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Formação nos três grandes: três políticas, a mesma visão

Cabeçalho Futebol NacionalNoutros tempos não se podia dizer que um jogador formado no clube tinha qualidade suficiente para integrar o plantel principal. Cresci num tempo em que, apesar de algumas conquistas por parte das nossas selecções jovens, existiam muitos tabus e preconceitos para com os nossos jovens talentos.

A maioria dos clubes que actuavam na Primeira liga, preferiam contratar jogadores já feitos a outros clubes, que pudessem dar experiência de modo a ajudar a equipa a alcançar os seus objectivos.

Tendo os conta que, nesse tempo, os jovens jogadores eram vistos como jogadores de valor duvidoso, os clubes da Primeira Liga preferiam apostar em jogadores que dessem mais garantias em termos de mentalidade e de maturidade, isso fazia com que o futuro de muitos jovens se tornasse numa incógnita. Muitos certamente terão ficado pelo caminho. E outros terão optado por uma carreira profissional desligada do futebol.

No caso dos jovens formados nos três grandes, estes tiveram a equipa B como rampa de lançamento para o futebol sénior na viragem de século (SL Benfica e FC Porto a partir de 1999 e Sporting CP a partir de 2000), e, com estas, os jovens jogadores da cantera poderiam ter mais aspirações para concretizarem o seu sonho de se tornarem profissionais.

Fonte: Football Database
Fonte: Football Database

No entanto, construir uma equipa B era um projecto de risco e que custava muito dinheiro. Primeiro, porque era necessário investir de modo a que os jovens tivessem as condições necessárias para poderem progredir no clube, quer a nível de infraestruturas, quer a nível de formação; e depois, porque se estes não conseguissem dar o passo seguinte na carreira, sendo emprestados a um clube da Primeira Liga e/ou por uma certa quantia de dinheiro, estes acabavam por dar prejuízo ao clube.

Aliado a esse forte investimento a que a manutenção das equipas B é submetida, a mudança de regulamentos da Liga, que ordenava que se um clube da primeira divisão quisesse ter uma equipa B, esta jogaria na terceira divisão, os três grandes acabariam por extinguir as respectivas equipas B ao fim de alguns anos, visto que consideravam que a terceira divisão não tinha o nível de competitividade necessário para um jogador da cantera poder evoluir e ambicionar chegar ao plantel principal.

No entanto, a 27 de Abril de 2012, os regulamentos da Liga de Clubes voltariam a mudar: os seis primeiros classificados do decorrente campeonato teriam uma equipa B a competir na Segunda Liga a partir da época seguinte. Estas medidas acabaram por ser um upgrade às equipas B, pois, para além dos jovens formados nos três grandes voltarem a ter uma rampa de lançamento, estes começariam desde logo a jogar no futebol profissional, de modo a que tivessem o estímulo competitivo necessário para crescer.

O Sporting Clube de Portugal foi o primeiro clube nacional a dedicar-se seriamente na formação dos seus próprios jogadores. Muito antes da implementação das equipas B, o Sporting já era um clube prestigiado na Europa pelos jovens talentos que formou tais como Paulo Futre, Luís Figo, Emílio Peixe, Beto e Simão Sabrosa. Com um Departamento de recrutamento e formação actualmente liderado por Aurélio Pereira, há muito tempo que o Sporting investiu nas infraestruturas e nas filosofias necessárias para formar e lançar jovens na equipa principal.

Nos tempos da primeira equipa B, existente entre 2000 e 2004, houve vários jogadores oriundos da Academia de Alcochete a serem promovidos à equipa principal, tais como Ricardo Quaresma, Hugo Viana e Cristiano Ronaldo. Após a sua extinção, a solução encontrada pelo clube leonino foi o estabelecimento de parcerias com clubes da segunda divisão para ofereceram jogadores por empréstimo, de modo a que os seus jovens atletas pudessem fazer a sua transição até à equipa principal.

AIK 1-1 SC Braga: A problemática da proposta ofensiva

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Cabeçalho Futebol NacionalNovas são as caras deste novo S.C. Braga, no entanto, os problemas (maioritariamente ofensivos) continuam a ser os mesmos.

Com o campeonato sueco a decorrer, o Braga mostrou que o único culpado do empate (1-1) contra o AIK foi…o próprio Braga.

Visíveis foram as diferenças entre as duas equipas. O AIK foi uma equipa inteligente na exploração do contra-ataque pela faixa esquerda onde conseguiu aproveitar a falta de rotina de Ricardo Esgaio e a inexperiência de Lasar Rosic (o golo de penalti de Daniel Sundgren aos ’18 minutos surge após uma investida do AIK no lado direito do Braga) utilizando a rapidez e a qualidade técnica acima da média do seu melhor jogador, Henok Goitom. Já o SC Braga teve um desempenho aquém das expectativas. O tratamento da bola esteve longe de ser o ideal e a equipa não potenciou de forma correcta a sua forma de jogar.

O Braga utilizou o 4-4-2 como formação ideal, algo que já vem do tempo de Jorge Simão. Danilo e Fransérgio como médios centro, Fábio Martins e Pedro Santos nas alas no apoio a Rui Fonte e Stojiljković.

A dupla Danilo-Fransérgio é a conjugação dos dois “oitos” mais puros do campeonato português. Nem um nem outro são trincos, nem um nem outro são médios ofensivos e isto notou-se em demasia no processo ofensivo do Braga.

O jogo parecia que não queria andar. Por muito que baixasse Danilo para construir e subisse Fransérgio para receber no espaço (e vice-versa) a equipa precisava ou de um número “dez” ou de um “seis” para distribuir jogo. A resolução do problema era bola longa procurando a velocidade de Rui Fonte nas costas da defesa do AIK (muito bom neste tipo de movimentos). Quando o jogo passava pelos pés de Esgaio ou Jefferson quase não havia apoio, nem Danilo nem Fransérgio se aproximavam para dar uma linha de passe e ambos os laterais não conseguiram potenciar a sua principal qualidade: o ataque pelas faixas.

Fonte: Facebook oficial de SC Braga
Fonte: Facebook oficial de SC Braga

Apesar de algumas falhas o Braga mostrou uma nova face. Danilo e Fransérgio não estiveram bem na construção de jogo mas mal conseguiam ter a bola mais à frente no terreno onde podiam correr e desestabilizar a defesa, chegavam com perigo à baliza do AIK. O golo de Raul Silva ao minuto ’10 dá-se no seguimento de um remate de Fransérgio à entrada da área. Danilo também teve uma mudança de velocidade tremenda criando muito perigo à defesa do AIK.

Outro apontamento interessante é a tentativa de Abel fazer de Fábio Martins um médio ala mais completo (um pouco como Pep Guardiola tentou fazer de Ribéry um quase falso 9). Tanto Fábio Martins como Pedro Santos não se mostraram os típicos alas que ficam de banda à procura do temível 1v1 para depois cruzar a bola para a grande área. Abel tentou puxá-los mais para zonas interiores (Pedro Santos já faz isto há alguns tempos) para receber jogo, algo que foi mal explorado mas que no futuro pode ser uma estratégia muito eficaz neste Braga de Abel.

O melhor ponta de lança português não parecia o mesmo e não foi por sua causa. Rui Fonte tem revelado ser um jogador muito completo, tanto com bola como sem ela. O jogo de ontem não foi propício ao seu estilo, mas mesmo assim quando conseguia jogar o seu jogo a equipa tornava-se outra. Rui Fonte é um jogador rápido que gosta de ter a bola e a equipa beneficia muito quando recua e pega no jogo. É igualmente letal quando recebe a bola nas costas da defesa (grande parte do processo ofensivo do Braga foi este mas com muito pouco sucesso). A equipa não o serviu de maneira adequada e o seu jogo passou muito ao lado.

No que toca à defesa, o Braga defendia muitas vezes em 4-2-4 de modo a condicionar a saída a três do AIK. Tanto Pedro Santos como Fábio Martins tinham a função de condicionar os centrais mais encostados às faixas, isto é, em vez de defenderem por fora defendiam por dentro e com isto os alas do AIK estavam várias vezes em situação de 1v1 com os laterais do Braga. Tanto Jefferson como Esgaio continuam a mostrar dificuldades no processo defensivo. Danilo (em termos individuais esteve muito bem) e Fransérgio não conseguiram manter um linha de meio-campo coesa e com apenas um passe a equipa do AIK facilmente tinha a defesa bracarense apenas por bater. Raul Silva é um central seguro e surpreendeu pela positiva, porém, Rosic deixa algumas dúvidas ainda.

É verdade que a equipa de Abel Ferreira não esteve bem defensivamente mas o grande problema está mesmo no ataque e não é por falta de talento. O acima mencionado Jorge Simão teve o mesmo problema na sua passagem por Braga. A equipa tinha poucas ideias ofensivas, o jogo passava muitas vezes pelas alas e pouco por zonas interiores. Seria muito trivial apontar o dedo à falta de um “10” na equipa mas uma coisa é certa, o Braga não irá chegar muito longe se não conseguir ligar o meio campo ao ataque. Neste jogo contra uma equipa teoricamente mais fraca foram notórias as dificuldades do Braga ligar o seu jogo. Durante este mercado muito se tem falado de um possível retorno de Josué que certamente daria outros ares a esta equipa nova cheia de jogadores talentosos que pode e deve fazer melhor que o jogo de ontem.

Este Braga é claramente melhor do que o AIK e na segunda mão (dia 3/08/2017) certamente terá um melhor desempenho em frente aos seus adeptos.

Esperemos para ver…

Foto de capa: Fonte: Facebook oficial de SC Braga

Portimonense SC 1-5 FC Porto: Arrasador!

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fc porto cabeçalhoO FC Porto é cada vez mais objetivo em campo e o inicio do jogo frente ao Portimonense SC espelhou isso mesmo, existindo um foco na movimentação dos jogadores e das desmarcações para o meio e vertical. Mostrou boa troca de bola e boas combinações que tornaram os contra-ataques em situações mortíferas. Também ficou claramente visível a implementação de três centrais, com Danilo a baixar e os laterais a incorpararem o meio-campo na fase de construção.

Houve ainda bom trabalho na variação de flanco sobretudo por meio de Danilo e Óliver. Sendo que o pormenor tático que mais me agradou é a procura dos extremos pelo corredor central, complicando muito a vida dos defesas adversários. Brahimi foi especialmente prolifico neste aspeto. A segunda parte trouxe substituições e com elas chegou o 4-2-3-1 com Otávio atrás de Marega.

Nesta, o FC Porto foi ainda mais vertical e procurou explorar o cansaço dos jogadores do Portimonense. Começam a expressar-se cada vez mais as ideias de Conceição e o resultado prova que podemos esperar coisas boas: vitória com resultado final de 1-5.

Fonte: FC Porto
Fonte: FC Porto

Iker Casillas: Um espectador do jogo que não teve culpas no golo.

Ricardo: Melhor na segunda-parte como médio-ala, esteve na cara do golo com um remate acrobático mas uma defesa de Ricardo negou-lhe a festa.

Marcano: Ficou mal no lance do golo, no qual demonstrou desconcentração.

Felipe: Calmo, mas também pouco interventivo no jogo.

Telles: Assistência primorosa para golo de Aboubakar, bons índices físicos e boas movimentações.

Danilo: Excelente no posicionamento e na leitura do jogo, destacaram-se os passes longos de encher o olho.

Óliver: Bons passes, um do outro mundo no lance do terceiro golo e muito mais presente no momento do último passe que em outros tempos.

Brahimi: Grande jogo do argelino, que se apresentou muito móvel, sempre na procura de zonas interiores e corou a exibição com dois golos, tendo o primeiro sido de belo efeito.

Corona: Uma boa assistência para o primeiro golo, bons pormenores individuais mas com o tempo foi-se apagando.

Soares: Um golo, uma assistência, boas combinações e muita luta

Aboubakar: A estrela da partida. Marcou um excelente golo de cabeça, fechou linhas, mostrou-se muito interventivo e por vezes pareceu que havia um clone seu em campo, tanta foi a entrega que exibiu.

Maxi Pereira: Alguns erros, especialmente a defender, e pouca disponibilidade física. Cada vez mais a segunda escolha.

André André: Entrou ao intervalo e exibiu-se a bom nível, com muita entrega e disponibilidade física. Corou a exibição com uma excelente assistência.

Herrera: Falhou alguns passe de início, mas cresceu com os minutos, arriscando mais e acabou por ser recompensado na assistência de belo efeito que fez para o golo de Hernâni.

Reyes: Boas antecipações, bem na construção e muito pressionante. Colocou em sentido Marcano e Felipe.

Indi: Pouco interventivo mas sem comprometer, ficou o bom trato de bola na retina que já se lhe conhecia.

Hernani: Grande desmarcação no lance do seu golo e boa finalização. Mostrou que a sua velocidade pode ser bastante útil.

Otávio, Marega e João Carlos Teixeira: Pouco se fizeram notar, em especial o maliano.

Foto de Capa: FC Porto

Portugal 1-2 Inglaterra: “Vamos regressar mais fortes”

Cabeçalho modalidadesMelissa Antunes e Suzane Pires eram as alterações no 11 inicial da formação orientada por Francisco Neto, tomando os lugares de Amanda e Vanessa Marques, respetivamente.

Iniciada a partida, ainda as equipas se encaixavam quando Patrícia Morais, aos 7 minutos, comete um erro ao pontapear a bola após um atraso de Ana Borges, deixando a bola à mercê de Toni Duggan, que fez a bola sobrevoar a guardiã portuguesa.

Abalada pelo golo consentido, a seleção deixou o impulsivo sentimento depressivo e foi avançando no terreno, alcançando mesmo o empate à passagem dos 17 minutos numa jogada que envolveu primeiro Cláudia Neto a soltar a bola para Diana Silva no interior da área e esta a colocar, à segunda tentativa, para Carolina Mendes assinar o golo nacional.

Depois da avançada ter assinado o primeiro golo numa grande competição da seleção nacional feminina, fez também o primeiro tento deste europeu a esta poderosa Inglaterra. Com este golo e após no outro jogo do grupo D, a Escócia se ter adiantado à Espanha, Portugal estava nos quartos de final.

Até ao regresso aos balneários, as ‘quinas’ não foram nada inferiores ao adversário, com destaque para mais uma oportunidade de Carolina Mendes (25’) para bisar…e outra vez a passe de Diana Silva.

Pressão e intensidade a meio-campo foram apostas estratégicas da seleção lusa, perante o poderio físico e aéreo inglês Fonte: UEFA
Pressão e intensidade a meio-campo foram apostas estratégicas da seleção lusa, perante o poderio físico e aéreo inglês
Fonte: UEFA

Mais madrugador que o da primeira parte foi o golo da Inglaterra na segunda. Nikita Parris furou a defesa portuguesa em força e velocidade e Patrícia Morais no remate final. Este segundo golpe foi mais rude e difícil de recuperar para as atletas lusas.

Ana Leite entrou para o lugar de Carolina Mendes e, poucos minutos depois, aos 70’, Dolores Silva bate um livre que deu a ilusão de ter passado perto da baliza de Chamberlain. Aos 79’, Amanda da Costa entra para o lugar de Suzane Pires e, no último suspiro do jogo, Laura Luís (substitui Diana Silva), a terceira mexida portuguesa, atira, no coração da área, à figura da guarda-redes britânica.

No outro jogo, já havia soado o apito final. Escócia 1-0 Espanha. O apito final deste soou pouco depois. Perdemos. Faltou-nos um golo apenas. Triste fado o nosso.

No final, em círculo a meio-campo, o audiovisual televisivo foi percetível no que toca à mensagem que Francisco Neto passava às suas jogadoras. “Não baixem a cabeça, vamos regressar mais fortes…não se esqueçam disso!”.

É isso mesmo, mister! Parabéns guerreiras!

PFC Botev Plovdiv 0-0 CS Marítimo: Quem não arrisca… não petisca

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Cabeçalho Futebol NacionalNo primeiro jogo oficial da temporada do Marítimo, a equipa de Daniel Ramos deslocou-se até à Bulgária para defrontar o Botev Plovdiv, equipa que surpreendera a Europa ao golear o Beitar Jerusalém. Na primeira-mão da 3ª pré-eliminatória da Liga Europa viu-se um jogo duas equipas a arriscar pouco. A preocupação maior passava por não sofrer golos, de parte a parte, num relvado muito mal tratado, algo que não ajudou em nada à qualidade do espetáculo.

O Marítimo começou melhor a partida com alguns lances junto da baliza de Cvorovic. A equipa madeirense conseguia chegar, aos poucos, perto da baliza da equipa búlgara mas acabava por falhar o último passe, a definição dos lances. Com o desenrolar da partida, o jogo foi-se tornando mais equilibrado e mais disputado a meio-campo. Num autêntico duelo de virilidade entre as duas equipas, viram-se muitas faltas, a meio da segunda parte, com o espetáculo a ficar em segundo plano.

Até ao final da primeira parte viu-se duas equipas muito equilibradas, bem taticamente mas sem que houvesse uma equipa a superiorizar-se à outra. Apesar disso, notava-se o esforço na equipa de Daniel Ramos em jogar com as linhas subidas, algo que nem sempre aconteceu.

Os búlgaros adiaram a decisão da eliminatória para o jogo na Madeira Fonte: PFC Botev Plovdiv
Os búlgaros adiaram a decisão da eliminatória para o jogo na Madeira
Fonte: PFC Botev Plovdiv

Na segunda-parte, de novo muita indefinição nos primeiros minutos até ao lance de Fernando. O brasileiro teve nos pés a melhor oportunidade de golo na partida mas acabou por desperdiçar para alívio dos adeptos maritimistas. Nos minutos seguintes, o Marítimo despertou para o jogo mas de novo a ter algumas dificuldades na definição dos lances e a fazer-se valer, sobretudo, das jogadas individuais dos seus jogadores. A equipa portuguesa conseguia, a custo, criar alguns lances para faturar mas acabou sempre por falhar no momento de pôr a redondinha na baliza adversária. Enquanto isso, o Botev Plovdiv tentava criar perigo, sem grande sucesso perante um Marítimo que demonstrava ter jogadores superiores tecnicamente.

O último quarto de hora voltou a trazer indefinição à partida. Nesta fase, as duas equipas arriscavam ainda menos e faziam-se valer, sobretudo, de lances de bola parada. Já toda a gente previa o desfecho final da partida, com o nulo a prevalecer entre as duas equipas.

O Marítimo acaba por alcançar um empate sem  golos sofridos mas fica obrigado a vencer em casa a segunda-mão. Fica a ideia de que se o Marítimo arriscasse um pouco teria conseguido levar para casa a vitória. Faltou um bocadinho assim para a equipa madeirense ter chegado à vitória. Mas, enquanto há vida, há esperança e este Marítimo já demonstrou ter tarimba para os jogos no difícil “Caldeirão” dos Barreiros.

Candidatos à subida na Segunda Liga

Cabeçalho Futebol NacionalEstamos praticamente a uma semana do arranque da Segunda Liga, tempo por isso de fazer uma analise daqueles que serão, para mim, as equipas a ter em conta esta época na luta pela subida à Primeira Liga. Uma análise precoce tendo em conta, obviamente, que a Segunda Liga é propícia em surpresas e o mercado ainda está em aberto; mas usando um pouco como base aquilo que foram as prestações de algumas das equipas na primeira fase da Taça da Liga no passado fim de semana, vamos fazer uma análise aos candidatos à subida.

Um Pulitzer para Portugal? Nem que isso fosse possível

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sporting cp cabeçalho 2O jornalismo sempre foi uma arma para manipulação da opinião pública, mas essa doutrina nem sempre esteve às ordens dos poderes instalados. E o fenómeno como hoje o conhecemos até surgiu da ideia de um ardina que já muitos de vocês deverão ter ouvido falar.

Em finais do século XIX, um jornal era basicamente umas quantas folhas, cheias de palavras cujas letras tinham um tamanho uniformizado, sem destaques ou títulos. Era destinado aos mais abastados, e servia apenas para propaganda política.

O ardina que falei no início deste texto chamava-se Joseph Pulitzer (não sei se já ouviram falar dele), e pensava que os jornais podiam ser o veículo perfeito para dar voz às massas, aos mais desfavorecidos, o que até ali não acontecia. Pulitzer consegue, com sangue, e muito suor, crescer dentro do jornal que depois se tornaria seu, podendo assim idealizar o seu tipo de jornalismo. Notícias que informassem sobre os mais variados temas, e capas com manchetes.

Joseph Pulitzer concebeu um tipo de jornalismo que desse voz às massas  Fonte: http://oespiritualismoocidental.blogspot.pt
Joseph Pulitzer concebeu um tipo de jornalismo que desse voz às massas
Fonte: Canal História

Esta nova forma de fazer jornalismo, tornou o jornal de Pulitzer um sucesso, e em poucos anos conseguia ser o periódico com mais tiragem. Esse sucesso chamou a atenção de muita gente, e arrastou muitos fãs para a doutrina desta nova visão.

Um desses fãs era William Hearst, filho de famílias ricas que via em Pulitzer um visionário e queria seguir-lhe as pisadas. Para isso pediu à sua família que lhe comprasse um jornal local a partir do qual, com o modelo do seu “mestre”, conseguiu crescer ao ponto de decidir expandir-se, também ele para Nova Iorque e fazer concorrência a Pulitzer. Com o dinheiro infindável da sua família conseguiu roubar as estrelas do seu mestre, e vender as suas publicações a um preço mais baixo. Para ultrapassar definitivamente Pulitzer, Hearst decide publicar notícias sensacionalistas que ajudam o seu jornal a ter a maior tiragem da cidade.

SC Praiense 2-2 Sporting CP B: SC Praiense renovado recebe e empata com Sporting B

Cabeçalho Futebol NacionalOs ‘Encarnados da Praia’ como é também conhecida a formação orientada por Francisco Agatão, recebeu ontem, no dia 25 de Julho, num excelente dia de verão na Ilha Terceira a equipa B do Sporting Clube de Portugal. Horas antes do inicio da partida – onde tudo decorreu de forma exemplar e sem problemas – existiu alguma polémica. Ora tudo se deveu ao facto da equipa do Sporting Clube de Portugal se ter apresentado com a equipa B. Face à época transata e devido ao Sporting ter vários compromissos no seu calendário, foi pedido ao Praiense a antecipação do jogo da Taça de Portugal, pedido esse que foi aceite. Nesse momento ficou então acordado entre ambos os clubes, a visita dos “leões” para um jogo particular já na presente época. De acordo com um comunicado oficial no facebook do SC Praiense e de acordo com as declarações de Marco Monteiro à Antena 1, o presidente do clube açoriano garantiu que “o compromisso seria pelo menos de vir vários jogadores da equipa A”. O mesmo afirma que só à última da hora foi informado que seriam todos os jogadores da equipa B a actuar nesta partida, gerando algum desapontamento e tristeza que também se alastrou aos adeptos e simpatizantes de ambos os clubes presentes na ilha. O motivo para esta decisão terá partido do técnico Jorge Jesus que quer continuar a trabalhar os seus principais jogadores em jogos de outro grau de exigência – tendo jogo hoje contra o Vitória de Guimarães em Rio Maior.

Pelas 17h00 – hora local – este pequeno problema já parecia ter sido esquecido e ultrapassado. O Estádio Municipal da Praia da Vitória desde cedo começou a encher e ficou mesmo completamente lotado neste que seria o jogo de apresentação aos sócios para a equipa local. Uma equipa bastante diferente nos nomes face à época transata mas com a mesma ambição: lutar pela subida à Ledman LigaPro – que falhou por muito pouco no ano transato. Ao todo chegaram onze jogadores novos ao clube com principal destaque para Cristiano Magina. O avançado de 29 anos esteve durante vários anos ao serviço do rival Angrense e em grande destaque e chega este ano ao clube da Praia da Vitória. A equipa local iniciou a partida com: Tiago Maia, Dina, Diogo Careca, Cristiano, Fonseca, Diogo Moniz, Stebh, Luciano Serpa, Hugo Santos, Vitinha e João Peixoto. Já a equipa B dos “leões” iniciou a partida com: Vladimir Stojkovic, Kiki, Pedro Delgado, Kenedy Có, Bubacar Djaló, Pedro Marques, Ivanildo Fernandes, David Sualehe, Rafael Barbosa, Jovane Cabral e Merih Demiral.

Fonte: Rafael Cruz (Ambidestro)
Fonte: Ricardo Cruz (Ambidestro)

O Sporting CP começou melhor na partida e após passe de Demiral para Pedro Marques, este aproveitou o erro da defensiva da equipa da casa e após jogada de insistência e alguma confusão, o número 50 do Sporting Kenedy Có inaugurou o marcador aos 10 minutos de jogo. A equipa local só aos 25 minutos de jogo conseguiu criar perigo diante a baliza leonina. Hugo Santos de fora da área encheu o pé para Stojkovic realizar a melhor defesa do encontro, voando bem alto e defendendo para canto. Após o canto a equipa da casa continuou no meio-campo defensivo do Sporting em busca do empate e conseguiu mesmo num lance algo polémico. Diogo Careca remata contra Kiki e o árbitro a entender que foi utilizado o braço para jogar a bola assinalando grande penalidade. O capitão João Peixoto assumiu e não desperdiçou enganando o guarda-redes leonino para restabelecer a igualdade na partida aos 30 minutos de jogo. Até ao final da primeira parte destaque apenas para dois lances individuais de Jovane Cabral que ainda assim a defesa do Praiense conseguiu resolver sem problema. Ao intervalo o empate a um golo era um resultado justo.

Na segunda parte o primeiro lance de perigo pertenceu à equipa visitante onde Bubacar Djaló realizou um bom remate para defesa de Tiago Maia e no consequente canto também a originar algum perigo na área do Praiense mas sem resultar em golo. Como é habitual sobretudo num jogo de pré-época foram realizadas várias alterações aos onzes apresentados no inicio da partida. A equipa da casa tardou em criar perigo nesta segunda parte mas quando criou a sua primeira chance de perigo aos 63 minutos de jogo, realizou a sua melhor jogada ao longo do encontro. Excelente jogada colectiva por parte da equipa local, passe milimétrico de Diogo Moniz e Patrick Igwe que tinha acabado de entrar, finalizou a jogada da melhor forma fazendo a remontada colocando a equipa açoriana a vencer por 2-1. Nos últimos minutos da partida a equipa da capital portuguesa procurou chegar à igualdade e fez um “forcing” final. Aos 83 minutos e após boa jogada colectiva dos pupilos de Luís Martins pelo lado esquerdo do ataque a resultar num remate fraco de Cristian Ponde para defesa de Mário Freitas. Já em período de descontos um livre perigoso a ser assinalado a favor da equipa leonina, onde Kiki aparece no coração da área onde ganha a todos nas alturas e com um forte cabeceamento faz o golo do empate. Os últimos minutos de jogo foram os mais emocionantes e após um empate tardio, o Sporting já dentro do último minuto de jogo ainda ameaçou chegar à vantagem na partida.

Final do jogo numa partida típica de pré-época sem grandes ideias e até demasiado futebol directo onde o próprio relvado não ajudava a praticar um melhor futebol, sempre a ser jogado com um ritmo baixo. Um resultado justo para uma partida bastante disputada a meio campo e um bom teste para a equipa de Francisco Agatão. A equipa da Praia da Vitória entra em campo para partidas oficiais – a contar para o Campeonato Portugal Prio, no dia 20 de Agosto frente ao Alcanenense.

 Agradecimento a Rafael Cruz da página AMBIDESTRO por fornecer a ficha de jogo e as fotografias.

Fonte de Capa: Ricardo Cruz (AMBIDESTRO)

Sporting CP 0-3 Vitória SC: Um leão à procura de si mesmo

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Depois da melhor partida da pré-época realizada até ao momento, frente ao Mónaco, na apresentação do clube em Alvalade, Jorge Jesus decidiu voltar a uma fase mais experimental, apostando (de novo) num sistema de três centrais, numa altura em que até, curiosamente, o treinador português só tinha dois centrais à sua disposição. E o resultado foi, mais uma vez (dentro deste sistema), manifestamente mau.

O Sporting entrou em campo com um sistema de 3-4-3, apresentando, como titulares: Beto, Petrovic, Coates e Tobias Figueiredo; Matheus Oliveira e Jonathan Silva; William Carvalho e Adrien, Bruno César, Iuri Medeiros e Doumbia.

O Vitória aproveitou e foi feliz Fonte: Vitória SC
O Vitória aproveitou e foi feliz
Fonte: Vitória SC

Talvez já demasiado confiante com o seu plano A (que se exibiu no jogo contra o Mónaco), Jorge Jesus decidiu voltar a apostar no seu sistema de três centrais, que o próprio vê “como as grandes equipas jogarão no futuro”.  No entanto, mais uma vez, a equipa voltou a demonstrar muitas dificuldades nessa adaptação. Estupiñán inaugurou o marcador (14’) com um grande remate à entrada da área, que não deu hipóteses a Beto, e a equipa vimaranense, que já se prepara para o seu primeiro jogo oficial frente ao Benfica na Supertaça, voltou a aumentar o marcador com um golo de Hurtado (22’), depois de uma tentativa de corte falhada pelo argentino Jonathan Silva. Para não bastar, Coates viu, de seguida, o vermelho direto, num lance “à Tobias”, em que perde a bola numa zona proibida.

O jogo desde então entrou num guião algo atípico, com o Sporting a dominar e a melhorar na segunda parte mesmo com 10, mas terminou como começou: Raphinha deixou o jogo em 3-0 (85’), depois de um cruzamento de João Aurélio, deixando o marcador algo elevado para o enredo da partida. Ainda assim, bons sinais para o Vitória de Guimarães, que mostrou eficácia (algo que pode vir a ser importante daqui a uma semana frente aos encarnados), e sinais mistos para o clube de Alvalade, que só conseguiu mostrar do que é capaz quando jogou no seu sistema habitual. Jesus continua, definitivamente, a levar o conceito de “pré-época” ao extremo, onde parece mais preocupado com cenários alternativos do que com o habitual.

Acabaram os postes?

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Cabeçalho modalidades

Quer os mais novos treinadores acreditem ou não, já se jogou, e bem, sem a linha de três pontos e com o recurso ao jogo interior. No passado, para marcarem três pontos, os jogadores tinham, não só de converter um lançamento, mas também sofrer falta e marcar o lance livre…

Fonte: NBA
Fonte: NBA

Os postes, no início da NBA, eram tão dominantes que tiveram de mudar as regras. Assim, para contrariarem o poder do gigante George Mikan (Minneapolis Lakers), ajustaram as medidas do “garrafão” (em 1951) e mais tarde fizeram o mesmo com Wilt Chamberlain (San Francisco Warriors, em 1964). O objectivo era claro: afastar os postes do cesto, de forma a baixarem a sua eficácia.

Outra regra que tinha como objectivo tornar o jogo mais rápido e causar mais problemas aos gigantes aparece em 1955, com os 24 segundos de posse de bola. As equipas sob pressão ficam assim apenas com alguns segundos para passar o meio campo e para colocar a bola dentro no poste, que tem de tomar boas e rápidas decisões.

Os lendários Bill Russell, Wilt Chamberlain, e Kareem Abdul-Jabbar, no seu tempo, eram imparáveis no bloco (poste médio/baixo), onde jogavam de costas para o cesto. Criavam jogo no ataque e na defesa desarmavam e conquistavam ressaltos. Mais tarde, Tim Duncan, Shaquille O’Neal e Yao Ming fizeram o mesmo.

No passado, a regra de ouro das equipas era o ataque, ir à procura de fazer o lançamento de melhor percentagem (os mais próximos do cesto), e só lançar com garantia de ter ressalto ofensivo.

A partir de 1979, com o aparecimento da linha dos triplos, quase acabaram os lançamentos médios e os postes perderam importância. A linha mudou o jogo, que passou de um jogo interior para um exterior. O ênfase passou para a melhoria dos lançadores exteriores. Com a linha “mágica”, os jogadores jogam bem mais afastados e o jogo de costas para o cesto passou de moda.

Claro que para entendermos esta mudança radical temos que ter em conta que um aproveitamento de lançamentos duplos de 50% é igual a um de 40% com triplos. Assim, uma equipa para marcar 12 pontos necessitará de seis lançamentos de dois ou apenas quatro de três. Assim, muitos treinadores questionam os lançamentos curtos e médios já que, com o recurso aos triplos, podem marcar mais pontos por posse de bola.

A mudança das regras alterou o jogo e não tenho dúvidas que hoje um poste como Hakeem Olajuwon não seria tão efectivo.

Mas também não deixa de ser verdade que os fundamentos são pouco treinados, hoje quase nenhum poste sabe jogar de costas para o cesto, fazer uma finta de passe ou passar a bola no tempo certo.

O basquetebol sempre foi um jogo em que no ataque o conceito dentro/fora esteve presente, com os postes tradicionalmente a serem dominantes no ataque (scorers) e protectores e intimidadores na defesa.