A cada dia que passa se torna mais evidente que Sérgio Conceição (SC) dará preferência a um sistema de jogo onde existem dois pontas-de-lança. Nada de novo no FC Porto, muito menos em Portugal, mas que mesmo assim levanta uma dúvida: existem avançados suficientes no plantel orientado por SC para jogar dessa forma?
Se fossemos apenas olhar para a dupla Soares-Aboubakar, que aparenta recolher unanimidade como sendo a que mais garantias dá, a resposta seria “sim, sem dúvida.” Mas toda a gente sabe que uma equipa é muito mais que o onze base e que é nas alturas em que este se encontra indisponível que surgem os verdadeiros testes. Por isso é preciso olhar a alternativas à dupla já mencionada.
Começando pelo mais óbvio, há Rui Pedro. O herói do FC Porto-Braga da época de 207/2018 tem tudo para ser o melhor ponta-de-lança português a curto prazo. O estilo de jogo à poacher, sempre de olhos postos na baliza, faz-me lembrar em muito Falcao. Rui Pedro parece sempre procurar a forma mais rápida de chegar ao golo. Se SC tem dado sinais de querer um FC Porto mais objectivo, então este pode muito bem ser o ano do jovem português.
Fonte: FC Porto
Otávio foi testado nessa função numa fase mais inicial da época, mas não acredito que a desempenhe a não ser como solução de recurso ou quando SC entenda haver necessidade de reforçar o meio-campo.
Sobra Marega. A primeira passagem pelo clube não foi a melhor e esta segunda começou com um atraso enorme. O maliano tem agora algumas semanas para convencer o treinador e tirar da cabeça de toda a gente a ideia de que o FC Porto não tem nele um jogador fiável e, por isso mesmo, terá forçosamente de ir ao mercado.
E é essa a minha opinião: o FC Porto deve procurar, dentro das suas possibilidades, dar a SC uma alternativa válida a Soares e Aboubakar, mas que tenha capacidade de lutar pela titularidade. Se não for possível comprar ninguém que cumpra estes requisitos, então que não se compre ninguém e se aposte em Rui Pedro e Marega.
Não existem dúvidas de que a pré temporada é um factor bastante importante tendo em conta o desempenho que uma equipa poderá ter ao longo de uma época. É aqui que o treinador conhece os novos jogadores, analisa as suas competências e lacunas, e adapta as suas ideias da conceção do jogo de modo a delinear os princípios de ação que pretende que a sua equipa venha a seguir, e de modo também a definir o seu plantel. Tentará também perceber o potencial que cada jogador terá para reduzir as suas lacunas e potenciar os seus pontos positivos, perspetivando até que nível este poderá chegar no decorrer da época.
Então o que será mais importante, promover experiências, observar as respostas de determinados jogadores, ou apostar na consolidação de processos? As duas detêm uma enorme importância, e não deverão nunca ser vistas de modo dissociado. Tendo o treinador uma conceção prévia do que deverá ser o jogo da equipa, este deverá começar a aplica-la em contexto de treino. Aí, terá a possibilidade de diagnosticar a resposta de cada jogador, a forma como estes poderão ou não conseguir interpretar a sua ideia de jogo e as particularidades que poderá modificar, de modo a definir princípios de jogo que possam explorar e potenciar os pontos fortes dos jogadores que tem à sua disposição.
Jorge Jesus foi um dos treinadores que testou vários esquemas tácticos nos vários jogos de pré-época Fonte:Sporting CP
Numa perspetiva dinâmica, o diagnóstico e a operacionalização deverão estar em constante sintonia, e existirem concomitantemente no processo do treino. Ao operacionalizar está-se simultaneamente a diagnosticar, para que a próxima operacionalização possa ser otimizada. Assim, o modelo de jogo do treinador estará em constante evolução, sempre tendo em conta os indicadores que for recebendo por parte da sua matéria-prima, os elementos do plantel. Nesta fase da época, a realização de jogos particulares, com importância “desprezável” relativamente a resultados e com a possibilidade de substituições ilimitadas (ou em quantidade superior ao habitual), permite ao treinador obter esse diagnóstico em contexto de competição, tendo assim a oportunidade de uma análise mais lata.
Portanto, a consolidação de processos e as experiências deverão ambas fazer parte do processo de treino nesta fase inicial da época, pois só assim o treinador poderá retirar o melhor da sua equipa e prepará-la para aquilo que poderá fazer ao longo da competição.
Final de uma tarde de verão. Quarenta mil pessoas na bancada. Crianças, mulheres e centenas de famílias reunidas num só espaço, para ver a equipa a jogar. O Sporting regressa à sua casa, e não faltam expetativas a uma equipa que faz o seu all-in no plano desportivo, apostando em reforços de qualidade garantida (até ver), numa política de contratações substancialmente diferente em relação aos últimos anos.
Ainda para mais, o Sporting apresenta-se a um bom nível e vence o Mónaco, campeão francês, semi-finalista da última edição da Liga dos Campeões, e consequentemente, a maior sensação europeia da última época. Desde os passes teleguiados do “reforço-mor” Bruno Fernandes, desde a calma de William Carvalho e Coates, passando pelos sprints estonteantes de Gelson Martins e terminando no “Siíii” que se ouve nas bancadas após cada intervenção de Rui Patrício, esperança era o sentimento reinante que se sentia no final da partida.”Será desta que vamos ser campeões, Pai?”, ouvia-se na escadaria de acesso à saída de Alvalade, perante a hesitação do pai, que receia os anos que serão precisos para finalmente levar o filho ao Marquês.
No entanto, há quatro dias, o sentimento era o inverso. O Sporting vinha de três derrotas seguidas na Suíça, e por entre as leituras de Geraldes e as polémicas de Otávio Machado, Bruno de Carvalho já tinha dito que era “preciso fazer mais”. Os alarmes soavam alto, e os adeptos já vaticinavam mais um desastre na busca pelo título nacional. Isto quando ainda estamos… em Julho.
O Sporting CP derrotou o AS Mónaco por 2-1 Fonte: Sporting CP
E a questão está exatamente aí. É nesta fragrância de sentimentos opostos, é nesta bipolaridade emocional eterna, neste conceito do “8 e o 80”, que o Sporting vai ter de encontrar finalmente o seu equilíbrio para poder aspirar a algo mais alto este ano. Começando pela sua estrutura, e terminando nos seus adeptos. Por esta ordem. Nenhum clube de topo pode, ou melhor, nenhum clube consegue viver num estado constante de depressão e euforia. Infelizmente, observando os últimos anos (a escrever nas últimas décadas…) esse parece cada vez mais ser o ADN do Sporting.
Cabe agora ao universo leonino concretizar essa metamorfose. Perceber que o mundo não termina depois de um erro do Tobias, nem que o limite é o céu depois de um “cabrito” do Gelson. Cabe agora ao Sporting, mais do que nunca, não ser inimigo de si mesmo. Caso aconteça, e essa bipolaridade finalmente se extinga, pode ser que este ano, seja mesmo possível ultrapassar os seus verdadeiros rivais. Porque tal como as diferenças entre o 4-4-2 e um 3-4-3 que Jorge Jesus tanto procura, a importância estará sempre, inevitavelmente, no equilíbrio.
Rogério Micale é o novo treinador do Atlético Mineiro. A contratação do treinador de 48 anos é bastante arriscada. Micale nunca treinou uma equipe profissional e o que mais se aproximou disso foi ter comandado a seleção olímpica que conquistou o inédito ouro nas Olímpiadas do Rio. Com certeza esse foi um grande feito conquistado, afinal vários treinadores muito mais renomados tiveram essa oportunidade e falharam. Entretanto, treinar um time profissional do tamanho do Galo é muito mais complicado.
O Atlético tem muitos jogadores consagrados em seu elenco. Victor, Fred, Robinho, Leo Silva, Elias são alguns exemplos. Também tem alguns jogadores que precisam ser acompanhados de perto para não se perderem, como o caso do bom meia equatoriano Cazares. Lidar com um elenco caro e recheado de estrelas não é fácil. Parece-me que o Rogério Micale não tem a experiência suficiente para lidar com esse elenco e simultaneamente fazer com que o Galo saia da crise. A torcida está impaciente e teme que o ano possa terminar de maneira melancólica.
Creio que o melhor para o clube era ter mantido o treinador Roger Machado. Essa busca imediata por conquistas – que não acontece só no Atlético – acaba mais prejudicando o clube do que ajudando. As diretorias demitem o treinador apenas para acalmar a torcida, mesmo não tendo convicção do trabalho do futuro treinador. É apenas o atleticano lembrar de quantos treinadores estiveram no clube após a Era Levir Culpi e o que foi conquistado.
Um ponto de vantagem para o Rogério Micale é que o treinador conhece bem o clube. Micale já realizou um grande trabalho nas categorias de base do Atlético. Também estudou e se preparou bem para dar um salto na carreira. É inegável o seu conhecimento teórico. Mas por todo “furacão” que se encontra o clube, o Galo precisava de um treinador mais experiente nesse momento. Micale poderá virar um grande treinador, mas chegou no Galo no momento e na hora errada.
Durante a sua apresentação ele ressaltou como gosta de trabalhar:
“Primeiro pretendo me adequar às características dos jogadores. Não adianta querer uma equipe de posse de bola se, de repente, a característica do meu atleta não é para isso. Eu sei que a nossa característica é essa [de time velocista]. Eu convivi aqui esse tempo todo, sei o que o nosso torcedor quer. Nós vamos tentar, na medida do possível, com o elenco que nós temos, que é muito bom por sinal, ter esse perfil. Voltar ao nosso perfil, que é ser agressivo, ter um jogo dominante dentro de casa. A nossa intenção é essa. Mas não se faz isso com dois treinos. Vamos mostrar a ideia para os jogadores, a importância de se fazer dessa forma. É a cultura do clube, as maiores conquistas do clube foram assim, e nos acostumamos a isso. O padrão é esse. Também precisamos respeitar as características de nosso elenco. Podemos querer uma coisa, mas, nesse momento, o atleta não seja apto a fazer o que pensamos. Como treinador, tenho que tentar tirar o melhor de cada jogador dentro de suas características”, disse.
Rogério Micale comandando um treino da seleção olímpica durante os Jogos do Rio Fonte: cbf.com.br
O contrato do treinador com o clube vai até o final do ano. Para Micale será uma boa oportunidade de mostrar que está preparado para dirigir um grande clube brasileiro, tomara que essa experiência também seja boa para o Galo. Nesse momento o Atlético precisa também de um nome forte na diretoria de futebol do clube. Desde o afastamento do brilhante e saudoso Eduardo Maluf percebe-se no Galo um enfraquecimento na sua aera de futebol. Principalmente na questão de relação com os jogadores.
O Galo ainda está vivo na Copa do Brasil e na Libertadores, caso vença uma dessas competições “salvará” o ano, pois terminará a temporada acima da sua expectativa atual. No Brasileirão a luta é para reconquistar a confiança, o bom futebol e assim terminar pelo menos no G-6. Parece pouco para um time que foi considerado favorito ao título no início da competição, mas com o desenrolar do Campeonato Brasileiro essa parece ser a atual meta a ser alcançada.
Se na defesa é imprescindível encontrar soluções viáveis para colmatar as saídas de Ederson, Nelson Semedo e Lindelof, no ataque o caso é exactamente o oposto: é necessário abdicar de um dos avançados.
O Benfica tem atualmente no plantel quatro avançados – tudo indica que Arango será cedido – de categoria: Jonas, Seferovic, Jiménez e Mitroglou. Porém, e para que todos possam jogar com regularidade, algum vai ter de deixar o clube.
Jonas parte em clara vantagem. Dono de uma técnica acima da média, tudo leva a crer que vai ser um dos titulares na linha atacante de Rui Vitória. A questão é a de quem é que lhe vai fazer companhia.
Raúl Jimenez pode vir a ser a próxima saída Fonte: SL Benfica
O técnico encarnado tem apostado em dois pontas-de-lança. No ano passado a escolha recaiu, com grande frequência, em Mitroglou, mas prevê-se uma alteração para a nova época.
Face à pré-época que está a realizar, e à dupla coesa que tem formado com Jonas, o recém contratado Seferovic é o principal candidato a cooperar com o brasileiro neste início de época. O facto de ter capacidade física para ser um avançado posicional, bem com disponibilidade para recuar no terreno e criar linhas de passe, transportando a bola no terreno se necessário, faz com que a dúvida de quem vai abandonar o plantel recaia no mexicano e no grego.
Jiménez é um jogador com maior mobilidade na linha mais avançada do terreno, enquanto o grego Mitroglou é um avançado que permite dar mais profundidade ao jogo, segurando a bola com razoável facilidade para que os extremos, e até os médios mais recuados, possam avançar no terreno.
É nas características destes jogadores que acredito que está a resposta para quem fica e quem sai.
Jiménez é o alvo. A mobilidade que o mexicano traz ao jogo pode ser conseguida através de Jonas, Seferovic e até mesmo Rafa, ainda que a posição de Rafa não seja a de “falso 9”. Já a estrutura física de Mitroglou, e o que isso poderá acrescentar em diversos momentos do jogo como sair de um pressing alto da equipa adversária, apenas tem semelhança em Seferovic.
Uma vez que o mexicano também é, entre os dois, aquele que tem mais mercado no estrangeiro, parece natural que ele seja o escolhido para sair do plantel que vai tentar a conquista do penta.
Algo tinha de mudar no Sporting Clube de Portugal para esta época de 2017/2018 e passos fortes foram dados nesse sentido.
No ano passado, Jorge Jesus perdeu o balneário e os Leões pareciam desorientados: a estrutura parecia estar em confronto com a equipa técnica, os jogadores pareciam estar desmotivados… então este ano a solução passava por uma limpeza. Quer no balneário, quer na estrutura. Algumas mudanças na estrutura já aconteceram e a equipa também está mais à medida do treinador (conjugação de academia com jogadores experientes). E será que na estrutura o tão proclamado “bufo” que o BdC aponta não foi já detectado?
É verdade que a pré-época do Sporting não foi “brilhante”, mas acredito que o treinador verde-e-branco está a fazer testes sobre tudo e todos e acho que a apresentação do plantel no passado sábado foi mais um sinal disso. Neste momento todos os jogadores estão na equação do Sporting. Lutem e trabalhem e pode ser que consigam um lugar ao sol no plantel principal. Nesta altura todo e qualquer sportinguista é treinador de bancada e todos têm uma opinião vincada sobre quem devia ou não permanecer no plantel, sobre quem devia ou não ser titular no Sporting. Mas é impossível fazer uma época com 33 jogadores e é impossível fazer com que alguns jovens promissores que temos no plantel possam vir a crescer, se não lhes derem os minutos que eles precisam jogar para evoluir. Mas não podemos neste momento pedir ao Jesus que dê tempo a um jogador que está em “evolução”. Neste momento todos precisamos de vitórias e títulos e o tempo (esse bem tão precioso) para fazer evoluir alguns jogadores não existe neste momento.
Esta dupla se se mantiver poderá dar muito que falar. A irreverência e velocidade que os dois jogadores conseguem imprimir ao jogo poderá ser um problema para os adversários. Fonte: Sporting TV
Por isso é que os jogadores que este ano reforçaram o Sporting, na grande generalidade, são atletas de créditos já comprovados e que já mostraram o seu futebol de alguma forma. Doumbia, Mathieu, Coentrão, Bruno Fernandes, foram os que já mais mostraram no seu passado desportivo e depois junta-se uma juventude e irreverência de Podence, Iuri Medeiros, Acuña (não é um jovem totalmente, mas enquadra-se mais neste campo).
Pessoalmente, do que vi na apresentação da equipa, sinto que nos faz falta um defesa-direito de créditos vincados para termos um bom plantel na generalidade (isto se nenhum dos intocáveis Bas Dost, Rui Patrício, Gelson Martins, William e Adrien saírem).
Também do que presenciei na apresentação, se aquela dupla de “pulgas eléctricas” se entender bem, temos um caso sério para resolver. Os tubarões de futebol desta Europa rapidamente vêm buscar os dois.
Uma apresentação vale o que vale, mas sinceramente fiquei agradado com o que vi. Uma equipa com algum fio de jogo, com possibilidade de mudança de estratégia e táctica, jogadores diferenciados entre si que podem acrescentar algo ao plantel. Os únicos “red flags”? O lado direito da defesa: “João Pereira veio deixar saudades de Cédric, Schelotto veio deixar saudades de João Pereira, será que Piccini vai deixar saudades de Schelotto? Será que o nosso 4º central tem “arcaboiço” para aguentar um jogo “grande”? Continua a parecer-me demasiado inseguro, apesar de todo o potencial que demonstra.
Este novo Sporting parece ter-se preparado bem para a nova época desportiva que se avizinha. Claro que ainda há muito trabalho a fazer, mas que venha a competição a sério.
Olhando para os primeiros jogos do FC Porto nesta pré-temporada verificamos que vários jogadores se têm destacado. Óliver tem sido o dínamo do meio campo, Ricardo tem reinado na ala direita e Aboubakar parece pegar de estaca. Há, no entanto, um jogador que, pela qualidade das exibições mas, acima de tudo, pela regularidade na aposta, me tem saltado à vista. Falo de Otávio.
O jovem jogador brasileiro de apenas 22 anos tem sido opção recorrente de Sérgio Conceição no onze inicial, tanto a surgir descaído sobre a esquerda como como dono da batuta a comandar a equipa em zonas interiores. Independentemente do local de partida, Otávio tem sido um vagabundo a jogar a toda a largura do terreno no apoio aos avançados.
Sou um confesso admirador deste pequeno mago que o FC Porto contratou há duas temporadas ao Internacional de Porto Alegre pela avultada quantia de 7,5M€ e que esteve pela primeira vez às ordens de Sérgio Conceição num bem sucedido empréstimo ao Vitória de Guimarães na segunda metade da época 2015/2016, período no qual evoluiu de sobremaneira no capítulo da disciplina tática e no momento de reação à perda de bola e acredito firmemente que pode ser este o seu ano de afirmação definitiva em que possa dar o passo em frente que lhe falta para se tornar o jogador de elite que as suas qualidades fazem augurar.
Fonte: FC Porto
Otávio iniciou a temporada transata com enorme fulgor e como indiscutível para Nuno Espírito Santo a jogar pelo corredor esquerdo. No entanto,com o passar dos jogos foi perdendo protagonismo até perder o lugar para Brahimi após uma lesão na receção ao Sporting de Braga. Lugar e protagonismo esses, que não mais conseguiu recuperar.
Jogador do mais fino recorte técnico e dotado de uma qualidade de passe bem acima da média, Otávio não descura no momento defensivo, mostrando-se sempre intenso tanto no pressing como em contenção. Serão, portanto, esses os principais predicados que Sérgio Conceição verá em Otávio e nos quais o treinador do FC Porto deposita as esperanças para fazer a equipa elevar o seu nível.
É, ainda assim, demasiado cedo para que se retirem conclusões definitivas até porque ainda não é certo qual será o sistema preferencial do FC Porto para a nova época (o 4x4x2 parece levar vantagem) e porque há, ainda, a ter em conta o fator Brahimi. Terá que ser encontrado um lugar no onze para o argelino que é, na minha opinião, e sempre que tenha a cabeça no lugar (por assim dizer), o jogador mais desequilibrante do futebol português.
Assim, têm a palavra Otávio, que terá que continuar a apresentar um nível alto tanto nos jogos como nos treinos (consistência que lhe faltou na temporada que passou), e Sérgio Conceição, que terá que harmonizar todo este talento no onze sem prejudicar a objetividade e pragmatismo da equipa. Ao trabalho.
Chris Paul e Paul George foram trocados, Gordon Hayward decidiu mudar de ares e, ainda assim, a surpresa do verão haveria de surgir no fim de julho, que é habitualmente o momento mais descansado na NBA. Na era das super-equipas, com jogadores que abdicam de pagamentos maiores para terem ao seu lado outras estrelas, Kyrie Irving expressou o seu descontentamento à direção dos Cavaliers e pediu para ser trocado. Um pedido que diz muito de Irving, dos Cavs e, como não podia deixar de ser, de LeBron James.
Kyrie Irving tem a seu lado a segunda melhor equipa do mundo, o melhor jogador do mundo. Irving é um campeão, com o lançamento da vitória nesse mesmo título e é também um All-Star. A sua camisola está no top 5 das mais vendidas e as suas sapatilhas só são ultrapassadas nas que mais retorno financeiro dão pelas de LeBron James. E apesar de tudo isso, Kyrie quer sair. Kyrie quer mais. Quer construir o seu legado. Porque em Cleveland, será sempre o colega de equipa de LeBron James…
Este pedido de Irving diz muito sobre aquilo que são os Cavs e a diferença para outras equipas. A equipa de Cleveland insiste em cometer os mesmos erros que em 2010 fizeram LeBron James bater com a porta (e o próximo é o último ano do contrato do King): uma equipa que perde claramente as finais e que é incapaz de se reforçar, fruto de uma má gestão ao longo dos anos. Irving quer sair da sombra de LeBron, mas o facto dos Cavs o terem incluído em conversações para outras trocas não caiu bem, certamente, para Kyrie. A direção dos Cavaliers, que tanta dificuldade teve em conseguir um General Manager, continua a fazer um trabalho abaixo daquilo que se pede. Um dos motivos para a diferença dos Cavs para os campeões Warriors continuar a aumentar e não a diminuir, como seria de esperar.
Uma imagem que pode deixar de ser vista no futuro Fonte: Bleacher Report
Por fim, LeBron James. É certo e sabido que, o que quer que aconteça na NBA, provavelmente envolverá o nome de LeBron. James é conhecido pela forma como coloca os seus colegas a jogar, pela forma como aproveita as capacidades de cada um. Mas é, também por isso, e sempre será, a estrela da sua equipa. Seja em que equipa for, dos trinta conjuntos que compõem a NBA, não há um sobre o qual se possa dizer que James seria figura secundária. Porque o melhor do mundo não pode ser segunda opção em lado nenhum. E Irving tem vivido essa grandiosidade de perto. Tudo o que o base faz em campo, tem sempre algo de LeBron. E se Kyrie se sente capaz de ser uma figura tal como é LeBron, não pode coexistir com o King. Porque James faz de ti um melhor jogador, mas nunca fará de ti um jogador melhor do que ele próprio.
Irving quer a glória, o apreço e a fama. Muitos podem olhar para Irving como um egoísta, até por ser o primeiro a recusar jogar com James. Mas da maneira como está a NBA hoje, esta decisão de Irving é refrescante. Tem um pouco da “mamba mentality” de Kobe Bryant em si. Kyrie Irving quer vencer e quer, acima de tudo, mostrar que venceu através das suas ações e não por ser uma muleta de um ou outro jogador superior. O futuro dirá se esta é a melhor opção para Irving, mas, apesar de surpreendente, esta escolha é, acima de tudo, corajosa e isso é de louvar.
Aos 27 anos, Isabel Ozorio acumula a braçadeira de capitã do campeão nacional Sporting e da Selecção Nacional Feminina, onde joga habitualmente como médio de abertura. A ex-jogadora do CR Técnico foi uma das principais caras da época vitoriosa do Sporting, onde conquistou o Campeonato Nacional – com 22 vitórias em 23 jogos – e a Taça de Portugal – depois de derrotar o Sport Rugby na final. Tudo isto, na época de estreia do rugby feminino como modalidade oficial dos Leões.
Bola na Rede (BnR): Quando, e de que forma, entrou o rugby na sua vida?
Isabel Ozorio (IO): Comecei a jogar rugby no CDUP, no Porto, de onde sou natural. Desde pequenina que me interesso pelo desporto em geral, mas até aos 14 anos só tinha feito desportos individuais, comecei pela natação, depois taekwondo, de seguida o ténis. Tinha vários amigos que jogavam no principal clube da cidade do Porto e um dia recebi uma mensagem a perguntar se gostava de ir experimentar um treino aberto. Fui, e nunca mais parei até hoje! Foi das melhores opções que tomei em toda a minha vida. Para além de todas as experiências, o rugby deu-me grande parte dos meus melhores amigos!
BnR: Como analisa o nível do rugby feminino em Portugal?
IO: Penso que actualmente deverão existir cerca de 300-400 jogadoras em Portugal. Algumas equipas estão a crescer, outras estão a reconstruir, e outras lutam para se manter. Felizmente faço parte de um clube que aposta muito no feminino, em rendimento nacional e internacional, mas também em desenvolver de forma sustentável este escalão. A nossa selecção nacional, mesmo passando também por uma fase de transição e pelas dificuldades gerais do rugby português, continua a ser muito superior ao que se poderia esperar tendo em conta a realidade geral, e a ser respeitada a nível europeu. É um grande orgulho jogar por Portugal!
BnR: A sociedade portuguesa já aceita o rugby como um desporto feminino? Ou ainda é maioritariamente visto como um desporto ”para homens”?
IO: Sempre aprendi que no desporto não há genero. Acho que os desportos colectivos no feminino ainda sofrem um bocadinho com os estereótipos criados. Contudo, acho que hoje em dia todas as desportistas são muito mais respeitadas e já têm muitos mais adeptos. No rugby, acontece o mesmo graças à forma séria e apaixonada com que nos comprometemos com aquilo que representamos!
A ligação de Isabel Ozorio com a Selecção Nacional já dura há muitos anos Fonte: JP-Rugby.com
BnR: A época passada, 2016/2017, viveu uma época de sonho a nível de clubes, sendo campeã nacional e conquistando a Taça de Portugal pelo Sporting. Qual foi o segredo do grupo para a excelente época realizada?
IO: Acho que, acima de tudo, foi o compromisso com o grupo e com o nosso clube. Obviamente que houve muito trabalho, dedicação, superação. Mas para mim, o segredo foi estarmos sempre todas muito unidas e todas acreditarmos no processo.
BnR: Na primeira época enquanto modalidade oficial, o rugby feminino do Sporting acumulou títulos, torneios e viu muitas das suas atletas (de vários escalões) serem chamadas às selecções nacionais. O Sporting oferece as melhores condições às suas atletas, para a prática da modalidade?
IO: O Sporting CP é um clube desportivo com a dimensão que todos conhecemos e tem sido incansável no apoio ao rugby e à equipa sénior. Há um espírito de clube muito forte entre modalidades, rapazes e raparigas, o interesse entre cada desporto é recíproco e isso faz com que nos tornemos cada vez mais fortes. Para além disso, valoriza muito o desporto no feminino e acredita que é uma mais valia. Os resultados falam por si. É uma honra pertencer a este clube!
New Day tornaram-se a primeira equipa a vencer os títulos de ambas as marcas Fonte: WWE
Exibição – Excelente combate para abrir o show, foi bem trabalhado por ambas as equipas e surpreendeu com a excelente qualidade. Foi um dos melhores combates da noite, algo que não estava a contar.
Resultado – The New Day! Embora quisesse que os New Day ganhassem, a forma como isso aconteceu surpreendeu-me! Por um lado, queria, por outro não! De vez em quando, é sempre bom ver uma troca de títulos e, mais uma vez, foi uma boa maneira de começar o evento em grande. Os New Day tornaram-se na primeira equipa a ganhar os títulos de ambas as marcas, o que constitui mais um feito histórico para a tripla.