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Benfica 1-0 Rio Ave: À maneira de Talisca

Benfica à Benfica
Quase um mês depois do último jogo na Luz, o Benfica regressou a casa para um jogo que foi tudo menos fácil. Valeu Talisca, uma vez mais. Mas antes de o pontapé do brasileiro aparecer, muita anarquia, indecisão e vazio de ideias pintou o jogo do Benfica frente a um Rio Ave atrevido. Jorge Jesus mexeu por obrigação – Eliseu lesionou-se e André Almeida assumiu a posição – e por opção: lançou Jonas na estreia a titular no campeonato, mostrou que Júlio César (finalmente!) será o titular caso se apresente em boas condições físicas e Talisca iniciou o jogo na posição de Gaitán, poupado por estar tocado e de quem o Benfica muito sentiu a falta no primeiro tempo.

Um bocejo podia resumir a primeira parte. Quando se pedia um Benfica a entrar forte no jogo como fizera em Braga – de nada valeu, é certo… – para resolver cedo o problema e poder pensar no Mónaco, apenas se viu uma equipa “manca” – André Almeida não dá qualquer profundidade ofensiva e Talisca não é extremo – que, aqui e ali, ia tendo alguns tímidos apontamentos no ataque. Muito por culpa de Jonas, que realizou mais uma boa exibição e mostrou que, quando mais entrosado, será um caso sério. Também Enzo Pérez, que finalmente voltou a demonstrar pedacinhos da qualidade que lhe é reconhecida, conseguia imprimir alguma dinâmica na fase de construção e disfarçar a desinspiração de Salvio, que tenta, tenta e não consegue, e Talisca, que não é Gaitán. Mas não chegava e algo tinha de mudar.

Num Benfica desinspirado vai valendo Talisca Fonte: Sport Lisboa e Benfica
Num Benfica desinspirado vai valendo Talisca
Fonte: Sport Lisboa e Benfica

Com mais uma exibição apagada e longe daquilo que pode e vai produzir, Samaris ficou no balneário ao intervalo e Enzo Pérez passou para 6, com Talisca à frente e Gaitán no lugar do costume. Apesar de se perder muito de Enzo (mais ninguém tem a sua capacidade de “comer” linhas adversárias) jogando nessa posição, a verdade é que se viu um Benfica mais organizado e equilibrado. O que não era difícil, dada a desorganização que o primeiro tempo mostrou. O desejado golo que desatasse o jogo chegou por obra de Talisca: mais um remate fantástico de fora da área do ex-Bahia a resolver o problema. Estávamos na hora de jogo mas o jogo longe de estar resolvido. Mérito para o Rio Ave, que espreitou sempre a baliza de Júlio César e mostrou que é uma das boas equipas deste campeonato e chegou mesmo a ter um golo anulado, numa decisão do auxiliar que deixa algumas dúvidas. Demérito para o Benfica, que não conseguiu resolver, de vez, a partida. Porque Gaitán não foi Gaitán, porque Salvio e Lima estão numa forma péssima e porque Jonas perdeu o “gás”. A entrada de Pizzi para o lado de Enzo Pérez fez com que Talisca ocupasse a terceira posição nos 90 minutos e foi importante para segurar o meio-campo.

Num resultado muito mais importante do que a exibição e que vale a liderança isolada, é urgente que Jorge Jesus reflicta sobre a qualidade de jogo que a equipa tem apresentado. Não é normal acumularem-se tantas más decisões no momento ofensivo nas equipas de Jorge Jesus. Mas talvez não surpreenda assim tanto: Cardozo, Markovic, Rodrigo… Valeu o melhor marcador do campeonato, mas isso não vai acontecer sempre.

A Figura
Enzo Pérez
– Este é o Enzo de que o Benfica precisa, ainda para mais este Benfica. O argentino é o cérebro, motor e coração da equipa e tem estado aquém do que mostrou na época passada. Esperemos que esta forma seja para manter.

O Fora-de-Jogo
Lima –
Já é recorrente mas não há como fugir. Nos últimos 19 jogos oficiais, Lima marcou dois golos. Dois. À falta de golos juntam-se as constantes más decisões e a falta de confiança. Está num momento de forma horrível e tem de ir para o banco.

 

Os 22 Chiquinhos de Lopetegui

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opinioesnaomarcamgolos

Rodar jogadores com frequência acarreta um grande problema: quando o momento é apertado, as mecânicas e as decisões não são mortíferas.

Não vale a pena inventar; a rotatividade só nos leva até certo ponto. O Porto de Lopetegui não é constante em quase nada a não ser a posse da bola com o objectivo de não a perder. Para além de a equipa não assumir riscos durante o jogo, também não assume titulares, por mais merecido que esse estatuto seja. A culpa está no senhor de fato e gravata sentado lá no banco. Os riscos, esses, eu entendo – entendo, não aceito –, já a titularidade é apenas uma teimosia. Se os jogadores fizeram mais do que o necessário para merecer a titularidade, porquê inventar? A titularidade dá consistência! A titularidade de hoje corrige os problemas da semana passada!

Por exemplo, se Tello jogasse mais vezes a titular não teria tanta “fome” de ser ele a marcar o golo, e, assim, em vez disso, faria um passe para um colega em posição mais vantajosa. Isto já aconteceu quantas vezes? Pois… Nem a mecânica (equipa) nem as decisões (jogador) são consistentes. Há uma equipa titular e depois há um banco. Não há 22 titulares em equipas de alta competição em lado nenhum! Essa mania da rotatividade é um hábito que se pratica mais nas camadas jovens, umas vezes porque é necessário, outras porque os miúdos têm de jogar, e outras ainda porque o pai do Chiquinho é louco e ainda dá um tiro de caçadeira ao treinador se ele não coloca o filho em campo! Este Porto parece um carrossel de feira… Todos têm direito a andar nele, mas já se sabe que por mais voltas que dê não vai a lado nenhum.

Tello é um dos maiores prejudicados pela rotatividade  Fonte: zerozero.pt
Tello tem sofrido com a rotatividade imposta por Lopetegui
Fonte: zerozero.pt

Termino com um assunto que vai ter grande impacto no futebol português: o desaparecimento dos fundos. Já quase toda a gente falou deles, bem e mal. Eu não tomo posições de valor pois não sei exactamente como é que eles funcionam – eu e muita gente – mas sei que sem eles muita coisa má pode acontecer. Imagino três conclusões para Portugal: primeira, sem o dinheiro dos fundos os clubes ficam expostos a magnatas e “ricaços” como Peter Lim; segunda, a qualidade do futebol português cai porque os bons saem e para os substituir somos forçados a usar o que há cá dentro e, sejamos sinceros, entre o jogador promessa e o jogador feito há muita ilusão; terceira, o mercado adapta-se e o valor dos jogadores estrangeiros desce. Eu aposto mais na última. O mercado sul-americano tem crescido muito, assim como o valor dos passes dos seus jogadores, mas a verdade é que há tubarões europeus a emagrecer e nem magros nem gordos podem comprar todas as promessas e jogadores de ouro que existem neste mundo! Com os fundos banidos as dificuldades aumentam para contratar lá fora, mas o mercado é volátil e, principalmente, mutável. Argentina, Brasil, México, Colômbia, Uruguai, entre outros, não vendem vidas de luxo, vendem sonhos. E o melhor disto tudo? Os tubarões não dormem.

Ibrahimovic e a Bola de Ouro: sempre tão perto, sempre tão longe

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ligue 1

A lista dos candidatos à Bola de Ouro 2014 já foi divulgada. O prémio entregue pela FIFA/France Football irá distinguir o melhor jogador do mundo do ano 2014. O principal candidato ao prémio é Cristiano Ronaldo, vencedor da Liga dos Campeões, Taça do Rei, Supertaça Europeia e ainda melhor marcador da Liga dos Campões e da Liga Espanhola (o que lhe valeu a conquista da Bota de Ouro).

A escolha dos 23 candidatos, como tem sido recorrente em outros anos, já gerou polémica. Começou desde logo por esta lista não incluir jogadores como Luis Suárez (Bota de Ouro a par de Cristiano Ronaldo), Godín (elemento fulcral na grande época do Atlético de Madrid e na chegada do Uruguai aos oitavos-de-final do Mundial) ou até mesmo Frank Ribéry, que no ano passado foi eleito o melhor jogador a actuar na Europa e ficou em terceiro lugar na atribuição da Bola de Ouro.

Blatter, sempre polémico, já veio a público defender que o prémio deverá ir para um dos vencedores do Mundial, elegendo Manuel Neuer como justo vencedor. A dúvida, para os media, é a seguinte: “quem vai acompanhar Ronaldo e Messi nos 3 finalistas?”. Para mim, o único argumento que pode levar Messi ao grupo restrito dos três finalistas é o facto de este ter chegado à final do Mundial e de ter sido eleito, injustamente, o melhor jogador da competição. A minha pergunta é outra: “quem são os dois que irão acompanhar a disputa da Bola de Ouro com Cristiano Ronaldo?”. Tantos outros nomes são mais merecedores de lutar pelo prémio do que Leonel Messi, que tem perdido o carácter de desequilibrador e de matador no Barcelona para Neymar.

Zlatan é o líder da "modesta" Suécia  Fonte: playbackfc.com.br
Zlatan é o líder da “modesta” Suécia, este ano afastada do Mundial por Portugal
Fonte: playbackfc.com.br

Então e Ibrahimovic? Está na lista dos 23 candidatos e, na época, transacta, venceu a Taça da Liga Francesa, a Supertaça Francesa, o Campeonato Francês e fez ainda 41 golos num total de 46 jogos. Foi o melhor marcador da Ligue 1 e na sua última época rubricou o seu melhor registo de sempre. O sueco, sempre irreverente e sempre matador, já há vários anos que tem sido candidato, tendo sempre sido remetido para um patamar secundário pela dicotomia Ronaldo/Messi que hoje em dia se vive no futebol mundial.

Zlatan é sem dúvida um matador. Por onde passou deixou a sua marca, ganhou títulos e conseguiu uma média de golos acima do normal. É um avançado de classe mundial e muitos consideram-no mesmo o melhor do mundo. Com 33 anos, por que é que nunca conquistou a Bola de Ouro? As razões são várias.

Ibrahimovic, como muitos grandes jogadores deste século, teve o azar de apanhar Messi e Ronaldo. O argentino e o português elevaram o nível de tal forma que nunca ninguém se conseguiu intrometer nesta luta por recordes e títulos. E Ibrahimovic, por muita qualidade que tenha, nunca conseguiu atingir o nível destes dois. E na realidade nunca esteve numa equipa que lhe proporcionasse isso. No ano em que saiu do Inter viu o seu antigo clube a vencer tudo (Liga dos Campões, Liga Italiana e Taça de Itália) enquanto andava em desacatos com Guardiola no Barcelona. E o Barcelona era a grande oportunidade de Zlatan vir a conquistar a Bola de Ouro. Era o clube ideal para o sueco conquistar grandes títulos e deixar uma marca, ainda maior, no futebol mundial.

Os desentendimentos com Guardiola afastaram Zlatan do Camp Nou  Fonte: 4dfoot.com
Os desentendimentos com Guardiola afastaram Zlatan do Camp Nou
Fonte: 4dfoot.com

Agora, no Paris Saint-Germain, por muitos golos que marque a sua única possibilidade é tentar a conquista da Bota de Ouro e ter assim um bom argumento para disputar a Bola de Ouro, até porque me parece difícil que o PSG conquiste algum titulo internacional. Apesar de a Bota de Ouro ser um prémio ao alcance do gigante sueco, a sua vida não se afigurará fácil, uma vez que Cristiano Ronaldo começou a época de pé quente e já leva 16 golos em 8 jogos na Liga Espanhola. Mesmo em França, Gignac já leva o dobro dos golos de Zlatan, tendo sido certeiro por 10 vezes.

Para além dos constrangimentos a nível clubístico e de viver na era de dois monstros do futebol, Ibra tem outro azar: é sueco. Não querendo mandar abaixo o povo escandinavo, o facto de Zlatan jogar pela Suécia reduz-lhe as possibilidades de vencer a Bola de Ouro em anos de Europeu ou Mundial, uma vez que os suecos não costumam apresentar grandes registos em grandes competições e muitas vezes, como foi o caso deste ano, nem ultrapassam a fase qualificação.

Apesar de tudo, ninguém pode apagar o nome de Ibrahimovic do lote dos melhores do mundo dos mais irreverentes da história. Ninguém sabe até que idade o gigante sueco irá jogar, nem com que qualidade. Mas Zlatan já provou ser como o vinho – quanto mais velho melhor! Agora vamos ver se esta carreira acaba congratulada com um grande prémio ou nem por isso.

O português que é campeão Mundial de Surf de Juniores

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cab Surf

Vasco Ribeiro é português e colocou o seu nome na elite mundial do surf. Na passada quarta-feira sagrou-se Campeão Mundial de Juniores, na praia de Ribeira D’Ilhas, na Ericeira, sucedendo assim a Gabriel Medina, que era o detentor do título.

O surfista de Cascais subiu para cima da prancha pela primeira vez aos seis anos de idade. A praia do Estoril apadrinhava-o, assim, na sua carreira de surfista. Porque era esse o seu objectivo desde sempre: chegar o mais longe possível.

Aos 19 anos, Vasco Ribeiro já conta com vários títulos. O ano de 2014 está recheado de conquistas para o português, sendo que também arrecadou o título de campeão nacional pela terceira vez e o título europeu júnior.

Na final do Campeonato Mundial realizada na Ericeira, o surfista de Cascais, com o sorriso que o caracteriza e com a garra de um filho do mar, impôs-se a Italo Ferreira, ao conquistar 18,63 pontos (9 e 9,63) nas suas duas melhores ondas, contra os 12,77 (6,17 e 6) do brasileiro.

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O surfista de Cascais com o sorriso que o caracteriza e com a garra de um filho do mar”
Fonte: redbull.com

Até à final, Vasco Ribeiro derrotou o brasileiro Deivid Silva nas meias-finais, o japonês Takumi Yasui nos quartos-de-final e o havaiano Joshua Moniz na quarta eliminatória.

Nas meias-finais, Vasco Ribeiro bateu Deivid Silva, ao somar 15,34 pontos (6,67 e 8,67). Já o seu adversário da final Italo Ferreira impediu uma final cem por cento portuguesa, ao bater Tomás Fernandes, cujos 16,50 pontos (9,17 e 7,33) foram insuficientes para seguir em frente e disputar a final com Vasco Ribeiro.

Um mês depois de se ter sagrado campeão europeu de Pro Júniores, Vasco Ribeiro conquistava Ribeira D’Ilhas e o título Mundial de Surf de Juniores, sucedendo, assim, a Gabriel Medina – o actual líder do circuito mundial de Surf e possível campeão mundial.

Em águas portuguesas, o título ficou na prancha de um talento luso.

“Senti-me muito bem, estou muito contente, nem tenho palavras para descrever este momento.” (declarações à Lusa) Fonte: https://www.facebook.com/VascoRibeiroSurf?fref=ts
“Senti-me muito bem, estou muito contente, nem tenho palavras para descrever este momento.” (declarações à Lusa)
Fonte: facebook.com/VascoRibeiroSurf

Será o fim da rotatividade?

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serefalaraporto

Estamos à entrada do quinto mês de trabalho da presente época e parece que finalmente Lopetegui começa a definir a equipa. Verdadeiramente, não era uma tarefa fácil, uma vez que os egos eram diversos, o plantel novo e muitos jogadores não se conheciam. Todavia, a necessidade de formar uma equipa era urgente tendo em vista os objetivos a que o clube se propunha.

Curiosidamente ou não, o onze era óbvio desde o início, salvo uma outra possibilidade. Dois jogos, duas vitórias, uma coisa em comum, os mesmos jogadores iniciais. Fabiano, Alex Sandro, Danilo, Maicon, Martins Indi, Casemiro, Herrera, Quintero, Brahimi, Tello e Jackson. É notória a ausência de jogadores portugueses! Dos que integram o plantel azul e branco, talvez só Quaresma pudesse discutir o lugar com Tello. Ruben Neves ainda é um miúdo que embora tenha muita qualidade deve jogar apenas alguns jogos, sem nunca esquecer que a principal prioridade é o seu crescimento (Ruben foi distinguido como a revelação do ano, vencendo um Dragão de Ouro). Assim sendo, no onze inicial estariam 3 internacionais brasileiros, 1 internacional holandês, 2 internacionais colombianos e 1 internacional argelino, cuja qualidade é inegável.

O "onze base" do FC Porto  Fonte: FC Porto Vídeos
O “onze base” do FC Porto
Fonte: FC Porto Vídeos

A colocação destas peças em campo permitiu a Lopetegui deixar fluir o seu jogo, pois algumas das lacunas até agora mais discutidas estão a ser diminuídas. Casemiro e Herrera dão apoio aos centrais na primeira fase de construção, diminuindo a possibilidade da “pressão alta” que o Porto tanto tem sofrido ao longo desta época. Herrera, com a função de ser o box-to-box da equipa, procura dar profundidade ofensiva, mas também transportar o jogo desde trás – é considerado o “Di María do meio-campo” e tem subido muito de rendimento. Casemiro talvez seja o jogador mais discutido por todos os espetadores, dado que ainda tem muitas lacunas para serem trabalhadas, mas é sem dúvida o melhor médio defensivo de que o plantel dispõe e por alguma razão foi recentemente convocado para uma das melhores e mais competitivas seleções do mundo.

Brahimi é visto como o grande mágico deste Porto e tem elevado cada vez mais o seu futebol a outro patamar. Já não é só o jogador que encantou na Liga Francesa e na Liga Espanhola (vencendo recentemente o prémio de melhor jogador africano na temporada transata) pelos seus dribles, pelos seus níveis acima da média no confronto 1×1. Brahimi é hoje um jogador de equipa, um jogador que usa as suas mágicas fintas em prol do coletivo, que marca, dá a marcar e distribui jogo. Será possivelmente o melhor jogador em termos de características individuais a atuar no campeonato português.

O colombiano Quintero tem um dom, o dom do último passe – é um número 10 puro, é um craque que começa a ganhar o seu lugar e a espalhar o seu futebol em campo, oferecendo golos, marcando golos, sendo o pilar entre o meio campo e o ataque. Estes dois jogadores, que alternam entre a ala e o meio-campo, são os criativos, os desequilibradores, os mágicos deste Porto versão 2014/2015 e, com o tempo, conhecendo-se cada vez melhor, certamente vão dar muito que falar esta temporada.

Quintero e Brahimi - os doís mágicos no Dragão  Fonte: zerozero.pt
Quintero e Brahimi – os doís mágicos no Dragão
Fonte: zerozero.pt

No ataque, temos também Tello, que vem da cantera do Barça e que possui uma enorme velocidade – deixou o egoísmo que apresentou no início da época (talvez pelo ego de vir do Barcelona) e tornou-se somente o jogador com mais assistências da equipa; e Jackson, que, com toda a sua qualidade, beneficia jogo após jogo de toda a envolvente em seu redor – tanta qualidade junta permite-lhe deter um ótimo registo de golos (recentemente venceu o prémio de melhor desportista do ano no Futebol Clube do Porto).

Na defesa, as laterais pertencem inegavelmente aos 2 internacionais brasileiros – Danilo (recentemente distinguido como o melhor futebolista do ano no reino azul e branco) e Alex Sandro. No centro da defesa, Martins Indi, o internacional holandês, parece ter assegurado o seu lugar no onze, acompanhado por Maicon.

Os próximos jogos irão ditar se a rotatividade acabou (ou pelo menos abrandou). Se assim for, o Porto tem, sem margem para dúvidas, uma equipa para lutar por todas as frentes que ainda disputa e, sobretudo, um plantel que, tendo uma média de idades de 23,8 anos, tem ainda uma margem de progressão enorme. A Taça de Portugal já não é um objetivo para esta época, os qrandes objetivos são obviamente a recuperar o título nacional e elevar o nome do clube na Liga dos Campeões. Só depende da equipa, a qualidade está toda lá. Somos Porto.

Top 10 – Os que me deixam mais entusiasmado

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No início de todas as temporadas há um número de jogadores e treinadores que me deixa bastante intrigado. Nesta lista descrevo o porquê de estes próximos profissionais me deixarem em pulgas com as prestações que se avizinham.

[tps_title]10º Anthony Davis [/tps_title]

anthony davis
Fonte: hdw.eweb4.com

Considerado por muitos o próximo jogador que irá levantar o troféu de MVP – e, segundo os especialistas, poderá até conseguir esse feito ainda este ano. Se bem que o considere muito improvável, o seu crescimento de um ano para o outro também foi, em si, extremamente improvável. Anthony Davis teve uma subida de rendimento absolutamente vertiginosa, e o jogador mais conhecido pela sua cada vez mais mediática “monocelha” é, em teoria, aquele cuja capacidade individual e potencial que mais promete; contudo, nada garante que este seja “o” ano de Davis. Mas podem ter a certeza que estou muito curioso com o que este jogador vai ser fazer este ano. Se estiver saudável é, sem dúvida alguma, um jogador a seguir.

Top 10 – Jogadores que me marcaram

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O futebol é importante mas não é o mais importante das nossas vidas. Por isso, sempre gostei de atletas que, para além de uma inegável qualidade e inteligência dentro das quatro linhas, tivessem outras características singulares que os destacassem. Por isso, esta lista contém alguns casos de fidelidade aos clubes, e outros de dedicação a uma causa. Nem todos os jogadores que escolhi foram desportistas de top mundial, mas não há aqui nenhum que não me tenha marcado profundamente. Esta é a minha selecção dos 10 futebolistas que, de uma forma ou de outra, mais contribuíram para o desenvolvimento do meu gosto pelo desporto-rei. E, tão ou mais importante do que isso, alguns deles fizeram-me ver que é perfeitamente possível ser adepto de futebol e lutar pelas causas em que acreditamos. Agradeço-lhes por isso, e faço-lhes aqui a minha pequena homenagem.

[tps_title]10º Francesco Totti [/tps_title]

totti 10
Fonte: www.ilgiornaledivicenza.it

Um dos jogadores que mais marcaram a minha infância e adolescência. Quando muitos escolhiam caminhos mais fáceis e instantâneos para a glória, Totti manteve-se fiel à Roma, e isso é um exemplo para qualquer jovem. Consta que fora dos relvados não é muito eloquente, mas o facto é que dentro deles atingiu o topo. Com uma técnica soberba, tanto a nível de passe curto e longo, como de remate e livre directo, Totti lê muito bem o jogo, é imprevisível e tem uma boa capacidade para jogar entre linhas. Projectou o clube para um patamar superior e foi claramente um dos melhores do mundo da sua geração. Quando fui a Roma quis comprar uma camisola com o seu nome, mas tive um pequeno desgosto ao saber que a loja do clube estava fechada para férias.

O inadmissível e a actualidade leonina

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a norte de alvalade
Sem surpresa a UEFA rejeitou o protesto apresentado pelo Sporting, relativamente ao jogo com o Schalke 04. Surpresa isso sim, registei na tradução feita pela generalidade dos órgãos de comunicação social, que fizeram, de forma preguiçosa ou reveladora de ignorância, uma transposição literal da palavra inglesa “inadmissible”. Ora o protesto do Sporting não foi considerado inadmissível, no sentido de “intolerável” ou “inaceitável” mas sim rejeitado como inválido, o que é bem diferente. Saúde-se a explicação dada pelo Noé Monteiro, ontem na Antena 1. (ouvir neste link)

Questões de semântica à parte, vinco o sentido de um outro post sobre a matéria: o Sporting fez muito bem em protestar. Era, isso sim, inadmissível que não o fizesse. Mas, insisto, é lamentável que o tenha feito nos termos que o fez. O que UEFA veio dizer é que os regulamentos não prevêem quer a repetição do jogo quer a entrega do valor pedido pelo Sporting. Pior é o Sporting aceitar a troca de um principio – a da reposição da justiça – por um valor monetário qualquer que ele seja, quando pede “a repetição ou o dinheiro.”

A contratação de Sara Moreira e o atletismo
Acabaram por se confirmar os rumores que já circulavam há alguns dias sobre a possibilidade de o Sporting contratar Sara Moreira. Uma excelente noticia que se junta a outras de abandonos já confirmados e de rumores de mais saídas. Provavelmente será melhor esperar mais algum tempo para se perceber qual o sentido das mudanças numa modalidade que outrora já deu tanto ao clube mas que, face à realidade instalada, requer uma profunda reflexão. É verdade que as verbas despendidas pela modalidade não se assemelham ao que se gasta no futebol, mas não é menos verdade que os tempos em que as camisolas do clube são envergadas pelos atletas da modalidade são escassos.

Já se pode estar preocupado com a formação sem ser acusado ou insultado?
A formação é desde há muito tempo um tema caro neste espaço. Infelizmente, tanto agora como no passado, demonstrar preocupação, discordar de determinadas decisões ou até de avaliações de jogadores, é quase sempre entendido como pretexto oportunista para fazer “oposição”. O tempo, como sempre, encarregar-se-á de fazer justiça.

Acontece que a semana foi mais uma vez marcada pela continuação da instabilidade em Alcochete. A época leva pouco mais de 3 meses e o rodopio de treinadores continua. A demissão de Bento Valente deve ser entendida como um verdadeiro tiro no porta-aviões, se atendermos à forma como o seu regresso havia sido anunciado. A par disso os resultados são os que se sabe, com as humilhações consecutivas a nível internacional a contrastarem com os pergaminhos do clube nestes escalões. A saída de Lima não ilude a dúvida sobre a qualidade do plantel de júniores, por exemplo. Qualidade que vem sofrendo erosão consecutiva e foi a qualidade, como sempre, que fez a formação do Sporting deter o estatuto que detém. Estatuto que não nasceu ontem, mas que pode acabar amanhã se as decisões certas não forem tomadas. Construir leva tempo, implodir não.

Virgílio é o nome no centro do furacão. Tido pelo presidente como o “o homem que respira futebol” e a quem foi entregue o poder (e o fardo) de tudo decidir em Alcochete, vem acumulando uma série de decisões altamente questionáveis. Despedir treinadores com a época a começar ou com poucas jornadas decorridas é pelo menos sinal de mau planeamento. Tenho também muitas dúvidas que a preferência por nomes de Sportinguismo inquestionável como Barão ou Venâncio, mas sem nada que se recomende no curriculum, sejam as medidas correctas. Aliás, tal como os seus ex-companheiros, além do passado em comum, registam também em comum quase duas décadas de afastamento quase total do futebol, quer profissional quer de formação.

As noticias às pinguinhas sobre a auditoria
Começou por se saber que o clube iria processar ex-dirigentes e profissionais, o que já parece estar em curso. No fim-de-semana “soube-se” que Gomes Pereira gastava muito dinheiro em medicamentos, o que o antigo responsável pelo departamento clínico veio agora desmentir. Não sei a quem interessa este tipo procedimento, o Sporting não ganha nada com tipo de exposição.

Sobre este tema chamaria à atenção o que se vem passando no Barcelona, cujas feridas das acções intentadas contra ex-dirigentes dividiram profundamente o clube e custarão muito mais do que este alguma vez receberá. Isto se alguma vez receber alguma coisa, uma vez que as acções movidas a ex-dirigentes foram recentemente rejeitadas judicialmente, mas as suas consequências ainda permanecerão por tempo indeterminado.

A propósito deste tema dizia ontem o conhecido jornalista espanhol Martin Perenau:

1.- Sandro Rosell, el más votado de la historia, pudo ser el presidente de la concordia en el Barça, pero eligió gobernar desde el rencor.

2.- Rosell heredó el mejor equipo de siempre, un gran entrenador, una Masia bien dirigida y una metodología y modelo de juego irrefutables.

3.- Rosell también recibió una herencia mala. Heredó problemas de gestión, carencias, errores y defectos.

4.- Rosell pudo ser magnánimo: perfeccionar la herencia buena, hacerla suya y aprovechar los réditos. Y limpiar y corregir la herencia mala.

5.- Sandro Rosell optó por el rencor como guía y norte de su mandato. Hoy, es un fantasma errante porque el rencor nunca construye nada.

Quem sabe nós pudéssemos aprender alguma coisa com isto.

Liga Fut11: Ferroviário 0-1 Biqueiras de Aço

Em partida a contar para a Liga Fut11 da Sideline, no Campo de Jogos de Marvila, a equipa Biqueiras de Aço bateu o Ferroviário, formação da casa, pela vantagem mínima, mas de uma forma quase heróica, visto que durante muitos minutos o conjunto forasteiro, que contou nesta partida com Costinha, ex-internacional português e campeão europeu pelo FC Porto, se bateu com apenas 10 unidades no terreno, depois da expulsão de Pestana.

Numa manhã bastante quente, o que complicou a tarefa dos atletas, assistiu-se a uma partida bastante equilibrada, jogada a um bom ritmo, e em que houve oportunidades de golo para ambos os lados. Com a tal expulsão de Pestana, o jogo passou a ter um maior domínio do Ferroviário, que mesmo assim não conseguiu aproveitar tal facto para se colocar em vantagem.

Jogo bem disputado no Campo de Jogos de Marvila, terreno do Ferroviário Foto: João Rodrigues
Jogo bem disputado no Campo de Jogos de Marvila, terreno do Ferroviário
Foto: João Rodrigues

Aliás, foram mesmo os Biqueira de Aço que tiveram uma soberana oportunidade de golo, ao disporem de uma grande penalidade, que acabou por não ser concretizada. Contudo, e quando já se pensava que o nulo iria prevalecer, eis que ocorreu um golpe de teatro. Num rápido contra-ataque, os Biqueiras de Aço colocaram-se em vantagem no marcador à beira do final, com Rosário a facturar e a oferecer uma importante e muito saborosa vitória à sua formação.

De salientar, e porque nunca é demais fazê-lo, este tipo de torneios, que permitem aos espectadores rever ex-grandes atletas que ainda conseguem dar espectáculo nos relvados. Mesmo numa manhã com ar tórrido e pouco propício a grandes correrias, ninguém deixou os seus créditos por mãos alheias, e assim sendo assistiu-se a uma partida renhida e bastante aguerrida.

O Benfica da “Pedreira”: Sem canudo mas com telescópio

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paixaovermelha
Ainda sobram muitos atritos do jogo de Braga e é importante analisar as razões que levaram à perda de três pontos. A primeira derrota da época para a Primeira Liga pôs a nu as características mais negativas do atual Benfica – e não falo apenas do plantel. Jorge Jesus é o principal culpado da derrota na “pedreira” e não faltam ilações a tirar das (péssimas) decisões do treinador encarnado.

Primeiro, ao organizar taticamente o seu onze, a condição física das duas equipas devia ter sido um fator determinante nas escolhas de Jorge Jesus. Como é habitual na Liga dos Campeões, o Benfica vinha de um jogo de alta intensidade frente ao Mónaco, realizado apenas quatro dias antes da derrota do passado domingo. O SC Braga, por seu turno, fez o seu último jogo perante o modesto Alcains, uma semana antes do jogo com o Benfica. Sabendo do estado físico das duas equipas, não teria sido mais inteligente optar por uma defesa rígida, com um bloco mais baixo, em vez de uma linha defensiva demasiado alta (quase ao meio-campo) e a oferecer claramente as costas aos rapidíssimos alas bracarenses? Foram incontáveis as vezes que Rafa, Pardo e, mais tarde, Salvador Agra exploraram o imenso espaço dado pelos defesas do Benfica.

Ainda antes do jogo se iniciar, o onze titular deixava bem vincada a ideia de Jorge Jesus: pressão alta e mobilidade na linha ofensiva. Nos primeiros minutos tudo correu bem, mas rapidamente a estratégia se desmoronou: Gaitán, que perfurou por completo a defesa do Braga nos minutos iniciais, não foi capaz de pegar no jogo; Talisca, à imagem dos últimos jogos, fez um golo e pouco mais; Salvio deambula entre o genial e o banal, sem nunca consolidar o seu futebol; Lima… bem, sobre o brasileiro os números dizem tudo: dois golos em 881 minutos. Parece-me evidente que há certos jogadores que, não descurando toda a sua qualidade e importância, podem (e devem) ter algum descanso. Falo especificamente de Lima e de Talisca, que, salvo um equivoco, adquiriram um lugar anual no plantel titular das águias. Não só permanecem no onze, independentemente do défice de rendimento, como raramente são substituídos no decorrer da partida. Aliás, alguém entende a razão para Jorge Jesus efetuar apena uma substituição (Jonas por Samaris) quando era perfeitamente visível a péssima condição física de vários jogadores do Benfica? Tiago, Pizzi ou Cristante são opções válidas e que dariam, pelo menos, fulgor físico.

A superioridade numérica do Braga no meio-campo foi sempre evidente Fonte: Zerozero
A superioridade numérica do Braga no meio-campo foi sempre evidente
Fonte: Zerozero

Mas, ainda assim, o grande problema do Benfica em Braga ocorreu durante o jogo e teve o mesmo Jorge Jesus como culpado. Após uma primeira parte bem dividida (o empate ao intervalo expressava na perfeição o desenrolar da partida), o Benfica entrou para os segundos quarenta cinco minutos totalmente dominado pelo Braga. De forma perspicaz, Sérgio Conceição desceu Tiba para junto de Danilo e o Benfica nunca mais se encontrou. Os três médios do Braga (com Rúben Micael a “10”) engoliram por completo a dupla Samaris e Enzo. A equipa benfiquista gritava por uma alteração tática que permitisse impedir a óbvia superação do Braga na zona central. Mais uma vez, Jorge Jesus mostrou-se incompetente na leitura do jogo e, quase escandalosamente, retirou Samaris (que já estava amarelado), desceu Enzo para a posição 6 e Talisca para a posição 8 e fez entrar Jonas para segundo-avançado. Como esperado, a alteração nas posições teve mais de negativo do que positivo. Se já era difícil a bola chegar aos avançados encarnados, a partir deste momento deixou de existir uma ligação mínima entre os setores, o que criou um autêntico buraco entre o meio-campo e a linha avançada.

Novamente vejo-me obrigado a questionar por que razão, ao ver a óbvia superioridade numérica do Braga no centro do terreno, Jorge Jesus não utilizou um meio-campo com três jogadores capazes de fazerem a devida contenção e obstruir, em grande parte, as transições rápidas do adversário?

O que é certo e fatual é que o Benfica, na presente temporada, ainda não conseguiu vencer um jogo de dificuldade média/elevada. Sporting, SC Braga, Zenit, Bayer Leverkusen e Mónaco – todos eles causaram sérios problemas e são a prova de que o Benfica não tem uma percentagem de sucesso elevada frente a equipas com recursos iguais ou superiores. Nestes duelos, o Benfica é quase sempre dominado. A lógica impera: quem domina tem maior probabilidade de vencer. Não foi por acaso que o Benfica de Jorge Jesus se tornou campeão nacional somente nas duas vezes em que, na mesma época, venceu pelo menos um jogo frente ao FC Porto, ao Sporting e ao SC Braga. Em toda as outras épocas, o Benfica não foi capaz de levar de vencida um ou mais dos principais adversários.

Cai um mito. Ou ainda alguém dúvida da importância dos jogos grandes?