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O GP da Catalunha em MotoGP

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cab desportos motorizados O circuito de Montmeló, em Barcelona, recebe este fim-de-semana o Mundial de motociclismo, depois dos grandes prémios de Le Mans, em França, e Mugello, em Itália. E com uma grande reviravolta a nível de pontuação na tabela classificativa. Se, à chegada a Le Mans, Valentino Rossi era líder isolado do campeonato, o italiano chega ao circuito catalão com apenas seis pontos de vantagem para o rival, e companheiro de equipa, Jorge Lorenzo.

O piloto espanhol venceu os dois últimos Grandes Prémios, enquanto Rossi somou um segundo lugar (Le Mans) e um terceiro lugar (Mugello.) Já Marc Marquez continua a não conseguir atingir os resultados da época passada. No circuito francês, não foi além de um quarto lugar e, em Mugello, caiu e não somou qualquer ponto.

A pista de Montmeló tem um enorme significado para a maioria dos pilotos espanhóis. Não só a maior parte corre em «casa», porque vive relativamente perto de Barcelona, como este é um circuito completamente dominado pelos espanhóis desde que a classe rainha se rege a motores de quatro tempos. Aliás, o último piloto não espanhol a ganhar no circuito catalão foi Andrea Iannonne na classe de moto2. Na Catalunha, também domina a equipa Yamaha, com sete grandes prémios vencidos, enquanto a Honda registou quatro vitórias e a Ducati duas.

Nos últimos quatro anos, os pilotos da Honda conseguiram alcançar a pole position, mas ficaram-se por aí: partiram do primeiro lugar da grelha de partida mas não conseguiram alcançar a vitória. O primeiro lugar do pódio ficou, sempre, para os pilotos da Yamaha. O grande prémio da Catalunha deste ano tem algumas semelhanças com o Grande Orémio de 2009, onde se assistiu a uma das melhores e maiores batalhas do mundo do motociclismo. Aliás, Jorge Lorenzo dizia ontem, na conferência de imprensa, que “Valentino Rossi deveria escrever um livro sobre o que se passou em Montmeló em 2009.”

uma das maiores e mais emocionantes batalha do mundial de motociclismo, em 2009 Fonte: MotoGP.com
Uma das maiores e mais emocionantes batalhas do Mundial de motociclismo, em 2009
Fonte: MotoGP.com

Os protagonistas de 2015 são os mesmos de 2009. Partem, no domingo, com uma diferença de seis pontos. Há seis anos, partiram com cinco pontos de diferença. Contudo, as semelhanças não residem, apenas, na tabela classificativa mas sim na determinação e na moto que possuem. Jorge Lorenzo não parece o mesmo da época passada.

Soltou o “martillo” e tem acabado com a concorrência directa em pista. Um claro exemplo disso foi a vitória em Mugello, num circuito rodeado de «rossistas». Por outro lado, Valentino Rossi tem vindo a mostrar que a idade não lhe pesa e que vencer o campeonato é o seu principal objectivo para esta temporada. Em 2009, a adrenalina dominou por completo todo o fim-de-semana e viram-se manobras de deixar os espectadores com pele de galinha.

O grande duelo entre Valentino Rossi e Jorge Lorenzo terá lugar no próximo domingo, às 13 horas de Lisboa. Espera-se emoção igual. Nota final: Miguel Oliveira, piloto português na classe de Moto3, chega a Montmeló depois da primeira vitória na categoria no último grande prémio em Mugello. Foi, também, a primeira vitória portuguesa no motociclismo. O português começa, finalmente, a demonstrar o talento que tem.

Foto de Capa: MotoGP.com

Jogada de mestre ou mau investimento?

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cabeçalho benfica

Parece que todos os rumores que se vinham ouvindo ao longo destes dias ganharam forma e que a saída de JJ do Benfica para rumar a Alvalade é um dado adquirido. Depois de seis anos na Luz, onde conquistou três Campeonatos Nacionais, uma Taça de Portugal, uma Supertaça Cândido de Oliveira e cinco Taças da liga, o treinador, proveniente da Amadora, vai abraçar um novo projecto ao lado de Bruno de Carvalho.

Técnico carismático e com um carácter forte. Adorado pela maioria dos adeptos benfiquistas, é agora alvo da raiva e insatisfação dos mesmos. Trocar o Benfica pelo eterno rival, sendo JJ Sportinguista ou não, é um golpe duro para a maior parte dos adeptos encarnados. Habituado a possuir plantéis com grande qualidade, pois relembro que a passagem de JJ pelo Benfica coincidiu com a altura de maior investimento, estará Jesus preparado para abraçar este novo projecto?

Jesus já deu a entender que não é treinador de apostar na formação, ponto que ficou bem assente na sua passagem pelo Sport Lisboa e Benfica onde apenas fez transitar da formação para a equipa principal André Gomes, Ivan Cavaleiro, Oblak (este chegou ao Benfica ainda sem ser sénior, passando ainda pela formação do clube encarnado) e Gonçalo Guedes, jogador a quem deu alguns minutos esta época, deixando sair do Benfica jogadores que possuíam rótulo de craques como, por exemplo, Bernardo Silva.

Visto que a estrutura do Sporting aposta na formação como forma de se “reforçar” todos os anos, aceitará Jesus começar a olhar para os miúdos de outra maneira? Desta forma, Bruno de Carvalho ou JJ terão de repensar a sua maneira de trabalhar, moldando-se um ao outro porque, se isso não acontecer, o divórcio entre ambas as partes será rápido.

Com uma vontade imensa de colocar o emblema verde e branco na senda de títulos, Bruno de Carvalho transforma Jesus no treinador mais bem pago de Portugal, o que na minha opinião é uma aposta de risco. Se por um lado Vieira já o havia feito, pois manteve Jesus na época em que o Benfica perdeu todos os troféus, acabando por se revelar uma boa decisão, no Sporting creio que o mesmo não irá suceder, uma vez que o leque de jogadores que JJ terá ao seu dispor em nada se compara aos que o mesmo possuía do Benfica. Falo de jogadores como Garay, Siquera, Matic, Enzo Pérez, Oblak e Rodrigo.

Rui Vitória desenvolveu um grande trabalho no Vitória Fonte: Facebook V. Guimarães
Rui Vitória desenvolveu um grande trabalho no Vitória
Fonte: Facebook V. Guimarães

O substituto de JJ no Sport Lisboa e Benfica também já foi confirmado. Depois de a maior parte dos benfiquistas ter expressado o seu favoritismo em relação a Marco Silva, o técnico escolhido acabou mesmo por ser Rui Vitória, treinador do Vitória de Guimarães, clube que orientou quatro épocas. Com 45 anos, o técnico, que já orientou os juniores do emblema da Luz durante duas épocas, chega ao ponto mais alto da sua carreira ao assinar pelos encarnados.

O trabalho que o mesmo desenvolveu no Vitória foi notável, conseguindo consolidar o emblema de Guimarães como uma das melhores formações deste campeonato, clube que conquistou uma Taça de Portugal contra o Benfica na época de 2013/14 e que, acima de tudo, pratica um bom futebol. Como todos sabemos, Rui Vitória gosta de apostar na formação e de ter equipas jovens, coisa que Vieira vinha há muito pedindo a Jesus e que este acabava por não cumprir. Com esta contratação, Vieira cumpre dois dos seus grandes objectivos. Em primeiro lugar reduz a carga salarial acentuadamente e em segundo lugar pode começar a colher os frutos “made in” Seixal.

Por outro lado, Bruno de Carvalho dá uma prova de poder, conseguindo “roubar” ao eterno rival o melhor treinador a trabalhar em Portugal neste momento, oferecendo ao mesmo um salário que ronda os seis milhões de euros por ano, coisa que num passado recente se pensava ser impossível de realizar no Sporting. Mas acima de tudo, para se ganhar títulos, um bom treinador não chega, e nesse aspecto penso que o Benfica é superior pois possui uma estrutura mais coesa e forte que o Sporting, o que na minha opinião vai ser fundamental para seguir na senda dos títulos e de boas campanhas Europeias.

Resta-nos saber se Jesus continuará a ser o grande treinador que foi no Benfica, ou se será uma aposta furada que Bruno de Carvalho tentará rechaçar do emblema leonino a toda a força, como fez com Marco Silva.

Rui Costa está de volta!

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Cabec¦ºalho ciclismoEspetacular! Não há outro adjetivo que melhor descreva esta vitória, na 6ª etapa, do português em solo francês. A garra, o querer, a força, a tática, a frieza e, principalmente, a excelente “visão de jogo” (já caraterística do Rui) levaram a esta enorme vitória de Rui Costa frente a dois dos melhores ciclistas do pelotão internacional, Nibali e Valverde. Fez lembrar a vitória no campeonato do mundo de 2013!

No Critérium du Dauphiné, depois de a etapa de ontem ter, aparentemente, revelado falta de forças de Nibali, Valverde e do próprio Rui Costa, a etapa de hoje voltou a mostrar o porquê de esta prova ser uma das mais imprevisíveis do World Tour. Cinco homens estiveram na principal fuga do dia: Vincenzo Nibali, Alejandro Valverde, Tony Gallopin, Tony Martin e o ex-campeão do mundo Rui Costa. A maioria destes elementos, na etapa anterior, perdeu tempo suficiente para conseguir entrar na fuga, sendo que o pelotão acabou por ser desleixar e não conseguiu apanhar estes homens até ao fim. Quer a Sky (do favorito Froome), quer a BMC (do ex-líder da corrida Van Garderen) não souberam controlar o ritmo do pelotão e deixaram escapar alguns “gigantes adormecidos” da etapa de ontem, que, hoje, acordaram bem capazes de dar uma reviravolta completa nos acontecimentos deste Dauphiné.

: Os 5 homens da fuga que vingou (com o Rui Costa a ser o penúltimo ciclista da imagem) Fonte: Cycling News
Os 5 homens da fuga que vingou (com o Rui Costa a ser o penúltimo ciclista da imagem)
Fonte: Cycling News

Com a certeza de que a fuga iria vingar, as atenções estavam todas postas naqueles quatro homens (Tony Martin, entretanto, acabou por não aguentar o ritmo daquele grupo). A cerca de três quilómetros do fim, Gallopin ataca e ninguém responde, mas, um quilómetro depois, o campeão em título do Tour, Nibali, deixa para trás o Rui e o Valverde, apanhando o Gallopin e ultrapassando-o com relativa facilidade. Mas, quando já se esperava a vitória do italiano, surge de repente o português e, a 300 metros do fim, já se previa que a vitória fosse para ele (conseguiu ainda ganhar cinco segundos ao novo líder da geral individual), não só pela melhor ponta final em relação ao seu adversário, mas também pelo facto de ele ter feito uma subida mais constante e mais “calculada” do que o próprio Nibali. A sua frieza, a sua visão dos acontecimentos e a sua enorme garra foram cruciais nesta excelente vitória – a primeira do ano.

Foi mais um dia imprevisível no mundo do ciclismo e foi mais um dia de enorme espetáculo proporcionado por alguns dos maiores protagonistas, atualmente, deste desporto. Na geral, Nibali é , Rui Costa é (a 29 segundos do italiano) e Valverde é . Simon Yates (uma das jovens sensações dos últimos tempos, juntamente com o seu irmão gémeo, Adam Yates), Van Garderen (o anterior líder desta prova), Intxausti, Froome (veremos se terá capacidade para ainda chegar à vitória), Gallopin, Bardet (vencedor da etapa de ontem, chegou a cair na etapa de hoje), Daniel Martin e Andrew Talansky (o vencedor em título desta prova) ocupam ocupam os restantes lugares do top10. Por fim, se tivermos o Rui Costa a um nível assim quando chegar o Tour de France, teremos razões para acreditar numa muito boa prova por parte do português!

Copa América’2015: Grupo C – Brasil e Colômbia na pole-position

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Grupo C – Caso não haja grandes surpresas, Brasil e Colômbia parecem ser os grandes candidatos a passar directamente para os quartos-de-final da competição. O conjunto brasileiro vem de uma sequência de nove vitórias consecutivas, sob orientação de Dunga, ao passo que a Colômbia conta nas suas fileiras com vários craques, estando ainda na memória a sua grande campanha no Mundial do ano passado. O Peru, terceiro classificado da última edição da Copa América, procura refazer-se da má campanha de qualificação para o Mundial 2014, enquanto a Venezuela tenta afastar de vez sobre si o epíteto de parente pobre do futebol sul-americano, ainda para mais depois do surpreendente quarto lugar obtido na Copa América de 2011.

Brasil – Escrete ou Canarinha

A par da Argentina, a canarinha é a grande candidata a vencer esta edição da Copa América. Depois do monumental fiasco em que se revelou a sua participação no Mundial que acolheu, no ano passado, Neymar e seus pares sabem que se torna quase obrigatório conquistar o torneio a disputar em território chileno. E a verdade é que o optimismo reina entre as hostes brasileiras, tendo em conta as últimas nove vitórias consecutivas sob a orientação de Dunga, ex-capitão do escrete que se encontra na sua segunda passagem ao leme desta superpotência do futebol mundial.

Neymar é a grande figura do Brasil e um dos expoentes máximos do futebol-espectáculo a nível mundial. Vindo de uma temporada para recordar ao serviço do Barcelona, este jogador desconcertante encabeça um grupo de jogadores de elevado nível que quer provar que aquilo que aconteceu no ano passado, com destaque para a humilhante derrota frente à Alemanha, não terá passado de um só dia muito negativo. Elias, Danilo e Casemiro passaram a constar nas convocatórias da selecção brasileira, ao invés daquilo que acontecia durante o consulado de Luiz Felipe Scolari.

Marcelo, Luiz Gustavo e Óscar são as grandes baixas no pentacampeão mundial, por lesão. Contudo, parecem estar todas as condições reunidas para termos um Brasil forte a lutar pela sua nona Copa América, prova que já lhe foge desde 2007. Aliás, nunca uma Copa América teve uma importância tão grande para o Brasil. Depois do pesadelo do Mundial 2014 só uma vitória no Chile poderá afastar os fantasmas que perduram desde o ano passado.

O Brasil quer apagar a imagem deixada no Mundial Fonte: Facebook da Copa América
O Brasil quer apagar a imagem deixada no Mundial
Fonte: Facebook da Copa América

Colômbia – Cafeteros

Depois do fantástico quinto lugar no Mundial 2014 e do futebol de grande qualidade praticado pela Colômbia, é com alguma expectativa que se espera pela prestação desta selecção na Copa América deste ano. José Pékerman mantém-se como seleccionador; o futebol vistoso e ofensivo continua a pautar o estilo de jogo dos cafeteros; são várias as estrelas que compõem o grupo de trabalho.

James Rodríguez é o “menino-bonito” do futebol colombiano, permanecendo ainda na memória o seu soberbo desempenho no Campeonato do Mundo do ano passado. Mas a equipa de Pékerman dispõe de outros argumentos de peso, sobejamente conhecidos do grande público. Falcao quer provar que se encontra restabelecido de uma temporada decepcionante e depois ainda há espaço para Jackson Martínez, “só” o melhor marcador do campeonato português nas últimas 3 temporadas.

A Colômbia venceu apenas uma Copa América até hoje, em 2001, mas existem razões para olhar com confiança para a edição deste ano. Pode não ter o poderio de uma Argentina ou de um Brasil, mas tem claramente capacidade para chegar bem longe na competição.

Fonte: Facebook da Copa América
A Colômbia quer voltar a brilhar como brilhou no Mundial
Fonte: Facebook da Copa América

Peru – La Blanquirroja

A selecção peruana deseja repetir o surpreendente terceiro lugar conquistado na última Copa América, mas desta feita parece que essa tarefa será bem mais complicada. A concorrência é muita e além disso o conjunto vem de uma desastrada qualificação para o Mundial 2014, na qual apenas atingiu 15 pontos em 16 partidas.

Contando nas suas fileiras com o nosso bem conhecido Carrillo, um dos melhores futebolistas peruanos da actualidade, talvez caiba ao Peru a tarefa de lutar por um dos melhores terceiros lugares, o que lhe dará acesso aos quartos-de-final. A selecção é orientada pelo técnico argentino Ricardo Gareca, que tem feito toda a sua carreira no continente sul-americano.

Como maior referência ofensiva da blanquirroja temos Paolo Guerrero, goleador que entretanto se transferiu do Corinthians para o Flamengo. Este já não é, nem de perto nem de longe, o Peru que encantou nos anos 70 do século passado, mas mesmo assim há que contar com esta equipa para dar alguma emoção ao grupo. Os anos de 1939 e de 1975 foram sinónimos de triunfo peruano na Copa América.

Perú terá uma tarefa complicada
Peru quer repetir o 3º lugar da ultima edição
Fonte: Facebook da Copa América

Venezuela – Vinotinto

Normalmente vista como o parente pobre do futebol sul-americano, a Venezuela procura dar continuidade ao quarto lugar alcançado na Copa América 2011, a sua melhor classificação de sempre. Aliás, a selecção venezuelana é o único conjunto sul-americano que nunca logrou atingir a presença numa fase final de um Campeonato do Mundo.

O treinador César Farías realizou um óptimo trabalho na Federação da Venezuela, culminado com o tal quarto lugar na Copa América de há 4 anos, tendo como seu sucessor o actual seleccionador, Noel Sanvicente. Trata-se do técnico mais laureado da história do futebol venezuelano, após passagens de sucesso por clubes como o Caracas e o Zamora.

A vinotinto pode não ter grandes nomes, mas tem a vontade e o aliciante de continuar a fazer evoluir um país que tem crescido imenso em termos futebolísticos nos últimos anos. A prova disso está no facto de actualmente contar com uma estrela, de seu nome Salomón Rondón, avançado do Zenit que alia uma excelente capacidade física à velocidade e poder de concretização.

A Venezuela procura repetir o 4ºlugar da ultima Copa América Fonte: Facebook da Copa América
A Venezuela terá uma tarefa complicada
Fonte: Facebook da Copa América

Fotos do Facebook oficial da Copa América

Bursaspor: A fábula da vertigem

internacional cabeçalho

Num passado não muito distante, o futebol turco era encarado com algum cepticismo pelos analistas. A liga turca mostrava um Galatasaray a viver das glórias do passado e Fenerbahçe e Besiktas cingiam-se a modelos de jogo assentes em processos simples. Os três grandes da Turquia começavam a perder o comboio da evolução tática que tem ocorrido ao longo da última década. Graças a algumas personalidades conscientes desta evolução e com sabedoria adquirida no estrangeiro – aqui refiro-me especificamente a Fatih Terim -, o panorama mudou.

Uma excelente campanha no Euro 2008 da seleção da Turquia teve o condão de ressuscitar um futebol estagnado no tempo. A anarquia que passava das bancadas para o campo esbarrou na vontade de progredir. Surgiram novas equipas com aspirações elevadas, como o Trabzonspor. Jogadores de nome sonante e maior qualidade começaram a olhar para a possibilidade de jogar na Turquia com outros olhos (além do incentivo financeiro que muitos dos clubes proporcionam).

O Galatasaray tem-se destacado dos demais a nível interno e, de há uns anos a esta parte, voltou a marcar presença regular na Liga dos Campeões; o Fenerbahçe, se não tivermos em conta os problemas judiciais, é, por norma, a maior ameaça ao campeão; o Besiktas tem feito coisas interessantes na Liga Europa; e, no meio dos históricos, surge o Bursaspor. Campeão em 2009/10, diria que é um caso específico no seio da atual cultura futebolística turca.

Fatih Terim impulsionou o renascimento do futebol turco Fonte: Facebook de Fatih Terim
Fatih Terim impulsionou o renascimento do futebol turco
Fonte: Facebook de Fatih Terim

Tenho acompanhado o percurso dos “crocodilos” (como são chamados) desde o início da época. E depois de ver o jogo que perderam frente ao Galatasaray, a contar para a final da Taça da Turquia, pude tirar algumas ilações sobre o seu sistema e maneira de jogar. O Bursaspor tem jogadores claramente talhados para o sistema em que joga (4-2-3-1), mas ainda não se conseguiu desligar do impulso vertiginoso de atacar com sofreguidão, caraterístico da tal anarquia tática que referi acima.

Na defesa, os laterais (Ozbayrakli à direita e Behich à esquerda) conferem apoio constante aos extremos. O eixo tem sido alvo de mudanças constantes ao longo da época: Serdar Aziz é o elemento mais regular (apesar de não ter jogado a final), e começou por emparelhar com o argentino Renato Civelli. Na fase final da época, o alemão Samil Cinaz, médio-defensivo de raiz de estilo durão, “roubou” o lugar ao sul-americano.

No miolo, milita o trio responsável pela rotação do jogo do Bursaspor. O miúdo Ozan Tufan (muito potencial, 20 anos e internacional A pela Turquia) é o médio mais posicional, tendo como principal função colocar um travão nas investidas adversárias. Esta sua tarefa adquire especial importância nos jogos contra equipas menos ambiciosas, já que o Bursaspor tende a subir a linha defensiva para muito perto dos médios. Por vezes, é algo que prejudica o seu jogo, porque acabamos por ver Tufan correr atrás do adversário, como aconteceu repetidamente frente ao Galatasaray. A acompanhar o jovem turco, surge aquele que, para mim, é o jogador-chave de todo o modelo de jogo: Belluschi. O argentino sofreu uma metamorfose notável desde os tempos do FC Porto. Outrora médio puramente ofensivo, joga agora bem mais recuado e consegue definir na perfeição o seu posicionamento nos momentos de transição, quer defensiva, quer ofensiva.

Prova disso foi o instante em que surgiu na área do Galatasaray a servir Volkan Sen, de calcanhar, para o segundo golo do Bursaspor. No entanto, nunca descurou as tarefas defensivas, tendo-se destacado a nível da recuperação de bola nas saídas ofensivas do Galatasaray. O terceiro elemento do tridente de meio-campo é Josué. O ex-FC Porto surge no papel como ‘10’, mas no desenrolar da partida vai-se transformando num vagabundo, e tanto se posiciona imediatamente à frente do duplo-pivot, como surge na ala ou nas costas do avançado. A verdade é que esta liberdade dada pelo treinador Senol Günes (que, ao que parece, está a caminho do Besiktas) ao português permitiu-lhe destilar o seu melhor futebol. Atualmente, Josué é um dos ídolos da massa adepta do Bursaspor.

Belluschi é a "peça chave" do sistema do Bursaspor Fonte: Facebook do Bursaspor
Belluschi é a “peça chave” do sistema do Bursaspor
Fonte: Facebook do Bursaspor

Por fim, o ataque vive da capacidade de retenção de bola do “tanque” Fernandão. O brasileiro mede 1,92 m e pesa mais de 85 quilos, mas está longe de ser um mero “pinheiro” goleador. O melhor marcador da liga turca aproveita bem o físico que tem para ganhar bolas nas alturas, cabecear, mas sobretudo para esconder o esférico do adversário, para permitir a incursão dos extremos na área. E não se coíbe de vir buscar jogo mais atrás no terreno. Fiquei deveras agradado ao vê-lo na final da Taça e, aos 28 anos, o salto não deve tardar. O extremo congolês Cédric Bakambu (fisicamente forte) gosta de surgir em diagonal à beira de Fernandão e, do outro lado, Volkan Sem cola-se mais à linha, optando pelo cruzamento com mais frequência ou procurando o remate na quina da área. A opção de recurso é o jovem Enes Ünal, avançado de 18 anos com uma maturidade acima da média e enorme margem de progressão.

Em suma, o Bursaspor incorpora, decididamente, uma filosofia ofensiva. No contra-ataque empurra a equipa toda para a frente e expõe-se defensivamente. Assim se justifica o facto de ter terminado o campeonato turco com o melhor ataque (69 golos), mas ter registado alguns resultados embaraçosos e inesperados, como as derrotas frente a Kasimpasa (5-3) e Sivasspor (4-1), equipas mais “pequenas” que se refugiam no bloco baixo e saem rápido para o contra-ataque. Com mais trabalho a nível defensivo e uma maior consciencialização da importância que a ocupação do espaço defensivo tem durante o jogo, o Bursaspor pode tornar-se num caso de estudo interessante no futuro próximo. Mais que não seja, já é um caso à parte na conjuntura turca.

Foto de Capa: Facebook do Bursaspor

Uma época de sonho com direito a “dobradinha”

cab futebol feminino

Com seis vitórias e um empate na fase de apuramento do campeão, que lhe permitiram levar o título nacional para casa, o Clube Futebol Benfica – mais conhecido por Fófó – voltou a dar alegrias à freguesia de Benfica e conquistou a Taça de Portugal.

Pico de Regalados, Boavista, Valadares Gaia e, na final, Clube de Albergaria foram as vítimas da formação lisboeta, que, nesta edição da prova rainha do futebol português, não conseguiram fazer frente a uma equipa experiente, bem organizada e, acima de tudo, bem orientada. Ninguém tem dúvidas de que são as jogadoras que pisam o relvado que conseguem alcançar as vitórias através da sua qualidade técnica e táctica. No entanto, é justo referir que (mais de) metade do trabalho é realizado igualmente pela equipa técnica. Afinal de contas, quem são os principais intervenientes do feito alcançado pelo Clube Futebol Benfica?

Pedro Bouças, de 35 anos, chegou ao Fófó há duas épocas e já é notória a evolução da equipa de Benfica. Antes de ingressar no Clube Futebol Benfica como treinador principal, detinha o cargo de treinador adjunto no rival 1º de Dezembro, formação que dominou o futebol feminino por mais de uma década. Ao abraçar este novo projecto, fez-se acompanhar de algumas das melhores jogadoras que constituíam a equipa sintrense, das quais são exemplo a extremo Andreia Silva e a avançada Filipa Galvão.

O treinador Pedro Bouças (direita) fez-se sempre acompanhar pelo fisioterapeuta João Coelho (esquerda) ao longo da época Fonte: Clube Futebol Benfica Feminino
O treinador Pedro Bouças (direita) fez-se sempre acompanhar pelo fisioterapeuta João Coelho (esquerda) ao longo da época
Fonte: Clube Futebol Benfica Feminino

Mais tarde, conseguiu também integrar no seu plantel a centro campista Patrícia Gouveia, que, depois de uma experiência em Itália, decidiu regressar a Portugal e apresentar-se ao serviço de Pedro Bouças. Estas “jogadas” revelaram ser de génio, uma vez que as atletas referidas fazem parte, actualmente, da espinha dorsal do Fófó. Afinal de contas, mais experiência e ainda mais qualidade nunca são demais. O técnico português teve assim a capacidade de fundir dois plantéis em prol de um único objectivo: elevar a fasquia no seio do Clube Futebol Benfica. Para além deste aspecto, a forma como encara o futebol e, certamente, a forma como trabalha conquistou toda a equipa.

Quanto às jogadoras que já vestiam de vermelho e preto, apesar das adversidades pelas quais passaram em épocas anteriores, conseguiram levantar a cabeça e conduzir o Fófó ao sucesso. A chave? Muito provavelmente o amor à camisola, o laço que as une e a crença no novo projecto trazido por Pedro Bouças. Parece-me pertinente mencionar algumas dessas atletas que pertencem aos quadros do Clube Futebol Benfica já há algumas épocas, como é o caso da guarda-redes Elsa Santos, da defesa central Ana Teixeira, da avançada Joana Flores e da capitã de equipa Matilde Fidalgo. Para mim, estes quatro nomes conseguem ser sinónimo de árduo trabalho e dedicação, qualidades que são tão ou mais importantes do que a habilidade que nasce com qualquer jogadora.

Joana Flores foi a autora do golo que colocou o Clube Futebol Benfica no pódio do Jamor. Fonte: Clube Futebol Benfica Feminino
Joana Flores foi a autora do golo que colocou o Clube Futebol Benfica no pódio do Jamor.
Fonte: Clube Futebol Benfica Feminino

O Clube Futebol Benfica encontrou desta forma o antídoto certo para alcançar a glória. É composto por uma estrutura sólida, por um plantel dedicado e por uma equipa técnica que acredita que o futebol feminino tem pernas para andar. Os resultados falam por si: em 28 jogos oficiais realizados esta época (campeonato nacional e Taça de Portugal), o Fófó regista 22 vitórias, três empates e apenas três derrotas. O próximo desafio irá ser a participação histórica na fase de grupos da Liga dos Campeões.

Copa América’2015 – Chile 2-0 Equador: Acreditem… vale a pena ficar acordado até tarde

internacional cabeçalho

Precisamente 14 anos depois, uma equipa anfitriã da Copa América volta a vencer no jogo de estreia. Depois de dois empates e uma derrota, eis que o Chile volta a repetir o feito da Colômbia, em 2001, vencendo o Equador, curiosamente, com o mesmo “score” conseguido pelos cafeteros ante a Venezuela – 2-0.

Uma vitória importante para as hostes chilenas, não tanto pelo apuramento em si (esse, com uma vitória apenas ficaria muitíssimo bem encaminhado dada a facilidade de passagem à fase de grupos – em 12 equipas, apenas 4 passam aos quartos) mas pela forma como os chilenos têm vivido os dias que antecedem a Copa América e que ficou bem patente na cara de um dos 22 miúdos chilenos que tiveram a sorte de acompanhar os jogadores das selecções chilena e equatoriana ao campo no jogo de abertura da Copa América. Notava-se o orgulho dos pais e dos amigos à medida que no ar compenetrado com que cantava o hino nacional chileno perante e com 46 mil almas que partilham causas como o patriotismo e a paixão pelo futebol, ambas fortemente enraizadas na cultura deste povo.

Os jogadores chilenos, movidos pelo cidadão chileno que existe dentro deles e pela energia eletrizante que chegava das bancadas, entraram com tudo para cima do adversário e aos quatro minutos já tinham criado duas ocasiões de sério perigo, ambas com Alexis Sanchez como protagonista – primeiro através de uma diagonal que “rasgou” a defesa equatoriana e que lhe permitiu um cara-a-cara com o guarda-redes Alexis Dominguez, desperdiçado com um remate ao lado e depois aproveitando um passe, nas costas da defensiva contrária, a explorar a sua velocidade e que voltou a colocá-lo em posição privilegiada para faturar, mas os quase dois metros do guardião equatoriano e não permitiram o chapéu do jogador do Arsenal.

A toada manteve-se, com o Chile a carregar sobre um Equador completamente desnorteado perante uma fluidez de jogo assinalável, assente em trocas de bola rapidíssimas, “patrocinadas” por permutas de posição frequentes (Valdivia e Diaz entendiam-se muito bem, ficando sempre um a fechar o meio-campo e o outro a construir) e a excelente envolvência dos laterais (mais Isla que Bouseajour – o jogador da Juventus chegou mesmo a “cheirar” o golo) com os homens da frente – Vidal subia muito e servia de ponte para o entendimento com Alexis Sanchez.

Até final da primeira parte, o jogo chileno foi sendo estagnado pelo Equador, que ia ganhando “terreno emocional” ao seu adversário. O passar do tempo fazia crescer uma ansiedade indesejável por parte dos homens da casa, e o início do segundo tempo deu continuidade a este reequilíbrio de forças, alicerçado na sincronização do meio campo do Equador – Noboa e Lastra ganhavam o meio campo, permitindo a Bolaños construir. Esta harmonia permitia que a  equipa forasteira fosse conseguindo expandir o seu jogo, criando mesmo oportunidades de perigo, quase sempre saídas dos pés de Jefferson Montero.

Arturo Vidal marcou o primeiro golo do jogo (esq.) Fonte: Site Oficial da Copa América'2015 (Getty)
Arturo Vidal marcou o primeiro golo do jogo (esq.)
Fonte: Site Oficial da Copa América’2015 (Getty)

Foi, portanto, em contra-ciclo, que o Chile chegou à vantagem. Numa grande penalidade convertida por Vidal, após falta sofrida pelo próprio (sem discussão). Golpe duro nas ambições equatorianas e que fez com que a equipa demorasse a recuperar, no entanto, conseguiu-o, e numa jogada de insistência, quase chegava ao empate, com Enner Valência a cabecear à barra da baliza de Claudio Bravo.

A incerteza voltava a pairar… mas mais uma vez, o Chile conseguia inverter o ciclo de domínio contrário – Aléxis aproveita um passe mal executado em zona proibida e assiste Vargas, que, isolado, não tem dificuldades em marcar o 2-0 que sentenciaria o encontro. Até final, Matías Fernandez seria expulso por acumulação de amarelos, algo que não mancha porém, a alegria do triunfo chileno. Uma vitória que vale mais que três pontos, vale o orgulho e a alegria do povo chileno que não alimentou ilusões em vão, pelo menos, para o jogo de abertura da Copa América 2015. Aliás, até lhes fez crescer água na boca pelo excelente espectáculo a que assistiram. A continuar assim, esta edição do torneio sul-americano de selecções tem razões de sobra para contar a ser acompanhada por eles… e por nós.

A Figura:

Jefferson Montero – Enner Valência era a referência ofensiva “no papel”, mas era Jefferson Montero que a equipa equatoriana procurava quando pretendia criar perigo (quantas vezes se viu Paredes [lateral-direito] a virar o flanco procurando o lado esquerdo do ataque), e tinha razões para o fazer – sempre que tocava na bola, parecia que o jogo crescia em intensidade e emoção. Jefferson Montero contribuiu muito para que o jogo inaugural da Copa América 2015 servisse de propaganda ideal da competição.

O Momento do jogo:

67 minutos, penalty para o Chile – Vidal, na área, é puxado por Bolaños e converte o castigo máximo correspondente. Inaugurou-se o marcador numa altura em que o Equador começava a ficar por cima no jogo e o golo revelou-se decisivo para se colocar um travão na ansiedade chilena, que, caso subisse de intensidade, podia trazer consigo consequências nefastas.

O Fora-de-jogo:

Ibarra – Entrou bem no encontro, agitou-o e quase que deu uma segunda vida ao Equador depois do abanão provocado pelo golo inaugural do Chile, mas o passe que errou, em zona proibida e para um jogador proibido (Alexis Sanchez), custou caro à equipa – originou o 2-0 – e é aquilo que salta à vista de uma performance que teve pouco mais de 10 minutos (entrou aos 80).

Foto de Capa: Site Oficial da Copa América’2015 (Getty)

Copa América’2015: Grupo B – Quem irá ocupar o trono?

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Grupo B – Os dois primeiros lugares estão, à partida, entregues. Para além de candidatas ao título, Argentina e Uruguai não deverão dar hipóteses a um Paraguai que terá sempre alguma coisa a dizer e a uma Jamaica que terá como objetivo a conquista de um ponto. A grande questão? Quem irá ocupar o trono do grupo B.

Argentina – Albiceleste 

Com um elenco recheado de estrelas, a tarefa mais complicada é não imaginar a seleção argentina como vencedora da Copa América de 2015. Mas o rótulo de favorita parece não encaixar bem na equipa das “pampas”, uma vez que a última conquista data de 1993. São mais de vinte anos de jejum para a seleção com o segundo melhor registo na competição (14 títulos) e os “esfomeados” adeptos argentinos quererão, decerto, ver quebrados.

Sergio Aguero, Carlos Tevez, Gonzalo Higuaín, Ezequiel Lavezzi, Di Maria. A nível de atacantes a Argentina é dos países mais profícuos do mundo. Os nomes são distintos mas têm todos o mesmo sinónimo: golo. A qualidade, porém, não se resume ao último terço e, recuando no terreno, podemos encontrar nomes como Mascherano, Zabaleta, Otamendi ou até Garay. A estrela maior, porém, vai brilhar sobre o “pequeno gigante” número 10, Lionel Messi. O “astro” do Barcelona é o grande protagonista da albiceleste e chega à Copa América num dos melhores momentos da carreira.

Tata Martino já não é um estreante na Copa América. Há quatro anos atrás, em 2011, o selecionador argentino orientava outra das seleções deste grupo: o Paraguai. Ao comando da seleção paraguaia, Tata chegou à final da última Copa América, perdendo-a apenas para o… Uruguai. Agora, finalmente ao leme da equipa do seu país natal, Tata Martino parece ser o homem certo para devolver a Argentina aos píncaros do futebol sul-americano.

A Argentina espera quebrar o jejum de 22 anos
A Argentina espera quebrar o jejum de 22 anos

Uruguai – A Celeste

Para além de ser o atual detentor do troféu da Copa América, o Uruguai é também a seleção que mais vezes venceu a competição, com um total de 15 conquistas. Casa de apenas 3,4 milhões de habitantes, a seleção celeste continua a contrariar todas as apostas e a confirmar que a história é para continuar a ser escrita. Depois de vencer os dois primeiros troféus da Copa América, ambas contra a Argentina, o Uruguai quer que o passado também tenha lugar no futuro.

Aguerridos, lutadores, inconformados e capazes de lutar até ao fim. Não é difícil descrever a seleção uruguaia, que está longe de contar com um onze pleno de qualidade reconhecida. O destaque vai, evidentemente, para o trabalho coletivo, baseado numa enorme disponibilidade e entrega ao jogo. Mas a seleção uruguaia terá mesmo de procurar transcender-se depois de ter ficado sem a sua estrela maior, Luis Suárez. Sem o atacante do Barcelona em campo o destaque vai para “el matador” Edinson Cavani e para Godín, o defesa central do Atlético de Madrid que se assume como um verdadeiro perigo no jogo aéreo. O setor defensivo é aquele que, porventura, será de maior conhecimento dos portugueses, uma vez que conta com nomes como Maxi Pereira, Álvaro Pereira e Jorge Fucile.

Óscar Tabárez assumiu o cargo de selecionador em 2006. Desde então, chegou às meias-finais do Mundial de 2010, venceu a Copa América em 2011 e caiu nos oitavos-de-final no último campeonato do mundo. O trabalho é reconhecido e meritório mas a grande questão que se coloca é se será suficiente para esta edição da Copa América. Com 68 anos, Óscar Tabárez não terá muitas mais oportunidades de orientar o Uruguai para grandes conquistas.

Sem Suárez, Cavani será a referência do ataque
Sem Suárez, Cavani será a referência do ataque

Paraguai – Albirroja ou Guaraní

Num grupo com Uruguai e Argentina, a seleção guaraní deverá apenas ambicionar o terceiro lugar. Finalista vencido da última edição da Copa América, o Paraguai deverá “correr por fora”, longe de qualquer pressão acrescida. Contudo, esta estratégia pode ser benéfica para o conjunto paraguaio, que poderá assumir um papel preponderante na definição dos dois primeiros lugares. E desengane-se quem pensa que o Paraguai está longe de ser uma ameaça. Em 43 edições da Copa América, a albirroja chegou às meias-finais em cerca de metade.

A média de idades ronda os 28 anos, com evidente destaque para os veteranos Roque Santa Cruz, Lucas Barrios e Nelson Valdez. Os três atacantes figuravam no conjunto que, há quatro anos, perdeu a final da Copa América para o Uruguai e, sem muitas mais oportunidades de representar o seu país nas grandes competições, podem assumir um papel preponderante na motivação da equipa. O ranking da FIFA também não ajuda, colocando os guaranis num modesto 85º lugar.

Depois de Tata Martino, é o seu compatriota Ramón Diaz que assume a árdua tarefa de motivar a armada paraguaia em busca da surpresa no grupo B. Com 55 anos, o histórico treinador do River Plate conhece como ninguém o futebol sul-americano e promete fazer da sua equipa um “osso duro de roer”.

Os paraguaios querem repetir a final de 2011
Os paraguaios querem repetir a final de 2011

Jamaica – The Reggae Boys

Estreante na Copa América, a seleção jamaicana chega à competição sul-americana por convite e é considerada a grande “outsider”. As probabilidades estão todas contra os rapazes do reggae mas a verdade é que a Jamaica ocupa a 65ª posição do ranking da FIFA, à frente do Paraguai. Desconhecida no mundo do futebol, poderá a Jamaica surpreender os sul-americanos frente a equipas como Argentina, Uruguai e Paraguai? Teremos de esperar para ver.

A verdade é que o futebol está longe de ser o desporto que mais pessoas cativa naquele país. A nível desportivo, é o famoso velocista Usain Bolt que rouba as luzes da ribalta. Mas isso não significa que os adeptos jamaicanos não vão estar interessados em ver as surpresas que Rodolph Austin, Giles Barnes, Darren Mattocks, Wes Morgan e companhia podem fazer na Copa América.

O alemão Winfried Schafer assumiu o leme da armada jamaicana em 2013 e já conta no seu currículo com uma Copa do Caribe, título que escapava aos rapazes do reggae desde 2010. Um ano depois, e apesar de manter grande parte do seu onze inicial, Winfried Schafer parece ter tido grandes dificuldades em definir a convocatória, uma vez que apenas divulgou a lista de convocados no passado dia 2, a 11 dias do primeiro jogo oficial, frente ao Uruguai…

Os "reggae boys" estreiam-se na Copa América
Os “reggae boys” estreiam-se na Copa América

Fotos: Facebook oficial da Copa América 2015

Que mudanças trará Jesus?

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a norte de alvalade

Por certo muitos Sportinguistas não se importariam de ficar mais velhos um mês no imediato, de forma a que os dias que ainda nos separam do inicio dos trabalhos da equipa de futebol tivessem passado. Dessa forma já poderíamos estar a constatar quais serão as grandes diferenças que a chegada de Jesus representará no desempenho da equipa, em particular na resposta aos diferentes momentos que um jogo de futebol coloca.

Poucos não se lembrarão do impacto que aquele que é o nosso actual treinador provocou na equipa do eterno rival e até de forma mais abrangente no futebol nacional, conquistando um campeonato em que não apenas venceu como o fez com elevada nota artística. Será possível conseguir repetir o mesmo feito, agora na equipa do seu coração? É tão impossível não o desejar como responder com segurança a esta pergunta. Mas é quase certo que, independentemente dos resultados, as diferenças serão notórias.

Que Jesus é este agora

O Jorge Jesus que chega agora ao Sporting é um treinador no zénite da carreira. A ambição é a mesma de sempre, as responsabilidades são agora ainda maiores, devido ao estatuto adquirido. Algumas derrotas inesperadas e até dolorosas conferiram-lhe algum realismo e atitude mais cínica, provavelmente fundamentais no título que acaba de conquistar.

Responsabilidade total

Uma diferença radical relativamente ao que sucedeu nos dois anos anteriores será a responsabilidade do treinador no recrutamento de jogadores. Dificilmente Jorge Jesus não assumirá a total responsabilidade na escolha quer dos jogadores a dispensar como a adquirir. Depois do muito que se disse sobre o novo treinador e a formação será particularmente curioso observar o destino de alguns dos jogadores sobre os quais se reclamavam oportunidades na equipa principal. Ou que impressão causarão em JJ jogadores que, tendo chegado o ano passado com o selo de reforços, se ficaram pela desilusão. Terá algum deles direito à ressurreição?

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É hora de perceber o que é que Jorge Jesus pode trazer ao Sporting
Fonte: Sporting Clube de Portugal

4x4x2 ou 4x3x3?

Muito se fala já na possibilidade de a equipa abandonar o 4x3x3. Não me parecendo importante a disposição mas, sim, o equilíbrio e a eficácia; é natural que para a escolha seja determinante os jogadores à disposição de JJ.

É muita a curiosidade para perceber quem chegará para o centro da defesa com estatuto de titular indiscutível e quem lhe fará companhia. Toda a equipa terá que defender, mas será com os elementos do sector que trabalhará mais até apurar as melhores armas da sua equipa, determinantes para o seu modelo de jogo, muitas vezes asfixiante para o adversário, que é a transição e organização defensiva. O controlo da profundidade será um conceito que terá de ser completamente compreendido e dominado por uma equipa que jogará quase sempre em cima do meio-campo adversário.

Se a escolha recair no 4x4x2, é muito natural que Adrien e William tenham de reciclar as funções até agora desempenhadas, habituando-se a jogar de forma ainda mais coordenada. Adrien poderá ser um dos jogadores que melhores benefícios poderão recolher, para tal terá que melhorar a qualidade das suas decisões quer no que diz respeito à condução e entrega da bola quer no posicionamento e reacção à perda.

A qualidade individual dos elementos mais criativos é outro factor fundamental nas equipas de JJ. É ela a responsável por desmontar os tradicionais autocarros do nosso campeonato. Criatividade e velocidade de execução serão palavras que veremos mais vezes pronunciar. Para que tal aconteça é importante não falhar na escolha do substituto de Nani assim como na permanência de Carrillo. Este não só poderá manter a preponderância no nosso jogo, como revelam o número de assistências obtido, como antecipo que possa ainda crescer no número de finalizações.

Sendo também de esperar a chegada de um novo homem para o centro do ataque, será curioso perceber qual o perfil escolhido. E se JJ optará pelo homem de referência no ataque, à semelhança do que fazia Cardozo, ou se a escolha recairá numa dupla menos posicional. Quem será o segundo nome do ataque é outra das questões a atrair atenção. Fala-se muito em Montero, também em João Mário. Não descartaria a possibilidade de Labyad, conseguindo este debelar muito rapidamente as suas debilidades no momento de decidir, vir a ter um papel de destaque.

Uma mudança que se estima venha a ocorrer e que poderá ter importância decisiva em alguns jogos é uso de jogadas estudadas, aquilo a que se convencionou chamar bolas paradas. Num campeonato cujos potenciais vencedores ficam quase sempre definidos nas jornadas que levam o campeonato até ao Natal, falta saber quanto tempo precisará JJ para montar uma equipa à imagem e semelhança do melhor que já foi capaz.

Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

Mundial Sub-20 – Nova Zelândia 1-2 Portugal: Trivela de Gelson guia Portugal aos ‘quartos’

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Clica aqui para ver as estatísticas do jogo

A seleção nacional de sub 20 apurou-se hoje para os quartos de final do Mundial da categoria após uma vitória frente à Nova Zelândia, seleção anfitriã da competição. Num jogo mais complicado do que seria de esperar, o golo do triunfo apenas chegou aos 87 minutos, numa iniciativa individual de Gelson Martins.

Hélio Sousa, selecionador nacional, repetiu o onze lançado no jogo inaugural, frente ao Senegal, com Gelson, Rony Lopes e Gonçalo Guedes no apoio ao ponta de lança André Silva. Foi com alguma surpresa que os “All Whites”, como é conhecido o conjunto neozelandês, entraram melhor no encontro, com muito empenho e muita luta em todos os lances. Contudo, nunca assustaram verdadeiramente a baliza à guarda de André Moreira. Neste período inicial do encontro, foi fundamental (mais uma vez) a tranquilidade que Tomás Podstawski consegue dar à equipa com as suas recuperações de bola e o equilíbrio que tem em cada tomada de decisão. O capitão é mesmo o porto seguro deste conjunto, um farol a quem a equipa recorre sempre que necessário.

A partir dos 10 minutos, Portugal começou a impor-se territorialmente, mas sem criar grandes lances de perigo. O jogo ofensivo da nossa seleção baseou-se muito em combinações executadas pelo “quarteto” ofensivo, que tinham sempre a ajuda de mais gente, como os laterais Rafa e Riquicho (mais um excelente jogo destes dois jogadores, sempre disponíveis para atacar) ou o médio Raphael Guzzo, que apareceu várias vezes em zonas de finalização. Rony Lopes teve a primeira oportunidade de golo aos 22 minutos com um remate rasteiro que passou rente ao poste esquerdo da baliza de Tzanev. Dois minutos depois, chegou o primeiro golo luso. Gelson Martins cruzou da direita e André Silva desviou de cabeça para Rafa. O lateral segurou o esférico e tocou para Guzzo que ludibriou um defesa com uma simulação corporal, ficando com tempo e espaço para rematar cruzado, sem hipóteses de defesa para Tzanev. O jogador do Benfica, que alinhou esta época no Desportivo de Chaves, marcou assim o primeiro golo e Portugal tinha agora tudo na mão para partir para uma exibição tranquila, como aconteceu nos jogos da fase de grupos.

Porém, não foi isso que se viu. A equipa das quinas não criou muitas jogadas perigosas e, quando as criou, nunca houve inspiração na finalização. André Silva não esteve feliz, apesar de ter batalhado muito, como é sua imagem de marca. Gonçalo Guedes esteve novamente bastante desinspirado e Rony Lopes só apareceu a espaços, principalmente no último quarto de hora da partida. Neste momento, penso mesmo que Nuno Santos ou Ivo Rodrigues mereçam mais a titularidade, em detrimento de Gonçalo Guedes.

Os neozelandeses, que tinham em Patterson a sua figura mais inconformada e em Tuiloma (defesa central) o seu melhor jogador, foram acreditando que podiam chegar ao empate e chegaram mesmo. Depois de um ataque português em que André Silva teve um falhanço clamoroso, os All Whites empataram aos 65 minutos. Numa jogada bastante confusa, em que Patterson ganhou uma série de ressaltos perante a passividade da defesa portuguesa, Holthusen, recém entrado na partida, ficou cara a cara com André Moreira e não rejeitou a oferta, rematando para o fundo das redes lusas.

O jogo ficou mais partido, com tentativas de ataque rápido por parte das duas formações e Portugal estava em risco de correr mais problemas. Hélio Sousa substituiu Raphael Guzzo por Estrela, de forma a dar mais pulmão e mais força ao meio campo nacional. O jogador dos Orlando City entrou para jogar com Podstawski no meio campo, deixando as tarefas ofensivas a cargo de Rony Lopes, Gelson Martins, André Silva e Ivo Rodrigues, que já tinha rendido Gonçalo Guedes.

A seleção nacional foi então em busca do golo da vitória, principalmente através de iniciativas individuais. Primeiro foi Rony Lopes que, após passar por dois adversários, atirou forte para uma boa defesa de Tzanev. Depois, veio o melhor momento do encontro e um dos melhores do Mundial.

Gelson Martins festeja o golo da vitória, alcançado num remate de trivela Fonte: Facebook 'Seleções de Portugal'
Gelson Martins festeja o golo da vitória, alcançado num remate de trivela
Fonte: Facebook ‘Seleções de Portugal’

Gelson Martins recebeu a bola no flanco direito, fletiu para dentro, passou por dois adversários e, ainda de fora da área, rematou de trivela para o poste mais afastado. Um lance fabuloso do jogador do Sporting, a fazer lembrar o movimento característico de Ricardo Quaresma.

Até ao fim, os jogadores lusos geriram o tempo que restava no meio campo adversário. Nota ainda para a saída de Gelson com queixas musculares. Esperemos que não seja nada que impossibilite o extremo de jogar na madrugada de sábado para domingo, no jogo dos quartos de final, frente ao Brasil, que derrotou hoje o Uruguai, após desempate nas grandes penalidades.

Na próxima partida, Portugal terá de ser mais ativo e mais constante no jogo. Hoje fez a sua pior exibição no Mundial e, se voltar a jogar assim, talvez não se safe da próxima vez…

A Figura:

Gelson Martins – O extremo foi sempre o elemento com “sinal mais” do setor ofensivo português. Ainda para mais, terminou o encontro com o lance genial que deu a vitória a Portugal. Destaque também para mais dois bons jogos dos laterais Rafa e Riquicho e para as exibições consistentes de Guzzo e Tomás Podstawski no meio campo.

O Fora-de-Jogo:

Gonçalo Guedes – O extremo benfiquista, ainda com 18 anos, continua a desiludir neste Mundial. Continua infeliz no momento do último toque na bola e, com isso, perde confiança durante os jogos. Tem sido o extremo com o desempenho menos positivo dentro da seleção nacional neste Mundial.

Foto de capa: Página do Facebook das Seleções de Portugal