Antevisão GP Arábia Saudita: Max e a curva maldita

    A ANTEVISÃO: CURVA 27 SENTA MERCEDES NO CADEIRÃO

    Duas corridas por disputar, dois pilotos e duas equipas numa das batalhas mais entusiasmantes da memória recente da modalidade e, para “apimentar” ainda mais os últimos momentos da decisão… um traçado absolutamente novo, num país a fazer a sua estreia no calendário da Fórmula 1. Momento de emoções fortes na modalidade, não só pelo duelo titânico pelo título de pilotos mas também abalada pelo desaparecimento de Frank Williams, lendário chefe e fundador da epónima equipa.

    À corrida inaugural no Catar, disputada no passado dia 21 e em que Lewis Hamilton (Mercedes) levou a melhor sobre Max Verstappen (Red Bull), segue-se então o primeiro Grande Prémio da Arábia Saudita, no Jeddah Corniche Circuit – um traçado inacreditavelmente rápido, em que as recordistas 27 curvas mais parecem uma interminável recta.

    Com apenas duas zonas de travagem mais forte (para a primeira e última curvas), o afinamento do carro e sobretudo a qualificação pareciam ser as principais armas para levar a melhor neste desafiante circuito, onde cada erro podia custar muito caro aos pilotos. Charles Leclerc (Ferrari) foi prova viva do carácter imperdoável da pista, ao perder a traseira do carro durante a segunda sessão de treinos livres e custando aos mecânicos da Ferrari uma noite longa de reparações na garagem.

    Fazendo reaparecer o “super motor” usado no Brasil com incrível eficácia, a Mercedes dava a Hamilton um poderoso trunfo para atacar a qualificação. Depois de um resultado de 2-1 a favor do britânico nos treinos livres (Verstappen foi mais rápido no FP3), a primeira sessão de qualificação viu os dois Haas, Nicholas Latifi (Williams) e, de forma algo surpreendente, os dois Aston Martin ficar de fora da fase seguinte.

    Dois “sustos” para Carlos Sainz (Ferrari) e problemas mecânicos para Valtteri Bottas (Mercedes) marcaram o Q2, com o espanhol a ver-se relegado para 15.º na grelha, enquanto o finlandês, na sua corrida número 100 pela Mercedes, seguia para a decisão final da Qualificação (também pela 100.ª vez na actual equipa). Tal como Bottas, oito outros pilotos apostaram no pneu médio para fechar os seus tempos mais rápidos, Lando Norris (McLaren) o único a seguir para o Q3 no pneu macio, assumidamente menos competitivo a nível estratégico no contexto da corrida.

    Tempo de “pole position”. Agora com pneus macios e afinações no máximo, “primeiro sangue” para Verstappen ao superar Bottas e Hamilton (que cometeu um erro na primeira tentativa) por mais de três décimos de segundo. Nas voltas finais, Hamilton partiu mais cedo e definiu o alvo para Verstappen, com Bottas a colocar-se no segundo posto.

    O holandês deu sinais de comprometimento total ao sair largo na curva dois, “beijando” a parede, e seguiu caminho para dois “sectores roxos” absolutamente alucinantes, que vale a pena rever. Com quase três décimos de vantagem e tudo para fechar o lugar cimeiro da grelha, Verstappen bloqueou o pneu dianteiro esquerdo na travagem para a última curva (27) e, na saída, embateu com a roda traseira direita no cimento de Jeddah e, com danos terminais, foi forçado a abandonar a volta e a sessão. “Pole”, então, para Hamilton, que viu ainda o “escudeiro” Bottas colocar-se entre ele e o seu rival.

    A juntar ao acidente de Leclerc no FP2, a primeira corrida de Fórmula 2 trouxe dois “Safety Cars” e um “Virtual Safety Car” – com os principais títulos em jogo já neste fim de semana, será prenúncio de uma corrida de alta fricção, e possivelmente decisiva? O penúltimo Grande Prémio da temporada tem início marcado para amanhã, às 17:30 de Portugal continental.

    Foto de Capa: Formula 1

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    Carlos Eduardo Lopes
    Carlos Eduardo Lopeshttp://www.bolanarede.pt
    Concluída a licenciatura em Comunicação Social, o Carlos mudou-se para Londres em 2013, onde reside e trabalha desde então. Com um pai ex-piloto de ralis e um irmão no campeonato nacional de karts, o rumo profissional do Carlos foi também ele desaguar nas "águas rápidas" da Formula One Management, onde trabalhou cinco anos. Hoje é designer numa empresa de videojogos, mas ainda não consegue perder uma corrida (seja em quatro ou duas rodas).