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Mais um capítulo da morte no futebol brasileiro

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Cabeçalho Liga Brasileira

Antes de entrar de fato no assunto do título me permitam ser um pouco nostálgico e contar uma breve história para vocês.

O dia 06 de outubro de 2001 estará marcado na minha vida para sempre. Nesse dia fui ao Mineirão assistir o meu primeiro clássico. Vontade de ir antes tive muitas, porém como era muito novo na época meu pai não me permitia ir e não gostava de me levar ao Mineirão em dia de Atlético x Cruzeiro, por motivos de segurança. Entretanto, nesse dia fui com os meus amigos. Não consegui dormir direito na noite anterior de tão ansioso. Galo e Raposa jogariam uma partida válida pela 16ª rodada do Brasileirão. Lembro que como íamos cedo para o campo nem tomei café da manhã, apenas almocei um pouco e parti para o Gigante da Pampulha.

Pegamos dois ônibus e chegamos no estádio às 14:00 – o jogo começaria às 16:00 – para começarmos os nosso preparativos. Já na arquibancada do Mineirão, ainda vazio, fiquei próximo a torcida organizada do Atlético Mineiro, a Galoucura, pois queria ter a experiência de acompanhar o clássico na parte mais animada do estádio. Aos poucos os torcedores foram chegando, as torcidas começaram os seus cânticos e os meus olhos brilhavam vendo aqueles imensos bandeirões sendo abertos e eu estando por debaixo deles.

Faltando 10 minutos para começar o clássico o time do Galo entrou em campo e meu coração foi a “mil”. Aquela massa gritando “Vencer, Vencer, Vencer” – trecho do hino do Atlético Mineiro – me arrepiou como nunca havia me arrepiado antes na vida. Evidentemente que fui como torcedor e achei a minha torcida a mais linda do estádio, mas hoje percebo que a torcida do Cruzeiro fez uma festa tão bonita para o seu time quanto fez a torcida do Atlético, tanto é que o estádio estava dividido em proporção igual para ambas as torcidas. O jogo começou e a cada minuto uma torcida ecoava cânticos para abafar a voz da torcida adversária.

O Cruzeiro chegou a fazer 2 x 0 no placar. No momento do segundo gol Celeste, eu apenas via aquela multidão na minha frente pulando e gritando e milhares ao meu lado silenciosos. Sentei na arquibancada, onde estava no estádio os torcedores assistiam o jogo em pé, coloquei as mãos na cabeça e pensei que tudo estava perdido. Porém, apenas cinco minutos após esse meu pensamento o Galo diminuiu o marcador e três minutos mais tarde chegou a igualdade. A sensação de fazer o gol de  empate contra o rival aos 45 minutos do segundo tempo é a mesma da conquista de um grande título. Por alguns segundos parecia que não estava ali, estava em algum plano de êxtase total e o cenário que era melancólico se transformou em pura alegria. Bons tempos…

All Star Weekend 2017: All Star Records

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Cabeçalho modalidadesNa passada madrugada, deu-se o embate mais esperado do ano, em Nova Orleães. Depois de um All Star Weekend que deixou a desejar a muitos fãs, todos ansiavam pelo jogo recheado de estrelas, talento e incógnitas. Desde Kevin Durant e Westbrook lado a lado, até à habitual pontuação exacerbada. Num jogo onde defender não fazia parte dos planos e foram marcados triplos e afundanços melhores que os marcados nos concursos, houve tempo para tudo, especialmente para quebrar recordes.

O Oeste entrou em campo com James Harden, Stephen Curry, Kevin Durant, Anthony Davis e Kawhi Leonard, frente a um Este com LeBron James, Kyrie Irving, Giannis Antetokounmpo, Jimmy Butler e DeMar DeRozan. No final do primeiro período, a conferência comandada por Steve Kerr perdia 53-48 e já se somava um total de 101 pontos. Tudo apontava para uma noite mágica e assim foi: houve espaço para Durant e Westbrook no mesmo campo, lado a lado e, ainda que se esperasse alguma hostilidade, os ex-colegas de equipa combinaram e fizeram uma jogada de relembrar os tempos nos OKC.

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Claro que a vantagem oriunda do velhino Este não durou e os talentos do Oeste acabaram mesmo por vencer. 182–192 foi a pontuação final e, no total, as estrelas combinaram 374 pontos, ultrapassando os marcados na passada época (369) e estabelecendo um novo recorde. Esta foi a terceira vitória consecutiva da Conferência Oeste e a sexta, em sete anos.

Os números foram todos impressionantes, desde o resultado até às marcas pessoais. Kevin Durant marcou 21 pontos que,  combinados com 10 ressaltos e 10 assistências, deram ao número 35 dos Golden State um triplo-duplo, tornado-se este, assim, no quarto jogador da história NBA All Star, a consegui-lo. Giannis, do lado Este, somou uns fantásticos 30 pontos e 12 afundanços, entrando para a história com um novo recorde (número de afundanços), juntamente com LeBron James, que foi o primeiro a marcar mais de 300 pontos em All Star Games.

Sem ninguém a impedir cestos, Anthony Davis foi a verdadeira estrela da noite e brilhou em casa, perante um público que lhe é familiar. Em 1962, Wilt Chamberlain estabeleceu um recorde impressionante: 42 pontos marcados num jogo All Star. Chamberlain foi o detentor desse recorde durante 55 anos, mas, ontem, Davis quebrou-o. O monocelha mais famoso da NBA atingiu os 52 pontos numa noite e levou para casa, como é óbvio, o título de MVP da noite. Anthony Davis nas suas declarações afirmou “Foi fantástico. Era o que queria fazer, conseguir o MVP para este público, para esta cidade. Este título significa muito para mim” e promete agora tentar chegar a um novo número: 100 pontos.

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Numa noite em que as rivalidades foram postas de lado, tudo se tornou mágico e bonito. Agora? É esperar pelo próximo ano e pelos próximos recordes.

Foto de capa: NBA

Artigo revisto por: Francisca Carvalho

Guiões à parte, eles sabem as falas um do outro de cor

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sl benfica cabeçalho 1

Há um velho ditado que diz: “Duas cabeças pensam melhor do que uma”. Sim, isso à partida parece ser bastante legítimo e credível, mas a tendência para acreditar neste tipo de coisas dá-se quando o testemunhamos. A história já se encarregou de nos mostrar alguns bons exemplos de que o ditado é verdadeiro.

Os irmãos Cohen são um bom exemplo de uma dupla que costuma apresentar bons resultados. Ou, se preferirem uma semi-verdadeira, a Bonnie e o Clyde. Claro que não vamos destoar e falar de cinema, mas sim de uma dupla que parece estar de regresso aos bons velhos tempos, Jonas e Mitroglou.

Tal como a clássica história de dois irmãos separados à nascença, Jonas e Mitroglou viram as suas vidas tomar rumos diferentes no início desta temporada. Mitroglou estava para as curvas, mas em vez de ter a companhia do brasileiro na frente de ataque, teve Jiménez. Tudo, porque Jonas esteve lesionado.

Quando o dez do Benfica voltou aos relvados duas iam duas questões na cabeça das pessoas, quanto tempo até ele recuperar a forma, e quando é que ele ia voltar a estabelecer a relação de parceria que gerava golo atrás de golo com o grego. Bem, no que à forma toca, já deu para perceber que não demorou assim tanto tempo até Jonas estar impecável e no capítulo da parceria com Mitroglou também não.

Colegas de golos Fonte: SL Benfica
Colegas de golos
Fonte: SL Benfica

Uma boa prova disso foi o que aconteceu no jogo frente ao Arouca. Jonas e Mitroglou estiveram imparáveis e apesar do grego ter visto o seu primeiro golo anulado por fora-de-jogo, o ex-Fullham bisou na partida, e no primeiro golo quem fez o cruzamento foi o brasileiro. Aliás, apesar da precoce ausência de Jonas no começo da época, esta dupla já foi responsável por 29 tentos, sendo que Mitroglou apontou 20 golos e Jonas 9.

Há um velho ditado no futebol, e na vida em geral diga-se, que diz: “os números falam por si”, e é bem verdade. Facto é que a dupla que normalmente habita na zona ofensiva do Benfica é a que mais lucra no nosso campeonato e daquelas que mais respeito impõe aos clubes lá fora. Um bom exemplo disso foram as recentes declarações do treinador do Borussia Dortmund na antevisão ao duelo na Luz para os oitavos-de-final da Champions.

Apesar de ainda se registarem alguns percalços, como as recaídas de Jonas, é bastante visível que os “velhos” parceiros no crime estão de volta aos bons velhos hábitos, e aqui entre nós, podem muito bem ser a chave na caminhada até ao tetra.

Aleksandr Hleb: O regresso do mágico de Minsk

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Cabeçalho Futebol Internacional

“Não culpo o Guardiola, eu deveria ter sido mais profissional. Agi como se fosse um adolescente. (…) Se não tivesse tomado essa má decisão, poderia ter jogado ao mais alto nível durante mais cinco anos.” – Foi desta forma que em Outubro do ano passado, Aleksandr Hleb (Александр Глеб) descreveu a sua experiência no todo poderoso FC Barcelona, não atribuindo a outros a culpa pelo seu insucesso e puxando para si próprio o grosso dessa mesma responsabilidade. Hleb trocou o Arsenal FC, onde era peça fundamental na orquestra de Arsène Wenger, por o FC Barcelona de Pep Guardiola em 2008, a troco de mais de 15 milhões de euros. No auge da sua carreira, o internacional bielorrusso nunca foi capaz de demonstrar na Catalunha todo aquele talento que havia evidenciado ao serviço do VfB Stuttgart de Felix Magath e do emblema londrino, e talvez por isso, poucos são aqueles que recordam com saudade a sua passagem por Camp Nou.

Arredado dos grandes palcos do futebol ocidental nos últimos anos, só a espaços ouvimos o seu nome enquanto representava o FC BATE Borisov na Liga dos Campeões da UEFA, ou quando representava a sua selecção. Hleb, no entanto, manteve-se no activo este tempo todo e aos 35 anos de idade voltou a ser notícia, pelo menos na Rússia, depois de esta semana ter oficialmente assinado contrato até ao final da temporada com o FC Krylya Sovetov. Para Aleksandr, este é um regresso a Samara, cidade que conhece bem, depois de já ter representado o FC Krylya Sovetov em 2012, após ter rescindido por mútuo acordo o vínculo que o ligava ao FC Barcelona.

Aleksandr Hleb no dia em que foi apresentado como reforço do FC Krylya Sovetov Fonte: kc-camapa.ru
Aleksandr Hleb no dia em que foi apresentado como reforço do FC Krylya Sovetov
Fonte: kc-camapa.ru

O entusiasmo em redor do experiente jogador bielorrusso foi grande e os responsáveis pela formação de Samara vêm em Hleb um verdadeiro líder, dentro e fora de campo, que terá um papel fundamental na longa batalha que o clube tem pela frente para evitar a despromoção. Com 15 pontos conquistados em 17 jogos, o FC Krylya Sovetov encontra-se actualmente, um ponto acima dos lugares de despromoção, e o arranque da equipa após a longa paragem de Inverno, que apenas termina no início do próximo mês, será vital para aquilo que resta da época.

Aos 35 anos de idade, já não se reconhece a Hleb, aquelas qualidades que o notabilizaram enquanto actuava como extremo e é agora muito mais comum vê-lo a actuar pelo centro de terreno como médio ofensivo ou como armador de jogo ditando o ritmo de jogo da sua equipa, algo que também sempre fez com elevado grau de mestria. Em Samara, Hleb vai reencontrar Vadim Skripchenko, actual treinador da equipa, que Aleksandr já conhece dos tempos em que jogaram juntos no FC BATE Borisov e terá a seu lado no terreno de jogo, o poderoso avançado, também ele internacional bielorrusso, Sergei Kornilenko.

Boavista FC: Pontuar para estabilizar

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Cabeçalho Futebol Nacional

Uma Liga Portuguesa, cinco Taças de Portugal e três Supertaças Cândido de Oliveira são alguns dos títulos presentes no museu do histórico Boavista.

De regresso ao principal escalão do futebol profissional português após seis temporadas em escalões inferiores, o Boavista estabeleceu, pragmaticamente, para a primeira época, o sensato objetivo da manutenção. Para a época 2015/2016, o objetivo manteve-se inalterado, rumo à estabilização.

Na edição 2016/2017, no entanto, sendo igualmente a meta prioritária permanecer na Liga NOS, o seu cumprimento possibilitará à equipa uma abordagem com maior tranquilidade perante os desafios vindouros e a aspiração a outros lugares classificativos. Futuramente, os objetivos deverão passar seguramente pelos anteriormente conquistados patamares europeus e pela aposta nas competições internas.

O MOMENTO

O Boavista de Miguel Leal é, hoje, um Boavista de cara lavada. Assumindo o cargo de técnico no início de outubro do ano transato, o treinador natural de Marco de Canaveses, inicialmente, não realizou muitas transformações nas peças colocadas à sua disposição, mas no período pré-natalício a sua personalização tornou-se mais proeminente.

O caminho faz-se caminhando, não é verdade? A qualidade das exibições do Boavista sob o comando de Miguel Leal e, sobretudo, os resultados alcançados até às duas primeiras jornadas da segunda ronda motivaram a renovação do vínculo entre a direção e o treinador por mais uma temporada. O desfecho parecia inadiável e, tendo por base um crescimento sustentado, deu-se assim o primeiro passo para um planeamento aprazado e seguro de uma nova época. Por tradição, e enfrentando uma verdadeira prova de fogo, desde o regresso das panteras ao principal escalão do futebol português, os técnicos que recebem um voto de confiança e transitam para uma nova temporada têm vivenciado momentos atribulados.

Esquema tático e constituição da equipa no recente encontro caseiro diante do SC Braga)
Esquema tático e constituição da equipa no recente encontro caseiro diante do SC Braga)

Atualmente, o 4-1-2-3 é o sistema tático de eleição dos axadrezados. Na baliza, a insegurança nos guardiões tornou-se evidente logo após a saída de Mika para o Sunderland. Depois das oportunidades dadas a Mickaël Meira e a Mamadou Ba, Ağayev exibiu algumas debilidades nas saídas entre os postes e em situações de bola parada que, devidamente identificadas, sentenciaram a contratação do experiente Vágner a título de empréstimo. No centro da defesa, Lucas Tagliapietra é presença assídua e Philipe Sampaio tem assumido algum protagonismo devido à lesão de Henrique, afastado dos relvados desde novembro. Contudo, os erros individuais neste setor têm custado pontos ao conjunto de xadrez. Carraça, que acompanhava Idris no capítulo defensivo e, por vezes, na primeira fase de construção, acabou por ser excluído do 11 inicial, fruto de algumas prestações positivas de Anderson Carvalho, apresentando caraterísticas mais ofensivas. Na frente de ataque, Schembri permanece enquanto indiscutível, sendo vítima de uma organização tática que não favorece as suas particularidades e que o obriga a contemporizações desnecessárias. Estando talhado para atuar enquanto segundo avançado e dada a sua mobilidade, fixar Iván Bulos e retirar um elemento do eixo central poderá ser uma opção proveitosa.

Na era Miguel Leal, além da persistente aposta em Anderson Carvalho, o lateral direito Edu Machado tem estado em bom plano e revelou-se uma cartada valiosa lançada após a lesão do outrora titular Tiago Mesquita contraída na primeira volta no Estádio dos Barreiros.

Jogador da Semana: Rúben Neves, o Prodígio

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fc porto cabeçalhoRecebeu, adiantou um pouco a bola e rematou com toda a sua raça de Dragão para o fundo das redes defendidas por Cláudio Ramos. Que golaço de Rúben Neves! A coroar uma grande exibição e a encher os olhos aos adeptos que se deslocaram ao Estádio de Dragão.

Antes de mais, é importante perceber e realçar que estamos a falar de um miúdo. Tem apenas 19 anos e está a realizar a sua terceira temporada na equipa principal do seu clube de coração. Além disso, é um jogador muito diferente de Danilo Pereira. Será que são incompatíveis no mesmo onze? Não, não são.

Como se verificou no jogo contra o CD Tondela, o FC Porto viu algumas dificuldades em controlar o atrevimento inicial da equipa orientada por Pepa. Uma das razões que vejo para explicar essas dificuldades foi a ausência de Danilo Pereira, uma vez que a equipa que ocupa o último lugar do nosso campeonato conseguiu provocar desequilíbrios no setor mais recuado dos portistas. Muitos desses desequilíbrios, não querendo ser injusto, são explicados pelo fraco posicionamento defensivo de Rúben Neves.

Fonte: FC Porto
Fonte: FC Porto

É aqui que vai começar a minha explicação para a minha opinião sobre o Rúben. Ao contrário de Danilo, ou até mesmo de Fernando, o nosso jovem de 19 anos não vai singrar na posição seis. Tenho esperança que Nuno Espírito Santo perceba que o Rúben tem características que o podem tornar num oito de classe mundial. Já deu para perceber que se sente muito confortável com a bola nos pés, tem uma visão de jogo de alto nível, tem uma capacidade de passe fora do normal, sabe decidir bem no último terço do terreno de jogo e tem um excelente remate fora de área.

É por ter esta ideia que o vejo como uma alternativa e o substituto natural de Óliver Torres. Será que o jovem jogador espanhol é assim tão diferente de Rúben? Ou têm características idênticas? Adaptem o miúdo a oito e logo me dão razão.

Foto de Capa: FC Porto

Artigo revisto por: Francisca Carvalho

Portugueses históricos nos mundiais de esqui alpino

Cabeçalho modalidadesNós, portugueses, damos pouca importância, apostamos e investimos muito pouco no esqui mas, mesmo com esta falta de condições e com os problemas meteorológicos e de relevo, que constituem enormes entraves à prática deste desporto, os nossos atletas conseguiram feitos que não tinham sido alcançados por qualquer português até à data.

Nos mundiais desta modalidade, vale a pena salientar os resultados obtidos pelos portugueses presentes: a jovem Catarina Carvalho, Arthur Hanse, Ricardo Brancal e Samuel Almeida. É também importante referir que, no ano anterior, Portugal não teve nenhum representante na prova, que decorreu em Vail.

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Apesar das fracas condições, Portugal tem bons atletas na modalidade
Fonte: Arthur Hanse

A primeira a entrar em prova foi Catarina Carvalho, que se conseguiu destacar em Slalom Gigante. De forma surpreendente, alcançou o 54º lugar, na qualificação de Slalom Gigante, apurando-se para a final e realizando um feito que, na minha opinião, além de histórico (nunca antes um português se tinha qualificado para uma final dos mundiais de esqui alpino), se afigura como uma conquista muito importante para a evolução do esqui português. Na prova decisiva desta disciplina, a lusa conseguiu a 83ª posição na primeira manga (em 98 esquiadoras) e ficou de fora da segunda manga da corrida, terminando por isso nesta mesma posição na disciplina de Slalom Gigante.

Em Slalom Gigante, os atletas masculinos portugueses não tiveram a mesma sorte, dado que apenas Hanse se conseguiu apurar para a final, a qual abandonou ainda na primeira manga, depois de passar o primeiro ponto intermédio (ocupava nessa altura o 66º lugar). Na disciplina de Slalom, aconteceu algo extremamente semelhante: Arthur Hanse, depois de se qualificar em 47º lugar para a corrida final, voltou a abandonar a prova ainda na primeira manga. Desta forma, apesar de se ter qualificado para as finais de ambas as disciplinas em que participou, Arthur Hanse desiludiu por não conseguir terminar as corridas decisivas em que esteve presente.

Arthur Hanse, apesar de tudo, não teve a prestação esperada
Fonte: Arthur Hanse

Os outros dois atletas masculinos presentes nos mundiais, Samuel Almeida e Ricardo Brancal, tiveram a vida muito dificultada e acabaram por não se apurar para nenhuma das finais, como já era de prever.

Apesar de não ter havido nenhum resultado que leve Portugal às bocas do mundo, os mundiais deste ano serão sempre históricos porque foi em 2017 que o nosso país conseguiu a primeira final de esqui.

Parecem dados os primeiros passos para um futuro um pouco mais risonho no esqui português, provando que, apesar de não haver condições, há atletas com qualidade e personalidade para elevar o prestígio e o profissionalismo dos nossos desportos de inverno.

Foto de capa: Arthur Hanse

Artigo revisto por: Francisca Carvalho

SC Braga 0-1 SL Benfica: Fogo grego na Pedreira (outra vez…)

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No ano passado, numa fase complicada, o Benfica teve uma vitória decisiva em Braga. Mitroglou, naquela vitória pragmática, foi decisivo. Pouco mais de um ano depois, não se pode dizer que o Benfica esteja assim tão mal. Porém, a equipa não está na fase mais pujante da temporada (a todos os níveis) e o grego volta a ser decisivo. Os ares da Pedreira começam a ser talismãs…

Foram duas partes decalcadas. No primeiro tempo, aproveitando a passividade colectiva do Benfica, foi o Braga quem esteve mais por cima do encontro. Com um meio-campo intenso e inteligente – Battagllia e Assis foram competentes com e sem bola –, o Sporting de Braga foi construindo jogadas de ataque sucessivas e criando problemas à defesa do Benfica. Os alas tanto fechavam a defender como, no processo ofensivo, ofereciam soluções sempre que a equipa arranjava espaços. E eles iam aparecendo.

Os comandados de Rui vitória começaram por ser intensos, mas a crença e a velocidade cedo ficaram comprometidas. Com Pizzi fora do jogo – o médio português está claramente em défice de rendimento –, o Benfica teve pouca bola. Pior do que isso: quando a teve, optou sempre pelo mais difícil. No primeiro tempo apenas os fogachos de Rafa iam criando dificuldades a uma defesa competente do Braga. Rui Vitória esperava pelo intervalo e ele chegou sem golos. Com um Braga mais inconformado com o resultado.

No segundo tempo, o encontro manteve o figurino, mas as propostas de jogo foram trocadas. O Benfica apareceu mais dominador – não necessariamente a jogar melhor – e o Braga, a jogar nessa altura com menos presença ofensiva, não teve tantos espaços para sair com qualidade e critério para o ataque. Ainda assim, as ideias não surgiram com tanta facilidade para os lados encarnados (da Luz). O talento de Rafa continuava a disfarçar insuficiências. Ainda assim, o talento de alguns jogadores passou a ser melhor aproveitado – com Pizzi à cabeça – para se construírem jogadas com outro requinte técnico.

O jogo foi-se partindo e a qualidade diminuiu. Muitos sprints, emoções à flor da pele – grande ambiente na Pedreira –, porém, a organização foi-se perdendo. Nesta fase, o golo poderia surgir em qualquer das balizas. Os que ameaçavam mostravam-se mansinhos junto às zonas de decisão. Faltava sempre qualquer coisa… Eis que chega o suspeito do costume: Mitroglou, numa jogada que juntou brilhantismo técnico e perseverança, marcou mais um golo decisivo e afastou a intranquilidade e, sobretudo, o Porto da classificação. Pode-se crucificar um avançado que, estando ausente do jogo, é quase sempre decisivo? Nós dizemos que não.

 

Rescaldo de Jorge Fernandes e Rafael Simões

CF “Os Belenenses” 1-1 Vitória SC: Empate duro para os vimaranenses

Cabeçalho Futebol NacionalO Restelo contou com uma moldura superior ao habitual, neste jogo 2100 do Belenenses na I Liga, e os adeptos de ambas as equipas mereciam mais, apesar dos dois golos.

Hernâni abriu o marcador com um golaço, aos 10 minutos. O número 9 do Vitória remata em arco à entrada da área, após fintar dois adversários, sem hipóteses para Cristiano, num grande momento de futebol.

Marega, do meio da rua, quase fazia o 2-0, aos 12 minutos, com uma bola ao poste. Na sequência do lance, Hernâni obriga Cristiano a uma defesa apertada, num cruzamento remate que ia para o interior da baliza. No lance seguinte, Hernâni mete a bola em Rafael, que faz mais um remate perigoso. 15 minutos em que quase só dá Vitória.

Miguel Rosa empata o jogo aos 18 minutos. Rosa, que estava a ser o jogador mais esclarecido dos azuis, a par de Florent, veio de trás após cabeceamento de Vítor Gomes e apanhou a defesa vitoriana desprevenida, devolvendo a igualdade no marcador. As duas equipas, até ao intervalo, tentaram adiantar-se no marcador mas não foram muito esclarecidas nos seus lances ofensivos. O 1-1 aceita-se, ao intervalo, e estavam prometidos mais golos para a segunda parte.

A segunda parte foi toda como acabou a primeira; ambas as equipas a procurarem o golo, mas na hora da verdade as defesas foram muito superiores ao ataque. O Vitória teve mais bola e esteve muito mais próximo da área do que o Belenenses, mas todas as tentativas de golo saíram defraudadas.

Empate algo amargo para a equipa vinda do Minho, que saiu de campo a ouvir dos seus adeptos “Joguem à bola”.

FC Porto B 0–0 CD Santa Clara: Um Bocejo em 90 Minutos

fc porto cabeçalho

O FC Porto B entrou em campo frente ao CD Santa Clara na máxima força: ou seja, com todos os futebolistas disponíveis. António Folha dispôs a equipa num 4-3-3 em que, no meio-campo, Francisco Ramos e Fede Varela se colocavam como interiores à frente do trinco Omar Govea. Na equipa do CD Santa Clara merece nota de destaque a ausência de Serginho, habitual guarda-redes titular da equipa açoriana.

Num jogo com pouca história, na primeira parte destaca-se a disposição conservadora da equipa do FC Porto B em campo, com Francisco Ramos a colocar-se sempre muito junto de Omar Govea na construção, sendo depois sentida a sua falta na função em que o jovem médio português é mais forte: a criação. Do lado do CD Santa Clara, a equipa procurou sempre jogar um futebol mais apoiado, embora, na fase de criação, com um recurso por vezes excessivo à capacidade desequilibradora do extremo Dennis Pineda. O FC Porto B foi sempre uma equipa com menos foco no coletivo, com demasiada condução de bola por parte dos seus jogadores e com uma escassa procura de criar perigo a partir do corredor central, sendo que apenas Fede Varela aparecia, ocasionalmente, entre linhas nessa zona do terreno de jogo.

Foi precisamente Fede Varela que, aos 17 minutos, surgiu entre linhas para rematar por cima da baliza à guarda de Pedro Soares. Aos 23 minutos deu-se o lance de maior perigo em toda a primeira parte, com Kayembe a cruzar bem para Galeno, que, antecipando-se a Rui Silva, rematou por cima da baliza já numa zona na qual se impunha finalizar com mais qualidade. Aos 29 minutos a bola acabou por entrar na baliza do FC Porto B, mas a jogada já havia sido interrompida por João Reis – que se encontrava em posição de fora de jogo –, que se fez ao lance que acabaria por ser finalizado por Joel Silva.

O final da primeira parte fica também marcado por algumas das cenas mais lamentáveis do encontro. Aos 34 minutos de jogo, Accioly pisa – de forma aparentemente intencional – Galeno, mas o árbitro da partida, não entendendo o gesto como intencional, optou por não expulsar o defesa brasileiro do CD Santa Clara. Já após o apito para o intervalo, Carlos Pinto – que esteve extremamente nervoso ao longo dos primeiros 45 minutos – e Paulinho Santos envolveram-se em confrontos, acabando ambos por receber ordem de expulsão.

A equipa de Folha continua sem convencer Fonte: FC Porto
A equipa de Folha continua sem convencer
Fonte: FC Porto

Ainda obnubilados, após 45 minutos extremamente desinteressantes, deu-se início à segunda parte do jogo. O CD Santa Clara veio mais perigoso após o intervalo, com oportunidades de golo num cruzamento-remate de João Reis aos 58 minutos e num remate de Clemente aos 69 minutos, que acabaria por passar ao lado da baliza à guarda de Gudiño. Contudo, foi apenas no último quarto de hora que o encontro começou a apresentar alguns momentos de interesse.

O primeiro foi protagonizado por Kayembe, que, aos 74 minutos, conduziu a bola na direita e picou para Fede Varela, que, isolado frente a Pedro Soares, acabaria por desperdiçar a oportunidade. Dois minutos depois, João Graça, que havia entrado no jogo para o lugar de Francisco Ramos, remataria por cima da baliza do CD Santa Clara. Já a fechar o encontro, aos 88 minutos, Fede Varela isolou André Pereira – que havia entrado pouco tempo antes para o lugar de Rui Pedro – para este rematar ao lado da baliza à guarda de Pedro Soares. Finalmente, aos 92 minutos de jogo, bom lance individual de Ismael Diaz – que havia entrado ao longo da segunda parte para o lugar de Galeno – que, fora da área, rematou forte para uma boa defesa de Pedro Soares.

Num jogo taticamente pobre e que valeu por alguns fogachos individuais, a equipa de António Folha não foi além de um empate, mantendo-se assim na zona perigosa da tabela classificativa. Já o CD Santa Clara apresentou bons argumentos coletivos, mas falta de qualidade individual para levar de vencida a equipa do FC Porto B.

Foto de Capa: FC Porto