Bato palmas à “silly season” e às belas invenções dos jornais. O mercado de verão deste ano tem sido memorável. Casillas, Maxi Pereira, Lucas Limas, Drogba, Llorente, Rafa, Darder, Mitrovic, Mbemba, Mendy… Quase que podia encher este meu artigo de opinião com nomes associados ao FC Porto. São muitos. Demasiados! Posso confessar-vos que, numa anterior “silly season”, o Dragão viu serem-lhe apontados cerca de 50 jogadores. Ainda bem que não se concretizou! Dava para fazer duas equipas!
E quem fica? Perdão… e os que estão a mais? Ninguém fala neles? É que interessa-me saber o que vão fazer com a quantidade de excedentários que estão no plantel neste momento. Há uma quantidade estúpida de dinheiro investido em jogadores que “não andam nem desandam”. E posso começar já a nomeá-los: Quintero, Reyes, Adrian, Opare, Josué, Kléber e Rolando. São os primeiros nomes que me surgem assim de imediato. Nenhum destes jogadores têm sido mais-valias desportivas na última ou nas últimas épocas. Se não servem aos propósitos do treinador, para onde vão? Vão ficar no plantel a “ocupar espaço”? Vão ficar a treinar à parte?
Sorridentes… como espero que seja a época para o FC Porto Fonte: Facebook Oficial FC Porto
Ou vamos, como tem sido normal, deixar tudo para a última? Vamos chegar ao último dia do mercado de transferências a correr atrás deste e daquele clube para saber quem é que quer ficar com este ou aquele jogador? Pior do que isso é chegar a uma altura em que o plantel já deve estar todo definido para mandar alguém embora. Em parcas palavras: não faz sentido. Alguém que se mexa, que faça alguma coisa. Não são só as contratações que interessam mas também quem está a mais. Veja-se um exemplo de sucesso: Carlos Eduardo.
Neste momento há uma grande necessidade de liquidez e de aliviar a massa salarial. Se não conseguirem vender, emprestem. Não vale a pena pagar salários a quem pouco ou nada joga. Por vezes é preciso dar o braço a torcer e admitir o erro. E vender abaixo do preço de compra. Se o futebol fosse uma ciência exata era mais fácil. Mas não é!
Termino citando o “Tribunal do Dragão” numa opinião sobre a contratação de Casillas: “Continua a ser um jogador muito caro? Sim. Como são sempre os melhores do mundo. Mas é melhor a SAD andar a sustentar um Casillas do que andar a pagar por Bolats, Andrés e Ricardos para nunca sequer os utilizar. O problema não são os jogadores caros que rendem. São os baratos que não chegam sequer a ter oportunidade para render.”
A Praia da Baía encheu para assistir ao primeiro dia do Campeonato do Mundo de Futebol de Praia. No programa desta quinta feira acabou por não haver nenhuma surpresa, com Itália, Portugal, Argentina e Suíça a levarem a melhor nos seus confrontos de estreia.
Relativamente à seleção portuguesa, claramente é caso para dizer que o resultado foi bem melhor do que a exibição. Mesmo contando com o fator público a seu favor, a verdade é que a equipa de Mário Narciso não fez um jogo de encher o olho. O nervosismo pela estreia numa competição deste género sentiu-se, e a coesão defensiva japonesa ao longo de todo o encontro – com Ozu Moreira em destaque – acabou por levar a um menor rendimento da seleção portuguesa. Ainda assim, a equipa anfitriã da competição começou bem a partida, com o capitão Madjer, na sequência de um livre direto, a apontar o primeiro golo de Portugal no Mundial e o único marcado no primeiro período. O segundo acabou por trazer uma seleção mais afoita e rápida na procura pelo golo, muito em virtude da ação de Bê Martins, uma das principais surpresas na seleção nacional. Foi mesmo do jogador do Sp. Braga que saiu o segundo golo de Portugal, depois de um erro do guarda redes japonês. Aos 21 minutos da partida, Madjer, com um excelente remate de pé esquerdo, fez o terceiro golo de partida. Na altura, o Estádio, repleto de adeptos portugueses, pensava que o mais difícil estava feito e que a partida estava totalmente controlada. Esse acabou por ser um erro, pois o Japão reagiu bem e conseguiu reduzir a desvantagem até ao 3-2, fruto dos golos de Haraguchi e Matsuo. O espectro do empate ainda pairou sobre a Baía mas, aos 34 minutos, Alan Cavalcanti acabou por terminar com as dúvidas ao apontar, de pé esquerdo, o golo mais bonito da partida. O 4-2 foi o resultado final de uma exibição descolorida da seleção mas que acabou por conseguir os serviços mínimos, conseguindo os primeiros três pontos no Grupo A do Mundial.
Madjer apontou dois golos na vitória de Portugal Fonte: fifa.com
No jogo de abertura do Mundial, Itália e Costa Rica defrontam-se naquele que foi o duelo mais desequilibrado do primeiro dia de competição. Liderados por um magnífico Gabriele Gori, que apontou três dos seis golos italianos, a seleção comandada por Massimiliano Esposito foi sempre melhor ao longo do jogo e raramente deu oportunidades à Costa Rica de se mostrar. Por isso, não foi de estranhar que, apesar dos costa-riquenhos ainda terem chegado ao empate no primeiro tempo por intermédio de Pacheco, os transalpinos tenham dominado sempre as operações. Sem nunca forçar demasiado o ritmo e procurando sempre um gestão equilibrada do plantel, os italianos foram alargando a vantagem com o hat-trick de Gori, o bis de Zurlo e o autogolo de Villegas, chegando a uma vitória natural por 6-1, que lhe permitiu alcançar a liderança do grupo B, com os mesmos pontos da Suíça.
O jogo mais interessante da tarde acabou por ser o Argentina – Senegal. As duas seleções mostraram muita agressividade ao longo do jogo, mesmo que a pontaria não tenha sido a melhor na maioria das vezes. Ainda assim, o marcador foi aberto logo aos cinco minutos por Ibrahima Baldé, depois de uma bela jogada coletiva senegalesa. Os argentinos, teóricos favoritos a acompanharem Portugal rumo aos quartos de final no Grupo A, reagiram à desvantagem e acabaram por chegar até ao 4-1, fruto dos golos de Franceschini, Federico Hilaire, Luciano Sirico e Facundo Menici. Apesar da vantagem confortável, os albicelestes nunca souberam controlar verdadeiramente a partida, em virtude da excelente réplica que os senegaleses foram dando ao longo da partida. Mais forte fisicamente, a equipa africana foi tendo em Fall e Baldé as suas principais referências no jogo ofensivo. O Senegal acabou mesmo por fazer dois golos, reduzindo o marcador para 4-3 já no último minuto da partida, depois dos golos de Baldé (bisou na partida) e Papa Ndour. Apesar da derrota frente aos argentinos, a equipa do Senegal acabou por ser a surpresa do primeiro dia de competição, em virtude da agradável exibição que mostrou aos milhares de adeptos em Espinho. No próximo sábado, Senegal vs. Portugal e Argentina vs. Japão são os encontros de uma segunda jornada que poderá ser decisiva para definir os dois apurados deste grupo para os quartos de final.
Argentina e Senegal deram um excelente espetáculo Fonte: Facebook Fifa Beach Soccer World Cup
No último jogo do dia, a Suíça não teve dificuldades em bater o Omã por 5-2, numa partida em que o helvético Noel Ott – um dos melhores jogadores da atualidade – esteve em destaque, ao apontar três dos cinco golos da sua equipa. A equipa suíça cedo mostrou o seu favoritismo logo no primeiro período, marcando três golos e apenas permitindo uma ligeira reação do Omã, que por intermédio de Abdullah chegou a empatar o jogo a um golo. Ainda assim, o 3-1 com que terminou o primeiro tempo era resultado suficiente para que a Suíça se tenha apresentado no segundo período de forma mais tranquila, o que lhe permitiu elevar os níveis de qualidade apresentados. Neste período, a equipa capitaneada por Mo Yaeggy apontou os seus outros dois golos, com Ott a chegar ao hat- trick e Leu a colocar igualmente o seu nome no registo dos marcadores deste campeonato do Mundo de Futebol de Praia. No terceiro e derradeiro período, os suíços rodaram a equipa, baixaram o ritmo e permitiram ao Omã, que pouco fez ao longo do jogo, chegar ao segundo golo, por intermédio de Orami. Com a vitória no primeiro jogo, a Suíça chegou ao segundo lugar do Grupo B, com os mesmos três pontos da seleção italiana mas com uma diferença menor entre golos marcados e sofridos. Na segunda jornada deste grupo, também a ser disputada no próximo sábado, Omã e Itália defrontam-se às 13h, enquanto às 17h30 é a vez de a Suíça encontrar a Costa Rica.
Figuras do Dia: Gori e Ott – Foram, sem sombra de dúvidas, as grandes figuras do primeiro dia de competição, ao apontarem três golos cada um. Gori e Ott não defraudaram as expetativas relativamente ao seu valor. São, indiscutivelmente, dois dos melhores jogadores da atualidade e, nesta quinta feira, foram totalmente decisivos para as vitórias de Itália e Suíça.
Fora de Jogo: Stankovic e Belchior – Num jogo da Suíça, não ter um único golo de Stankovic para registo é algo insólito. No caso português, com Belchior, o caso não muda muito de figura. Ainda assim, esses são registos que, depois dos jogos que cada um fez, não são de estranhar, tal foi a apatia com que ambos estiveram no areal da Baía, em Espinho. Dotados de uma qualidade inegável, exige-se mais de duas das maiores figuras da modalidade.
Para aqueles que raramente acompanham o futebol de praia e que, por isso, não estão bem a par de quem são e do que valem verdadeiramente as equipas que participam neste mundial, fica uma dica prévia: o futebol de praia mudou muito nos últimos anos e, tal como dissemos no texto de antevisão ao grupo de Portugal, não será apenas a equipa brasileira a provocar problemas aos comandados de Mário Narciso. Por isso, acompanhe-nos nesta antevisão aos grupos B, C e D do Campeonato do Mundo de Futebol de Praia 2015.
Grupo B:
Este é um grupo com dois candidatos claros à passagem para os quartos de final. Falamos, pois claro, das seleções da Itália e da Suíça, equipas bem mais fortes que as do Oman e Costa Rica. No que à seleção italiana diz respeito, é caso para dizer que os comandados de Massimiliano Esposito apresentam-se nesta competição como uma das mais sérias candidatas a ganhar a competição. De facto, não deixa de ser interessante acompanhar o percurso recente dos transalpinos, que, depois de um período em que andaram praticamente desaparecidos do panorama da modalidade, voltaram a mostrar-se como uma das melhores formações mundiais. Apesar de nunca terem vencido o Campeonato do Mundo, a Itália já foi finalista em 2008, foi vencedora da Euro Beach Soccer League em 2005 e vem da conquista de uma medalha de prata nos Jogos Europeus de Baku, no Azerbaijão.
Estes são predicados suficientes para se perceber que a equipa italiana chega a Espinho com uma vontade enorme de continuar com os bons resultados e exibições que tem produzido nos últimos meses. No seu plantel, destaque em primeiro lugar para um dos melhores guarda redes do mundo: Spada. De seguida, é importante realçar o papel de alguns “históricos” como Ramaciotti, Palmacci ou Corosiniti, figuras de longa data na seleção italiana. Ainda assim, o destaque maior desta seleção vai para Gabriele Gori, um avançado de 28 anos que atua com a camisola 10 e que é um verdadeiro mágico das areias. É, sem dúvida nenhuma, um dos mais fortes candidatos a ganhar a Bola de Ouro, relativa ao melhor marcador da competição.
Spada é um dos melhores guarda redes do Mundo Fonte: italianbeachsoccer.weebly.com
Em relação à seleção suíça, é caso para dizer que, apesar de estar num patamar inferior à Itália, esta pode ser outra das boas surpresas da competição. Comandada por Angelo Schrinzi, ex-jogador de futebol de praia da Suíça, os helvéticos chegam a Espinho depois de um 4.º lugar nos Jogos Europeus (perderam a medalha de bronze frente a Portugal), tendo sido igualmente finalistas no Mundial de 2009 e vencedores da Euro Beach Soccer League em 2012. No que ao seu plantel diz respeito, destaque claro para Valentin Yaeggy, um guarda redes de grande qualidade, Phillip Borer, uma das referências da seleção, e Mo Yaeggy, irmão de Valentin e que possui uma qualidade técnica de remate acima da média. Ainda assim, o destaque maior vai para dois jogadores que têm tudo para brilhar na Praia da Baía. Em primeiro lugar, temos Noel Ott, que, com apenas 21 anos, é considerado uma das maiores promessas do futebol de praia mundial; depois, temos Dejan Stankovic, um avançado de 29 anos com uma capacidade física assombrosa. É, a par de Gori, outro dos candidatos mais fortes ao prémio Bota de Ouro.
Neste grupo, Costa Rica e Omã terão, à partida, poucas ou nenhumas hipóteses de apuramento. Os costa-riquenhos não têm qualquer registo assinalável em termos de classificação em mundiais e, no seu plantel, destaque apenas para Danny Johnson, que poderá surgir como revelação. Relativamente a Omã, foi vencedora dos Jogos Asiáticos em 2008 mas a sua qualidade será manifestamente insuficiente quando comparada com a de italianos e suíços no grupo B.
Grupo C:
A meu ver, o Grupo C é o mais equilibrado da competição. Ainda assim, conta com dois favoritos claros ao apuramento para a fase seguinte: o Brasil e a Espanha, sendo que Irão e México procuram fazer surpresa em Espinho. Falar do Brasil é falar de uma seleção que chega com um registo absolutamente notável à Praia da Baía. Em 17 campeonatos do mundo disputados, o Brasil venceu em 13 ocasiões, o que demonstra bem o poderio da equipa canarinha. Ainda assim, também é importante realçar que o título já foge aos brasileiros desde 2009, quando venceram a Suíça na final por 10-5. Nos últimos dois mundiais, o Brasil foi segundo classificado em 2011 e terceiro em 2013. Por isso, a equipa comandada pelo ex-jogador brasileiro Júnior Negão chega à cidade espinhense com o objetivo de reconquistar o título que lhe foge há seis anos. Para isso, conta com alguns dos melhores jogadores do mundo, como o guarda redes Mao, o veterano Jorginho, Fernando Ddi, que já passou pela equipa do Sporting e ainda Datinha, uma das possíveis revelações da competição. Ainda assim, a grande estrela da companhia é mesmo Bruno Xavier, que, com 30 anos, é porventura o favorito maior ao prémio de melhor jogador do torneio. Digno de um pé direito fabuloso, Xavier é sem dúvida a figura maior brasileira e promete dar espetáculo nas areias portuguesas.
Bruno Xavier é um dos melhores jogadores da atualidade Fonte: beachsoccer.com
A candidata maior ao segundo lugar deste grupo é a Espanha. Os nossos vizinhos, comandados pelo histórico Joaquin Alonso, chegam a Espinho sem nenhum mundial conquistado mas com três finais disputadas no seu historial, em 2003, 2004 e 2013. Para além disso, os espanhóis já venceram a Euro Beach Soccer League em cinco ocasiões: 1999, 2000, 2001, 2003 e 2006. É por isso com a esperança em fazer história que nuestros hermanos surgem na Praia da Baía com legítimas aspirações a um lugar de destaque na competição. Para o conseguirem, contam sobretudo com a experiência e qualidade do guarda redes Dona, uma das figuras históricas da seleção nacional espanhola, com 32 anos. Para além do guardião, destaque para os incontornáveis Pajon, António, Juanma e Nico, que oferecem segurança e estabilidade à equipa. Ainda assim, a maior figura desta seleção é mesmo Llorenc, considerado por muitos o sucessor do lendário Emanuel Amarelle, que durante tantos anos foi a figura de proa da seleção espanhola. Llorenç é, sem dúvida, um dos melhores executantes na atualidade e é outro dos fortes candidatos a levar o título de melhor jogador do torneio.
Ainda neste grupo reside uma seleção que, apesar de não ter grande historial, promete muito à partida para este mundial. Referimo-nos ao Irão, uma seleção que, no último mundial de 2013, chegou aos quartos de final da prova, tendo sido eliminada apenas pela bi-campeã do mundo Rússia. Comandados pelo brasileiro Marco Otávio, os Iranianos têm em Mohammad Ahmadzadeh a grande referência da equipa e a principal esperança em conseguirem um bom resultado nas areias de Espinho. A outra equipa deste grupo é o México, uma seleção que em 2007 conseguiu chegar à final do Mundial, tendo perdido no jogo decisivo frente ao Brasil. Com Ramon Raya a liderar a equipa, Saúl Ramirez será muito provavelmente a grande referência mexicana na luta pelo difícil apuramento para os quartos de final do Mundial.
Llorenç é a grande referência da seleção espanhola Fonte: FIFA
Grupo D:
O último grupo deste torneio é porventura o mais desequilibrado dos quatro. E isto porque, ao contrário do que acontece nos restantes três grupos, neste apenas surge um nome como favorito ao apuramento para os quartos de final. Como não podia deixar de ser, é a Rússia que aparece como figura de proa neste emparelhamento, chegando à cidade de Espinho depois de ter vencido os últimos dois mundiais de futebol de praia. É, com grande segurança, talvez a maior favorita a vencer a competição, tendo em conta o verdadeiro luxo com que conta no seu plantel. Liderados pelo experiente Mikhai Likhachev, os russos têm uma das suas principais figuras na baliza, com Andrey Bukhlitskiy a ser um verdadeiro monstro entre os postes.
No restante plantel, destaque para jogadores como Alexey Makarov, Anton Shkarin, Dmitrii Shishin e Shaikov, jogadores com muita tarimba e cuja qualidade técnica e tática é inegável. Ainda assim, a grande referência desta seleção é o capitão Leonov, que, com 35 anos, é o verdadeiro farol desta seleção e um dos prováveis candidatos ao prémio de melhor jogador do torneio. Mais do que os valores individuais que possui, a grande vantagem da equipa soviética é mesmo o forte coletivo que a equipa demonstra nas competições a doer.
A Rússia é a grande favorita da competição Fonte: FIFA
Do leque das restantes seleções do grupo, destacamos ainda assim o Taiti, provavelmente a equipa mais apetrechada para seguir com os russos para os quartos de final. Depois de terem alcançado em casa, no último mundial, um histórico 4.º lugar, a seleção comandada por Tehina Rota procura em Espinho dar seguimento à excelente classificação obtida em 2013. Para isso, tem em Li Fung Kuee a sua grande referência e o garante de qualidade à seleção.
De seguida, temos a seleção do Paraguai, que chega pela segunda vez consecutiva a um campeonato do Mundo. Ficaram-se pela fase de grupos no Mundial de 2013 e, por isso, mesmo contando com um espírito incansável – típico das equipas sul-americanas – muito provavelmente não farão grande figura na Praia da Baía. Por último, encontramos a única seleção estreante em competições deste género: Madagáscar. Liderados pelo francês Claude Barrabe, a equipa africana poucas ou nenhumas hipóteses terá de fazer história nesta competição, dada a falta de qualidade e experiência da sua seleção.
Ainda assim, e tal como começámos este texto, facilmente ficamos a perceber que há um lote de cinco/seis equipas que podem lutar por esta competição. Brasil e Rússia são os principais favoritos à vitória final no Mundial, mas seleções como a portuguesa, espanhola, italiana e suíça podem também fazer história na Praia da Baía. Serão 32 jogos de grande intensidade e com qualidade garantida, não fosse o futebol de praia uma das mais espetaculares modalidades. Sol, praia, público e muita festa são os ingredientes que Espinho apresenta ao mundo, a partir desta quinta feira. Só falta é que, no dia 19 de julho, este Campeonato do Mundo termine em beleza e, se possível, com a vitória da nossa seleção!
Bryan Ruiz foi finalmente confirmado como jogador do Sporting para as próximas três épocas. Tudo está bem quando acaba bem, como se costuma dizer, e a verdade é que a chegada do jogador costa-riquenho é um importante marco na mudança da filosofia seguida nos últimos dois anos para o reforço da equipa. Apenas um reforço contratado até ao momento (o guarda-redes Azbe Jug não tem esse estatuto) parece revelar uma cautela criteriosa na escolha das aquisições, contrariando assim um passado recente. Se assim se confirmar não duvido de que, à semelhança do que tantas vezes aqui afirmei, esta é a forma e o método que mais nos aproxima da possibilidade do êxito.
De onde vem Bryan Ruiz?
Provavelmente há muitos adeptos Sportinguistas que ainda se lembram do serpentear de Bryan Ruiz entre os nossos defensores, com a camisola do Twente, numa renhida pré-eliminatória para a Liga dos Campeões que acabaria por nos sorrir. Na altura augurava-se-lhe um futuro radioso que não se chegou a confirmar em plenitude. É isso que torna possível que Ruiz chegue agora até nós a um preço então improvável, mesmo sendo já um trintão (completa 30 anos a 18 de Agosto) quando vestir a nossa camisola.
Mas o jogador, que saiu da Holanda em direcção a Inglaterra à procura do sucesso e reconhecimento, custou então aos cofres do Fulham 10,6 milhões de libras, sem contudo conseguir justificar o investimento. Os 24 golos que havia marcado pelo Twente e que tinham aberto o apetite ao clube inglês depressa deram origem à decepção que redundou no empréstimo ao PSV, sem conseguir recuperar o fulgor anteriormente exibido.
É esse o jogador que agora ingressa no Sporting. Um jogador que ficou aquém do valor potencial, com fama de lhe faltar a adequada atitude competitiva, o que o faz ser inconstante e desaparecer nos momentos decisivos. As dúvidas até se podem justificar pelo trajecto pessoal, mas creio que as suas superiores qualidades técnicas não mereceram uma correspondente gestão de carreira, acabando, como tantas vezes acontece a inúmeros jogadores, a contribuir para a respectiva penumbra. Tem agora no Sporting e nas mãos e cabeça de Jorge Jesus a possibilidade de confirmar que não tem apenas aura, é efectivamente um craque dos pés à cabeça. Isso é perfeitamente possível desde que não aterre a pensar que encontrará facilidades no nosso campeonato.
Quem é então Bryan Ruiz?
Ruiz é um jogador dotado de refinadíssima técnica individual, o que é de certo modo atípico num jogador com quase 1,90m (1,88m). Tem tudo, por isso, para se tornar um menino querido dos adeptos, a quem a sua técnica muitas vezes deliciará. É exímio no último passe, muito bom a executar bolas paradas, quer com intuito de marcar em livres directos, quer a servir os colegas. Na zona frontal à baliza, que consegue alcançar especialmente quando joga sobre a direita e flete para o centro, é letal, por via do seu pé esquerdo, que tanto é capaz de finalizar em força como em supless. Tem também um bastante razoável jogo de cabeça. À semelhança do que já fez no Twente pode ter importância decisiva tanto a criar oportunidades como a concretizá-las.
Onde jogará Ruiz?
O costa-riquenho é um jogador versátil, que tanto pode jogar a “10”, “11” ou até mesmo a “9”, embora esta posição só mesmo como recurso. Como JJ já afirmou que jogará em “4-4-2”, é muito possível que vejamos Bryan jogar na posição “10”, até porque o treinador também já demonstrou gostar de que as alas sejam ocupadas por jogadores velozes e capazes de exercer um permanente vai-vem, o que não serão de todas as melhores características de Ruiz.
Conclusão
O título do post tem uma referência cinéfila que reporta a um filme dos Monty Python, “A vida de Bryan”, cujo protagonista é permanentemente confundido com o Messias. Isso não será com toda a certeza o que devemos esperar de Bryan Ruiz ou mesmo exigir dele. Mas será, desde que haja alguma normalidade, um reforço efectivo do plantel e, correndo bem, um dos nomes incontornáveis do próximo campeonato.
Numa altura em que está por horas a confirmação oficial de que Casillas será o novo e mais sonante reforço do Futebol Clube do Porto, continuamos a não ver resolvida a verdadeira questão central: faixas laterais e um central.
Ninguém tem dúvidas de que Iker Casillas, pese embora as últimas épocas com vários altos e baixos, é um guarda-redes de excelência e, com a sua chegada a Portugal, será de longe o melhor guardião a jogar no nosso campeonato. Mas – existe sempre um “mas” – e Helton? Bem sei que recusar um “Casillas desta vida” é dar um tiro nos pés, embora me custe ver o eterno H1, com uma recta final de época fantástica, ter as taças e jogos de menor risco da Champions como competições destinadas. Mas esse assunto terá de ser resolvido pelo meu Porto, e acredito que não deixarão Helton cair no esquecimento. Quanto a este ponto, estamos resolvidos.
Agora, o que me preocupa e deixa reticente, embora o mercado ainda vá longe do seu término, é a falta de “agressividade” em busca de dois jogadores que possam ser indiscutíveis para as faixas laterais e um defesa-central (de preferência de pé direito) que se assuma como patrão da defesa ao lado de Marcano. Depois da saída de Danilo ainda no decorrer da última época, os responsáveis da SAD portista tiveram mais que tempo para tentar garantir, por exemplo, a contratação de Bruno Peres (Torino), Maike (Cruzeiro), Marcos Rocha (Atlético Mineiro) ou Douglas – todos estes jogadores associados ao clube da Invicta, quer a título definitivo ou a título de empréstimo
Daquilo que conheço dos jogadores, e inclinando-me mais para a política das contratações a título definitivo, os jogadores que mais gostava de ver no meu clube seriam Bruno Peres ou Marcos Rocha: o primeiro já tem experiência na Europa, e quem o viu jogar notou certamente semelhanças a nível de entrosamento ofensivo com Danilo; o segundo, não tendo experiência europeia, tem a seu favor o facto de ser o melhor lateral-direito do “Brasileirão”, demonstrando isso com sucessivos prémios individuais para as equipas do ano daquele campeonato.
Iker Casillas pode ser a contratação-bomba do Dragão Fonte: Página de Facebook de Iker Casillas
Sei, porém, que o leitor está a pensar: “então e Maxi?!”. Esta é uma pergunta pertinente à qual respondo que, na minha óptica, Maxi é um “pau de dois bicos”: se, por um lado, tem uma raça e querer fantásticos, por outro lado, tenho a certeza de que no Dragão não gozará da mesma impunidade que sempre teve na Luz, e isso seria o mesmo que tê-lo expulso metade dos jogos de Dragão ao peito. A juntar a isto, os dois milhões que auferirá por época também não me convencem, se bem que, para ir buscar um Diogo Figueiras ou um Pereirinha, prefira Maxi! Caso adapte o seu jogo à realidade da violência permitida em 17 dos 18 estádios do campeonato português, então aí posso ter algum conforto quanto à sua transferência.
Não esqueçamos que a permanência de Alex Sandro também ainda não é certa, e, caso isso não aconteça, LIVREM-ME de Indi ou Reyes a lateral esquerdo! Mas neste caso o “dossier Alex” é menos preocupante, sabendo que necessitaremos sempre de um jogador para a segunda opção (caso o brasileiro se mantenha, coisa que espero).
Mudando a posição mas não deixando de ser preocupante, falta um “centralão” para comandar a defesa azul-e-branca. Marcano, na minha opinião, é o senhor do lado esquerdo da posição central, dada a sua qualidade muito acima da média; já Maicon continua sem me dar aquela tranquilidade que eu sempre indiquei como seu maior defeito: treme muito nos momentos decisivos, nunca sabemos se vai sair a jogar facilmente ou irá complicar. Em suma, é como Fabiano, ex-guarda-redes do nosso plantel. Indi ainda não entrou na realidade da equipa e Reyes continua a mostrar-se “verdinho”. Dado isto, e sabendo que o plantel necessita de pelo menos quatro centrais, estes três fariam parte na certa: Marcano, Indi e Lichnovsky (jovem internacional pelo Chile de enorme margem de progressão). Maicon poderia sair caso surja uma proposta de 8-10 milhões; Reyes seria emprestado e aí teria de entrar um tal quarto elemento, de preferência experiente, que conhecesse a casa e com tarimba internacional. De vários nomes em que podemos pensar, Bruno Alves, Rolando ou Ricardo Costa poderiam perfilar-se como candidatos, mas isso parece-me improvável. Se no caso de Bruno Alves seria o retorno de alguém sempre acarinhado mas cujo salário poderia ser um entrave, no caso de Rolando os recentes problemas com a SAD dificultariam a sua inclusão no plantel. Já Ricardo Costa é sempre uma dúvida, pois não sabemos a forma em que o mesmo se encontra. Ainda assim, preferia ver um português a um estrangeiro, daí os nomes apontados acima.
Para o meio campo, só aceitaria ver chegar Óliver, pois penso que já temos um sector intermediário de enorme força e potencial, onde Imbula será, certamente, o grande motor daquele provável trio.
Bueno é uma das caras novas no plantel do FC Porto Fonte: Página de Facebook do FC Porto
Resta agora pensar no ataque, e as mais recentes notícias surgem a apontar o costa-marfinense Drogba ao ataque dos Dragões. Ao início, como qualquer mortal, achei a notícia completamente ridícula, mas depois de alguma pesquisa e alguns rumores (que não passam disso mesmo) parece que a Samsung, reconhecida marca internacional, poderá estar por trás deste negócio, pois o avançado africano é uma das caras da marca (bem como Casillas) e existem conversações para a mesma ser a nova patrocinadora do Futebol Clube do Porto, o que, a nível de marketing e publicidade, traria muito a ganhar a todas as partes: clube e Samsung.
Quanto a esta notícia, é esperar para ver, embora eu tenha um curioso ponto de vista em relação aos reforços, e existe um em particular que me chama a atenção: Bueno. Desde o ano passado (ainda antes de este ser associado ao Porto), estava a ver jogadores da liga espanhola que eram destaque e comentei com um amigo com quem estudei em Sevilha “quem é este Bueno? As movimentações dele fazem-me lembrar as do mítico Raul!”, ao que ele me respondeu que muita gente em Espanha faz essa associação! Agora, é claramente jogador para jogar em 1-4-4-2, coisa que me parece que será não mais do que uma alternativa. Caso seja para jogar como PL fixo ou numa das linhas, antevejo um final como o de Adrián!
Posto isto, e sabendo que muita tinta ainda vai correr, desejo com calma e serenidade ver o meu plantel cada vez mais definido e sem “erros de casting” no que toca a contratações. Para finalizar, alegra-me ver que o Porto começa a olhar também para a expansão do clube (ainda mais), e isso vê-se com certas contratações que, sem dúvida, fariam entrar muitos milhões em publicidade no clube! Mas o que me interessa, em primeiro, são os títulos, e este ano não perdoo se o meu clube não for campeão!
Finalmente, o Mundial de Futebol de Praia chegou a Portugal. Depois de tantos Mundialitos – em cidades como a Figueira da Foz, Portimão e Gaia – chegou a vez de acolher a prova mais importante de uma modalidade que prende, por alturas do verão, milhares de adeptos às bancadas e às televisões.
A receita é muito simples: bom tempo, bancadas repletas, excelentes jogadores e um jogo absolutamente apaixonante, dividido em três períodos de 12 minutos. Durante 10 dias, a Praia da Baía vai receber diariamente cerca de 3300 pessoas para ver 16 seleções a disputar em 32 jogos o título de campeão do mundo, que pertence atualmente à seleção da Rússia. Apesar de todas as equipas presentes terem executantes de grande qualidade a nível técnico, a verdade é que, como não podia deixar de ser, existe um lote de equipas favoritas a levantar o troféu mais desejado no dia 19 de julho. Para isso, deixamos-lhe uma antevisão de cada um dos quatro grupos que compõem o Campeonato do Mundo de Futebol de Praia 2015.
Espinho vai acolher o Campeonato do Mundo Fonte: visitportugal.com
Grupo A:
O primeiro grupo desta competição tem como destaque a nossa seleção. Portugal é, como não podia deixar de ser, uma das principais favoritas a conquistar a competição. Todavia, desenganem-se aqueles que consideram que o Brasil é o único verdadeiro oponente da equipa comandada por Mário Narciso. Existe um conjunto de seleções europeias com as quais Portugal tem um largo histórico de confrontos e que prometem complicar a vida portuguesa.
A seleção portuguesa chega com a natural pressão de disputar o Mundial em casa, um fator que tanto pode ser favorável como desfavorável – por um lado, os jogadores terão o forte apoio do público mas por outro a exigência será ainda maior que o normal. A seleção portuguesa apenas venceu o Mundial numa ocasião, em 2001, numa altura em que a competição ainda não estava sobre a égide da FIFA. Desde essa conquista em areias francesas, destaque para terceiro lugar conquistado em 2011 em El Salvador e para a não presença da seleção nacional no último mundial disputado, em 2013, no Taiti.
Na equipa portuguesa, destaque para o tridente dourado composto por Madjer (melhor marcador nos mundiais de 2005 e 2006; melhor jogador nos mundiais de 2002, 2004, 2005, 2006 e 2008); Alan (melhor marcador mundial em 2001 e melhor jogador mundial em 2002) e Belchior (terceiro melhor jogador e terceiro melhor marcador do mundial em 2008). É sobretudo nestes três executantes que residem as maiores esperanças dos adeptos portugueses. Ainda assim, na equipa comandada por Mário Narciso pontuam outros jogadores de excelente qualidade e que muita ajuda podem dar a Portugal. Falamos de Elinton Andrade (guarda redes que já passou pelo Marselha), Bruno Torres, Rui Coimbra, Jordan Santos, José Maria e a nova coqueluche lusitana: Bê Martins.
Madjer é a principal referência da seleção nacional Fonte: beachsoccer.com
Para além de Portugal, temos no grupo A as seleções do Japão, Argentina e Senegal. A equipa nipónica é a adversária no jogo de estreia da seleção nacional e tem em Ozu – um jogador brasileiro naturalizado japonês – a sua principal revelação. Relativamente aos japoneses, comandados pelo brasileiro Marcelo Mendes, que já foi selecionador de Portugal, destaque para o quarto lugar alcançado no Campeonato do Mundo de 2005.
A Argentina é, porventura, a adversária mais complicada das que surgem no caminho de Portugal na fase de grupos. Comandados por Gustavo Casado, os albicelestes contam com um dos jogadores que podem ser figuras de destaque: Luciano Franceschini, um defesa de 31 anos que foi considerado MVP no último mundial. Por último, a equipa do Senegal, que, em teoria, é a mais fraca deste grupo A. No último mundial, disputado em 2013, a seleção africana não passou da fase de grupos. Ainda assim, apenas não se apurou devido aos critérios de desempate, pois terminou a primeira fase com os mesmos três pontos da Ucrânia – equipa a quem venceu – e o Irão, a formação que acabou por ser apurada para a fase a eliminar. Na equipa senegalesa, destaque para Babacar Fall, um avançado de 26 anos cujo selo de qualidade é garantido.
Nesta quarta-feira, Maxi Pereira deverá assinar pelo FC Porto. Comentei há dias com amigos que, neste mercado de transferências, todos os dias parecem ser o 1 de Abril – o célebre dia das Mentiras. Mas tudo é realidade, tudo é loucura, nada é gratidão, nada é prudência. Foi assim no caso Jorge Jesus, é assim no caso Maxi Pereira.
Desde que se lançou o fumo sobre a não renovação de Maxi Pereira, eu sempre soube que também havia fogo. Pelo comportamento do Benfica, do jogador e do seu empresário, percebeu-se que as coisas que já não estavam encaminhadas para o uruguaio ficar na Luz, estando sempre perfeitamente aberta a porta de Alvalade e do Dragão. Ambos os rivais tentaram mais um golpe ao bi-campeão, mas o Porto levou a melhor porque tem mais dinheiro para oferecer 16 milhões de euros a um jogador de 32 anos.
Considero quase tudo patético neste caso. O altíssimo salário que o Benfica propôs ao jogador, o tempo que se demorou a resolver a questão, a atitude de um jogador que vestiu de águia ao peito durante oito anos e, sobretudo, o investimento absurdo do FC Porto no vencimento do lateral uruguaio.
Maxi Pereira terminou contrato e não renovou com o Benfica Fonte: Sport Lisboa e Benfica
Não vou escalpelizar cada uma destas questões porque acho que elas falam por si e não há muito mais para acrescentar. Apenas concluo, com mais este caso, que cada vez mais se estão perder os valores do futebol, esse tão apaixonante desporto. Maxi, como se vê, não tem problemas nenhuns em trocar o clube que lhe o levou ao topo das suas plenitudes pelo seu maior rival. Ao que parece, o exemplo dentro e fora de campo, ídolo de tantos benfiquistas, também sabe ser ingrato. No fundo, são todos iguais. E iguais no mau sentido. São situações como esta que fazem com que os adeptos não comprem camisolas com nomes de jogadores, não idolatrem jogadores ou treinadores e vão menos vezes aos estádios.
Mas estas são outras discussões. O que conta para o momento é que, em menos de um mês, o Benfica perde dois símbolos do sucesso dos últimos anos para os seus maiores rivais. Isto quer dizer várias coisas, mas, de entre as mesmas, a que me dá gozo destacar é a ganância dos rivais pelo “caceteiro” do Benfica e do “broeiro” treinador encarnado, ao ponto de fazerem negócios perigosos e imprudentes.
A imprensa desportiva portuguesa vai adiantando que um dos dois jogadores que Jorge Jesus irá fazer subir do Sporting B ao plantel principal verde-e-branco é o extremo Gelson Martins, jovem internacional sub-20 português que vem de uma excelente temporada pelo conjunto orientado por João de Deus e de um Campeonato do Mundo onde assegurou algum destaque.
Trata-se, na verdade, de um futebolista nascido a 11 de Maio de 1995 na Praia, Cabo Verde, mas que cedo viajou até Portugal, onde começou a sua carreira futebolística no Futebol Benfica, isto antes de transitar para o Sporting na temporada 2010/11.
No emblema de Alvalade, haveria de se estrear no futebol sénior precisamente na temporada passada, ao serviço da equipa B, sendo que o seu impacto foi imediato, ou não tivesse o extremo de 20 anos somado 40 jogos e seis golos na Segunda Liga.
Extremo que entusiasma
Tendo tido diferentes funções ao longo do seu percurso de formação, a verdade é que isso garantiu a Gelson Martins uma interessante polivalência, sendo que o internacional sub-20 português já jogou em posições tão distintas como lateral-direito ou médio-centro.
Inegável, de qualquer forma, é que é a extremo que o jovem sportinguista mais se destaca, fruto da sua velocidade e qualidade técnica, características que o tornam fortíssimo em lances de um contra um e lhe permitem oferecer muita verticalidade ao seu flanco, seja o direito (preferencial) ou esquerdo.
Gelson Martins é uma das promessas do Sporting Fonte: Sporting Clube de Portugal
Diamante necessita da lapidação de Jesus
Dono igualmente de uma boa capacidade finalizadora, seja a média ou curta distância, a verdade é que Gelson Martins tem tudo para se assumir como um extremo de topo, embora seja honesto realçar que este diamante ainda terá de ser alvo de lapidação, sendo aí que Jorge Jesus se poderá assumir como decisivo.
Afinal, o novo treinador do Sporting, que terá identificado todo o óbvio potencial do jovem luso-caboverdiano, também terá percebido que haverão algumas arestas a limar, nomeadamente no capítulo da definição, onde nem sempre o extremo toma a melhor decisão, seja porque opta por uma finalização quando se lhe exigia um passe, ou por exagero nas iniciativas individuais.
Este fim de semana decorreu a 4.ª etapa do campeonato do mundo de Downhill. A pista onde se realizou a prova foi em Lenzerheide, Suíça. Os atletas depararam-se com um percurso cheio de pó, com muitas pedras e partes inclinadas, obstáculos que punham a técnica dos participantes à prova.
Na sexta feira, dia 3 decorreram as classificações. Nos juniores, o terceiro classificado foi Charlei Harrison com o tempo de 3:16.028, em segundo lugar classificou-se o atleta Alex MarinTrillo com o tempo de 3:14.903 e no topo do pódio ficou Laurie Greenland com o tempo 3:13.737.
Nas elites femininas em terceiro lugar ficou Manon Carpenter com o tempo de 3:37.197, em segundo lugar , com um tempo de 3:29.032 ficou a atleta Rachel Atherton e em primeiro lugar classificou-se a francesa Emmeline Ragot com o tempo de 3:26.808.
Nos elites masculinos em terceiro lugar classificou-se o Australiano Connor Fearon com o tempo de 3:04.346. No segundo posto ficou Aaron Gwin, atleta da Specialized, com o tempo de 3:04.250 e no primeiro lugar ficou o Francês Loic Bruni com o tempo de 3:03.823.
A final foi marcada por algumas alterações na tabela classificativa. Nos juniores o vencedor foi Laurie Greenland, com o tempo de 3:05.884, superiorizando-se a Andrew Crimmins, que fez uma recuperação notável em relação ao tempo da classificação, e a Alex Marin Trillo respectivamente.
Nas elites femininas a vencedora foi a Britânica Rachel Atherton. A sua experiência fez que esta atleta atingisse o tempo de 3:28.126, ficando à frente de Manon Carpenter que ocupou o segundo lugar do pódio e a Tracey Hannah que concluiu a prova em terceiro lugar. Os elites masculinos, foi a categoria onde houve mais alterações em relação aos resultados da classificação.
Em terceiro lugar, com um tempo de 3:02.342 ficou Dean Lucas, atleta da Devinci. No segundo lugar aparece Loic Bruni da Lapierre, com o tempo de 3:01.495. O vencedor desta categoria foi Greg Minnaar, que atingiu esta vitória ao conseguir o tempo de 3:00.535, sendo a 18.ª vez que este pisou o lugar mais alto do “caixote” nas provas do campeonato do mundo.
Greg Minnaar esteve em destaque Fonte: Pinkbike
Com estes resultados, a classificação geral ficou da seguinte forma: em terceiro lugar encontra-se Greg Minnaar com 633 pontos, em segundo Lugar Loic Bruni com 645 pontos e em primeiro lugar Aaron Gwin com 749 pontos.
A próxima ronda realizar-se-á em Mont-Saint-Anne (Canadá) nos dias 1 e 2 de Agosto.
Arrepiante, quase inacreditável e histórico. Na madrugada de domingo, 5, para segunda-feira, 6 de julho, os Estados Unidos da América derrotaram o Japão (5-2) na final do Campeonato Mundial Feminino de Futebol. Pela primeira vez na história da competição uma equipa chega ao terceiro título (1991, 1999 e 2015).
Carli Lloyd. É dela, tem de ser dela, o maior destaque. De muitas se faz uma equipa e com muitas se conquistam títulos, mas na final do Mundial mais mediático de sempre foi a jogadora dos Houston Dash a fazer história. Se até então nunca uma equipa havia marcado mais do que três golos numa decisão… Aos 20 minutos já Lloyd somava três golos.
Não é um erro, não. Em 20 minutos, vinte!, os Estados Unidos conseguiram um começo arrasador e quatro golos frente à segunda melhor equipa do mundo, o Japão, que procurava revalidar o título conquistado em 2011, frente aos mesmos EUA, nas grandes penalidades.
A equipa de futebol feminino dos Estados Unidos é um verdadeiro caso de uma junção agradável de fenómenos técnicos, tácticos e, também, de popularidade. Nunca o futebol (o verdadeiro futebol) foi tão popular no país, e o que as comandadas de Jill Ellis fizeram mais ninguém faz. São elas o principal rosto da modalidade no país, não a equipa masculina, e o povo sabe-o. Sabe-o e sai às ruas para assistir aos encontros, para celebrar, para lhes agradecer. É uma verdadeira festa, e o Mundial deste ano, no Canadá e a poucos quilómetros de casa, não foi excepção.
Vamos ao jogo jogado: de Lloyd se fez a história, sim, mas atrás da ponta-de-lança de 32 anos estava uma verdadeira equipa. E é aí que reside a fórmula de sucesso dos EUA, campeãs olímpicas em 2012, vencedoras da CONCACAF em 2014 e agora do Mundial. Da solidez de Hope Solo (a melhor guarda-redes do torneio) na baliza à consistência de Ali Krieger e Kelley O’Hara na defesa (não esquecendo Julie Johnston) e Heather O’Reilly, Lauren Holiday, Tobin Heath e Morgan Brian no meio-campo, o conjunto tem assegurada qualidade técnica e táctica quer em tarefas defensivas quer ofensivas, quando são chamadas à causa jogadoras como Amy Rodriguez, Sydney Leroux e, claro, Alex Morgan, uma das figuras da equipa (e até do Mundial anterior, quando tinha apenas 22 anos).
Como pilares que sustentam toda uma grande estrutura estão Christie Rampone e Abby Wambach, que ontem, já nos instantes finais do duelo, entraram em campo para pouco depois poderem erguer o troféu. Uma na defesa, com 40 anos e 308 jogos, a outra lá na frente, com 35 e 249 jogos. Ellis, a capitã, não temeu e tirou-as do ‘onze’ quando teve de o fazer, caso dos encontros a eliminar, mas não hesitou em fazê-las regressar num momento marcante para a equipa, para as jogadoras e para o país.
Porque uma final se faz de duas equipas, também o Japão merece palavras. Campeãs em título, as pupilas de Norio Sasaki – que chegou a colocar a eterna Homare Sawa em campo naquele que foi o seu sexto (!) mundial – tinham a há anos impensável possibilidade de igualar os EUA e a Alemanha (2003 e 2007) com dois títulos mundiais e revalidar o troféu conquistado há quatro anos, em Frankfurt. O começo histórico de Lloyd cortou-lhes as aspirações. Mas não o sangue nipónico, que continuou a correr ao longo dos 90 minutos e ainda se viu semi-compensado, com o conjunto derrotado a chegar mesmo ao segundo golo no começo da última parte. A resposta, no entanto, não tardaria e uma vez mais a ‘equipa azul’ via-se fora do jogo.
Percurso do Japão até à final: 1-0 vs Suíça, 2-1 vs Camarões e 1-0 vs Equador [fase de grupos]; 2-1 vs Holanda, 1-0 vs Austrália, 2-1 vs Inglaterra;
Percurso dos EUA até à final: 3-1 vs Austrália, 0-0 vs Suécia, 1-0 vs Nigéria [fase de grupos]; 2-0 vs Colômbia, 1-0 vs China, 2-0 vs Alemanha.
O Campeonato do Mundo de Futebol Feminino de 2015, recorde-se, disputou-se sempre em relva sintética e foi o primeiro da história a contar com a presença de 24 equipas.
Foto de capa: Página de Facebook do FIFA Women’s World Cup