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‘Podcast’ Bola na Rede – 85.º Programa

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A vitória da seleção nacional é analisada ao pormenor pelo painel de comentadores do ‘Bola na Rede’. Francisco Manuel Reis, João Pedro Oca e João Rodrigues são os comentadores e Mário Cagica Oliveira, como habitual, está na moderação.

Não façam apostas

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cab ligue 1 liga francesa

A Ligue 1 tem-nos habituado nos últimos anos a uma grande incerteza em relação ao campeão. Depois dos sete títulos do Lyon, o Bordéus, o Lille, o Montpellier, o Marselha e o PSG conseguiram a proeza de acabar em primeiro numa liga pautada pelo equilíbrio. Para não variar, esta temporada também vai ser decidida nas últimas jornadas, com quatro candidatos que ainda sonham com o Championnat.

O Marselha teve um arranque auspicioso e apresentou desde logo a sua candidatura ao título. Ao Velódrome (o estádio mais bonito da Europa) chegou Marcelo Bielsa e isto só por si já deixava antever que o emblema do sul de França iria praticar um louco futebol de ataque. A vertigem ofensiva permitiu que craques como Thauvin (pé esquerdo fantástico), Payet (letal no último passe) e o goleador Gignac pudessem estar em evidência, mas também fez com que a equipa sentisse tremendas dificuldades na transição defensiva, aparecendo muitas vezes em inferioridade numérica, até porque os dois laterais (Mendy e Dja Djedjé) sobem bastante. Este desequilíbrio constante não foi, porém, impeditivo de que os marseillaises fossem somando vitórias, liderando grande parte da primeira volta.

O Velódrome voltou a ter motivos para festejar  Fonte: Facebook do OM
O Velódrome voltou a ter motivos para festejar
Fonte: Facebook do OM

Com o avançar da temporada o conjunto de Bielsa foi perdendo regularidade, pecando sobremaneira na gestão de resultados (escandalosa a derrota com o Caen, em casa, depois de ter estado a vencer por 2-0). A quebra de forma de alguns jogadores, como Imbula (médio muito completo, com qualidade técnica e capacidade física) ou Gignac, também contribuiu para que o Marselha entregasse a liderança do campeonato. Agora a 2 pontos do primeiro lugar, o emblema do sul de França ainda está bem metido na luta pelo título e pode contar com a boa forma de elementos como Ayew, Ocampos e até Batshuayi. Seja qual for o desfecho, o objectivo inicial de voltar a colocar a equipa no topo foi conseguido, mas Bielsa, apontado como um “pé frio” no que toca à conquista de títulos, tem aqui uma excelente oportunidade para provar o contrário aos exigentes adeptos phocéens.

O Lyon é a grande surpresa da temporada. Longe dos tempos em que detinha a hegemonia no futebol francês, o clube tem claramente o plantel mais limitado dos quatro primeiros. No entanto, tem podido contar com uma dupla de sonho na frente: Nabil Fekir e Alexandre Lacazette, uma das melhores parcerias desta temporada. Ambos formados no clube, os dois jogadores emprestam mobilidade e qualidade técnica ao ataque e a sua presença em campo é sinónimo de golos e vitórias. Quando não estão, a equipa ressente-se; basta dizer que sem Lacazette o Lyon nunca ganhou. O avançado explodiu definitivamente nesta temporada, mostrando um killer instinct que ainda não se conhecia. É o melhor marcador do campeonato, com 23 golos, e perdeu algumas jornadas por lesão. Fekir, uma das maiores revelações da Ligue 1, tem sido um parceiro à altura. Dono de uma enorme criatividade e visão de jogo, o jovem de 21 anos junta às boas exibições um registo estatístico notável (11 golos e 7 assistências, principalmente com o pé esquerdo).

Houve disputa entre a França e a Argélia para garantir a preferência de Fekir, mas o craque acabou por escolher as cores gaulesas. Ao contrário de Anthony Lopes, que estava na mesma situação mas optou por representar Portugal. E deste modo Fernando Santos ganha um guarda-redes de topo para concorrer com Patrício. O guardião do Lyon, que na época passada já foi o melhor do campeonato, está novamente a realizar uma temporada incrível e é um dos principais responsáveis pelo facto de o clube estar a lutar pelo título. As exibições do outro mundo contra Marselha, Mónaco e PSG dão-lhe o estatuto de ídolo para os adeptos do OL. E há poucos, neste momento. O plantel é uma mescla entre jogadores experientes (Jallet, Malbranque e um Gourcuff que nunca mais foi o mesmo) e jovens da formação, como Umtiti, o patrão da defesa, Tolisso e os avançados Benzia e N’Jié. Não há, portanto, nomes sonantes na equipa de Fournier, que tem muito mérito na forma como tem aproveitado as potencialidades do conjunto que tem à disposição. Caso chegue ao título, é um feito fantástico e completamente inesperado.

Fekir no jogo com o Marselha Fonte: Facebook do OM
Fekir no jogo com o Marselha
Fonte: Facebook do OM

O Mónaco tem feito uma recuperação notável nesta segunda metade de temporada. Depois de um arranque tremido, em que Leonardo Jardim chegou a ter o lugar em risco, os monegascos têm aproveitado os deslizes dos adversários para se aproximarem da liderança. O técnico português conseguiu montar uma equipa muito forte do ponto de vista defensivo (os riscos que corre são nulos, o que facilita a tarefa) e eficaz a atacar, mantendo-se fiel ao pragmatismo que tem demonstrado na carreira. Sem uma grande referência, devido às saídas de Falcao e James e à ausência de investimento no início da temporada, Jardim tem, ainda assim, um plantel para terminar entre os três primeiros. À experiência de Carvalho, Toulalan ou Berbatov junta-se o talento e irreverência de jovens como Kondogbia, Ferreira-Carrasco, Bernardo Silva ou Martial, que têm evoluído bastante nesta temporada. João Moutinho também melhorou substancialmente o seu rendimento em relação à época passada, tornando-se um elemento muito influente numa equipa que, há poucos meses, tinha tudo para ter um ano muito negativo.

O PSG abordou o campeonato com alguma sobranceria, mas está na liderança e não deixa de ser o principal favorito à conquista do título. A equipa de Blanc apresentou um futebol cinzento (lento e previsível, apenas atenuado pela tremenda classe de Verratti) durante grande parte da temporada, motivando muitas críticas ao treinador. Pede-se mais, com o plantel que os parisienses têm, sobretudo porque a única mexida significativa foi a entrada de David Luiz, que, depois de alguns erros comprometedores, conseguiu melhorar com o decorrer da temporada. A dependência de Ibra voltou a revelar-se de forma clara no Parque dos Príncipes, até porque este Cavani continua sem ser o de Nápoles (não seria de admirar se o uruguaio saísse do clube no final da época). Não há ninguém no plantel com a capacidade de ser tão decisivo quanto o sueco. O génio de Pastore apareceu em muitos jogos e o argentino está a ter o melhor ano desde que chegou a Paris, mas fica a ideia de que ainda não atingiu o potencial máximo. Lucas é outro que está aquém das expectativas. Tem talento para muito mais. Lavezzi, apesar de ser extremamente útil, tem algumas dificuldades contra equipas que jogam com o bloco baixo. No final de contas, percebe-se que há um PSG com Ibra e outro sem o sueco. Mas, dadas as diferenças entre plantéis, até a meio gás a turma de Blanc pode chegar ao título.

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Ibra continua a ser a grande referência da equipa
Fonte: Facebook do PSG

Numa altura em que a Premier League, a Serie A e a Bundesliga estão praticamente decididas, a Ligue 1 promete ser o campeonato mais interessante de seguir neste final de época. Veremos que peso terá a Champions nas prestações de PSG e Mónaco, sendo certo que, estando na liderança, a equipa orientada por Laurent Blanc parte na frente. Contudo, tendo em conta que é o campeonato francês, isso quer dizer pouco. Não façam apostas.

Foto de Capa: Facebook de Anthony Lopes

Obrigado, até sempre

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coraçãoencarnado
Bem-vindos ao último Coração Encarnado. É com muita pena que vos escrevo estas palavras, mas a verdade é que deixarei de fazer parte deste tão promissor projecto, o Bola na Rede. Foi um prazer imenso ter-vos como leitores durante estes últimos meses. A verdade é que o texto de hoje será (apenas) uma soma de palavras de despedida com o Sport Lisboa e Benfica pelo meio.

Chegámos ao momento da verdade. A altura da época onde só os campeões não vacilam. Onde só aqueles que realmente querem lá chegam. Pois bem, faltam poucas finais para mostrarmos daquilo que somos feitos. Força, Querer e Ambição. Isso é o que nos descreve. Caracteriza. Motiva. O desaire do Rio Ave já ficou para trás, guardado na zona destinada às memórias. Dependemos de nós, e isso para mim é mais que suficiente. Jogos com o Nacional, Académica e Belenenses aproximam-se: não espero nada mais que nove pontos. Três vitórias e caminho traçado para a vitória frente ao rival directo. Eu já tenho o meu lugar reservado para esse jogo, nesse dia não há nada que me faça não apanhar esse voo com destino à glória. Até imagino no aeroporto de Madrid as indicações: “Voo com destino ao Estádio da Luz e a confirmação que este ano teremos bicampeão.”

Acredito mais que nunca que esse será o desfecho desta época difícil e repleta de incidentes. Temos de nos juntar. Como benfiquistas que somos. Apaixonados e loucos. Este é o momento para oferecermos os nossos ombros. Braços. Todo o corpo. Fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para levarmos aqueles rapazes ao Marquês. É assim que uma relação funciona. Dar e receber é o lema. Nunca seremos capazes de dar nem perto daquilo que o Sport Lisboa e Benfica nos deu.

Mas podemos sempre fingir. Tentar como nunca e fingir como sempre. Dar o corpo. Oferecer a voz de bandeja para que aquele estádio nunca se cale. Gritar com o benfiquista do lado se ele não se esfolar a cantar. Parar de bater palmas quando as mãos reclamarem com sangue. Só aí. Só o sangue encarnado que nos caracteriza nos pode parar. Mais nada. Nem derrota nem suspeita. Nada disso entra no nosso Universo. São oito pequenos passos que têm de ser dados. A águia vai-nos acompanhar. Nunca caminharemos sozinhos. Os céus querem tanto como nós. Que o tempo passe mais rápido que nunca. Mas só até ao Marquês. Depois, que pare durante essa noite mágica que eu já imagino.  Como vos disse, não há muitas palavras que possam descrever o misto de sentimentos que me habitam as cabeça. Não só pelo nosso amor, mas também pelo facto de ser a última vez que vos escrevo. Assim, deixo-me com um texto curto e directo, onde as emoções dominaram o teclado.

Despeço-me com um obrigado a todos os elementos do Bola na Rede que continuam a contribuir para o crescimento desta brilhante plataforma. Para vocês, os que fazem com que o Bola na Rede faça sentido, um obrigado ainda maior por me terem aturado. A mim e às minhas palavras. Que as tenham lido e absorvido, isso acaba por ser o único objectivo que tenho quando escrevo: que as palavras ganhem vida e tenham a capacidade de chegar a outras cabeças.

Fica o desejo que os meus textos tenham ajudado a acalorar ainda mais o vosso coração encarnado. Um abraço, até sempre!

Portugal 2-1 Sérvia: Neste carrossel, meter a ficha certa voltou a ser decisivo

cab seleçao nacional portugal

As previsões apontavam para uma noite difícil para a seleção portuguesa no Estádio da Luz. Depois de ver a partida desta noite, fico com a sensação de que muito do sofrimento pelo qual a equipa das quinas passou deveu-se à péssima exibição com que Portugal brindou os 60 mil na Luz.

Mas vamos por partes: o Estádio da Luz estava com 60 mil na bancada a gritar bem alto pela seleção, com o desejo de ver a equipa comandada por Ilídio Vale dar um passo decisivo rumo ao Euro 2016. Com uma diferença de cinco pontos entre as duas equipas, uma vitória frente à Sérvia era quase a garantia de qualificação para o Europeu no país gaulês, e por isso aquilo que se esperava era ver uma seleção que, mesmo sem o seu líder no banco, comandasse e mostrasse autoridade no jogo frente aos sérvios. Do lado português, nenhuma surpresa no onze: Ilídio Vale e Fernando Santos optaram por um sistema no mínimo “discutível”, num 4-2-3-1, com Tiago e Moutinho a funcionar como duplo pivô defensivo, deixando Coentrão e Nani como médios alas, com Danny nas costas do falso ponta de lança Cristiano Ronaldo. Na equipa dos Balcãs, Radovan Curcic decidiu deixar o médio do CSKA de Moscovo Zoran Tosic no banco de suplentes, optando por dar a titularidade ao médio Radosav Petrovic.

O ritmo do início da partida acabaria por pautar aquilo que se passou durante os 90 minutos: apesar da necessidade imperial de vencer, até pelo atraso na classificação, a equipa da Sérvia rapidamente demonstrou que vinha à Luz para conseguir um bom resultado. Com Matic a funcionar como o primeiro homem na construção de jogo ofensivo, a equipa de Curcic teve sempre mais bola na partida. O problema é que, mesmo tendo a bola, a equipa da Sérvia raramente soube o que fazer com ela. Com um bloco defensivo coesivo, a seleção portuguesa poucas vezes se desposicionou, provocando não raras vezes o erro sérvio aquando da chegada ao último terço do terreno. Em contrapartida, os primeiros minutos de jogo mostraram claramente uma seleção portuguesa com “dedo de Fernando Santos”: com um bloco baixo – deixando em momento defensivo Cristiano Ronaldo como único jogador à frente da linha do meio campo – Portugal foi controlando aquilo que é mais importante num jogo: os espaços. Mesmo sem ter o “aparente” domínio da partida, a seleção portuguesa foi sempre controlando o jogo com um ritmo lento mas que lhe servia de perfeição. Aos 10 minutos, no primeiro assombro ofensivo português, Fábio Coentrão cruzou de forma perfeita para a cabeça de Ricardo Carvalho, que, solto de marcação na área, abriu o ativo e deixou em festa os adeptos lusos. Para o central do Mónaco, a infelicidade veio logo depois, pois Carvalho acabou por ter de sair lesionado, tendo entrado para o seu lugar o central José Fonte.

Em desvantagem no marcador, a equipa da Sérvia acabou por se mostrar mais pragmática. Mesmo que o perigo nunca tenha rondado de forma efetiva as redes de Rui Patrício, a equipa dos Balcãs foi, à medida que o tempo passava, cada vez mais se instalando no meio campo português. Entre os 15 e os 30 minutos, a seleção portuguesa mostrou-se passiva, tendo baixado demasiado a intensidade e a capacidade de pressão numa fase tão prematura do encontro. Por isso mesmo, era preciso um abanão no jogo para combater a monotonia em que ele se tornara praticamente até ao descanso. E digo praticamente porque, perto da meia hora, Cristiano Ronaldo decidiu disparar uma verdadeira bomba na direção de Vladimir Stojkovic, que respondeu com uma excelente intervenção. Até ao apito para o intervalo de Rocchi, apenas um remate de Tadic provocou alguma preocupação junto à baliza de Rui Patrício.

Na segunda parte, a Sérvia acabou por entrar melhor, com os médios Ljajic e Petrovic a subirem mais no terreno, pressionando de forma mais intensa os médios portugueses Tiago e João Moutinho. Esse crescimento acabou por se traduzir na primeira verdadeira ocasião de golo da equipa de Curcic, com o avançado Mitrovic a cabecear com perigo na zona central da área, num remate que acabou por passar por cima das redes lusitanas. O problema é que a seleção sérvia chegou mesmo ao empate, com Matic (no melhor momento do jogo) a fazer um golo pleno de oportunidade e de classe, de fazer levantar o Estádio da Luz. Na sequência de um pontapé de canto, o ex-médio do Benfica aproveitou a distração de Eliseu – que não deixou o médio em fora de jogo – para fazer um verdadeiro golaço, dando o empate à sua seleção.

Fábio Coentrão foi decisivo Fonte: Federação Portuguesa de Futebol
Fábio Coentrão foi decisivo
Fonte: Federação Portuguesa de Futebol

Portugal estava, por esta altura, completamente apático no terreno. O primeiro quarto da hora da seleção foi apenas a continuação daquilo que tínhamos visto no primeiro tempo: com um bloco baixo e pouca intensidade no seu jogo, aquilo que víamos era Portugal vazio de ideias, com Moutinho e Coentrão a serem os únicos a tentar inverter a situação. Danny era um “fantasma” em campo, enquanto Nani abusava do individualismo e Cristiano Ronaldo parecia perdido no meio dos centrais sérvios. Por esse marasmo do jogo português, facilmente se percebeu, depois do golo de Matic, que esta noite tinha tudo para correr mal à seleção nacional. Felizmente, tudo se inverteu pois, apenas dois minutos depois do golo dos sérvios, Moutinho decidiu dar uma arrancada das antigas, colocando Fábio Coentrão perante um desamparado Stojkovic, que apenas conseguiu ir buscar a bola ao fundo das suas redes.

É verdade que marcar um golo é sempre bom, seja aos dois ou aos 92, mas o que é facto é que numa altura em que Portugal parecia taticamente tão perdido em campo, o golo de Fábio Coentrão foi um verdadeiro catalisador para um último terço de jogo bem mais agradável da equipa das quinas. Mesmo com as transições ofensivas a falhar em toda a linha – até pela lentidão com que Portugal jogou – a equipa comandada por Ilídio Vale acabou por crescer com o golo marcado, obrigando a Sérvia a errar e finalmente colocando no relvado alguma da qualidade por demais evidente na seleção nacional. Sem grandes oportunidades de golo de Portugal e Sérvia, o jogo acabou por decorrer até ao seu final à imagem e semelhança daquilo que os 60 mil que estiveram na Luz viram durante todo o tempo: duas equipas mais preocupadas em não perder do que em ganhar, com um ritmo de jogo baixíssimo e sobretudo com um marasmo de ideias incompreensível quando existe tanto talento em ambos os lados.

Para os resultadistas, a vitória é verdadeiramente o mais importante que sai do jogo da Luz. Com mais três pontos no bolso, Portugal não só passa para a liderança do seu grupo de qualificação como praticamente carimba o passaporte para o Euro 2016. Para mim, que gosto de ver um jogo para além do seu resultado, permita-me que lhe deixe esta opinião: com três jogos oficiais disputados, esta seleção de Fernando Santos continua a não encher-me as medidas. Entre opções erradas e sistemas táticos discutíveis, creio que Portugal, com os jogadores que tem, tinha obrigação de fazer bem mais do que o que tem feito. E isto porque no “carrossel de sobe e desce” tático em que Portugal se move – com resultados positivos mas exibições tristonhas – desconfio de que haverá um momento em que a passividade da equipa vá ter consequências. É só um presságio. Agora, resta esperar pelos próximos capítulos.

A Figura:

Moutinho/Coentrão – Decidi optar por atribuir este prémio àqueles que considerei terem sido, de longe, os melhores em campo na Luz. O médio do Mónaco foi sempre o dínamo do jogo ofensivo português, e a assistência para o golo de Coentrão foi apenas a cereja em cima do bolo da exibição do médio ex-FC Porto. O lateral do Real Madrid foi o outro destaque, pela mobilidade e dinâmica que deu ao flanco esquerdo da seleção, culminando a sua exibição com o golo decisivo que deu a vitória a Portugal.

O Fora de jogo:

Eliseu – A exibição do lateral português foi sempre um sobressalto. Com nítidas dificuldades defensivas, o defesa benfiquista acabou por se mostrar apenas nos momentos ofensivos, sendo que mesmo aí raramente conseguiu criar desequilíbrios na defensiva contrária. Não parece talhado para ser lateral esquerdo, e creio que a solução não resultou.

Foto de capa: Federação Portuguesa de Futebol

O cavalo rompante está a renascer das cinzas

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cab desportos motorizados

Este sábado, dia 28, realizou-se o segundo Grande Prémio do Mundial 2015 da Fórmula 1. Com Sepang, na Malásia, como pano de fundo, Vettel quebrou o jejum de quase 2 anos da Ferrari e bateu categoricamente os Mercedes de Hamilton e Rosberg. Mas já lá vamos.

Lewis Hamilton conseguiu a pole-position, mais uma vez, mas, ao contrário do que havia acontecido na Austrália, os Mercedes não partiram juntos da primeira linha; Vettel conseguiu o segundo melhor tempo, à frente de Rosberg, com apenas mais 0.074s do que o britânico. Ficava bem claro o aviso de Vettel: desta vez as coisas podiam não ser tão simples para Hamilton.

Passando à corrida, Vettel ganhou, como já nos habituou, graças à brilhante estratégia de paragens nas boxes. O despiste de um carro da Sauber logo na quarta volta decidiu a corrida, com os dois Mercedes a pararem para mudar de pneus e Vettel a assumir o controlo da prova. O alemão não voltou a deixar que os Mercedes se aproximassem, e geriu a liderança até à bandeira axadrezada. Vettel cala assim todos aqueles que o acusavam de se ter iludido com o “sonho Ferrari” e mostra que tem mérito e talento para chegar longe com o carro vermelho. Está agora a apenas três pontos do primeiro lugar na classificação, ocupado por Lewis Hamilton.

mariana capa
Vettel em grande na Malásia: o fim de um longo jejum

Numa visão mais geral da prova, fica a excelente prestação de Max Verstappen (Toro Rosso), que se tornou o piloto mais jovem de sempre a pontuar. Com 17 anos e 5 meses, o holandês ainda nem tem idade para tirar a carta de condução mas já faz furor nas pistas internacionais.

Mais uma vez, Button desaponta: o piloto da McLaren abandonou a prova, depois do último lugar na Austrália. O seu companheiro de equipa Fernando Alonso, no regresso à competição, seguiu-lhe as pisadas e também não terminou a prova. A McLaren tem muito a melhorar se quiser ultrapassar o autêntico pesadelo que foi este arranque.

Parabéns, Vettel! Está apresentado o verdadeiro oponente à Mercedes. A Ferrari está de volta, e ainda bem para os fãs de F1. A competição volta dia 12 de Abril, com o GP da China.

Fotos: Facebook Scuderia Ferrari

Recordar é Viver: Portugal 1-1 Sérvia

recordar é viver

Noite de 12 de Setembro de 2007, bancadas do Estádio de Alvalade praticamente cheias, fase de qualificação para o Euro 2008. A selecção portuguesa não se encontrava propriamente com a vida facilitada para carimbar o passaporte para o Europeu do ano seguinte, realizado em conjunto pela Suíça e Áustria, e por isso mesmo via-se forçada a derrotar uma selecção sérvia orientada pelo treinador espanhol Javier Clemente. Já a equipa das quinas tinha como seleccionador Luiz Felipe Scolari, então já na fase final do seu legado na Federação Portuguesa de Futebol. E seria mesmo Scolari a figura desta partida, mas não pelas melhores razões.

Portugal já não tinha a portentosa equipa do Mundial 2006, mas mesmo assim ainda contava nas suas fileiras com um excelente leque de opções. Porém, e ao nível do futebol praticado, sentia-se claramente que o apogeu dos tempos de Scolari já havia passado, até pela forma sofrida como posteriormente a selecção portuguesa haveria de garantir a passagem ao Europeu. Em relação a esta partida, Portugal entrou com tudo. Maniche e Deco carrilavam o jogo a meio-campo, ao passo que o então jovem Cristiano Ronaldo e Simão Sabrosa (num momento de forma soberbo na altura) partiam a defensiva da equipa dos Balcãs com o seu virtuosismo. E foi precisamente Simão, na execução primorosa de um livre directo, que inaugurou o marcador por volta dos 13 minutos de jogo, num lance em que Stojkovic (na altura guarda-redes do Sporting) não teve a mais pequena chance. Na primeira parte do desafio só deu Portugal, com destaque para um cabeceamento de Nuno Gomes que enviou a bola ao poste, para depois Stojkovic defender de uma forma estupenda uma recarga de Deco.

Momento para a posteridade, com Scolari em fúria
Momento para a posteridade, com Scolari em fúria

No segundo tempo Portugal voltou a entrar bem, mas a partir dos 60 minutos o desafio virou por completo. A selecção portuguesa encolheu-se, sentiu a pressão do jogo e a Sérvia aproveitou essa situação com enorme competência. Javier Clemente alargou a frente de ataque e a partir daí o jogo passou a ser quase de sentido único. Contudo, e apesar de uma ou outra oportunidade, a verdade é que Portugal foi aguentando as investidas sérvias. Até que aos 88 minutos surgiu o golo que petrificou milhares de adeptos: Stankovic bateu um livre, a bola desviou em Paulo Ferreira e Ivanovic apenas teve que encostar perante um desamparado Ricardo. Estava feito o empate contra todas as previsões, sobrando muito pouco tempo à equipa portuguesa para alterar o que quer que fosse. Todavia, o momento do jogo estava para vir. Naquele que ainda hoje é recordado como um dos momentos mais negativos da história da selecção nacional, Scolari descontrolou-se e envolveu-se numa enorme discussão com Dragutinovic, que acabaria por ser expulso. O técnico brasileiro tentou esmurrar de uma forma evidente o futebolista sérvio, para espanto de tudo e de todos. Na ocasião, Scolari defendeu-se ao afirmar que apenas queria proteger o “menino” Quaresma, numa declaração que acabou por se tornar numa das frases mais marcantes de que há memória no futebol português. O treinador brasileiro seria castigado pela UEFA com uma punição de 3 meses de suspensão, o último dos quais com pena suspensa.

Em suma, empate comprometedor para Portugal, que felizmente acabaria por dar a volta à situação e ainda se qualificar sem ter que ir parar ao costumeiro play-off. Mas estava claro aos olhos de todos que depois de vários anos de qualificações tranquilas…viriam aí tempos muito mais conturbados.

Boa sorte, Portugal! 60 mil estarão a apoiar-te! Não há como não vencer!

Vilas ou Nadal. Quem está no topo do pódio?

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cab ténis

Recentemente, o ATP foi “obrigado” a vir a público para clarificar uma situação relacionada com o número de títulos que Rafael Nadal e Guillermo Vilas têm em terra batida, e concluiu que Vilas está por enquanto no topo deste pódio específico.

Nunca tive o previlégio de ver Guillermo Vilas jogar ao mais alto nível; só o vi jogar no Vale do Lobo Grand Champions, com uma grande dose de humor e descontracção à mistura. Mas daquilo que são as histórias e os vídeos do tenista argentino é possível estabelecer “meia dúzia” de comparações entre ambos.

Antes de iniciar esse debate, a questão em dúvida era se Nadal teria já igualado o número de conquistas em terra batida, com o espanhol a registar 46 vitórias e Vilas a registar 49. Portanto, é normal que dentro de meses Rafael Nadal supere o número de títulos de Guillermo Vilas. No entanto, a questão em debate não é se Nadal ultrapassa ou não o argentino, que isso é tido praticamente como certo. E na verdade já o fez em número de títulos ganhos, em número de Grand Slams conquistados e na percentagem de vitórias de carreira.

A questão é se Rafael Nadal é ou não melhor jogador do que Guillermo Vilas, entrando aí no domínio da comparação de gerações. É possível comparar a geração de Vilas, dos anos 70, com a geração actual de Rafael Nadal?

Na altura em que Vilas atingiu o seu melhor ranking, o primeiro lugar era ocupado por Jimmy Connors e atrás do argentino estava Bjorn Borg, Rod Laver (embora mais velho) e Artur Ashe. Actualmente, Nadal tem Roger Federer e Novak Djokovic e, claro, podemos falar ainda de Andy Murray.

Não é também pela concorrência que Guillermo Vilas teve vida fácil ao longo da sua carreira, portanto só mesmo pela diferença de exigência dos anos 70 para a actualidade é que se pode comparar quem é o melhor entre Nadal e Vilas, e é neste ponto que entra a opinião de cada um.

No meu caso, seja no ténis, no futebol, ou em quase todas as modalidades, todos os super-campeões da actualidade têm mais mérito do que os do passado, isto porque a exigência actual do mundo desportivo é muito superior à de anos anteriores, onde os detalhes técnicos e tácticos, e consequentemente físicos e mentais, são superiores aos do passado.

Isto vem na linha do que defendi em artigos anteriores sobre a idade com que se atinge o pico de forma. Hoje em dia, os tenistas atingem os seus melhores resultados e os seus melhores rankings em idades cada vez mais avançadas.

Rafael Nadal tem assim maior dificuldade para atingir o topo do topo, para conquistar o que conquistou. Não é que, no tempo de Vilas, ele não tenha revolucionado o próprio ténis, não é que não tenha tido concorrência à altura, mas porque agora a exigência é de outro patamar, está um nível acima do que estava há 20 anos, assim como daqui a 20 anos estará certamente mais desenvolvido do que nos dias de hoje.

Foto de Capa: Yann Caradec

Arouca já tem as suas duas estrelas para a manutenção

futebol nacional cabeçalho

O Arouca deu na última jornada um passo importante rumo ao objetivo projetado no início da época: a manutenção na principal divisão do futebol nacional. Para isso, muito contribuiu a chegada em janeiro de duas pérolas emprestadas por Sporting e FC Porto: Iuri Medeiros e Joris Kayembe. Não são as estrelas do Euromilhões mas são elementos que podem assinar a continuidade do Arouca na Primeira Liga.

Estes dois jovens têm dado um importantíssimo contributo à turma orientada por Pedro Emanuel e estão de olhos postos nos plantéis principais dos seus clubes de origem na próxima temporada. O jovem açoriano tem feito boas exibições, quer a jogar atrás do avançado, quer numa das alas, marcou um golo ao Benfica depois de ter “tirado os rins” a Eliseu e abriu caminho à vitória frente ao Gil Vicente, rival direto do clube arouquense na luta pela permanência. Tem um magnífico pé esquerdo e é bom na finalização e no último passe. Já o belga Kayembe, que até jogou vários jogos como lateral esquerdo na equipa B dos “dragões”, tem jogado a extremo, a sua posição de origem, no Arouca, e estreou-se a marcar nesta jornada. Já tinha sido o melhor elemento da equipa frente ao Sporting e fez muita falta no Estádio do Dragão, numa das muitas ausências misteriosas mas, infelizmente, habituais no futebol português, em que um jogador emprestado não defronta o seu clube de origem.

Estes dois elementos vieram dar ao Arouca o tal clique que parecia necessário para a equipa melhorar os seus registos exibicionais e, assim, ter mais chances de garantir pontos para alcançar os seus objetivos. Pedro Emanuel já tinha ao seu dispor elementos bastante interessantes para algumas posições, como Mauro Goicoechea, que tem sido um dos melhores guarda redes do campeonato, Iván Balliu, lateral direito bastante regular vindo do Barcelona, os médios David Simão, Nuno Coelho, Rui Sampaio ou Bruno Amaro, que também são jogadores com qualidade suficiente para justificar que a equipa estivesse melhor classificada na tabela.

Contudo, existiam duas falhas graves: o centro da defesa e o municiamento do ataque. Na defesa, Nuno Coelho foi muitas vezes o “bombeiro de serviço” para completar a dupla de centrais, visto que Diego Galo e Miguel Oliveira parecem-me manifestamente pouco, tanto em qualidade como em quantidade, para uma equipa de Primeira Liga. As vindas de Fokobo, também emprestado pelo Sporting, e de Hugo Basto, que jogava no SC Braga B, vieram dar mais alguma qualidade ao setor, mas ainda assim o eixo defensivo é um dos pontos fracos do Arouca.

No que toca ao plano ofensivo, temos de olhar para a estratégia habitual do Arouca. A equipa joga normalmente com três elementos no meio campo, mas nenhum deles é especialmente bom no aspeto ofensivo. Nuno Coelho, David Simão e Rui Sampaio são jogadores combativos, com espírito de sacrifício, e David Simão até tem um excelente pé esquerdo, mas a equipa precisava de mais ambição ofensiva. Dado que, para garantir o equilíbrio da equipa, é necessário ter estes três elementos no centro do meio campo, há que ter mais criatividade, mais fantasia nas alas. Nesse sentido, Iuri Medeiros e Kayembe são duas opções muito melhores tecnicamente do que, por exemplo, Artur, Pintassilgo ou André Claro.

Além disso, fruto da idade que têm, são jogadores que não têm medo de arriscar, de ir para cima dos laterais e criar oportunidades para eles próprios finalizarem ou para servirem o ponta de lança, que costuma ser Roberto. O avançado português já apontou cinco golos nesta Liga, três deles desde que os dois reforços chegaram ao clube.

Kayembe quando foi apresentado como reforço do Arouca Fonte: Facebook do Futebol Clube de Arouca
Kayembe quando foi apresentado como reforço do Arouca
Fonte: Facebook do Futebol Clube de Arouca

Neste momento, o Arouca tem quatro pontos de vantagem sobre o Gil Vicente e seis sobre o Penafiel, equipas que estão abaixo da linha de água. A situação não é tranquila, mas penso que Pedro Emanuel tem todas as condições para conseguir a manutenção. Tem claramente melhor plantel do que o Penafiel e é também superior em relação aos gilistas. O problema da equipa da Serra da Freita tem sido a sua performance fora de casa: em 13 partidas disputadas fora do Municipal de Arouca, perderam nove e apenas conseguiram um triunfo. Dos 23 pontos alcançados até agora, 17 foram em casa, e é preciso que a equipa melhore fora de portas para ter um caminho mais tranquilo.

Até ao final, a equipa arouquense já não defrontará os três grandes nem o Sporting de Braga. Isto é bastante positivo, tendo em conta que os dois principais rivais nesta luta ainda terão de jogar contra águias, dragões e arsenalistas. As duas próximas jornadas, com a visita a Guimarães e a receção ao Belenenses, são teoricamente as mais complicadas, visto que serão contra equipas que estão noutra luta, a do acesso às competições europeias. Contudo, o jogo seguinte, em Penafiel, poderá ser uma oportunidade para dar uma machadada final neste adversário direto.

Se o Arouca já tinha uma equipa suficiente para garantir a manutenção, Iuri Medeiros e Kayembe vieram acrescentar muito mais qualidade. Acredito que na próxima época ouvir-se-á falar muito destas duas pérolas, uma em Alvalade, outra no Dragão. Assim haja oportunidade para que eles demonstrem o seu valor.

Foto de capa: Facebook do Futebol Clube de Arouca

Qatar: o regresso do Mundial das duas rodas

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Após longos meses de espera, a temporada de 2015 do Mundial de motociclismo começa este fim-de-semana, no circuito de Losail, no Qatar. Um Grande Prémio que promete ser competitivo, tendo em conta os testes de pré-temporada e até mesmo o final da época 2014. O espectáculo das duas rodas terá como pano de fundo as luzes artificiais do circuito de Losail.

Fonte: Mundo Moto
Fonte: Mundo Moto

Vejam-se, em primeiro lugar, os testes de Sepang e os dados que eles fornecem e que nos ajudam a criar expectativas sobre o Grande Prémio do Qatar, e até mesmo para a temporada de 2015.

A renovada Ducati, com Andrea Dovizioso e Andrea Iannone, surpreendeu nos testes de Inverno ao apresentar um bom ritmo e ao mostrar que os problemas de subviragem já poderão estar resolvidos. E logo a tempo da nova temporada. Contudo, o verdadeiro teste para os pilotos italianos, e até para a própria moto, começa este fim-de-semana, onde testarão o equipamento em longa distância e com ritmos bastante mais altos do que os registados, nos testes de Sepang.

Outra das novidades para 2015 prende-se com o regresso da Suzuki. Relembro o que escrevi, algures em 2014, sobre esse regresso. É uma equipa totalmente renovada, com uma moto muito mais competitiva do que aquela que abandonou o Mundial em 2012. Maverick Viñales e Aleix Espargaró foram os pilotos escolhidos e acreditam que, ao longo do campeonato, a moto poderá tornar-se ainda mais competitiva.

A Aprilia, comandada por Jorge Martinez Aspar, também está de regresso à classe rainha do Mundial de motociclismo. Contudo, a situação da Aprilia é diferente já que os pilotos, Álvaro Bautista e Marco Melandri, irão desenvolver uma moto completamente nova. Será uma época de testes para que em 2016 a moto possa ser mais competitiva e conseguir, assim, melhores resultados.
Dadas as novidades para 2015, é tempo de falar dos que são favoritos e que serão, certamente, os protagonistas.

A figura principal e claro favorito ao título é o espanhol Marc Márquez. Relembro os mais distraídos que Marquéz conquistou os dois últimos títulos mundiais, deixando para trás pilotos experientes, como Valentino Rossi, Dani Pedrosa e Jorge Lorenzo.

Marc Marquéz é o favorito para a temporada de 2015 Fonte: Site Oficial da MotoGP
Marc Marquéz é o favorito para a temporada de 2015
Fonte: Site Oficial da MotoGP

Contudo, o espanhol tem uma opinião particular em relação aos seus opositores. Quem começou a ler as primeiras linhas deste texto poderia dar a Ducati como a principal opositora da Honda de Márquez. Mas para o piloto, os seus principais opositores serão os mesmos de sempre: Rossi, Lorenzo e Pedrosa. E talvez tenha razão. Porque, muitas vezes, o que conta é a experiência e nesse campo os pilotos da Honda e da Yamaha Movistar levam vantagem sobre os pilotos da Ducati.

Por outro lado, tanto Valentino Rossi como Jorge Lorenzo têm como principal objectivo a conquista do título mundial e prometem uma maior oposição a Marc Marquéz. O final da época de 2014 mostrou isso mesmo. Valentino Rossi, após algumas mudanças na sua equipa, mostrou-se bastante forte na recta final do campeonato, bem como Jorge Lorenzo que conseguiu diminuir a vantagem pontual para o italiano. Os pilotos da Yamaha Movistar não farão, com toda a certeza, a vida fácil ao jovem Marquez.

Mas não pensem que a classe rainha se resume à luta entre a Honda, a Yamaha e a Ducati. À semelhança da época passada, vai assistir-se, certamente, a lutas interessantes entre as equipas de satélite como a CWM LCR Honda, pilotada por Carl Crutchlow; a Estrella Galicia de Scott Reading ou a equipa Tech 3 Yamaha dos pilotos Bradley Smith e Pol Espargaró.

A temporada de 2015 conta com 25 pilotos na grelha de partida, sendo que 12 deles já conquistaram títulos mundiais: 18 no total. Já os estreantes são Viñales, Miller, Laverty e Baz.

Os dados estão lançados! E, no domingo, pelas 19h00, em Portugal Continental, dar-se-á início à primeira corrida da temporada de 2015.

Foto de Capa: Site Oficial da MotoGP

O azar calha a todos, a “fava” é que não

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A corrida à Bola de Ouro tem sido nos últimos anos bastante simples: Cristiano Ronaldo, Messi e alguém. Normalmente esse “alguém” é um jogador de grande qualidade e que realizou uma grande época mas teve o azar de jogar numa época em que existem dois monstros do futebol. A fava já calhou a jogadores como Xavi, Iniesta, Ribéry e, mais recentemente, Neuer.

Este ano a corrida está novamente aberta e Robben parecia estar a correr na direcção certa para ser a “fava”. Com a melhor média de golos de sempre (0,66 por jogo) e com uma influência cada vez mais notória num Bayern em que Ribéry se vai deixando superar, o holandês lesionou-se. Os azares acontecem a toda a gente, mas este veio particularmente em má hora e não só para o extremo holandês.

Um azar que veio na pior altura Fonte: Facebook de Robben
Um azar que veio na pior altura
Fonte: Facebook de Robben

A sua candidatura ao lugar de “fava” pode ficar comprometida, especialmente com uma paragem estimada entre 6 a 8 semanas. Robben vai com certeza perder o ritmo fantástico com que se tem apresentado e quando regressar (já no final da época) pode ver a sua influência diminuída e ser superado no lugar de “fava” por outro jogador. Para o clube bávaro tal lesão em tão grande jogador não podia acontecer em pior altura.

É certo que ao Bayern não faltam soluções, mas Robben era até este momento um dos pilares da equipa. Sinceramente, não vejo ninguém no banco capaz de ser tão desequilibrador e de fazer tão bem a movimentação da ala para a área como o holandês tão bem faz (Shaqiri deve neste momento estar a desejar não ter saído. Finalmente tinha chegado o momento pelo qual tanto esperou). A lesão vem numa altura crucial da época e em que, apesar dos alemães terem a conquista do campeonato praticamente assegurada, não querem deixar escapar a Liga dos Campeões e de vencer a Taça da Alemanha (com certeza que todos têm saudades do épico triplete com Heynckes).

É com pena que vejo Robben a perder a que provavelmente seria a sua melhor época de sempre. Deixa-me triste que grandes jogadores como o holandês não tenham a oportunidade de ser premiados pelo seu grande futebol, mas todos temos azares e o azar de Robben, e de todos os outros jogadores do mundo, foi o de jogar na mesma altura que Cristiano Ronaldo e Messi. Quanto ao Bayern, este pode ser um golpe nas suas maiores aspirações, apesar de terem jogadores como Müller ou Goetze, que podem jogar na ala esquerda, para desenrascar a situação. Espero para ver se Robben volta a tempo de ser a “fava” de Ronaldo e Messi ou se o lugar de “fava” vai para qualquer outro talento do futebol.