, bem como a manhã de terça-feira, tendo o primeiro treino acontecido já durante a tarde, no Complexo Desportivo do Marítimo, em Santo António. Na quarta-feira, segundo dia de trabalho de campo, o plantel verde-rubro realizou dois aprontos: de manhã, na Camacha, e à tarde, nos Barreiros, já com alguns dos reforços assegurados. Na quinta-feira o grupo orientado por Daniel Ramos prosseguiu a preparação em Machico e Santo António, tal como na sexta, com nova sessão bidiária dividida entre o complexo e o Estádio do Marítimo.

O plantel verde-rubro deu início aos trabalhos no campo da Imaculada Conceição, no seu complexo desportivo  Fonte: CS Marítimo

Durante a primeira semana, os treinos da equipa funchalense foram marcados pela elevada carga física, inevitável de modo a recuperar a boa forma, mas também pelo destaque atribuído à parte técnica, com a bola a estar presente desde o ensaio inicial. De resto, há a relevar também a boa resposta e integração dos novos atletas, que demonstraram pormenores positivos.

Breves notas sobre a violência simbólica

Cabeçalho Futebol Nacional

Após a cerimónia de abertura do Pavilhão João Rocha no passado dia 21 e da inauguração da respetiva estátua do Leão na Praça Visconde de Alvalade, simbolizada por um Leão pungente a rugir surgiram, nos dias seguintes, nessa mesma estátua, alguns sinais de vandalismo através de manchas de tinta vermelha no monumento. Não é de negar, em abono da verdade, que comportamentos com contornos semelhantes foram realizados, dias depois, por adeptos do Sporting, escrevendo as iniciais do Sporting e o ano da fundação do clube na estátua alusiva ao fundador do Benfica, Cosme Damião.

Sobre o sucedido, alguns meios de comunicação social apontam para uma guerra entre os dois clubes que chegou agora aos monumentos (exemplo, Diário de Notícias, edição online de 26 de Junho de 2017). Mas o que têm em comum estes comportamentos de vandalismo por parte dos dois clubes? O facto de atingirem símbolos importantes dos dois emblemas. Sabemos como os símbolos são, para determinado grupo social, a marca identitária mais importante, reunindo-se em seu torno os valores que cada grupo prorroga e defende de forma intransigente. Ao serem lesados, usurpados e violados por Outros, acabam por ficar feridos os elementos que lhes pertencem, constituindo-se naquilo a que poderemos designar como violência simbólica. Não podendo ser confundida com a violência física, ela pode ser o reflexo da mesma ou, por outro lado, o seu embrião. Em resumo, violência física e simbólica, mais do que domínios antagónicos ou separados são, acima de tudo, reforçados e ampliados retroativamente.

Isto leva-nos a um conceito importante na análise de tudo isto: a interação simbólica. Os grupos sociais em causa – tomo aqui Sporting de um lado e Benfica do outro – acabam por agir em consonância com aquilo que o Outro fez momentos antes alimentando, de forma cíclica, repetida e de certa forma também automática, o comportamento do Outro. Na interação simbólica, mais do que um culpado(s) há principalmente interações sistemáticas e simultâneas que conduzem ou impelem os comportamentos.

A violência já teve vários capítulos: desde vandalismo a homicídios
A violência já teve vários capítulos: desde vandalismo a homicídios

Mas há também algo a ser destacado nesta violência simbólica. Existe uma eterna tendência para afirmar as nossas Identidades – assim mesmo, múltiplas, plurais, complexas e contraditórias – não através do reforço e valorização das nossas qualidades ou virtudes do nosso grupo de pertença mas sobretudo pelo ataque, desafio e desrespeito dos valores e símbolos dos outros grupos sociais. Como que para nos afirmarmos tivéssemos a necessidade de dizer mal dos Outros, de os injuriar, insultar, difamar e, como foi aqui o caso, de vandalizar ou destruir. Aliás, em boa verdade, é aquilo a que as crianças da mais tenra idade fazem quando iniciam a sua longa tarefa de construção da Identidade – começam justamente por se opor, muitas vezes de forma agressiva, ao Outro, traduzidas em frases do género “O Joãzinho fez isto e aquilo, é um malandro”, “O Manuelinho portou-se mal na Escola hoje e eu fiz tudo o que a Professora mandou” e assim por diante. Ou então, quando estas verbalizações são já insuficientes para quebrar a identidade do Outro, passam para a destruição dos brinquedos (permitam-me aqui a metáfora, confesso que um pouco forçada) dos Outros meninos merecendo, mais tarde ou mais cedo, a respetiva retaliação pelo sucedido.

Nos comportamentos de vandalismo a que temos assistido por parte do Benfica e do Sporting com pinturas em símbolos identitários dos dois clubes, há um fundo de infantilidade que uma análise racional não hesita em constatar. Há mesmo algo de primitivo e infantil. E, tal como fazemos às crianças, teremos que educar toda esta gente para que se dignifiquem os valores desportivos e se afirme um outro patamar para as rivalidades entre os clubes. Mas será possível educar estas crianças assim tão grandes?

Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

Rockets de James Harden e… Chris Paul

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Cabeçalho modalidades

Depois da agitação do draft, da entrega do título de MVP a Westbrook e dos pequenos negócios, a primeira grande aquisição foi feita pelos Houston Rockets. Esta quarta feira, a a equipa Texana anunciou que Chris Paul, proveniente dos LA Clippers, se juntaria a James Harden e companhia.

Com opção de não renovar contrato com os Clippers e se tornar num agente live, Paul decidiu, de facto, renovar, podendo conseguir um contrato mais vantajoso e favorecendo a sua, agora, ex-equipa. Com a ida do base para Houston, os Clippers receberam em troca sete jogadores – Patrick Beverley, Sam Dekker, Lou Williams, DeAndre Liggins, Montrez Harrell, Darrun Hilliard Kyle Wiltjer – e ainda uma escolha na primeira ronda do draft de 2018.

Na passada temporada Chris Paul teve uma média de 18,1 pontos, 9.2 assistências, cinco ressaltos e 1,9 roubos de bola por jogo.

Chris Paul junta-se agora a James Harden, aumentando as expectativas sobre a equipa de Houston Fonte: Space City Scoop
Chris Paul junta-se agora a James Harden, aumentando as expectativas sobre a equipa de Houston
Fonte: Space City Scoop

A questão que se coloca agora é: como irão os Rockets montar esta equipa? Depois da melhor época da carreira de James Harden, que foi precisamente a jogar como base, a equipa anuncia a contratação de um mitíco jogador para a mesma exata posição. A discussão é grande entre os fãs de NBA, mas, honestamente, tenho a certeza que Mike d’Antoni, vencedor do prémio Melhor Treinador, saberá exatamente o que fazer com os jogadores que tem na mão.

Resta saber se a determinação dos Rockets em construir uma equipa capaz de pôr um travão aos Warriors, será suficiente.

Uma coisa é certa, ainda agora terminou a época de 2016/2017 e a de 17/18 já está a aquecer.

Foto de Capa: NBA

artigo  revisto por: Ana Ferreira