Vitória vs Jesus no Benfica: as 6 principais mudanças

    PERFIL DE JOGADOR

    Esta é, porventura, a maior metamorfose entre as eras Jesus e Vitória. Antes de tudo, é fundamental entender que o futebol evoluiu muito nos últimos 10 anos. A figura do treinador atraiu contornos inimagináveis e houve quem ousasse dizer, inclusivamente, que um técnico competente podia, sozinho, ganhar jogos. Nada mais falso. Por muito que um treinador tenha influência – e tem muita – continuam a ser os jogadores os protagonistas do jogo. Se um plantel de uma equipa for formado por jogadores rápidos, tecnicamente evoluídos e com propensão para o 1×1, é natural que o seu modelo tenha por base as transições rápidas.

    O Liverpool, de Klopp, é um exemplo que ilustra bem esta premissa. E, tal como Klopp, Jorge Jesus sempre preferiu jogadores rápidos e fortes, física e tecnicamente. O modelo de jogo esteve frequentemente confinado às características destes jogadores porque, como é sabido, Jorge Jesus é adepto do lema “quanto mais autonomia tenho, melhor”. Isto determina a criatividade do modelo – o cérebro no jogo acaba por estar limitado ao do treinador – e pode ser prejudicial em momentos onde é vantajoso sair dos automatismos do treino.

    Ora, com a chegada de Rui Vitória ao Benfica, tudo mudou. O perfil de jogador – e aqui não se sabe com exatidão se pela mão do treinador ou do clube – focou-se mais em variantes mentais. Preferiu-se a dimensão atlética pela dimensão mental. Com Jorge Jesus o Benfica contratava Salvio, Emerson, Funes Mori, Talisca, Jara, entre outros – e atenção que estão exemplos de bons e maus jogadores -; com Vitória dispõe de Grimaldo, Douglas, Krovinovic, André Horta, Carcela ou Rafa – aqui também estão exemplos bons e maus.

    A criatividade no jogo do Benfica é hoje mais vasta comparativamente à era de Jorge Jesus. E isso resume-se à escolha dos jogadores. Mérito, aparentemente, de Rui Vitória.

    O tipo de jogadores com que o Benfica conta agora é bastante diferente dos da “era JJ”
    Fonte: SL Benfica

     

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    Pedro Manuel Magalhães
    Pedro Manuel Magalhãeshttp://www.bolanarede.pt
    Mal sabia andar e já ia ao estádio ver os jogos do Gil Vicente, clube da terra natal. A paixão pelo relvado, pelos golos e pelas fintas, agarrou-se como uma doença e não mais saiu. Depois aprendeu a ler e a escrever e como não tirava más notas nas composições, aventurou-se na criação de blogues de bola. Mais tarde, na inconsciência dos seus dezoito, frequentou Ciências da Comunicação. Mantém vivo o sonho de ser jornalista desportivo, de derrubar chavões e fazer parte de uma nova era que pensa o futebol como um jogo para os criativos e inteligentes.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.