LIDERANÇA
Este é um aspeto de difícil análise. Não estando no seio do grupo, é impossível aferir qual o melhor estilo de liderança: se o de Vitória se o de Jesus. A análise cinge-se apenas ao que se ouve nas conferências de imprensa e aqui os estilos de ambos os técnicos são do mais antagónico que há.
Jorge Jesus não se coíbe de emancipar todas as suas qualidades. Expõe-se muito e acarreta uma imagem pouco simpática mas, por outro lado, oferece conhecimento como ninguém em Portugal. Torna-se até mais fácil considerá-lo um treinador de topo pela quantidade de lições táticas que dá nas conferências do que pelo estado atual do seu modelo. No que respeita aos jogadores, Jorge Jesus também marca pela ferocidade: critica-os, não moraliza e raramente elogia. Nalguns casos já se constatou que resulta, noutros não.
O estilo de Rui Vitória é o oposto e pauta-se pela neutralidade. O tom é morno, apaziguador, e, na maioria dos casos, fraco em conteúdo. Talvez para proteger o grupo e o clube, Rui Vitória raramente justifica opções técnicas ou táticas sem recorrer a chavões. Tem de positivo o facto de manter toda a gente ao mesmo nível e de, teoricamente, afastar qualquer celeuma. De negativo, incorre na armadilha de os adeptos considerarem-no pouco sagaz no que concerne aos conhecimentos de jogo. Atenção, esta análise descortina, relembre-se, o que ambos apresentam publicamente.