SL Benfica 1-1 Sporting CP (3-0 g.p.): Tão diferentes e tão iguais

    Foi como que um confronto de estilos: o futebol mais trabalhado, de maior basculação, do SL Benfica perante o futebol mais objetivo, de maior pragmatismo, do Sporting CP. Ambos com níveis bastante aceitáveis de eficiência. Não tanto de eficácia. O 3-2-3-2 apresentado pelas águias nas saídas a construir das leoas – sobretudo nos pontapés de baliza – condicionou o conjunto de Mariana Cabral, que fazia, então, uso do pragmatismo para saltar pressão, jogando mais esticado se necessário fosse e tentando fazer valer as bolas paradas.

    De destacar o papel importante de Brenda Pérez nestes momentos. Era pelos pés da espanhola que o Sporting CP mais conseguia galgar metros com bola e “aproximar” a sua linha defensiva da sua linha adiantada na posse de bola, com a ajuda de Cláudia Neto, que ligava com Diana Silva, fazendo o papel de dínamo ofensivo do Sporting CP.

    O SL Benfica vivia muito da circulação pelas três jogadoras mais recuadas – Carole, Ucheibe e Laís Araújo -, do posicionamento e recuperação de bola de Andreia Faria, do dinamismo de Kika e da procura pelas zonas da bola de Nycole e, sobretudo, Marie Alidou. A construção a três permitia que Lúcia Alves e Catarina Amado se alocassem a zonas bastante avançadas do terreno, surgindo várias vezes, inclusive, em zonas de decisão e mesmo de finalização.

    Andrea Norheim
    Fonte: Luís Filipe Oliveira/Bola na Rede

    A partir da reta final da segunda parte, todavia, o Sporting CP passou a ser mais capaz de ter bola e o SL Benfica menos capaz de colocar as leoas em desconforto. A toada manteve-se até final e o empate a um também. O jogo foi resolvido da marca dos 11 metros, tendo o SL Benfica levado a melhor.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    BnR: Após o golo do empate, senti que o Sporting CP cresceu no jogo mais do que até então, mas o golo da reviravolta não surgiu. Sentiu que a sua equipa teve nos últimos 15/20 minutos do tempo regulamentar a grande janela de oportunidade para vencer a partida e, se sim, que faltou para chegar ao segundo golo?

    Mariana Cabral: Sim, concordo que tivemos esse ascendente nessa altura, mas nem sempre conseguimos definir melhor no último terço. Obviamente, estamos a falar de uma altura do jogo em que as jogadoras já estavam muito cansadas. A Cláudia já não conseguia, a Diana estava muito confusa da pancada que levou. Faz parte, estamos no início da época.

    BnR: A equipa e a Kika entraram bem na época, têm agora um jogo no fim de semana e depois há pausa para seleções. Na perspetiva da Kika, como jogadora, esta pausa será mais benéfica ou prejudicial para a equipa, numa altura em que vem numa senda de vitórias?

    Kika Nazareth: Não gosto de me antecipar nem dizer que as pausas para as seleções são prejudiciais. São outros momentos de trabalho, por agora o foco ainda está no SL Benfica e ainda há um jogo no fim de semana.

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.