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Os favoritos ao título da Copa América

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Não há dúvidas de que a Copa América 2015, a ser iniciada na próxima quinta-feira com as partidas do grupo A, é a edição mais aguardada do torneio continental nas últimas décadas. Afinal, a boa performance das seleções sul-americanas no Mundial do Brasil e o bom momento vivido por muitas delas no período pós-Mundial fazem crer que teremos um torneio marcado por jogos bastante aguerridos, mas também de ótima qualidade técnica. Perante isto, podemos apontar pelo menos cinco equipes candidatas ao troféu – é claro, umas mais favoritas, outras um pouco menos, mas todas em condições de representar a América do Sul na Taça das Confederações de 2017.

ARGENTINA

Tata Martínez promoveu o regresso do vice-campeão europeu Carlitos Tévez à seleção  Fonte: TyCSports.com
Tata Martínez promoveu o regresso do vice-campeão europeu Carlitos Tévez à seleção
Fonte: TyCSports.com

A vice-campeã do mundo chega à Copa América como principal favorita. Apesar da mudança de treinador após o Mundial, a albiceleste aposta na manutenção da base que vem compondo a seleção nos últimos anos: dos 23 nomes da lista final de Tata Martino, 16 estavam na edição de 2011 do torneio continental. O principal destaque dessa vez é o regresso de Carlos Tévez, após alguns anos afastado da equipe por problemas pessoais com a AFA (Associação de Futebol Argentino). O atacante da Juventus disputa com Kun Agüero a titularidade no ataque para jogar ao lado de nomes de peso como Messi, Di María e Higuaín.

Mas não é só no setor ofensivo que os argentinos chegam fortes à competição. Apesar da importante ausência de Musacchio, lesionado, Martino espera manter a estabilidade defensiva conquistada por Alejandro Sabella na Copa do Mundo e, para isso, conta com a boa fase de jogadores como Nicolás Otamendi, um dos melhores centrais da última liga espanhola, e Ezequiel Garay, de qualidade já conhecida pelos portugueses, além de Zabaleta, títular absoluto na lateral-direita do Manchester City.

Contra a Argentina, pode pesar o facto de Tata Martino – pelo menos nos amigáveis após o Mundial, como nas derrotas frente a Brasil e Portugal – ainda não ter conseguido implantar na totalidade a sua filosofia de jogo, mais baseada no toque de bola, em contraste com estilo mais vertical de Sabella. Outro fator a destacar é a enorme pressão sobre os argentinos, que estão há 22 anos sem conquistar qualquer título. Ainda assim, pode-se dizer que o conjunto de Messi é o que chega mais “pronto” para esta Copa América.

BRASIL

Roberto Firmino deverá ser titular no ataque, com a estrela Neymar  Fonte: latestnews360.com
Roberto Firmino deverá ser titular no ataque, com a estrela Neymar
Fonte: latestnews360.com

Redenção. Esta é a palavra-chave que o Brasil busca após a humilhação sofrida para a Alemanha, há quase um ano. E a dura missão de recuperar o prestígio da seleção brasileira foi dirigida a Dunga, de perfil rígido e disciplinador (tanto dentro como fora de campo).

O início do novo trabalho do capitão do tetra parece promissor: são oito vitórias em oito partidas, com 18 golos marcados e apenas 2 sofridos – incluindo triunfos de peso, como o 2-0 sobre a Argentina e o 3-1 sobre a França no Stade de France. Taticamente, a equipe tem a marca do seu treinador: uma defesa sólida, com linhas compactas que deixam pouco espaço para o adversário, e uma transição defesa-ataque de muita velocidade, com Fernandinho, Oscar e, é claro, o talento de Neymar. Há a destacar, ainda, o bom entrosamento do jogador do Barça com Roberto Firmino, atacante de muita movimentação e boa finalização, autor de dois golos nos últimos três jogos. Também vêm de boas atuações pela canarinha o goleiro Jefferson, bem como Danilo, Miranda e Felipe Luís.

Porém, ainda é preciso ver como se sairão Neymar e companhia num torneio oficial. Além disso, nem todas as vitórias recentes foram convincentes, a exemplo do 1-0 contra a seleção chilena, em Londres, que registou a pior atuação da seleção brasileira após o Mundial. Dunga, enfim, terá a sua primeira prova de fogo no Chile.

CHILE

Alexis Sanchéz e Arturo Vidal - as duas maiores figuras da seleção da casa  Fonte: goal.com
Alexis Sanchéz e Arturo Vidal – as duas maiores figuras da seleção da casa
Fonte: goal.com

Uma das poucas seleções a nunca ter vencido a Copa América, o Chile nunca sonhou de forma tão realista com o título inédito. Os donos da casa mantêm a mesma base que eliminou a Espanha e ficou a centímetros de despachar o Brasil do Mundial, com talentos como Alexis Sánchez, Arturo Vidal e Claudio Bravo e os bons coadjuvantes Aránguiz, Vargas e Matías Fernández. Além, claro, do excelente técnico Jorge Sampaoli (não é exagero dizer que está entre os melhores do mundo), que montou um 3-5-2 equilibrado, marcado pela velocidade e pelo bom toque de bola.

O nível dos adversários não vai ser o único obstáculo para La Roja no torneio. O fator psicológico e o facto de ser tratada como candidata ao título vai exigir dos jogadores muita força mental – além de ter que superar a sina de “afinar” em grandes jogos, principalmente contra Brasil e Argentina. A baixa estatura da defesa, deixando o jogo aéreo vulnerável, e a falta de um “homem-golo” para definir as jogadas também são problemas comumente enfrentados por Sampaoli. Contudo, não se pode negar que se depender do apoio da agitada torcida chilena, teremos um Chile fortíssimo em busca da taça.

COLÔMBIA

Jackson, Falcao e James - três jogadores que ilustram bem o poder de fogo dos cafeteros  Fonte: AP
Jackson, Falcao e James – três jogadores que ilustram bem o poder de fogo dos cafeteros
Fonte: AP

Futebol ofensivo e atacantes de altíssimo nível são as principais apostas da Colômbia para abocanhar o título continental. Desde que conquistou o seu único título, em 2001, quando jogou em casa, que a equipe tricolor não chega tão forte ao certame, mas chega com alguns problemas a esta Copa América. O técnico José Pekerman perdeu por lesão os médios Aguilar e Guarín, o criativo Quintero e o atacante Adrián Ramos, sendo Guarín, por exemplo, um importante jogador no 4-4-2 de Pekerman. O treinador argentino também conta com atletas de temporadas contrastantes em 2014/2015: enquanto Falcao e Cuadrado jogaram pouco e de forma insatisfatória por Manchester United e Chelsea, James Rodríguez, Carlos Bacca e Jackson Martínez vivem grande fase em Real Madrid, Sevilla e FC Porto. Sem contar com Teo Gutiérrez, que vem embalado por uma grande atuação pelo River Plate na Copa Libertadores.

São poucas as seleções com tão boas opções do meio para frente quanto a Colômbia. O bom entrosamento entre James e Cuadrado, aliado à capacidade goleadora de Falcao, Jackson e Bacca, é de provocar dores de cabeça em qualquer defesa. Edwin Cardona, médio do Monterrey, também é um jogador a seguir atentamente. Mesmo sem ter uma defesa que transmita tanta segurança, os colombianos podem e devem bater-se de igual para igual com qualquer adversário.

URUGUAI

Na ausência de Suárez, será Cavani a assumir o protagonismo na formação uruguaia  Fonte: beinsports.fr
Na ausência de Suárez, será Cavani a assumir o protagonismo na formação uruguaia
Fonte: beinsports.fr

O atual campeão chega sob certa desconfiança ao Chile. Luís Suárez ainda cumpre suspensão pela mordida em Chiellini no Mundial e é um desfalque pesado para a Celeste, que agora tem em Edison Cavani as esperanças para alcançar voos mais altos nesta edição. Além da ausência de Suárez, a falta de criatividade no meio-campo também preocupa os uruguaios, que não contam com nenhum nome de peso para o setor no cenário internacional – apenas promessas, como De Arrascaeta, e jogadores de quem muito se esperava e pouco renderam na carreira, como Lodeiro e Cristian Rodríguez.

Por outro lado, o eixo defensivo continua a ser o ponto forte da equipa. O sempre dominante Godín e o promissor Giménez formam uma dupla respeitável, tendo como suplentes outros dois bons centrais, Velázquez e Coates. Maxi Pereira, que vem da melhor temporada da carreira pelo Benfica, deve ser outra peça importante da equipa como válvula de escape, assim como Abel Hernández, atacante habilidoso do Hull City.

E se falamos do Uruguai, falamos de quem sabe, como poucos, jogar uma competição a eliminar. Gastar o tempo quando necessário, provocar o adversário na medida certa, brigar por cada dividida como um faminto atrás de um prato de comida e ser fatal nos momentos decisivos. Por essas e outras, não se pode subestimar o maior campeão da Copa América.

Levy Guimarães

Foto de Capa: www.diez.hn

Jogo Interior #11 – A Futebolização do Futsal

jogo interior

Apesar de ser um amante do desporto em geral, há alguns anos comecei a aprender a gostar de futsal. Tanto que fui praticante e, quando deixei de o ser, quis ser treinador. Sou até ao momento e não me vejo a ser outra coisa.

O futsal encerra em si diversas componentes que o definem como uma modalidade exigente, quer física quer tecnicamente, tendo uma enorme componente mental. Ao nível das capacidades condicionais atrevo-me a dizer que é mais duro do que o futebol, partindo do princípio que é disputado ao mais alto nível. Por ser uma modalidade praticada em espaço reduzido é bastante exigente também ao nível táctico. É uma modalidade de alta intensidade e repleta de momentos de grande espectacularidade.

Não vou escrever acerca da história do futsal em Portugal, pois ela está escrita e faz parte do passado. Escrevo projectando o futuro porque as circunstâncias assim me motivam. Apesar dos pequenos avanços no desenvolvimento da modalidade no nosso país, ela ainda carece de uma identidade própria, existente em todas as modalidades de pavilhão (basquetebol, andebol, hóquei em patins, voleibol). Sinto que ainda existe um estigma que está enraizado na mentalidade dos portugueses que é a sensação de que o futsal é um parente pobre do futebol, uma modalidade alternativa e que impede muita gente, mesmo estando em cargos de direcção no desporto, de o compreender quer na sua essência, quer em profundidade.

Pegando nas palavras de uma amiga, treinadora da equipa feminina do campeonato nacional de futsal, que disputará o encontro decisivo para apurar o vencedor desta época no próximo sábado, “na semana em que se decidem dois títulos nacionais, o feminino e o da 2.ª divisão nacional, as referências no site da FPF são nulas. Esta futebolização do futsal só tem como consequência a falta de competitividade dos campeonatos e o aumento do fosso entre as equipas com mais capacidade financeira e as que têm menos recursos.” A verdade é que muito poucas pessoas na FPF lutam pelo futsal, pela sua divulgação, pela disseminação da modalidade, pela criação de eventos atractivos e apelativos para os agentes (quer nacionais, quer locais) que financiam as equipas. Uma excepção foi este ano a Final Four da Taça de Portugal, masculina e feminina, no Pavilhão Multiusos de Sines, que conseguiu um feito histórico, tendo sido das transmissões com mais audiências, tendo mesmo ultrapassado o futebol. Prova de que o futsal também consegue ser aglutinador de massas e atractivo para os amantes do desporto em geral.

Portugal é vice-campeão de Futebol Feminino
Portugal é vice-campeão de Futsal Feminino

Outra questão da “futebolização” sobre a qual sou bastante crítico também está relacionada com uma das últimas actualizações ao nível da arbitragem, em que se “colaram” os critérios de marcação de faltas ao futebol e, com isso, se deturpou a essência do futsal. Desta forma a capacidade técnica foi preterida em relação à capacidade física, e o jogo passou a ser mais “possante” e menos técnico. Passou a ser mais táctico e menos irreverente, o que fez com que estrategicamente se passou a usar com mais regularidade o 5.º elemento, o que suscita também algumas variações de opinião. Passaram a marcar-se menos faltas e os jogos passaram a ser mais agressivos. Estas directivas ao nível dos critérios de marcação de faltas pela arbitragem são, no entanto, da responsabilidade da UEFA, sendo também transversais aos campeonatos dos países europeus de futsal. Constatei isso nos últimos encontros da final do campeonato espanhol e na fase final da UEFA CUP.

É normal e até bastante plausível a comparação entre o futebol e o futsal. A meu ver o futsal, apesar de ter derivado do futebol, trazendo consigo características comuns que têm a ver com o facto de ser jogado com os pés, tendo algumas dinâmicas idênticas e tendo trazido alguns praticantes de várias idades, de vários escalões, ao longo do tempo, tem pouco mais de comum com o futebol. O futsal não é um “mini-futebol”. Tem mais de andebol, de basquetebol, de hóquei em patins, de pólo aquático do que de futebol. O problema é que ao serem transferidos praticantes do futebol para o futsal também foram transferidos adeptos do futebol para o futsal, que pouco entendem acerca do jogo e que confundem princípios, filosofias, condutas e valores. A dinâmica do futsal é outra. Há princípios comuns mas especificidades diferentes. O perfil do atleta de futsal é muito diferente. As capacidades condicionais são diferentes. A capacidade de tomada de decisão é muito diferente. Com tudo isto e muito mais, para mim é impossível comparar o futsal ao futebol, pois cometem-se os mesmos erros que um pai ao comparar dois filhos.

O Futsal é uma modalidade em crescimento em Portugal
O Futsal é uma modalidade em crescimento em Portugal

É preciso que os altos dirigentes do desporto para o futsal sejam pessoas que entendam todas estas diferenças. É preciso que os próprios treinadores trabalhem estas questões com os seus atletas, desde os escalões mais novos, para que novas gerações entendam o futsal em si próprio e não como uma pequena cópia do futebol. É preciso que se criem formações para os dirigentes, para que comecem a surgir pessoas com outro tipo de sensibilidade em relação ao futsal. Não é preciso que a gente do futsal fuja do futebol mas sim que o escolha pelas suas características.

Ao longo de todo este tempo atrevo-me a dizer que quanto mais vejo e oiço acerca do futebol mais adoro o futsal. Isto não quer dizer que não goste de futebol, somente que gosto mais um bocadinho do futsal. E por favor defendam o futsal defendendo as suas qualidades e não desdenhando os defeitos do futebol. É uma questão de valores e liderança, e por isso sermos melhores em qualquer coisa é da nossa inteira responsabilidade! Desta forma estaremos preparados para mudar a História!

Judas, o filme

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Topo Sul
Confesso que não estava nada à espera do acontecimento mais escandaloso de que me lembro de assistir no futebol português. Estou triste, ou melhor, estou desiludido. Jorge Jesus é um dos melhores treinadores do mundo e, por isso, orgulhei-me durante os últimos anos de que fosse o meu treinador e loucamente festejei os titulos que me deu. Como treinador, terá, como sempre teve, o meu respeito e a minha admiração, como ser humano continua e continuará a demonstrar que é ingrato, desrespeitador e sobranceiro e por isso não merece, como nunca mereceu- e quem leu os meus textos sabe ao que refiro- a minha consideração.

Tenho uma opinião muito clara em relação a esta manhosa transação. Luis Filipe Vieira não quis Jorge Jesus; Bruno de Carvalho sempre quis muito JJ, mas queria ainda mais destruir o Benfica. Nesta equação, JJ não gostou do comportamento de Vieira, mostrou que faz o que quer e bem lhe apetece, olhando apenas para si próprio, e apunhalou-o nas costas, tal como fez a milhões de benfiquistas. Em toda esta história só vejo vilões e maus de fita. Tipos vaidosos, gananciosos, que só pensam no seu umbigo e que querem ser sempre os protagonistas. Analisando friamente todo este filme, e olhando para o perfil dos actores que o protagonizam, consigo encontrar uma lógica para o enredo, mas há demasiada coisa por explicar e eu estou ansioso pelo desfecho desta longa-metragem.

Vamos por partes, e comecemos pelo lado do campeão nacional, o Benfica, clube de adeptos, jogadores, dirigentes e, também, de treinador e presidente. Tudo se encaminhava para a conquista do bi-campeonato e o treinador do Benfica ainda não tinha o seu futuro definido no clube. As provas de qualidade de Jorge Jesus pareciam não ser suficientes para convencer Viera de que o melhor para os encarnados era continuidade de um técnico bi-campeão nacional.

Os meses vão passando e a expectativa cresce. Vieira e Jorge Mendes (empresário de JJ) preparam uma jogada para colocar Jesus num clube grande estrangeiro, uma opção que agradava quer ao presidente encarnado, quer ao aclamado empresário. O primeiro conseguia aquilo que sempre quis: alimentar o seu bebé chamado Caixa Futebol Campus, contratando um treinador que aposte na formação, como é Rui Vitória; O segundo encaixava mais uns milhões no seu bolso com o ingresso de JJ num Milan, Marselha ou num clube árabe qualquer. Tudo isto ia acontecendo nas costas de Jesus que, apercebendo-se de que poderiam estar a empurrá-lo para a saída do Benfica, começa a ceder aos engates de Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, outro dos protagonistas deste escândalo.

Estou certo de que o presidente leonino sempre quis o treinador do Benfica no seu clube e a partir do momento em que lhe acenaram com uns milhões sabe-se lá vindos de onde, a sua prioridade foi resgatar o treinador do seu maior rival, num golpe de “cinema” que coloca em êxtase a maioria dos sportinguistas e em depressão a maioria dos benfiquistas (não é o meu caso). Assim começaram os encontros entre Bruno de Carvalho e Jorge Jesus, lá nos longínquos meses de Janeiro e Fevereiro, numa altura em que o BdC estava farto de Marco Silva e Jesus cansado de lutar com Vieira pelo trono da vaidade.

Jorge Jesus, de adorado para odiado num ápice; Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Jorge Jesus, de adorado para odiado num ápice;
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Chegamos a Junho e rebenta a bomba: Jorge Jesus vai ser treinador do Sporting. Procuram-se motivos, heróis, culpados e coitadinhos e por mais estranho que pareça todos os vaidosos protagonistas do filme acabam satisfeitos da vida, menos Jorge Mendes, o único que se lixou. Vieira vai ter Vitória para apostar nos meninos e assim consumar o projecto, futebolisticamente falando, que criou quando chegou ao Benfica: ganhar campeonatos, ir a finais europeias e apostar nos jovens da formação; Jesus vai treinar “o seu clube do coração”, vingando-se da falta de vontade de Vieira em segurá-lo, mostrando uma enorme ingratidão e egoísmo para com um clube que sempre lhe deu tudo o que este exigia; Bruno de Carvalho consegue roubar o “treinador de sonho” ao seu maior rival; O coitado do Jorge Mendes é que não conseguiu nada com este negócio e, por isso, espero eu, vai aliar-se com Vieira no mercado de transferências para reforçar o plantel encarnado.

Como crítico deste filme, aceito que Vieira se tenha cansado das exigências de Jesus e do facto de atribuírem ao técnico os louros do sucesso, e não a Vieira, que sozinho segurou JJ numa fase difícil do clube, no final de 2013. Contudo, este era o momento menos próprio para o presidente encarnado deixar de ceder aos caprichos do técnico, depois de um inédito bi-campeonato, numa machada brutal ao rival F.C. Porto. Para o clube, nada era melhor do que a continuidade de JJ e Vieira pôs-se a jeito da machada da aliança Carvalho-Jesus, acreditando que tal cenário seria impensável. Quanto à prestação de Jorge Jesus, dar-lhe-ia zero estrelas porque não gosto de actores mesquinhos, reles e ingratos. Jesus é um daqueles indivíduos que passam por cima de tudo e todos para conseguir o que quer e não tem o mínimo respeito pelas instituições que representa. Neste sentido, não me espanta a saída conturbada de JJ (já tinha saído desta forma do SC Braga). Agora, o seu objectivo é provar que consegue fazer milagres numa equipa como o Sporting, numa tentativa de vingança para com a passividade de Vieira. Coisa de egos!  Pode ser que o próximo papel de o treinador seja o de actor secundário, pois normalmente é o que acontece quando se assina pelo Sporting.

Este filme está a ser um sucesso de bilheterias e a comunicação social agradece. Os sportinguistas estão loucos, como sempre estão entre Maio e Setembro, até que o Inverno lhes resfria, como sempre a alma e coração leonino. Nós, benfiquistas, habituados a ser liderados por um bando de corruptos, egoístas, vaidosos e ingratos, lá vamos levando com estes abonões, que por muito que se fale, não beliscam a paixão de um lampião que é bi-campeão. Porque o mítico chavão “as pessoas passam, o clube fica” nunca fez tanto sentido.

Surpresas como aperitivo

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Decorridas agora seis jornadas no Brasileirão de 2015, podemos afirmar que este início de temporada teve algumas surpresas – positivas e negativas -, se bem que a máxima “isto não é como começa, mas como acaba” nunca tenha feito mais sentido do que no futebol de Terras de Vera Cruz. Vejamos, então.

Bom, primeiro, como é óbvio, temos de falar do despedimento do técnico bicampeão pelo Cruzeiro: Marcelo de Oliveira já não faz parte dos quadros celestes. Para o seu lugar chega a incógnita que tem sido nos últimos anos a pessoa de Vanderlei Luxemburgo. Os belo-horizontinos já não contam com alguém que tanto lhes deu a ganhar. Magoado, talvez pelo desinvestimento feito na Raposa, Oliveira também forçou a saída. Resta saber se Marcelo de Oliveira entrará num “ano sabático”, aproveitando para descansar, ou se vai pegar de “raiva” outro clube. O treinador já nem orientou o Cruzeiro no jogo em que os mineiros venceram o Flamengo por 1-0, numa partida de aflitos. Os cariocas estão em péssimos lençóis. Nunca desceram de divisão e talvez também nunca esse fantasma tenha estado tão perto. A equipa precisa de reforços de forma urgente, para ontem. Pouco imaginativa, sem ideias… uma nação que poderá desmoronar-se. Ainda falta muito jogo, é verdade, só que a distância começa a ser imensa, numa Liga em que se perdem muitos pontos, dado o elevado grau de competitividade.

Quem despediu também o seu treinador foi o Joinville. O lanterna-vermelha da competição já não conta com o trabalho de Emerson Maria e aumentou o leque de chicotadas psicológicas após a quinta jornada.

Em 2015, o Flamengo vai de mal a pior: quatro derrotas em cinco jogos
Em 2015, o Flamengo vai de mal a pior: quatro derrotas em cinco jogos
Fonte: futebolinterior.com.br

Mas se atrás há aflitos inesperados, na frente da corrida também há carruagens surpreendentes: o caso do atual primeiro classificado – o Atlético Paranaense. Apesar de não ser um tradicional do futebol brasileiro, a equipa do sul do país já foi campeã por uma vez. O que sempre é bom. Depois de ter feito um campeonato interessante na época passada, o Furacão está agora apto a demonstrar que isso não foi exceção. Na vice-liderança está a equipa da Ponte-Preta. Os alvi-negros de São Paulo tiveram uma demonstração de força no Estádio de São Januário (casa do Vasco da Gama) e venceram o atual campeão carioca por 0-3. Atenção a esta equipa: joga muito bem e tem um poder de fogo ofensivo notável.

O simpático Sport Recife aparece na terceira posição; e a fechar o G4 – zona que dá acesso à Copa dos Libertadores da América do ano vindouro – está o Atlético Mineiro, que agora, sem as distrações da Libertadores (eliminado pelo Internacional de Porto Alegre, nos oitavos-de-final), aparece aqui como um sério candidato ao título de 2015, uma conquista que lhe foge desde 1971 (aliás, a única no Brasileirão para os atleticanos, até hoje). Mas se falava no poder atacante da Ponte Preta, o Galo não fica atrás: 14 tentos apenas nos primeiros seis jogos. É o melhor ataque da prova. Veremos se o Atlético está para ficar.

Enfim, será mais um grande Brasileirão, onde certamente haverá altos e baixos – isto é, quedas e subidas repentinas na classificação e, como sempre, um resultado imprevisível!

As Jovens Águias Sérvias Começam A Sair Do Ninho

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A 25 de Outubro de 1987 no Estádio Nacional em Santiago do Chile, um grupo de talentosos jovens, liderados por Mirko Jozic, derrotava a toda poderosa República Federal da Alemanha e sagrava-se campeão do mundo de Sub-20, naquele que foi provavelmente um dos maiores feitos (a par da vitória no Europeu de Sub-21 em 1978) da selecção jugoslava em toda a sua história.

O antigo mágico do Estrela Vermelha, Real Madrid e Barcelona, Robert Prosinecki foi eleito melhor jogador do torneio, mas dessa famosa formação faziam também parte jogadores de incomparável qualidade, como eram os casos de Zvonimir Boban, Davor Suker, Predrag Mijatovic e Branko Brnovic. Esta mistura (quase explosiva) de talento, assim como uma produção quase em série de fantásticos jovens jogadores, através das excelentes academias que proliferavam por aquele antigo país dos Balcãs, sofreu, no entanto, um golpe praticamente fatal com o desmembramento da Jugoslávia do Marechal Tito e com a sangrenta guerra civil que assolou o vasto território no início da década de 1990.

Um quarto de século após a eclosão do violento conflito, a Sérvia, que representava na época uma parte significativa daquele belo país dos Balcãs, tem puxado pelos galões e tem dado, até ao momento, muito boa conta de si no Mundial de Sub-20 que está a ter lugar na Nova Zelândia. A selecção sérvia garantiu na madrugada de Sábado um lugar nos oitavos de final da competição após ter batido o México por 2-0 em mais um jogo com futebol de elevada qualidade. Liderada por Veljko Paunovic, um antigo jogador sérvio que construiu grande parte da sua carreira no futebol espanhol e que foi em tempos visto como uma das maiores promessas futebolísticas do seu país, a selecção sérvia tem demonstrado um futebol de elevada qualidade que pontualmente traz à memória aquela famosa equipa que surpreendeu o mundo em 1987 aquando da sua estrondosa vitória no Chile.

Veljko Paunovic – O timoneiro da promissora selecção sérvia Fonte: Página do Facebook de Veljko Paunovic
Veljko Paunovic – O timoneiro da promissora selecção sérvia
Fonte: Página do Facebook de Veljko Paunovic

Paunovic montou uma equipa altamente moldável onde não parece ser fácil encontrar um sistema táctico pré-definido, uma vez que a Sérvia oscila rapidamente entre o 4-3-3, o 4-5-1 ou até mesmo o 4-2-3-1, sempre com as linhas muito juntas e com jogadas de ataque rápido altamente mecanizadas que causam mossa nos sectores defensivos adversários.

De todos os jogos que a selecção sérvia disputou até agora, é de realçar a reduzida percentagem de posse de bola, que tanto no jogo com o México, como na partida anterior frente ao Mali, não ultrapassou os 46%. Apesar do elevado nível técnico da maior parte dos seus jogadores, a Sérvia apresenta um estilo de jogo muito mais prático do que aquele que tradicionalmente as equipas do leste da Europa praticam ou, deverá antes dizer-se, praticavam. Muito mudou no futebol do antigo bloco de leste nos últimos 20 anos e a Sérvia não foge à regra, mas é também verdade que Paunovic está a conseguir reabilitar o futebol de um país que, apesar de ter frequentemente excelentes jogadores nas suas fileiras, não parece encontrar forma de materializar esse talento em algo mais palpável em matéria de futebol de selecções.

Embora seja cedo para dizer se algum dos jogadores desta selecção sérvia irá alguma vez atingir os patamares de sucesso de, por exemplo, Robert Prosinecki, Predrag Mijatovic e Davor Suker, é legítimo destacar o talento de jovens como Andrija Zivkovic, Stanisa Mandic, Nemanja Maksimovic, Mijat Gacinovic e do capitão de equipa Predrag Rajkovic. Um dos homens com maior ênfase tem sido o extremo do Partizan Belgrado, Andrija Zivkovic, que apontou frente ao México um golo de belo efeito na cobrança de um livre directo. Com apenas 18 anos, Zivkovic é já um jogador de extraordinária qualidade e o seu talento já começou a despertar certamente a atenção dos grandes clubes por essa Europa fora.

Conseguirá Paunovic replicar o feito de Mirko Jozic? Fonte: Página do Facebook de Veljko Paunovic
Conseguirá Paunovic replicar o feito de Mirko Jozic?
Fonte: Página do Facebook de Veljko Paunovic

Apesar da tenra idade, Zivkovic conta já com alguns uns marcos fantásticos na sua carreira, já que foi não só o jogador mais jovem a ser dono da braçadeira da equipa profissional do Partizan, como também se tornou recentemente o jogador mais jovem a vestir a camisola da selecção A da Sérvia. Para além de Zivkovic, outro jogador que tem dado cartas é o médio de ataque Nemanja Maksimovic, que após ter feito a sua formação na academia do Estrela Vermelha, já representou o NK Domzale da Eslovénia e faz actualmente parte do FC Astana do Cazaquistão.

Paunovic tem a seu cargo uma selecção com um talento imensurável, mas resta agora saber se este promissor jovem treinador, que aparenta estar sempre de bom humor, vai ser capaz de elevar a Sérvia para o patamar que esta merece, no topo do futebol do velho continente, e se, ao mesmo tempo, vai conseguir de certa forma replicar o feito do antigo treinador do Sporting CP, Mirko Jozic, ao serviço da extinta selecção jugoslava em 1987.

Foto de Capa: Página do Facebook do Mundial de Sub-20 

Bruno, não queiras dar passos maiores do que a perna!

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Bruno de Carvalho, como é que vão ser as coisas depois deste circo todo? Vem o Jesus para o Sporting, o Inácio sai por causa dele, o Jesus vai controlar a formação do Sporting (que medo!!!), o novo diretor desportivo vai ser escolhido por ele, o Marco Silva foi despedido com justa causa…

Começando pelo treinador que ajudou a que voltássemos a ganhar taças sete anos depois, o meu sincero agradecimento. Obrigado, Marco Silva, e à tua equipa técnica, por todo o profissionalismo demonstrado durante toda a temporada. Fizeram um excelente trabalho e todos nós, sportinguistas que te apoiámos durante este tempo todo, não esqueceremos esse facto. Espero até que um dia voltes a este grande clube e não tenha de te ver num dos rivais. Obrigado e boa sorte se fores para o estrangeiro.

Sobre Jorge Jesus, sou contra esta contratação por vários fatores:

1.º – “O Benfica ganhou limpinho, limpinho”. “Está aqui um árbitro com grande futuro” (sobre João Capela) – Jorge Jesus, 20/04/2013. O Benfica, treinado por Jorge Jesus, vence em casa o Sporting num jogo completamente aldrabado pela arbitragem de João Capela. Na conferência de imprensa, Jesus vem dizer esta barbaridade para legitimar a vitória benfiquista e gozar com os “leões”. Depois, vamos contratar um treinador cego? Não estou a ver como é que alguém com olhos na cara diz que João Capela é um árbitro com futuro…

2.º – “Na formação para render o Matic? Só nascendo dez vezes…” – Jorge Jesus, 15/01/2014. Matic está na eventualidade de sair do clube e Jesus é questionado sobre se existe algum jogador da formação do clube que possa ocupar o seu lugar. O técnico benfiquista responde assim. Será que o Mané, o Iuri Medeiros ou o Gelson Martins têm de nascer dez vezes para render o Nani ou o Carrillo? O Rui Patrício teve de nascer dez vezes para ser um dos melhores guarda-redes mundiais? O João Palhinha vai ter de nascer dez vezes para render o William Carvalho? O Wallyson vai ter de nascer dez vezes para entrar na equipa principal? Vais fazer-lhes o mesmo que fizeste ao Bernardo Silva?

3.º – “O meu clube de sonho é o Benfica, mas depois do Benfica não posso sair para qualquer clube, como é óbvio. Se eu sair do Benfica, não posso sair para qualquer clube. Então o Benfica é um clube de top, vou sair para onde?” – Jorge Jesus, 23/05/2014. Então um homem que diz isto depois vem treinar o Sporting? Mas que bandalheira é esta? Mas ninguém do Sporting tem memória ou preferem desvalorizar isto?

4.º – “Ninguém sabe mais de futebol do que eu” – Jorge Jesus, 23/05/2014. Haja moral e vaidade para dizer uma coisa destas. Mas é este homem que os sportinguistas querem para estar aos comandos do clube? Que quando ganha é por si, que quando perde vai dizer que é por culpa de “todos”?

Não merecem sair desta forma. O Sporting muito vos deve. Um foi campeão nacional em 2000, o outro pelo que fez este ano. Obrigado! Fonte: Facebook do Sporting Clube de Portugal
Não merecem sair desta forma. O Sporting muito vos deve. Um foi campeão nacional em 2000, o outro pelo que fez este ano. Obrigado!
Fonte: Facebook do Sporting Clube de Portugal

5.º – Então agora vai ser o JJ a controlar a formação? Mas vamos ter uma equipa de juniores com sérvios, argentinos e outros que tais? E é ele que escolhe o diretor desportivo? Mas isto agora é assim? Ele chega e dá cabo disto tudo para fazer as coisas à vontade dele?

6.º – Mas vamos permitir que um treinador trate as figuras do Sporting como ele tratou o Rui Costa, um dos maiores senhores do futebol português?

7.º – Se vão pagar este ordenado principesco ao Jorge Jesus, quanto vamos dar a homens como Rui Patrício, Adrien Silva ou William Carvalho? Isto vai gerar mais atritos, mais confusões, enfim, tudo aquilo de que não precisamos no Sporting…

Bruno de Carvalho, não faças ruir o castelo que andaste a reerguer durante dois anos. Tem cuidado, senão os sportinguistas vão elevar o seu ódio até ao ponto em que ainda têm a sua adoração.

 

Foto de capa: Facebook do Sporting Clube de Portugal

 

GP do Canadá: Hamilton consegue a bolha de oxigénio

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O fim-de-semana do Grande Prémio do Canadá pode ser retratado por um sábado irrequieto e turbulento, e um domingo calmo e sem grandes surpresas. Lewis Hamilton garantiu a sexta pole da temporada, numa qualificação que se revelou problemática para Sebastian Vettel: o piloto da Ferrari teve problemas no carro mal entrou em pista, e teve de voltar imediatamente às boxes. Quando regressou, não conseguiu melhor do que um 16º lugar. Lugar esse que seria desqualificado devido à ultrapassagem a Roberto Mehri (Manor Marussia) com bandeira vermelha; Vettel acabou por sair da última linha.

Nico Rosberg tinha, nesta prova, uma boa oportunidade para se colar a Hamilton na classificação geral. Ao sair da segunda posição, perseguiu durante toda a corrida o companheiro de equipa, mas as suas esperanças saíram goradas. Lewis Hamilton mostra-se absolutamente exímio na sua estratégia de deixar o oponente aproximar-se até à barreira do 1s e depois fugir, não dando espaço nem tempo a ultrapassagens. Além deste factor, Rosberg passou toda a corrida a ser advertido pela equipa, que lhe pedia contenção nos gastos de pneus e combustível. A Mercedes a compensar o erro com Hamilton, de há duas semanas.

Petronas voltou a dominar Fonte: Facebook Mercedes AMG Petronas
Petronas voltou a dominar
Fonte: Facebook Mercedes AMG Petronas

Nota muito positiva para as duas grandes recuperações da prova: Vettel e Massa. Saíram da cauda da qualificação e terminaram em quinto e sexto lugar, respectivamente. E, quem sabe, se não fosse o toque em Alonso, o piloto alemão teria conseguido mesmo chegar ao pódio, que ficou completo com Valtteri Bottas (Williams), que aproveitou um pião de Kimi Raikkonen para chegar à terceira posição. O finlandês da Ferrari dirigiu-se à equipa para relembrar que já no ano passado lhe havia acontecido o mesmo na mesma curva.

Já a menção negativa fica para a McLaren: a equipa conseguiu um desolador duplo abandono e tem muito que trabalhar com Fernando Alonso. O piloto espanhol recusou abrandar o ritmo para poupar combustível e disse que não ia agir como um amador. Ao ouvir a resposta, um dos engenheiros da McLaren afirmou “We’re going to have big problems!” Alonso, pela primeira vez na sua já longa carreira, abandonou três corridas seguidas. A McLaren tem de mudar alguma coisa na sua estratégia, sendo que Alonso ainda não pontuou e Button segue no último lugar dos pilotos pontuados. É triste ver dois pilotos conceituados, com percursos profissionais de renome, a ficarem nas derradeiras posições do campeonato por culpa de decisões irreflectidas.

Pastor Maldonado pontuou pela primeira vez, ao ficar em sétimo lugar. Já o outro piloto da Lotus, Romain Grosjean, foi penalizado em cinco segundos depois de um acidente com Wil Stevens (Manor Marussia).O jovem franco-suíço provocou o toque, forçando a saída de pista do carro da Manor. Stevens, que ficou com a asa direita partida, chegou mesmo a desabafar para a equipa que Grosjean “foi estúpido”.

Lewis Hamilton consegue assim, em Montreal, aumentar a vantagem para Nico Rosberg – que já é de 17 pontos – e quebrar uma série de duas vitórias do alemão. Sebastian Vettel segue em terceiro, resiliente mas em dificuldades, 43 pontos abaixo. O Campeonato do Mundo F1 2015 volta a 21 de Junho, em Osterreich, Áustria.

Foto de capa: Facebook Mercedes AMG Petronas

Jogadores que Admiro #38 – Rivaldo

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É muito difícil um jogador querer alcançar a fama e o sucesso sem se tornar mediático ou ter uma carreira paralela dominada pela propaganda. Um jogador que não se entrega a nada disso simplesmente não é lembrado ou até é esquecido. Ele é apenas mais um que dá uns chutos na bola, ganha bastante dinheiro, mais um que joga na selecção, e nunca “O Jogador”. Esta estranha e triste realidade tocou de forma injusta um dos maiores médios ofensivos que o futebol já viu, que durante toda a sua carreira preferiu permanecer pelos bastidores, que era avesso às entrevistas e afins. Ele apenas jogava à bola e de que maneira.

O Rivaldo era para mim a verdadeira e pura definição de um craque. Um médio com uma técnica poética e suprema, uma agilidade e uma capacidade de tomada de decisão impressionante, conseguia decidir os jogos com os seus remates dilacerantes, a sua inteligência superior e a sua classe de um recorte intangível e emocionante.

No auge da sua carreira transferiu-se do Corunha para o Barcelona, tendo sido campeão duas vezes e ganhado a Bola de Ouro. Foi uma pedra essencial da selecção do Brasil nos mundiais de 1998, na França, e 2002, no Mundial da Coreia-Japão, onde o Brasil acabou por vencer, tendo sido considerado um dos melhores jogadores, atrás de Oliver Kahn e Ronaldo, e nomeado para o onze do campeonato.

Rivaldo venceu o prémio de melhor jogador da FIFA em 1991 Fonte: listasdefutbol.com
Rivaldo venceu o prémio de melhor jogador da FIFA em 1991
Fonte: listasdefutbol.com

Rivaldo em campo debitava uma estética deliciosa, com toques de requinte e até de uma malvadez inocente. Rivaldo era avesso aos holofotes. Se dentro do campo ele era de uma habilidade tremenda, fora do campo não o era de todo. Mas no jogo ele mandava. E como jogava. Regularmente presenteava os adeptos do Barcelona com actuações estelares. Fora deste mundo e do outro. Um dia ele fez um hat-trick contra o Valência, no jogo que talvez tenha sido o da sua vida. A dois minutos do fim ele escreveu na história do futebol, pela importância, pela beleza, pela genialidade, um dos mais fenomenais golos que talvez possamos imaginar. Recebendo um passe quase do meio campo de Frank De Boer, matou a bola no peito em cima da linha da área e presenteou toda a gente no Camp Nou com uma bicicleta perfeita, irrepreensível, luxuriante, elástica, plástica e mágica, que foi morrer no canto da baliza do Valência. O estádio delirou em eterno êxtase!

Rivaldo conquistou outros troféus importantes mas nunca quis os holofotes. Desde a Liga dos Campeões pelo Milan a outros campeonatos no Olimpiacos, na Grécia, tornou-se um ídolo por aquelas bandas.

A humildade tímida do craque nunca se deixou sobrepor pela arrogância especial que os seus autênticos hinos ao futebol provocaram. Curioso é que “ninguém” gostava dele. Principalmente os adversários. Em 2014 pendurou as chuteiras com as lágrimas nos olhos e com uma simples mensagem de gratidão à família pelo apoio e carinho que recebeu ao longo dos seus 24 anos como jogador.

Para mim foi uma das grandes estrelas de sempre do futebol e uma pessoa cujo simples amor ao jogo fez dele o que ele foi. Como costumo dizer, “nunca trazemos do jogo mais do que aquilo que lhe damos”.

Rivaldo para mim é imortal!

Foto de Capa: imortaisdofutebol.com 

Bibliografia:

O segundo título do Grand Slam de Wawrinka

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A maioria esperava a coroação de Novak Djokovic, que, após ter finalmente batido Nadal em Roland Garros, parecia ter desbravado o caminho para o Grand Slam de carreira. Mas a sua festa foi novamente estragada por um suíço, e não pelo do costume – Roger Federer – mas pelo sensacional Stanislas Wawrinka, que contra todas as previsões conquistou o seu segundo título do Grand Slam, derrotando o número 1 mundial em 4 sets.

Djokovic não se exibiu ao seu melhor nível na final, quiçá uma mistura de cansaço físico – teve de jogar dois dias consecutivos contra Andy Murray nas meias-finais e não teve dia de descanso antes da final ao contrário de Wawrinka – e a enorme pressão sentida por saber que esta era a sua maior oportunidade de completar o Grand Slam de carreira. Foi uma prestação frouxa e extremamente defensiva do número 1 mundial, contrastando com a exibição destemida de Wawrinka, que se mostrou confiante e determinado em todos os momentos e conseguiu o dobro dos winners de Djokovic (59 contra 30).

Wawrinka jogou o seu melhor nesta final e não vacilou nos momentos decisivos, tornando-se assim no sexto jogador em actividade a conquistar múltiplos títulos do Grand Slam (Federer, Nadal, Djokovic, Hewitt e Murray os outros cinco) e voltando a entrar no top 4 do ranking mundial. Devido ao seu jogo de alto risco, não é de esperar que Wawrinka mantenha este nível e ganhe torneios importantes regularmente mas provou novamente ser um jogador que pode a qualquer momento jogar o seu melhor e bater qualquer jogador.

Quanto a Djokovic, após finalmente bater Nadal e emergir vitorioso duma dura batalha a 5 sets contra Murray, não foi capaz de se apresentar ao seu melhor nível contra um adversário inspirado na final e perdeu uma oportunidade de ouro de ganhar Roland Garros. Terá outra oportunidade? Creio que sim, convém não esquecer que Djokovic é de longe o melhor jogador do mundo na actualidade apesar do resultado de hoje e, salvo lesão, terá mais alguns anos ao mais alto nível à sua frente. Estou em crer que esta não será a última final de Roland Garros disputada pelo sérvio, nem mesmo a última final de Grand Slam que disputará em 2015.

Solução K para a equação atacante

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É dado adquirido: Jackson Martínez não vai continuar no FC Porto. Em entrevista a uma rádio colombiana, o ‘Cha Cha Cha’ assumiu, palavra por palavra, “que está na hora de sair” do Dragão. Se, para os mais atentos, isto já não surge como novidade, é também justo olhar para os desejos do colombiano como naturais. Jackson já não caminha para novo (tem 28 anos) e esta será, muito provavelmente, a última oportunidade que tem de “dar o salto” para um campeonato mais competitivo e financeiramente atrativo – o Arsenal, em Inglaterra, e o Valência, em Espanha, parecem estar na linha da frente para assegurar os seus serviços. Ao serviço dos dragões foram três épocas de excelência: sagrou-se campeão português na primeira, venceu duas Supertaças e fez o ‘tri’ como melhor marcador da Liga. Agora, está na altura do “adeus” definitivo.

Chega a hora de todos os portistas fazerem contas à vida e começarem a lançar palpites sobre que jogador será o substituto de Martínez. Numa primeira instância, falou-se de Bueno. O jogador espanhol já assinou, mas parece claro que não será o ponta-de-lança titular ao longo da próxima temporada. O mesmo se aplica a Adrián López: em primeiro lugar, não é a sua posição natural, e, depois de uma época muito aquém das expetativas, já terá dificuldades suficientes em tentar impor-se na equipa para pensar em assumir o papel de goleador.

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A saída de Jackson Martínez cria uma dor de cabeça para Lopetegui
Fonte: Página de Facebook do FC Porto

Eis que o jornal O JOGO avança com a hipótese que, decerto, nem sequer passaria pela cabeça do mais iluminado dos portistas: Kléber vai voltar para fazer a pré-época. Sinceramente, não me acredito que o jogador faça a pré-época e acabe emprestado novamente. Parece-me que será para ficar no plantel durante a época. É uma aposta arriscada? Sem dúvida. Ora vejamos:
– Kléber chegou ao FC Porto em 2011: não se conseguiu impor e denotou falta de tarimba para assumir as despesas goleadoras do então campeão nacional e detentor da Liga Europa;
– Em 2012/13, protagonizou uma época atípica: afastado da equipa principal, fez 10 jogos pela equipa B e 11 ao serviço do Palmeiras, em regime de empréstimo. Apontou uns escassos três golos, no total;
– O FC Porto não se tem dado bem com “contratações internas”: os casos recentes de Licá e Josué deixaram os portistas com os cabelos em pé.

No entanto, há que ter em conta que, hoje em dia, Kléber é um jogador mais maduro e terá alguns fatores a seu favor. No Estoril, evoluiu taticamente – jogar numa equipa de menor dimensão do campeonato português obriga um jogador a crescer. Ao contrário do que aconteceu em 2011, quando aterrou na Invicta, Kléber não será obrigado a esconder a sombra de Falcao. Vai encontrar a sombra de outro colombiano, igualmente grande, mas, por um princípio de lógica, nem sequer será o titular. Este regresso pode ser entendido como um sinal da estrutura do FC Porto; um sinal de que não vai existir incursão no mercado em busca de um ponta-de-lança. Aboubakar deverá ser mesmo a solução apresentada para ocupar a vaga de Jackson. O camaronês cumpriu quando jogou, tem faro de golo e margem para progredir qualitativa e taticamente. Falta adaptar-se por completo ao modelo de jogo do Porto de Lopetegui, mas há tempo para isso.

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Kléber fez parte do plantel que se sagrou campeão nacional em 2011/12
Fonte: Página de Facebook do FC Porto

Assim, e como se diz em bom português, matam-se dois coelhos com uma só cajadada: Kléber regressa, mas não fica sujeito à pressão que lhe condicionou a adaptação à dimensão do clube na sua primeira passagem pelo Dragão; e Aboubakar vê-se obrigado a subir um degrau na hierarquia de avançados no Porto, dispondo de oportunidade para explodir. Gonçalo Paciência (caso não seja emprestado) será a opção de recurso, à semelhança do que já aconteceu esta época. Na equipa B, André Silva poderá cimentar a sua posição como escolha principal e espera-se que continue a evoluir. As indicações que tem deixado no Mundial Sub-20 fazem crescer água na boca e é imperativo que o FC Porto não deixe fugir o diamante em bruto que ali tem.

A improbabilidade da hipótese K(léber) era alta. Confesso que nunca me teria passado pela cabeça, até porque já nem olhava para o brasileiro como jogador do FC Porto. Mas, após esta primeira análise, e contrabalançando os riscos com os possíveis benefícios, julgo que Kléber merece, pelo menos, que os portistas lhe dêem uma segunda oportunidade. Afinal, pode vir a ser a solução mais viável para uma equação de complicada resolução. Porque não é fácil encontrar um Jackson ao virar da esquina.

Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto