📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:
Início Site Página 9978

Olheiro BnR – Tobias Figueiredo

0

olheiro bnr

Embalado pela transferência de Maurício para a Lazio e pela contratação de um defesa-central ainda preso por arames (Ewerton), o jovem Tobias Figueiredo tem sabido conquistar um lugar de relevo no eixo defensivo do Sporting, sendo que a sua última grande exibição, diante do Benfica, acabou por ser a confirmação de que estamos realmente na presença de um futebolista capaz de obter um lugar de grande relevo no espectro futebolístico português.

Com 21 anos acabados de fazer, e num Sporting ainda em construção e com algumas “dores de crescimento”, está a ser claramente um baptismo de fogo para Tobias Figueiredo. No entanto, este está a saber enfrentar os obstáculos com competência, contribuindo sobremaneira para que a equipa leonina tenha reduzido de forma crucial a tremideira na zona central da defesa e apresente agora uma qualidade muito mais homogénea entre sectores.

Criado em Alcochete

Tobias Pereira Figueiredo nasceu a 2 de Fevereiro de 1994 em Sátão e começou a sua carreira futebolística nas camadas jovens do Penava do Castelo, ainda que cedo tenha se transferido para o Sporting, nomeadamente em 2006/07, isto para jogar na equipa de infantis dos verde-e-brancos.

No Sporting, haveria, então, de percorrer todos os restantes escalões de formação, tendo chegado ao futebol sénior em 2012/13, temporada em que, ainda com idade de júnior, somou 18 jogos na Segunda Liga com a camisola da equipa B verde-e-branca.

O central teve um baptismo de fogo Foto: Facebook de Tobias Figueiredo
O central teve um baptismo de fogo
Foto: Facebook de Tobias Figueiredo

Passagem importante pela Catalunha

O interessante impacto que teve na equipa B do Sporting em 2012/13 acabou por não ter o devido seguimento na campanha seguinte, tendo o internacional sub-21 português passado um pouco ao lado das escolhas de Abel Ferreira na primeira metade de 2013/14. Nesse seguimento, o Sporting emprestou-o ao Réus, concluindo então Tobias Figueiredo essa época no clube catalão, somando 17 jogos e um golo na Segunda Divisão B espanhola.

Depois desse “exílio” na Catalunha, Tobias Figueiredo voltou esta temporada à equipa B do Sporting, pensando-se que esta seria uma temporada de maturação para o jovem defesa-central, numa espécie de antecâmara para uma aposta mais efectiva em 2015/16. Contudo, o seu excelente desempenho na equipa secundária leonina (17 jogos, um golo), aliado à instabilidade que foi existindo no eixo central da equipa principal, valeu-lhe uma ascensão meteórica para o onze, onde soube pegar de estaca e com direito a muitos elogios.

Qualidades inatas e uma enorme margem de progressão

Tobias Figueiredo é um defesa-central que apresenta uma fantástica compleição física para a posição, uma vez que os seus 1,88 metros e 82 quilos fazem do internacional sub-21 português um jogador muito forte no ar (tanto ao nível defensivo como ofensivo), assim como é igualmente muito forte nos duelos individuais, onde raramente permite grandes veleidades aos adversários.

Tacticamente inteligente, o que também lhe permite disfarçar alguma falta de velocidade de ponta, Tobias Figueiredo encaixa muito bem no eixo ao lado de um jogador com as características de Paulo Oliveira, ou seja, com maior mobilidade, ficando ele como o elemento mais posicional da dupla de centrais.

Obviamente que existem aspectos em que o jovem leão deve evoluir, desde a necessidade de refrear alguma impetuosidade/agressividade em alguns lances (ainda que já se veja uma clara evolução neste aspecto em relação a tempos recentes), ao aprimoramento da sua capacidade técnica, essencialmente ao nível do passe, onde por vezes comete alguns erros graves. Aliás, limadas essas nuances, estamos perante um jogador que tem tudo para se assumir como um dos grandes defesas-centrais do futebol europeu.

Foto de capa: Facebook de Tobias Figueiredo

Perder de propósito

0

cab nba

Phil Jackson, o reputado treinador de basquetebol,  agora Presidente dos New York Knicks, não está com a vida fácil na  nova faceta. A equipa não para de perder e é das piores da NBA (10 vitórias e  40 derrotas).

Jackson, que assinou um contrato de 60  milhões de dólares válido por cinco anos, conta no seu curriculum com o maior número de títulos da história da NBA, sendo 11 como técnico e dois como jogador. Escreveu também  um livro que é best selling (“Eleven Rings: The Soul of Success”). No início da época, as expectativas em Nova Iorque eram altas  e apontavam claramente  para um lugar nos “play off”, até porque  os  jogadores tinham em boa conta Derek Ficher, o ex-base que se estreava como treinador.

Jackson, relativamente  ao desastre da  época e ao treinador, disse recentemente: “A culpa é só minha. Deixem o Derek Fisher  em paz, ele está a fazer o melhor possível. Obviamente  que  não escolhi bem os  jogadores, mas  vamos melhorar. Não ficamos à espera do final da época, vamos  fazer com que as coisas aconteçam. Tenho  de justificar a razão  pela qual fui contratado. Não adianta procurar uma  grande estrela para ter fortuna, isso nunca aconteceu nos últimos  45 anos. A melhor maneira de solucionar o problema é começar tudo de novo e  descobrir o caminho certo. Temos de mudar a cultura do Clube.”

A opção agora é clara: os Knicks desistem  desta época e  trabalham já na próxima. A renovação passa, não só pela contratação de jogadores free agency e por garantir boas posições nos próximos drafts, mas também pela venda de jogadores.

Não surpreende pois que  o poste Samuel Dalembert tenha sido despedido (pouparam $33 milhões de dólares) e que  dois dos seus melhores jogadores (Iman Shumpert e J.R. Smith) tenham sido  enviados para Cleveland com as respetivas compensações de futuros jogadores. O italiano Bergani (11,5 milhões), o base espanhol Calderon (quatro anos de contrato a 7,250 milhões por ano) e o argentino Pablo Prigioni (já com 37 anos, tem contrato de três por 4,9 milhões dólares) devem seguir o mesmo caminho. Em estudo está a situação  dos  consagrados Carmelo Anthony (cinco anos de  contrato por 124 milhões) e Amar’e Stoudemire, que está na última época de um contrato de cinco anos por 100 milhões de dólares e desespera por nada ganhar .

Jackson ainda equaciona reconstruir a equipa à volta de Carmelo Anthony, mas as constantes lesões e a inadaptação ao modelo de jogo levantam sérias dúvidas.

Marc Gasol: Trocar o bom pelo mau Fonte: @NBA
Marc Gasol: Trocar o bom pelo mau
Fonte: @NBA

Os alvos de Phill Jackson são óbvios. Entre eles está o poste espanhol Marc Gasol, dos  Memphis Grizzlies. Contudo, este  não  parece  muito interessado na equipa: “Memphis é a minha segunda casa. Não me estou a ver noutro lado. Não faz qualquer sentido trocar uma boa equipa por uma má, a menos que me provem que vão construir algo de novo”, afirmou o espanhol.

Claro está que Nova Iorque é uma grande e atrativa metrópole, onde os jogadores têm alta qualidade de vida e a experiência pode ser financeiramente lucrativa.

Perder de propósito

Na NBA as melhores posições do DRAFT continuam a ser atribuídas às equipas mais mal classificadas. Assim, não é de estranhar que as equipas não apuradas para os play off percam de propósito para garantirem melhores jogadores no futuro Draft.

 Jahlil Okafor joga nos Duke Blue Devils Fonte: @NBA
Jahlil Okafor joga nos Duke Blue Devils
Fonte: @NBA

Os Knicks sabem que, se tivermos o pior record da prova, têm 25% de hipóteses de garantirem o mais que provável número um: Jahlil Okafor, o poste de Duke.

Em situação similar, Knicks, Sixers e Lakers (que, segundo a Forbes, valem 2,6 mil milhões de dólares) fazem um campeonato à parte, a ver quem perde mais jogos.

“Os jogadores não gostam de jogar para perder, e os adeptos têm o direito de ver um desporto competitivo. Criaram um sistema que encoraja esta prática”, disse Michaele Roberts, do sindicato  dos jogadores.

A merecer um pedido de desculpas estão os adeptos ingleses, que recentemente também foram enganados no jogo Knicks – Bucks, disputado em Londres, que só podia ter acabado com mais uma derrota dos primeiros (79-95).

A culpa é do triângulo?

Falar do ataque dos “Triângulos” é relembrar a dupla de treinadores Tex Winter/Phill Jackson e as imagens de  Michael Jordan, Kobe Bryant, Scottie Pippen e Shaquille O’Neal. Todos eles foram protagonistas com este sistema nos Chicago Bulls e nos Los Angeles Lakers.

Com a chegada de Phill Jackson e Derek Fisher, o célebre ataque ganhou nos Knicks um papel de relevo.

Para o coach Jackson, o ataque não tem segredos: “Marcar pontos é uma coisa, passar a bola é outra, os jogadores necessitam de tempo e ritmo para aprenderem a  jogar coletivamente. Não me parece que seja algo de complicado”.

Jordan, Pippen e Bryant tiveram adaptações diferentes ao sistema. No início, Jordan sentia-se pouco confortável ao passar de extremo para base, o que foi ultrapassado com a ajuda de Pipen. Já com Kobe, tudo foi mais fácil.

No início da época, Derek Fisher aplicou os conceitos  na  Summer League (Las Vegas) e na Liga NBA Developmental, para mais tarde  passar à NBA. Os resultados têm sido péssimos Fonte: @NBA
No início da época, Derek Fisher aplicou os conceitos na Summer League (Las Vegas) e na Liga NBA Developmental, para mais tarde passar à NBA. Os resultados têm sido péssimos
Fonte: @NBA

A verdade é que Carmelo Anthony e os companheiros não gostam nada do “triangle offense”, argumentando que as outras equipas já sabem como defender tal sistema (o que não deixa de ser um pouco ridículo para este nível de competição).

O polémico Denis Rodman também opina sobre os Triângulos: “Como podem jogar o ataque dos Triângulos, se Carmelo Anthony quer lançar todas as bolas, enquanto os outros tentam desempenhar o seu papel? Com Phill sabíamos quem era o “boss”. Era Michael Jordan. Ninguém quer jogar com Carmelo.”

Contrariando os jogadores de Nova Iorque, Rodman disse ainda que para aprender o ataque só necessitou de 15 minutos nos Bulls. “Não é difícil,  é apenas um triângulo. Passas e vais para o canto. Ganhas posições interiores. Mudas o lado da bola. Mais um triângulo, boom, boom. Não é nada difícil, até porque todos têm oportunidade de tocar na bola e lançar. O pior é se aparece o Carmelo Anthony e tudo para…”

O ataque dos Triângulos não funciona nos Knicks, porque estes não têm bons jogadores e não são uma equipa, mas sim um conjunto de atletas que se equipam com a mesma camisola.

Já nem Spike Lee vai ver os jogos dos Knicks Fonte: David Shankbone
Já nem Spike Lee vai ver os jogos dos Knicks
Fonte: David Shankbone

Recentemente, os Knicks jogaram em Londres e a ausência de Spike Lee, o adepto mais fervoroso da equipa, causou estranheza. Porque não foi a Londres?

Já perdermos 16 “motherf… games” seguidos e quer que eu vá apanhar um avião? Para os ver perder, não apanho nem um táxi…

Conhecido pelo trabalho psicológico com as equipas, Phill Jackson bem pode recorrer à sua máxima para dar a volta ao texto:

The strength of the team is each individual member. The strength of each member is the team.

Foto de Capa: Nicholas Tam

Sudamericano sub-20: As individualidades prevaleceram sobre o colectivo

internacional cabeçalho

A Argentina, apesar de não ter sido claramente superior, fez valer o peso das individualidades e foi a grande vencedora do Sudamericano sub-20, prova que se disputou no Uruguai. Num torneio que não teve um nível exibicional particularmente elevado, a albiceleste foi mais forte no jogo decisivo com o conjunto da casa, o mais interessante do ponto de vista colectivo, e arrecadou o título que pertencia à Colômbia, que terminou em segundo lugar e voltou a apresentar uma geração com imenso potencial. O Brasil foi a maior desilusão, sofrendo novamente com a falta de qualidade do treinador (Alexandre Gallo fez um trabalho francamente mau) e com a pouca inspiração das suas estrelas.

Como habitualmente, o Sudamericano sub-20 contou com a presença de muitos talentos que têm capacidade de chegar ao topo do futebol mundial. Na primeira fase a grande estrela foi José Cevallos, equatoriano com uma classe tremenda. O médio de 1,86m, que é provavelmente a maior promessa do país, impressionou pela qualidade técnica, visão de jogo e capacidade de passe, destacando-se também pela facilidade de aparecer a finalizar. Já esteve na Juventus mas voltou ao Equador, sendo de esperar que as exibições que fez no Uruguai lhe voltem a abrir as portas da Europa, onde terá de provar que a falta de intensidade e agressividade, lacunas que lhe são apontadas, não o impedirão de ter sucesso.

A Argentina apresentou uma geração muito promissora, aproveitando o talento que se vai produzindo nas escolas do River, as melhores do país neste momento. Batalla, que pode ser um guarda-redes de topo, Mammana, que brilhou no sector defensivo, Tomás Martínez, típico “enganche” argentino, Driussi, um Saviola em potência, e Simeone, o avançado que provou que filho de peixe sabe mesmo nadar, fazem todos parte dos quadros dos “Milionarios” e fazem crer que o futuro só pode ser risonho. Juntando Ángel Correa, o menino prodígio do San Lorenzo que já rumou ao Atlético, Leonardo Suárez, do rival Boca, e Leonardo Rolón, ala direito do Vélez que demonstrou qualidade para fazer todo o corredor, os argentinos ficam com um conjunto fortíssimo para atacar o título mundial.

"Angelito foi o melhor jogador da prova" Fonte: Facebook da AFA
Angelito foi o melhor jogador da prova
Fonte: Facebook da AFA

No Brasil, os jogadores que chegaram com maior estatuto à competição desiludiram. Seja por culpa própria ou por culpa do treinador, a verdade é que Gabriel, o suposto sucessor de Neymar, passou completamente ao lado, e nomes como Malcom ou Gerson, de talento indiscutível, também não estiveram particularmente felizes. Robert Kenedy acabou por ser o jogador que apresentou um nível mais elevado. A actuar sobre a direita, as semelhanças com Hulk são evidentes; canhoto, o que o leva a procurar constantemente o corredor central, forte no drible e com muita facilidade de remate. Para seguir com atenção.

Apesar de o Uruguai não ter vencido, deixou excelentes indicações na prova que recebeu. A equipa esteve bem organizada colectivamente, teve uma atitude fantástica, como sempre, e individualmente viram-se jogadores com capacidade para serem importantes num futuro próximo. A defesa, liderada pelo central Mauricio Lemos, apresentou muita solidez, o meio campo, composto pelos dois “monstros” Nández e Arambarri, jogou a um nível soberbo, e no ataque os craques Gastón Pereiro e Franco Acosta demonstraram que podem ser sucessores à altura de Cavani ou Suárez.

A Colômbia deu novamente um sinal de que o futebol do país está numa fase bastante positiva. Há talento, muito talento nos cafeteros, e o expoente máximo nesta competição foi Jeison Lucumí. Irreverente, sem medo de arriscar o 1×1, o extremo cria desequilíbrios muito facilmente e tem uma capacidade finalizadora bastante interessante. Um jogador muito acima da média. Mas não é o único: Juan Quintero, o homónimo do jogador do Porto, foi um dos melhores centrais da prova (começa a ser habitual aparecerem bons centrais colombianos nestes torneios); Andrés Tello, que joga a lateral-direito ou a médio defensivo, actuou maioritariamente no sector recuado e destacou-se pela capacidade ofensiva; Jarlan Barrera, que até começou como suplente, ganhou o lugar no meio campo e deu nas vistas; e o avançado Rafael Borré, agressivo e com uma qualidade técnica interessante, também mostrou potencial.

Lucumí foi a grande estrela colombiana Fonte: goal.com
Lucumí foi a grande estrela colombiana
Fonte: goal.com

Nota final para o Paraguai, que, apesar de ter feito uma primeira fase bastante positiva, acabou por cair na fase final e nem se apurou para o Mundial sub-20. Uma equipa com três jogadores com um talento claramente superior aos restantes: Antonio Sanabria, avançado da Roma com uma qualidade técnica muito acima da média; Danilo Santacruz, médio ofensivo criativo, forte no transporte de bola e com uma óptima visão de jogo; e Sergio Díaz, avançado móvel e dinâmico de apenas 16 anos que tem sido associado a Porto e Benfica.

Apurados para o Mundial sub-20: Argentina, Colômbia, Uruguai e Brasil

Apurados para os Jogos Olímpicos: Argentina e Colômbia, que ainda terá de disputar um playoff com uma selecção da CONCACAF

11 ideal: 

GR – Augusto Batalla (Argentina) – De longe o guarda-redes com mais potencial da prova. Sereno, seguro, com muita maturidade e capacidade de liderança. Diz-se que o Real Madrid já assegurou a sua contratação.

DD – Andrés Tello (Colômbia) – Versátil (também pode jogar como médio defensivo) e com capacidade para fazer todo o corredor, é bem mais forte ofensivamente do que a defender, mas tem margem de progressão para se tornar um jogador interessante.

DC – Mauricio Lemos (Uruguai) – Da escola charrua continuam a sair bons centrais. Para além do perfil de líder, o jogador tem um excelente sentido posicional, é eficaz no jogo aéreo e muito competente na saída de bola.

DC – Emanuel Mammana (Argentina) – Começou como lateral mas foi como central que mostrou mais qualidade. Jogando numa defesa a 3, demonstrou uma excelente leitura de jogo e capacidade de antecipação.

DE – Mathías Suárez (Uruguai) – Um lateral que, pela profundidade que conseguiu dar ao flanco, teve grande importância na manobra ofensiva da equipa. Percebendo bem os timings de subida e revelando inteligência na definição dos lances, foi quem mais deu nas vistas numa posição que voltou a não ter muitos jogadores em destaque.

MDef – Nahitan Nández (Uruguai) – O “pitbull” do meio campo uruguaio. Um jogador bem ao estilo de Arévalo Ríos: baixinho, com um pulmão inesgotável e com uma capacidade de recuperação impressionante.

MC – Mauro Arambarri (Uruguai) – A actuar ao lado de Nández, era o médio com maior liberdade para se integrar no ataque e cumpriu essa tarefa com distinção. Para além da competências nos processos defensivos, revelou ainda uma excelente capacidade de passe e muita facilidade de aparecer em zonas de finalização.

* MO/2ºAV – Ángel Correa (Argentina) – Depois da cirurgia ao coração, que pôs em risco a sua vida, o craque voltou em grande e provou mais uma vez que tem muito futebol nos pés. O melhor jogador do torneio, que já tinha destacado antes de rumar ao Atlético, voltou a impressionar pelo seu poder de aceleração e facilidade no 1×1, registando claras melhorias ao nível da decisão (fez inclusive várias assistências para golo, mostrando grande visão de jogo).

EE – Jeison Lucumí (Colômbia) – Foi a principal figura dos cafeteros. Rápido e com uma capacidade notável no 1×1, demonstrou também muita qualidade na finalização.

ED – Gastón Pereiro (Uruguai) – Tem uma envergadura pouco habitual nos avançados sul-americanos (1,88m), mas nem por isso tem menos qualidade técnica e criatividade. Foi o criador da equipa, partindo da direita. Uma das maiores promessas do futebol uruguaio.

PL – Giovanni Simeone (Argentina) – “El Cholito” foi a referência ofensiva dos campeões, marcando 9 golos em outros tantos jogos. Móvel, com poder de desmarcação e instinto, apesar de não ser muito dotado tecnicamente.

*Melhor jogador

Foto de Capa: Facebook da AFA

Um mês para tirar as teimas e decidir o futuro

0

eternamocidade

A última jornada do campeonato trouxe, em virtude da vitória portista em Moreira de Cónegos e do empate no dérbi lisboeta, uma aproximação do FC Porto à liderança do campeonato. A 14 jornadas do fim da prova, a distância para o lugar mais almejado pelos portistas é de 4 pontos, sendo que encarnados e dragões ainda se vão defrontar dentro de 10 jornadas, a 18 de abril, no Estádio da Luz.

Contudo, e mais do que analisar a última exibição da equipa de Lopetegui frente ao Moreirense, opto, esta semana, por perspetivar o futuro a médio prazo da equipa. Mais propriamente, o próximo mês, que trará jogos muito importantes para o campeonato e, claro, o regresso da Liga dos Campeões, com a eliminatória frente ao Basileia. Aliás, olhar para o calendário do FC Porto até ao próximo dia 10 de março faz antever um verdadeiro exercício de emoção e sofrimento constante para os seis jogos que se perspetivam para os portistas. Entre Campeonato e Champions, as próximas quatro semanas trazem as receções a Vitória de Guimarães, Sporting e Basileia e as deslocações ao Bessa, a Braga e ao St. Jakob Park, em Basileia. Os problemas, como facilmente se percebe, serão mais do que muitos, e só um grande FC Porto poderá ser capaz de resistir a quatro autênticas “batalhas” no Campeonato e a uma eliminatória que pode significar muito para o crescimento da equipa em termos competitivos.

Também por isso é que no título deste texto referi que o mês que se aproxima é uma altura para tirar teimas quanto à capacidade da equipa em derrubar os obstáculos que lhe aparecerão pela frente. Olhando para as últimas exibições portistas, continuo com a mesma opinião: a equipa de Lopetegui continua a ser capaz do 8 e do 80 dentro do mesmo jogo. Se, por um lado, a qualidade do futebol é por demais evidente em diversas ocasiões do jogo (a qualidade de jogadores como Danilo, Oliver, Brahimi, Quaresma ou Jackson Martinez ajuda muito), aquilo que mais me inquieta é continuar a ver erros infantis cometidos pela equipa quando os jogos estão perfeitamente controlados. O jogo contra o Moreirense foi apenas mais um exemplo deste facto, pois não raras vezes se viu o FC Porto a falhar passes em zona de construção, deixando o Moreirense sair em transições ofensivas com perigo para a baliza de Fabiano.

hernani
Hernâni foi o único reforço do FC Porto no mercado de inverno
Fonte: Página de Facebook oficial de Hernâni

As três derrotas da temporada são explicadas por esses mesmos erros defensivos e pela inexperiência que a equipa denota em alguns momentos. Por ver semanalmente os nossos adversários diretos a jogar (o dérbi lisboeta foi o exemplo perfeito), cada vez mais considero que, se o FC Porto perder este campeonato, será única e exclusivamente por culpa própria. Fazendo a retrospetiva daquilo que foram as 20 jornadas do Campeonato disputadas até agora, penso que o único momento em que o FC Porto foi inferior a um adversário foi na primeira parte do jogo de Alvalade. Nos desaires contra Benfica e Marítimo e nos empates contra V. Guimarães, Boavista e Estoril, salvo melhor opinião, penso que os portistas foram melhores do que os adversários, dominaram mais o jogo, criaram mais oportunidades mas só por ineficácia e inexperiência deixaram fugir os pontos (exceção ao jogo de Guimarães, onde a influência da arbitragem no resultado foi evidente). Ainda assim, com mais ou menos erros, o FC Porto podia e devia ter ganhado esses jogos ou ter pelo menos mais sete ou oito pontos do que os que tem agora. Ao olhar sobretudo para o nosso principal adversário na luta pelo título, parece-me óbvio que os portistas têm sido, na globalidade, melhor equipa, com mais qualidade de jogo. Contudo, a experiência encarnada, conjugada com alguns erros de arbitragem a seu favor, explicam a vantagem de quatro pontos que adensa as dificuldades que a equipa de Lopetegui terá para chegar ao título.

Os quatro pontos de desvantagem para o rival fazem com que o FC Porto não dependa de si para chegar onde quer. Contudo, ainda há muitas histórias para contar neste Campeonato, e a minha sincera convicção é a de que, se a equipa portista fizer o seu trabalho até ao final do campeonato – que passa por ir vencendo continuamente os seus jogos -, os dragões poderão ser felizes no final da Liga Portuguesa. O problema é que, mesmo com um dos melhores plantéis e ataques da história do clube, ao perspetivar um jogo do FC Porto, ainda não consigo ter a certeza da imagem que a equipa vai deixar em campo: se a de uma equipa sem intensidade e amorfa, como na primeira parte nos Barreiros, ou se a de uma equipa de classe e qualidade invejável, como a que vi contra o Paços de Ferreira. Por entre as dúvidas existenciais que ainda subsistem numa equipa em crescimento, penso que é claro um aspeto: no próximo mês não pode haver falhas. Com quatro batalhas tão intensas no Campeonato (Vitória de Guimarães, Boavista, Sporting e Braga) e uma eliminatória escaldante na Liga dos Campeões, frente ao Basileia, de Paulo Sousa, é altura de trazer os “tanques para a rua” ou, futebolisticamente falando, de trazer o melhor futebol azul e branco.

Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto

Tottenham, I love you

0

cab premier league liga inglesa

Nos dias de descartabilidade em que vivemos (e que o redator deste texto, no exemplo em questão, não critica nem condena, pelo contrário!), nos quais se assiste à crescente diminuição da validade dos parceiros sexuais (deixaram de se chamar “namorados” e namoradas”), que se assemelham cada vez mais à daquele pão de forma que se compra nos supermercados (reparem que é sempre de uma, duas semanas no máximo), surgem cada vez mais como uma lufada de ar fresco e cada vez menos como um motivo de enjoo, histórias de amor verdadeiro e promissoramente longínquo.

No futebol não é diferente, e há jogadores a saltitar de clube em clube, aliciados pela promessa de contratos e/ou vidas melhores promovidas pelos agentes desportivos, sendo cada vez mais raro (e, por isso, bonito) existirem futebolistas com uma longa passagem num clube ou com um vínculo exclusivo ao mesmo. São raríssimas as juras de amor, ainda mais quando um jogador se encontra num momento de forma extraordinário e vê o seu valor disparar, juntamente com a sua margem de manobra negocial perante o clube, seja para a renovação, tendo em vista um aumento de salário, ou para a troca de emblemas.

Quando o consegue, o seu rendimento normalmente diminui, impulsionado pelo relaxamento e tranquilidade que o aconchego de uma conta bancária mais rica lhe proporciona. Dá-se a carreira por garantida, e o futebol imita a vida, mais uma vez, remetendo para a metáfora daqueles que vão tendo cada vez mais “qualidade” de parceiros, dando por assegurado o futuro da sua felicidade… até estarem sozinhos e se apercebem do quanto desperdiçaram e do quão espectacular teria sido ter aproveitado o assentamento em tempo próprio.

Foi, assim, bonito e refrescante ouvir Harry Kane dizer que ficaria extremamente feliz se passasse mais uma década no Tottenham numa altura em que atravessa um momento de forma fantástico, apenas dias antes de assinar uma exibição fantástica diante do Arsenal, clube de que fora adepto até aos 11 anos, assinando os dois golos que deram a vitória aos Spurs no derby do Norte de Londres (2-1 final, desmontando uma barreira defensiva que emergia como quase intransponível nos últimos jogos), o que comprovou que não entrou em relaxamento após a melhoria salarial e confirmou o amor que tem ao clube que representa.

dsd
“’If I’m still here in 10 years, I’d be over the moon. A lot of players today, when they do well, they end up going to another club or moving abroad.”
[Se, daqui a 10 anos, ainda estiver aqui, ficarei extremamente feliz. Muitos jogadores, hoje em dia, têm tendência para mudar de clube ou de país]
Fonte: Facebook do Tottenham
Tudo começou há dez anos. Depois de ter jogado e não ter sido aproveitado no Arsenal, aos 8 anos, vibrou com a incrível história dos “invincibles”, três anos mais tarde, festejando um dos títulos mais incontestavelmente conquistados em Inglaterra na condição de adepto. Porém, uns meses mais tarde, e depois de uma passagem pelo Watford, entrou para a academia do Tottenham. Com o passar dos anos, começou a amar o clube, e foi sendo retribuído com a confiança que os treinadores das camadas jovens nele depositavam, chegando cedo ao patamar profissional depois de ter assinado 18 golos em 22 jogos pelos Sub-18 dos Spurs.

Kane e o Tottenham deram espaço um ao outro para que o primeiro pudesse crescer e ser tudo o que a outra parte da relação exige, e isso, ao contrário do que muitas vezes acontece, não os afastou. Pelo contrário. A distância aumentou o amor um pelo outro e a capacidade de uma das partes em “estar” nesta relação, e os resultados estão à vista: Kane evolui a cada dia que passa (capacidade atlética cada vez mais impressionante, a técnica que se julgava limitada e sem margem de progressão cresceu, e o faro de golo, que se julgava nos píncaros, aumentou) e vai dando mais e mais alegrias aos adeptos do Tottenham, levando 22 golos na sua conta pessoal em todas as competições, muitas vezes com exibições notáveis, como são exemplo flagrante as últimas duas que assinou, marcando quatro golos e sendo o homem do jogo em ambas (West Bromwich e Arsenal).

Depois de dez anos a “conhecerem-se”, Kane e Tottenham assumiram a relação e estão mais felizes do que nunca. O afastamento e as “discussões” recentes (vulgo empréstimos e parca utilização de Kane) juntou-os e podem, agora, vir a ser muito mais felizes do que alguma vez sonharam ser juntos… porque uma união destas só pode dar na celebração de um casamento (vulgo títulos, feitos históricos).

P.S.: Uma palavra ao Tomás Cunha, que já há algumas semanas me vinha a “pedir” um artigo sobre Kane e que me disse “é desta que o escreves”. Disse-lhe que pensei não o fazer mas… aqui está, “chefe”!

Foto de Capa: Facebook do Tottenham

Justiças e injustiças na base dos All-Stars

0

cab nba

Bem, este texto devia ser em seguimento do que foi feito há umas semanas. Contudo dois acontecimentos fizeram com que um artigo com esse intuito se tornasse obsoleto: Primeiro, os cinco iniciais já foram escolhidos e, no meio de tanta coisa, duvido que os leitores concordem a 100%, ou sequer que se dêem ao trabalho de ler a minha análise de quem é que deve ou não ir aos All-Stars; Segundo, aquando da minha análise dos jogadores da conferência Oeste fiquei absolutamente assustado e, de uma forma preguiçosa e até cobarde, decidi não escrever, isto por não conseguir sequer escolher os bases.

Por muita pena que me dê Kobe Bryant se ter lesionado, foi uma espécie de bênção para a minha cabeça, mas, mesmo assim, foi melhor para James Harden, do que para o Black Mamba. Mais à frente irei explicar o porquê.

Nas próximas linhas vou dizer, muito por alto, alguns dos bases (Point Guards e Shooting Guards) que jogam do lado da Costa Oeste.

Stephen Curry (Óbvio. Foi o atleta com mais votos);

Klay Thompson (Está a fazer uma época soberba, até agora. Merece estar lá);

Mike Conley (Constantemente colocado de parte, Mike Conley tem feito por merecer marcar presença no jogo das maiores estrelas da liga);

Damian Lillard (Como é que um dos líderes da NBA em pontos por quarto período e um dos melhores bases actualmente não marca presença?);

James Harden (O líder da liga em pontos e da equipa dos Rockets deveria até ser titular);

Chris Paul (Por muitos, considerado o melhor base da NBA, Chris Paul é presença assídua no jogo de Fevereiro);

Rajon Rondo (Estamos a falar de um base que lidera a liga em triplos-duplos há uns largos anos, e grande parte dessas épocas esteve lesionado.);

Monta Ellis (Também está, para mim pelo menos, a fazer a época da sua vida, é um jogador explosivo e espetacular);

Tony Parker (Convenhamos… É Tony Parker. Como é que não é All-Star? O base titular dos campões tem de marcar presença);

Manu Ginobili (GI-NO-BI-LLi!!!! O Charles Barkley sabe do que estou a escrever. Genial e fenomenal);

Goran Dragic (Recebeu, merecidamente, o prémio de atleta que mais evoluiu no espaço de um ano. Veloz e bastante criativo. Embora possa ser reboscado, na conferência Este tinha lugar.);

Eric Bledsoe (Eric Bledsoe, sem ténis, tem menos um centímetro do que eu, e é capaz, quase de certeza, de saltar por cima de mim e afundar. É um jogador fantástico, com uma capacidade explosiva fantástica e que, dada a sua altura, é sempre daquele estilo de jogadores que podia causar furor);

Russel Westbrook (Provavelmente o maior, ou dos maiores, espécimenes atléticos da liga. Capaz de fazer o impensável todas as noites);

Ty Lawson (É dos bases mais rápidos da liga. A equipa em que está não está a fazer uma época digna do base que tem);

Kobe Bryant (Óbvio que, mesmo lesionado, o seu nome merece destaque. Já no ano passado foi assim).

Só na conferencia Oeste deparamo-nos com alguns dos melhores bases da liga Fonte: entre-linhas.pt
Só na conferencia Oeste deparamo-nos com alguns dos melhores bases da liga
Fonte: entre-linhas.pt

CATORZE (!!!!!!) nomes. Como é que se podem escolher quatro jogadores para irem aos All-Stars para a posição de base se, só a nível de talento individual,  a conferência Oeste podia ir, sem problema nenhum, entrar no jogo só com bases, e mesmo assim ainda eram capazes de ganhar.

Imaginem bem, Westbrook podia até jogar a poste. Com a sua capacidade atlética era capaz, certamente, de importunar quem quer que lá aparecesse. E imaginem bem os fastbreaks desta equipa. Era tudo jogado ao máximo da velocidade. Era magnífico. Era… impossível.

Sei que alguns nomes citados em cima, muito provavelmente, nem fazem parte da ideia de All-Star das pessoas que estão a ler o texto. Mas, para mim, o fim-de-semana de Fevereiro é aquele que mais espectáculo e fantasia me traz durante o ano inteiro.

Quando era miúdo acreditava que o Space Jam era uma espécie de documentário (volto a referir, “miúdo”), e este evento faz-me sentir absolutamente nostálgico e acreditar que o Buggs Bunny lá trouxe a bebida especial do Michael Jordan e que todos estão ali só para se divertirem e jogarem o melhor desporto do mundo.

Fonte: Youtube
Fonte: Youtube

Agora saindo do mundo da fantasia e explicando o porquê de Kobe Bryant, à partida, não merecer ser titular. Não é, de todo, um ataque ao Black Mamba. A questão é que o número 24, que certamente irá ser imortalizado pelos Lakers, estava a ser o jogador que mais lançamentos tem feito e a ter uma eficácia muito abaixo daquilo a que nos habituou ao longo dos anos.

Custa-me ver que James Harden, que tem feito uma época completamente absurda,  talvez, embora pouco provável, não fosse titular nos All-Stars – isto porque para as pessoas que votam no nome, e não no jogador, se é que me faço entender.

Foto de Capa: NBA.com

Sporting 1-1 Benfica: Xadrez a mais para pouco futebol

benficaabenfica
Foi o nome de um antigo herói para os lados de Alvalade a oferecer um importantíssimo ponto para o Benfica e matar, de vez, o Sporting no campeonato. Importantíssimo e justo resultado em Alvalade, num derby jogado com muito coração mas com pouco, muito pouco futebol de ambas as partes.

A (boa) aposta em André Almeida para o lugar de Talisca garantiu ao meio-campo do Benfica um maior equilíbrio em comparação com uma possível aposta no baiano. Defrontar William Carvalho, João Mário e Adrien com Samaris e Talisca seria entrar quase a perder no jogo e, finalmente, Jorge Jesus apostou numa dupla de meio-campo mais contida, algo que permitiu a Samaris subir um degrau para a posição 8 e assinalar notável exibição. Um Benfica montado à rectaguarda deixava a adivinhar uma forte entrada do Sporting perante um Benfica mais expectante e à espera do erro leonino. Puro engano. À imagem do jogo no seu todo, a primeira parte foi o início de um longo bocejo que deixou o melhor (e único de bom neste jogo) para o fim. Sempre com mais luta, bolas divididas e alma do que propriamente técnica e qualidade na construção de jogo ofensivo, a primeira parte tem apenas dois remates para contar. Uma longa sucessão de passes sem nexo e aos repelões e de perdas de bola podia resumir a primeira metade do encontro.

A festa de um golo tão importante; Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
A festa de um golo tão importante;
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Na segunda parte a coisa mudou um pouco e viu-se, até que enfim, um bocadinho de futebol. Nada que tenha chegado para entusiasmar o mais optimista dos adeptos, que, avaliando pelo estado como as coisas avançavam a caminho do final do jogo, teria de se satisfazer apenas e só com o nulo. Verdade seja dita que o único cheiro a golo veio por Carrillo, num cabeceamento que, pela primeira vez, aqueceu as luvas a Artur. Já as de Patrício nem tiveram oportunidade disso. Mais posse de bola, mais cantos e mais remates não se espelhavam, na verdade, na criação de verdadeiras oportunidades de golo por parte do Sporting. Já o Benfica, satisfeito pelo mal menor do empate na mais difícil deslocação na segunda volta, limitava-se a aguentar algum incómodo que pudesse surgir e esperar pelo apito final. Jefferson incomodou mais do que Jorge Jesus e o Benfica esperavam e, numa recarga a remate de João Mário bem travado por Artur, atirou para o golo aos 87 minutos. Marcador desbloqueado e Sporting novamente na luta pelo título. Por meros minutos.

Já Jorge Sousa tinha o apito na boca para terminar com o bocejo quando Jardel, palavra que se confunde com “golo”, não voou entre os centrais mas fuzilou Rui Patrício e garantiu um ponto de capital importância para o Benfica. Não pelo resultado, que é mau, mas pela injecção de confiança que permite afastar, de vez, quaisquer intenções de o Sporting voltar a sonhar com um título nacional. Tão grande o erro de cantar “olés” com 1-0 no marcador, só explicado pela natural falta de hábito de ganhar.

A Figura:
William Carvalho – enorme jogo do médio português do Sporting. Começou a época numa forma lastimável e longe do “monstro” da passada época mas parece estar a voltar ao que era. Uma parede que Jonas e Samaris não conseguiram ultrapassar.

O Fora-de-Jogo:
Eliseu – Passar de Garay para Jardel é… mau. Passar de Siqueira para Eliseu é um terror. O lateral (?) português foi um convite às investidas de Carrillo e cometeu inúmeros erros infantis. Sílvio, Sílvio…

Moreirense 0-2 FC Porto: Bom jogo em Moreira de Cónegos antes de derby dominical

a minha eternidade

O Futebol Clube do Porto deslocou-se ao terreno do Moreirense, numa noite fria de sábado, para fazer uma boa exibição (mas não entusiasmante), que acabou por desembocar numa vitória justa por números esclarecedores (do ascendente dos visitantes no jogo). Os azuis e brancos actuaram no seu 4x3x3 de sempre: Fabiano segurou as redes, e a linha defensiva compôs-se com Danilo, Maicon, Marcano e Alex Sandro, no meio-campo surgiram Casemiro (pivot defensivo) Herrera e Óliver (como médios interiores), jogando abertos na frente Quaresma e Tello no apoio ao ponta-de-lança Jackson Martínez.

É importante referir que o adversário dos portuenses jogou muito condicionado, tendo de reinventar a constituição do seu trio de médios para esta partida. Esta equipa, que tem estado a fazer um campeonato muito consistente e convincente, ocupando o 11º lugar na tabela classificativa, não pôde usar as suas armas habituais nesta partida de grau de dificuldade elevadíssimo. As contrariedades da turma verde e branca axadrezada afectaram desde logo o seu sector defensivo, com a lesão do lateral Paulinho e do central Marcelo Oliveira. O tridente do miolo anteriormente supracitado era composto por Vítor Gomes (transferido para o Balikesirsport, da Turquia), Filipe Melo (milita agora nos ingleses do Sheffield Wednesday) e ainda André Simões (o médio mais utilizado) de fora a cumprir castigo. Para agudizar as já acentuadíssimas dificuldades, as lesões de Cardozo e André Marques obrigaram o Moreirense a fazer duas substituições forçadas e não planeadas.

Com esta zona nevrálgica tão afectada, os três centrocampistas azuis e brancos não tiveram problemas em se impor e controlar o ritmo e rumo do jogo. O que julgo ser motivo de realce na exibição portista foi a desenvoltura predatória com que desenvolveu todo o seu processo de organização ofensiva. Envolveu muitos jogadores nesses momentos, colocando em zona de finalização atletas de todos os sectores. Foram inúmeras as vezes que predispôs cinco, seis e até sete homens em zona perigosa para alvejar a baliza. Vou minudentemente escalpelizar os lances dos dois golos que sintetizam os aspectos mais louváveis deste jogo.

No primeiro golo portista, Alex Sandro passou em velocidade no meio de dois oponentes e procurou a zona interior, deixando o esférico para Herrera – este, com seis soluções de passe, descobriu um espaço exíguo para colocar a bola (entre os dois centrais e as costas do lateral esquerdo), onde se encontrava Jackson para, com frieza, chutar para golo. O segundo tento nasceu na sequência de um canto e de uma segunda bola ganha rapidamente. Aqui, os posicionamentos dos jogadores não são, por norma, os habituais, fruto da especificidade das bolas paradas e da sua orquestração. Depois do corte da defesa do Moreirense, Alex Sandro ganhou a bola em zona interior adiantada, colocando-a novamente sobre Herrera que estava aberto na esquerda. O mexicano contou com o apoio de Óliver que rapidamente abriu no mesmo flanco, arrastando dois jogadores adversários; esse prender de atenções permitiu ao mexicano um cruzamento mais desafogado para uma zona onde se encontravam dois homens: o primeiro era Marcano que não chegou, o segundo tratava-se de Casemiro, que encostou para golo ao segundo poste (tendo ainda ficado Jackson no coração da área e Quaresma um pouco mais recuado em posição de finalização também).

1
O FC Porto colocou inúmeros jogadores em zona de finalização, tentando cedo o golo
Fonte: Página de Facebook do FC Porto

O treinador Lopetegui fez três substituições. Primeiro ordenou a saída de Tello para entrar Evandro (obrigando Óliver a avançar e descair para a esquerda), depois tirou Óliver para lançar Brahimi, regressado da Taça das Nações Africanas (para que relembre o enquadramento colectivo) e, por último, fez sair Jackson para a consagração, entrando para o seu lugar Aboubakar (já em cima dos 90 minutos) para “esticar as pernas”.

 

A Figura
Héctor Herrera – O mexicano foi o destaque da partida. Esteve muito bem na batalha com o meio campo fragilizado do Moreirense. A predisposição para a organização defensiva e roubo de bolas é seu apanágio corriqueiro, mas, a essas prerrogativas, juntou um exímio último passe, que nem sempre tem possibilidade ou qualidade para fazer. Conseguiu duas assistências excelentes para golo. Devo destacar também Jackson – no meu entender o “melhor em campo” –, com o habitual recuar para abrir espaços para os companheiros (subida dos laterais ou dos médios interiores), tendo ainda assinado um golo, depois de uma bela desmarcação. Fez ainda um passe com a direcção e força correcta para Tello desperdiçar. Está a ser o melhor jogador do Porto na presente época, e, por isso, é justo que seja dele o ilustríssimo golo número 5000 para o campeonato do Futebol Clube do Porto.

O Fora-de-Jogo
Cristian Tello – Escolho-o hoje como personalidade negativa mas aproveito para fazer uma análise global. Este jogador tem demonstrado falhas de interpretação de jogo. Esta época já tomou inúmeras decisões erradas, não havendo um jogo seu sem mácula até agora. Quando deve passar, remata; se é altura de endossar, atira à baliza. Quando teria de acelerar, temporiza; quando era útil que jogasse ao lado, corre sozinho. Neste jogo tem um lance incrível – primeiro ganha em velocidade e pode ir para o golo com confiança; decide parar (o que seria muito bem pensado se jogasse ao lado em Óliver, o que não fez) e, tentando estupidamente prosseguir, acabou desarmado. Precisa de muito treino específico para decidir melhor as jogadas. Um lugar na faixa é de Brahimi… outro é de Quaresma.

Foto de Capa: Página de Facebook do FC Porto

A saudade de estar longe

0

coraçãoencarnado

Boa noite, caros leitores. Trago-vos este “Coração Encarnado” enviado directamente de terras espanholas. Sei que já leram muito sobre o dia que aí vem mas vão ter de ler mais. Não porque eu vos obrigue, mas porque esta é a vida de um benfiquista. Viver estas horas como um estágio. Não pensar um segundo que seja noutra coisa que não o clube que amamos. É o mínimo que podemos fazer. Assim sendo, aqui vai mais um texto – espero que vos alegre o Sábado, já que para mim este estágio não tem sido fácil…

Hoje é dia de derby aqui por estes lados. Não, não pensem que este se compara ao “nosso”. Nem chega perto – as ruas não esvaziam, as casas não respiram mais devagar e a cidade não escuta. Nada. Nada se aproxima ao derby Lisboeta. Aí as coisas são diferentes, as roulotes perfumam o ambiente circundante do estádio e os cânticos aquecem as almas que por lá passeiam.

Saudade. Essa palavra tão portuguesa descreve bem aquilo que sinto ao escrever este texto – é nestes dias que eu sinto falta do Estádio da Luz, das bifanas, das imperiais… Sim, a família também faz falta (esta frase fica bem, até porque sei que tenho elementos da família a ler os meus textos), mas o Skype ajuda a matar as saudades…e com o Benfica, como mato as saudades? Pois. Essa instituição que ocupa mais de oitenta porcento do meu coração. Não é justo.

Apetece-me apanhar o próximo voo só por ti, Sport Lisboa e Benfica. Não seria a primeira vez. Mas depois percebo que a irracionalidade que tanto prezo e estimulo seria exagerada. Opto por ficar. Deprimo, e não descanso. Só penso em ti. Não é a mesma coisa sem te ter perto de mim, a semana fica diferente. O coração importuna o cérebro, quer-te mais perto. As noites tornam-se mais longas, o frio é usado como desculpa. Mas não. Não é o frio. Nem muito menos insónias. És tu, só tu. O frio é interior, as insónias são falta de te ver ao perto. Hoje não escrevo para mim, nem muito menos para vocês. Escrevo só para ti. És maior que a soma dos benfiquistas. Muito maior que qualquer outra coisa. Enches qualquer vazio, mesmo o interior. Não sabes como é difícil. O meu desejo de ano novo foi que viesses comigo para aqui. Mas não. Ficaste por Lisboa, perto dos teus. Depois percebi que era egoísta da minha parte. Aceitei a resposta do destino, que um sofra mas que outros milhões fiquem satisfeitos. Aceito porque esses milhões são como eu. Só por isso, se não trazia-te comigo.

Hoje não é só Sábado e amanhã não é só Domingo. É véspera de noventa minutos, que quando multiplicados pela paixão dos adeptos representa muito mais que isso. O tempo tem disto. Um minuto dum Derby passa rápido demais, sessenta segundos são escassos. Não, não lhe chamem jogo. Nem muito menos partida. É muito mais que isso. Sport Lisboa e Benfica, só de pensar que amanhã entras em campo fico arrepiado. Só de pensar que amanhã é dia de derby, não durmo. Não faço nada. Adopto a posição de lontra, fico por casa. Medito. Penso no Gaitán, no Salvio. Depois no Jonas a marcar de cabeça. O Sporting também me aparece na cabeça, mas só por um segundo. O tempo outra vez a fazer das suas – aí um segundo é tempo demais. Não quero verde a povoar-me o cérebro. Meto a minha toalha de mesa encarnada. Bebo o leite do pequeno-almoço na caneca do Cardozo, o café na chávena do Benfica (literalmente). Ajeito o cachecol que ilumina a minha pequena sala madrilena. Asseguro-me que a camisola está lavada, passada. Toco-lhe com cuidado, respeito o sagrado. Os pêlos acordam, a águia alimenta-me o interior. Olho para o emblema, aquecendo-me o coração. Tudo isso me ajuda a estar longe de ti. Ajuda, não resolve nem faz esquecer. São pequenos gestos que me fazem sentir mais perto. Só isso. Mas a ilusão é coisa boa. Parecer às vezes já é um começo. Amanhã és tu que me levas ao colo. Retribuis as centenas de jogos que te dei a mão. Amanhã dás-me tu a mim. Alimentas-me um bocado do vazio que sinto. E eu agradeço. Triste, mas agradeço. Como sei que não há nada a fazer, contento-me com o que tenho. Um derby à distância. Gritos que não são ouvidos. Lágrimas que não são vistas. A mente faz destas coisas – quando sabemos que não há alternativa, aceitamos. Não é mais que isso, aceitar. Continuo a dormir mal e a sentir a falta do teu braço por cima do meu ombro. Não sou o mesmo, muito menos nestes dias. Mas aceito. Sobrevivo. Depois vou aí, recarrego a alma. Vivo o encarnado outra vez. Guardo cada cheiro, grito, abraço. Trago tudo no meu coração, num lugar especial que já criei só para ti. Fica tudo aí. Assim, para o próximo já sei onde ir procurar. Não vai mudar nada, mas permite que a sobrevivência continue. Não é o primeiro derby onde te vejo fora do nosso país. Mas é como se fosse. Não há hábito que se possa criar para combater estar longe de ti. Não há forma de viver este dia sem te ver por perto. Não há forma de gritar por ti que não seja ao teu lado. Não há forma de viver sem ser de mão dada contigo. Esta é a verdade. Como não o posso fazer, o cérebro diz-me que vivo. No fundo, não faço mais que esperar pela próxima vez que te vou sentir. Até lá, frio. Vazio. E saudade.

Um abraço a todos vocês, suplico-vos que amanhã gritem por mim. Até lá, o tempo vai fazendo das suas…

PS: Como repararam, joguei apenas com os sentimentos neste texto, optando por um conjunto de palavras vagas, com pouco sentido prático e com uma mensagem apenas relacionada com a “saudade de estar longe”. Espero que não me levem a mal, mas a verdade é que em véspera de derby pouco mais se pode pedir a um benfiquista que vive fora de Portugal e que, por isso, não poderá acompanhar de perto a sua paixão.

                                                                                                                                                                                                  Foto de Capa: André Pipa (Flickr)

Top 10 – Vitórias do Benfica sobre o Sporting

0

[tps_title]10.º Sporting 3-6 Benfica (Campeonato)[/tps_title]

Sporting 3-6 Benfica
Sporting 3-6 Benfica

14 de Maio de 1994. Um dos sábados mais chuvosos que Lisboa teve o desprazer de conhecer trouxe também consigo um temporal de golos. Foi o jogo dos jogos. O orgasmo futebolístico que arrepiou os pêlos da nuca de qualquer amante de futebol. Uma orgia de pontapés, cabeçadas, fintas e sprints de deixar a língua de fora que, por sua vez, de fora deixou a língua de muitos.
Vou-me deixar de hipocrisias: não me lembro de nada. Ainda nem três anos tinha na altura. Muitos de vós não se lembrarão também. Mas quantos já não perderam horas e horas a procurar na Internet e na RTP Memória nem que seja o resumo destes nove pedaços de céu que mais de 60 mil presenciaram em Alvalade?
Foram 90 minutos como poucos. Aliás, acredito que nunca voltemos a presenciar tal tipo de jogo por muitos derbies a que assistamos. É que nunca as duas equipas lisboetas mediram forças tão iguais e tão interessantes: de um lado havia um Benfica enorme, com Isaías, Neno, Mozer, Schwarz e um Rui Costa que nem a campo foi. Do outro, aquele que muitos acreditam ter sido o melhor Sporting de sempre, com estrelas como Figo, Balakov, Stan Valcxx, Paulo Sousa e até mesmo Jorge Cadete. No final, um outro nome fez a diferença. Sousa Cintra chamara-lhe “mercenário”. Os benfiquistas optaram por “Menino d´Ouro”. João Vieira Pinto, em menos de quinze minutos, fez um inenarrável hat-trick que ainda hoje vive e sobrevive na memória de milhões. Naquela relva empapada presenciava-se História: aquele havia de ser o jogo da vida de João Pinto e um dos mais gloriosos encontros que o Glorioso havia de disputar. Impossível, portanto, não o colocar neste TOP 10.

Vejam o resumo do jogo em: http://www.youtube.com/watch?v=Ww_DOQN2Sg8