«Estava a treinar com um vazio enorme. Sentia que o Vitória não ia ficar na Primeira Liga» – Entrevista BnR com João Meira

    – Perguntas rápidas-

    «Eu ia falhando um jogo por causa do FUT Champions, bati numa parte de madeira do sofá e ainda hoje me dói a mão»

    Bola na Rede: Percebi, ao ler entrevistas tuas que, quer dentro, quer fora de campo, és muito competitivo e sofres de um mal geral, a azia com o FIFA. É verdade?

    João Meira: Gigante mesmo. Por exemplo, o meu filho faz anos agora na sexta-feira e viu que eu e a minha mulher mandamos vir uma prenda, que eram uns matraquilhos. Eu montei os matraquilhos, começamos a jogar e ele começou a chorar porque eu não o deixava ganhar. Nem com o meu filho gosto de perder, mas com o FIFA ainda é mais complicado. Eu ia falhando um jogo por causa do FUT Champions [n.d.r. competição de fim de semana online], bati numa parte de madeira do sofá e ainda hoje me dói a mão.

    Bola na Rede: Tu tens tempo para conciliar treinos e jogos, família e os videojogos?

    João Meira: Sim, tenho problemas aqui em casa com a minha mulher, dá-me umas duras, mas arranjo um tempinho para jogar. O FUT Champions, se vir que jogo domingo e viajo no sábado, já não faço. Mas normalmente jogo, e a minha mulher diz-me: “já te inscreveste outra vez nisso?”.

    Bola na Rede: Umas perguntas rápidas para terminarmos. Qual o melhor companheiro no centro da defesa que já tiveste?

    João Meira: Eu joguei com alguns que gostei muito, mas com quem me liguei mais foi o Gonçalo Brandão. Nós já tínhamos alguma relação de casa, as mulheres são colegas, amigas, então fomos apresentados no meio. Tive depois a sorte de jogar com ele, é como um amigo, irmão, e jogava ao meu lado. Eu podia falar com ele como quisesse e ele igual, era a pessoa com quem tinha mais cumplicidade.

    Bola na Rede: E o melhor treinador?

    João Meira: É entre o mister Toni Pereira, por tudo o que significa, porque desde o momento em que comecei a trabalhar com ele, comecei a ser mais disciplinado, dentro e fora do campo, porque a exigência que ele coloca nos treinos e jogos é demasiado elevada, ninguém adormece com ele.  E, por outro lado, adorei trabalhar com o mister Mitchell Van Der Gag, aprendi imenso ao nível das questões técnica e tática, aí acho que cresci muito na minha carreira. Se hoje faço o controlo de linha, da profundidade minimamente bem, é por causa dele porque trabalhávamos muito e era bem trabalhado.

    Bola na Rede: Qual foi o jogo mais marcante da tua carreira?

    João Meira: Foi o jogo contra o Benfica. É aquele jogo que sonhamos em miúdos, jogar no Dragão, na Luz ou em Alvalade, e nesse jogo com o Benfica tinha a minha família na bancada. A minha família é toda benfiquista e o meu irmão estava a torcer por mim, mas o meu pai disse-me logo: “podes ganhar a todos, mas ao Benfica não ganhas”, por isso foi um jogo especial. Para mim, jogar contra o Benfica, Porto e Sporting é igual porque, com o passar do tempo, fui perdendo o amor pelos clubes e hoje em dia é mais onde me sinto bem.

    Bola na Rede: Tu jogaste com Makaridze e muitos apontam-lhe um grande defeito: a perda de tempo excessiva. O que tens a dizer sobre isso?

    João Meira: O Makaridze é sem dúvida o melhor guarda-redes com quem já joguei, em primeiro. Depois, provavelmente eram indicações de quem comanda, para meter algum gelo no jogo. Ele é dos jogadores mais corretos que existem no campo e nunca faria as coisas propositadamente.

    Bola na Rede: Qual o jogador com quem jogaste com mais potencial e talento?

    João Meira: Joguei com alguns, mas o Tiago Silva é incrível e joguei com outro miúdo no Valerenga, o Chidera [Ejuke], nigeriano, hoje joga no CSKA Moscovo, é mesmo muito bom jogador. Acho que esses dois são os miúdos que podem ser grandes craques.

    Bola na Rede: Qual o jogador que achas que tinha tudo para dar um salto maior e não o deu?

    João Meira: Posso dizer-te o Rudy, que jogou comigo no Atlético, ele era incrível, jogou no Brugge, no Corunha e depois desapareceu, e tenho medo de outro, que tem potencial para ser um magnífico jogador, que é o Hildeberto Pereira e não sei o que será dele. Acho que as coisas na China estão a correr bem e espero que se afirme, porque poderá vir a ser um grande jogador.

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    Pedro Pinto Diniz
    Pedro Pinto Dinizhttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um apaixonado por desporto. Em cada linha, procura transmitir toda a sua paixão pelo desporto-rei, o futebol, e por todos os aspetos que o envolvem. O Pedro tem o objetivo de se tornar jornalista desportivo e tem no Bola na Rede o seu primeiro passo para o sucesso.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.