5 heróis improváveis no dérbi SL Benfica x Sporting CP

    4.

    Paíto (2004-05, Quartos-de-Final da Taça de Portugal) – Martinho Martins Mucuana, o moçambicano que o Sporting pescou ainda menino no Maxaquene, era o suplente de Rui Jorge naquela sedutora equipa de José Peseiro, finalista da Taça UEFA.

    Não que fosse um portento técnico, mas o pé esquerdo arrojado, aliado à velocidade de ponta, constituíam valências que lhe permitiam ser ameaça, quando embalado para o contra-ataque. Naquele fantástico 3-3 (com 2-2 feitos nos primeiros 20 minutos), seria figura de proa recorrendo a um claro exemplo disso mesmo.

    Quando o prolongamento se iniciou, tanto Benfica como Sporting já esperavam pacientemente a decisão dos penalties, num choque tático entre a rebeldia verde e a disciplina encarnada imposta por Trappatoni, sábio de andanças superiores.

    Ora, após 110 minutos intensos que remetiam as equipas para uma trégua confortável, quando já ninguém tinha paciência para grandes correrias, Paíto decide investir pela ala esquerda após perda de bola adversária – passa facilmente por João Pereira, invade em condução o território adversário e vê-se, já perto da grande área, frente a frente com o gigante Luisão.

    Arriscou, soube ser atrevido, imaginou um caminho alternativo por entre as pernas do brasileiro – toque por dentro e vai buscá-la mais à frente, num momento de futebol de rua, que só acabou num remate em força perante um desconcertado Quim.

    O golo não chegou para a vitória leonina, já que Simão empatou perto do fim e o Benfica superiorizou-se nos penáltis, mas o lance genial do pequeno lateral é a melhor imagem de um dos melhores dérbis deste século.

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    Pedro Cantoneiro
    Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
    Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, o Benfica como pano de fundo e a opinião de que o futebol é a arte suprema.