📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:
Início Site Página 10019

Há coisas que nunca mudam… e outras que evoluem

0

cab futsal

Atingida a terceira jornada do campeonato nacional, podemos desde já constatar alguns factos que me parecem capazes de resumir aquilo que podemos esperar das equipas esta época.

Atrevo-me a dizer, primeiramente, que há coisas que nunca mudam (pelo menos por enquanto): a segunda circular continua a dominar o futsal português com exibições de encher o olho e que deixam qualquer adepto orgulhoso por se dirigir ao pavilhão para ver o espetáculo do futsal. Ao apostarem na formação e também no aperfeiçoamento táctico e técnico dos jogadores que contratam, Sporting e Benfica apresentam-se, cada vez mais, como o expoente máximo desta modalidade. Em três jogos, três vitórias para os eternos rivais com dezasseis (!) golos marcados para cada lado. Não é fácil…

A par destes resultados “invejados” pelos demais clubes portugueses, fico também bastante feliz por poder afirmar que estas duas equipas têm dado cartas além-fronteiras, com participações positivas na Europa, quando chamadas a representar Portugal na Futsal Cup. Mas calma… é necessário muito trabalho para que ambas as equipas se consigam afirmar perante colossos como o Barcelona ou o Dynamo Moskva. Por agora, é essencial manter os pés bem assentes na terra e subir o nível com passos cuidadosos.

qd fundao
A AD Fundão foi finalista do último campeonato e continua forte
Fonte: adfundao.com

Ainda assim, apesar de a modalidade estar automaticamente associada a estas duas formações lisboetas, temos assistido ao crescimento de outras equipas que se começam a querer afirmar. Posso referir os Leões de Porto Salvo, que têm sempre a capacidade de discutir o jogo seja contra quem for e causar estragos às águias e aos leões de Alvalade; o SC Braga, que terminou a época passada em terceiro lugar, a sete pontos dos líderes; ou até o AD Fundão, que conseguiu mesmo eliminar o Benfica nas meias-finais da Final Four. Este é um alerta que lanço, pois estes clubes podem causar a reviravolta no campeonato a médio prazo.

Por fim, é também de louvar o aparecimento de clubes que dão os primeiros passos no futsal. De facto, à medida que os anos passam, torna-se uma modalidade cada vez mais apelativa. O jogo em si aperfeiçoa-se, os jogadores desenvolvem as suas capacidades e os adeptos enchem pavilhões. Atrevo-me a dizer, até, que esta situação é transversal a todos os escalões, seja em masculino ou feminino.

É bom para Portugal.

Andebol: Leões e Dragões já comandam

0

cab andebol

O Nacional de Andebol vai na terceira jornada e já temos os dois principais candidatos ao título – Porto e Sporting – na frente, sendo as únicas equipas que contam por vitórias os jogos já realizados.

Tive a oportunidade de ir ver o jogo do Sporting desta terceira jornada, que decorreu na casa do Passos Manuel. Apesar de ser um jogo em que se esperava uma vitória do Sporting, ainda estava na memória de quase todos a vitória da equipa da casa num torneio de pré-época, isto quando também na pré-temporada os leões já tinham ganhado na sua apresentação aos sócios. Foi um jogo equilibrado na primeira parte, mas na segunda os leões mostraram porque são considerados um dos principais candidatos ao título e venceram o jogo por 34-24. Esta partida contou com um pavilhão muito bem composto, e entre o público esteve o presidente do Sporting, assim como Vicente Moura, vice-presidente para as modalidades. O Porto, por seu lado, foi aos Açores jogar com o Sporting da Horta, na ilha do Faial. Os Dragões não tiveram grande dificuldade neste jogo e venceram por 27-19.

scp passos manuel
A defesa do Sporting melhorou muito na segunda parte

No campeonato já se pode ver que as principais equipas continuam a ser as mais fortes, com ABC, Benfica, Madeira SAD e Águas Santas a estarem nos seis primeiros lugares. Com isto já se consegue perceber que a nova temporada não trará nada de novo no que toca aos principais clubes. Como tal, será sempre importante ter em conta o ABC, que, sendo um histórico da modalidade, recomeça a ser uma equipa que dá muitas dores de cabeça aos principais clubes, principalmente em casa. O Benfica fez mais uma vez um investimento forte, mas, para já, os resultados não parecem acompanhar esse investimento, uma vez que os encarnados perderam os dois jogos que já fizeram com o Sporting.

Esta temporada apresenta uma grande alteração na competição: em vez da divisão em dois grupos, como até agora acontecia, haverá um play-off. Esta opção permitirá que aconteçam mais surpresas e com isso haja mais emoção.

O campeão versão 2014/15

0

Topo Sul
Seis jornadas de campeonato podem não ser suficientes para fazer uma análise profunda ao novo Benfica versão 2014/2015, mas esta parece-me ser a altura indicada para retirar as primeiras ilações sobre o desempenho da equipa encarnada neste início de época. No fundo, apontar os defeitos e as virtudes de um Benfica renovado mas não tão diferente do da temporada passada.

Comecemos pelas semelhanças: mentalidade vencedora. O que realmente importa e o que define os campeões. Mesmo sem encantar, pois engana-se quem pense que o vamos fazer regularmente esta temporada, o Benfica continua a ganhar os seus jogos, a encontrar a fórmula certa para o fazer, e as cinco vitórias em seis jogos do campeonato apenas vêm provar que as águias não estão dispostas a entregar de bandeja o título de campeão aos seus rivais, como muitos afirmavam ainda antes do começo da competição. Para além do espírito de vitória, que continua enraizado no plantel, Jorge Jesus e a direcção do Benfica parecem ter conseguido, mais uma vez, reconstruir a equipa de uma forma equilibrada, depois de terem saído mais metade dos titulares obreiros do triplete. Através de alguns acertos tácticos, Jesus conseguiu formular um onze-tipo capaz de superar os maiores desafios nacionais – nas competições europeias o caso muda de figura. Mas, como a prioridade é o campeonato, os homens do plantel encarnado têm capacidade para lutar até ao fim para revalidar o título nacional. Isso já deu para ver apenas com seis jornadas decorridas.

Em função de tantas entradas e saídas durante o defeso, este Benfica molda-se por uma estrutura ligeiramente diferente do que a do ano passado. Sem esquecer que ainda estamos numa fase muito precoce da época e que normalmente as equipas de Jorge Jesus explodem na segunda metade da temporada, a equipa encarnada está mais vulnerável em alguns sectores, principalmente na posição de avançado, e isso tem repercussões evidentes no estilo de jogo da equipa. Apesar de Talisca estar a mostrar a sua veia goleadora neste início de temporada, continuo reticente quanto ao seu papel de segundo avançado no sistema de Jesus. Como já se percebeu, a sua posição não é aquela e, com Enzo e Samaris instalados no onze, o médio brasileiro vai ter dificuldades no seu posto de titular. Obviamente que se trata de uma boa dor de cabeça para Jorge Jesus, mas, a meu ver, a equipa encarnada é mais dinâmica e perigosa se Lima tiver a companhia de Derley ou Jonás ao seu lado. Para além desta nuance, Ola John, em forma e com vontade de mostrar o seu talento, pode perfeitamente preencher o lado esquerdo do ataque encarnado, encostando o 10 Nico Gaitán para o centro e deixando o pé esquerdo do argentino ser a segunda fase da construção de jogo da equipa. Jesus tem usado esta estratégia como plano B e, como se viu nas últimas jornadas, parece resultar na perfeição. Este aspecto do jogo encarnado é o que poderá fazer a diferença na qualidade de jogo da equipa daqui para frente. Não é o único, pois Jardel parece não lidar bem com o estatuto de titular, mas para já é o que pretendo destacar nesta primeira impressão da nova águia. Durante a temporada, todas estas arestas serão limadas por Jorge Jesus, que semanalmente fará a gestão dos jogadores a seu bel-prazer, já que tem à sua disposição um grupo com qualidade e margem de progressão capazes de dar alegrias aos adeptos encarnados.

Depois de perder com o Zenit, uma vitória em Leverkusen é crucial para a qualificação do Benfica na Liga dos Campeões. Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Depois de perder com o Zenit, uma vitória em Leverkusen é crucial para a qualificação do Benfica na Liga dos Campeões.
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Este meu tom confiante e optimista é, de facto, genuíno, mas não disfarça algumas preocupações que naturalmente me apoquentam, não fosse eu adepto encarnado. De entre essas preocupações, destaco a apatia do Benfica perante a Liga dos Campeões. Já que estamos a entrar em mais uma jornada europeia, gostaria de alertar o plantel para, de uma vez por todas, não se amedrontar perante a mais conceituada competição de clubes europeus, mas mostrar ao mundo do futebol que a águia pode voar alto nos grandes palcos. E por grandes palcos refiro-me aos da Liga milionária. Consciente de que o Benfica realizou exibições astronómicas nas passadas edições da Liga Europa, confesso também que a equipa poderia e deveria ter feito muito mais na Liga dos Campeões, pois teve fortes possibilidades de passar a frase de grupos nas duas épocas anteriores – o mínimo que se exige a um clube como o Benfica – e tal não aconteceu. Esta temporada, a competição não começou da melhor forma para as águias, mas pela frente ainda estão mais seis batalhas para a equipa provar que não é inferior a qualquer uma das restantes equipas que compõem o grupo C da Champions League.

Votos de uma exibição ao nosso nível na Alemanha, meu Benfica!

Precisamos de uma reviravolta

0

amarazul

Golos. Vitórias. Gritos. Festejos. O Futebol Clube do Porto está a menos de vinte e quatro horas de regressar ao campo e precisa urgentemente de voltar ao que o torna feliz. Uma vez mais: golos, vitórias, gritos, festejos. Os motivos pelos quais nos últimos jogos tal não foi possível são muitos, sim, mas o que hoje me interessa é a urgência de um triunfo.

Como o Pedro Maia apontou ontem, “não é normal que de uma goleada na Champions para um jogo no campeonato se mudem seis jogadores”; também não o é que tenhamos sido forçados a testemunhar diversas decisões – às quais somos completamente alheios – nos últimos embates. Mas são Passado e, como tal, não me interessa neste momento reflectir sobre isso. Adiante: perdidos aqueles pontos, e agora numa outra competição, é essencial regressar aos triunfos.

Entrámos na Champions não com um mas sim vários ‘pés-direitos’; entrámos como nunca. Vencemos mas, ainda mais, goleámos! Fechámos o jogo de forma histórica, corremos a Europa e saímos do Dragão orgulhosos. Amanhã, nada disso pode ser deitado a perder. De nada serve vencer por 6-0 se no embate seguinte forem cometidos erros básicos como nos últimos encontros. Não na Europa.

1
Inspiração mas, sobretudo, concretização. Golos são fundamentais no jogo de amanhã
Fonte: sicnoticias.sapo.pt

A Champions League é a nossa casa. É lá que gostamos de arrendar um apartamento, é estando lá que gostamos de convidar amigos para verem o Porto jogar. É a nossa casa e, como tal, lá temos de saber jogar. Amanhã, a Arena Lviv não será casa de ninguém. O Shakhtar está afastado de Donetsk pela situação que a Ucrânia atravessa. São 1176 os km que o separam da verdadeira casa da equipa e, como tal, temos de aproveitar. Estádio sem casa é estádio à procura de um dono, de alguém que lá faça história e domine. E a essa oferta o Porto tem de saber corresponder.

A abordagem que aqui trago pode ser, admito, algo dramática. Pode até levar muitos a discordar do que digo. No entanto, não é descabida. Não numa fase inicial da época em que é importantíssimo regressarmos aos triunfos. Não o digo por querer que se faça esquecer o registo de pior começo dos últimos cinco anos. Esse só a mim me diz alguma coisa – nenhum jogador precisa de pensar no que os seus antigos colegas fizeram ou não nos anos anteriores para melhorar as suas exibições. Ou pelo menos não devia. Amanhã, precisamos de uma vitória para a equipa sentir que pode dominar qualquer adversário e sair vencedora; precisamos de uma vitória para dar mais um (grande) passo rumo ao apuramento para os oitavos-de-final. Os três pontos são necessários e terão influência na forma como os comandados de Lopetegui conseguirão enfrentar um embate duplo com o Athletic.

Manchester United: Os Problemas Centrais

premier league

Se procurarmos por equilíbrio no dicionário temos a certeza de que não vemos lá escrito ‘Manchester United’. A equipa de Louis van Gaal contrasta um ataque de uma qualidade tremenda com uma defesa que treme por todos os lados.

Nos últimos dias de mercado o técnico holandês deu-se ao luxo de dispensar os serviços de Chicharito, emprestando-o ao Real Madrid, e vendendo ainda Welbeck por uns (ainda assim surpreendentes) 20M€ ao Arsenal. Com a confirmada chegada de Falcao, era óbvio que os dois jovens iriam ter menos oportunidades de jogar e de continuar a sua progressão como jogadores de futebol, tornando assim natural a sua partida. Neste caso, é evidente que os números de Falcao serão melhores do que os destes dois, mas na outra ponta do campo a sucessão de Vidic e Rio Ferdinand está tudo menos trabalhada.

É certo que van Gaal é já um treinador experiente e com ideias de jogo bem fundamentadas, mas aquilo que fez quando tomou o leme dos vermelhos de Manchester não confirmou, de todo, a sua experiência e qualidade. Se havia zona do terreno em que seria necessário um investimento era na posição de defesa central, mas em vez disso os responsáveis dos red devils preferiram gastar 173,6M€ em jogadores que NÃO SÃO defesas centrais, continuando assim um enorme buraco no centro da defesa.

Marcos Rojo foi o único que reforçou o centro da defesa e custou... 20M€  Fonte: talksport.com
Marcos Rojo foi o único que reforçou o centro da defesa e custou… 20M€
Fonte: talksport.com

Não estou com isto a dizer que a compra de Di María, Ander Herrera ou Luke Shaw não tenha sido boa para a equipa – são jogadores que podem desempenhar um papel fulcral no Manchester United. Di María é neste momento um dos melhores jogadores do mundo, Ander Herrera chega para tentar ser o Scholes que Fellaini nunca conseguiu ser, e Luke Shaw vai ter a difícil tarefa de fazer esquecer Patrice Evra. Mas se nos lembrarmos de que só nestes jogadores o United gastou uns exageradíssimos 150M€ já pensamos duas vezes se o dinheiro terá sido assim tão bem gasto.

Na minha opinião, por estes valores, o Manchester United poderia ter construído um plantel muito mais equilibrado e com mais jogadores. No centro da defesa tanto Hummels como Boateng seriam compra obrigatória. Qualquer um deste par alemão equilibrava uma defesa que quando alinha com Smalling, Jones, Rojo ou Evans é tudo menos segura. E mais, para além de terem uma qualidade defensiva infinitamente melhor, jogam e saem a jogar como poucos no actual futebol mundial. Nos últimos dias surgiu ainda o boato de que Gerard Piqué estaria de volta a Old Trafford já na próxima reabertura do mercado. Ainda assim, qualquer um dos três (se é que conseguem algum), trará consigo uma qualidade muito maior do que qualquer um dos actuais, sendo sempre uma mais-valia.

Mas não é só no centro defensivo que van Gaal tem problemas. O miolo é muito lento. Carrick e Fletcher já não são jogadores de aguentar a maior parte dos jogos da Premier League; os 32,6M€ mal gastos em Fellaini não ajudam a aceitar as compras também completamente inflacionadas de Ander Herrera (36M€) e de Blind (20M€). Desde que Scholes deixou de ser Scholes que o Manchester procura o seu substituto. Esta procura já vem desde a compra de Anderson ao FC Porto, mas não foi só o brasileiro a não ter sorte. Gibson, Cleverley, Nick Powell e Fellaini são apenas alguns nomes no meio de imensos centro-campistas que falharam na tentativa de sucessão a Paul Scholes. Aquele que talvez reunia mais qualidades acabou dispensado… Pogba. Será este o ano de Ander Herrera assumir a posição?

Substituir Scholes é muito difícil, mas esta pode ser uma das chaves do futuro do Manchester United  Fonte: Daily Mail
Substituir Scholes é muito difícil, mas esta pode ser uma das chaves do futuro do Manchester United
Fonte: Daily Mail

As debilidades no centro do terreno não ficam por aqui. Mas no ataque o problema é daquelas boas dores de cabeça que qualquer treinador gostaria de ter – demasiada qualidade. Como é que van Gaal vai encaixar Falcao, Rooney, van Persie, Mata e Di María? Os pontas de lança certos serão van Persie e Falcao (van Gaal é um treinador atacante, apostar em dois pontas não será surpresa), mas isso relega Rooney para a posição 10… encostando Mata a uma ala, onde não tem o mesmo rendimento. Di María fez também uma época brutal a jogar em campos mais interiores no Real da época passada mas será certamente colocado na faixa esquerda.

Os jogadores são muitos, a qualidade também não é pouca e mais ainda são as diferentes opiniões que têm os treinadores de bancada. A verdade é que, jogue como jogar e aconteça o que acontecer daqui para a frente, os primeiros tempos de van Gaal têm sido terríveis e os adeptos não estão satisfeitos. Agora, sabendo que o United segurou Alex Ferguson anos a fio sem ganhar nada e apostando na continuidade e num trabalho a longo prazo, considero que que van Gaal tem tudo para ser feliz em Old Trafford. Só não o será nesta época.

Ténis de Mesa: Portugal conquista a glória europeia!

0

Portugal é campeão europeu de ténis de mesa por equipas!! Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Pedro Monteiro venceram a Alemanha por 3-1 e são os rostos do melhor resultado de sempre do ténis de mesa nacional. Numa competição disputada em casa, no MEO Arena, em Lisboa, a equipa portuguesa teve de ultrapassar um grupo formado pela Hungria (vitória por 3-0), a Alemanha (derrota por 1-3) e a Áustria (derrota também por 1-3), onde a vantagem no número de jogos ganhos permitiu defrontar e afastar a Rússia nos quartos-de-final (3-1) e depois a Suécia nas meias-finais (novo 3-1). De referir que os alemães tinham ganho os seis últimos europeus da categoria, o que mostra bem a dimensão deste feito.

A partida começou com um frente a frente entre Marcos Freitas e Steffen Mengel, no qual o português se exibiu a grande nível (venceu por 3-0, 11-8 em cada set) e não foi surpreendido pelas bolas longas do alemão. Com 1-0 para Portugal, João Pedro Monteiro defrontou Timo Boll mas deixou-se superiorizar pelo jogo do experiente opositor, que o empurrava sistematicamente para longe da mesa. O resultado de 0-3 (7-11, 1-11 e 8-11) espelha bem a superioridade de Boll. De seguida, Tiago Apolónia defrontou Dimitrij Ovtcharov, onde ficaria decidido quem chegaria em vantagem ao jogo decisivo. O português apresentou-se a um ritmo alucinante e venceu os dois primeiros sets (11-7 e 11-2), mas o adversário – que, importa dizê-lo, é o nº 1 do ranking europeu e o nº 5 do ranking mundial (!) – fez valer o seu estatuto e reduziu para 2-1 (11-13). Porém, no quarto set, Tiago Apolónia beneficiou de vários erros de Ovtcharov para, de forma emocionante (11-9), pôr a selecção nacional dependente apenas do resultado que Marcos Freitas, o melhor português nesta tarde, conseguisse frente a Timo Boll, o melhor alemão.

No jogo decisivo, Freitas e Boll protagonizaram um embate de enorme qualidade, a um ritmo frenético, com jogadas intermináveis e incerteza no resultado até ao fim. Boll parecia estar perto de fechar o primeiro set, mas uma incrível recuperação de Freitas mudou o resultado de 8-10 para 12-10. No segundo set o alemão puxou dos galões e venceu de forma confortável (5-11) mas, no terceiro, o mesa-tenista português distanciou-se logo ao início e não se deixou apanhar (11-6). Na altura decisiva, com Boll já um pouco tenso, Freitas conseguiu sacudir a pressão e venceu por 11-9 um quarto set disputado taco a taco. Portugal era campeão europeu pela primeira vez na sua História!

equipa-POR
Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Monteiro – os rostos do sucesso
Fonte: marcosfreitas.com

É verdade que os “três mosqueteiros” do ténis de mesa nacional tiveram de emigrar para a Alemanha para se poderem dedicar em exclusivo à modalidade e para atingirem o nível de excelência, mas não deixa de ser notável que um país como Portugal, pequeno e sem grande investimento nos desportos que não o futebol, continue a produzir atletas de gabarito mundial. Depois de, nos Jogos Olímpicos de 2012, os atletas portugueses terem falhado por muito pouco as meias-finais, espera-se que possam continuar na senda do sucesso nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, daqui a menos de dois anos. No entanto, nada os obriga a isso: todos eles já conquistaram um lugar na História do desporto nacional e até europeu (para além da conquista de hoje, os três também tinham sido medalha de bronze no Europeu de 2011 em Gdansk, não esquecendo o título que Marcos Freitas alcançou nessa mesma competição na categoria de pares).

Em Portugal há demasiada obsessão pelo futebol e pouca cultura desportiva. Em geral, desprezam-se as modalidades durante grande parte do tempo mas, de quatro em quatro anos (ou seja, nos Jogos Olímpicos e pouco mais), exigem-se medalhas a atletas que muitas vezes nem nos damos ao trabalho de conhecer. Quando não são as pessoas a puxar pelos atletas, só podem ser os atletas a puxar pelas pessoas. E é isso que Freitas, Apolónia e Monteiro têm feito com humildade e mestria.

Lembro-me de, uma altura em que assinava o jornal do Sporting, ler várias vezes sobre um então jovem franzino João Pedro Monteiro e as suas peripécias no ténis de mesa nacional, algures entre 2001 e 2003. Chegou a conquistar inúmeros títulos em vários escalões do clube antes de se transferir para o São Roque e, mais tarde, para a Alemanha. É, por isso, com enorme orgulho que vejo que o seu investimento na modalidade tem dado retorno. Os Jogos Olímpicos de Londres, já com os três atletas a integrarem a mesma equipa, foram outro momento marcante não só para mim, mas para os muitos milhares de portugueses que assistiram aos jogos destes atletas.

É preciso dar também os parabéns a João Geraldo e ao promissor Diogo Chen (restantes convocados), bem como ao seleccionador Pedro Rufino e a Pedro Miguel Moura, presidente da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa co-responsável pela organização do Europeu e antigo atleta de eleição do Sporting. A equipa feminina também tem razões para sorrir, ao alcançar a difícil permanência na primeira divisão europeia. Este resultado, a somar ao título em masculinos, parece reforçar a teoria de que o ténis de mesa em Portugal está a consolidar o seu estatuto internacional. Parabéns às duas selecções!

[ot-video type=”youtube” url=”https://www.youtube.com/watch?v=2U0CB3_p_Ys#t=60″]

Para problemas, já bastam os adversários

0

eternamocidade

As últimas três jornadas do campeonato português trouxeram três empates ao FC Porto. E mais do que os 6 pontos perdidos e a desvantagem de quatro pontos para o Benfica, as últimas partidas trouxeram avisos sérios para os comandados de Lopetegui. Em primeiro lugar, é preciso não colocar os três jogos no “mesmo saco”, porque apesar de pontualmente os resultados terem sido iguais, os duelos contra V. Guimarães, Boavista e Sporting provocaram reações diferentes nos portistas.

Contra os vimaranenses, a arbitragem de Paulo Baptista, com um golo mal anulado e dois penalties por assinalar a favor do FC Porto, acabou por ter papel fulcral na primeira perda de pontos. Contra os boavisteiros, a expulsão de Maicon não ajudou, mas a falta de finalização portista foi por demais evidente perante um adversário que raramente incomodou a balizas azul e branca. Na última sexta-feira, o primeiro clássico da época, no Estádio de Alvalade, trouxe uma equipa de duas caras: após uma primeira parte cinzenta, com os primeiros 15 minutos do Sporting a sufocarem os portistas, o segundo tempo trouxe um FC Porto muito mais afoito e consciente de que com o plantel que tem não pode dar tanto tempo de avanço como tem dado nos últimos jogos. De facto, apesar de todos os erros que possam ter prejudicado o FC Porto nos últimos três encontros, a verdade é que, entre estes seis pontos perdidos, a impressão que me fica é a de que há muito mais demérito portista que mérito adversário. Bem vistas as coisas, o empate em Alvalade é o único que se aceita e compreende, pois quer contra Boavista, quer contra Vitória de Guimarães, os portistas tinham a obrigação, mesmo contra as contrariedades do apito, de fazerem mais e melhor e vencerem os jogos.

Por terem sido três jogos distintos, não se pode apontar apenas uma causa para que neste momento a equipa não esteja na liderança do campeonato. Entre a falta de eficácia e as dificuldades em criar desequilíbrios no meio-campo, permita-me que aponte aquilo que, para mim, é uma das causas principais para que o FC Porto já tenha deixado três empates pelo caminho: a falta de rotinas entre os jogadores. Ao longo dos últimos dias, a rotatividade feita por Lopetegui tem estado no centro das atenções de toda a gente. De facto, não é normal que de uma goleada na Champions para um jogo no campeonato se mudem seis jogadores, mas a qualidade evidente do plantel portista faz com que para o técnico espanhol esta seja uma prática por demais evidente. Como já referi no Bola na Rede, é óbvio que a gestão do plantel deve ser feita, porque a época é longa e as quatro competições que figuram no calendário portista são razão suficiente para que toda a gente no plantel tenha a sua oportunidade. Ainda assim, e porque as primeiras jornadas do campeonato assim o demonstraram, a Liga Portuguesa será tudo menos um passeio para o FC Porto.

Brahimi tem sido um dos poucos indiscutíveis no onze de Lopetegui  Fonte: pt.newshub.org
Brahimi tem sido um dos poucos indiscutíveis no onze de Lopetegui
Fonte: pt.newshub.org

Entre a motivação dos adversários, os campos pesados e as contrariedades do apito, está mais do que visto que o FC Porto terá de ser muito melhor do que os adversários se os quiser ultrapassar jornada após jornada. Por isso mesmo, considero fundamental que as rotinas comecem a ser bem mais consolidadas: enquanto no quarteto defensivo já não há grande dúvida quanto aos elementos que o compõem, do meio-campo para a frente tem sido quase impossível fazer uma aposta para o onze inicial, o que se revela um problema, na minha maneira de analisar o jogo. Com o calendário a apertar, entre jogos difíceis no campeonato e partidas decisivas na Champions, parece-me de todo essencial que Danilo saiba quem será o extremo à sua frente e que Alex Sandro comece a fazer uma dupla imparável com o ala do seu lado. No meio-campo, Rúben Neves já parece a mais num tridente em que Casemiro (lesionado), Herrera e Óliver parecem ser as opções mais naturais e que se apresentam como mais acertadas.

Bem sei que Marcano, José Angel, Evandro, Quintero, Quaresma, Adrián ou Aboubakar terão o seu espaço ao longo da época. Mas numa fase tão prematura do campeonato, onde nada se ganha mas tudo se pode perder, Lopetegui terá de perceber que é necessário que as rotinas apareçam, para assim a equipa poder crescer de forma sustentada. Por muito que em 90% dos jogos o FC Porto seja superior aos adversários, isso só por si não chega. Vitória de Guimarães e Boavista mostraram-no e os quatro pontos de atraso no campeonato já limitam ao mínimo a margem de erro. Por isso, acredito que é tempo de reduzir substancialmente as experiências e dar consistência a uma equipa que tem tudo para crescer e sobretudo mostrar que pode ganhar muito esta época.

Mundiais de Ciclismo: O Rescaldo

0

Cabec¦ºalho ciclismo

Antes de mais nada, tenho de começar por fazer uma declaração de interesses: eu adoro Mundiais e todas as outras competições em que se defende uma seleção e não um clube. Não por motivos de patriotismo bacoco, que me passam completamente ao lado, mas sim por gostar da ideia de ver atletas que durante muito tempo competem entre si representando clubes rivais a deixarem, por um curto período de tempo, tudo aquilo que é acessório de lado e a esforçarem-se para honrar uma camisola que representa muito mais que eles próprios. Na minha opinião, é aquilo que está mais perto, nos dias de hoje, do que é (e deveria sempre ser) realmente o desporto.

Sei que há sempre excepções, sei que o grau de desportivismo não é igual em todas as modalidades, sei que com o avançar da “era moderna” cada vez nos afastamos mais desta ideia, sei disso tudo! Deixem-me, no entanto, agarrar com todas as forças esta réstia de pureza desportiva que faz com que pessoas que vivem como inimigas durante quase toda a sua carreira dêem tudo quanto têm uns pelos outros, não para justificar o seu salário, não para conseguirem um contrato melhor, mas simplesmente porque querem vencer em nome do seu país.

Um pelotão com as camisolas nacionais é sempre mais bonito  Fonte: velonews.competitor.com
Um pelotão com as camisolas nacionais é sempre mais bonito
Fonte: velonews.competitor.com

Falando agora concretamente dos Mundiais de Ciclismo de 2014, houve dois países que claramente se destacaram, a Alemanha e a Austrália. Cinco e sete medalhas, respectivamente, exercem um domínio avassalador sobre estes Mundiais, levando doze das trinta e três medalhas que havia para distruibuir. A Alemanha arrecadou três medalhas de ouro e duas de prata, enquanto a Austrália arrecadou duas de ouro, três de prata e duas de bronze. O mais interesante aqui é verificar onde é que as medalhas foram conseguidas: principalmente nas provas de juniores e de sub-23. A Alemanha venceu o contra-relógio e a prova de fundo dos juniores masculinos e a Austrália venceu o contra-relógio feminino de juniores, o contra-relógio masculino de sub-23, fez segundo na prova de fundo masculina de sub-23 e terceiro no contra-relógio masculino e feminino de juniores. Se juntarmos isto às medalhas de Tony Martin, Lisa Brennauer e Simon Gerrans, verificamos que a Alemanha e a Austrália não são só dois países que neste momento têm ciclistas de elite para vencer qualquer prova, mas sim que há toda uma nova geração que vem aí para dominar por completo o ciclismo mundial. É, mais uma vez, o resultado de uma formação pensada e estudada em todos os desportos que alguns teimam em ignorar, preferindo viver à sombra de alguns talentos que pontualmente aparecem, quase por geração espontânea.

Basta olhar para os resultados de Espanha, Itália e Reino Unido para vermos que algo de facto vai mudar. Os países que nos últimos tempos têm vindo a dominar o circuito mundial com Contador, Nibali e Froome tiveram, os três somados, apenas uma medalha nos escalões dos mais novos (Sofia Bertizzolo conquistou, para a Itália, a prata na corrida de fundo de juniores femininos) e isso é um sinal que berra alto demais para ser ignorado. Aliás, não fossem os nada jovens Valverde e Wiggins e nem a Espanha nem o Reino Unido teriam algo de positivo a retirar destes Mundiais.

O pódio da prova de contra-relógio de elites: Martin, Wiggins e Dumoulin  Fonte: cyclingfans.com
O pódio da prova de contra-relógio de elites: Martin, Wiggins e Dumoulin
Fonte: cyclingfans.com

Não posso, obviamente, continuar sem falar sobre a prestação de Portugal. É verdade que Portugal não trouxe nenhuma medalha para casa (nem se podia esperar isso de um país que não tem sequer uma equipa pro-continental), mas a verdade é que estivemos lá muito perto! Rafael Reis ficou em quarto lugar (que é sempre o pior lugar) no contra-relógio masculino de sub-23, tendo sido empurrado para fora do pódio pelo último ciclista a cortar a meta. Pode ter um sabor um pouco amargo, mas tem de ser encarado como um fantástico resultado que nos enche de esperança e curiosidade sobre o seu futuro. Tenho também de destacar Nelson Oliveira e Tiago Machado, que fizeram, respectivamente, sétimo e décimo primeiro no contra-relógio de elites e Rui Costa, que, apesar de não ter conseguido revalidar o título mundial, esteve na luta praticamente até ao final e isso é tudo o que se lhe pode exigir.

Para terminar, falar só sobre três homens: Wiggins, que conseguiu o seu grande objectivo da época e aquilo que o separava de ter um ano muito bom de um ano miserável; Valverde, que leva mais uma medalha para casa e que teima em mostrar ao mundo que está longe de estar acabado; e, claro, Michal Kwiatkowski (o nome mais difícil que já escrevi na minha vida!), que é o novo campeão do mundo e que, juntamente com Rafal Majka, faz um dupla de jovens polacos que tem tudo para conquistar muita coisa importante na próxima década.

Serie A – Que época teremos?

0

serie a

Mais um ano, mais um título para a Juventus? Talvez, mas pelo menos este ano a Roma pode (e deve) dar luta até ao fim.

O plantel da Juventus é o mais equilibrado da Serie A, disso não há dúvidas. Junta juventude e experiência, e a prova disso é que jogadores como Pogba e Pirlo são igualmente importantes nas manobras da vecchia signora e fundamentais para as suas ambições, tanto a nível interno como europeu. Depois de manter Pogba e Vidal por pelo menos mais uns meses, a saída de Conte foi a única perda significativa do campeão neste defeso. Com a chegada de Allegri, que não é nenhum Conte mas também não é nenhum Benítez, esta equipa deve continuar onde ficou: no topo da tabela.

Na época transacta, a Roma começou muito bem e para isso muito contribuiu o facto de estar apenas a competir a nível interno, não tendo de se preocupar com a Europa (uma situação que beneficiou vários clubes europeus – temos também o exemplo do Liverpool ou do Sporting). Mas mesmo com a rotação e a gestão de esforço dos jogadores, os giallorossi não foram capazes de destronar a Juventus. A pouca profundidade do plantel romano veio ao de cima no último terço da temporada e o clube de Turim acabou por se sagrar campeão de novo, de forma relativamente fácil. Este ano a Roma reforçou-se muito e bem. Aliás, foram os “vencedores” do mercado de transferências em Itália, com a contratação de jogadores como Iturbe, Manolas, Astori, Mbiwa, Keita, Emanuelson ou Cole. Uma coisa é certa: opções não faltam a Rudi García, que pode gerir o seu plantel de forma a lutar pelo título até ao fim e a fazer uma gracinha na Liga dos Campeões (chegar aos quartos-de-final da competição já seria agradável).

Pogba, aqui em acção frente ao AC Milan, é uma das figuras da Juventus e da Serie A  Fonte: blogdotigraofutebol.blogspot.com
Pogba, aqui em acção frente ao AC Milan, é uma das figuras da Juventus e da Serie A
Fonte: blogdotigraofutebol.blogspot.com

Estes são os dois candidatos mais evidentes e as únicas duas equipas pelas quais meteria “as mãos no fogo” em Itália, mas admito que estou intrigado com o Inter, uma equipa jovem e bastante talentosa que, se conseguir ser consistente, pode fazer estragos na Serie A – tem grandes talentos, como Kovacic e Icardi, que, com a sua tenra idade, assumem já papéis preponderantes no gigante italiano. Mas o problema é mesmo esse, a consistência. Tanto ganham 7-0 ao Sassuolo como empatam a zeros com os Torinos e a um com os Palermos deste mundo. Uma equipa que quer lutar pelo título não pode dar-se ao luxo de escorregar tantas vezes contra adversários de menor dimensão. De qualquer forma, nota-se a evolução da equipa. Mazzarri está a fazer um bom trabalho e, se não for já este ano, para o ano o Inter estará de novo a lutar pelo título, podendo ter de se “contentar” com o último lugar de acesso à Liga dos Campeões na presente temporada.

O Nápoles, que com Mazzarri andou a “cheirar” o topo durante dois ou três anos, deve dar um passo atrás nesta segunda época de Benítez e ficar-se apenas pelos lugares de acesso à Liga Europa. A equipa anda uma confusão – desperdiçam vantagens contra equipas de menor dimensão e parecem não ter um banco suficientemente bom para competir até ao fim. De resto, se não fosse por jogadores como Hamsik e Higuaín arriscava-me mesmo a dizer que o Nápoles acabaria atrás do AC Milan de Inzaghi, que, com as contratações de jogadores como Bonaventura, Torres, Van Ginkel, López, Ménez ou Alex e sem a “distracção” do futebol europeu, vai tentar melhorar o humilhante oitavo lugar da época passada.

Kovacic e Icardi, ambos do Inter, são dois dos jovens mais talentosos e promissores da Serie A  Fonte: gazzetta.it
Kovacic e Icardi, ambos do Inter, são dois dos jovens mais talentosos e promissores da Serie A
Fonte: gazzetta.it

Sendo então o Inter o grande favorito para alcançar o último lugar de acesso à Liga dos Campeões, o Nápoles e o AC Milan podem surpreender, superando as expectativas e chegar lá. Espero que pelo menos lutem por isso, nada mais.

Equipas como Lázio, Fiorentina, Udinese ou Parma podem sempre tentar complicar as coisas, mas este ano a diferença de qualidade entre os maiores clubes e os outros é gritante e seria mesmo uma enorme surpresa se algum destes clubes atingisse o acesso à Liga Europa pelo campeonato. Pela Taça tudo é possível, até o Benítez a pode ganhar de novo.

Do outro lado da tabela, teremos Empoli, Chievo, Cagliari, Cesena, Palermo e Sassuolo (que provavelmente não conseguirá repetir a gracinha da temporada passada) a tentar evitar os três lugares de despromoção para a Serie B.

Termino então com algumas previsões para os prémios de final de temporada, o prémio de melhor jogador deve ser disputado entre Pogba, Vidal e Pjanic; o melhor marcador entre Higuaín, Icardi e Tévez; o melhor jovem entre Kovacic e Icardi; o melhor guarda-redes entre Handanovic, Buffon e Diego López; o melhor treinador entre Allegri e Garcia.

Estoril 2-3 Benfica: No final, tudo bem

benficaabenfica

Após a perda de pontos de Sporting e Porto ontem à noite, exigia-se ao Benfica uma resposta forte para dilatar a distância pontual sobre os rivais. E assim aconteceu na Amoreira. Com uma entrada “à campeão” do Campeão Nacional, aos 8 minutos já o talento que José Mourinho Jorge Jesus descobriu tinha bisado. Primeiro, Talisca começou, Talisca continuou e Talisca finalizou uma excelente arrancada desde o meio-campo, ainda que a displicente defensiva do Estoril não esteja isenta de culpas em todo o lance. Como também não está no segundo golo, em que o “presente” de Diogo Amado foi aproveitado pelo oportuníssimo Gaitán – o melhor em campo – para servir D’Artagnan Talisca para o 0-2. Apesar da confortável e madrugadora vantagem, o Benfica continuou a carregar sobre o Estoril, que sentia muitas dificuldades em sair do seu meio-campo. Foram vários os lances criados para o 0-3, ora por Salvio, ora por Gaitán, ora por Lima. Com o velho ditado já conhecido do futebol de “quem não marca sofre”, a menor intensidade que a equipa de Jorge Jesus colocou no jogo a partir dos 25 minutos trouxe o Estoril de volta ao jogo. E o Estoril começou a assustar a defensiva encarnada, que ao longo de todo o jogo demonstrou estar ainda longe de afinada. Sem surpresa, o Estoril fez o 1-2 por Diogo Amado, o mesmo que oferecera o segundo golo ao Benfica.

Talisca já leva cinco golos no campeonato e começa a convencer os adeptos. Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Talisca já leva cinco golos no campeonato e começa a convencer os adeptos
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

O intervalo acabou por fazer bem ao Benfica e não tão bem ao Estoril, apesar de ter alcançado o empate numa excelente combinação ofensiva finalizada por Kléber, que foi uma constante dor de cabeça para Jardel – péssimo jogo! – e Luisão. O resultado pouco interessava aos encarnados e Jesus resgatou Derley do banco para o lugar de Talisca, com exibição apagada, muito embora decisiva com os dois golos apontados. O Benfica demorava a voltar a pegar o controlo do jogo, situação que a justa expulsão de Cabrera resolveu. Jesus não esperou e retirou Samaris de campo, entregou a batuta de maestro a Gaitán e encostou Ola John à esquerda. Nova fórmula que nem tempo teve para ser testada, visto que o 2-3 chegou no minuto a seguir. Salvio – enorme jogo do argentino – isolou Derley, este contornou Kieszek e ofereceu a felicidade do golo a Lima.

A jogar com 10 e com o Benfica a poder gerir a vantagem no marcador, não mais o Estoril incomodou a defensiva encarnada. Um excelente final de tarde de futebol na Amoreira, com 8.000 nas bancadas, o Porto a 4 e o Sporting a 6. O que ainda é mais valioso se nos lembrarmos de que as equipas de Jorge Jesus, por norma, atingem o seu pico de forma na segunda metade do campeonato. Até lá, urge resolver as debilidades defensivas que temos vindo a apresentar e que podem custar caro num dia menos inspirado.

A Figura

Nico Gaitán – É surreal o lote de recursos do génio argentino. Na melhor fase da carreira, joga, faz jogar e delicia quem gosta de futebol.

O Fora-de-Jogo

Jardel – É na posição de defesa-central que existe a maior diferença de qualidade entre a época passada e esta. Sendo certo que nunca será metade de Garay, Jardel não tem estado bem. Erros atrás de erros na Amoreira fazem-me pensar em… Lisandro.