Voltando ao mais importante, à etapa em si e à sua discussão, iam 6 homens na fuga final: Davide Vigano (que teve problemas com a bicicleta e passou a linha da meta com ela ao seu lado), Ricardo Vilela (acabou por ser o grande beneficiado da fuga ter vingado, visto que ganhou um bom tempo para poder ainda conseguir um lugar no top’10, mas também o principal prejudicado, parece-me, pela neutralização, naquela altura, da etapa, porque acredito que teria ganho mais tempo não tivesse acontecido isso), David Belda, Nathan Earle, Samuel Caldeira e Jesus Ezquerra.
O ciclista do Sporting-Tavira deu a tão ambicionada primeira vitória à sua equipa, como que “salvando” a corrida da equipa portuguesa e dando, finalmente, bons motivos para todos os apoiantes da equipa poderem festejar. Foi realmente um excelente ataque, na altura certa (cerca de 3 km’s para o fim e a aproveitar uma fase mais em descida), e que premiou o “instinto” e as capacidades do espanhol. Caldeira voltou a “bater na trave” e, no grupo dos favoritos, 4 minutos e 44 segundos depois, Gustavo Veloso foi o primeiro a chegar.
Na última etapa antes do decisivo contrarrelógio, voltámos a ter uma fuga, mas, desta vez, terminou com muito menos vantagem. Dois homens destacaram-se: Daniel Mestre e Alessio Taliani. Numa fase já de aproximação do pelotão, Alejandro Marque consegue sair e apanha o duo da frente. Acredito que tenha sido o momento decisivo para aquela fuga vingar, visto que os dois já estavam algo desgastados e a junção com o espanhol só beneficiou a própria fuga e, mais tarde, o vencedor da etapa, Daniel Mestre. Segunda vitória para o ciclista português da Efapel e uma Volta a Portugal com um “sabor amargo” para Marque, não conseguindo, novamente, a vitória numa etapa e estando fora da luta pela geral individual.