Gil Vicente FC 0-3 Sporting CP: Um Santo(s) que caiu do céu

    A CRÓNICA: HÁ MALES QUE VÊM POR BEM…

    O Sporting CP deslocou-se a Barcelos e venceu por 0-3, numa partida marcada por duas expulsões, uma grande penalidade falhada, e pelo oportunismo/cinismo leonino, que viu  Nuno Santos inspirado e como um autêntico abre-latas. Depois da ‘Santa bola parada‘ foi Nuno, que se revelou um autêntico santo.

    Com este resultado os leões ascendem ao (provisório) primeiro posto da tabela, enquanto os gilistas permanecem no oitavo lugar da classificativa.

    Bem, que primeira parte de loucos! 45 minutos que se traduzem em muitas paragens, três lances de vídeo árbitro, muitos amarelos (e vermelhos) distribuidos e, infelizmente, muito pouco futebol.

    Começemos de forma cronológica: ao minuto 12, Kanya Fujimoto atinge Matheus Reis de sola e leva o primeiro cartão vermelho do jogo, e nem 10 minutos depois, Luís Neto comete uma infantilidade sobre Pedrinho e também leva vermelho. 20 minutos que de futebol tiveram muito pouco.

    Após a expulsão, Ricardo Soares não mexeu e manteve uma estrutura sólida, com Navarro muitas vezes a servir de terceiro homem no meio campo, enquanto Rúben Amorim, por outro lado, rapidamente fez Nuno Santos entrar em campo de modo a que o Sporting CP mantivesse a estrutura a três com um ala bem aberto. O sacrificado foi Sarabia.

    E isto, caros leitores, foi apenas o começo. Depois de Matheus Reis negar o golo a Talocha, Ugarte caiu na grande área e, novamente após intervenção do VAR, foi assinalado uma grande penalidade a favor do Sporting CP.

    Pedro Gonçalves procurava restabelecer a confiança depois do falhanço de semana passada, contudo, apanhou um Frelih inspirado pela frente, que venceu o duelo perante o internacional português. 0-0, e que 45 minutos de loucos…

    A segunda metade do jogo narrou uma história completamente distinta.

    A serenidade na partida foi rapidamente foi reposta por Nuno Santos que não desperdiçou uma prenda de natal de Rúben Fernandes, e atirou uma autêntica bala, sem hipóteses defesa. 0-1 para os leões.

    A resposta dos homens da casa não foi, de todo, má, contudo, a eficácia dos forasteiros voltou a revelar-se decisiva, desta feita, através de uma bola parada (o que seria um jogo sem um tento de bola parada dos leões?). Gonçalo Inácio estabeleu tranquilidade no marcador e Rúben Amorim respirava de alívio.

    Após o 0-2 dos leões o Gil Vicente ainda cheirou a baliza de Adán, porém, a equipa perdeu-se em campo, e não mais se conseguiu organizar, quer do ponto de vista estratégico, quer mental.

    Mesmo antes do apito final Daniel Bragança ainda foi a tempo de dar a machadada final no resultado. 0-3 e vitória justa para os leões, ainda que os gilistas merecessem o golo de honra.

     

    A FIGURA

    Nuno Santos
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Nuno Santos – Fez o golo inaugural (e que golo!), restaurou confiança e assertividade no ataque leonino e executou o canto que deu o segundo golo da tranquilidade ao Sporting CP. Que momento de forma para o extremo português!

     

     O FORA DE JOGO

    Luís Neto foi o segundo a levar cartão vermelho esta noite
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Expulsões da primeira parte – Houve uma série de acontecimentos que marcaram a primeira parte, e que pouco podemos retirar de positivo em relação ao jogo. Contudo, as expulsões trouxeram do que pior que há no futebol: impetuosidade, falta de racionalidade e muito pouco espetáculo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – GIL VICENTE

    A equipa orientada por Ricardo Soares alinhou no seu habitual 4-3-3, que acabou por se transformar num 4-4-2 em organização defensiva. Isto, antes do jogo se transformar num campo de batalha ou algo parecido. Depois do momento da expulsão de Fujimoto, Ricardo Soares alinhou em 4-2-1-2, com Vítor Carvalho a servir de âncora para o meio campo gilista e Pedrinho a servir de elo de ligação entre o meio campo-ataque.

    Sem bola, a equipa da casa procurou ao máximo pressionar a primeira fase de construção do Sporting CP e, acima de tudo, abafar a zona central dos leões.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Žiga Frelih (6)

    Emma Hackman (5)

    Lucas Cunha (5)

    Rúben Fernandes (5)

    Talocha (6)

    Vítor Carvalho (6)

    Kanya Fujimoto (2)

    Pedrinho (6)

    Murilo (5)

    Samuel Lino (6)

    Fran Navarro (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Giorgi Aburjania (5)

    Matheus Bueno (5)

    Antoine Léautey (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Rúben Amorim apresentou-se no clássico 3-4-3 com alterações forçadas na defesa e com Ugarte a ser novamente aposta do técnico luso. Destaque para a estreia de Esteves na primeira liga e para o regresso de Paulinho ao onze leonino.

    Ora, após o minuto 20 – altura do 10×10 – Rúben Amorim assumiu o 3-4-1 com Nuno Santos a preencher a ala, Pedro Gonçaves a apresentar-se como o elemento ‘vagabundo’ à frente dos dois do meio campo e Paulinho como referência na frente.

    Com as dificuldades a ligar o jogo pela zona central do terreno, a equipa leonina procurou, de forma constante, explorar o jogo exterior, principalmente o lado esquerdo.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Adán (7)

    Gonçalo Esteves (6)

    Luís Neto (2)

    Coates (6)

    Gonçalo Inácio (7)

    Matheus Reis (6)

     Ugarte (6)

    Matheus Nunes (5)

    Sarabia (5)

    Pedro Gonçalves (6)

    Paulinho (6)

    SUBS UTILIZADOS

     Nuno Santos (8)

    Palhinha (6)

    Daniel Bragança (7)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Gil Vicente

    BnR: Boa noite mister, indepentemente do resultado, a equipa não abdicou daquilo que foi a sua identidade, repartiu a posse de bola, e até conseguiu muitas vezes remeter o Sporting CP para a sua organização defensiva. Sente que estes acabam por ser um dos pontos positivos que retira do jogo?

    Ricardo Soares: “Sim, esse é o lado positivo do jogo, se nós colocarmos o jogo desta forma: nós se esquecermos os 5 minutos mais os descontos, nós facilmente também chegamos à conclusão que não houve um desnivelamento de superioridade, de maneira nenhuma, por parte do Sporting CP perante o Gil. Vimos um jogo equilibrado que foram devidamente aproveitados com muita sorte à mistura. Não quero tirar mérito ao Sporting CP, porque é uma equipa muito competente, que sabe o que quer, e em espaços soube gerir o jogo com muita qualidade mas o segundo golo é de uma facilidade extrema para o Sporting CP. Levo essas boas sensações, mas também tenho que o dizer: não gostei nada da primeira parte”.

    Sporting CP

    Não foi possível realizar qualquer questão a Rúben Amorim

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.