📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:
Início Site Página 9917

Julen Lopetegui não se sabe vender

hic sunt dracones

Vítor Pereira saiu do FC Porto depois de ter vencido o campeonato. Saiu, depois de ter sido campeão em dois anos consecutivos. O FC Porto de Vítor Pereira somou apenas uma derrota em 60 jogos para a Liga Portuguesa. Venceu duas supertaças. Num ano, conseguiu até passar a fase de grupos da Liga dos Campeões, perdendo apenas nos oitavos de final. No primeiro, foi relegado para a Liga Europa e perdeu contra o colosso Manchester City.

Recordo-me, também, que foi obrigado a colocar Hulk no centro do terreno, perante a ausência de um verdadeiro substituto a Falcão, e mesmo assim conseguiu comandar a equipa contra todas as adversidades e vencer o campeonato.

Volta, estás perdoado? Fonte: Blogue 'Lateral Esquerdo'
Volta, estás perdoado?
Fonte: Blogue ‘Lateral Esquerdo’

Perante este parágrafo inicial, parece que Vítor Pereira foi um treinador capaz de deixar saudades às hostes portistas. Sim e… não. Hoje em dia, o saudosismo para com o treinador já é bastante maior. Na altura, porém, Vítor Pereira teve uma saída inglória. Depois de ter sido bicampeão, o treinador português não viu o seu trabalho reconhecido. Anos mais tarde, Vítor Pereira reconheceu publicamente que há algo que lhe falta. Saber vender a sua imagem.

Julen Lopetegui tem certas semelhanças com Vítor Pereira. Possui 19 vitórias seguidas no Dragão, é o treinador com maior percentagem de vitórias na Liga dos Campeões… O ano passado foi capaz de lutar com o SL Benfica de Jesus até à reta final e na prova milionária cedeu frente ao todo poderoso Bayern Munique, nos quartos-de-final. Já este ano, está na frente do grupo que disputa e no primeiro lugar da liga portuguesa. Continua, porém, a receber assobios e a ver o seu trabalho posto em causa.

Sim, é verdade que a equipa de Lopetegui tem sido bipolar. Em casa é capaz de mundos e fundos, fora de portas vai deixando algo a desejar… Soma, contudo, zero derrotas em nove jogos. Depois de já ter enfrentado Chelsea, SL Benfica, Dínamo Kiev… Podia dizer-se que o percurso do treinador espanhol tem sido bastante acima da expectativas mas parece impossível, para as hostes portistas, perdoar os empates consentidos já em cima dos minutos finais frente a Moreirense e Dínamo Kiev.

Parece-me que Lopetegui nunca terá uma vida descansada no Dragão. Mesmo que vença títulos, tal como Vítor Pereira conseguiu. Existirá sempre algo que está mal. Lopetegui não se sabe vender, falta-lhe carisma social (se é que lhe posso chamar assim). Já se percebeu que o espanhol é um líder dentro do balneário e com todos aqueles que o rodeiam. Mas não consegue transmitir isso cá para fora. Lopetegui não é capaz de reunir um consenso público, de unir uma nação clubística contra diversos adversários.

Aboubakar tem-se assumido como figura de proa Fonte: FC Porto
Aboubakar tem-se assumido como figura de proa
Fonte: FC Porto

Não concordo com muitos dos princípios que Lopetegui assume para a sua equipa. Quem ler o Onze Violinos pode perceber isso. Mas penso que, nesta altura, Lopetegui já deveria ter começado a mudar algumas mentalidades. Quiçá já o conseguiu e eu é que não reparei nisso! Os adeptos do FC Porto querem ópera em todos os jogos, querem vitórias convincentes, querem dominar adversário atrás de adversário. E nunca vão perceber que isso nem sempre é possível. Mesmo que, no final, se conquistem títulos.

Aproveito para partilhar um texto acerca da forma como o mediatismo concedido a alguém pode moldar a opinião pública:

“Quando, na segunda época de Guardiola, Ibrahimovic marcou 16 golos na Liga Espanhola em 2034 minutos (num total de 21 golos em 3285 minutos jogados em todas as competições), quase toda a gente concluiu que tinha sido uma má época do sueco. Apressaram-se então a dizer que falhara na Catalunha, ainda que o seu contributo para a manobra ofensiva do Barça tivesse sido inestimável, e que Guardiola se equivocara ao contratá-lo. Guardiola e Ibrahimovic não parecem ter-se entendido às mil maravilhas, é verdade, mas duvido que [SIC] o rendimento do sueco tenha sido o problema.

Guardiola começava a perceber que precisava de colocar Messi numa posição central, e Ibrahimovic não parecia disposto a jogar noutra posição. A saída de Ibrahimovic do clube pareceu dar razão àqueles que defenderam o mau investimento, e o principal argumento foi sempre aquele que os estúpidos mais depressa invocam: os números. Ora, os números de Ibrahimovic nessa primeira época são praticamente os mesmos que os de… isso, acertaram: Luis Suarez! Suarez fez, a época transacta, os mesmos 16 golos em 2180 minutos na Liga Espanhola (num total de 25 golos em 3535 minutos em todas as competições). Em média, Suarez marcou menos golos por minuto jogado na Liga Espanhola do que Ibrahimovic. Com quatro agravantes. A primeira é a de que o Barça de Luis Enrique, enquanto equipa, fez mais 12 golos do que o de Guardiola nessa época, o que significa que Ibrahimovic fez 16,3% dos golos da equipa e Suarez apenas 14,5%.

A segunda é a de que, apesar de ter começado a jogar mais tarde, Suarez nunca se lesionou, o que fez com que nunca tivesse quebras de rendimento, coisa que não aconteceu com Ibrahimovic, que esteve constantemente a recuperar de lesões. A terceira é a de que, além dos golos, Suarez não ofereceu mais nada à equipa, o que também não foi o caso com Ibrahimovic, cujo envolvimento com o colectivo foi muito importante. A quarta é a de que Luis Suarez foi bem mais caro do que Ibrahimovic. Tudo somado, até para aqueles que gostam de apoiar os seus argumentos nos números, é impossível defender que Ibrahimovic tenha feita uma má primeira época e que Suarez tenha feito uma boa época. Mas – surpresa das surpresas – é exactamente isso que é defendido de modo generalizado! Suarez é hoje tido como um dos elementos mais importantes da equipa catalã, está eleito entre os três melhores jogadores da temporada passada, e há sobre ele uma opinião generalizada muito favorável. Não é impressionante que assim seja. A maior parte das pessoas baseia as suas opiniões no que ouvem dizer e o que ouvem dizer é geralmente o que não interessa ouvir.

Neste caso, Suarez é tido como uma grande contratação porque o Barça ganhou a Champions e porque Suarez é aquele tipo de avançado do qual se condescende porque é aguerrido. Não tem metade da qualidade de Ibrahimovic, não fez metade do que Ibrahimovic fez em Barcelona e, como se demonstra, nem sequer marcou mais golos do que Ibrahimovic. O futebol continua a ser dos estúpidos, e os estúpidos continuam a fazer-se ouvir a outros estúpidos. Um dos avançados mais sobrevalorizados da actualidade já pode dizer que foi eleito para melhor jogador do mundo; o melhor avançado da história do jogo nunca chegou a sê-lo, e provavelmente já não virá a sê-lo.”

E partilho ainda esta imagem:

united

A verdade? É que depende mesmo muito do contexto e da primeira impressão que se dá.

Foto de Capa: FC Porto

Jogo Interior #13 – A natureza do jogo: Orgânico ou Mecânico?

jogo interior

Cada vez mais encontro excelentes analistas de jogo (não comentadores), principalmente do futebol, que enquadram com brilhante mestria a performance global de uma equipa num certo jogo ou jogos, com a compreensão de sistemas ou modelos de jogo. Colegas treinadores que estudam as melhores equipas, decifrando os seus processos de modo a que fique disponível a partilha de uma enorme quantidade de informação, à mão de semear de todos, inclusive dos que nunca partilham nada.

A observação das equipas adversárias e interpretação do seu modelo ou processos sistemáticos é, neste contexto actual do desporto, uma actividade importante para todos os treinadores que pretendem dotar de alguma forma de vantagem competitiva as suas equipas, existindo inclusive equipas técnicas que integram profissionais exclusivos nesta área. Assim sendo, coloco aqui algumas questões que considero pertinentes e sobre as quais gostaria de reflectir.

Apesar de ter de existir alguma forma de organização nos processos das equipas e da tentativa de criação de imprevisibilidade no jogo ser fornecida pela tomada de decisão, assim como pela criatividade que os jogadores possam ter, será que não existe uma grande mecanização na actual forma de jogar?

Será que as metodologias de treino implementadas actualmente, nomeadamente no futebol (por exemplo, a periodização táctica), desde os escalões de formação, não empregam uma formatação evidente à forma de jogar?

Existe futebol, futsal, basquetebol, andebol, etc. sem sistema ou sem modelo de jogo?

A minha perspectiva e a de alguns colegas com quem já troquei ideias é a de que se caminha para o abandono das convenções.

Outrora li algures que a táctica é como a roupa: pode ser diferente em inúmeros aspectos, no entanto aquilo que lhe confere personalidade é a pessoa que está por dentro. A declaração de intenções transmitida pelo sistema táctico de uma equipa é a forma como ela deseja suplantar o opositor, tendo em conta virtudes e defeitos dos dois lados. Um remate à entrada da área, desviado pela perna de um defensor para o golo, surpreendendo o guarda-redes, nunca conseguirá ser explicado pela disposição dos jogadores em campo. No entanto, é possível entender o desenrolar do lance até ao momento do remate (tendo em conta que a defesa estava correctamente posicionada ou não) através dos padrões de interacções que definem a ideia de jogo de uma equipa.

Alguns profissionais de áreas diferentes do desporto já admitem que a posição, como algo rígido, deixou de existir há algum tempo, tendo sido substituída pela função, por um conjunto de acções com e sem bola que um determinado jogador necessita ser capaz de realizar para ocupar um lugar num organismo chamado equipa. Apesar disto, as equipas mais modernas na interpretação do jogo colectivo têm-nos apresentado uma evolução da função: deixou-se de considerar apenas o papel isolado de um jogador para se considerar as associações entre ele e aqueles com quem mais interage.

Não existindo, parece-me, uma definição para isto, importa mais entender o seu efeito. Em equipas que se movem como se fossem apenas um ser não fará sentido sequer falar em sistema.

A TEORIA DO CAOS E O EFEITO BORBOLETA

Uma ideia proveniente da reflexão deste tema, alinhando sempre os conceitos e perspectivas com a complexidade existente no desporto, principalmente o colectivo, levou-me a considerar que o efeito da falta de um elemento numa equipa mecânica é menos grave do que a mesma falta numa equipa orgânica, tal como referi anteriormente. No entanto, a riqueza de soluções e processos existentes numa equipa orgânica é tremendamente superior à da mecânica e provavelmente os resultados são melhores e esteticamente muito superiores.

A Teoria do Caos é considerada uma das leis mais relevantes do Universo, presente na essência de praticamente tudo aquilo que nos rodeia. A ideia central é a de que uma pequena mudança no início de um evento qualquer pode trazer consequências enormes e absolutamente desconhecidas no futuro. Estes eventos seriam praticamente imprevisíveis – caóticos, portanto. Só Edward Lorenz teve o fascínio suficiente para desenvolver essa ideia, tornando-se o pai desta teoria.

Trazendo esta ideia para o desporto, Wolfgang Schöllhorn, da Universidade de Munster, professor, doutorado em biomecânica, licenciado em Ciências do Desporto e em Física, convidado em diversas universidades europeias; Schöllhorn, atleta de alta competição e treinador há mais de 20 anos, fez surgir a aprendizagem diferencial.

A ideia base da aprendizagem diferencial é oferecer ao atleta uma grande variedade de exercícios para induzir a um processo de auto-organização da sua aprendizagem e evolução. O treino diferencial favorece as flutuações, ou seja, a ocorrência de “erros” para aprender. Considera as flutuações como desvios a um ponto de referência, sendo estas diferenças que permitem ao sistema reagir e adaptar-se constantemente às alterações contextuais. Com esta abordagem baseada na teoria dos sistemas dinâmicos, procura-se que o sujeito descubra de forma espontânea padrões individuais de movimento que lhe permitam responder de forma mais eficaz às solicitações do seu desporto. Deste, as soluções serão sempre individuais. Contudo, as variações não são arbitrárias. Para Schöllhorn, o processo pelo qual se explicam estas adaptações faz referência à interpolação, à extrapolação e à auto-organização.

Em termos simplificados, Schöllhorn sugere as seguintes indicações para o treino: 1) variação das condições iniciais e finais de um movimento; 2) mudança na magnitude das variáveis; 3) mudança na evolução, ou desenvolvimento, do movimento no que respeita à sua duração absoluta e relativa e ao ritmo (isto aplica-se ao ângulo articular, à velocidade angular articular, ou à aceleração angular articular). De destacar que o trabalho preconizado por Schöllhorn tem sido utilizado tanto em desportos individuais (atletismo, ginástica, ténis, karaté) como colectivos (voleibol, basquetebol, futebol).

ESQUECENDO AS CONVENÇÕES

Sendo os desportos colectivos considerados na generalidade tácticos, pelas dinâmicas entrepostas através das acções dos seus intervenientes, estes apresentam alguma regularidade e padrões, dentro das suas grandes complexidades e aleatoriedades próprias, e por isso o treinador convencional modela uma forma de jogar.

Segundo o professor Júlio Garganta (2007), falando especificamente de uma modalidade: “o futebol só faz sentido entendido dentro de uma proposta táctica, com o treino visando a implementação de uma “cultura para jogar”. Para o professor, “a forma de jogar é construída e o treino consiste em modelar os comportamentos e atitudes de jogadores/equipas, através de um projecto orientado para o conceito de jogo/competição.

Fico deveras curioso quando vejo equipas, como, por exemplo, o Barcelona e o Bayern de Munique, de Pep Guardiola, a romper com a maior parte deste status quo.

As equipas de Guardiola são especialmente interessantes neste contexto, por partirem de uma ideia organizada que se move em constante alteração durante o curso de um jogo, comportamento que justifica a frase do catalão sobre sistemas serem “números de telefone”. O que importa de facto é a forma como as peças abandonam essa configuração estática para ganhar vida – e jogos e títulos – com bola. Guardiola, relativamente à escolha dos jogadores para formar a equipa do próximo jogo, tem algo peculiar: sempre devem jogar os melhores, e os melhores são aqueles que têm coragem e não perdem a bola, e que o ideal seria formar uma equipa com onze médios.

Sim, onze, porque o guarda-redes também precisa de saber jogar com os pés numa equipa que pretende ocupar o campo do adversário e não sair de lá. Em vez de ter um titular e um suplente para cada posição, enfatizando a especialidade, Guardiola prefere jogadores capazes de executar duas ou até três funções. Além de oferecer soluções e possibilidades para alterar o carácter da equipa durante o jogo, sem que seja necessário fazer substituições; reunir jogadores “camaleónicos” permite a Guardiola satisfazer o desejo de trabalhar com elencos parcos.

Sem Título

O foco exagerado em sequências de números e esquemas pode levar à desvalorização de outros aspectos importantes. O conforto que a beleza geométrica da constituição táctica de uma equipa pode dar a um treinador pode ser curto quando pela frente se encontra uma equipa onde aparentemente se privilegia o caos. Não um caos qualquer mas um caos preparado e controlado, que se transforma num “rolo compressor” sobre qualquer adversário que se apresente pela frente. Na verdade, o futebol caminha para esquecer as convenções.

Bibliografia:

André Kfouri – http://blogs.lancenet.com.br/andrekfouri/

Pedro Machado – http://www.bolanarede.pt/internacional/ligainglesa/toure-e-a-teoria-do-caos/

Ciência Hoje – http://www.cienciahoje.pt

Foto de capa: The Guadian

Futsal: Candidatos mantêm invencibilidade

0

cab futsal

Antes de iniciar a análise da jornada do passado fim-de-semana, vou começar por dissecar a participação do SL Benfica na UEFA Futsal Cup, na Ronda Principal, que teve de ultrapassar por não ser um dos 4 principais cabeças-de-série. Esta ronda de apuramento para a ronda de Elite teve lugar na Eslovénia, e, para além do campeão nacional, contou com a presença do anfitrião Dobovec, dos búlgaros do Grand Pro Varna e dos bósnios do Centar Sarajevo.

Apesar de ser o único clube nesta fase da prova já com um título europeu no seu palmarés, conquistado em 2010, e de ser por isso amplamente favorito, o SL Benfica desembaraçou-se dos seus oponentes com aparente facilidade, batendo respetivamente o Sarajevo por 8-2, o Varna por 9-2 e finalmente a equipa da casa por 6-1, tendo já garantido a presença na fase seguinte antes do último jogo, algo que é concedido aos dois primeiros classificados de cada grupo. O essencial, que era a presença entre as 16 melhores equipas da Europa, está garantido e agora é esperar pelo sorteio da Ronda de Elite (14 de Outubro) para saber o que calha em sorte aos encarnados.

futsal benfica
Brilhante prestação do Benfica na Ronda Principal da UEFA Futsal Cup valeu o pleno de vitórias
Fonte: Facebook Oficial do Sport Lisboa e Benfica Modalidades

Concluído que está este pequeno aparte, vou agora analisar a jornada da Liga Sport Zone do passado fim-de-semana, começando pelo expressivo triunfo forasteiro do Sporting CP perante os Leões de Porto Salvo (2-8). Num duelo leonino, os de Alvalade entraram melhor e ao intervalo lideravam por 2 golos sem resposta, com um bis do italo-brasileiro Cavinato. A turma de Nuno Dias não adormeceu à “sombra da bananeira” e tratou de entrar forte no segundo tempo, com Djo a ampliar a vantagem logo a abrir. Depois foi a vez de Merlim inscrever o seu nome no marcador, por duas ocasiões, aumentando o marcador para 0-5. A equipa orientada por Ricardo Lobão ainda esboçou uma pequena reação, com golos de Bruno Santos e Pauleta, mas mais um golo de Cavinato e dois de Diogo fixaram o resultado final.

O Sporting, somando assim a sua quarta vitória no campeonato, “apanha “ o rival Benfica na liderança partilhada da Liga, a par do SC Braga, que derrotou o SL Olivais por 3-1. Destaque nesta jornada para o primeiro ponto do CS São João, que empatou 3-3 com o Gualtar, e que vai tentar assim sair da “lanterna-vermelha” do campeonato com esta motivação extra. O Modicus vai continuando o seu campeonato com mais uma importante vitória perante o Belenenses por 7-4, subindo assim para o quarto posto, logo atrás do trio da frente e igualado com o SL Olivais. O Fundão goleou o Boavista por 6-0 e segue logo atrás do Modicus, com 7 pontos em 5 jogos e no 6.º lugar provisório da tabela.

Finalmente, o Rio Ave registou o seu primeiro triunfo ao 5.º jogo, num jogo equilibrado perante a Quinta dos Lombos, que terminou com um parcial final de 3-2 para os visitados. Mesmo assim, o conjunto rio-avista ainda palmilha terrenos perigosos, ocupando neste momento o 11º lugar da tabela. É de referir também que o jogo em atraso desta jornada, entre o SL Benfica e a Burinhosa, se realizará no início de Dezembro, no dia 2.

Fotografia de Capa: Facebook Oficial do Sporting Clube de Portugal Modalidades

O mestre, o aprendiz e o “wanna be”

0

atodososdesportistas

Como todos temos testemunhado, o futebol português está repleto de histórias: umas “do arco-da-velha”, outras nem tanto…

Ainda assim, nos últimos dois anos temos assistido a uma aproximação desportiva dos 3 grandes de Portugal, depois de um grande interregno de um clube que merece estar na ribalta: o Sporting Clube de Portugal, instituição pela qual eu tenho um apreço enorme e que tanto me apraz ver no topo da tabela classificativa (excluindo quando está à frente do Porto, como é óbvio).

Esta aproximação dos três grandes revela algo que está intimamente ligado com os resultados desportivos de um grande clube: os 3 têm 1 líder que sabe o que faz. Porém, depois daquele medíocre e patético debate da passada segunda feira, entre um irracional ex-operário da Benfica TV que se diz independente (falo daquele faccioso, incendiário e crápula do Pedro Guerra – ou “Fernando Santos”, como se intitula quando liga para programas a fazer-se passar por outros-) e o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, só posso tirar como ilação principal 3 coisas: realmente Bruno de Carvalho está muito, mas muito… verdinho. E são várias as razões para esta afirmação, a saber:

  • Aceitar ir ao programa desportivo de Portugal com o pior painel de comentadores;
  • Aceitar sentar-se na mesma mesa que Pedro Guerra (esse o pior de todos, a par de Rui Gomes da Silva);
  • Deixar-se ir nas cantigas do “comentador” benfiquista e tornar um suposto programa onde ia responder a perguntar num programa onde o nível de azeite e de peixeirada foi acima de um reality show digno daquela estação.

Partindo deste princípio, o leitor pode já começar a associar o título do texto aos três presidentes, mas antes de mais vamos lá ver uma coisa: todos os presidentes estão encobertos de “histórias” (algumas provadas, outras não) e por isso nem vale a pena a teoria da conspiração de que no norte são todos corruptos e no sul são uns coitadinhos do sistema!

  • “O mestre”: Pinto da Costa – acusado de um sem número de acções judiciais, a verdade é que já são 33 anos de presidência e nunca nada foi provado judicialmente (“escutas ilegais” ou “apitos dourados”, até serem provados sem ser pelos famosos “leaks” ou “youtubes”, de nada valem). No alto dos seus 58 títulos de Dragão ao peito (só no futebol…), pode congratular-se de ser o dirigente desportivo com mais títulos do mundo e, arrisco-me a dizer, um dos que goza maior longevidade num cargo de presidência, sendo unanime que é o melhor, quer entre os adeptos portistas quer entre os adeptos que sabem ver futebol e admiram o trabalho deste grande presidente, internacionalmente reconhecido pelos maiores clubes do mundo;
  • “O aprendiz”: Luís Filipe Vieira – com cerca de 12 anos de casa, o começo no Benfica foi parecido com o que Bruno de Carvalho fez no Sporting: falsas promessas (300 mil sócios, vencer finais europeias ou acabar com a hegemonia do Porto) logo no primeiro mandato. Vai a caminho do terceiro e com o tempo conseguiu “secar” os clubes da zona de Lisboa (incluindo Sporting) e assumir-se como o único rival à altura do Porto durante largos anos. Nisto, se falei de acusações feitas a Pinto da Costa, tenho forçosamente de falar dos seus homogéneos: Luís Filipe Vieira tem acusações de fraude desde os tempos do Alverca, acusações de porte e transporte de drogas e ainda aliciamento de árbitros com jantares (a nova famosa “caixinha Eusébio”), apoio a claques ilegais com ligações a suspeitas de homicídios e drogas ou até mesmo protocolos com clubes-fantasmas. Dizendo o que disse o seu homologo Portista mas por outras palavras: até prova judicial em contrário, é inocente.
  • O “Wanna be”: Bruno de Carvalho – tal como sucedeu com Luís Filipe Vieira no seu primeiro mandato, é tudo a “espingardar”, com uma falta de classe e elegância brutal. Acusado de ser um péssimo gestor no passado e com mistérios como o fecho de todas as suas empresas privadas, ligações a clubes que não existem ou mau relacionamento com jogadores devido a falsas promessas (tudo acusações que se podem ler, nada provado como os anteriores!), a verdade é que Bruno de Carvalho ressuscitou o Leão adormecido e trouxe o bom nome do Sporting de volta onde merece. Mas, talvez ainda por estar demasiado verdinho (como ele gosta tanto da cor…), o presidente Bruno de Carvalho ainda não conseguiu desligar o “chip” do adepto Bruno. Com tiradas e comunicados risíveis e de baixo nível desde que chegou ao clube de Alvalade, o presidente caiu no goto do ridículo quando se deixou ir nas lenga-lengas de Pedro Guerra. Demonstrou uma falta de pulso firme brutal e ainda fugiu das verdadeiras questões que os adeptos leoninos que realmente querem saber do clube queriam ver esclarecidas, e nas perguntas que lhe eram feitas, a frase que mais se ouviu foi: “está no comunicado, leia o comunicado”. Vangloria-se de ter renovado com perolas como William, Gelson ou Matheus, garantindo que estes tinham propostas “milionárias” para sair e quiseram ficar (alguém acredita nisto? Qualquer clube grande que os quisesse era pagar e… levar. O amor ao clube não existe quando o cifrão fala mais alto, ou só contam os jogadores que trocaram o “amor ao benfica ou porto” pelo Mónaco, Zenit, etc?), não falando do ano e meio que teve para renovar com o actual jogador do Sporting a par de William (Carrillo) ou do negócio claramente falhado de Rojo.
Bruno de Carvalho
Bruno de Carvalho, na imagem, é, segundo José Maria Monteiro, o presidente mais fraco dos 3 grandes
Fonte: Facebook Oficial do Sporting Clube de Portugal

Bruno de Carvalho, com cerca de 2 anos de presidência (e com um trabalho brilhante ao reerguer o clube!), ainda é um Leão bebé no meio de uma Águia que voa mais alto e de um Dragão que ainda os consegue ver mais de cima (mas já não tão mais alto do que a águia…), e está a criar guerras que nunca conseguirá ganhar, pois onde ele pensa que é inovador, já os rivais sabem essa estratégia há pelo menos 2 anos.

Com isto, e em jeito de conclusão, penso que, num curto prazo de tempo, teremos os 3 grandes a competir ano após ano pelo título nacional, numa “guerra” até ao fim e sem grande oscilações, como as que se têm visto nestes anos que passaram, basta que “alguns” ganhem experiência e parem de pôr o pézinho na poça e outros se distraiam e se deixem ser apanhados.

O futebol é cíclico, como tudo na vida. E espero que o próximo ciclo do desporto-rei chegue a Portugal com grande desportivismo, qualidade das gerações vindouras (que não falta!) e, acima de tudo, com menos casos e muitas mais tecnologias que cada vez mais trarão ao futebol a diminuição do erro humano e desconfiança dos adeptos!

Fotografia de Capa: Facebook Oficial do Futebol Clube do Porto

Quem vai à(o) Guerra… dá e leva!

sporting cabeçalho generíco

Não se pode dizer que o programa da TVI24 tenha sido uma surpresa… foi exactamente aquilo que se esperava: um(a) Guerra bem quente e sem qualquer controlo!

Tenho pena do jornalista que deveria ter moderado o programa, mas que pouco ou nada conseguiu fazer. Acho que está na altura também de se repensar se compensa ter uma pessoa constantemente aos berros a tentar superiorizar-se aos outros… às tantas aquilo deixa de ser uma conversa/debate e passa a ser um monólogo, mas por via da gritaria! Bruno Carvalho foi fazer aquilo que lhe competia, defender os interesses do Sporting Clube de Portugal e o “Sr.” Guerra a armar a peixarada usual que ele cria no programa.

Se Bruno Carvalho poderia ter sido diferente? Poderia, mas não seria a mesma coisa. O estilo de Bruno de Carvalho está definido e por mais que se tente, não se pode mudar, mas sim, simplesmente limar!

Após longos meses de ataques constantes, Pedro Guerra finalmente teve um adversário à altura Fonte: ionline.pt
Após longos meses de ataques constantes, Pedro Guerra finalmente teve um adversário à altura
Fonte: ionline.pt

Após meses e meses de ataques “parvos” e constantes do “comentador vermelho”, somente com provas virtuais e com papéis que nunca foram entregues, Bruno de Carvalho decidiu enfrentar o “boi pelos cornos” e fez uma “pega de caras”! E para se conseguir bater um ignorante, tem de se baixar ao nível dele e fazer (por vezes) ainda pior. E foi isso exactamente que BdC fez.

O presidente leonino faz questão de estar lá sempre a dar a cara… eu pessoalmente gosto do estilo, o que posso criticar somente um pouco é a forma! Bruno de Carvalho parece o D. Quixote a lutar contra moinhos de vento que é um futebol português podre e com uma imagem desgastada e pobre. Mas falta-lhe um aio ajudante, um Sancho Pança que por vezes também dê a cara e seja o balanço da situação. A imagem do nosso presidente está cada vez mais desgastada e ele precisa rapidamente de um “sidekick” que possa travar algumas lutas do Sporting não por ele, mas a coadjuvar e a dar a cara.

Se o Football Leaks poderá ter alguns documentos verdadeiros? Sim, acredito que alguns documentos possam ser verdadeiros. Se é um ataque ao Sporting Clube de Portugal? Disso não tenho qualquer dúvida. Quanto mais não seja “somente” pela quantidade de informação difundida de uns e de outros.

Este é o caminho. Bruno de Carvalho está a abordar todas as questões que metem ao barulho o Sporting Clube de Portugal e está a fazer verdadeiras “revoluções” no futebol português. Passamos do clube dos betinhos e engomadinhos, que não faziam mal a ninguém, só comiam croquetes para os “arruaceiros” que não se calam, que têm um presidente que fala demais e que só quer protagonismo. Que seja!

Que Bruno de Carvalho fale sempre e apresente papéis e os deixe disponíveis para todos acederem a eles… que nada se publique nem se diga anonimamente… que se dê a cara e o nome pelo que se diz. E isto conduz à transparência do futebol português, que foi sempre aquilo que o Sporting quis.

Mas como em qualquer pega de caras e grupo de forcados: todos têm o seu papel e nem sempre tem de ser o mesmo. BdC não precisa de ser sempre o forcado da cara. Uns dias pode ser também os que ajudam ou noutros o rabejador, mas sempre com o estilo que o caracteriza.

BdC pode e deve enfrentar todos os touros pelos cornos, mas tem de ter um ajudante. Sozinho, é um alvo mais fácil! Fonte: bandadosamouco.blogspot.com
BdC pode e deve enfrentar todos os touros pelos cornos, mas tem de ter um ajudante. Sozinho, é um alvo mais fácil!
Fonte: bandadosamouco.blogspot.com

A ida ao programa só mostra uma coisa, o Sporting Clube de Portugal não se esconde atrás de sites “piratas” nem se confina ao seu jardim! Quer discutir publica e judicialmente todos os problemas do futebol português! Será que todos os intervenientes estão disponíveis para isto? Pelo que tenho visto ultimamente, não!

Queremos que o nosso Sporting continue aquilo que sempre quis: transparência e honestidade no futebol! Só assim se cumprirá o lema na totalidade: “Esforço, Dedicação, Devoção e Glória!”

Porque “o Sporting é o nosso grande amor!”

P.S.- que pena que cortaram a emissão e o som quando o ilustre Eduardo Barroso se levantou na direcção do Pedro Guerra.

Foto de capa: Facebook Oficial do Sporting

UFC 192: A legitimidade do reinado de Cormier

0

cabeçalho ufc

Daniel Cormier é o campeão de peso Meio-Pesado da UFC. É um facto inabalável, tenha-se ou não Jon Jones dentro da equação. A primeira defesa de título do antigo wrestler americano foi uma verdadeira guerra. Tanto ele como Gustafsson calaram as bocas do mundo com o que fizeram dentro do octógono. Calaram as que não viam Cormier como verdadeiro campeão e as que não viam Gustafsson como um verdadeiro desafio, provando que dentro do Octógono não há lugar para especulações e teorias.

A verdade é que o combate poderia ter ido para qualquer lado. Gustafsson perdeu no papel, mas a derrota por decisão dividida deve servir como motor para chegar de novo ao topo e fazer com que a balança penda para o seu lado. A qualidade do sueco foi capaz de extrair o melhor de Cormier, como já tinha feito com Jones. Parece que a única coisa que lhe falta é um bocadinho extra de audácia e a sorte que vem com esta.

Cormier, por sua vez, teve uma das melhores prestações da sua carreira. Entrou fortíssimo na primeira ronda, com uma projecção fantástica. Durante a grande maioria do encontro manteve o sueco no chão e sob pressão elevada, algo recorrente nos seus combates. Quando Gustafsson conseguiu recuperar a postura em pé optou por manter a distância via jabs e pontapés ao corpo, algo lógico tendo em conta a vantagem de envergadura face a Cormier.

A segunda e terceira rondas foram, a meu ver, de Gustafsson. Nestas derrubou Cormier por duas vezes e mostrou bastante superioridade no que toca a striking. Chegou mesmo a abalar o americano, momentaneamente, com um joelho e uma esquerda. Faltou-lhe o instinto matador, visto que Cormier rapidamente se recompôs.

UFC 192
Eis um dos uppercuts de Cormier (à esq.), após Gustafsson ter ido para o clinch.
Fonte: UFC.com

O problema para o sueco veio nas rondas seguintes. A pressão de Cormier fez-se sentir, e o sueco acusou o desgaste e falta de capacidade de entender os momentos do combate, envolvendo-se demasiadas vezes no clinch, ao invés de controlar as distâncias. Cormier, em cada clinch, desferia múltiplos uppercuts que acabaram por ser vitais na hora da decisão. Caso Gustafsson tivesse seguido o plano lógico teria, acredito eu, vencido o combate.

Isto, no entanto, não retira mérito nenhum a Cormier, que se foi adaptando inteligentemente a todas as fases do combate. Acho fascinante como o campeão é capaz de encurtar as distâncias contra adversários incrivelmente maiores, voltando a referir a facilidade com que os projeta. Coisas de melhor do mundo, que o é. Jon Jones não está por perto para dizer o contrário…

No co-evento principal, Ryan Bader venceu Rashad Evans com relativa facilidade, via decisão unânime. Mostrou-se bastante criativo no departamento do striking, diversificando as suas sequências e deixando Evans sem saber o que esperar. Este acabou por se frustrar com o decorrer do combate, procurando acertar com a mão direita sem grande critério por várias vezes. Vimos um Evans bastante longe daquilo a que nos habituou ao longo da sua carreira, muito devido à ausência de dois anos do desporto. Acredito que, em alta rotação, “Suga” teria tido uma resposta diferente. De resto, pouco mais a dizer de um combate que foi bastante unidirecional.

Bader soma a sua quinta vitória seguida e segue, muito provavelmente, para uma luta pelo título contra Cormier. Não vejo em Bader um adversário difícil para Cormier. Apesar de ser relativamente completo, não há nenhuma área em que “Darth” seja excepcional. Este combate mostrou que está em ascendente, nomeadamente no que toca ao jogo de pé, mas é-me impossível crer em alguém que nunca vence de forma espetacular e cujas últimas cinco vitórias vieram por decisão.

Ryan Bader (à dir.) vence... Mas não convence. Cormier parece estar léguas acima. Fonte: UFC.com
Ryan Bader (à dir.) vence… Mas não convence. Cormier parece estar léguas acima.
Fonte: UFC.com

Se, por ventura, Bader vencer Cormier num eventual combate, atrevo-me a dizer que será de forma totalmente inesperada e, muito provavelmente, chocante. Lembram-se da vitória de Matt Serra contra Georges St. Pierre? Esse tipo de inesperado e chocante. Cormier é o rei da divisão e, com vitórias contra Gustafsson e Anthony Johnson, até Dana White deve pensar que é ilógico dar uma oportunidade a Bader quando o seu maior feito dentro do octógono é, precisamente, esta vitória contra Evans, cuja história anterior à luta já sabemos. Ainda mais com Jon Jones prestes a regressar… Esse é o combate a marcar, um digno de levar com o título de “Combate do Século”. Esperemos que aconteça.

Nos restantes combates: Ruslan Magomedov venceu Shawn Jordan, Joseph Benavidez venceu Ali Bagautinov, e Julianna Pena venceu Jessica Eye. Todos os combates foram a decisão.

P.S – A estreia do lutador de 19 anos Sage Northcutt, no undercard deste evento, foi algo de (muito) impressionante, e só pode ser plenamente apreciado se for visto. Em todos os seus combates mostrou grande fisicalidade e um domínio técnico (o seu Karaté é algo espantoso) bastante acima da média. A vitória contra Francisco Trevino foi um autêntico grito de afirmação. Por esta altura o seu “hype train” já circula e eu sou um dos passageiros. Esperem grandes coisas dele.

Olheiro BnR – Nikola Vukcevic

olheiro bnr

Um dos jogadores que se tem assumido como uma grande revelação nestas primeiras jornadas da actual edição do campeonato nacional  é o internacional montenegrino Nikola Vukcevic, médio-defensivo que já se encontrava no Sporting de Braga desde 2013/14, mas só agora arranjou espaço para confirmar o elevadíssimo potencial que o fez merecer a aposta minhota.

Trata-se de um jovem nascido a 13 de Dezembro de 1991 em Podgorica, Montenegro, e que cresceu precisamente no Buducnost da sua cidade natal, onde somou 65 jogos (quatro golos) entre 2010 e 2013, altura em que deu o salto para o futebol português e para o Sporting de Braga.

Aí, contudo, a sua ascensão esteve longe de ser imediata, com Nikola Vukcevic a passar as últimas duas temporadas preferencialmente na equipa B dos arsenalistas, onde somou um total de 31 jogos (um golo), limitando-se, no mesmo período, a somar apenas três jogos pelo conjunto principal do Sporting de Braga, e sempre como suplente utilizado.

Vukcevic tem sido uma das revelações do Sp. Braga Fonte: Sporting Clube de Braga
Vukcevic tem sido uma das revelações do Sp. Braga
Fonte: Sporting Clube de Braga

Montenegro acordou mais cedo para o seu talento

Mas se Nikola Vukcevic apenas se conseguiu impor no onze da equipa principal do Sporting de Braga em 2015/16, somando até ao momento oito jogos e dois golos, a verdade é que o mesmo não se passou no que à selecção montenegrina diz respeito.

Afinal, desde Março de 2014 que o médio-defensivo tem sido opção regular nas escolhas de Branko Brnovic, tendo inclusivamente chegado recentemente à dezena de internacionalizações por Montenegro.

Qualidade técnica e inteligência táctica

Quando nos deparamos com o estilo de jogo do jovem de 23 anos, salta imediatamente à vista a superior qualidade do seu pé esquerdo, algo que lhe permite ser muito importante no início do processo ofensivo do Sporting de Braga, tal é a sua capacidade de progressão com bola e a precisão que apresenta no passe. Para além disso, esse mesmo pé esquerdo também se revela muitas vezes letal no capítulo da finalização, seja a média ou curta distância.

Dinâmico nas transições, com boa dimensão física e muito inteligente em termos tácticos, Nikola Vukcevic é igualmente um jogador muito importante para marcar os tempos no miolo arsenalista, tendo vindo a ser muito importante no equilíbrio defensivo de um conjunto que sofreu apenas quatro golos em todas as competições oficiais que disputou até ao momento.

Obviamente, que, estando a dar ainda os primeiros passos no espectro da primeira divisão do quinto mais importante campeonato europeu, o internacional montenegrino ainda terá que crescer em termos de intensidade de jogo e até ganhar uma maior eficácia nas escolhas com bola, mas é inegável que se trata de um dos melhores projectos de craque que a nossa liga está a oferecer.

Foto de Capa: Sporting Clube de Braga

Como travar uma Guerra de castelos de papel?

porta

Uma noite da qual ninguém se orgulha, mas uma Guerra que teve que ser travada. Esta é a real conclusão a que chego após o programa Prolongamento na noite de ontem; se o nível taberneiro de certas alturas do programa por vezes me deu calafrios e me fez pensar que Bruno de Carvalho não deveria sequer estar presente naquele estúdio, a verdade é que há batalhas que se lutam no terreno adversário, numa pocilga lamacenta de inverdades e resmas de papéis. E quem melhor do que o próprio presidente para resolver duma vez por todas um caso grave de mentiras compulsivas e bajulação?

A noite até começou calma, com explicações coerentes e conversas antigas – que muita gente continua a não querer ouvir – por parte de BdC. Reiterou novamente o apoio à introdução das novas tecnologias na arbitragem, explicou o castigo após a expulsão no Bessa e a sua decisão em não estar presente em Alvalade na goleada do passado Domingo. Neste momento, tudo não passava duma Guerra fria, amorfa e sem sal, algo que viria a mudar com o primeiro tema quente, a não renovação de Carrillo.

O líder leonino fez o que lhe competia, voltou a demonstrar a falta de vontade do jogador peruano em renovar com o Sporting, o que por si só não seria grave, uma vez que cada jogador é livre de procurar o melhor para o seu futuro, a parte que dá que pensar e que torna este assunto rocambolesco é o peso que agentes e fundos de investimento têm na mesma. Quando um agente, ligado a um fundo, filtra propostas e não permite que o Sporting consiga renovar com um jogador, é algo que verdadeiramente me revolta e que me leva a crer que o futebol é mesmo um mundo que devia ser investigado a fundo, quem sabe pelo Football Leaks…

Foi por esta altura que entrou em cena Guerra, o Paladino da Luz, que afirmou respeitar a instituição do Sporting no momento para depois a insultar durante uma hora e meia de programa. E no lançamento da primeira pedra, primeiro ponto de set para BdC. O comentador afirmou que Bruno de Carvalho não tem ainda o estofo necessário para liderar um clube como o Sporting, afirmando que o caso Carrillo é um exemplo claro de má gestão leonina, referindo que deveria ter sido um caso prioritário e acabando por dar o caso Maxi Pereira como exemplo. A questão que se levanta é a seguinte: O que andou LFV a fazer durante anos para deixar fugir o capitão Maxi para o dragão? Será que o uruguaio não deveria ser prioritário também? Maxi não era um líder no balneário? E se, com a confirmação que o jogador iria abandonar a Luz rumo a um rival, ainda assim era titular absoluto nos encarnados, quem mandava realmente no Benfica? Luís Filipe Vieira, a “estrutura” ou Jorge Jesus?

Bruno de Carvalho conseguiu fazer com Jesus o que LFV nunca fez Fonte: Facebook Oficial do Sporting.
Bruno de Carvalho conseguiu fazer com Jesus o que LFV nunca fez
Fonte: Facebook Oficial do Sporting.

Guerra refugiava-se atrás de uma pilha de papéis de fazer inveja à Torre do Tombo, e esperava-se o momento em que iria tirar da cartola os documentos que tanto referiu ao longo dos últimos meses; confesso que estava desejoso de ver uma folha com as mensagens de Jesus aos jogadores do Benfica. No entanto, a montanha pariu um rato, porque o antigo jogador do Damaiense não conseguiu trazer para o “jogo” um único documento, minuta ou mísero printscreen que colocasse em xeque o presidente do Sporting. A utilização da técnica de Guerr(ilh)a por parte de BdC, mostrando variada documentação sobre os casos Cervi e Mitroglou foram mais um tiro no pesado porta-aviões de Fernando Santos, perdão Pedro Guerra, que se limitou a afirmar que o recurso a imagens e papéis era um “exercício de desonestidade e uma técnica que conhece bem”. Pudera Pedro, pudera…

O antigo jornalista do Independente, continuava sem mostrar os seus trunfos, certamente esperando a melhor altura para dar uma estocada “mortal” em Bruno de Carvalho e optando por usar argumentos que me fizeram relembrar o “saudoso” Godinho Lopes em 2011, falando sobre o passado de gestor de BdC para dar razão à Doyen, continuando assim o rumo de desorientação e incongruências que confesso me deixaram desapontado. Assim como os parcos argumentos que Pedro Santos Guerra teve para explicar o clube Brasa F.C., ao qual o Benfica deve dinheiro. E é aqui que aproveito para fazer uma pequena achega.. Senhor Pedro, obrigado por saber todas as dívidas que o Sporting possui no momento, assim como se preocupar com os Sportinguistas e com o dinheiro pessoal de Godinho Lopes, contudo peço-lhe que não deixe de fazer o mesmo exercício ao seu clube, pois a uma instituição como o Benfica não fica bem dever dinheiro; ainda para mais a clubes fantasmas, capazes de assombrar o seu clube como se tratasse duma maldição de Béla Guttman. Faça-o por favor, para bem de “milhões” de portugueses.

Também o caso Football Leaks foi trazido a esta discussão em que Manuel Serrão e Eduardo Barroso eram meros espectadores. Bruno de Carvalho foi de poucas palavras, enumerando apenas algumas datas e enunciando a ligação entre este site e o jornal desportivo Record, assim como afirmando que não estranharia o lançamento de mais documentos sobre o Sporting e a ausência de documentação do clube da Luz, acabando por esclarecer que a Polícia Judiciária já estaria a tratar do caso. Até que chegou o momento que todos esperavam, finalmente no meio dos papéis saía algum tema novo e inesperado. Uma caixa negra de Pandora que decidiu a contenda e que quase levou às lágrimas o derrotado… Pedro Guerra.

Bruno de Carvalho usou uma arma de destruição maciça, usando uma caixa que a direcção benfiquista oferece às equipas de arbitragem e com oferendas que vão desde camisolas de Eusébio até jantares com valores a rondar os três ou quatro dígitos. Perante a detonação de tal bomba, e de certo afectado com as ondas de choque, Pedro Fernando Guerra fica emocionado e sem capacidade de reacção, apenas conseguindo invocar o passado glorioso do jogador do Benfica sem nunca reagir ou opinando como é que um clube de futebol gasta centenas de milhares de euros em jantares a árbitros de futebol, mas de certo que a resposta estaria numa folha daquele castelo de papel.

Bruno de Carvalho fez o que lhe competia e deixou Pedro Guerra sem argumentos Fonte: TVI
Bruno de Carvalho fez o que lhe competia e deixou Pedro Guerra sem argumentos
Fonte: TVI

Pessoalmente, não gosto da presença do meu Presidente num debate tão rasteiro e sem qualidade como este, mas ser líder é também isto, enfrentar todos os desafios por mais sujos que sejam e não deixar que sejam outros a defender a nossa honra e as nossas responsabilidades. Bruno de Carvalho esteve bastante assertivo e coerente ao longo do programa, respondendo e elucidando quem quis realmente ouvir o que havia a ser dito e colocando na linha e no seu lugar alguém que representa mal e porcamente um clube com a dimensão do rival Benfica. Mas o verdadeiro golpe de génio por de trás desta presença do líder Sportinguista no programa não foi tanto a vitória por KO sobre Fernando Guerra mas algo muito mais subtil. BdC conseguiu tirar o foco de atenção de Jorge Jesus e da equipa de futebol leonina, que assim consegue preparar o derby de dia 25 com uma maior tranquilidade e sem pressões duma comunicação social constrangida por certos poderes.

Nada mau para um presidente tão “verde”, hein?

 Fonte da foto de Capa: Facebook Oficial do Sporting

A fornalha que alimenta o FK Partizan

0

internacional cabeçalho

Quando lhe perguntaram qual o segredo para o sucesso da academia de futebol do FK Partizan, Momcilo Vukotic respondeu que não havia segredos: apenas tradição, trabalho e confiança nos mais jovens. Moca Vukotic, uma antiga estrela do futebol jugoslavo e do Partizan Belgrado, é, hoje em dia, o responsável pelos escalões de formação do emblema da capital sérvia e não foi capaz de esconder a sua satisfação e o seu orgulho pelo facto de cinco jogadores forjados na academia pela qual é responsável fazerem parte da selecção sérvia de sub-20, que recentemente venceu o mundial da categoria na Nova Zelândia.

Na Sérvia, assim como acontecia na ex-Jugoslávia, respira-se futebol, e vencer o mundial de Sub-20 na sua primeira participação como nação independente foi algo que despertou no país não só uma espécie de nostalgia pelas glórias do passado mas também um sentido de unidade, algo inesperado, que fez com que os Sérvios ligassem os seus televisores ainda de madrugada no passado dia 20 de Junho para verem os bravos jovens guerreiros de Veljko Paunovic baterem o poderoso Brasil no prolongamento. Aquando do regresso dos pequenos grandes heróis, uma multidão de mais de 100 mil pessoas esperava-os em Belgrado, pondo de parte, ainda que só por alguns momentos, as fortes rivalidades clubísticas que os separa no dia-a-dia.

Momcilo Vukotic - De futebolista com mais jogos realizados pelo FK Partizan até responsável máximo pelos escalões de formação do emblema de Belgrado Fonte: Telegraf.rs
Momcilo Vukotic – De futebolista com mais jogos realizados pelo FK Partizan até responsável máximo pelos escalões de formação do emblema de Belgrado
Fonte: Telegraf.rs

O futebol não consegue ficar alheio às agitações políticas e sociais vividas em cada país e na ex-Jugoslávia não foi diferente. A 13 de Maio de 1990, a agressão do antigo médio do AC Milan Zvonimir Boban a um polícia, que tentava pôr fim a uma verdadeira batalha campal no Maksimir Stadium em Zagreb, marcou o início do fim da Primeira Liga Jugoslava. Aquele triste episódio deu o tiro de partida para as hostilidades que viriam a surgir nos meses e anos seguintes naquele país dos Balcãs, entre colegas de profissão, amigos de longa de data e até mesmo familiares, que, alheios a tudo, embarcaram numa espiral de violência alimentada por um ódio xenófobo e religioso que parecia ser algo impossível uns anos antes na poderosa Jugoslávia do Marechal Josip Tito.

O FK Partizan não ficou indiferente ao conflito e viu-se, ele próprio, envolvido na turbulência política e social que fazia tremer o país, muito por causa do Presidente da sua Comissão Executiva, Mirko Marjanovic, um homem próximo de Slobodan Milosevic, o infame líder sérvio. Contudo, os anos que se seguiram ao desaparecimento da Jugoslávia marcaram uma época de ouro para o emblema de Belgrado. Sob a égide de Ljubisa Tumbakovic, o FK Partizan venceu seis campeonatos e três taças de 1992 a 2002, ao mesmo tempo que forjava ou ajudava a desenvolver uma enorme quantidade de talentosos futebolistas que viriam, mais tarde, a conhecer momentos de indubitável sucesso em grandes ligas europeias. Predrag Mijatovic, Savo Milosevic, Ivan Tomic, Sasa Curcic, Zoran Mirkovic, Slavisa Jokanovic e Branko Brnovic, entre outros, fizeram todos parte em determinado momento desses anos de glória do FK Partizan, que relançaram novamente o clube na ribalta do futebol europeu.

O dia em que Ljubisa Tumbakovic se despediu do FK Partizan, onde já exercia funções directivas, para orientar o Wuhan Zall Fonte: FK Partizan
O dia em que Ljubisa Tumbakovic se despediu do FK Partizan, onde já exercia funções directivas, para orientar o Wuhan Zall
Fonte: FK Partizan

Após ter vencido a Jelen SuperLiga na época passada, com mais sete pontos que o seu eterno rival, o Estrela Vermelha (FK Crvena Zvezda), o FK Partizan está actualmente a viver alguns momentos complicados a nível doméstico, ocupando apenas um modesto 4º lugar na liga, atrás de equipas de menor gabarito, como o FK Borac Cacak e o FK Javor. A 12 pontos de distância dos seus vizinhos de Belgrado e praticamente arredado da luta pelo título ao fim de apenas 11 jogos, o FK Partizan parece agora estar a depositar energias na Liga Europa, para onde caiu após ter sido eliminado da Liga dos Campeões, mas na qual conta como vitórias os dois jogos realizados até ao momento: a primeira em Belgrado frente ao AZ Alkmaar com um espetacular 3-2 e a segunda na semana passada no terreno do Augsburg por 3-1, com dois golos do seu menino prodígio Andrija Zivkovic. O extremo de 19 anos, figura de proa da formação sérvia que venceu o Mundial Sub-20 em Junho passado, é o jogador em maior destaque na equipa de Zoran Milinkovic.

Andrija Zivkovic - O menino de ouro do FK Partizan Fonte: FK Partizan
Andrija Zivkovic – O menino de ouro do FK Partizan
Fonte: FK Partizan

Para além de Zivkovic, fazem parte da primeira equipa diversos jogadores como Nemanja Petrovic, Ivan Saponjic, Sasa Lukic e Nikola Ninkovic, todos eles internacionais pelas selecções jovens do seu país, e todos eles “produzidos” pela incandescente fornalha da Academia Belin – Lazarevic – Nadoveza. A academia do FK Partizan já foi considerada a segunda melhor a nível europeu, ficando apenas atrás da congénere do poderoso AFC Ajax, e conta no currículo com jogadores como Stevan Jovetic, Adem Ljajic, Matija Nastasic, Milos Jojic, Aleksandr Mitrovic e Lazar Markovic, entre outros.

A fornada de jovens jogadores que está actualmente às ordens de Zoran Milinkovic faz antever um futuro promissor para um FK Partizan que, de acordo com a máxima dos seus fundadores – veteranos da 2ª Guerra Mundial e da Guerra Civil Espanhola -, foi criado com o compromisso de oferecer aos adeptos futebol de alta qualidade e não de vencer jogos obrigatoriamente.

Foto de Capa: FK Partizan

O Passado Também Chuta: Vítor Baptista

o passado tambem chuta

Existem pessoas beijadas pelo génio que a vida trata mal. No entanto, trespassam a barreira do tempo e conseguem permanecer vivos. Só está vivo quem vive na nossa memória; para os que estão na nossa memória, a morte não existe. Vítor Baptista foi um jogador com todas as bitolas; do meio-campo até à baliza contrária, nenhuma posição ou função lhe era estranha e em todas era excelente. Aproximou-se da tentação de ser profissional depois de participar num torneio de futebol de salão.

Esse torneio teve uma característica e uma bênção curiosa: também participou nele um jogador com uma técnica e qualidade singular chamado Quinito. Jogou na Académica de Coimbra, no Belenenses e no duro e pegajoso campeonato espanhol, representando, com Vítor Damas, o Racing de Santander. Primeiro foi um jogador do meio-campo de técnica apurada e posteriormente adaptou-se à posição de extremo-direito.

O grande Vítor Baptista começou a maravilhar as bancadas de Portugal à tenra idade de dezoito anos. Representando o seu clube natal, o Vitória de Setúbal, entrou a ganhar: venceu a Taça de Portugal. Aquele Vitória tinha jogadores de eleição: Conceição, José Maria, Jacinto João e o guarda-redes chamado Mourinho, pai do célebre treinador Mourinho. Começou a falar-se nele de tal forma que era desejado pelos adeptos e pelos dois grandes clubes: Benfica e Sporting. Alguns entendidos falavam do Vítor Baptista como uma figura semelhante ao mítico Eusébio. No ano 1971 o Benfica fez-se com os serviços de Vítor Baptista. Acabava-se de bater o recorde das transferências em Portugal. Três mil contos foi o montante que ultrapassou as barreiras; além disso, no pacote entraram o magriço José Torres, o Matine e o habilidoso Praia, que fizera história no Leixões.

Vítor Batista maravilhou os adeptos portugueses
Vítor Batista maravilhou os adeptos portugueses

Vítor Baptista, como jogador, era um excelente rematador de todas as distâncias e posições, mas também tinha uma visão de jogo primorosa. Era, do ponto de vista tático, irreverente; mas um jogador criativo e tecnicamente poderoso que joga comodamente em diferentes partes do campo só pode ser uma coisa: irreverente. Os treinadores, por umas e por outras razões, entravam em litígio com o craque. Mário Wilson, Mortimore e, na sua passagem pelo Boavista, José Maria Pedroto, mantiveram quezílias devidas ao seu comportamento tático e talvez disciplinar. Vítor Baptista não era de arrugues. Depois da sua vida no Benfica voltou a Setúbal, passou pelo Boavista e viajou, a convite do mítico António Simões, até os Estados Unidos. Mas a polémica ligada à boémia underground já nascera.

Como todos os grandes, teve nomes e subnomes; entre eles, era conhecido pelo Maior. Ficou célebre também pelas excentricidades vividas em campo: a mais célebre foi quando perdeu um brinco de dez contos no Estádio da Luz. Parou-se o jogo e toda a gente, incluído o árbitro, andaram agachados à procura do brinco. Mais tarde, depois de ter regressado ao Vitória, venceu o Benfica no Estádio da Luz e, quando o jogo acabou, Vítor Baptista, ajudado pelos seus companheiros do Vitória, voltaram a procurar o brinco. Mas a sua vida nos fundos acelerados da droga marcaram, tristemente, a sua existência. Conheceu a pobreza e o emprego camarário para sobreviver.

Os seus clubes talvez não souberam ou não tiveram uma reação que lhe desse estabilidade existencial. O Benfica, para mim, cometeu um erro, tal como cometeu com o bicampeão europeu Cavém, que teve problemas de saúde agudos e problemas de sobrevivência. Vítor Baptista teve uma morte ainda a uma idade moça: faleceu com cinquenta anos em 1999. Para marcar bem o que foi como génio e como muitas vezes são marginados, recordo que passou pouco de uma dezena de internacionalizações; Juca, então selecionador nacional, não foi capaz de o entender. Mas Vítor Baptista vive e viverá.