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Sorteio LC: Difícil mas perfeitamente possível

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Não se pode propriamente dizer que Benfica e FC Porto tiveram má sorte no sorteio desta quinta feira da Fase de Grupos da Liga dos Campeões. Os bicampeões nacionais ficaram alojados no Grupo C, juntamente com Atlético Madrid, Galatasaray e Astana; relativamente ao FC Porto, os portistas ficaram no Grupo G com Chelsea, D. Kiev e Maccabi Telavive.

O Benfica acabou por ficar com um grupo relativamente acessível. Do pote 2 – onde estaria aquele que seria em teoria o adversário mais difícil da equipa encarnada – saiu o Atlético de Madrid de Diego Simeone, que conta no plantel com o português e ex-benfiquista Tiago, bem como com os ex- jogadores do FC Porto Oliver Torres e Jackson Martinez. Depois do terceiro lugar na última Liga Espanhola, a equipa espanhola reforçou-se a grande nível no mercado, depois de ter perdido Arda Turan e Mandzukic. É, sem dúvida, o adversário mais difícil do grupo e a equipa que, em teoria, tem tudo para seguir em primeiro lugar rumo aos oitavos. O Galatasaray é verdadeiramente um gigante adormecido no futebol europeu. Campeão turco na época passada, a equipa liderada por Hamza Hamzaoglu começou mal o campeonato turco, com apenas 1 ponto conquistado em dois jogos. Apesar de andar arredada dos grandes palcos europeus nos últimos anos, a equipa turca apresenta-se como a grande adversária na luta pelo apuramento. Do plantel turco, destaque para o guarda redes uruguaio Fernando Muslera, o lateral esquerdo Alex Telles, os médios Filipe Melo, Altintop e Sneijder e os avançados Bulut e Podolski. A última equipa deste grupo acaba por ser, em teoria, o parente pobre. A equipa cazaque do Astana foi a última a ser sorteada e tem tudo para ser a última classificada deste grupo. Comandados por Stanimir Stoilov, o Astana acabou por proporcionar uma das principais surpresas do playoff de acesso à Liga dos Campeões, ao eliminar o teoricamente favorito Apoel, treinado pelo português Domingos Paciência. No seu plantel, destaque para o guarda redes Nenad Eric, para o médio Maksimovic e para o avançado Dzholchiev.

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Diego Simeone comanda o Atlético Madrid
Fonte: mile2herald.wordpress.com

O FC Porto sabia que teria de encontrar muito provavelmente um tubarão vindo do Pote 1. De facto, com a exceção ao Zenit e do PSV, todas as restantes cinco possibilidades (o Benfica não era uma hipótese) seriam sempre muito difíceis. Acabou por calhar ao FC Porto o reencontro com José Mourinho, campeão europeu pelos portistas em 2004. Para além do regresso de Mourinho a Portugal e ao Estádio do Dragão, o duelo com os ingleses trará à cidade do Porto estrelas como Diego Costa, Fabregas, Hazard ou Pedro Rodriguez, bem como os regressos de Matic, Ramires (ex- Benfica) e Radamel Falcao (ex- FC Porto).  Campeão inglês em título, a equipa liderada pelo Happy One é a grande favorita ao primeiro lugar do Grupo G e uma das principais candidatas a sagrar-se campeã europeia, em maio, em Milão. Outro dos adversários dos portistas é já um velho conhecido, o Dínamo Kiev, que defrontou os portistas pela última vez na Liga dos Campeões na época 2012-2013. Campeão ucraniano na última época e líder isolado da Liga Ucraniana nesta temporada, o Dínamo surge no Dragão como uma equipa perigosa e que procura cimentar a sua dimensão europeia. No seu plantel, liderado pelo técnico Serhiy Rebrov, destaque para os portugueses Antunes e Miguel Veloso, bem como para Shovkovsky, Belhanda, Derlis González, Mbokani e Yarmolenko. A última equipa sorteada para este grupo foi o Maccabi Telavive, que já defrontou o Benfica na Champions. A equipa israelita eliminou de forma surpreendente o Basileia no playoff da Liga dos Campeões e surge como o parente pobre deste grupo. Liderados pelo técnico Jokanovic, destacam-se no seu plantel os experientes Tal Ben-Haim, Eran Zahavi e Ben Basat.

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José Mourinho regressa ao Estádio Dragão
Fonte: express.co.uk

Relativamente aos restantes grupos, de realçar logo no Grupo A o duelo de gigantes entre o PSG e o Real Madrid, com Di Maria a regressar ao Santiago Bernabéu mas agora como jogador da equipa parisiense. Shakthar e Malmo (encontro de Ibrahimovic com o seu clube na Suécia) são os restantes membros deste grupo e dificilmente terão qualquer hipótese de sonhar com o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões. No grupo B, Manchester United é o principal favorito ao primeiro lugar do grupo, com PSV, CSKA e Wolfsburgo a anteverem um duelo muito interessante pela outra vaga rumo aos oitavos de final. O Grupo D é, porventura, o “grupo da morte” desta edição da Liga dos Campeões. Juventus e M. City são os principais candidatos a seguirem em frente, mas não podemos descurar aquilo que Sevilha e B. Monchengladbach possam fazer num grupo que será extremamente competitivo. No Grupo E, não se antevêm grandes dificuldades para que o campeão europeu Barcelona siga em frente. Bayer Leverkusen, Roma e Bate Borisov são os adversários de uma equipa catalã que liderada pelo tridente Neymar, Suárez e Messi tem tudo para seguir como líder do grupo. No Grupo F. é caso para dizer que Marco Silva não teve sorte. Bayern e Arsenal são os principais candidatos a seguirem em frente na competição, com Olympiacos e Dínamo Zagreb como atores secundários de um grupo que teoricamente apurará alemães e ingleses. Por último, o grupo H é claramente o menos apetecível da competição. Zenit, Valência, Lyon e Gent compõem o último grupo da competição que tem tudo para ser um dos mais equilibrados. Ainda assim, Nuno Espírito Santo e André Villas Boas têm boas hipóteses de poderem seguir em frente rumo aos oitavos de final da Liga dos Campeões.

Por último, destaque ainda para a natural eleição de Lionel Messi como melhor jogador da UEFA na última época. Depois de ter vencido o triplete (Liga Espanhola, Taça do Rei e Liga dos Campeões), o astro argentino acabou por se superiorizar a Cristiano Ronaldo e Luís Suárez, acabando por repetir a conquista de um troféu que já havia ganho em 2012.

Liga Inglesa: E à terceira jornada houve líder isolado e uma vitória histórica

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cab premier league liga inglesa

E à 3ª jornada… habemus líder! O Manchester City, no sempre difícil Goodison Park, superiorizou-se ao Everton, por 2-0 (golos de  Kolarov e Nasri) e isolou-se no topo da tabela classificativa,  beneficiando dos empates das equipas que se encontravam no pelotão da frente:  o Liverpool, no Emirates, diante do Arsenal,  continuou sem sofrer golos mas também não os marcou num jogo em que os guarda-redes (Cech e Mignolet) foram os principais protagonistas, o Leicester empatou na recepção ao Tottenham (o miúdo Delle Ali deu vantagem aos Spurs, mas um minuto e meio depois Mahrez deu continuidade ao seu excelente momento de forma e igualou a partida), e o Manchester United cedeu os primeiros pontos da época ao não conseguir dar a volta, em pleno Old Trafford, a um Newcastle muito bem organizado (ver treinador da semana), que forçou o nulo…

… que também se registou no terreno do Watford, onde o Southampton procurou mas ainda não conseguiu a primeira vitória da época, contrastando com o que fez durante a época passada – a surpresa da temporada anterior está a desiludir na actual… mas não é a única, pois há mais equipas que ainda não lograram vencer e de quem se esperava mais, como é o caso do Stoke, que não aproveitou a vantagem madrugadora obtida em Norwich, permitindo a igualdade a 1 golo que se verificou até final, o mesmo resultado que Sunderland e Swansea obtiveram no Stadium of the Light,  dando continuidade aos respectivos momentos de forma – os black cats ainda não conseguiram vencer na Premier League 2015/2016 e os Swans atravessam um excelente momento de forma, não perdendo qualquer encontro depois de já terem ido a Stamford Bridge…

… lugar onde já se respira com maior tranquilidade depois do reforço Pedro Rodriguez ter colocado um ponto final no mau início de época do Chelsea e numa malapata que durava há 4 anos ao marcar um e assistir outro, revelando-se importantíssimo na vitória sobre o West Bromwich Albion, no The Hawthornes, por 2-3. Um jogo que revelou o quão competitiva, espectacular e imprevisível pode ser a Premier League – o Chelsea esteve sempre em vantagem mas a incerteza sobre o resultado final pairou até acabar o jogo…

Callum Wilson (AFC Bournemouth) mereceu levar a bola do jogo para casa. Fonte: Facebook do Bournemouth
Callum Wilson (AFC Bournemouth) mereceu levar a bola do jogo para casa.
Fonte: Facebook do Bournemouth

… à semelhança do que também aconteceu nos duelos disputados em Londres na tarde de sábado. No Sellhurst Park, Cyrstal Palace e Aston Villa só mexeran no 0-0 por volta dos 71 minutos, quando Dann deu vantagem aos da casa, que foram, depois, surpreendidos pela velocidade de Adama Traoré, cuja investida (permitida por Puncheon) só terminou na baliza dos eagles (auto-golo de Souaré), porém, a três minutos do fim, Sako viria a devolver a vantagem para o Palace, assegurando a segunda vitória da época para os eagles, que já estão no 5º posto da Premier League; no Boleyn Ground, o jogo foi muito mais alucinante e teve um resultado histórico, pois o Bournemouth não só marcou o primeiro golo na Premier League como ainda conseguiu a primeira vitória na prova – começou a ganhar, com dois golos de Callum Wilson, deixou-se empatar, mas, em lances de contra-ataque voltou à vantagem no marcador, com Pugh e, outra vez, Callum Wilson a vincarem a vantagem sobre os da casa, que ainda reagiriam por Maiga, mas cujo golo não foi suficiente para inverter o rumo dos acontecimentos e do resultado final (3-4)

O City começou a vincar a diferença para os rivais, o Chelsea renasceu, o United cedeu os primeiros pontos, o Liverpool vai sendo uma fortaleza difícil de bater, o Leicester ainda não parou de surpreender e o Bournemouth garantiu uma vitória épica, pelo simbolismo e pelo resultado. Tudo numa jornada. A Premier League não desilude quem muito dela esperava.

Treinador da jornada:

Steve McLaren (Newcastle United) – Foi o responsável principal pelos primeiros pontos perdidos em Old Trafford, pelo United, dispondo a sua equipa num 4x2x3x1 declarado e sem necessidade de autocarros, pois Obertan, Wijnaldum, Perez e Mitrovic foram autênticas carraças na primeira fase de cosntrução dos red devils, impedindo a equipa de sair e, portanto, de criar situações de perigo.

Jogador da jornada:

Callum Wilson (AFC Bournemouth) – Foi auxiliado pela defesa do West Ham no hat-trick que assinou, beneficiando directamente de dois erros crassos dos orientados por Slaven Bilic (o outro golo foi apontado de penalty), mas nem por isso deixa de ser meritória deste prémio a exibição do jovem avançado inglês, pois foi muito além dos golos apontados. O seu nome ficará para sempre marcado na história do Bournemouth.

Foto de capa: Facebook do Arsenal

Liga Espanhola: Uma Real seca de golos no reino de Benítez

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O pontapé de saída da Liga Espanhola foi dado no passado fim de semana e há a destacar nesta primeira jornada o mau começo do Real Madrid, que na sua nova vida com Rafa Benítez ao leme dos merengues, viu os rivais diretos distanciarem-se de si na tabela classificativa. Barcelona e Atlético Madrid sofreram e muito para levarem de vencida os seus adversários, porém conseguiram, através de magras vitórias, lograr um triunfo que serve para um bom arranque de ambas as equipas na caminhada pelo título. Globalmente, foi uma primeira jornada escassa no que diz respeito ao capítulo do golo e na qual poucas são as conclusões a retirar numa fase tão prematura da temporada.

Na partida que serviu para dar o mote inicial para a La Liga, Málaga e Sevilha, dois candidatos aos lugares europeus, protagonizaram um derby andaluz e anularam-se num encontro bem disputado e que terminou com um empate sem golos. Ainda assim, foram várias as circunstâncias que marcaram o compromisso no La Rosaleda. O jogo foi repartido e teve como principal incidência um golo mal anulado a Charles (Málaga) perto dos 90’. O Sevilha de Unai Emery, que viu ainda N’Zonzi ser expulso à passagem do minuto 70, saiu deste combate andaluz com um ponto que, certamente, terá o gosto de uma vitória.

Nas partidas de sábado, destaque para a entrada em campo do Atlético Madrid, que na época transata obteve o terceiro posto do campeonato, após um 2013/14 no qual alcançou o desejado trono espanhol. O conjunto de Diego Simeone recebeu o recém-promovido Las Palmas, num encontro que se revelou bem mais complicado do que seria de esperar a priori. Com Jackson Martínez e Óliver Torres no onze inicial, foi Antoine Griezmann a principal figura dos colchoneros. O francês continua o excelente trajeto que tem protagonizado com as cores do Atleti – recordar que na época transata foi o terceiro melhor goleador da liga com 22 golos – e foi mais uma vez decisivo ao marcar o golo que deu o triunfo. O Las Palmas provou que pode ser uma boa surpresa nesta temporada e do lado do Atlético Madrid importa ressalvar a estreia pouco positiva de Jackson no campeonato espanhol, ao passo que Óliver provou ser uma aposta ganha de Simeone para suprir a saída de Arda Turan.

Griezmann continua sob o mesmo signo da época transata… o do golo! Fonte: Facebook do Atlético
Griezmann continua sob o mesmo signo da época transata… o do golo!
Fonte: Facebook do Atlético

Já o Valência, na ressaca da importante vitória sobre o Mónaco para o playoff da Champions, deu um passo em falso no arranque da liga e não foi além de um empate na deslocação a Vallecas. Uma boa partida de ambas as equipas, que teve como figura o guarda-redes do Rayo Vallecano, Toño, que por inúmeras vezes negou o golo aos comandados de Nuno Espírito Santo. Em campo estiveram os portugueses Zé Castro e Bebé do lado da equipa da casa e João Cancelo e Rúben Vezo com a camisola dos forasteiros.

Nos restantes jogos do dia, destaque para a vitória por 1-0 do Espanhol na receção ao Getafe, numa partida em que os forasteiros dominaram e tiveram as melhores oportunidades, porém um golo à passagem do minuto 2 por parte de Salva Sevilla permitiu a vitória do conjunto de Sergio Gonzalez ante a turma de Fran Escribá. Por seu turno, Deportivo e Real Sociedad protagonizaram mais um empate sem golos neste início de campeonato.

No domingo entraram em campo os principais candidatos ao título, Barcelona e Real Madrid, que tiveram sortes distintas. Os campeões em título protagonizaram o terceiro encontro consecutivo diante do Athletic Bilbao e as esperanças não eram as melhores. Nas duas partidas a contar para a Supertaça Espanhola, os catalães perderam e empataram, sendo que a derrota foi por uns consideráveis quatro golos sem resposta. Ainda assim, o conjunto de Luis Enrique conseguiu obter um magro triunfo (1-0) no San Mamés, sendo que o principal destaque do jogo vai para Luis Suárez, que já faz valer a sua veia goleadora e fez esquecer o penalty falhado pelo astro Lionel Messi anteriormente no jogo. O final da partida não trouxe apenas sorrisos a Luis Enrique, pois o técnico asturiano viu Dani Alves (substituído na partida por Sergi Roberto, que revelou excelente competência para dar o seu melhor contributo à equipa a jogar nesta posição e mostra assim ser uma alternativa viável) e Sergio Busquets saírem lesionados.

Por sua vez, o Real Madrid, que havia visto os seus rivais triunfarem, entrou em campo para a estreia na liga 2015/16 ante o recém-promovido Sporting Gijón. Certamente, Rafa Benítez e companhia esperariam uma primeira jornada tranquila para as hostes madrilenas, porém tal não sucedeu e os merengues cederam um nulo no terreno dos asturianos. Com Benzema fora de combate, Jesé Rodríguez foi titular e Benítez surpreendeu por deixar James Rodríguez no banco de suplentes. No geral, o Real Madrid realizou uma boa partida, no entanto os índices de finalização, similarmente ao que aconteceu na pré-época, ainda não são os melhores e foram várias as oportunidades não concretizadas, especialmente por Cristiano Ronaldo. Os avançados merengues esbarraram com uma muralha defensiva bem estabelecida por parte do Gijón, que faz com que os vice-campeões espanhóis percam já terreno para os adversários diretos na corrida pelo título. Destaque ainda para o antigo lateral do FC Porto, Danilo, que esteve a um bom nível, e para a estreia de Kovacic com a camisola blanca.

No Estádio Ciudad de Valencia, o Levante foi derrotado (1-2) na receção ao Celta de Vigo. A equipa caseira ficou a jogar com 10 desde o minuto 5, porém lutou até final para evitar a derrota. Para o Levante marcou Verza, ao passo que para os forasteiros os goleadores de serviço foram Fabian Orellana e Iago Aspas. Em Sevilha, o histórico Bétis, que regressou esta época ao principal escalão do futebol espanhol, empatou a uma bola com o Villarreal. Para os recém-promovidos marcou Ruben Castro Martín e para o submarino amarelo foi Roberto Soldado, que abrilhantou assim o seu regresso ao futebol espanhol. A fechar a jornada, um encontro entre duas equipas que terão como principal missão a fuga aos lugares de despromoção, Granada e Eibar. A vitória sorriu ao Eibar (3-1), com golos de Gonzalez, Escalante e Arruabarrena, enquanto que para o Granada, com Miguel Lopes a suplente utilizado, marcou Ruben Rochina.

Com a primeira jornada realizada, Barcelona e Atlético Madrid conseguiram o seu objetivo, ao passo que equipas como o Real Madrid, Valência, Sevilha e Villarreal não tiveram o melhor dos começos de campeonato que se poderia esperar. A próxima jornada terá como principais atracções o Sevilha-Atlético Madrid, Barcelona-Málaga e Real Madrid-Bétis.

Jogador da Semana: Antoine Griezmann (Atlético Madrid)

O atacante francês é cada vez mais um elemento preponderante no esquema de Diego Simeone e também um talismã comprovado. Tal como sucedeu em várias ocasiões na época transata, Griezmann sobressaiu na altura de decidir uma partida e deu três importantes pontos ao Atleti num jogo difícil de início de campeonato.

Treinador da Semana: Javier Estrada (Sporting Gijón)

O Gijón surpreendeu tudo e todos ao conseguir um empate frente ao poderoso Real Madrid e muito se deve ao esquema delineado pelo técnico espanhol, que estancou a toada ofensiva merengue, não sofrendo qualquer golo, o que lhe permitiu lograr um ponto que tem o valor simbólico de uma vitória para uma equipa recém-promovida ao principal escalão do futebol espanhol.

Foto de Capa: Facebook do Real Madrid

CSKA 3-1 Sporting: Sporting em versão Dr. Jekyll e Mr. Hyde

Num jogo em que se disputava uma boa parte da época desportiva e financeira, do Sporting Clube de Portugal, os leões foram uma equipa de duas partes bem distintas. Jorge Jesus apostou num modelo de jogo que mais se assemelhava a um 4-3-3, tirando do onze Slimani para apostar num meio campo no qual Aquilani se juntava  a João Mário e Adrien, conseguindo surpreender o CSKA.

Assim, a primeira parte foi claramente controlada pelos leões. Muito domínio e posse de bola, segurando os temíveis velocistas Musa e Doumbia no meio campo russo. A juntar a um plano de jogo que se estava a mostrar bem estudado e em que corria tudo bem ao Sporting, surgiu o golo de Teo Gutierrez. João Pereira descobre o avançado colombiano em boa posição e o número 19 dos leões finaliza da melhor forma. Tudo corria da melhor forma para a equipa de Jorge Jesus, que chegou ao intervalo com um pé e meio na fase de grupos da Champions e com o devido mérito.

Mas o pior estava para vir na segunda parte. O Sporting entrou a dormir no regresso dos balneários, e nem o golo madrugador de Doumbia – no qual a defesa do Sporting mostrou uma apatia incomum – serviu para colocar em sentido os jogadores e o treinador do Sporting. O meio campo do Sporting deixou de controlar a posse de bola e gerir ritmos de jogos e o Sporting nem chegava com verdadeiro perigo ao último terço do campo. Resumindo, o Sporting transfigurou-se em campo, deixando de ser uma equipa “mandona” e passando a ser uma equipa conformada com uma virtual vantagem na eliminatória. Quem aproveitou todas estas facilidades foi Musa e Doumbia, que aproveitaram para fazer estragos na defesa leonina. Com 20 minutos para jogar em Moscovo, o inevitável Doumbia empata a eliminatória e traz consigo o momento em que decide o jogo e a eliminatória. Com 2-1 no marcador, Jesus aposta em não mexer na sua melhor equipa e confia em levar o jogo para um possível prolongamento. Numa altura em que o Sporting já há muito não criava perigo, e que eram os russos a controlar e a dominar o encontro, cabia ao treinador do Sporting refrescar o seu elenco e colocar em sentido um CSKA afoito e a pensar no terceiro, golo que acabou por acontecer através do velocista Musa, à passagem dos 82 minutos, alguns momentos após o árbitro checo ter anulado um golo de Slimani, após canto de Carrillo.

 Musa e Doumbia destroçaram uma defesa leonina que esteve irreconhecível Fonte: UEFA
Musa e Doumbia destroçaram uma defesa leonina que esteve irreconhecível
Fonte: UEFA

Os últimos minutos  foram de sofrimento e pouca cabeça, com bolas bombeadas para a área de Akinfeev e para a cabeça de Slimani, mas o resultado prático foi nulo. O Sporting acabou por perder mais uma vez por 3-1 frente aos russos do CSKA, e de novo num jogo – eliminatória – onde foi superior em largos momentos, principalmente no jogo de Alvalade.

Um dos objectivos da época acabou por cair precocemente por terra, assim como os milhões  que tanto fazem falta aos cofres  leoninos. E o Sporting pode se queixar da influência de terceiros na decisão da eliminatória, mas o principal culpado deste falhanço foi este Sporting da segunda parte de Moscovo, um verdadeiro Edward Hyde.

A Figura:

Seydou Doumbia – O avançado costa-marfinense foi decisivo nos dois encontros da eliminatória. Hoje acaba por bisar na partida, aliando velocidade a sentido de oportunidade. Em má hora os russos o resgataram à Roma, contribuindo para afastar o Sporting dos milhões da Champions.

O Fora de Jogo:

 Defesa do Sporting –  Uma segunda parte para esquecer, entrando desconcentrados e permitindo o golo madrugador de Doumbia. No segundo golo, não foram lestos a tirar a bola de uma zona potencialmente perigosa e permitiram que Musa assistisse Doumbia para o segundo golo do costa-marfinense.

O plano B do Zé Povinho

hic sunt dracones

Numa das mais recentes partilhas do site Souportista surge um vídeo com uma opinião de Rodolfo Reis na SIC Notícias, depois do empate do FC Porto no Estádio dos Barreiros. De uma forma muito resumida (para quem não quiser perder tempo a ver o vídeo), Rodolfo Reis defende que Lopetegui deve procurar mudar o sistema de jogo quando vê que a equipa adversária está a ser competente a defender a sua baliza e o FC Porto já não consegue criar situações de perigo. Chega até a sugerir o 4-4-2 numa procura por maior presença azul-e-branca dentro da área adversária. O pior chega nos últimos trinta segundos… Rodolfo Reis refere que se deve procurar colocar a bola na área à espera de um ressalto para que alguém coloque a bola lá dentro.

No Souportista dizem que a opinião do antigo jogador é partilhada por todos os adeptos portistas e que não há nada a acrescentar. Suponho que devo ter-me esquecido da minha paixão azul-e-branca algures por aí, uma vez que estou longe de concordar com aquilo que é dito. Pior do que isso é ver uma opinião destas ser assim tão valorizada.

Muito se partilha por esse mundo fora que o FC Porto deve jogar num sistema diferente ou procurar mudar o sistema a meio do jogo, porque aquele não está a funcionar. Longe de mim conceber isso como primeira e única solução. Parece que o comum adepto tem tendência a procurar uma solução mais fácil, como se os problemas do FC Porto e do futebol fossem assim tão fáceis de resolver. Não funciona desta maneira? Funciona da outra. Se não funcionar da outra quem é que vai dizer “Bem, pelo menos tentou…”? Ninguém! Vão dizer que a mudança foi errada, que o primeiro sistema demorou muito tempo a ser mudado, vão inventar mil desculpas.

Palestras e mais palestras… Flashback? Fonte: Facebook do Porto
Palestras e mais palestras… Flashback?
Fonte: Facebook do FC Porto

Rodolfo Reis ainda vive muito num futebol do passado, em que muito do futebol era deixado ao acaso. A modalidade evoluiu de forma a diminuir ao máximo o fator sorte. E não é por se mudar o sistema que as coisas vão começar a correr bem.

A mudança do sistema de jogo deveria ser a última solução. Porém, o plano B do Zé Povinho é colocar mais jogadores na área, bombear bolas para a área, fazer remates quando houver um pouco de espaço… algum há de entrar, certo?

Caro Zé Povinho, o mais importante é mesmo ser competente dentro do sistema de jogo (4-3-3) que escolhemos. Ser muito bom nos quatro (+2) momentos de jogo e conseguir criar ocasiões de golo. Porque, embora não possamos ganhar sempre, estaremos sempre mais perto de o conseguir. Parece que todos os dias/jogos se pede ao treinador que mude o sistema de jogo. Mas cada treinador tem o seu e muitos não são versáteis o suficiente para conhecer a fundo as vantagens e as debilidades de todos os sistemas. O 4-4-2 é um sistema com vantagens e desvantagens. O 4-3-3 é um sistema com vantagens e desvantagens. O 4-5-1 é um sistema com vantagens e desvantagens. E por aí fora. Lopetegui acredita que o 4-3-3 o aproxima da vitória e é nesse sistema em que aposta. Se lhe pedirem um 4-4-2 ele pode não saber como orientar o treino para tirar o máximo partido do sistema. Mas quem diz Lopetegui diz Mourinho, Guardiola e outros.

Agora, se Lopetegui sabe orientar a equipa para que ela seja boa num 4-3-3? Isso já é outra história e dá pano para mangas. Atenção que não estou a dizer que a equipa não deve ter um plano B! Longe disso. Mas, se é para tê-lo, que o prepare durante os treinos e depois, com os processos verdadeiramente assimilados, que faça uso desse plano B. Se sou apologista de um plano B? Não, não sou. Porque depende imenso do fator sorte. Prefiro ser bem mais competente naquele em que acredito do que tentar arranjar um “remendo”.

Para terminar, até porque o artigo já vai bastante grande, queria só pedir-vos um favor… Se alguém encontrar por aí a minha paixão pelo FC Porto que me avise, por favor! Oferece-se recompensa!

Foto de capa: Facebook do FC Porto

Liga Portuguesa: Alergias

Esta não é a época mais incómoda para aqueles “sofrem” de alergias, mas, ainda assim, elas fazem questão de se fazer sentir, com menor impacto na qualidade de vida na maioria dos casos, com maior noutros. Entre este último grupo militam Sporting de Braga, Sporting CP e FC Porto, todos eles vítimas de alergias que ganharam recentemente (podem surgir em qualquer altura das nossas vidas) a campos e/ou adversários que, apesar de mais “pequenos”, têm vindo a causar estragos nas últimas épocas – nas últimas 11 deslocações a Vila do Conde, os bracarenses só venceram 2, o número de vezes que os leões levaram a melhor sobre o Paços, em jogos da Liga, nas últimas cinco deslocações dos castores, e os dragões, para além de não serem felizes nos “Barreiros”/Estádio do Marítimo desde há seis jogos a esta parte, não vencem na Madeira há mais de dois anos.

Excessivamente confiantes no próprio “sistema imunitário”, este trio de equipas partiu para zonas onde ganham comichão nos olhos e espirram com fartura sem tomar o devido anti-histamínico (humildade que os resultados recentes ) e, claro, voltou a acontecer o mesmo –  o SC Braga perdeu em Vila do Conde, frente ao Rio Ave FC, por 1-0, num jogo em que Hassan assinou o único golo do jogo e em que os da casa estiveram reduzidos a dez durante quase uma parte inteira; o Sporting CP cedeu um empate em Alvalade diante do FC Paços de Ferreira, depois de ter estado a vencer por 1-0 e ver essa vantagem ser anulada por uma grande penalidade convertida com sucesso por Pelé; o FC Porto voltou a perder pontos na Madeira, outra vez diante do CS Marítimo – depois de começar a perder (Edgar Costa), reagiu, marcou (Herrera)… mas adormeceu a partir daí e o resultado não sofreu alteração até final.

Esta crise de alergias dos grandes foi atenuada pela ineficácia do grande rival SL Benfica que, talvez solidário, falhou 30 remates num jogo em que Bracali foi enorme e um dos co-responsáveis (juntamente com a excelente organização do Arouca ]ver treinador da jornada]e com a ineficácia dos encarnados) da primeira vitória do FC Arouca sobre um grande. 1-0 foi o resultado, o mesmo com que o Nacional bateu o CF União da Madeira na Choupana, num jogo em que a vitória podia ser mais ampla, e terminou de forma sofrida para a turma de Manuel Machado. O CD Nacional consegue, tal como o Arouca, um feito histórico, pois nunca antes tinha vencido o União em jogos a contar para a Primeira Liga. Ambos conseguiram inverter a história e fintar… as alergias.

O Arouca impôs-se ao bicampeão nacional, fazendo de Lito Vidigal, pela segunda vez consecutiva, o treinador da jornada Fonte: Facebook do Arouca
O Arouca impôs-se ao bicampeão nacional, fazendo de Lito Vidigal, pela segunda vez consecutiva, o treinador da jornada
Fonte: Facebook do Arouca

Nos outros jogos da tarde do domingo passado, o Boavista bateu o Tondela com mais um golo de Luisinho (o segundo, que o “cola” ao topo da lista de melhores marcadores) e o Vitória SC e o Estoril somaram os primeiros pontos da época, mas os canarinhos saíram mais risonhos desta jornada batendo, sem contestação, o Moreirense FC, por 2-0, com Gerso em destaque (marcou um golo e ofereceu o outro). Os vimaraneses não conseguiram segurar a vantagem (obra de Ricardo Valente) sobre o CF Belenenses, que empatou por intermédio de Sturgeon, assistido por Abel Camará, ficando evidente o bom momento que a equipa atravessa.

A encerrar a jornada, o primeiro triunfo forasteiro da temporada (o BnR também esteve presente), com o Vitória FC a deslocar-se a Coimbra para bater a Académica por claros 4-0, numa exibição fantástica de Suk (ver jogador da jornada), que assinou um daqueles golos que servirá de propaganda ao nosso campeonato.

O Arouca é o inesperado líder isolado ao fim de duas jornadas. Desta vez não houve tanto espectáculo como na primeira ronda, mas continuou a haver emoção e competitividade. Dizia-se que 2015/2016 prometia (pela luta pelo trono)… e está a cumprir (pelos desaires dos principais candidatos)!

Jogador da jornada:

Suk (Vitória FC) – O golo que assinou frente a Académica é mesmo do outro mundo e merece todas as referências que se lhe possam fazer. Aliado ao melhor golo do campeonato, assinou outro em que revelou faro de golo e foi o principal “fornecedor” de perigo para os sadinos alcançarem um resultado histórico, em Coimbra.

Treinador da jornada:

Lito Vidigal (FC Arouca) – A forma como a sua equipa entrou merece, desde logo, destaque – aos 3 minutos já vencia o bicampeão nacional. A forma como defendeu, durante 87 minutos, a vantagem obtida sobre uma equipa que tem no ataque milhões de talento e euros gastos, é de realçar ainda mais.

Bracali merece ter crédito pelo resultado histórico, mas Lito, pela forma como montou e foi reagindo às circunstâncias do jogo, domando uma àguia feroz, também e merece receber, pela jornada consecutiva, o prémio de treinador da jornada para o Bola na Rede.

Foto de capa: Facebook do Paços de Ferreira

Futsal: “Furacão” Ricardinho resolve no regresso a Portugal

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Eu acho que é mais ou menos incontestável afirmar que a Masters Cup, que decorreu nos dias 22 e 23 de agosto na Meo Arena (ex-Pavilhão Atlântico), foi um dos destaques da pré-época ibérica, que reuniu simultaneamente 4 das melhores equipas da Europa, isto é, o Benfica, o Sporting, o Barcelona e o Inter Movistar. Esta última equipa conta nas suas fileiras com Ricardo Filipe da Silva Braga, ou simplesmente “Ricardinho”, que era, a priori, um dos destaques da competição, por estar de regresso ao nosso país e mais concretamente pelo reencontro com um clube que ele tanto admira e respeita, o SL Benfica. Ele fez questão de frisar que, apesar do carinho que nutre pelas “águias”, ia fazer de tudo para ganhar o troféu pelo seu atual clube. E o certo é que não defraudou as expetativas, mas já lá iremos. Após a 1.ª jornada, os resultados foram os seguintes:

Benfica 3-2 Barcelona
(Patias 10′, Alan Brandi 27′ e Bruno Coelho 32′; Lozano 6′ e Ferrão 24′)


Sporting 2-3 Inter Movistar
(Pedro Cary 7′ e Diogo 23′; Ricardinho 21′, 37′ e 39′)

O grande destaque, que espalhou magia pela Meo Arena   Fonte: facebook do Inter Movistar Futbol Sala
O grande destaque, que espalhou magia pela Meo Arena
Fonte: facebook do Inter Movistar Futbol Sala

Os resultados demonstram o enorme equilíbrio existente entre as formações espanholas e portuguesas, pois ambos os jogos acabaram decididos pela diferença mínima no marcador, com grande emoção e incerteza, que maravilharam quem se deslocou até Lisboa para assistir aos jogos. Os resultados de sábado fizeram com que o Inter–Benfica de domingo fosse uma autêntica final, em que quem ganhasse iria levar o “caneco” para casa, e o Sporting–Barcelona fosse uma espécie de 3.º e 4.º lugares. Após a jornada de domingo, tivemos os seguintes resultados:

Sporting 4-5 Barcelona (3.º e 4.º lugares)
(Miguel Ângelo 13′, Fortino 32′, Fábio Lima 37′ e Merlim 39′; Jesús Aicardo 2′, 8′, 16′, Juan Emilio 13′ e Lozano 39′)


Benfica 2-3 Inter Movistar
(Alan Brandi 6′ e Patias 39′; Ricardinho 20′, 24′ e 34′)

Pode parecer engano, mas não é. Foi mesmo o “mágico” que marcou todos os 6 golos da sua equipa. O bicampeão espanhol em título logrou mesmo a conquista do troféu, que, é certo, é uma competição a “feijões”, mas o clube espanhol e a sua principal figura demonstraram estar em grande forma para atacar a época 2015/16 em força e tentar manter a hegemonia do futsal do país vizinho. Uma palavra de apreço também para as 2 equipas nacionais, que presentearam os espetadores com uma ótima promoção no que ao futsal diz respeito.

Foto de capa: Facebook do Inter Movistar Futbol Sala

Liga Alemã: Depressa e bem não há quem

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cab bundesliga liga alema

A segunda jornada do campeonato alemão teve o condão de confirmar algumas dúvidas e conseguir suscitar outras. Nos nove jogos realizados registaram-se quatro empates e em termos de golos foi um fim-de-semana apático.

A confirmação acabou por ser o Borussia Dortmund. A transformação que Tuchel está a trazer à formação que Klopp moldou tem sido a recuperação de valores e o aguçamento da capacidade de chegar à baliza adversária. A avalanche ofensiva traduz-se em muitos golos e a equipa voltou a golear por 0-4. Ginter, que jogou como lateral-direito, abriu o marcador, Reus fez golo na marcação de um pénalti sofrido por Schmelzer (incrível profundidade ofensiva que vem dando pela esquerda), Kagawa facturou com enorme classe e Aubameyang fechou as contas. O Ingolstadt não teve capacidade de contrariar o poderio dos amarelos e pretos e não conseguiu repetir o resultado da primeira jornada.

O campeão sofreu para vencer no campo do Hoffenheim e só na etapa final do jogo é que conseguiu consumar a reviravolta. Os pupilos de Pep estão habituados a fazer história mas neste jogo foram adeptos de um momento histórico. Um mau passe de Alaba deixou Volland isolado e o alemão, com Neuer pela frente, não tremeu e bateu o recorde de golo mais rápido de sempre da Bundesliga, marcando aos 8 segundos. Markus Gisdol montou uma equipa capaz de causar alguns calafrios ao Bayern e só se podem queixar deles próprios. Thomas Müller voltou a marcar – já é um dos candidatos a melhor marcador – e empatou o jogo para os bávaros, mas na recta final do jogo Boateng leva dois amarelos em dois minutos e concede um pénalti. Quando era expectável que o Hoffenheim passasse a ser o dono do jogo, o contrário aconteceu. Neuer assumiu o papel de melhor guarda-redes do mundo e defendeu o pénalti. O Bayern moralizou-se e foi através de uma jogada individual de Douglas Costa, quem mais, que conseguiu desbloquear o resultado através de Lewandowski – o craque polaco foi suplente mas era a referência ofensiva que estava a faltar no esquema de Guardiola.

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Volland marcou o golo mais rápido de sempre da Bundesliga
Fonte: Facebook do Bayern

As restantes vitórias deram-se em jogos bastante diferentes. O Bayer Leverkusen arrancou uma vitória a ferros e foi através de um livre teleguiado de Çalhanoğlu, provavelmente o maior especialista mundial, que conseguiram chegar à vitória. O Mainz impediu que o Gladbach de Lucien Favre conquistasse a primeira vitória e venceu por 1-2, com golos de Samperio e Clemens; o Hamburgo venceu em casa o Estugarda (3-2), num jogo onde Ginczek brilhou pelos visitantes com dois golos e Djourou deu a vitória no último minuto.

Num fim-de-semana de muitos empates, o Wolfsburgo viu Simon Zoller fazer um grande golo pelo Colónia e só chegou ao golo do empate através de Bendtner, que vai sendo uma arma secreta vinda do banco. A equipa de Dieter Hecking, tal como o Gladbach, está longe da forma da época passada e a iminente saída de Kevin De Bruyne terá certamente um efeito negativo. Noutro jogo com um grande golo, o Augsburgo empatou a uma bola com o Frankfurt e o destaque é o golo de antologia que Caiuby facturou. O recém-promovido Darmstadt continua sem perder e sem ganhar. O Schalke tinha a obrigação de vencer em casa mas os visitantes mostraram que não vinham para ser bobos da corte e foram mesmo os primeiros a marcar. A equipa da casa igualou através de Draxler (tem tudo para fazer uma grande época mas ainda pode deixar Gelsenkirchen) e estabeleceu um resultado que só beneficia os objectivos do Darmstadt. O primeiro jogo da jornada foi a previsão do que viria aí. O Hertha de Berlim jogou com o Werder Bremen e o resultado foi um empate a uma bola, com golos de Stocker para os da casa e Ujah, possante avançado nigeriano vindo do Colónia, para os visitantes.

Na segunda jornada já se destacam três equipas com duas vitórias em dois jogos: Borussia Dortmund, Bayern Munique e Bayer Leverkusen. A ida de De Bruyne para o Manchester City acaba por ser a notícia da semana – não fosse ele o melhor jogador da Bundesliga da época passada – e abala as ambições do Wolfsburgo.

Jogador da semana:

Hakan Çalhanoğlu – O maior especialista de livres do futebol alemão e provavelmente mundial. Incrível a capacidade que o jogador tem em colocar a bola com régua e esquadro através da marcação de bolas paradas. No jogo deste fim-de-semana decidiu com um livre fantástico e ainda fez estremecer o ferro noutro. Tecnicamente refinado, o turco ainda junta a sua fantástica capacidade de pressão, algo essencial na filosofia de jogo de Roger Schmidt.

Treinador da semana:

Thomas Tuchel – O treinador do momento. O Dortmund já vai na frente e com dois resultados volumosos. A equipa tem confiança e é incrível a mudança de mentalidade que Tuchel conseguiu implementar aquando da sua chegada. Mkhitaryan está pronto para ser figura de proa e Aubameyang prepara-se para assaltar o trono de melhor marcador, tudo graças a Tuchel.

Foto de Capa: Facebook do Bayer Leverkusen

Liga Italiana: Paulo tem mesmo unhas para esta “Viola”

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cab serie a liga italiana

O pontapé de saída da Serie A foi dado no passado sábado, em Verona, e as surpresas (se não totais, pelo menos parciais) não demoraram muito. Se no texto de antevisão à Liga italiana tinha dito que a Juventus se iria deparar com maiores dificuldades nesta campanha, a derrota caseira com a Udinese só veio atestar essa premissa.

Mas vamos por ordem cronológica. As equipas da capital, Roma e Lazio, entraram em campo no primeiro dia de competição. Contra o Hellas Verona, a equipa comandada por Rudi Garcia não foi além de um empate a uma bola; Janković marcou para a equipa da casa e Florenzi (agora adaptado a lateral-direito) igualou. A Lazio, por outro lado, conseguiu superiorizar-se ao Bolonha e venceu por 2-1, no Olímpico de Roma. Lucas Biglia e o reforço Kishna (ex-Ajax) faturaram os golos das “águias”.

No dia seguinte, os restantes jogos, entre os quais o Juventus–Udinese e, cabeça de cartaz desta jornada, Fiorentina – AC Milan. Os tetracampeões foram mesmo vergados pela esquadra de Udine, obra do avançado francês Cyril Théréau, que, aos 78 minutos, ofereceu a vitória (0-1) aos comandados de Stefano Colantuono, entre os quais Bruno Fernandes. Dos reforços da vecchia signora, só Mandžukić integrou o onze inicial, que se dispôs em 3-5-2, o que pode significar o regresso à fórmula de Antonio Conte. De lembrar que a Juventus começou assim a época passada mas, gradualmente, foi passando para um 4-3-1-2 muito dinâmico.

Além da derrota da Juve, surpresa no Sassuolo-Nápoles: os napolitanos, agora com Maurizio Sarri ao leme, não foram capazes de segurar a vantagem madrugadora concedida por Hamsík e o Sassuolo acabou por inverter o rumo dos acontecimentos, alcançando o 2-1 final. No Luigi Ferraris, a Sampdoria goleou o recém-promovido e estreante Carpi por 5-2. Éder Martins e Luis Muriel bisaram e o experiente Lazzari marcou o primeiro golo da história dos forasteiros no escalão principal do calcio.

O outro estreante, o Frosinone (com o ex-Olhanense Dionisi no onze), também perdeu, desta feita em casa, frente ao Torino (1-2). A maior experiência do histórico emblema de Turim prevaleceu e permitiu aos “touros” somar os primeiros três pontos da temporada. Palermo e Chievo superiorizaram-se a Génova e Empoli, respetivamente, com os resultados a traduzirem-se em 1-0 e 1-3. Mário Rui, lateral-esquerdo português, finalista do Mundial de Sub-20 em 2011, alinhou os 90 minutos pelo Empoli.

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O Inter somou três pontos à custa de um (grande) golo de Jovetić
Fonte: Facebook do Inter

No mítico Giuseppe Meazza, o Inter de Milão suou (e muito) para levar de vencida a Atalanta. Só ao terceiro minuto após os 90 é que o montenegrino Stevan Jovetić (entrado ainda na primeira parte para o lugar do lesionado Icardi) marcou o golo solitário dos nerazzurri, mas que chegou para arrecadar os três pontos.

No prato forte da jornada, há que destacar Paulo Sousa. O técnico da Fiorentina confirmou todas as expetativas que foi criando ao longo da pré-época e apresentou uma equipa objetiva e convincente nos vários momentos do jogo. Beneficiando da expulsão do central Rodrigo Ely, do AC Milan, os viola bateram os forasteiros por 2-0, com golos de Marcos Alonso e Josip Iličič (de grande penalidade).

Contas feitas, a Sampdoria é líder no fim da primeira jornada, com uma diferença de golos de três positivos. Apenas duas equipas somam um ponto (AS Roma e Hellas Verona) e a Juventus encontra-se no grupo de equipas que perderam o primeiro jogo da nova época. Na próxima jornada, destaque para a visita dos campeões à capital, para defrontar a AS Roma. Está à vista um jogo aberto e entretido naquele que será o primeiro “clássico” da temporada. A Serie A voltará então ao Bola na Rede, com o rescaldo desse confronto e de todos os outros que compõem o quadro de jogos do próximo fim-de-semana em Itália.

Treinador da semana:

Paulo Sousa (Fiorentina) – O treinador português prometeu que as coisas iam mudar na Fiorentina e a verdade é que os resultados já estão à vista. A juntar à primeira vitória (e logo frente ao Milan!), futebol muito agradável e a promessa de muitas coisas boas. Ainda é extremamente cedo, mas será demais sonhar com uma ‘Fiore’ no topo da tabela em maio?

Jogador da semana:

Stevan Jovetić (Inter de Milão) – “Veni, vidi, vici”: “Vim, vi e venci”. Melhor frase não deverá haver para o avançado montenegrino, recém-contratado pelo Internazionale ao Manchester City. Substituiu o azarado Mauro Icardi e, na compensação, ofereceu a vitória à equipa de Milão, com um grande golo. O Inter reforçou-se bem e já está a tirar dividendos: Jovetić já valeu três pontos.

Foto de Capa: Facebook de Marcos Alonso

A estrutura perdeu o olfacto

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cabeçalho benfica

Guardo até hoje na memória um passatempo de infância: na velha casa dos meus avós, colhia pétalas de rosas e mergulhava-as em frascos antigos cheios de água, que deixava a repousar, durante dias, no parapeito de um tanque de pedra. Por essa altura, convencia-me a mim mesmo ter criado um verdadeiro perfume, de fragrâncias suaves e odorosas, que poderia, na prática, ser utilizado por qualquer pessoa. Essa ilusão confundia-se, de facto, com a realidade e era apenas o reflexo da ingenuidade e de uma (poderosa) vontade, próprias e naturais nas crianças. Aquela mistura tornava-se, obviamente, em nada mais do que flores apodrecidas e água suja; jamais seria capaz de desenvolver um perfume – faltavam-me os princípios e, sobretudo, os elementos essenciais.

Ao tornarmo-nos adultos, a brincadeira perde a piada: ninguém gosta de ser borrifado com zurrapa. Para o comum benfiquista – aquele que enche os estádios pelo país –, as derrotas na Supertaça (com Sporting) e no campeonato (com Arouca) foram como o advento da razão ou, simplificando, a perda da idade da inocência. Com a saída de Jorge Jesus – o principal responsável pelos sucessos alcançados nos últimos anos –, seria de esperar que a estrutura (como orgulhosamente lhe chamam) reunisse, de forma célere e efectiva, as condições necessárias para que Rui Vitória entrasse na nova época a ganhar. Porém, os erros acumularam-se desde a casa de partida e foram demasiado óbvios para serem ignorados: a pré-época e a ausência, por esta altura, dos indispensáveis (e já pedidos) reforços – nada disto tem cheiro de flores e de mar; neste Verão, alguém do Benfica tentou fazer perfume de rosas com a minha receita.

A pré-época na América do Norte contribuiu, decisivamente, para este mau início do Benfica Fonte: Facebook do Benfica
A pré-época na América do Norte contribuiu, decisivamente, para este mau início do Benfica
Fonte: Facebook do Benfica

O périplo pela América do Norte – um acto de gestão da estrutura –, retirou tempo e espaço ao novo treinador (ainda refém de uma herança de sucesso) para desenvolver a sua ideia de jogo. A pré-época saldou-se negativamente, nas palavras em jeito de balanço do próprio Rui Vitória, não permitindo consolidar processos, nem os dois aspectos essenciais antes do início do futebol a doer: o físico e o anímico. Os mais optimistas podem, por outro lado, alegar que o lucro compensou o sacrifício. Porém, mesmo aceitando a “venda” de um título (a um rival) por 3,5 milhões, dificilmente se compreenderá que essa verba não contribua para a indispensável aquisição de dois/três reforços que aumentem, no imediato, a qualidade individual e colectiva do grupo. Para mais, recorrer à retórica da formação para evitar uma ida ao mercado resultará, apenas, na confirmação da incapacidade financeira e desportiva do Benfica, versão 2015/2016 – com todo o respeito que me merecem Victor Andrade e Renato Sanches e outros talentos do Seixal.

Concluindo: em três jogos, o Benfica perdeu uma Supertaça (moralizando um adversário directo), empatou durante 75 minutos com o Estoril e perdeu com o Arouca (em campo neutro e pela primeira vez na sua história) – factos que não configuram uma causa, mas a consequência daquilo que foi, neste período, a inabilidade e a inércia de quem mais ordena no Benfica. Diante da estratégia escolhida, Rui Vitória – inadaptado na forma e, no fundo, com menos recursos do que o seu antecessor – torna-se vítima do momento actual.

PS: no meu texto anterior, escrevi que Rui Vitória necessitava de começar a falar como treinador de clube grande. As (minhas) razões para a derrota com o Arouca estão supracitadas. No entanto, não compreendo a falta de referências ao anti-jogo do adversário, muito menos a leveza fugidia com que se tratam os erros de arbitragem. Com tanta polidez, no gesto e no discurso, começa a ser fácil errar contra o Benfica. A sua boa formação e educação são, para já, os únicos defeitos que tenho a apontar a Rui Vitória.

Foto de capa: Facebook do Benfica