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Neymar no PSG: Os valores

Cabeçalho Liga Francesa

 

Informação prévia:

O PSG vai desembolsar cerca de 800 milhões de euros, caso Neymar cumpra os 5 anos de contrato propostos:

– €222M para o Barcelona

– €188M para os do Estado Francês (37,5 milhões por cada ano de contrato)

– €80M para os do Espanhol

– €250M para Neymar (30 milhões por ano, livres de impostos, já que estará isento de pagar o imposto sobre as grandes fortunas por nunca ter vivido em França, mais 100 milhões do prémio de assinatura)

– €45M em “comissões de agenciamento”

 

“… tanta gente a morrer a fome!”. Com a toalha no ombro e mão na cintura, o empregado do restaurante que me serviu o almoço de hoje não evitou o desabafo quando passou, no jornal da tarde de um canal generalista, a notícia da transferência de Neymar para o PSG. Não terá sido o único. O desabafo daquele senhor estará a ser replicado um pouco por todo o mundo, por entre gente que tem contas por pagar e filhos a quem dar de comer e educação.

De facto, os valores envolvidos são pornográficos, e têm de nos atirar, gente do futebol, para uma profunda reflexão sobre o verdadeiro valor da nossa indústria e, sobretudo, da sua responsabilidade social. Sim, responsabilidade social. O valor que se movimenta para comprar um jogador, hoje em dia, é verdadeiramente escandaloso e a tendência é para piorar (ou melhorar, no que toca aos interessados). Para o que se encaixa, já não chega existir “Fundação Barcelona” ou “Fundação PSG”, não. Tem de se fazer mais pelo mundo, porque o mundo tem feito muito pelo futebol.

Fonte: children.org
Fonte: children.org

E o mundo, que projeta o futebol em camisolas forjadas dos principais protagonistas dos maiores clubes mundiais e nos pés descalços de quem não tem meios para os calçar, merece, por exemplo, ser educado, como eu e muitos dos que estão a ler, foram ou estão a ser. O mundo merece criar condições para a sua sustentabilidade, e essa começa nas escolas e no conhecimento. O conhecimento que se pode alastrar daqui, da Europa “civilizada”, onde se fazem os negócios milionários, para lugares como, por exemplo, Madagáscar, onde uma escola com 580 alunos (e aos quais se daria uma refeição por dia) custa, segundo dados do Borgen Project, menos que 4500 euros. Ou seja, se Neymar Sr, pai de Neymar Jr, abdicasse de apenas 1% do valor que irá receber em “comissões de agenciamento”, conseguiria dar de comer e saber a 580 miúdos que, descalços e com camisolas forjadas (provavelmente de Neymar), promovem o futebol ao ponto de este atingir os valores dos quais é alimentada a fortuna desse senhor.

Amar o futebol, às vezes, deixa-me a consciência pesada.

Foto de Capa: Telegraph

Artigo revisto por: Beatriz Silva

Bruno Magalhães quer sonhar, mas não o querem deixar

Cabeçalho modalidadesAs duas últimas provas do ERC (Grécia e Chipre) permitiram a Bruno Magalhães manter a liderança no Europeu de ralis, apesar de não ter ganho nenhuma das provas e até ter desistido no Chipre.

Na Grécia, Bruno Magalhães chegou a estar na liderança, mas um problema no carro não permitiu que continuasse a lutar por esta posição, terminando em segundo, atrás do seu principal rival Kajetan Kajetanowicz. No Chipre, as coisas nunca correram muito bem e, à sexta especial, o piloto português acabou mesmo por desistir, ao sair de estrada na mesma curva que Kajetanowicz e Murat Bostanci. Como o piloto polaco conseguiu voltar à estrada no dia seguinte, ainda assegurou sete pontos, contra os zero de Bruno Magalhães.

Vai para a estrada, este fim de semana, mais uma prova, a quinta da temporada e, mais uma vez, a dupla líder do ERC garantiu a sua presença apenas nos últimos dias possíveis e graças a estrangeiros…

É a Seajets que nos permite sonhar com o título europeu Fonte: ERC
É a Seajets que nos permite sonhar com o título europeu
Fonte: ERC

Em Portugal, não parece existir interesse na conquista de um título europeu, nunca conquistado, e que apenas por uma vez esteve próximo, quando Miguel Campos, em 2003, foi segundo, num saudoso Peugeot 206 WRC da equipa portuguesa da marca do leão. Acho totalmente inconcebível que em Portugal não se dê apoios a um piloto que é líder de uma competição deste nível a meio do calendário. Assim sendo, tem de ser a empresa grega Seajets a apoiar o nosso piloto, tal como fez nos dois últimos ralis. A juntar à armadora grega estão três secções da ERA, onde destaco a da Expo, por estar sempre ao lado do piloto.

Na Polónia, a vida não será nada fácil para Bruno Magalhães, desde logo porque testou muito pouco em pisos de asfalto, ao contrário dos seus maiores rivais. Kajetanowicz, a jogar em casa, terá de ser o principal favorito à vitória, isto apesar da presença de Mads Ostberg, piloto habitual do WRC e que ainda no fim de semana passado esteve na Finlândia com um Fiesta WRC dos novos. Fora estes dois pilotos, não podemos excluir Bryan Bouffier, sempre temível no asfalto e que o ano passado foi segundo no rali, e de Alexey Lukyanuk, apesar de ser difícil de saber o estado do piloto russo depois do grave acidente que teve e que o impediu de estar presente na Grécia e no Chipre. Manter um ritmo constante será fundamental para um bom resultado, que será sempre terminar na posição mais alta possível. Vai ser uma luta muito difícil, mas “Vamos à luta”, como escreveu o piloto.

Foto de Capa: ERC

Artigo revisto por: Francisca Carvalho

Venham lá os jogos a sério

sporting cp cabeçalho 2

O Sporting Clube de Portugal terminou uma exigente pré-época, com uma vitória no Estádio de Alvalade, por 1-0 contra a Fiorentina. Numa pré-temporada planeada ao detalhe, o Sporting disputou 8 jogos, obtendo 3 vitórias, 1 empate e 4 derrotas.

Os leões iniciaram a pré-época, com um jogo de preparação no Algarve, diante o Belenenses, que terminou empatado a um golo. Seguiu-se o estágio na Suíça, onde o Sporting defrontou adversários de elevado grau competitivo, Fenerbahçe, Valencia, FC Basel e Marseille. Num estágio, com um treino aberto aos adeptos do Sporting, que residem em solo helvético, uma oportunidade para poderem contactar com os jogadores e equipa técnica.

Regressados a Portugal, os leões realizaram mais três partidas, o jogo de apresentação aos sócios frente ao Mónaco de Leonardo Jardim, um jogo de preparação em Rio Maior contra o Vitória de Guimarães e ainda, o Troféu Cinco Violinos contra a Fiorentina.

Destaque especial para os dois jogos no Estádio José Alvalade, com o Mónaco e Fiorentina. O Sporting fez duas boas exibições e somou duas vitórias, onde se começa claramente a delinear o “onze” de Jorge Jesus. Entre os reforços há unidades com bom rendimento, como Fábio Coentrão, Piccini, Mathieu, Battaglia, Bruno Fernandes e Acuña.
Acuña é um dos reforços apontados ao "onze-tipo" de JJ nesta temporada Fonte: Sporting Clube de Portugal
Acuña é um dos reforços apontados ao “onze-tipo” de JJ nesta temporada
Fonte: Sporting Clube de Portugal
Jorge Jesus tem o seu “onze” praticamente definido, com Rui Patrício na baliza. A defesa composta por Piccini, Mathieu, Coates e Fábio Coentrão. No meio-campo, o treinador leonino tem hoje várias opções, entre William Carvalho e Battaglia, e Adrien Silva e Bruno Fernandes. Nas alas, o reforço Marcos Acuña deve jogar à esquerda e Gelson Martins à direita. Na frente, o goleador Bas Dost deve ter a companhia de Daniel Podence, que foi uma das melhores unidades do Sporting esta pré-temporada.

No próximo fim-de-semana, o Sporting irá disputar a primeira jornada da Liga NOS, contra o Desportivo das Aves. O Sporting é favorito para este encontro e é fundamental iniciar a luta pelo título com uma vitória. Num mês de Agosto exigente, em que os leões disputarão o play-off da Liga dos Campeões e as primeiras quatro jornadas da Liga NOS.

Os leões estão a construir uma grande equipa, tendo várias opções para cada posição. O Sporting realizou uma pré-época muito exigente e com certeza que irá recolher os frutos deste trabalho. Que seja uma época de vitórias, conquistas e títulos, com uma grande atitude e compromisso de todos.
Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

Futebol Português: Um Mundo ao contrário

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sporting cp cabeçalho 2Ao ver tudo o que se tem passado no futebol em Portugal, a primeira coisa que me vem à cabeça é que é um mundo à parte, que não se rege pelas mesmas leis de todos os outros quadrantes da sociedade. Aliás, nem a sociedade se importa muito que assim seja, desde que o seu clube lucre com isso.

A verdade é que nas últimas semanas se têm observado vários momentos que parecem saídos de uma realidade paralela, um mundo ao contrário quase saído de um guião de filme ou telenovela, ao qual poderia mesmo sugerir uma banda sonora de um grupo musical cujo nome se enquadra perfeitamente no desporto que aqui discutimos, Xutos & Pontapés. O nome da música: Mundo ao contrário.

Pois bem, estamos perante um universo em que um grupo organizado de adeptos ou sócios não é considerado claque. Em que mundo?

Apresento-vos o grupo organizado de sócios do Sporting Fonte: As redes do Damas
Apresento-vos o grupo organizado de sócios do Sporting
Fonte: As redes do Damas

Nesse mundo também temos comunicação social que prefere assumir o erro em vez de o corrigir apenas para ter mais comentários e “clickbaites”. Vemos agora, constantemente, troca de imagens a ilustrar noticias que a única coisa que têm relacionado é a coincidência de a pessoa da foto e a das notícias partilharem nomes parecidos. Quem não gostaria de ver Vítor Pereira, o treinador, a dirigir a arbitragem grega? Bem, talvez ficassem mais bem servidos, mas não vem isso ao caso. E quem não gostaria de ver o Douglas, central do Sporting, rumar ao outro lado da segunda circular? Particularmente, esta última eu apoiava.  São apenas dois exemplos do mau profissionalismo que se apoderou da comunicação social neste país, apenas para o Lucro. Já alguém dizia que pouco importa se falam mal ou bem, desde que falem…

Estamos a falar de um universo futebolístico em que se apoia o erro porque dá espectacularidade ao jogo. Eu diria que, para mim, espectáculo mesmo era ver as equipas com mais mérito e menos ajudas exteriores ganharem os campeonatos, ainda que consigam marcar menos golos espectaculares. Prefiro muito mais festejar um golo limpo, ainda que com “delay”, do que festejar golos irregulares na hora.

Neste universo paralelo consegue-se até dizer que um jogador que, sempre que aparece a falar do seu clube o faz de voz embargada e olhar vidrado, está a forçar a sua saída. Acredito sim que ele quisesse ter mais oportunidades de jogar e poder lucrar financeiramente em outras paragens, mas com certeza nunca forçando por estar insatisfeito ou querendo prejudicar o seu clube.

Mas infelizmente no meu clube também se vêem casos que parecem saídos desse mundo, porque parece que temos uma massa adepta bipolar. Ou então não há bipolaridade, e há apenas os que só gostam de se expressar quando há algo a criticar e se escondem quando tudo está bem, e os que só escrevem quando há vitórias e se escondem quando aparecem as derrotas. Diria que falta apenas bom senso.

Retrospetiva dos jogos a brincar

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No sábado o Benfica inicia a sua época frente ao Vitória de Guimarães, jogo a contar para a Supertaça Cândido de Oliveira. Com o início da época em Portugal, dá-se o fim da pré temporada para a equipa encarnada, pré-época esta que não foi de todo positiva. Façamos uma retrospetiva dos pontos altos e baixos dos jogos disputados pelas águias para se prepararem, não só para defender o título de Tetracampeão, mas também para lutar por todas as provas onde estão inseridas.

O Melhor

A pré temporada serve para recuperar ritmo de jogo, reensaiar lances e introduzir os reforços no estilo de jogo da equipa e a mentalidade a que este está associada. Dentro de tudo o resto, foi isso que foi feito. Bruno Varela, Pedro Pereira e Hermes (reforço de Janeiro da época transata), Buta e Rúben Dias (promovidos da equipa B), Martin Chrien, Seferovic, Chriss Willock, Arango e Diogo Gonçalves todos contabilizaram minutos no onze de campo do clube encarnado e deram o seu melhor para reclamar um lugar nos habituais convocados de Rui Vitória.

Alguns reforços deram-se melhor que outros e, dentro dos que deixaram mais água na boca estão Willock – o jovem inglês aparenta grande qualidade na sua postura inglesa de jogar e enfrentar os lances -, Diogo Gonçalves – o também jovem, mas português, tem uma grande postura em campo e é o jovem nacional que mais deu nas vistas, criando influência no jogo quando era chamado a intervir -, Chrien – apresentou-se sem rodeios e assertivo quando lhe cabia decidir e jogar a bola, tornando-se num jogador interessante a vigiar -, e claro Seferovic – o suíço mostrou-se com faro para o golo, contabilizando 3 golos nos 5 jogos que disputou.

O ataque (com a ajuda dos golos de Seferovic e da sua mobilidade, força e persistência) foi o ponto mais positivo dos encarnados. Criou-se uma zona ofensiva muito móvel e rápida, que acabava por pecar apenas na finalização. Faltam lances ensaiados, rotinas e conhecimento entre colegas para que tudo se torne mais fluente, mas a parte dianteira do meio campo, parece estar bem encaminhada para as águias.

O SL Benfica tem saldo negativo na pré-época Fonte: SL Benfica
O SL Benfica tem saldo negativo na pré-época
Fonte: SL Benfica

O Pior

Embora se tenham visto novas caras e um ataque a deixar que pensar, a defesa foi, sem dúvida, o que mais preocupou os adeptos da equipa da Luz. Foram sofridos 14 golos em 6 jogos, contra metade dos golos marcados. Nos 6 jogos disputados, destacam-se as duas goleadas sofridas frente ao Young Boys (1-5 na Uhrencup) e ao Arsenal (5-2 na Emirates Cup). Ambos os resultados demasiado desnivelados deram-se devido a pouca combinação e organização defensiva, cometendo-se grandes erros por falta de rotina que se esperam estar resolvidos no momento do primeiro jogo oficial. Falta organização, concentração e uma maior ajuda do médio defensivo ao quarteto defensivo. Filipe Augusto acabava muitas vezes mal na fotografia quando apareciam jogadores isolados no local onde ele deveria estar a defender a baliza.

Outro ponto negativo vai para as saídas que aconteceram. O Benfica reforçou o título de impulsionador de ativos (vendeu Ederson por 40 milhões ao Manchester City, Lindelöf por 35 milhões ao Manchester United e Nélson Semedo por 30,5 milhões ao Barcelona), mas pareceu não ter ainda ingressado no mercado de forma séria para renovar as posições que estavam ocupadas por estes três jogadores titularíssimos que ajudaram a vencer a Supertaça, Liga NOS e a Taça de Portugal na época passada.

A época está aí a começar e apenas se teve um vislumbre de um Benfica sem rotinas, muitas caras novas a tentar entender-se e à procura de soluções. Viram-se pontos bons e maus, mas a pré temporada é para testes e em nada influencia a temporada que se inicia este sábado. Relembrando as últimas quatro épocas em que o Benfica se sagrou campeão, percebemos o quão pouco a pré temporada é um reflexo da temporada que se segue: em 2013/14 perdeu 2, empatou 2 e venceu 5 (a melhor pré temporada); em 2014/15 perdeu 6 e ganhou apenas 2; em 2015/16 perdeu 3 e empatou 2, não alcançando nenhuma vitória; em 2016/17 perdeu 2, empatou 2 e venceu 4.

Espera-nos agora a Supertaça Cândido de Oliveira, o primeiro jogo a contar, o primeiro a sério onde não se ‘joga a berlindes’. Espera-se também que os encarnados se mostrem num primeiro vislumbre do que espero ser o Benfica 2017/18 – vencedor. Saudações Benfiquistas!

Foto de Capa: SL Benfica

Artigo revisto por: Beatriz Silva

Gil Vicente FC 1-3 FC Porto: Tiquinho brilha na versão B dos dragões!

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fc porto cabeçalhoFoi com um onze de “segundas linhas” que os azuis e brancos conquistaram, já na ponta final da partida, a vitória frente a um Gil Vicente que vendeu cara a derrota e deixou boas indicações para o que aí vem. Ao FC Porto valeu um inspirado Tiquinho Soares que, com um hattrick, prolongou o bom momento da equipa de Sérgio Conceição.

Ambiente espetacular, como há muito não se via no Cidade de Barcelos, com 11 864 espetadores a testemunharem mais uma vitória do FC Porto nesta pré época. A uma semana do início do campeonato, e na derradeira oportunidade de mostrar serviço para alguns jogadores, como os casos de Rafa, Hernâni, Sérgio Oliveira e Marega (Mikel não jogou), foi um habitual titular que, mesmo não contando com a companhia do parceiro de setor (Aboubakar), conduziu os azuis e brancos à conquista do segundo troféu de pré temporada, no caso, a Taça Crédito Agrícola.

À imagem do que vem sucedendo nos particulares anteriores, o FC Porto entrou forte, objetivo, pragmático e determinado a resolver as coisas cedo. Corriam apenas três minutos de jogo e já Otávio, depois de rodar sobre um adversário, isolou Soares que, frente a Rui Sacramento, não desperdiçou.

A partir daqui, e fruto de alguma inconsistência própria de uma equipa que andará um pouco longe daquela que se prefigurará como titular frente ao Estoril, na próxima quarta feira, a qualidade do jogo baixou e foi o Gil Vicente que, com boas dinâmicas e um futebol particularmente interessante andou perto da baliza de José Sá, ameaçando, primeiro, aos 21 minutos por intermédio de James, que atirou ao poste, e convertendo, depois, aos 30’ com uma boa envolvência atacante. Passe de Rui Miguel, de calcanhar, a isolar Jonathan e o avançado hondurenho a restabelecer a igualdade.

Estava feito o empate e, pouco depois, chegava o intervalo com o resultado completamente ajustado às incidências da primeira parte.

Aqui, o primeiro de três golos de Soares Fonte: FC Porto
Aqui, o primeiro de três golos de Soares
Fonte: FC Porto

Na entrada para o segundo tempo, foi visível o contraste nas substituições feitas das duas equipas. Enquanto o Gil Vicente mudou todo o seu onze, a equipa do FC Porto manteve a equipa titular intacta.

O jogo na segunda parte, à imagem do que foi no primeiro tempo, foi bastante dividido e a equipa de Barcelos foi um “osso duro de roer” para os dragões. A equipa gilista aproveitou o apoio dos seus adeptos com casa quase cheia e agigantou-se frente a um grande português. Os golos só viriam mesmo a surgir nos dez minutos finais. Dois golos e ambos de Soares.

As primeiras oportunidades de golo no segundo tempo pertenceram ao FC Porto e ambas saídas dos pés de Otávio, com as duas bolas a sair bem por cima da baliza adversária. O médio brasileiro deu boas indicações ao longo dos 90 minutos e foi, durante toda a partida, o mais inconformado com o empate.

As mexidas no plantel azul e branco viriam a acontecer pouco depois, à entrada do minuto 63. Foram quatro as mexidas dos dragões e seriam mesmo essas quatro alterações as únicas de toda a partida para os dragões. Sérgio Conceição tirava de campo Marega, André André, Óliver e Hernâni. Este último particularmente desinspirado com inúmeras perdas de bola e certamente com uma tarefa difícil pela frente se quiser lutar pela titularidade. Para os seus lugares, Sérgio Conceição apostou em Rafa Soares, Maxi Pereira, Sérgio Oliveira e Héctor Herrera.

Apesar da formação tática continuar a mesma (4-4-2) foi interessante ver um sistema em que Otávio atuou como parceiro de Soares e em que Maxi e Rafa Soares assumiram as laterais do FC Porto, tendo Ricardo Pereira e Layún subido nas alas. Sérgio Conceição terá assim aproveitado este último teste de pré época para ver até que ponto os quatro defesas podem ser compatíveis no onze titular.

Com as substituições de ambas as equipas, o ritmo de jogo abrandou e as oportunidades de golo foram escassas. O Gil Vicente, mesmo com catorze substituições feitas, conseguiu “adormecer” os dragões e conseguiu fechar-se muito bem, tornando muito difícil a entrada na sua área.

O jogo do FC Porto passava quase exclusivamente pelo recurso à bola longa, algo que não estava a dar resultado. Como tal, as oportunidades de golo dos dragões passavam todas elas muito longe da baliza adversária. Primeiro, Filipe tentou surpreender o guarda-redes Júlio Neiva com um remate ainda antes do meio-campo. Depois, Ricardo Pereira, com um cruzamento de Rafa Soares pela esquerda, consegue um cabeceamento fraco para uma defesa fácil do guardião gilista. Sérgio Oliveira, aos 84’ viria ainda a arriscar o remate fora da área contudo saiu muito desviado o remate do médio português. Parecia impossível a bola entrar na baliza do Gil Vicente.

No entanto, apenas dois minutos depois, as redes voltariam a mexer. Golo de Tiquinho Soares, o suspeito do costume. Após uma boa jogada de entendimento do meio campo portista, Soares recebe a bola de Miguel Layún e impondo o seu forte poderio físico consegue ganhar a segunda bola e ficar frente a frente ao recém entrado guarda redes Rafa e não perdoou. Estava feito o 2-1 muito sofrido pelos dragões e muito festejado pelos adeptos portistas que foram incansáveis no apoio durante os 90’. Os adeptos portistas, que esperaram durante tanto tempo pelo segundo golo, voltariam a festejar pouco depois. Soares a marcar novamente. Maxi Pereira consegue “roubar” uma falta a favor do FC Porto e na cobrança do livre, Sérgio Oliveira encontra a cabeça de Soares que fazia assim o seu hattrick.

Fonte: FC Porto
Fonte: FC Porto

Ainda antes de terminar o jogo, Camara ainda ameaça com um remate fora de área, mas o lance sai inofensivo e José Sá consegue uma defesa segura.

Um jogo sofrido para os dragões que conseguem assim levantar o segundo troféu da pré-época (Troféu Cidade de Guimarães e Taça Crédito Agrícola), terminando com os adeptos portistas a pedir a conquista de títulos para esta nova época, a fim de acabar com a seca de títulos nas últimas quatro épocas.

Como começou Gil:

Rui Sacramento, Ricardinho, Sandro, Tormena e Luis Tinoco; Jumisse, James e André Fontes; Fall, Rui Pedro e Jonathan.

 

Como começou FCP:

José Sá, Ricardo, Felipe, Marcano e Layun; André André e Oliver; Hernani, Otávio, Marega e Soares;

 

Como acabou Gil:

Rafa, Reko, Luiz Eduardo, Rui Faria, Henrique; Miguel Abreu, Nuno Lopes, Tiger; Peter, Camará e João Pedro.

Como acabou FCP:

José Sá, Maxi, Felipe, Marcano e Rafa Soares; Herrera, Sérgio Oliveira, Ricardo e Layún; Otávio e Soares;

Emigração precoce

Cabeçalho Futebol NacionalUm dos motivos pelo qual o campeonato português é reconhecido na Europa, é pelos jogadores que este revela. Mais do que por alguns feitos conseguidos pelos nossos principais clubes nas competições europeias, desde que há uns anos para cá que o nosso futebol é referenciado na Europa pelo excelente trabalho realizado na formação, prospecção e desenvolvimento dos seus atletas.

Como já falei nalguns artigos anteriores, o Sporting CP destacava-se sobretudo na matéria da formação, o FC Porto na prospecção de jogadores recrutados no estrangeiro, principalmente no mercado sul-americano e o Sport Lisboa e Benfica também começou a entrar neste campo nesta década.

No entanto, o Benfica e o FC Porto têm vindo a vincar cada vez mais uma aposta na formação, com o intuito de desenvolverem os seus próprios jogadores, estratégia que já deu frutos ao venderam jogadores formados por bons preços a “tubarões” da Europa.

No entanto, esta nossa fama de “país exportador de jogadores” também tem um forte revés. Como todos sabemos, o campeonato português é esmagado pelos principais campeonatos europeus na componente financeira. Os clubes portugueses estão excessivamente dependentes da venda de jogadores para equilibrarem as contas e com isso, sujeitam-se a perder as suas pérolas em fases muito precoces da sua carreira.

Quando começou a haver o “surto de emigração” dos futebolistas portugueses, os tempos eram outros. Ainda vivíamos na era “pré-Bosman” e como tal, “tubarões europeus” não podiam abusar. Paulo Futre só tinha 21 anos quando se transferiu para o Atlético de Madrid, mas já vinha de três épocas como titular no FC Porto. Já nos anos 90, Rui Costa transferiu-se para a Fiorentina com 22 anos, a mesma idade com que Luís Figo se transferiu para o Barcelona. Fernando Couto rumou ao Parma com 24 anos de idade. E todos estes jogadores foram titulares dos seus respectivos clubes durante pelo menos três épocas.

Nos dias de hoje, o fosse financeiro entre o nosso campeonato e os “big-five” é cada vez maior, o que faz com que se torne cada vez mais difícil segurar os nossos jovens valores. E os exemplos mais gritantes disso, foram os casos de Renato Sanches e André Silva.

Renato Sanches ainda não se impôs no emblema Bávaro Fonte: Facebook Oficial de Renato Sanches
Renato Sanches ainda não se impôs no emblema Bávaro
Fonte: Facebook Oficial de Renato Sanches

Um anos após a sua transferência milionária para o Bayern Munique, Renato Sanches continua sem confirmar o seu potencial na Baviera. Todos nós reconhecemos a concorrência de luxo que ele enfrenta, mas também acredito que muitos fãs de futebol esperavam mais do Renato, pois todos nós vimos a sua enorme qualidade no Benfica e na selecção nacional e conquistar um Golden Boy de forma justíssima.

Mas o que é que terá falhado? Para mim, não existem flops com 19 anos e a verdade é que ainda é muito cedo para dizer que ele se deixou deslumbrar pelo mediatismo e tornou-se numa vedeta. Ele ainda tem muito tempo para crescer e confirmar o seu potencial, mas terá de trabalhar muito e estar comprometido a 100 com o futebol para mostrar o porquê de ter passado de jogador da equipa B do Benfica a titular da selecção nacional em menos de um ano.

O Everton de Ronald Koeman

Cabeçalho Liga Inglesa

2017/18 será a segunda época de Ronald Koeman no comando técnico do Everton. Os ‘Toffees’ de Merseyside, num contexto da melhor liga do mundo e, ao mesmo tempo, da mais investidora, mexeu-se estrategicamente bem no presente defeso.

          Não pelos valores financeiros envolvidos, mas sim pelo peso institucional que teve este regresso, o destaque vai para a chegada de Wayne Rooney, o prestigiadíssimo internacional inglês natural de Liverpool que, aos 31 anos, e ao fim de 13 anos ao serviço do Manchester United, volta assim à sua casa de formação.

As vendas de Lukaku, Deulofeu e Cleverley foram as mais siginificativas e (com a grande parcela para a venda do belga) totalizaram mais de 100 milhões de euros de lucro.

O 7º lugar da época transata garante a presença na Liga Europa, pelo menos, para já os ‘blues’ de Merseyside disputam a 3ª pré-eliminatória, mas com a perspetiva teórica de entrar na fase de grupos.

Nas entradas, os destaques vão para Davy Klaassen, que veio do Ajax, a troco de 27 milhões de euros, ou o guardião Jordan Pickford, ex-Sunderland (28,5 milhões), o defesa-central Michael Keane (Burnley) pelo mesmo preço do guarda-redes…e para a posição dianteira, Sandro Ramírez (Málaga), a tentar ocupar o lugar de Lukaku, não esquecendo Cuco Martina, que veio livre do Southampton.

´        Analisando de trás para a frente, uma equipa que tem Stekelenburg e Pickford não se pode queixar de insegurança na baliza.

Não pelos valores financeiros envolvidos, mas sim pelo peso institucional que teve este regresso, o destaque vai para a chegada de Wayne Rooney Fonte: goal.com
Não pelos valores financeiros envolvidos, mas sim pelo peso institucional que teve este regresso, o destaque vai para a chegada de Wayne Rooney
Fonte: goal.com

No quarteto defensivo e pegando na primeira mão desta 3ª pré-eliminatória da Liga Europa diante o Ruzomberok, Cuco Martina – Keane – Ashley Williams – Leighton Baines é um elenco dos ‘back four’ que impõe respeito, não esquecendo opções como Funes Mori, Jagielka, Coleman ou promissores jovens como Jonjo Kenny ou Mason Holgate.

No meio-campo, Gueye e Schneiderlin, mais recuados, libertam a magia de Klaassen, um miolo de classe mundial, coadjuvado em termos de opções pelo veterano Gareth Barry, Muhamed Besic ou Tom Davies.

No ataque, o ’10’ de Rooney casa o imaginário das crianças que o idolatram com os mais velhos que se lembram de o ver no Goodison Park bem mais novo. Mirallas no centro e Calvert-Lewin no papel de flanqueador criam dúvida no adversário. Este último foi campeão do mundo de sub-20 este verão, bem como Ademola Lookman, outra opção ofensiva do plantel. E ainda dá Yala Bolasie, Aaron Lennon ou Sandro Ramírez.

No entanto, os adeptos parecem suspirar por um dianteiro com um caráter letal e uma presença proeminente como a de Romelu Lukaku. Sandro Ramírez, nesta fase precoce, ainda não fez esquecer o avançado agora ‘red devil’ e Mirallas é mais visto como jogador que parte da extrema esquerda para o meio.

Esta quinta-feira o Everton joga na Eslováquia a segunda mão da já referida eliminatória europeia. Em casa ganhou 1-0. Diante uma equipa fechada, mostrou uma forma de atacar complementar e diversa para criar perigo.

Será mais um jogo para tirar conclusões sobre esta construção de segunda época de Koeman em Goodison Park. Ele que depois de mostrar trabalho no Southampton, tenta cimentar-se ainda mais na Premier League.

Everton 2017/18. Uma equipa a seguir. Não faço previsões, sobretudo num campeonato alucinantemente competitivo. Nos primeiros jogos, os Everton joga com Manchester City, Chelsea e Tottenham…consecutivamente….curioso para percebermos os resultados deste começo.

Em suma, os ‘Toffees’ podem surpreender? Sim, sem dúvida.

 Foto de Capa: Football365.net

O que esperar dos Europeus de Ciclismo de Estrada?

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Cabeçalho modalidades

Vão esta semana para a estrada os Campeonatos Europeus de Ciclismo de Estrada, que se realizam este ano em Herning, na Dinamarca. Criados em 1995 apenas como uma corrida de fundo para a categoria de sub23, foram sofrendo sucessivos alargamentos. Em 1997 passaram a ter também contrarrelógio e em 2005 passaram a ser disputados também em juniores. O ano passado foi realizada a primeira prova para elites com Jonathan Castroviejo e Ellen van Dijk a vencerem no contrarrelógio e Peter Sagan e Anna van der Breggen na prova de fundo.

Na edição deste ano, quem quiser vestir a camisola distintiva de Campeão Europeu enfrentará um percurso bastante plano que nunca chega sequer aos 100 metros acima do nível do mar, pelo que os puros contrarrelogistas e os sprinters serão os que mais provavelmente chegarão à glória.

Apesar de não serem uma das mais prestigiadas provas internacionais do calendário, trata-se de uma competição que dá projeção a alguns jovens valores do ciclismo e, no passado, ciclistas como Marcel Kittel, Giovanni Visconti e Michael Albasini conquistaram aqui vitórias. Na edição deste ano, Edward Dunbar, Jasper Philipsen e Fabio Jakobsen deverão ser alguns dos destaque entre os mais jovens.

Lotta Lepisto é a grande favorita para a prova de fundo em Elites Femininos Fonte: Cervelo Bigla Pro Cycling
Lotta Lepisto é a grande favorita para a prova de fundo em Elites Femininos
Fonte: Cervelo Bigla Pro Cycling

No lado feminino, o crono deverá voltar a ser disputado pelas três medalhadas do ano passado, Ellen van Dijk, Anna van der Breggen e Olga Zabelinskaya, todas elas entre as pré-inscritas para a prova. Já a prova de fundo tem um maior lote de candidatas para o previsível final ao sprint, com Lotta Lepisto à cabeça, mas sem esquecer Jolien d’Hoore, Amalie Dideriksen, Giorgia Bronzini, Kristen Wild e Marianne Vos.

Portugal tem também uma boa história nesta prova, tendo já vencido a prova de fundo sub23 com o ‘Foguete da Rebordosa’ Cândido Barbosa no ano de 1996. Mais recentemente, em 2010, Nelson Oliveira foi, também em sub23, medalhado de prata na prova de fundo e de bronze no contrarrelógio. Este ano, o contingente português é composto por: Rafael Reis, Ruben Guerreiro, Tiago Machado e José Mendes (Elites Masculinos), Daniela Reis (Elites Femininos), André Carvalho, César Martingil, Francisco Campos, Gaspar Gonçalves e João Almeida (Sub23 Masculinos), Soraia Silva (Sub23 Femininos), João Dinis, Pedro José Lopes, Pedro Miguel Lopes e Pedro Teixeira (Juniores Masculinos) e Maria Martins (Juniores Femininos).

Contrarrelógio de Elites

Maciej Bodnar, recente vencedor do contrarrelógio de Marselha no Tour de France, e Stefan Kung, que em 2014 foi campeão europeu em sub23 tanto em contrarrelógio como na prova de fundo, são os dois mais fortes candidatos a vencer a medalha de ouro na prova de esforço individual.

Outros fortes candidatos às medalhas são a dupla belga de Yves Lampaert e Victor Campenaerts, que em 2016 foi segundo, Jos van Emden, Ryan Mullen, Edvald Boasson Hagen e Nikias Arndt.

O campeão em título, Jonathan Castroviejo, não alinhará pois preferiu ficar com a família já que está prestes a nascer o seu segundo filho.

Prova de Fundo de Elites           

Numa corrida que deverá ser decidida ao sprint entre os mais rápidos do pelotão, várias seleções trazem soluções para tentar levar para casa a vitória.

Elia Viviani ambiciona o título europeu para dar impulso a um forte final de temporada  Fonte: Facebook Oficial de Elia Viviani
Elia Viviani ambiciona o título europeu para dar impulso a um forte final de temporada
Fonte: Facebook Oficial de Elia Viviani

A Itália é liderada por Elia Viviani e traz apoios de dois dos comboio de maior sucesso esta temporada, Cimolai e Guarnieri da FDJ e Sabatini da QuickStep. O ciclista da SKY está em forma tendo recentemente vencido duas etapas da Volta à Áustria e, após falhar a presença no Giro d’Italia, aposta forte num final de temporada com vitórias.

Já a Noruega vem como uma liderança bicéfala, que não resultou da melhor forma nos Campeonatos do Mundo da época passada. Ainda assim, Edvald Boasson Hagen vem de um excelente Tour e Alexander Kristoff acabou de vencer a Ride London Classic, sendo ambos claros candidatos à vitória.

Bryan Coquard e Sam Bennet terão as suas equipas a trabalhar exclusivamente em seu favor e, mesmo não tendo apoios tão bons como alguns dos adversários, têm a ponta final para estar na discussão, resta saber se estarão em forma.

Ainda que com um menor grau de favoritismo, Juan José Lobato deverá liderar as aspirações espanholas a uma medalha, enquanto Jens Debusschere e Moreno Hofland deverão ser as mais fortes possibilidades para, respetivamente, Bélgica e Países Baixos que aparecem com equipas fortes no geral mas sem um claro candidato à vitória.

Finalmente, o checo Zednek Stybar deverá ser a maior ameaça entre aqueles que tentarão evitar o expectável final em pelotão compacto.

Foto de Capa: Union Européene de Cyclisme

O futebol sob o ponto de vista de um Feiticeiro

Cabeçalho Futebol InternacionalQuaresma é daqueles que integram o restrito lote de fantasistas que conseguem transformar um retângulo verde num romance em movimento.

Aquando da sua aparição na equipa principal do Sporting, o então treinador Laszlo Boloni instado a falar sobre o craque português foi claro: “É um pouco especial. Será sempre um jogador que tentará seguir o seu caminho, vai continuar sempre com os seus princípios”.

A caminhada deste predestinado começara em Israel. Corria a temporada de 1999/2000. Quaresma levou a sua varinha de condão na mala, e foi figura de proa da seleção portuguesa que conquistou o Campeonato Europeu de Sub-16, tendo marcado o golo solitário com que Portugal bateu a República Checa na final. Foi eleito o melhor jogador desse torneio!

Rapidamente ascendeu à equipa principal do Sporting, e em tão tenra idade o seu talento era tema de conversa um pouco por todo o lado. Este não enganava. Dono de uma personalidade muito forte, o Mustang – alcunha dada por Boloni numa clara alusão ao seu espírito indomável em campo – enfrentava os “graúdos”, fintando-os, um, dois, e mais viessem, sempre com a postura “provocador”, e “arrogante” próprias de um talento invulgar.

A verdade é que o Sporting era demasiado pequeno para o seu talento e acabaria por rumar a Barcelona, onde recebeu a alcunha de Harry Potter. Depois de uma pré-época prometedora nos Estados Unidos, a verdade é que não conseguiu singrar na cidade Condal, tendo regressado a Portugal, para representar o FC Porto, num negócio que envolveu a saída de Deco para o Barça.

Herdou a camisola “10” do mágico, e recuperou a alegria na Invicta. O mundo do futebol voltou a poder disfrutar da sua magia. Conquistou a Taça Intercontinental, e três títulos de campeão nacional, tendo finalmente correspondido em campo com todo o talento que tinha.

Quaresma Intercontinental
Conquista da Taça Intercontinental, em 2004, contra o Once Caldas (8-7 após g.p.). Quaresma marcou o 3º penalti
Fonte: EPA

Antes de abandonar os azuis e brancos, Jesualdo Ferreira deu o mote para que qualquer treinador pudesse retirar o máximo rendimento de Quaresma, apesar de ninguém parecer estar interessado em tão sábias palavras: “Não quero que ele mude a sua personalidade e características individuais, caso contrário transforma-se num jogador mediano em vez do génio que é.”

Nem a propósito, à semelhança do que tinha sucedido em Barcelona, também não foi feliz em Milão, pese embora tenha conquistado a Liga dos Campeões. Depois da falta de paciência que evidenciou em Barcelona por acreditar que o seu talento era garante de um lugar no 11, as exigências táticas impostas por Mourinho não eram do seu agrado. Chegava a casa, revia os jogos, e não se identificava com o que via. Não se reconhecia em campo. Aquele não era Quaresma. Aquele era um jogador mediano. Voltou a sair, por empréstimo para outro gigante do futebol mundial: o Chelsea! E voltou a não correr bem. A sua varinha andava perdida algures num baú, longe dos grandes palcos.

Muitos foram aqueles que nesta altura vaticinaram o fim de Quaresma, e que não raras as vezes foram impiedosos no tom das críticas que lhe eram dirigidas. Mas o craque “Será sempre um jogador que tentará seguir o seu caminho, vai continuar sempre com os seus princípios”.