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Menino prodígio ou tomba gigantes, como preferirem chamar-lhe

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Cabeçalho modalidadesHá alguma coisa mais bonita no desporto do que ver um menino a divertir-se em campo com a irreverência natural da tenra idade e a “perda” de respeito para quem se encontra do outro lado da rede? Na minha opinião, não. E por isso tenho dito que este torneio ATP1000 de Montreal tem sido um dos mais espetaculares eventos do circuito profissional de ténis deste ano. Para além de Alexander Zverev (até onde irá chegar este portento alemão de 20 anos?) que vem de uma vitória no torneio ATP500 de Washington e já está nas meias-finais nesta prova canadiana, a grande estrela tem sido Denis Shapovalov.

“Shapo” é uma mistura de culturas e principalmente países: tem nacionalidade canadiana apesar de ter nascido em Israel, é filho de pais russos e tem residência oficial nas Bahamas. Por ser “da casa” e habitar fora do top-100 à data do sorteio, recebeu wild card para disputar o quadro principal desta prova ATP1000 e é sobre ele que todos os holofotes recaem, mesmo estando ainda em prova o campeoníssimo Roger Federer. O sorteio não se revelou sorridente para o jovem Shapovalov, porém este tratou de o simplificar a seu favor. Na ronda inaugural derrotou Rogério Dutra da Silva, sendo obrigado a disputar uma terceira partida. Esperava-o na segunda ronda a “Torre de Tandil” Juan Martin del Potro que começou bem a prova ao eliminar Isner. Perspetivava-se vida complicada para Shapo pelo que, ao cabo de 1h43 minutos, foi mesmo del Potro que teve o mesmo destino que Dutra da Silva e viu o canadiano vencer a partida por 6/3 e 7/6. Nesta altura, duas coisas eram certas: o jovem Denis estava em forma, a jogar bom ténis e o próximo adversário seria…Rafael Nadal.

Nesse encontro dos oitavos-de-final, o espanhol entrou para court sabendo apenas que tinha pela frente um jovem de 18 anos, 143º classificado no ranking mundial e que, até à data, o mundo apenas tinha ouvido o seu nome por causa da bizarra atitude que o levou a ser alvo de uma pesada multa (na eliminatória da Taça Davis deste ano frente à Grã-Bretanha, Shapovalov, ainda com 17 anos, irritou-se e depois de sofrer break atirou uma bola com força que, sem intenção, acabou por atingir o olho do árbitro de cadeira). Pois bem, nessa noite cedo se percebeu que estava presente o dono de uma feroz e chapada direita de canhoto, um serviço acutilante e uma consistência invulgar no fundo do court. E não era Rafael Nadal. O espanhol nunca pareceu estar confiante nas suas pancadas e viu-se obrigado a recorrer várias vezes a volleys (por vezes despropositados) para ver concluídas as longas trocas de bolas: um sinal claro de que o espanhol não estava à vontade com a situação.

Nadal não resistiu a Shapovalov Fonte: ATP
Nadal não resistiu a Shapovalov
Fonte: ATP

Ainda assim, o primeiro set acabou 6/3 a favor do candidato ao topo do ranking mundial. No set seguinte Shapo manteve a sua enorme agressividade do fundo do campo, disparou winners atrás de winners quer de direita quer de esquerda (e que maravilha de esquerda tem este rapaz!) e, acima de tudo, manteve-se calmo quando a ocasião assim exigia. E o resultado foi 6/4 a seu favor. Quem não conseguia manter a calma de forma nenhuma era o público presente no Centre Court, que se levantava a cada winner disparado por Shapovalov, criando uma autêntica atmosfera de Taça Davis. O momento da partida foi o 3º jogo de serviço do 3º set. Shapovalov tinha o serviço e ao fim de 8 pontos com “vantagem” e 3 break points salvos, conseguiu desenvencilhar-se e continuar na luta. Não houve breaks até ao fim do set e o tie-break chegou para definir o vencedor. Nadal chegou a vencer por 3-0 mas Shapovalov não baixou os braços e depois de igualar 3-3, cedeu apenas um ponto vencendo por 7-4 e levando de vencida o número 2 mundial Rafael Nadal. O espanhol admitiu posteriormente em conferência de imprensa que esta havia sido provavelmente a sua pior e mais dura derrota da temporada, uma vez que estava perto de regressar a número 1 ao invés de Denis Shapovalov que disse estar ainda “sem palavras”.

Passado esse turbilhão de emoções podia prever-se uma “ressaca”, tão frequente em jogadores que como Shapo, têm uma grande vitória inesperada e depois acabam por vacilar frente a jogadores até menos cotados. Shapo teria pela frente Adrian Mannarino para disputar um lugar na meia-final. E o impensável voltou a acontecer. 3 sets, quase 3 horas de ténis ao mais alto nível, e uma reviravolta quase tirada a papel químico do jogo frente a Nadal permitiram a todos os canadianos presentes – incluindo o prodígio de 18 anos – festejar efusivamente este feito.

Zverev vai tentar bater Shapovalov Fonte: ATP
Zverev vai tentar bater Shapovalov
Fonte: ATP

O próximo adversário é Alexander Zverev, que como já foi referido no início do artigo, é um dos melhores do circuito neste momento, e certamente que não poupará esforços para terminar esta caminhada épica de Shapovalov. Já o menino prodígio canadiano tentará chegar à Final pela primeira vez na carreira para, provavelmente, enfrentar aquele que confessou ser o seu “ídolo de criança” Roger Federer. Prevê-se um encontro de alta tensão, entre dois “miúdos” muito emotivos que já mostraram que sabem o que fazer dentro do court e acima de tudo ténis de muita, muita qualidade. O encontro terá transmissão televisiva em Portugal a partir sensivelmente da 1 da manhã (hora portugesa).

Foto de Capa: ATP

artigo revisto por: Ana Ferreira

O melhor onze de sempre do FC Porto: Lucho González

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Luis Óscar González era um jogador sem grande velocidade, sem uma capacidade de drible acima da média, sem poder físico para se destacar nesse campo dos demais e que não tinha um forte jogo aéreo. Em suma, foi o melhor oito que o FC Porto alguma vez teve!

Lucho foi um daqueles casos onde se encaixa na plenitude a expressão “chegar, ver e vencer”, tal a facilidade com que assumiu o comando de uma equipa onde havia falta de liderança dentro de campo. Falo da época 2005/2006, depois do falhanço que foi a anterior. Os Dragões procuravam devolver carácter à equipa e reconquistar o estatuto de campeão de Portugal entretanto perdido para o Benfica. O argentino desde cedo mostrou que todas as limitações já citadas se tornam irrelevantes quando se joga com inteligência. E “inteligência” seria a palavra que eu escolheria para o descrever se me fosse pedido que o fizesse usando apenas uma.

Fonte: UEFA
Fonte: UEFA

Com a camisola 8 na primeira passagem pelo clube e a 3 na segunda – um número bastante simbólico no clube -, Lucho deliciou os portistas com passes magistrais, intercepções bem medidas e remates de meia distância que lhe valiam sempre à volta da dezena de golos por temporada. A sua capacidade de liderança foi um factor determinante para o regresso a casa em Janeiro de 2012, uma vez que permitiu a Vítor Pereira controlar um balneário que parecia até então incontrolável.

Amado pelos adeptos e respeitado pelos colegas, foi o primeiro capitão estrangeiro do FC Porto e transportou a mística azul e branca como poucos. O profissionalismo do argentino nunca foi questionado por ninguém e existem dezenas de exemplos que o comprovam, sendo o exemplo máximo o dia em que decidiu ajudar a equipa jogando mesmo depois de receber a notícia do desaparecimento do pai.

Num futebol cada vez mais físico, menos inteligente, mais virado para o que se passa fora das quatro linhas, e onde o amor à camisola significa cada vez menos, Lucho Gozález foi um Oásis e mostrou que ainda há quem se guie por valores que em outros tempos eram a norma. Por mérito próprio conquistou um lugar na História do FC Porto e no coração de todos os portistas.

Foto de Capa: FC Porto 

Académica OAF 2-0 SC Braga B: Capas negras lidam bem com o calor

Cabeçalho Futebol NacionalAo primeiro jogo da Liga Ledman Pro 2017/18 no Cidade de Coimbra, a primeira vitória da Académica. A Briosa foi superior ao SC Braga B em quase todo o encontro e mereceu, por isso, os três pontos conquistados… no início do encontro.

Apesar da hora, vá lá, madrugadora do encontro, ninguém entrou a dormir. Aos 18 minutos já o resultado tinha sido modificado por duas vezes e já tinham sido criadas outras tantas oportunidades de golo claras. Zé Tiago foi o principal protagonista deste início frenético. Primeiro, deu o mote para a reacção à boa entrada do Braga B (culminada com um lance aos 4 minutos, em que André Ribeiro, isolado por Didi, permitiu a defesa a Ricardo Ribeiro), cabeceando, em boa posição, ao lado da baliza de Filipe. Depois, ao assistir Tozé para o golo inaugural após jogada individual (onde, convenhamos, contou com alguma sorte nos ressaltos). E, por fim, ao assinar o 2- 0, correspondendo da melhor maneira a um cruzamento exímio de Ki.

Fonte: Facebook oficial da AA Coimbra
Fonte: Facebook oficial da AA Coimbra

O jogo foi acalmando à medida das necessidades da Académica, capaz de “fechar” o seu meio-campo e controlar, assim, o jogo. O Braga B, munido de irreverência, tentava furar essa barreira, mas só por uma vez, até ao final da primeira parte, foi capaz de o fazer – André Ribeiro voltou a ser perdulário e, novamente isolado, deixou que o perigo fosse neutralizado por Ricardo.

A segunda parte começou como a primeira. O Braga B entrou com vontade de mudar o jogo, sobretudo pelas iniciativas de Kiki (entrado para o lugar de Denisson), capazes de agitar o flanco esquerdo do ataque arsenalista, porém, estas não tiveram a eficácia desejada, já que acabou por ser a Académica a única equipa a criar perigo. Em jogada de contra-ataque, Ki procurou o segundo poste, onde apareceu Toze a cabecear, obrigando Filipe a grande defesa.

Depois disto, o jogo foi dominado pelo calor que se fez sentir no Cidade de Coimbra e foi preciso chegar o minuto 90 para voltar a existir novo momento de perigo. Em lance de contra-ataque, Luisinho (entrado para o lugar de Ki), atirou ao poste da baliza de Filipe, em jeito de ponto de exclamação relativamente ao domínio da Briosa ao longo do jogo. Os capas negras lidaram melhor com o calor.

Pedro Machado

Irmãos Gémeos

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Twins (Irmãos Gémeos) é um filme de comédia americano, lançado em 1988, produzido e dirigido por Ivan Reitman, onde Schwarzenegger e Danny DeVito representam a história de um homem calmo, sereno e fisicamente “perfeito” que procura pelo seu irmão que até então desconhecia ter. Quando o encontra, apesar de serem dois opostos – não só morfologicamente – ambos vão-se tolerando ao ponto de se tornarem uma dupla digna de realizarem missões e tarefas quase impossíveis de cumprir.

É difícil não transpor este cenário para a realidade futebolística quando observo o gigante Bas Dost e o pequeno Podence em campo, lado a lado. Dois corpos antagónicos, que provavelmente nunca imaginariam jogar juntos, mas que pensam o jogo ao mesmo nível. O modo quase bizarro como Podence salta para as costas de Bas Dost em cada golo, que nos faz quase duvidar de questões tridimensionais, mas revela-se depois numa colateral harmonia no relvado, que nos faz esquecer qualquer questão fisiológica.

Daniel Podence e Bas Dost formaram a dupla atacante frente ao Vitória de Setúbal Fonte: Sporting CP
Daniel Podence e Bas Dost formaram a dupla atacante frente ao Vitória de Setúbal
Fonte: Sporting CP

Na partida frente ao Aves, na primeira jornada do campeonato, Jesus não quis sentar Adrien nem Bruno Fernandes, e acabou por abdicar da posição de segundo avançado, dando consistência ao miolo com três médios organizadores, deixando Bas Dost isolado na frente. O problema – e provavelmente o timoneiro leonino já o imaginava – é que isso resultou no alemão isolado numa ilha tática, em que não havia ninguém próximo para o compreender. Bruno Fernandes tem uma leitura de jogo e uma qualidade técnica inquestionáveis, mas não foi moldado para receber o jogo de costas para a baliza e romper em velocidade quando for necessário. O médio ex-Sampdória encaixa muito melhor quando recebe a bola e vê o jogo… desde trás. Quando Podence entrou no decorrer da segunda parte, já a vinte minutos do fim, Bas Dost passou de um corpo “estranho” em campo para quase fazer o gosto ao pé (depois de uma desmarcação de…. Podence) que só não realizou porque falhou um (fácil) domínio de bola.

Alan Ruiz também sabe ocupar os mesmos espaços. O argentino sabe receber e jogar de costas para a baliza, tem um pé esquerdo que lhe dá tudo que ele pensa, mas falta-lhe depois (até quando) a intensidade e o ritmo necessários para ser uma opção confiável durante toda a partida. Doumbia, por outro lado, tendo em conta os seus índices físicos, torna-se ainda impossível de percepcionar qual pode ser a sua utilidade nessa posição.

É, portanto, sob esta equação que Jorge Jesus terá que encaixar todos os seus processos para o ataque organizacional do Sporting. Bas Dost é um monstro em forma de avançado, mas precisa de quem leia o jogo com os mesmos olhos. Mesmo com 50 centímetros de diferença. E o irreverente Podence, claramente mais rápido que Danny DeVito, parece-me ser, de momento e de longe, a melhor opção.

Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

La Liga 2017/2018: a edição número 87

Cabeçalho Liga Espanhola

Dia 18 começa a rolar a bola nos relvados espanhóis. A bomba destes últimos dias caiu para os lados de Barcelona. Neymar faz desaparecer o MSN ‘blaugrana’ em troca de 222 milhões de euros. “Ici c’est Paris”, diz agora o brasileiro.

Em Madrid, habita o campeão que revalidou o título na época passada, 5 anos depois do último campeonato. Também esfrega as mãos por ver menos uma preocupação no rival. Mas, a questão permanece: Como é que o ataque do Barcelona se vai agora comunicar? Ainda na capital, o Atlético do líder de exército Simeone já provou que consegue, com muito suor, intrometer-se entre os gigantes habituais.

Outros sim, os  ‘europeus’ de 2016/17 foram o Sevilla (Champions), Villarreal, Real Sociedad e Athletic Bilbao, mas ainda há outros candidatos, casos de Celta de Vigo, Espanhol ou os ‘meios esquecidos’ Málaga e Valencia, reservando-se sempre a expectativa para uma surpresa que possa emergir na prática do teórico fundo da tabela.

Sporting de Gijón, Osasuna e Granada desceram para a ‘Adelante’. Por outrolado, são dadas as boas-vindas ao Levante, o estreante catalão Girona e o Getafe.

Não esquecer igualmente a presença de jogadores lusos em quase metade das equipas de ‘La Liga’, mais precisamente 9 em 20: Barcelona, Real Madrid, Sevilla, Villarreal, Real Sociedad, Eibar, Valencia, Deportivo e Getafe. Que role ‘el balón’!

Portugal 33-24 Coreia do Sul (Sub-19): Firme conquista do primeiro lugar

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Cabeçalho modalidades

No jogo a contar para a 3ª jornada do Campeonato Mundial Sub-19 Masculinos recebeu e venceu a Coreia do Sul, impondo assim a única derrota, até ao momento, dos asiáticos na competição.

Foi o ponta direito do AA Avanca, Jenilson Monteiro, que marcou o primeiro golo da partida, através de um contra-ataque, logo no começo da partida. Nos momentos seguintes a Coreia conseguiu dar a volta ao marcador e colocar-se a vencer 2-1. No entanto, este seria o único momento em que os coreanos estariam na frente do marcador, o que demonstra a qualidade da exibição da seleção lusa. A reação portuguesa foi imediata e a seleção nacional conseguiu dois golos de vantagem (2-4). Esta vantagem iria manter-se até ao final da partida. O resultado ao intervalo era 16-11.

Luís Frade foi uma dor de cabeça constante para os defesas coreanos Fonte: Handballgeo2017
Luís Frade foi uma dor de cabeça constante para os defesas coreanos
Fonte: Handballgeo2017

Apesar de no início do segundo tempo Portugal ter voltado a entrar forte e determinado, a Coreia conseguiu um parcial de 3-0 e colocou-se apenas com quatro golos de desvantagem (19-15). Esta aproximação da equipa asiática levou Paulo Pereira a pedir um time-out aos 38 minutos. A sua equipa corrigiu os erros e nunca mais permitiu que o adversário se voltasse a aproximar do marcador, gerindo o jogo, o resultado e a condição física dos jogadores para os desafios que se seguem. O resultado final foi 33-24.

O pivot da AA Águas Santas, Luís Frade, com sete golos em sete remates e o lateral direito do ISMAI, Diogo Silva, com sete também foram os melhores marcadores portugueses. De destacar, também, a exibição de Diogo Valério, guarda-redes do SL Benfica, que apresentou uma eficácia de defesa de 41,4%.

Portugal assume, assim, o comando do grupo C, com cinco pontos, que resultam de duas vitórias e um empate em três jogos. A próxima partida é Domingo contra a Polónia.

Foto de Capa: Handballgeo2017

Superfinal, aí vamos nós!

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Lugar na Superfinal carimbado! Mais do que a goleada, o importante foram os três pontos conseguidos e o seu significado. Apenas a precisar de um ponto, Portugal fez um bom jogo e goleou a seleção do Azerbaijão por claros 9-3.

Logo no pontapé de saída, o Azerbaijão esteve perto de marcar, mas a barra evitou o primeiro. Este lance acabou por resultar num livre a favor de Portugal, mas Madjer não conseguiu aproveitar, atirando ao lado.

Passados os dois primeiros minutos de jogo, onde o Azerbaijão teve mais bola, Portugal começou a tomar conta do encontro, mantendo a matriz de jogo apresentado no Mundialito. Aos quatro minutos e meio, Jordan esteve perto do golo, mas Amid cortou em cima na linha e impediu o primeiro golo da partida. Um minuto depois, a seleção voltou a ficar perto de inaugurar o marcador, mas Bê Martins, após um bom passe de Jordan, cabeceou por cima.

O Azerbaijão procurava respondeu ao controlo português através dos livres-diretos de que ia dispondo. Exemplo disso, foi o livre-direto a meio do período, onde o empate ficou a milímetros de distância, pois Ramil rematou ao travessão.

A cerca de quatro minutos e trinta do intervalo, Portugal, por mais ma vez, ficou perto do primeiro, devido a um corte de Bruno Novo que obrigou Elchin a uma bela estirada.

Bê Martins e Ricardinho bisaram no jogo desta tarde Fonte: Facebook Oficial de Bê Martins
Bê Martins e Ricardinho bisaram no jogo desta tarde
Fonte: Facebook Oficial de Bê Martins

Portugal tinha o controlo do jogo e apesar de não estar a jogar a ritmo elevado, sempre que perdia a bola conseguia recuperá-la rapidamente, assim como, criava oportunidades para marcar. Contudo, o golo não parecia querer nada com a seleção nacional nestes primeiros doze minutos. Quem ficou perto de marcar foi a seleção do Azerbaijão. Amid, com um remate de meia distância, voltou a testar Andrade. Porém, a onze segundos da pausa, jogada entre os irmãos Martins e Bé disparou de pé esquerdo para o 1-0.

Numa primeira parte morna e poucas vezes bem jogada, Portugal estava na frente por 1-0. Mesmo assim, o resultado era escasso para todas as oportunidades que os comandados de Mário Narciso tinham conseguido criar.

A segunda parte teve um começo bem animado e logo na bola de saída, Ricardinho levantou e Madjer disparou o esférico para o fundo das redes adversárias, fazendo o 2-0 para a seleção nacional. Volvidos alguns segundos, Elchin rematou da sua área e Sabir, em frente a Andrade, desviou e reduziu o marcador. Na resposta e após uma recuperação de bola a meio-campo, Ricardinho disse sim a um belo passe de Bruno Novo e repôs a vantagem de dois golos. Pouco depois, esteve à vista o quarto, mas o guarda-redes contrário conseguiu parar o remate de Bruno Novo. Não marcou Portugal marcou o Azerbaijão. Recuperação de bola na defesa e Sabir levou tudo à frente e reduziu para 3-2.

Após dois minutos bem animados, Portugal colocou um cubo de gelo do encontro e voltou a tomar conta das rédeas da partida, utilizando a sua metódica matriz de jogo para aumentar o score e dezasseis minutos e meio Coimbra, ao segundo poste, apontou o 4-2. Nem um minuto depois, belo lance ofensivo da seleção das quinas e Jordan aumentou para 5-2.

Se Portugal, após os dois primeiros minutos, voltou a tomar conta do jogo, os golos de Coimbra e de Jordan vieram consolidar o domínio do encontro.

Até ao novo intervalo, a seleção nacional geriu a vantagem e a trinta segundos da pausa, ainda conseguiu aumentar o resultado para 6-2. Numa situação de pressão, Madjer consegue recuperar a bola e assistiu Bê Martins que, com a baliza completamente aberta, não desperdiçou.

Sporting CP 1–0 Vitória FC: Leão esfomeado quase foi travado

sporting cp cabeçalho 1Como anunciado, William Carvalho não esteve presente em Alvalade. Ou os ares Londrinos chamam pelo médio português, ou Jorge Jesus terá feito ilusionismo para os jornalistas romenos. O tanque argentino, Battaglia, foi chamado para ocupar e perfumar o meio-campo leonino. Na frente, Bruno Fernandes ocupava o lugar ao lado de Paulinho, outrora de Adrien, enquanto Podence encaixava nos turbos da linha da frente. Lá atrás, Coentrão apresentava dores e cansaço. Por sua vez, Jonathan Silva, avançava para derrubar qualquer um que lhe fizesse frente. Peças lançadas, eis o onze para devorar o choco frito de Setúbal: Rui Patrício; Jonathan Sila, Coates, Mathieu e Piccini; Battaglia e Adrien; Acuña, Podence, Gelson Martins e Bas Dost.

Entrada a toda o gás do Sporting, com os turbos ligados e direcionados à baliza de Trigueira. O caudal ofensivo era impressionante e sufocante para os setubalenses. No entanto, o corredor direito, com Gelson Martins em destaque, era insuficiente para colocar a bola no gigante Holandês. O defesa Arnold bem tentava fazer fitas para a sua equipa conseguir respirar e os restantes lá iam suportando e defendendo como podiam. Meia hora de jogo, a partida desce de intensidade e fica com pouca qualidade e bastantes passes falhados. Acuña e Podence estavam desligados e sem capacidade para desequilibrar a muralha que ia envolvendo a baliza do Vitória. Contra a maré remava Adrien, muito certinho, pressionante e com aura de guerreiro. O verdadeiro Adrien que todos esperavam estava ali, a empurrar a equipa para a frente. Nos últimos dez minutos, a equipa visitante conseguiu chegar mais perto da baliza de Rui Patrício, mas, mesmo assim, sem fazer cócegas ao guardião do templo. O jogo pedia intervalo e Bruno Paixão fez questão de adiantar o relógio para mandar as equipas descansar. Foram quarenta e cinco minutos onde o Sporting construiu muito para derrubar o castelo Vitoriano, porém, sem sucesso.

Adrien esteve em bom plano na primeira parte do jogo  Fonte: Liga Portugal
Adrien esteve em bom plano na primeira parte do jogo
Fonte: Liga Portugal

À barra! Logo a abrir a segunda parte, jogada de insistência e a bola a sobrar para o capitão leonino, Adrien Silva, que atira ao ferro da baliza. O Sporting, persistia em jogar pelos sectores e em cruzamentos para a área. Bas Dost queria a bola servida numa bandeja e ia esbanjando a oportunidade de rematar e libertar os nervos das bancadas. Nervos que cresciam à medida que o tempo passava e que Jorge Jesus mastigava a caixa toda de chicletes. Até Mathieu foi lá à frente tentar. Remate de bicicleta à figura do guarda redes. Era notário a falta de um construtor de jogo ofensivo e a equipa do Setúbal parecia querer fechar o choco frito, bloqueando todas as investidas leoninas.

Doumbia e Bruno César foram lançados para o lugar dos apagados Acuña e Podence. Mais um matador na frente e mais um jogador para esticar a ala. Já com Bruno Fernandes em campo para o lugar de Arien, foi Doumbia que deixou escapar uma grande oportunidade de abrir o marcador. Sem Trigueira na baliza, o costa-marfinense, num gesto acrobático ao género de Bruce Lee, rematou ao lado para desespero dos quarenta e dois mil adeptos nas bancadas. JJ nem queria acreditar e a aquele cabelo branco era agora um ninho de nervos. O jogo entrava na fase final e os jogadores começavam a demostrar grandes níveis de ansiedade. Até que aos oitenta e cinco minutos, Nuno Pinto derruba Bas Dost e Bruno Paixão assinala penalti. Chamado a converter, o holandês, com grande frieza, remata para grande erupção de alegria verde branca. Momento de grande euforia em Alvalade, o Sporting adiantava-se com justiça no marcador e garantia desta forma três preciosos pontos numa partida de grande grau de dificuldade.

É perceptível que esta equipa necessita de mais jogos. Aquela entrada em jogo juntamente com a intensidade que a equipa irá adquirir ao longo do tempo, serão, certamente, um cocktail perfeito para aniquilar dificuldades e extinguir os níveis de ansiedade demonstrados no decorrer do jogo.

O melhor onze de sempre do FC Porto: Branco

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Este é um artigo para adeptos do FC Porto de todas as idades – para avivar a memória dos mais velhos e para informar os mais jovens. Cláudio Ibrahim Vaz Leal, mais conhecido no mundo do futebol como “Branco” (por, em criança, ser o único jogador de cor branca numa equipa composta por atletas negros) foi, com pouca margem para dúvidas, o melhor lateral esquerdo da história dos azuis e brancos. O brasileiro, que alinhou no FC Porto durante duas épocas e meia, entre 1988 e 1990, realizou um total de 80 jogos nos quais apontou 12 golos.

De dragão ao peito, Branco conquistou “apenas” uma Liga Portuguesa e uma Supertaça Cândido de Oliveira, já que a sua chegada ao clube ocorreu dois anos após a conquista da Liga dos Campeões, num período em que Quinito substituíra Tomislav Ivic no cargo de treinador do FC Porto, tendo sido necessário “resgatar”, na época seguinte, Artur Jorge para recolocar o clube no rumo das vitórias. Nos anos em que esteve ao serviço dos azuis e brancos Branco jogou lado a lado, na linha defensiva, com futebolistas de grande qualidade tais como João Pinto, Geraldão ou Aloísio.

Com 1,79m de altura e umas impressionantes 72 internacionalizações pela seleção brasileira de futebol (nas quais apontou nove golos e conquistou a Copa América e, em 1994, o Campeonato do Mundo), Branco destacava-se pela sua qualidade técnica, pela capacidade de subir no terreno de jogo para apoiar o ataque (numa época em que os laterais ainda tendiam a ser, acima de tudo, defesas), mas acima de tudo pelo seu fabuloso pé esquerdo com o qual apontou diversos golos de livre direto (geralmente marcados em força, a fazer lembrar Roberto Carlos). Curiosamente, só mesmo Roberto Carlos, Júnior e Nilton Santos têm mais jogos disputados pela seleção brasileira de futebol, na posição de defesa/lateral esquerdo, do que Branco.

Branco deixou saudades no FC Porto Fonte: Paixãopeloporto
Branco deixou saudades no FC Porto
Fonte: Paixãopeloporto

Com um percurso futebolístico que conta com duas passagens por Itália (ao serviço do Brescia C e do Genoa CFC), uma por Inglaterra (ao serviço do Middlesbrough FC) e uma pelos Estados Unidos da América (ao serviço do New York Red Bulls), a carreira de Branco fez-se essencialmente no seu país de origem, onde alinhou por clubes como o Fluminense FC, o Grêmio FPA, o SC Corinthians P, o CR Flamengo ou o SC Internacional. No Campeonato do Mundo de 1994, celebremente conquistado pela seleção brasileira frente à Itália no desempate por grandes penalidades (com Roberto Baggio a desperdiçar o penálti decisivo), Branco teve um papel fundamental ao marcar de livre direto, no Cotton Bowl Stadium, o golo da vitória do Brasil frente à seleção holandesa (num jogo que a “canarinha” venceu por 3-2 com golos apontados por Romário, Bebeto, e Branco), permitindo o seu apuramento para a meia-final da competição.

Pese embora o percurso brilhante ao serviço da seleção brasileira de futebol, na cabeça dos adeptos do FC Porto que tiveram o privilégio de assistir a jogos nos quais Branco participou o que fica na memória é, acima de tudo, a sua técnica de remate que lhe permitiu apontar vários golos de livre direto. No final de contas, a conclusão parece ser apenas uma: o FC Porto já teve no seu plantel excelentes defesas/laterais esquerdos, como é exemplo recente Alex Sandro, mas nenhum deles conseguiu ser tão brilhante quanto Branco o foi no final da década de 1980.

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Foto de Capa: Paixãopeloporto

Jonas e Pizzi: uma questão de dependência ou de equilíbrio?

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Não é preciso ver muitos jogos do Benfica para perceber que o estilo de jogo da equipa encarnada gira à volta de dois jogadores: Pizzi e Jonas. Estes são os “jokers” da equipa: dois jogadores com um QI elevado que têm a capacidade de tomar a decisão certa na hora exacta, dois jogadores capazes de resolver um jogo com um simples gesto técnico, seja este um remate, uma assistência para golo, um passe a rasgar ou uma finta desconcertante.

No entanto, perante a maior influência do médio transmontano e do avançado brasileiro, certamente que muitos adeptos colocarão uma questão: será que a equipa está muito dependente deles?

Ora, eu sempre parti do princípio de que uma equipa equilibrada tem de ter um colectivo forte, mas também tem de ter individualidades que façam a diferença. Onde é que eu quero chegar com isto? Quero dizer que, para que o Jonas e o Pizzi façam a diferença nos resultados da equipa, os restantes colegas de equipa têm de contribuir para tal.

Por exemplo, na equipa do Benfica no final dos anos 90, jogadores como João Pinto e Poborsky faziam a diferença nesse aspecto, mas não chegavam para todas as encomendas. E isso acontecia porque os seus colegas de equipa não faziam o complemento necessário para formarem um colectivo forte.

Vejamos o exemplo da equipa do Benfica 2009/2010: essa equipa tinha três jogadores com maior capacidade de definir os lances: Dí Maria, Aimar e Saviola. Eram eles as peças mais importantes do famoso “rolo compressor” e também eram eles que forneciam as munições para Óscar Cardozo finalizar. No entanto, por detrás da fantasia e virtuosismo deste três jogadores estava uma dupla bastante trabalhadora no meio-campo: Javi Garcia e Ramires.

A influência de Jonas é inquestionável Fonte: SL Benfica
A influência de Jonas é inquestionável
Fonte: SL Benfica

Na minha opinião, a maioria das grandes equipas europeias constroem equipas à volta de jogadores deste perfil, jogadores com uma elevada capacidade de definição dos lances, jogadores que transformam o difícil em fácil. O Barcelona tem Messi e Iniesta, o Real Madrid tem Ronaldo e Modric, a Juventus tem Dybala e Pjanic, o Chelsea tem Hazard, etc.

Na minha opinião, acho que este é um principio que tanto de aplica no futebol, mas também noutras modalidades como o futsal ou o basquetebol. Ora, passando isto para a nossa equipa actual, eu acho que a equipa de Rui Vitória está bem equilibrada nesse aspecto.

Jogadores como Jonas e Pizzi não teriam a influência e a preponderância que têm os seus colegas de equipa não fizeram o seu trabalho em campo. Se não fosse o “trabalho silencioso” de jogadores como Fejsa, Salvio, Cervi ou Jiménez, a influência de Jonas e Pizzi não seria suficiente para construir uma equipa vencedora.

Portanto, eu não creio que a forma como Pizzi e Jonas sobressaem na nossa equipa não seja uma questão se dependência, mas sim o fruto do forte sentido colectivo da nossa equipa.

Foto de Capa: SL Benfica