MODELO DE JOGO
Há uma tendência para confundir sistema com modelo. São a mesma coisa, pensam muitos. Não são. O modelo de jogo vem antes do sistema.
O modelo de jogo é o que o treinador pensa antes de chegar a um clube. Tem de analisar as características dos jogadores, perceber se pode, refletindo sobre a sua ideia de jogo, colocar o que quer em prática e só depois pensar num sistema. O sistema acaba por ser uma extensão das ideias do modelo.
É irrelevante jogar em 3x3x4, que no papel sugere um modelo ofensivo, se depois, na prática, estiverem os onze atrás da linha da bola. Ou seja, ao nível do modelo, o Benfica, mesmo com a alteração de sistema tático na época corrente, não está muito díspar com a chegada de Rui Vitória.
São inegáveis algumas nuances mas, no geral, o Benfica faz as mesmas coisas que fazia com Jesus: continua com as mesmas referências nas zonas de pressão; a controlar a profundidade em bloco alto e consoante a bola; e com certas semelhanças nos automatismos ofensivos, sobretudo na forma como explora o cruzamento. Há diferenças, sim, no modo como agora os jogadores têm mais liberdade para explanarem o seu futebol. E aí, Rui Vitória tem mais crédito que Jorge Jesus.