No regresso dos balneários nada de novo. O mesmo marasmo, agora em sintonia com a apatia da Académica, incapaz de aproveitar o menor fulgor do adversário, que avisou do que era capaz aos 56 minutos, com André Silva a obrigar Pedro Trigueira a grande defesa, após excelente iniciativa na área estudantil. Isto parece ter acordado a Académica, que a partir daqui ficou por cima do encontro, circulando a bola no meio-campo contrário. E exemplo disso foi a forma como a equipa se envolveu ofensivamente, dois minutos depois do lance de inspiração do jovem avançado portista, isolando Aderlan, que perdeu, em fintas desnecessárias, um golo feito.
A Académica estava melhor, embalada no ataque, mas isso teve custos. Aproveitando esse balanceamento, o FC Porto marcou. Brahimi (3 minutos depois de entrar), fez uma espécie de cruzamento-remate que acabou na baliza de Trigueira. Um lance fortuito em que André Silva acabou por ter papel decisivo – arrastou a marcação de Ricardo Nascimento e foi o facto de não ter tocado na bola que atrapalhou o guardião academista.
Isto não abalou os espíritos academistas, pelo contrário, espicaçou-os: Aderlan disparou à figura de Helton, e Pedro Nuno, após nova jogada colectiva bem conseguida, atirou por cima nos lances imediatamente a seguir ao do golo portista.
O jogo ficou mais partido, propenso a golos, mas o selo de 3-1 que a bola de Corona saiu centímetros ao lado do poste direito da baliza de Trigueira, Pedro Nuno finalizou por cima um lance de grande envolvência ofensiva academista, quando João Real (defesa central) já fazia de ponta-de-lança e Nii Plange, fugindo aos centrais desde o centro para a direita, e vendo Helton adiantado, mediu mal o chapéu (terminou na trave da baliza do brasileiro).
Esse foi mesmo o último suspiro de uma Académica que se estará, agora a penitenciar por achar que perdeu uma oportunidade única de vencer um jogo que não era do seu campeonato.