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Um jogo à Premier

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Glóbulos Vermelhos

Bem sei que os sportinguistas têm razão de queixa da arbitragem. Não o nego, não sou cego ao contrário do Paulo Fonseca na cuspidela do Josué. Percebo, por ser um jogo desta dimensão, que se queixem e que atribuam a derrota à arbitragem. Sobretudo, porque um jogo desta categoria merecia uma arbitragem de classe. Não me parece é normal que se encham de peito a reclamar uma vitória. Os penaltis seriam o mais justo e até um prémio para as duas equipas, porque nenhuma merecia perder.

Mas não quero falar de polémicas. Antes de um jogo tremendo – é certo que sem os erros este não existiria, os golos seriam menores, mas afinal do que é feito o futebol? – com duas equipas de excelência a largarem tudo em campo. E não falamos apenas de intensidade, isso por norma costuma existir em todos os dérbis, mas de qualidade individual e colectiva. Do lado do Sporting: Patrício falhou na hora do golo mas evitou um outro certo de Cardozo com uma defesa incrível com o pé; William Carvalho continua a evoluir e sem medo de grandes jogos; Slimani, apesar daquela bola no poste, fez golo e dá sinais de ser um ponta-de-lança cirúrgico em frente à baliza e na movimentação dentro de área; Piris também errou mas é um jogador de luta, com técnica, que dá gosto ver jogar. No Benfica: Gaitán está de volta, com uma exibição de alto gabarito e, sobretudo, cheia de esforço – coisa que nem sempre se verificava; Matic está mais preso, mas nem por isso menos interventivo; Cardozo é Cardozo; Enzo não sabe jogar mal; Sílvio está a crescer.

O derby do "tudo por tudo" / Fonte: publico.pt
O derby do “tudo por tudo”
Fonte: Público

Além disto, parece-me evidente que Rojo não é central para o Sporting. É sempre surpreendido na antecipação e basta vê-lo jogar na selecção argentina a lateral-esquerdo para perceber que aí é bem melhor. Depois, claro, alguma inexperiência dos leões e sobretudo um jogo menos positivo de André Martins. A defesa não esteve propriamente bem e pedia-se mais ao meio-campo. Quanto à equipa da Luz percebe-se que Markovic fez uma boa primeira parte, mas têm que jogar ao meio, que o meio campo ganha coesão e a defesa continua a desiludir, principalmente nos lances de bola parada, já para não falar do trauma do minuto 92 em que ninguém gosta de reagir, fica tudo congelado. Mas os processos ofensivos ganham largura e a bola começa a sair mais rápida do pé de cada um.

Um jogo bonito, intenso, que obviamente não tem a qualidade de um jogo da Premier porque também não tem os seus executantes e, ainda mais essencial, porque há faltas atrás de faltas. Isso ainda não conseguimos mudar. Mas este sábado demos um avanço.

A luta europeia pelo sonho brasileiro

internacional cabeçalho

Hoje decidi escrever-vos um artigo algo diferente, uma vez que se avizinha um Play-Off que ditará quais as últimas seleções europeias a qualificarem-se para o Campeonato do Mundo de 2014, a realizar no Brasil.

Em oposição estarão Islândia e Croácia, Portugal e Suécia, Ucrânia e França e Grécia e Roménia. Como se pode constatar foi um sorteio muito renhido com equipas a um nível muito semelhante a defrontarem-se.

Mundial do Brasil de 2014 / Fonte: conmebol.com
Mundial do Brasil de 2014 / Fonte: conmebol.com

Assim sendo, começo com o grande jogo da “jornada”, o Portugal – Suécia, que sinceramente não se avizinha nada fácil, no qual se irão defrontar Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic, os dois avançados do momento, não só pela excelente forma que atravessam mas também pelo grande espetáculo que dão em campo jogo após jogo.

Mais do que a boa equipa que a Suécia tem, coloco em causa a confiança dos jogadores portugueses em si mesmos e no seu treinador. William Carvalho é convocado e merecidamente convocado, contudo o timing é totalmente errado. Afinal é convocado apenas quando trocou de empresário (mudou para o Jorge Mendes, mas que surpresa!) e para os jogos mais importantes da seleção de todo o apuramento. O momento ideal para ser convocado e testado passou com os jogos com Luxemburgo e Israel.

Toda a convocatória deixa, aliás, dúvidas, com Nélson Oliveira a ser deixado de fora, quando encara uma das suas melhores fases de toda a sua carreira (7 golos em 12 jogos, pelo Rennes). Danny, também ele um jogador que atravessa um grande momento de forma é deixado de fora, provavelmente, devido a atritos com Paulo Bento (selecionador conflituoso este).

Isto tudo para dizer que Portugal tem um jogo dificílimo pela frente contra jogadores como Zlatan, Sebastian Larsson ou Kačaniklić. Agora, resta esperar que os jogadores assumam a pressão dos jogos grandes, que tão bem assenta à seleção portuguesa. Afinal, é nestes jogos que Portugal joga melhor.

Ibrahimovic vs Ronaldo / Fonte: telegraph.co.uk
Ibrahimovic vs Ronaldo / Fonte: telegraph.co.uk

Já no outro jogo grande, espera-se que a França não tenha grandes dificuldades em bater a Ucrânia, porém bem sabemos dos facilitismos que a seleção Gaulesa costuma dar, o que poderá dificultar a vida de Didier Deschamps. Jogadores como Ribery ou Benzema não querem perder, de todo, a oportunidade de estar no Mundial e deverão tentar “arrumar” o jogo ainda na Ucrânia. Contudo, existem jogadores que podem causar alguns problemas, como Yarmolenko ou o experiente Oleg Gusev.

Ainda assim, na minha opinião, acho que não deverá ser um jogo com grandes percalços para a França, que tem todas as condições para trazer já um “pé” na fase final do Mundial, ainda no primeiro confronto.

Noutro dos confrontos, a Grécia, de Fernando Santos, receberá a Roménia. A seleção grega assume um estilo muito próprio, o defensivo, que a levou para o Play-Off devido à diferença de resultados com a Bósnia e Herzegovina. Contudo, ficaram apenas 4 golos sofridos em 10 jogos como nota positiva. Pela negativa ficaram apenas 12 golos marcados, apesar de Mitroglou ser a grande referência do ataque.

Já a Roménia foi uma agradável surpresa ao deixar pelo caminho seleções como a Hungria e Turquia. É uma seleção com um grande misto de maturidade e juventude: por um lado existem jogadores com muita experiência como Razvan Rat ou Ciprian Marica, por outro existem jogadores a crescer com um potencial enorme, como Vlad Chiriches ou Gabriel Torje.

Vamos, então, ver como reagem duas seleções, a Roménia com muita experiência e história a nível de seleções, contra uma Grécia que sem grande experiência, surpreendeu tudo e todos ao ganhar o Euro 2004, precisamente em Portugal.

Fernando Santos / Fonte: futebolportugal.clix.pt
Fernando Santos / Fonte: futebolportugal.clix.pt

Finalmente, em relação ao jogo que opõe Islândia e Croácia, verifica-se, provavelmente, o jogo mais desequilibrado do Play-Off, que apesar de tudo não é um jogo dado à Croácia. A Islândia foi a grande surpresa da fase de grupos, conseguindo a qualificação para o Play-Off à frente de seleções como Eslovénia ou Noruega. Pela frente vão ter que derrotar jogadores como Mandžukić, Lovren ou Jelavic. Ainda assim a Islândia tem na sua base para o sucesso Sigurdsson e Sigthórsson, os principais responsáveis pelo ataque islandês.

Ainda assim acho que a Croácia, devido à sua experiência e grande “fornada” de jogadores desta geração, tem tudo para se qualificar para a próxima fase e evitar que a Islândia atinja o sonho do Mundial.

The Pistol ataca novamente

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cab Snooker

The Pistol vs The Ace. Foi assim a final do Kay Suzanne Memorial Cup, disputada na South West snooker Academy em Gloucester, Inglaterra.

O Kay Suzanne Memorial Cup é um torneio semiprofissional que teve início em 2011 e tem como objectivo homenagear a memória de Kay Suzanne, irmã do proprietário da South West Snooker Academy (SWSA), Paul Mount. Os jogadores usam camisolas cor-de-rosa para a sensibilização para o cancro da mama.

https://www.facebook.com/monique.limbos
Mark Allen à esquerda e Judd Trump à direita, na final do Kay Suzanne Memorial Cup, época 2013/2014
Fonte: facebook.com/monique.limbos

Quase que foi desta que Judd Trump pôde suspirar de alívio. Esteve perto de vencer uma prova e de romper com a sua “má sorte” no jogo, coisa que não acontece há já demasiado tempo. O vencedor Mark Allen (aka The Pistol) conquistou assim o seu segundo título europeu consecutivo, ganhando 4 (7) 1 a Judd Trump (The Ace). No mês passado Allen ficou em 1º lugar no Ruhr Open.

O irlandês de 27 anos começou com uma entrada de 62 pontos, ganhando o primeiro frame. Judd respondeu com 128 pontos, igualando o resultado. Mas a partir daí, o número de pontos que Trump conseguiu fazer foi o mesmo que o Sporting acabou por conseguir fazer na última temporada: quase nenhuns. O inglês não conseguiu recuperar, tendo no último frame feito apenas 1 ponto. Allen enriqueceu  £20,000 e subiu 2,000 pontos no ranking mundial.

“Joguei um snooker muito sólido nos passados dois dias”, afirma Mark Allen. “A minha meta agora é conquistar um grande título e estou cheio de confiança, (…) estou muito feliz por estar a jogar bem porque no início da temporada senti algumas dificuldades”.

O próximo evento é o European Tour 7 na Bélgica, de 14 a 17 de Novembro.


Resultados

Quartos de final

Trump 4-2 Wakelin

Jones 4-2 Burns

Baird 1-4 Dott

Allen 4-2 Robertson

Semifinais

Trump 4-3 Jones

Dott 2-4 Allen

Final

Trump 1-4 Allen

 

Se quiser ver a final, aqui está o vídeo:

Águias “aterraram” na ilha Terceira.

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cab Volei

Foi um fim-de-semana de dupla jornada a disputar nos Açores, tanto para o Clube K (São Miguel) como para a Associação de Jovens da Fonte Bastardo. As equipas defrontaram o Sporting Clube Caldas e o Sport Lisboa Benfica. Destaque para a formação do grupo central Fonte do Bastardo, que no Domingo levou a formação da Luz a um 3-0, fazendo com que a “aterragem” das águias do Benfica não fosse apenas o facto de se terem deslocado aos Açores, mas também o de terem um resultado que não foi propriamente agradável para o treinador José Jardim. Este foi o primeiro confronto entre SLB e AJFB para o campeonato, depois da suada vitória por três sets a dois da formação benfiquista perante os terceirenses na Taça.

Foto: Carlos do Carmo/Capa "Diário Insular" - Jornal da ilha Terceira.
Foto: Carlos do Carmo/Capa “Diário Insular”
Fonte: Jornal da ilha Terceira.

Equilíbrio foi a palavra-chave da partida. O jogo disputado até à “negra” na Taça de Portugal demonstrou apenas o potencial de que ambas as equipas dispõem para a competição nesta época, pese embora os momentos finais do jogo tenham dado a vantagem para o Benfica.

No ambiente caloroso que se vivia no pavilhão, na Praia da Vitória, viveram-se três sets de bom voleibol que se constaram ao longo do jogo de um serviço forte e localizado pelos terceirenses, que conseguiram colmatar esses momentos de jogo com um bloco fortíssimo (destaque para João José). Este “fechava” o ataque dos vermelhos e brancos, que apresentam um plantel com muita experiência e jogadores que têm uma “rodagem” de continuidade na 1ª divisão.

O primeiro set foi disputado ponto a ponto e refletiu precisamente esse equilíbrio constante entre os dois principais candidatos ao título. A diferença entre o jogo da Taça foi a de que a AJFB liderou os momentos finais com mais calma e corrigindo os erros que cometia no início das parciais.

Já nos últimos dois sets, o Benfica ainda se destacou mais no decorrer inicial dos sets; a Fonte mostrava algumas quebras no serviço, que não estava tão forte, e o Benfica parecia rumar na direção que faria a liderança final nos parciais. Mais uma vez, a Fonte liderava, aproveitando a queda da receção do Benfica, e, no caso do segundo set, formando mais uma vitória pela margem mínima de 25-23.

Para o terceiro e último set, repetindo a ideia já referida da dominância nas parciais no início do set pelo Benfica, desta vez a visão que se estenderia até ao final estava cada vez mais clara.

No lado dos açorianos, Lucas Gregoret no serviço e Gilson França no bloco soberbo aos 25-24, traçam o rumo do 26-24 favorável à Fonte do Bastardo.

João José, que já se tinha mostrado bem recebido no grupo orientado por Alexandre Afonso, e que admite que quer enriquecer o seu currículo, demonstrou a mais-valia que é para o clube, colmatando a sua execução técnica com o resto da formação, e decidindo momentos finais entre as parciais.

A Fonte do Bastardo lidera o campeonato isolada na primeira posição.

Mais um movimento casual

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Núcleo Semanal
Os portugueses mais distraídos ficaram a conhecer, há duas semanas, o movimento Casual: grupos de adeptos de futebol que não usam acessórios alusivos ao seu clube e que marcam encontros com outros grupos do mesmo movimento para se envolverem em cenas de pancadaria.

Outro movimento, esse já mais antigo e sobejamente conhecido em Portugal (ainda que com as mesmas consequências: nenhumas) voltou a atacar, de forma reincidente, este Sábado, manchando mais um evento desportivo que poderia ter sido um enorme espetáculo.

Ao bom modo do outro movimento Casual, neste tudo foi combinado muito antes, longe da vista dos desatentos. Por mais que achemos que estamos a ver tudo, a verdadeira violência nunca se dá à frente dos nossos olhos. E tudo começou num “sorteio” que ditou que, apenas no seu segundo embate, um dos Grandes teria de sair, obrigatoriamente, da Taça de Portugal.
Ora, sorteio é sorteio. Afinal, o 3º Grande também tinha uma deslocação difícil a Guimarães. Mas… difícil para quem? O Porto não perde com o Vitória de Guimarães desde Outubro de 2004. 20 jogos, 18 vitórias e dois empates depois, já poucos se recordam de que o Vitória não é um “sorteio difícil” para o Porto desde que rebentou … o Apito Dourado.

Se um dos Grandes tem de sair, então que seja o que tem menos poder nas decisões, o que menos influencia interesses, o que menos mexe com os bastidores. Nunca se poderia deixar um embate de tal importância nas mãos de um homem qualquer. Teria de ser alguém com uma ideologia vincada, que tivesse um objetivo específico e as mãos sujas de sangue de outras batalhas. E assim foi, casualmente, excluído Marco Ferreira e chamado Duarte Gomes. Estava tudo pronto para um massacre.

Sábado, às 19:45, lá entraram eles em campo de forma casual: casualmente vestidos de preto, resguardando as suas preferências clubísticas para entrevistas à comunicação social e estados de Facebook; casualmente prontos a bater sempre no mesmo, aproveitando a vantagem numérica para ganhar vantagem; casualmente focados em ver o que queriam e ignorar o que não queriam. E, casualmente, lá ganharam. Não com a tareia prevista, mas com muita sorte, injustiça e falta de fair-play.

O que importa é que acabou. O que importa é que está ganho. Tudo o resto são queixumes de quem não entende o mais profundo e obscuro movimento em Portugal: aquele que, infelizmente, já se tornou casual.

Graças a Deus temos Cardozo

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benficaabenfica

Sempre defendi que devemos ter uma admiração moderada pelos nossos jogadores. Os jogadores passam (alguns que admiramos por parecerem mostrar uma certa fidelidade até por um Zenit nos trocam) e o Benfica continua. Nove anos se passaram desde que Giovanni Trapattoni agradeceu a Deus a bênção que era ter Simão na equipa. Mas foi justo. Foi o melhor jogador que tivemos nos últimos anos, que muito nos deu mas a quem o Benfica deu muito pouco. Era mesmo uma bênção ter o Simão a levar o Benfica às costas enquanto os Eversons e Alcides desta vida nos tiravam séculos de vida. Entre Simão e Cardozo admirámos também a magia do Miccoli, a classe preguiçosa do Reyes, o Deus Aimar, a raça do Coentrão e o benfiquismo meio louco do Maxi, David Luiz e Enzo Pérez. Venerámo-los a todos, sim, mas arrisco dizer que nunca achámos que qualquer um deles fosse insubstituível por vale quase por toda a equipa.

Até Óscar Cardozo. Idolatrado por muitos, odiado por outros tantos que pouco ou nada percebem disto, o paraguaio vai escrevendo a sua história no Benfica entre golos, punhos cerrados e festejos desengonçados. Cento e setenta golos oficiais e quantos deles tremendamente decisivos. O memorável jogo de ontem (não só do Cardozo mas de todos, para acalmar a azia sportinguista) foi mais um abre olhos para os especialistas que assinavam por baixo a venda do Cardozo depois do episódio no Jamor. Ficar com um treinador perdedor e prescindir do melhor avançado das últimas décadas no clube… sem comentários. Nos últimos 14 golos do Benfica, Cardozo esteve directamente envolvido em 10, com nove golos e uma assistência. Para muita gente serão números insuficientes porque, vistas bem as coisas, já está 75 minutos sem importunar o Rui Patrício pela 14ª vez.

Cardozo celebra o seu 13º golo contra o SCP / Fonte: publico.pt
Cardozo celebra o seu 13º golo contra o SCP
Fonte: Público

Só mesmo neste Benfica do (ai) Jesus, remendado e ainda a viver no pânico do Kelvin e Ivanovic é que era possível (quase) mandar a memorável prestação do Cardozo para o baú das humilhações. Acaba, felizmente, por ficar para futura memória um derby de alta qualidade, como há muito não se via. Sinal de que o Sporting está a recuperar dos anos caóticos, sim, mas mantém o mesmo estigma das arbitragens: está no sangue?

Se esta temporada ainda está viva, em grande parte o devemos ao Óscar. Graças a Deus que o temos connosco – e Deus não era sportinguista, com certeza.

É preciso mais!

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portosentido

Os jogos de Taça são, para mim, aqueles jogos que têm de ser jogados mais no campo de funcional do que no do bonito. Um erro no campeonato abre sempre janelas para recuperar qualquer percalço; um erro na taça significa uma equipa fora da competição. O jogo entre Benfica-Sporting é a prova de isso mesmo. Bastou um erro para o Sporting perder a taça.

O Porto teve, tendo em conta as equipas que ainda estão em competição, um sorteio complicado. O Vitória de Guimarães é uma das equipas que luta pela Europa no nosso campeonato e era a actual vencedora da taça.

Embora o Porto tenha conseguido a vitória perante a equipa de Rui Vitória, a exibição na segunda-parte foi completamente apagada. Ao longo de 45 minutos não parecia estar em campo o campeão nacional. Dentro do “apagão azul” visto em Guimarães houve duas luzes que se iluminaram e mostraram o caminho para a vitória: Lucho González e Jackson Martinez. Devo confessar que é bom, é muito bom, ver o colombiano de volta aos golos. Jackson esteve quatro jogos sem conseguir facturar perante uma baliza. Pode parecer excessivo mas, para um jogador do calibre de Jackson, é estranho não ver um golo em quatro jogos.

O Porto teve um bom início. Durante a primeira-parte teve sempre o controlo do jogo e a posse de bola. Apenas conseguiu impor essa superioridade aos 15 minutos, quando Fernando marca depois de um lance estranho em que nada pareceu correr bem até a bola chegar a Fernando. O “Polvo” fez um chapéu magistral ao guarda-redes vimaranense Assis.

Jogadore celebram o golo de Fernando  Fonte: http://www.dn.pt/
Jogadore celebram o golo de Fernando
Fonte: http://www.dn.pt/

O Porto foi sempre superior durante a primeira parte. O Guimarães com algum perigo, mas nada de realmente preocupante. Guiados por Lucho, que está numa forma sem precedente a mostrar que a idade não pesa nas pernas, o Porto precisava de aumentar a vantagem. Já perto do intervalo, Jackson Martinez dá a segurança a Paulo Fonseca e companhia. Após um passe incrível de Lucho o colombiano marca um golo fácil.

Ao intervalo o Porto vencia 2-0 num jogo que aparentava controlado… Pois, com o descanso, veio o desleixo.

Numa segunda-parte terrível o Porto não conseguiu causar qualquer perigo ao Guimarães. O Porto perdeu em todos os aspectos excepto naquele que interessa, o resultado. Não houve meio-campo, não houve ataque. Na defesa, o Porto ia acabar com menos um homem após Mangala ter sido expulso. No entanto, a segurança defensiva do Porto parece estar de volta a melhores dias. Embora o Porto seja uma equipa que sofre poucos golos estava, nos últimos tempos, a mostrar fragilidades no sector mais recuado. Perante o domínio incomum de uma equipa como o Vitória de Guimarães, a equipa do Porto soube, pelo menos, segurar o que já tinha conquistado.

De facto, na segunda parte do jogo, o Porto fez apenas dois remates contra os 17 (!) do Vitória. Porém, desses 17 remates apenas por duas vezes a baliza de Fabiano esteve em risco. O Porto fez o que lhe compete: venceu. No futuro não pode ser tão difícil. A taça não é, para mim, prioridade. Mas não deixa de ser uma competição que o Porto está inserido. O Porto joga, sempre, para ganhar. Mas é preciso mais. É preciso muito mais. Porto que é Porto joga sempre com mais alma, mais raça, mais controlo, mais classe. E nós…. NÓS SOMOS PORTO!

O Milan perdeu o Norte

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Ao fim de doze jornadas de Serie A pode ser difícil reunir consenso para designar qual a melhor equipa, o melhor jogador ou a grande surpresa, mas ninguém tem dúvidas que a maior decepção se chama AC Milan.

Depois do ano passado ter assegurado o terceiro lugar, mesmo nos últimos minutos da Liga, o Milan está nesta temporada bem longe do pódio. Chega a ser chocante olhar para a tabela e ver os rossoneri na décima primeira posição já a dezanove pontos da liderança. Com apenas três vitórias no principal escalão transalpino, o Milan regista um saldo negativo de golos, já que marcou dezassete mas concedeu um total de dezanove.

O cenário é ainda mais estranho se considerarmos que a formação do Norte de Itália manteve o treinador e viu “apenas” sair Kevin Prince Boateng do lote dos jogadores mais influentes no seu plantel. É verdade que o ganês era um jogador muito importante na equipa rossonera, mas a sua saída não pode justificar por completo os péssimos resultados.

Massimilliano Allegri cumpre a quarta temporada à frente dos destinos do Milan, mas depois de ter vencido o título em ano de estreia, o técnico, nascido em Livorno, tem tido dificuldades crescentes com o passar das épocas.

Em termos de jogadores, o último defeso fica marcado, indiscutivelmente, pelo regresso do Kaká, mas também pela contratação de Matri à Juventus. Por outro lado, a equipa manteve nomes importantes, nomeadamente no ataque, com a permanência de Balotelli, Robinho e El Shaarawi.

Balotelli e El Shaarawi. Dupla jovem, irreverente e muito talentosa / Fonte: forzaitalianfootball.com
Balotelli e El Shaarawi. Dupla jovem, irreverente e muito talentosa / Fonte: forzaitalianfootball.com

Jogando preferencialmente num esquema de 4-3-3, Allegri tem optado por colocar, na zona mais recuada, Abbiati na baliza e uma defesa composta por Abate, Mexes, Zapata e Constant. Mais à frente, o meio-campo é normalmente ocupado por Montolivo, De Jong e Muntari, ao passo que no tridente ofensivo, Allegri escolhe de entre o lote formado por: Robinho, Kaká, Matri, Balotelli e El Shaarawi.

Se o cenário interno é negro, não se pode dizer que a nível europeu as coisas estejam muito melhores. No Grupo H da Liga dos Campeões, o Milan tem apenas cinco pontos em quatro jogos, ocupando a segunda posição com apenas mais um ponto do que o Ajax, mais dois do que o Celtic e já a cinco de distância do Barcelona. Resumindo, a formação milanesa tem claramente em risco a passagem aos oitavos de final da prova e mesmo o lugar na Liga Europa não é um dado adquirido.

Longe vão os gloriosos anos do início da década de 90, onde Fabio Capello comandou um Milan arrasador que contava com Maldini, Baresi, Costacurta, Donadoni, Gullit, Boban, Van Basten, Rijkaard, Papin, entre outros.

Trio holandês de luxo formado por Gullit, Van Baten e Rijkaard / Fonte: posterfutebol.wordpress.com
Trio holandês de luxo formado por Gullit, Van Baten e Rijkaard / Fonte: posterfutebol.wordpress.com

Os sinais de intranquilidade estenderam-se já do relvado de San Siro para a tribuna presidencial, onde Adriano Galliani e Barbara Berlusconi, filha do carismático Silvio Berlusconi, têm demonstrado falta de entendimento na estratégia que querem conferir ao clube. As últimas notícias dão conta que Galliani poderá mesmo vir a sair da direcção do clube, depois de vinte sete anos de ligação à formação de San Siro.

Depois de no dia de ontem o Milan ter voltado a marcar passo, devido ao empate em Verona frente ao lanterna vermelho Chievo, chegam rumores que este poderá ter sido mesmo o último jogo de Allegri à frente da equipa.

Sentenciada a hipótese do título logo em Novembro, resta agora ao Milan pensar num possível lugar europeu e numa prestação digna na Liga dos Campeões… mas não vai ser nada fácil.

O conta-quilómetros de um sonho – Entrevista a João Serrano

entrevistas bola na rede

João Ferro Serrano, actual lateral esquerdo da equipa de Juniores do Sporting Clube de Portugal e jogador com 17 internacionalizações pelas camadas jovens da Selecção Nacional, luta pelo seu sonho como jogador de futebol profissional, conjugando-o com uma média de 17,6 no curso de Economia do Secundário. Percurso marcado por muitas realizações desportivas e pessoais que reflectem um compromisso sério por um sonho.

Fonte: Maria Serrano
Fotografia de Maria Serrano

1- Fala-me do teu percurso desportivo.
Nasci numa família com muitos primos direitos da minha idade e todos herdámos dos nossos pais um interesse muito grande pelo futebol. Desde cedo traduzimos este gosto pela prática, não me lembro de outro brinquedo para além da bola. Assim, aos quatro anos comecei a acompanhar os treinos e os jogos da equipa de futsal onde o meu pai era treinador. Iniciei o futsal aos seis anos na Escola Salesiana de Évora, tendo como treinador o meu pai. Aos 8 anos integrei as equipas federadas do Lusitano de Évora, competindo com jogadores um ano mais velhos. No último ano em que joguei por este clube tive o prazer de ser campeão em dois escalões em simultâneo; foi uma despedida que nunca esquecerei, uma vez que já estava a ser observado pelo Sporting C.P e pelo S.L Benfica.

Fonte: Maria Serrano
Fotografia de Maria Serrano

2- Como chegaste ao Sporting?
Na minha última época pelo Lusitano de Évora participei no Mundialito futebol 7 no Algarve, onde fui convidado pelo Sporting C.P a participar em treinos e torneios. Em 2009 integrei, pela primeira vez, os quadros de competição do Sporting C.P no escalão de Iniciados de primeiro ano; esta é a quinta época em que me encontro em representação deste clube.

3- Quem é a tua referência neste mundo do futebol e em que sentido?
Não tenho uma, mas várias referências. A primeira é, naturalmente, o meu pai, que me acompanha em todo este processo e que me transmitiu o gosto pelo futebol. Aos meus primos devo o excelente meio de competição onde cresci. Como jogadores de referência tenho o Maldini, internacional italiano, e Philip Lham, internacional alemão, ambos laterais esquerdos, posição que tenho desempenhado mais, tanto no Sporting C.P como na Selecção Nacional. Ainda, sem querer individualizar, refiro os treinadores que até ao momento tive, tanto no Lusitano como no Sporting e como na Selecção Nacional, que muito contribuíram para a minha formação pessoal e desportiva.

4- Até ao presente, qual foi o momento mais marcante da tua carreira desportiva?
Pela positiva destaco a minha primeira chamada à Selecção Nacional – na altura, a primeira Selecção Nacional sub15. É sempre uma honra vestir a camisola em representação do nosso país.
Pela negativa, refiro a grave lesão que tive no pé direito (fractura do quinto metatarso) que me deixou fora dos relvados durante 5 meses.

Fonte: Maria Serrano
Fotografia de Maria Serrano

5- Como concilias o teu compromisso com o futebol com outras actividades?
Facilmente. A minha primeira prioridade é o futebol e tudo o resto se ajusta aos calendários desportivos.

6- E qual o lugar que a escola ocupa nessas tuas prioridades?
A escola também é bastante importante; a prova disso são, até agora, os meus resultados escolares. Tento usar o tempo livre que me sobra dos treinos para estudar e tento estar atento nas aulas para ter menos trabalho em casa.

7- Que peso e medida tem esta paixão na tua vida?
Até este ano, ano em que comecei a ser jogador residente da Academia do Sporting, teve o peso de 12 viagens semanais de 110 km cada, entre Évora e Alcochete. Tem o peso de férias de Verão muito curtas, que no ano passado se resumiram a uma semana, em virtude da minha participação no torneio CPLP em representação da Selecção Nacional sub17. Tem a medida de um sonho para a vida.

9- Da tua experiência, o que podes transmitir aos outros jovens da tua geração?
Que nós somos donos do tempo e que lá podemos encaixar os nossos objectivos. Lutar por eles é a nossa obrigação. Potenciar as nossas capacidades é um dever para connosco e para com a sociedade.

10- Consideras-te um visionário?
Não, sou apenas uma pessoa que pensa, planeia e acredita no futuro.

Fonte: Maria Serrano
Fotografia de Maria Serrano

Chegar à equipa principal de um clube português é um objectivo cada vez mais complicado de atingir; o número de jogadores portugueses a representarem os plantéis principais dos “Três Grandes” de Portugal (F.C. Porto, S.L. Benfica e Sporting C.P) é cada vez mais pequeno. É preciso ter sorte, lutar contra as lesões e afirmar o seu valor pessoal e profissional em todos os jogos e treinos, mostrando que merece estar no lugar que muitos outros desejam. Aqui ficou o testemunho de um dos muitos atletas de futebol de formação que trabalham para percorrer o longo caminho que vai do dom à profissão.

Um ano de vida

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camisolasberrantes

Hoje é dia de sinceridade. Adoptemos tal postura humana como resolução para este radioso dia de chuva que brilhantemente se abateu sobre os muitos milhares e milhares que vestem de verde. Para eles, hoje é dia de ressaca. Normal. Já todos passámos pelo mesmo. Faz parte do desporto. Do futebol, principalmente. É saudável. Engraçado e espirituoso. Não só faz parte, como chega a fazer falta. Não faz é falta nenhuma que se transforme esse habitual fado em «sensação de azedume no estômago». Ou em “azia”, se preferirem uma definição mais comum do que aquela dada pela Infopédia. Porquê? A explicação pura e dura vem de seguida.

No estádio o ambiente era electrizante. O Benfica vinha de uma derrota amarga e injusta contra os gregos do Olympiacos e o Sporting tinha suado, chorado e sangrado para vencer o Marítimo em Alvalade, com o golo da vitória a sair de uma grande penalidade de Adrien Silva, já a menos de quinze minutos do jogo acabar. O Benfica vinha também mais cansado enquanto o Sporting tinha tido uma semana para planear tudo da melhor forma, com o intuito de levar de vencido o eterno rival. Mas num derby tudo isto interessa tanto, como não interessa nada. E portanto, favoritos não os havia – ainda que o Benfica tivesse de assumir o jogo pelo factor casa. Assim o fez. E fê-lo contra um Sporting que acusou nervosismo e imaturidade. Um Sporting que ia mantendo posse de bola, para o desespero dos encarnados que habitavam as bancadas, mas que o fazia porque não sabia melhor, não sabia como entrar, não sabia como atrair o adversário para fora das suas linhas e não sabia como remar contra uma corrente que começava a ganhar muita força. Força a mais. Foi assim o início do jogo, no qual ambas as equipas apresentaram algumas surpresas: os visitantes jogaram com Maurício e André Martins, em detrimento de Eric Dier e Vítor, enquanto os visitados apostaram em “alas à portuguesa”, com André Almeida do lado direito e Sílvio do lado esquerdo, e confirmaram também a titularidade do artilheiro do costume: Cardozo. E foi exactamente esse o homem que construiu a vitória do Benfica e a desgraça do Sporting. Em 45 minutos, três golos. O primeiro surgiu logo aos 11 minutos, quando a estrutura verde se começava a vergar perante o poderio e o chorrilho de ideias do ataque encarnado. André Almeida galga a ala direita e, em combinação com Cardozo, chega muito, muito perto da área adversária quando é travado em falta (fica o amarelo por mostrar a Maurício). Na conversão o paraguaio relembra a receita de Ronaldinho Gaúcho e põe a bola por baixo da barreira e no canto oposto ao de Rui Patrício. Daqui para a frente parecia que ia ser sempre a subir. Aliás, a receita do Benfica para um jogo de sucesso era mesmo conseguir marcar cedo e continuar a mandar no meio-campo ou, pelo menos, a impedir que o Sporting conseguisse fazer alguma coisa com a elevada posse de bola que ia tendo. E, aos 37 minutos, sem que nada o fizesse prever, quando o Benfica ainda continuava bem por cima, Wilson Eduardo arranca um cruzamento fantástico na direita que tem como destino o voo destemido de Capel para o empate. Balde de água fria na Luz e o Sporting a rejubilar com a sorte de, em dois remates (o primeiro também por Wilson Eduardo, a sair muito longe), ter feito um fantástico golo. Mas Cardozo estava malandro e as alas do Benfica funcionavam infindavelmente bem, com um acerto de põe-bola-tira-bola e agora-subo-eu-agora-baixas-tu que adivinhavam-se mais golos…mas nunca dois no espaço de oito minutos. E ambos a saírem do mesmo pé! Mas já diz a música: «tenham cuidado, ele é perigoso». E foi mesmo. 3-1 para o Benfica ao intervalo e ambos os adeptos a tirarem a barriga de misérias.

Cardozo e o seu primeiro / Fonte: zerozero.pt
Cardozo e o seu primeiro
Fonte: zerozero.pt

Ao começar a segunda parte deu ainda mais Benfica, mas já algo parecia não estar a funcionar da mesma forma. Markovic estava em decréscimo de forma, Matic continuava sem ter espaço para uma melhor exibição – com as intervenções constantes a meio-campo de Enzo e Rúben Amorim – e Cardozo já tinha “picado o ponto”. Ainda assim os primeiros 15 minutos foram da equipa da casa. Até que Leonardo Jardim mostrou porque merece a confiança na reconstrução deste novo Sporting: vai-te embora, Wilson Eduardo – jogo mediano e já tinha dado tudo o que havia para dar – e vamos a jogo, Carrillo. Os Leões até pareciam rugir de outra forma. Nem de propósito: dois minutos depois e golo. O Benfica a deixar reduzir a vantagem num canto em que Maurício se antecipa a Luisão. E o pior ainda veio depois: do lado das águias, Rúben Amorim – presença fulgurante e determinante na segurança do Benfica – lesionou-se e acaba por ser substituído pelo jovem Ivan Cavaleiro; do lado dos leões, menos meio-campo com a saída de André Martins – jogo apagado – e mais ataque com a entrada de Slimani (terá Leonardo Jardim acreditado que o Benfica ainda podia sofrer mais um de bola parada?…). Tudo mudou. O Benfica passava a ter mais velocidade de arranque, mas menos controlo do jogo – auto-anulando-se de forma ingénua – e o Sporting, que só tinha era de ir atrás da vitória, passava a ter uma ala esquerda fresquíssima e um avançado com o poderio físico para importunar Luisão e Garay. E foi mesmo isso que fez, com um remate (ou antes uma perdida incrível?) ao poste de Artur. Antes disso ainda duas oportunidades para a equipa da casa sentenciar a partida, com Markovic a desviar para a barra e Cardozo a não se tornar no “ainda-mais-homem-da-noite” depois de uma defesa enorme de Patrício. Por esta hora já os hospitais se enchiam de cardíacos, eis senão quando…as preces de Jardim são ouvidas e o gigante recém-entrado acaba mesmo por marcar. Outra vez de bola parada. Agora por culpa de Garay, que manchou os 100 jogos de águia ao peito. Meu Deus. O que se passa? Jesus resolveu passar os últimos 20 minutos a dormir – só fazendo entrar André Gomes aos 90 minutos (!) – enquanto Leonardo Jardim ia tornando o Sporting numa equipa destemida e cheia de velocidade. Bastaram duas desatenções e essa mesma equipa, ainda que não apresentasse um esquema de jogo racional e/ou esclarecido, fez dois golos. Resultado? Empate. Prolongamento e desespero.

Dos últimos 30 minutos, pouco se tira. A não ser a infantilidade de Rui Patrício – que deixa Luisão fazer o golo mais ridículo que vi em toda a minha vida – a bola ao poste de André Almeida, o falhanço que sai da cabeça de Slimani e, se quiserem, a expulsão de Rojo. Apito final.

Patrício acabou por falhar / Fonte: zerozero.pt
Patrício acabou por falhar
Fonte: zerozero.pt

Concluo que depois de 20/25 minutos electrizantes por parte do Sporting – os últimos da partida – e depois de um empate sacado a ferros, seja difícil engolir este “sapo”. É mesmo. Mas é particularmente difícil de engoli-lo porque o raio do “sapo” leva um qb de justiça com ele. Convenhamos: nenhum sportinguista no universo lutou tanto para o empate da sua equipa…como Jorge Jesus. Se houve casos, mas, e acima de tudo, se alguém fala neles…foi porque Jorge Jesus quis. Se sofremos dois golos de bola parada foi porque a equipa adversária não os sabia fazer de outra forma…e porque somos tolos. Mas até mesmo os tolos têm direito à justiça. E nem sempre – ou nunca – o demérito de um, justifica o mérito de outro. Ainda que Leonardo Jardim tenha tido rasgos brilhantes na sua interpretação do jogo, Jorge Jesus conseguiu – num feito enorme, passo a ironia – só estragar a recta final de um jogo perfeito. Deveria ter ido para o Sporting? Não. Deveria era não ter-me custado um aninho de vida a assistir e aguentar. Só e somente porque não era preciso.