Quem não teve a oportunidade de assistir ao jogo da Supertaça entre o Sport Lisboa e Benfica e a Associação Desportiva do Fundão e apenas olhasse para as estatísticas no fim dos 40 minutos regulamentares pensaria que o jogo foi de sentido único, uma vez que o Benfica rematou 71 vezes contra 9 do seu adversário. No entanto, foi uma tarefa muito complicada para as águias, que tiveram de recuperar de um 0-3 favorável à turma beirã para levar o jogo a prolongamento e só aí impor a lei do mais forte, ganhando por 6-3.
Mas primeiro vamos ao resumo do jogo, que começou com um Benfica dominador, embora inconsequente, e um Fundão extremamente eficaz, que apostou fortemente no contra-ataque e petiscou, adquirindo uma confortável vantagem de 3 golos, marcados por Anilton, aos 8 e 26 minutos, e Márcio Moreira, aos 15. É claro que as incidências da partida acentuaram o domínio do Benfica, que operou nos últimos 7 minutos da partida uma reviravolta épica, que demonstra a fibra de campeão do clube orientado por Joel Rocha.
Primeiro veio o golo de Bruno Coelho aos 33 minutos; de seguida, o reforço Fernando Wilhelm aos 37, e, já a jogar com guarda-redes avançado, a poucos segundos do fim, conseguiu o empate, através de um passe de Bruno Coelho para Alan Brandi, que, a meias com um defesa contrário, empatou o jogo e levou o encontro para prolongamento. Rude golpe para as aspirações da equipa do Fundão, o “David”, que sentia o troféu a escapar-lhe por entre os dedos, enquanto para o “Golias” era muito provavelmente a confirmação da conquista da supertaça no prolongamento, conforme os festejos dos adeptos encarnados deixavam antever.
Alan Brandi, o autor do golo que mudou o jogo
O prolongamento foi, previsivelmente, uma mera formalidade para os benfiquistas, que nos 10 minutos confirmaram o ascendente criado pela fantástica recuperação no marcador. No tempo extra marcaram Fábio Cecílio, aos 44 minutos; o guarda-redes Juanjo, que marcou de baliza a baliza, aos 45 minutos, aproveitando o guarda-redes avançado do Fundão; e finalmente assistiu-se ao bis de Fernando Wilhelm, aos 47 minutos.
Deixo uma palavra de apreço para a equipa beirã, que esteve quase a “levar a água ao seu moinho”, bem orientada por Bruno Travassos e que mostrou que no fim da época irá certamente estar na luta pelos lugares cimeiros. E acrescento também uma palavra para o SL Benfica, que tem de melhorar substancialmente o seu nível de eficácia, pois no passado Domingo correu bem mas não convém repetir muitas vezes a história.
Antes da final masculina, e também em Oliveira de Azeméis, teve lugar a Supertaça feminina, com vitória do Novasemente sobre a Quinta dos Lombos por concludentes 7-1.
Imagens retiradas do facebook oficial do Benfica para as modalidades
A terceira jornada da liga alemã voltou a ter muitos golos e lances de antologia. O término da jornada deu-nos um novo herói japonês, um internacional brasileiro que teima em ser figura no Bayern e um fecho de mercado recheado de surpresas.
A Volkswagen Arena recebeu o primeiro jogo desta jornada e existiam razões de sobra para se estar atento aos acontecimentos. Kevin De Bruyne esteve na bancada e pôde assistir em primeira mão a uma vitória contundente do seu antigo clube. O belga já se mudou para o Manchester City e muitos vaticinaram que seria o fim das possibilidades de chegar ao título do Wolfsburgo. O resultado mostrou que estavam extremamente enganados e o primeiro sinal disso foi o golo à matador que Dost fez, em resposta a um excelente cruzamento de Trasch. Primeiro sinal de força e uma equipa em crescendo a mostrar-se segura em todas as fases do jogo. O rumo da partida nunca mudou e os jogadores de Dieter Hecking foram sempre superiores. Ricardo Rodriguez foi dono da linha e esteve em destaque pelo golo e a assistência que fez para o golo de Tim Klose. O Schalke esteve sempre muito aquém e Sané foi o único destaque de uma exibição fraca por parte dos mineiros.
Douglas Costa é o jogador em maior destaque no futebol europeu. A afirmação pode parecer exagerada mas é difícil negar o que o extremo tem dado à equipa. O Bayern venceu por 3-0 o Bayer Leverkusen. A equipa de Guardiola apresentou-se com um sistema de três defesas, sendo Alaba o jogador a ocupar a posição de central. Os jogadores de Roger Schmidt sentiram imensas dificuldades e acabaram por perder o jogo pelo lado direito – exibição absolutamente desastrosa de Robert Hilbert. O lateral foi ultrapassado com facilidade por Douglas Costa no primeiro golo e cometeu os dois pénaltis que arrumaram com o resultado. Thomas Müller voltou a brilhar em frente à baliza – já leva cinco golos em três jogos – e Arjen Robben facturou o primeiro golo esta temporada. O Leverkusen foi sempre infrutífero e o único lance em que realmente acreditou que poderia marcar foi quando Hakan Çalhanoğlu inventou mais um daqueles livres teleguiados que o tornam tão temível.
Atacar, atacar, atacar. É esta a ordem do dia, segundo Tuchel. Os amarelos e pretos voltaram a ser uma máquina de ataque fantástico e dois dos três golos são autênticas obras-primas pintadas por artistas que vão acreditando que as coisas este ano estão bem diferentes. A velocidade de execução dos jogadores colocam qualquer adversário em pânico e o Hertha de Berlim não foi diferente. 3-1 para o Dortmund, com os golos a serem marcados por Mats Hummels, Aubameyang e Adrián Ramos.
Chicharito foi reforço de última hora para o Bayer Fonte: Facebook do Bayer Leverkusen
Heróis japoneses na Bundesliga? Depois de Okazaki ter alcançado um lugar de respeito na tabela de melhores marcadores da época passada, Muto assume-se como a nova figura do Mainz e respeita a posição 9, que outrora pertencera a Okazaki, como se se tratasse de uma espada de samurai deixada em testamento. A estreia a marcar foi logo a dobrar e Muto esteve nos três golos. Pé esquerdo no primeiro golo, cabeça no segundo e pressão na defesa que a fez errar e deixar Malli isolado. O Mainz venceu por 3-0 o Hannover 96 e alcançou a segunda vitória consecutiva, depois de iniciar a época com uma derrota.
Nos restantes jogos, tivemos Matthew Leckie a resolver com um golo fantástico de fora de área e a dar a primeira vitória ao Ingolstadt (1-0 sobre o Augsburgo), o Colónia a ganhar por duas bolas a uma, com golos de Hosiner e Modeste, o Darmstadt a alcançar o seu terceiro empate em três jogos, desta feita contra o Hoffenheim, o Frankfurt a demonstrar uma dupla de ataque poderosa – Seferovic e Castaignos vão causar muitos estragos – e a vencer por 1-4 em Estugarda, e o Gladbach a afundar-se no fundo da tabela com mais uma derrota, desta vez infligida pelo Werder Bremen. Vai ser difícil repetir o terceiro lugar da época passada.
O fim do período de transferências trouxe algumas caras novas para a Alemanha e também proporcionou mudanças internas bastante interessantes. Adnan Januzaj veio de Manchester para reforçar o Borussia Dortmund por empréstimo, Kingsley Coman, um dos jovens com mais potencial a nível mundial, trocou a Juventus pelo Bayern, e Javier “Chicharito” Hernández reforçou a frente de ataque do Leverkusen. A nível interno, o Wolfsburgo aproveitou o dinheiro da venda de De Bruyne para ir buscar Dante ao campeão em título e Julian Draxler ao FC Schalke 04.
Um fim de Agosto movimentado e que promete plantéis completos para assumir candidaturas ao título. Por enquanto, Tuchel e Guardiola vão assumindo o cimo da tabela e mostram do melhor futebol que se vê nos campeonatos europeus.
Jogador da Semana:
Yoshinori Muto – A nova coqueluche do Mainz vem da Terra do Sol Nascente (excelente aproveitamento que o clube alemão vem fazendo dos talentos japoneses) e mostrou as suas credenciais ao marcar dois golos, o primeiro numa movimentação sagaz, e mostrando se sempre voluntarioso a defender. Para seguir.
Treinador da Semana:
Guardiola – Tentar negar a capacidade de Guardiola em inovar na forma de abordar um jogo é absolutamente ridículo. Este fim-de-semana jogou sem nenhum central de raiz e atropelou um dos candidatos ao título. Indescritível.
A comunidade do basquetebol tem motivos de sobra para estar contente. A Selecção Nacional Feminina de Sub 16 acaba de conquistar de forma brilhante o título de Vice Campeã da Europa e o apuramento para o Campeonato do Mundo de Sub 17 a realizar em Espanha no próximo ano. Se lhe juntarmos o 6.º lugar das Sub 20, fácil é concluir que a evolução neste sector tem sido uma constante e que, para surpresa de muitos, jogamos agora de igual para igual contra todos (mesmo a selecção Sub 18, que se classificou em 15.º lugar, mostrou argumentos válidos).
Com os apoios financeiros substancialmente reduzidos, com os CAR a fecharem e sem coordenação técnica geral visível em todos os escalões, conseguimos contrariar o que parecia inevitável.
O mérito vai para os Clubes, treinadores e FPB, que realizaram um excelente trabalho de recrutamento e treino com uma nova geração, que, contrariando as previsões pessimistas, dá continuidade ao trabalho das mais velhas (Sub 20 e Sub 18). Mesmo com um nível de exigência muito baixo no Minibasket, o potencial inicial das nossas jovens é em tudo semelhante ao existente nos restantes países. Se o trabalho realizado não fizer a diferença, como era norma no passado, fica claramente demonstrado que podemos competir com todos.
Em contraste no sector Masculino, cada selecção apresentou modelos de jogo diferenciados e sem qualquer fio condutor. Os resultados só podiam ser cinzentos, pese a boa vontade e a aplicação, não conseguimos sair da mediocridade da Divisão B.
Foi sempre mais fácil “fazer boa figura competitiva” internacional no feminino do que no masculino. Já há mais de 40 anos o Prof. Teotónio Teotónio o dizia!
Encontrar explicações para tais discrepâncias e quais as soluções a implementar rapidamente para inverter esta situação é tarefa urgente de quem dirige. A opção não pode passar por apostar agora só no feminino e deixar cair o masculino. A modalidade é só uma. Urge sim reforçar o trabalho no feminino e retirar o masculino do buraco onde se encontra.
A Ticha e a Mary como refrências
A partir de certa altura entrou no basquetebol feminino português uma “semente/modelo/referência” que “fez a cabeça” de muitas meninas/raparigas que se iniciavam no jogo. Refiro-me à presença de jogadoras portuguesas na WNBA! Na minha opinião, esta imagem fez mover muita imaginação e capacidade de superação que aspiraram ser “como a Ticha Penicheiro ou como a Mary Andrade”…
O “sonho americano” de jogar numa Universidade dos Estados Unidos está cada dia mais presente no imaginário das nossas atletas.
Foi muito mais no basquetebol feminino (do que no masculino) que, no basquetebol português, se trabalharam e se prepararam de forma mais continuada jogadoras com um sentido estratégico e uma visão de futuro.
Guias espirituais
Apesar de tudo, o basquetebol feminino foi tendo sempre “guias espirituais” reconhecidos oficialmente e (por isso mesmo!) capazes de irem encontrando os apoios que necessitavam. José Leite e Ricardo Vasconcelos são bons exemplos. Enquanto a partir de certa altura o basquetebol português a nível masculino foi ficando “inquinado”, no basquetebol feminino emergiram sempre treinadores cujo sentido de missão e entrega foi decisiva na preparação de várias gerações de jogadoras.
O problema no sector masculino estará no recrutamento?
O futebol, liderado por um ex-praticante de basquetebol, Fernando Gomes, conta com 160.000 atletas e recruta a maioria dos jovens mais aptos. Se juntarmos o futsal e o futebol de praia sobram poucos para as denominadas “amadoras”.
Será que ao basquetebol masculino apenas chegam as denominadas crianças “totós” (designação do Prof. José Neto), que são hoje definidas como crianças superprotegidas para quem o confronto com os outros é complicado?
A crise económica também não ajuda nada e actualmente no basquetebol tudo é pago. O principal suporte dos clubes são agora os pais, e faz tempo que passou a ser regra a quotização mensal. Assim, a pergunta que fica é sempre a mesma: e quem não tem dinheiro para pagar não joga?
Competem pouco os nossos rapazes?
Retirar a competição aos jovens é errado. O problema dos Campeonatos de Jovens não está na competição per si. Isso os jovens fazem todos os dias, na escola, na rua (cada vez menos), na playstation (cada vez mais), mas sim no enquadramento que alguns adultos dão a estas actividades.
Faz todo o sentido que os jovens praticantes de basquetebol, seguindo o exemplo de todas as outras modalidades, compitam desde cedo a nível nacional de forma séria e por capacidades desportivas.
Não há (nem deve haver!) qualquer contradição entre formar jovens atletas e, em simultâneo, buscar a afirmação e sucesso. Tentar ter êxito significa fazer o nosso melhor, ser excelente quanto possível relativamente a todas as exigências contidas na realidade profissional que nos rodeia.
O que não faz sentido é as três selecções terem tão pouco ou nada em comum nos modelos de jogo e nos tempos de utilização dos jogadores. Quanto mais competem mais progridem.
A culpa será dos treinadores?
Ensinam pouco? Ensinam mal? São mal ensinados?
O modelo de jogo das equipas jovens está desajustado?
Os problemas do nosso basquetebol não passam por defender zona ou hh. Se alguém tinha dúvidas, elas agora acabaram. Com acesso, via Youtube, às competições da FIBA, os treinadores podem confrontar ideias e conceitos. Defender à zona não é “crime” em parte nenhuma do mundo (Escalão sub 16). “Crime” é não ensinar coisa nenhuma…
Formar mais e melhores treinadores é a vocação da ENB, que tem dificuldades em encontrar quem desempenhe de forma efectiva o importante papel de tutor.
Estamos numa fase do nosso basquetebol em que abundam Clinics de treinadores e se realizam cursos nos vários níveis. Falta contudo passar a mensagem do que é urgente e prioritário para a modalidade. Um Clinic não é um treino e não adianta passar mensagens do tipo “olhem para o que eu digo, não olhem para o que eu faço”.
Não acredito que seja possível formar treinadores e jogadores por via regulamentar. Continuo a acreditar no que canta Caetano Veloso (“É proibido proibir”):
“Eu digo não.
Eu digo não ao não.
Eu digo.
É proibido proibir.
Eu digo sim
Eu digo não ao não
Eu digo é proibido proibir”
Aproveitar a onda…
O argumento de que somos um país com poucos habitantes e que não podemos aspirar a muita coisa cai pela base com a nossa classificação nos Sub 16, com a vitória da República Checa (tem sensivelmente o mesmo número de habitantes que nós) e ainda entre muitos outros exemplos, como a vitória da Bósnia-Herzegovina (4 milhões de habitantes) no mesmo escalão em Masculinos.
O basquetebol tem de dar continuidade ao que já se conquistou e ao mesmo tempo conseguir recrutar mais e melhores jovens praticantes.
Temos de aproveitar a onda e não repetir os erros do passado em situações em tudo semelhantes. A preparação para o mundial Sub 17 já começou…
Finalmente chegámos ao início de setembro, altura em que fecha o mercado de transferências em quase todos os países europeus. Portugal não foge à regra e os últimos dias de mercado foram bastante movimentados.
Entre os denominados “grandes”, os últimos dias foram mais profícuos em colocação de excedentários do que em chegada de reforços. Em Alvalade e na Luz, festejam-se as permanências das principais pérolas, como João Mário, Adrien Silva, William Carvalho, Carrillo (que continua sem renovar) ou Nico Gaitán, ao mesmo tempo que foram colocados jogadores noutros clubes como Diego Rubio (Real Valladolid), Wilson Eduardo (SC Braga), Ola John (Reading) ou Nélson Oliveira (Nottingham Forest). Ainda assim, perduram elementos como Viola, Labyad, Rosell, Salomão ou Djuricic nos planteis destes dois grandes, sem serem opções desejadas pelos respetivos técnicos. No Dragão, o falhanço de Cissokho nos Barreiros “obrigou” a direção a resgatar Miguel Layún ao Watford de Quique Flores, mas o reforço mais sonante dos últimos tempos foi mesmo outro mexicano. Jesús Corona, extremo do Twente, foi contratado por uns avultados 10,5 milhões de euros por 70% do passe, sendo um dos jogadores mais caros já contratados neste defeso em Portugal. Os portistas também resolveram alguns “casos pendentes”, como Ricardo Pereira (Nice), Quintero (Rennes) ou Rolando (Marselha), curiosamente todos eles com viagem marcada para o campeonato francês.
Entre os outros clubes, destaque para o Belenenses e o Sporting de Braga, as equipas portuguesas que vão disputar a fase de grupos da Liga Europa, e por isso se reforçaram com elementos de valor para poder encarar o campeonato e a competição europeia com ambição de chegar o mais longe possível. No Restelo, Kuca e Luís Leal, dois atletas que brilharam no Estoril em épocas recentes, são reforços de peso para a frente ofensiva da equipa. Após experiências com pouco sucesso noutros campeonatos, os dois avançados estão de regresso ao nosso futebol pela porta do Restelo, que também viu entrar nos últimos dias o jovem Betinho, ponta de lança oriundo do Sporting. Os “azuis” decidiram reforçar o plantel após eliminarem os austríacos do Altach na Liga Europa e ambicionam honrar o país e lutar por repetir o acesso às provas internacionais na próima época.
Já em Braga, Wilson Eduardo, Filipe Augusto e Hassan foram os principais nomes a chegar nos últimos dias. O clube beneficiou do “carrossel” de Jorge Mendes e recebeu dois dos melhores jogadores do Rio Ave, um dos principais fantasmas dos bracarenses nas últimas temporadas. Contudo, não foram só as entradas a fazerem mexer o mercado no Estádio Axa. Pedro Tiba (Real Valladolid), Fábio Martins (Paços de Ferreira) e Battaglia (Moreirense) deixaram os seus cacifos vazios, tal como o central Aderlan Santos, uma das principais figuras do clube na última época. O brasileiro sai sem surpresa para o Valência, em mais um negócio mediado por Jorge Mendes. Para colmatar esta vaga, António Salvador recrutou Arghus, central brasileiro que estava nos eslovenos do Maribor.
Após vários empréstimos no Sporting, Wilson tenta explodir em Braga. Fonte: Facebook oficial do Sporting de Braga
Em relação às outras equipas, começo pelo co-líder da tabela classificativa, o Arouca. A equipa comandada por Lito Vidigal contratou Gegé e Zequinha nos últimos cartuchos do mercado, reforçando o plantel da equipa-sensação do mês de agosto. Em Setúbal, a equipa também começou bem a Liga e apenas recebeu nos últimos dias o português Ricardo Nunes, guarda redes que chega emprestado pelo FC Porto até final da época. No Rio Ave, equipa que empatou no último fim de semana no Bonfim, as chegadas de Edimar e Filip Krovinovic marcaram os dias recentes, mas a melhor notícia pode ser uma permanência. Ukra ainda não foi negociado e existe uma réstia de esperança entre os adeptos vilacondenses para continuarem a ver o bem humorado extremo às ordens de Pedro Martins.
No Paços de Ferreira, os últimos reforços vieram para o ataque. Além do supracitado Fábio Martins, que vem de Braga, os “castores” asseguraram a título definitvo João Silva, avançado luso que já alinhou, entre outros, no Everton e no Palermo. Esta contratação vem no sentido de colmatar a vaga deixada por Cícero, que emigrou para a Turquia.
Na Madeira, não houve muitas chegadas. Filipe Chaby no União da Madeira e o regresso de Baba ao Marítimo foram os grandes destaques de um final de verão pouco movimentado na ilha, deixando antever maiores dificuldades destas equipas, particularmente Nacional e Marítimo, para lutarem por vagas europeias.
No Bessa, a saída de Beckeles e as entradas de Renato Santos e Rivaldo (filho do antigo mago brasileiro com o mesmo nome) marcaram os dias recentes, que deixaram muitas esperanças também nos adeptos do Moreirense. Após um mau início de campeonato, os minhotos deixaram boa imagem no último jogo, em pleno Estádio da Luz, e para isso muito contribuíram dois dos últimos três reforços: Iuri Medeiros e o brasileiro Rafael Martins. Os dois vieram revolucionar um ataque que se mostrara inoperante nas duas primeiras jornadas e serão os principais rostos da equipa esta temporada. Outra cara de destaque deverá ser Battaglia, médio que foi muito utilizado em 2014/15 nos cónegos e volta a ser emprestado pelo SC Braga.
Curiosamente, equipas que começaram mal o campeonato, como Académica e Vitória de Guimarães, não se reforçaram após os primeiros maus resultados, naquilo que tanto pode ser uma demonstração de confiança nos atuais jogadores como pode significar um fracasso no último ataque ao mercado. Estoril e Tondela também não se reforçaram nas últimas horas, mas têm deixado boa imagem nas primeiras partidas.
Ainda assim, não podemos dar o mercado como totalmente encerrado. Existem ainda vários jogadores livres que podem ser inscritos nos próximos dias.
Foto de capa: Facebook Oficial do Futebol Clube do Porto
Se a primeira jornada da Serie A foi marcada por algumas surpresas, a segunda não foi exceção e provou que este campeonato italiano será muito mais competitivo que os anteriores e que irá pôr a hegemonia da Juventus em causa.
A Vecchia Signora perdeu o primeiro jogo em casa, frente à Udinese, e este fim-de-semana deslocou-se ao Olímpico de Roma para defrontar De Rossi e companhia e o desfecho foi o mesmo. Neste que foi o jogo grande da jornada, Massimiliano Allegri voltou a apresentar a sua equipa com três centrais (Cacéres, Chiellini e Bonucci), com Evra e Lichtsteiner a fazerem as duas linhas. Com as saídas de Vidal e Pirlo, o meio-campo perdeu muita qualidade, e Pogba não é suficiente para controlar todas as operações. Sturaro e Padoin, que alinharam ao lado do francês, estão muito longe de poderem ser as alternativas aos homens que saíram. Na frente, alinharam Dybala e Mandzukic, uma dupla ainda pouco entrosada.
A Roma, que também não vencera na jornada inaugural, apresentou-se no tradicional 4-3-3, com De Rossi a central ao lado de Manolas, com Florenzi na lateral-direita e o reforço Digne na esquerda. O meio-campo com 3 jogadores muito experientes, Pjanic, Keita e Nainggolan, que se superiorizaram aos adversários e foram fundamentais para este triunfo romano. Na frente, Dzeko era o homem mais avançado, apoiado nas alas por Salah e Iago Falqué.
Os comandados de Rudi Garcia não conseguiram na primeira parte inaugurar o marcador, mas no segundo tempo os dois bósnios da equipa colocaram o Olímpico em delírio. Pjanic foi o primeiro a festejar aos 62’, de livre direto, e, a 10 minutos do fim, Dzeko aumentou, aproximando a vitória da equipa da casa. Só que, a 3 minutos do final, Dybala reduziu e colocou a Juventus dentro do jogo. No período de descontos, Bonucci quase empatou, na sequência de um canto. Uma brilhante defesa de Szczesny evitou o golo e deu os primeiros três pontos aos romanos.
A Roma deu um saltinho na classificação, enquanto a Juventus permanece no grupo dos últimos classificados com 0 pontos, juntamente com Bolonha, Frosinone, Carpi e Empoli.
A jornada contou ainda com mais duas desilusões e um grande destaque. Começando pelas desilusões, a maior do fim de semana foi a Lazio, que foi goleada em Chievo por 4-0, com golos de Birsa, Meggiorini e um bis de Paloschi. O Chievo, que venceu os dois jogos, ascendeu assim à liderança do campeonato pela diferença de golos, partilhando o trono com Inter, Palermo, Sassuolo e Torino.
A outra desilusão, tal como na jornada inaugural, foi o Nápoles. Depois de um desaire, os napolitanos voltaram a perder pontos, com um empate em casa frente à Sampdoria. No San Paolo, Higuain ainda colocou o resultado em 2-0, mas a equipa treinada por Maurizio Sarri viria a sofrer dois golos em dois minutos no segundo tempo, ambos apontados por Éder Martins, o melhor marcador da competição, com 4 tentos.
O grande destaque individual da jornada vai para Jovetic, que voltou a dar 3 pontos à equipa do Inter. 2 vitórias em 2 jogos, desta vez fora frente ao Carpi por 2-1, com 2 golos do montenegrino. Os nerazurri têm 3 golos marcados na Serie A, todos apontados pelo ex-Man City.
Jovetic mais uma vez a ser o herói, com dois golos frente ao Carpi Fonte: Facebook do Inter
Na restante jornada, é de focar Paulo Sousa e a sua Fiorentina, que, depois de estar a vencer em Torino, por 1-0, sofreu 3 golos nos 25 minutos finais e não deu sequência à excelente vitória inicial frente ao Milan. Marcos Alonso, lateral Viola muito promissor, foi o primeiro a marcar mas Moretti, Quagliarella e Baselli fizeram a reviravolta.
O Milan estreou-se a ganhar, na receção ao Empoli, com golos dos dois reforços atacantes, Bacca e Luiz Adriano, com Balotelli a assistir na bancada e a dar os parabéns aos dois no fim do jogo, nas suas redes sociais. Estará aí um novo Super Mario, depois de tantas regras impostas pelos milaneses?
A Udinese, depois de ter ido ganhar a casa da Juve, perdeu em casa pela margem mínima com o Palermo, golo apontado por Rigoni, ainda no início do jogo. Nas restantes partidas, o Sassuolo foi vencer a casa do Bolonha, com o tento a ser marcado por Floro Flores, aos 86 minutos; a Atalanta recebeu e bateu o Frosinone por 2-0, marcaram Stendardo e Alejandro Gomez; e o Génova venceu o Hellas Verona pelo mesmo resultado, com golos de Pavoletti e Gakpé, na segunda parte.
Por último, uma nota para o fecho do mercado de transferências, que trouxe algumas surpresas. Felipe Melo, Alex Telles (ex-Galatarasay), Perisic (ex-Wolfsburgo) e Ljajic (empréstimo da Roma) mudaram-se para o Inter e dos Nerazurri partiram Andreolli para Sevilha, Taider para Bolonha (onde também chegou Giaccherini), Hernanes para a Juventus, e Schelotto rescindiu e pode estar a caminho de Portugal. Para a Vecchia Signora foram também Cuadrado (ex-Chelsea) e Lemina (ex-Marselha). Isla e De Ceglie rumaram a Marselha e Coman foi para o Bayern de Munique.
No AC Milan, Matri partiu para a Lazio, Bonera arrumou as malas e foi para o Villarreal, Mastour, jovem promessa, voou para Malaga por empréstimo com opção de compra e Zaccardo rumou ao Carpi, assim como Borriello. Em Roma, Emerson Palmieri, do Santos, ingressou também por empréstimo. A Florença, para o plantel de Paulo Sousa, chegou o extremo do Dortmund, Kuba Blaszczykowski, enquanto Joaquin voltou a casa, ao Bétis de Sevilha. O Génova também esteve ativo nos últimos dias e contratou Dzemaili, Pandev e Ansaldi.
Treinador da semana:
Rolando Maran – O italiano, de 52 anos, está a cumprir a segunda época ao serviço do Chievo Verona e à segunda jornada é líder da Serie A com 2 vitórias em 2 jogos. Merece este destaque esta semana pela goleada aplicada à Lazio, uma equipa que vai jogar nas competições europeias e que conta com alguns nomes de relevo no seu conjunto. O próximo jogo do Chievo é frente à Juventus. Virá nova gracinha?
Jogador da semana:
Stefan Jovetic – 2 jornadas e 2 vezes o melhor jogador da mesma. É já o principal craque do Inter de Milão e voltou a dar os 3 pontos aos seus adeptos, com 2 golos. Não demorará a ser um ídolo Nerazurri e será, sem dúvida, umas das figuras da Serie A. Será o montenegrino suficiente para fazer o Inter sonhar com altos voos?
Momento da semana:
Defesa de Szczesny – Foi já no período de descontos, com o resultado em 2-1 para a sua Roma, que o polaco fez uma intervenção brilhante, evitando o empate (vídeo em cima). Valeu os 3 pontos para os romanos.
Ronaldinho Gaúcho reencontrou neste fim-de-semana a última equipa pela qual tinha jogado no Brasil, antes de ingressar no México. Jogou-se um Fluminense-Atlético Mineiro, em pleno Maracanã. Gaúcho, como é simplesmente conhecido no Brasil, costuma apresentar um saldo positivo, no que concerne a partidas com ex-clubes. Mas não foi o que aconteceu: os mineiros venceram os cariocas por 1-2 e parecem ser os únicos – a par do Grémio – que irão lutar até ao fim pelo título com o Corinthians.
O craque chegou a ser vaiado durante o jogo, pelo facto de os torcedores tricolores acharem que a sua performance estava aquém do esperado; aliás, os adeptos do Fluminense (nas redes sociais) dizem que Ronaldinho Gaúcho veio gozar a reforma no clube do Rio de Janeiro e alguns pedem mesmo a venda do atleta. Ora, vamos ter alguma cabeça fria e pensar seriamente: são jogadores profissionais. Claro que o sentimento de ter pertencido a algo tão mágico na carreira (Gaúcho venceu uma Libertadores no Atlético) não significa que um jogador, quando defronta a sua antiga equipa, não queira fazer bem o seu trabalho.
Viu-se há uns dias, quando Ricardinho defrontou pela primeira vez o “seu” Benfica, em futsal, e marcou os três golos com que o Movistar derrotou a turma da Luz. No final, o virtuoso futsalista português não deixou de referir que ter jogado no máximo foi a melhor forma de respeitar o rival. E até verteu uma lágrima (de modo sentido). Acho que alguns adeptos do Fluminense vão refletir e sentir que estão a ser injustos. Mas isso acontece em todos os clubes.
R10 tem sido muito criticado nesta nova passagem pelo Brasileirão Fonte: Facebook do Ronaldinho
Ah! Só mais uma coisa: Ronaldinho já não tem 20 anos. Isto significa, obviamente, que a energia também não é a mesma. A experiência é maior. Mas de nada vale esta se não for acompanhada pela primeira.
R10 foi talvez a maior figura do futebol brasileiro neste novo milénio (excluindo os ainda pertencentes aos anos 90, Ronaldo Nazário, Rivaldo e Romário, e um pouco à frente de Kaká). Foi Campeão do Mundo, venceu tudo o que havia a vencer. Até tanto quanto sei é uma boa pessoa. Não tem de provar nada. Mas, se dúvidas houvesse, aqui fica o saldo de Gaúcho contra as ex-equipas. Até para a semana!
30/07/2011
Flamengo 2 x 0 Grêmio (vitória) – um golo de Ronaldinho
30/10/2011
Grêmio 4 x 2 Flamengo (derrota)
01º/07/2012
Grêmio 0 x 1 Atlético-MG (vitória)
23/09/2012
Atlético-MG 0 x 0 Grêmio (empate)
26/09/2012
Flamengo 2 x 1 Atlético-MG (derrota)
31/10/2012
Atlético-MG 1 x 1 Flamengo (empate)
09/06/2013
Atlético-MG 2 x 0 Grêmio (vitória) – dois golos de Ronaldinho
15/09/2013
Grêmio 0 x 1 Atlético-MG (vitória)
27/04/2014
Grêmio 2 x 1 Atlético-MG (derrota)
31/07/2015
Fluminense 1 x 0 Grêmio (vitória)
30/08/2015
Fluminense 1 x Atlético MG 2 (derrota)
Assim começa o refrão de uma das músicas mais conhecidas de Dillaz, um dos fortes representantes do hip hop português actualmente. Foi divulgada em 2013, pelo que não há maneira de estar relacionada com a jornada quatro da edição 2015/2016 da Premier League, porém, o excerto retirado de “Não sejas agressiva” bem podia ser usado como repto por Steve McClaren (Newcastle), Mark Hughes (Stoke) e Alex Neil (Norwich) aos seus jogadores, cujas entradas agressivas nos respectivos encontros foi factor decisivo para os desaires das respectivas equipas: o primeiro viu cinco jogadores serem admoestados com cartões nos primeiros 26 minutos do encontro com o Arsenal, em St. James Park, sendo que um deles foi mesmo expulso (Mitrovic), o que facilitou a tarefa aos gunners, que venceram, ainda que pela margem mínima e com um auto-golo de Coloccini; o segundo, duas horas mais tarde, nem quis acreditar quando Afellay, respondendo a uma entrada mais dura, atingiu Gardner com uma chapada que lhe valeu a expulsão, a primeira de duas no espaço de seis minutos, pois também Charlie Adam viria a ser admoestado com o vermelho (pisou, perigosa e desnecessariamente, Dawson), estando decorridos… 31 minutos (!), uma circunstância invulgar e que o West Bromwich Albion aproveitaria para se impôr no terreno, saindo de Stoke-on-Trent com a primeira vitória da temporada; o terceiro viu Whittaker ser expulso, por acumulação de amarelos, também ao minuto 31, o que facilitou a tarefa do já favorito Southampton, que chegou, tranquilamente, à vitória (3-0, marcaram Pellè e Tadic, com o sérvio a bisar).
A agressividade, porém, não ficou por aqui nesta última jornada da Premier League antes da pausa para selecções. Philippe Coutinho acumulou amarelos e foi expulso no duelo entre Liverpool e West Ham, em Anfield, que complicou ainda mais as contas da sua equipa, que já se encontrava a perder por 0-2 e viria a ser derrotada por claros 0-3 num jogo em que o treinador dos hammers (ver treinador da jornada), Slaven Bilic, merece o crédito de um triunfo com implicações no topo da tabela…
Ayew e Gomis: a dupla de “arquitectos” responsável pela construção de um sensacional Swansea neste início de época Fonte: Facebook do Swansea
… à semelhança da derrota do Manchester United em casa do Swansea, onde os anfitriões também dominaram a equipa que seria, à partida, a favorita, com mais uma exibição de gala da dupla Andre Ayew (ver jogador da jornada)/Bafetimbi Gomis, autores dos golos da reviravolta justíssima que sentenciou o 2-1 final no Liberty Stadium, provocando mais um deslize num candidato ao título, à semelhança do que também fez o Crystal Palace ao Chelsea, impondo o mesmo resultado ao campeão inglês, provocando a segunda derrota (em 100 jogos) para a Premier League a José Mourinho enquanto treinador do Chelsea em Stamford Bridge. “Não sejas agressiva” trata de uma relação conturbada, a caminho do abismo e, embora não seja caso para tanto, pode-se relacionar com estes dois casos, pois a relação entre Mourinho e Chelsea e Van Gaal e Manchester United já conheceu melhores dias.
Aproveita, assim, o Manchester City para se distanciar dos rivais directos na luta pelo título, impondo-se, jogo após jogo, como foi o caso do duelo caseiro frente ao Watford, ganho por 2-0, com golos de Sterling (estreia a marcar em jogos oficiais ao serviço dos citizens) e Fernandinho (já leva dois na conta pessoal nesta época).
O resto da jornada só teve empates: em White Hart Lane, o Tottenham não conseguiu concretizar oportunidades claras de golo e o Everton segurou o nulo até final; em Bournemouth, os locais começaram a vencer com um golaço de Wilson, de pontapé de bicicleta (já leva quatro golos na Premier League), mas, na segunda parte, Vardy, após ser travado em falta na área, converteu a grande penalidade que fixou o resultado final; no Villa Park, 2-2 entre Sunderland e Aston Villa num jogo com muita emoção, mudanças no marcador e um bis de Scott Sinclair.
Ao fim de quatro jornadas, o City lidera a Premier League com 12 pontos, 10 golos marcados e nenhum sofrido, num domínio claro sobre os rivais, que só podem pedir a esta equipa que não seja tão… “agressiva”. Os citizens olham para baixo e, em vez de verem os seus adversários directos, vêm as surpresas deste início de Premier League – Crystal Palace (2º, 9 pontos), Leicester e Swansea (dividem o 3º posto, com 8 pontos) não praticam um futebol estonteante mas é eficaz. Como Dillaz diz, “Não precisam de ser ‘pirotécnicos para chegar aos pirinéus’.”
Jogador da jornada: Andre Ayew (Swansea City)
O Manchester United sofreu os primeiros golos da temporada. Sergio Romero andava a ter um comportamento irrepreensível, abrilhantado com uma ficha limpa no registo, mas o ganês fez questão de estragar tudo. Primeiro, de cabeça, assinou o golo do empate, depois assistiu Gomis para o tento da reviravolta.
O atacante assumiu, mais uma vez, papel preponderante, sobretudo na fase em que a equipa pareceu cair de rendimento após o golo (contra a corrente, diga-se) do United, puxando pelos seus colegas, desempenhando o papel de perfeito motivador, culminado com um golo e uma assistência.
Treinador da jornada: Slaven Bilic (West Ham United)
“Pusemos o autocarro, mas não accionámos o travão de mão”. Assim explicou Slaven Bilic a forma como bateu o Liverpool, em pleno Anfield Road, inflingindo a primeira derrota aos reds no campeonato e, também, os primeiros golos sofridos da actual campanha.
O croata soube “guiar” o autocarro da melhor forma, movendo-o com mestria de forma a não permitir ultrapassagens bruscas, e a verdade é que, dessa forma, conseguiu neutralizar o ataque da equipa de Brendan Rodgers, teoricamente favorita à partida.
Bilic vence o Liverpool depois de, na primeira jornada ter derrotado o Arsenal. Essas vitórias deram ao West Ham os seis pontos que detém neste momento. O técnico dos hammers vai ganhando fama de tomba gigantes e recebe, de forma inteiramente merecida, o segundo prémio de treinador da jornada para o Bola na Rede.
Ao 27.º jogo, tivemos o primeiro 0-0 da época na Liga NOS. União da Madeira e Vitória de Guimarães anularam-se na Choupana, numa partida que terminou com um resultado justo.
As duas equipas entraram com esquemas semelhantes em campo, com um trio à frente de um duplo pivô defensivo e atrás do ponta de lança. No Vitória, Armando Evangelista não pôde contar com o lesionado Alex e colocou Licá, Tozé e Ricardo Valente no apoio a Tomané. Contudo, era legítimo esperar mais desta equipa, que ainda procura a primeira vitória oficial esta época, tendo já disputado cinco partidas. Os vitorianos entraram melhor no jogo e podem queixar-se de um erro de arbitragem, num lance em que Bruno Gaspar é claramente derrubado na área madeirense por Diego Galo, ficando uma grande penalidade por assinalar. Contudo, os madeirenses equilibraram depois a contenda, muito devido a uma maior agressividade e maior inteligência de movimentos que a equipa minhota. Danilo Dias, Breitner e Amilton, com constantes trocas de posição, foram tentando criar desequilíbrios na defesa adversária, mas sem nenhuma ocasião clara de golo.
A melhor chance da primeira parte foi do Vitória, à passagem dos 25 minutos. Tomané beneficiou de um ressalto dentro da área, mas André Moreira fez uma mancha gigante, anulando a intenção do “9” vitoriano. Até ao fim da primeira parte, manteve-se uma toada de domínio repartido, com mais duas boas defesas de André Moreira e um bonito lance de ataque do União, em que Gian Martins viu o golo ser negado por João Afonso, no coração da área vimaranense.
Se na primeira parte as ocasiões flagrantes foram escassas, na segunda foram mesmo inexistentes. As substituições operadas por Norton de Matos e Armando Evangelista não tiveram grandes efeitos práticos, com os setores defensivos a superiorizarem-se sempre às tentativas dos ataques. O Vitória continua à procura de uma ideia de jogo que possa levar a equipa a repetir a façanha da época passada, o que se avizinha muito mais difícil nesta temporada, até pelas sucessivas contratações de qualidade que estão a ser feitas pelo arquirrival Sporting de Braga e pelo Belenenses. A equipa vitoriana, que foi derrotada de forma humilhante pelo Altach na Liga Europa, não mostra bom futebol e, por este andar, o lugar de Armando Evangelista vai começar a ficar tremido no D.Afonso Henriques. Com o plantel que tem, esta equipa deveria estar a jogar muito melhor nesta altura.
Muita luta e escassas oportunidades foram o espelho da partida. Fonte: Facebook oficial do União da Madeira
Já no que toca ao União, parece-me que o grupo às ordens de Norton de Matos tem qualidade para fazer uma época tranquila, com bom futebol, principalmente devido a Breitner, Amilton e Danilo Dias, médios ofensivos que trazem algum perfume à Madeira e que terão a companhia de Filipe Chaby, jovem do Sporting que volta à ilha após seis meses bem sucedidos na época passada.
A Figura:
André Moreira – O jogo não teve muitas oportunidades de golo, e as poucas que existiram tiveram o guarda redes do União como protagonista. O jovem português negou um “golo cantado” a Tomané e também esteve seguro perante investidas de Tozé e Licá. Apesar da concorrência de um internacional venezuelano, o jovem português permanece firme nas escolhas de Norton de Matos.
O Fora de Jogo:
Armando Evangelista – 5 jogos oficiais, 3 derrotas e 2 empates, 10 golos sofridos e apenas 3 marcados. É este o medíocre pecúlio do Vitória de Guimarães nesta temporada, mas isto nem é o mais grave. O pior é que não se vê evolução na qualidade exibicional e não se vê grande atitude na equipa. O treinador não consegue pôr o conjunto a jogar e, se após a paragem não existirem melhorias, Armando Evangelista terá os dias contados.
Foto de capa: Facebook oficial do União da Madeira
Ainda não foi desta que Belenenses e Marítimo conseguiram somar três pontos no campeonato. A equipa de Ricardo Sá Pinto acusou alguma falta de frescura (como o técnico reconheceu na análise à partida) após o brilhante apuramento europeu, demonstrando previsibilidade e dificuldades na criação ofensiva. Os azuis ainda têm de se habituar a fazer dois jogos por semana. Já os insulares, que estiveram melhor na primeira parte, limitaram-se a segurar a magra vantagem (Ivo Vieira tirou um extremo e colocou mais um médio ao intervalo) na etapa complementar e permitiram que o adversário fizesse a igualdade. No final, o empate acaba por ser o resultado mais justo.
Não foi pela ausência de Carlos Martins, nos azuis, e de Marega, nos madeirenses, que o jogo não teve animação na primeira parte. O Restelo assistiu a um jogo aberto, com duas equipas à procura da vitória. A estratégia do Belém passou pela exploração das costas da defesa insular, mas o conjunto da casa, à excepção de uma jogada em que Miguel Rosa apareceu na cara de Salin, raramente conseguiu incomodar o adversário, ora por ser assinalado fora-de-jogo (Tiago Caeiro foi apanhado várias vezes), ora por o guardião francês antecipar os lances. A equipa de Sá Pinto demonstrou fraca ligação entre sectores, com a bola a passar pouco pelos médios Rúben Pinto e André Sousa, e praticamente não teve oportunidades para marcar. O Marítimo foi mais esclarecido ofensivamente, explorando bem a velocidade dos seus homens mais adiantados. Édgar Costa, após deixar Filipe Ferreira para trás, viu Ventura negar-lhe o golo, que chegaria na sequência de um canto. Fransérgio subiu mais alto e aproveitou uma saída algo tardia do guarda-redes português para adiantar a turma de Ivo Vieira, que, mesmo sem atacar mais, atacou melhor do que o adversário.
O início de segunda parte trouxe um Marítimo cauteloso e com um meio campo reforçado. Ivo Vieira fez entrar Éber Bessa, que se colocou ao lado de Fransérgio, e abdicou do extremo André Xavier, que passou ao lado do jogo. O Belenenses teve dificuldades para ultrapassar o bloco madeirense (Sturgeon ia sendo o único a sobressair) e obrigou Sá Pinto a mexer no ataque. Tiago Caeiro não esteve no seu melhor, e a sua saída, juntamente com as entradas de Camará e Betinho, serviu para empurrar os homens do Restelo para a frente. As bolas foram sendo bombeadas para a área e, num desses lances, Camará cruzou largo para o segundo poste, onde surgiu Rúben Pinto a colocar a bola para o “Nolito português”, Miguel Rosa, encostar para dentro das redes. Estava feito o empate, uma recompensa merecida para os guerreiros de Sá Pinto. O jogo continuou embrulhado, com as duas equipas a revelarem incapacidade para irem à procura da vitória. Ainda assim, houve uma oportunidade para cada lado e uma boa resposta dos guarda-redes. Salin travou um cabeceamento de Sturgeon, e Ventura fez a defesa da tarde a um livre de Tiago Rodrigues, que ainda foi a tempo de ser expulso por acumulação de amarelos.
Foi de Miguel Rosa que nasceu a oportunidade mais perigosa da primeira parte Fonte: Facebook do Belenenses
A equipa da casa foi vítima de uma problemática consistente: a falta de continuidade nas competições europeias. Os jogos a meio da semana são fatais para as formações portuguesas e estas acabam sempre por sucumbir ao cansaço. No meio da falta de ideias tivemos um Miguel Rosa a tentar levar a equipa para a frente, embora nem sempre da melhor forma, e Sturgeon a assumir-se como o principal quebra-cabeças para a defensiva do Marítimo. O Belenenses tem um plantel capaz de repetir o sucesso da época transacta, resta saber qual será o peso que os jogos europeus terão no conjunto de Sá Pinto.
O Marítimo também se prepara para repetir o que fez na temporada anterior. Não há equipa para almejar voos muito altos, mas há qualidade suficiente para realizar uma época tranquila. No jogo de hoje em específico, a dupla de centrais composta por Deyvison e Raúl secou Tiago Caeiro com a ajuda de Fransérgio, imponente no meio campo. Dyego Souza fez com que não se sentisse a ausência de Marega no ataque, onde Édgar Costa, com a sua velocidade, criou problemas aos laterais adversários. Pela negativa destacou-se Rúben Ferreira, bastante conflituoso e com dificuldades perante Sturgeon, e o médio Tiago Rodrigues, sobretudo pela expulsão.
A Figura:
Fransérgio – A clarividência que faltou às duas equipas foi sempre contrastante com a serenidade que o médio do Marítimo empregou no jogo. Seguro a sair a jogar e imponente a recuperar bolas, Fransérgio carimbou a boa exibição com o golo que deu vantagem momentânea aos insulares.
O Fora-de-jogo:
Tiago Rodrigues – Não vinha fazendo uma exibição particularmente positiva, tendo pouco peso na criação ofensiva da equipa de Ivo Vieira, mas é pelo disparate desnecessário já na parte final do encontro que merece esta nota negativa. Simulou uma falta, agarrou-se à bola e recebeu o segundo amarelo.
A 17 de julho do ano passado escrevi aqui para o Bola na Rede que Portugal estava a viver uma das suas melhores gerações de sempre no basquetebol feminino. Em 2015 além da prestação brilhante das sub16, as “nossas” meninas conseguiram mais um resultado histórico em sub20. O ponto baixo foram as sub18, mas mesmo assim tiveram uma prestação muito positiva para o desenvolvimento das jogadoras.
O verão começou com as sub20 que foram até a Lanzarote (Espanha) conquistar o sexto lugar, um resultado histórico, nem que seja por em 2014 esta seleção estar na Divisão B. Esta que foi a segunda participação da história da seleção na divisão principal do escalão.
Indo à prova, Portugal conseguiu quatro vitórias contra cinco derrotas, tendo ganho à Bélgica, Ucrânia, Itália e Polónia. Tendo perdido com a Holanda, Hungria, Espanha, Rússia e Itália. O segundo jogo contra a Itália que contava para a atribuição do quinto e sexto lugar tem uma mistura de sabores. Uma vez que já tínhamos ganho um jogo contra o adversário fica um amargo de boca pela derrota neste jogo; mas por outro lado o feito histórico de um sexto lugar na última categoria de formação não tira o sabor a vitória. Como última nota dizer que a Espanha ganhou a competição e que assistiram a este jogo 1000 pessoas; marquem este número para mais tarde no artigo.
A comitiva que ficou em sexto lugar no Europeu sub20
As sub18 participaram pela terceira vez (e consecutiva) na Divisão A. A prova que o ano passado foi em Matosinhos este ano realizou-se em Celje na Eslovénia.
E aqui foi a prestação mais fraca das basquetebolistas portuguesas deste verão ao descerem de para a Divisão B ao apenas conseguirem ganhar três jogos em nove. As vitórias foram contra a Polónia, Israel e Estónia, esta num último jogo que já para nada contava na luta pela manutenção. Quanto aos jogos, a derrota por maior diferença foi ainda na primeira fase de grupos, altura em que Portugal perdeu por 12 com a Rússia. De destacar a derrota com a Espanha (ganhou a prova) por 6 pontos, mas que apenas aconteceu no prolongamento. A fase que ia definir que ficava entre nono e 16º foi a mais dura de ser vista. Uma derrota contra a Sérvia por sete pontos obrigava à vitória contra a Hungria. Contra as magiares Portugal esteve quase sempre na frente do marcador, mas os últimos 5 minutos foram desastrosos e as nossas atletas perderam uma vantagem de oito pontos. Esta derrota fechou as aspirações à manutenção e a tal vitória contra a Estónia foi apenas para garantir que não ficávamos em último.
Depois de dois nonos lugares nas edições anteriores o 15º lugar sabe a pouco e para o ano a missão tem de passar por voltar a subir ao topo europeu do escalão.
A equipa portuguesa que se deslocou à Eslovénia
As sub 16 ficaram então em segundo como puderam ler aqui . No melhor resultado alcançado por Portugal em qualquer competição oficial. Para o ano a estreia num Mundial em terras espanholas será mais um grande passo para o seu desenvolvimento. Duas jogadoras desta seleção entraram no 5 ideal, Ana Ramos, que foi ainda eleita MVP do torneio, e Beatriz Jordão. Agora é a altura de recordar os tais 1000 espectadores que falei anteriormente, na final estavam 5000 pessoas no pavilhão e nos jogos de Portugal o mínimo foram 2000.
O facto de haver duas jogadoras da seleção sub16 (precisamente as duas do 5 ideal) que foram ao europeu de sub18 e uma atleta dos sub18 que subiu aos sub20. Para estas atletas mais novas subir de escalão é muito positivo para a aprendizagem. Muito positivo para as atletas é também a a mudança de várias para os Estados Unidos onde irão estudar e jogar ao mesmo tempo. Mas se isto é positivo para as atletas para o basquetebol português é um pau de dois bicos, é bom porque as atletas se desenvolvem, mas as equipas portuguesas ficam mais fracas.
Depois de estes bons resultados na formação, manchados apenas pelas sub18 mas que mesmo assim lutaram bem, falta passar também aos bons resultados na seleção sénior. Portugal nunca participou na principal competição europeia de basquetebol feminino, mas por estes resultados isto não deve demorar muito a acontecer.