Recordar é Viver: FC Porto de André Villas-Boas

    FC Porto Cabeçalho

    Muitos se perguntam como será o FC Porto agora com André Villas-Boas como presidente, mas e como é que foi o FC Porto de André Villas-Boas como treinador. É isso que vamos relembrar e recordar.

    Aos 32 anos, com 16 de experiência como coordenador e observador técnico, o agora presidente dos dragões sentiu que era tempo de dar um passo em frente no que diz respeito ao profissional que é. Na época de 2009/10 iniciou a carreira como treinador principal, na Académica.

    As qualidades que mostrou na cidade de Coimbra deram-lhe, de uma forma muito rápida, valências e competências como técnico, o que atraiu o interesse do Sporting, até que o FC Porto bateu à porta e o seu coração azul e branco, desde sempre, falou mais alto, levando-o ao que ele apelidou de “cadeira de sonho”, na temporada de 2010/11.

    O FC Porto vinha de uma época conturbada, onde ficou famoso o “caso dos túneis”, tendo ficado em terceiro lugar no campeonato atrás de Braga e Benfica, sabendo à partida que iria ter de jogar o play-off de acesso à Liga Europa.

    O mercado de transferências foi quente para os lados do Dragão com as aquisições de João Moutinho, James Rodríguez, Otamendi, entre outros, e as saídas de Raúl Meireles e Bruno Alves.

    A pré-época parecia estar a correr bem, até que duas derrotas nos dois últimos jogos fizeram crescer algumas dúvidas entre os adeptos que foram rapidamente dissipadas com a vitória por 2-0 na Supertaça Cândido de Oliveira frente ao Benfica de Jorge Jesus, que havia sido campeão nacional na época transata.

    O campeonato estava a correr à mil maravilhas com apenas um empate em nove jornadas, e chegou a altura de receber o Benfica em casa. O resultado foi esclarecedor, 5-0 para os comandados de André Villas-Boas, jogo que ficará para sempre marcado na história de todos os portistas e que nesta temporada teve a sua parte II.

    Na Liga Europa os azuis e brancos conseguiram a entrada na fase de grupos depois de ultrapassar os belgas do Genk, onde na altura jogava Kevin de Bruyne, e acabaram o grupo L da competição com 16 pontos, fruto de cinco vitórias e um empate.

    O FC Porto jogava um futebol rendilhado, bonito, rápido, e sobretudo eficaz, o que levou muita gente a apelidar esta equipa de máquina trituradora. O futebol ofensivo, baseava-se nos rasgos de Hulk e Varela e nas movimentações de Falcao. O onze base era composto por Helton na baliza, o quarteto defensivo por Sapunaru, Rolando, Maicon, que por vezes intercalava com Otamendi, e Álvaro Pereira, o trio do meio-campo era constituído por Fernando ou Guarín, João Moutinho e Belluschi, já a frente de ataque dispunha de Varela, Hulk e Falcao, sendo que quase sempre entrava o menino James, a partir do banco.

    A Taça de Portugal estava também a correr de feição aos portistas, estando apurados paras as meias-finais onde iriam defrontar o Benfica. Já a Taça da Liga foi o calcanhar de Aquiles desta superequipa e temporada, onde foram eliminados na fase de grupos.

    A cinco rondas do fim, o FC Porto bateu o Benfica por 2-1 no Estádio da Luz e vencia assim o campeonato da temporada 2010/11. As celebrações ficaram marcadas por serem na casa do maior rival, de luz apagada e com o sistema de rega do estádio ligado.

     Os dragões acabaram ainda o campeonato sem qualquer derrota (três empates em 30 jogos), feito (acabar o campeonato invicto) que só Benfica de Jimmy Hagan em 1972/73 havia logrado, e mais tarde o FC Porto de Vítor Pereira em 2012/13, técnico esse que assumiu a equipa depois da saída de Villas-Boas para o Chelsea, e que esteve na equipa técnica do mesmo, como treinador-adjunto, nesta época maravilhosa para os portistas, que está a ser descrita no artigo.

    Os dragões terminaram também com a maior diferença da história entre os dois primeiros classificados (21 pontos), desde que a vitória vale três pontos.

    Alguns dias depois de se sagrar campeão na casa do maior rival, o FC Porto voltava à Luz para jogar a segunda mão das meias-finais da prova rainha do futebol português. Havia perdido o primeiro jogo em casa por 0-2, e três golos em 10 minutos derrotaram a equipa das águias (1-3) e assim o FC Porto reservou um lugar na final do Jamor, onde bateu o Vitória SC por uns expressivos 6-2, com um hat-trick de James Rodríguez.

    No que diz respeito à campanha europeia o FC Porto para chegar à final de Dublin eliminou Sevilha, CSKA de Moscovo, Spartak de Moscovo e Villarreal, este último com uma exibição de gala na primeira mão das meias-finais, tendo batido a formação espanhola por 5-1, onde Falcao assinou um póker.

    No derradeiro jogo disputado na capital irlandesa, um cabeceamento fulminante de Falcao decidiu a final 100% portuguesa com o Braga, que havia ultrapassado o Benfica nas meias-finais, e ajudou o FC Porto a alcançar o sétimo troféu internacional. Aos 33 anos e 213 dias, André Villas-Boas tornou-se o mais jovem técnico a vencer uma prova da UEFA. A última vez que os dragões tinham arrebatado quatro títulos tinha sido em 1987/1988.

    Uma época fantástica que os portistas nunca esquecerão, e que em campanha do último ato eleitoral do clube foi até desvalorizada por Jorge Nuno Pinto da Costa, mas o que é verdade é que o próprio entregou, em 2011, a André Villas-Boas na gala dos Dragões de Ouro, o prémio de melhor treinador do ano, tendo o recém-eleito presidente do clube feito um discurso impactante, que marcou todos os associados e adeptos do Futebol Clube do Porto.

    Sabemos como foi o FC Porto com André Villas-Boas a treinador, agora como será o FC Porto de Villas-Boas como presidente? Só o futuro dirá, mas o que todos os portistas quererão é que tenha o mesmo sucesso de 2010/11.

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