Os gémeos Rodrigo e Tomás Martins são dois jovens, de dezoito anos, que sempre jogaram juntos. Começaram no Belenenses, passaram pela Foot21 e Linda a Velha, antes de chegarem ao Estoril-Praia. Actualmente, só Rodrigo Martins joga na Amoreira, após Tomás ter abraçado um novo projecto junto do Real Massamá. Os gémeos começaram uma nova etapa: jogarem afastados pela primeira vez na sua carreira.
Positivo ou negativo, o tempo o dirá, o que é certo é que ambos ambicionam os grandes palcos e, como dois potenciais jogadores das nossas camadas jovens nacionais, é fácil reconhecer-lhes o seu empenho e a sua imensa vontade através do trabalho diário que apresentam.
Rodrigo Martins, 18 anos, joga nas alas
Bola na Rede : Quais são as tuas perspectivas para o futuro?
Rodrigo Martins: As minhas perspectivas para o futuro são as mesmas que todos os jovens ambicionam: chegar ao futebol profissional e, se possível, aos melhores palcos.
BnR: As condições que o Estoril oferece são comparáveis aos outros grandes de Lisboa?
RM: O Estoril oferece boas condições de trabalho, no entanto, tanto o Sporting como o Benfica, têm melhores condições para oferecer aos atletas da formação. Têm campos de treino e complexos desportivos que o Estoril não tem.
BnR: O que gostarias que acontecesse no início da próxima época?
RM: Gostava de fazer a pré-época com os seniores, ter um contrato profissional e, se possível, estrear-me na primeira liga.
BnR: Esta época já foste chamado várias vezes para fazeres alguns treinos com o plantel principal do Estoril-Praia. Achas que esta temporada têm potencial para continuar na primeira liga?
RM: Já fiz alguns treinos. Fiz inclusive um jogo de treino. É uma equipa com grande valor mas está ainda neste momento a habituar-se ao novo treinador e às suas ideias. Reconheço a dificuldade, mas creio que têm condições para continuar a jogar na primeira liga.
BnR: Se pudesses ter um desejo a ser realizado de forma imediata, qual escolherias?
RM: Estrear-me na Primeira Liga.
BmR: É a primeira vez e o primeiro ano que jogas sem o apoio do meu irmão Tomás, como te sentes sem o apoio dele?
RM: Perdi um dos jogadores que mais me compreendia dentro de campo, porque sempre jogámos juntos desde muito novos e gostava que ele pudesse continuar comigo.
Os campeonatos estaduais começaram e ao contrário do que muitos pensam as competições podem ser até bem valorizadas financeiramente, claro se estivermos falando dos campeonatos paulista e carioca. Se considerarmos apenas as cotas de televisão desse ano, o Paulistão lidera o ranking e faturou com o contrato com a Rede Globo 160 milhões de reais. Os quatro maiores clubes paulistas (Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo) foram os clubes que ficaram com a maior fatia da divisão da cota televisiva (17 milhões de reais recebeu cada clube). Já o Cariocão também possui um contrato com o Rede Globo. A emissora investiu 120 milhões de reais para ter os direitos televisivos da competição. Os grandes cariocas (Flamengo*, Vasco, Fluminense e Botafogo) receberam 15 milhões de reais cada.
Entretanto, nem apenas de grandes cotas vivem os estaduais. Para se ter uma ideia o terceiro estadual mais valorizado do Brasil é o Campeonato Mineiro (36 milhões de reais); seguido do Campeonato Gaúcho (33,8 milhões de reais). Minas Gerais e o Rio Grande do Sul sempre foram duas grandes potências do nosso futebol, porém a desvalorização que os seus campeonatos possuem perante o do Rio e o de São Paulo é gigantesca.
Essa diferença é ainda maior quando comparamos o Campeonato Carioca e o Campeonato Paulista com o Campeonato Baiano (cito o Campeonato Baiano pois a Bahia possui dois representantes na Série A do Campeonato Brasileiro, Bahia e Vitória). O Baianão possui um contrato com a Rede Bahia (afiliada da Rede Globo) que gira em torno de 2,7 milhões de reais, sendo que a dupla Ba-Vi recebe 850 mil reais cada.
Flamengo e Corinthians são os clubes com as maiores receitas do futebol brasileiro Fonte::Globoesporte.com
Claro que sempre devemos levar em consideração a visibilidade que os times cariocas e paulistas possuem no país, devido ao gigantesco número de torcedores. Graças a esse contingente de torcedores, o Cariocão é transmitido para 15 estados da federação. Os telespectadores acabam determinando o valor em que o estadual será vendido para a emissora de televisão e em consequência disso acabam contribuindo, involuntariamente, para a desvalorização da competição do seu estado.
Agora a grande questão é como vamos tentar amenizar essa diferença brutal de receita que recebem os clubes pertencentes à mesma divisão nacional!? E estamos falando apenas das cotas de televisão para os estaduais, pois se considerarmos os patrocínios dos clubes, as cotas de televisão que cada time recebe no Brasileirão e as vendas de produtos oficiais, essa diferença chega a um patamar muito elevado.
A verdade é que os clubes paulistas e cariocas, principalmente o Corinthians e o Flamengo, tendem a dominar cada vez mais o futebol brasileiro. Se estiverem bem administrados e organizados eles passarão por cima dos demais. É necessário que essa desigualdade financeira existentes entre os clubes seja resolvida o quanto antes, para o bem do futebol brasileiro. O clube que recebe uma cota bem inferior aos demais não possui nem o direito de errar em alguma contratação, enquanto o clube que recebe uma cota “gorda” pode se dar ao luxo de contratar quatro atacantes que se ao menos um der certo já sairá ganhando. Portanto, uma distribuição mais justas das cotas de televisão já seria um bom início para equilibramos mais a competitividade do nosso futebol.
*O Flamengo ainda não assinou o contrato, pois não aceitou o percentual destinada à FERJ. Cada clube repassaria à Federação Carioca 10% do contrato geral (12 milhões de reais).
No fecho da jornada vinte do campeonato português, Sporting de Braga e Estoril Praia empataram a um golo no estádio municipal de Braga. Os autores dos golos foram Kléber para o lado visitante aos trinta e cinco minutos e Rosic para o Braga aos cinquenta e quatro. Com este resultado, o Braga não aproveitou a derrota do Sporting frente ao Futebol Clube do Porto para ascender ao terceiro lugar. Já o Estoril, soma mais um ponto num terreno difícil, mantendo-se a dois do penúltimo posto. Relativamente às alterações mais evidentes nos onzes, destaque para Licá, que reforçou o plantel estorilista neste mercado de inverno por forma a equilibrar e dar mais competitividade ao grupo. Do lado arsenalista, a entrada directa de Alan e Ricardo Ferreira são as novidades. Este último volta de lesão e que seja para agarrar o posto de uma vez por todas.
Iniciava o jogo no municipal de Braga com uma oportunidade à boca da baliza por parte de Rodrigo Battaglia. O argentino viu bem o espaço nas costas da defesa e a cruzamento de Alan quase levantou o estádio aos cinco minutos. Não acertou no alvo apesar da proximidade. A resposta canarinha seguiu-se com algumas incursões pelas linhas e pressão nas zonas perigosas, obrigando o Braga a recuar no terreno. Não criou grande perigo em espaços de finalização, mas através de uma bola parada aos dezoito minutos quase fazia um grande golo. O Braga jogava a um ritmo lento e sem grande discernimento lá na frente, mas ainda assim viria a tentar chegar ao golo através de Stojiljkovic numa jogada de insistência e alguma atrapalhação. De seguida, Pedro Santos tentou um cabeceamento, mas saiu fraco e frouxo onde só faltaram formigas a flutuar… Em baixo, mas não desarma em fazer das suas.
Não marcou o Braga; marcou o Estoril. Jogada rápida pelo lado direito, onde Licá cruza de forma perfeita para a cabeça de Kléber. Estava inaugurado o marcador com uma testada do brasileiro a fuzilar as redes da baliza de Marafona. Trinta e quatro minuto de jogo decorridos e o Estoril vencia por uma bola a zero. Aos quarenta minutos uma bomba de Kléber fez Marafona esticar-se todo para fazer uma boa defesa. Em cima do tempo de descanso fica por assinalar uma grande penalidade a favor do Braga. Rui Fonte tenta cruzar e Gonçalo Brandão cortar. Conseguiu levar a melhor o defesa mas com o membro proibido. Vasco Santos não viu o que cerca de cinco mil pessoas viram. «Com esta chuva vamos é para os balneários!» Quarenta e sete minutos depois é dado o apito para assentar ideias.
A segunda parte começava com o Braga a assumir o jogo e a tentar materializar em golos as oportunidades que até então havia criado. Na cobrança de um pontapé de canto por Pedro Santos, Rosic faz golo à cabeçada e chega também ele a atravessar a linha de golo. Golpe de crânio que valeu por dois mas só contou por um… Estava então tudo empatado. O Braga mostrava que jogava em casa e continuava a carregar o Estoril. Alan encontra Rui Fonte na área, e este, Moreira pelo caminho. Prevalecia o um igual. Entretanto, um jogador do Estoril calcou uma mina… Pausa para perceber quem tinha posto lá tal coisa… Aos sessenta e dois minutos, os canarinhos tentam responder através de nova bola parada. Passou longe, mas perto para quem vivia intensamente jogo. Simão quis entrar na discussão e lançou Cartabia, o mais recente reforço dos bracarenses, na esperança de tirar um coelho da cartola. O argentino quase fazia moça numa jogada individual deliciosa, em que a defesa do Estoril ficou a beber o Mojito na tal praia…
Nos últimos vinte minutos da partida, uma oportunidade de Rui Fonte na cara do golo surge a cruzamento de Stojiljkovic, onde Moreira faz uma enorme defesa com o seu equipamento XXL. Entretanto, uma nova mina é encontrada perto da linha de meio campo… Kléber apelou por assistência e assim foi. Vasco Santos pediu para se desarmarem todas as bombas para se poder retomar a partida. «É chuva, frio, minas, mãos… Alguém ajude o Vasco!» Assim sendo, são quatro os minutos de compensação. Já em tempo de descontos, Baiano tenta rematar colocado pelo meio da praia mas alguém soube cortar a bola perto da linha de golo. Terminou empatado o encontro entre Braga e Estoril com um ponto para cada lado. Com este resultado, a tabela mantém-se intacta e inalterável. Bem sambou entre minas o Braga mas não deu Carnaval.
Foto de Capa: Sporting Clube de Braga
Artigo de opinião de Pedro Nuno Sousa e Jorge Fernandes
Isaiah Thomas é, hoje, uma das grandes personalidades da NBA, mas o caminho do base dos Boston Celtics nunca foi fácil e está muito longe de ter chegado ao fim. Com 1,75m de altura e muitos obstáculos no caminho, Thomas não procura a aprovação de ninguém a não ser dele mesmo, do seu treinador e dos seus colegas, num mundo que supostamente é só para gente grande. Na semana em que completa 28 anos, olhamos para o que o pequeno All-Star dos Celtics já fez e o muito que ainda lhe falta fazer, numa altura em que os holofotes apontam, finalmente, na sua direção.
As pedras no percurso de Isaiah começaram a aparecer cedo. Como as notas escolares não lhe permitiam uma bolsa de estudo numa universidade, Thomas mudou de Washington, Seattle, para Connecticut, Nova York, e ainda repetiu um ano no secundário. Chegada a oportunidade de ingressar na universidade, Thomas regressou à sua terra natal como o 98º melhor atleta do país a entrar na faculdade. Não era suficiente para o pequeno base, que encheu os pavilhões universitários dos Estados Unidos com a sua qualidade.
Na noite do draft da NBA, Thomas viu 59 jogadores serem escolhidos à sua frente. Alguns deles nunca chegariam a pisar um palco da maior liga de basquetebol do mundo, outros teriam no banco de suplentes da NBA o seu melhor amigo em múltiplas noites. Mas Thomas não. A sua carreira vinha sendo constantemente definida pela opinião dos outros. “Um rapaz tão pequeno, que até torna absurdo o facto de ter entrado na liga. O último a ser escolhido, a cauda do draft”. Tudo o que era equipa da NBA viu mais potencial noutros jogadores do que em Thomas. E isso foi o seu combustível naquela noite e nas noites que se seguiriam.
Fonte: Isaiah Thomas
Três épocas nos Sacramento Kings, que o deixaram sair para conseguirem um base “que passasse melhor a bola”, e mais meia época em Phoenix, que não deixam saudade a Thomas e que não deixaram propriamente boquiabertos aqueles que duvidavam dele, até chegar a Boston. Numa das equipas com maior historial na liga, Thomas encontrou a sua casa.
Com pouco menos de um mês a jogar de verde-e-branco, Isaiah e os Celtics visitaram Miami. O jogo estava equilibrado, no quarto período, quando Thomas atacou o cesto, marcou e sofreu uma falta dura, tendo caído de costas no chão. Em claro sofrimento, IT ouviu o seu colega Jae Crowder dizer “Levanta-te, precisamos de ti”. Thomas levantou-se, marcou o lance-livre e minutos depois converteu um triplo que selou a vitória dos Celtics. A equipa de Boston saía vitoriosa e Isaiah percebeu que aquilo que sempre tinha procurado não era a aprovação daqueles que duvidavam dele, mas sim daqueles que iam “para a guerra com ele”. E ali, naquela noite e naquele momento em que se contorcia no chão com dores, Thomas teve essa aprovação e percebeu que estava onde devia estar.
Hoje, Isaiah Thomas vai a caminho do seu segundo jogo All-Star (no qual deveria provavelmente fazer parte do cinco inicial) e é uma das estrelas maiores da liga, mas ainda lhe falta muito caminho por percorrer. Falta-lhe juntar um título (pelo menos) aos 17 que os Celtics exibem orgulhosamente no TD Garden, por exemplo. Porém, Thomas não espera (nem quer) que sintam pena dele pelas vezes que duvidaram dele no passado. Porque Thomas não sente pena da vossa equipa quando “despeja” entre 30 a 40 pontos por jogo, na NBA. Nem sentiu pena de si próprio quando, naquela noite de draft em 2011, todas as equipas da NBA viram maior potencial e talento noutros 59 jogadores, porque foi a partir desse momento que o pequeno base começou a construir o seu percurso até ao estrelato.
O Palmeiras parece estar a vencer a demais concorrência; pelos menos, no que aos melhores reforços diz respeito. É verdade que quem ganha prepara melhor o defeso. Pelo menos com mais serenidade. Assim, o Verdão parece estar a trabalhar de forma muito consistente. Vamos por partes.
O técnico Cuca, que havia ganho a Libertadores pelo Atlético Mineiro – e que já na altura tinha saído para a China –, voltou a ser tentado e caiu no encantamento, novamente, de voar até aos milhões chineses. Não se pode propriamente criticá-lo por isso. Para o seu lugar, veio sem grande alarido o novo técnico: Eduardo Baptista. Um homem relativamente novo (45 anos). Contudo, Baptista conta com uma vasta experiência no futebol brasileiro, com passagens por vários e enormes clubes, como Santos, Flamengo, Corinthians, entre outros. Quase sempre como preparador físico. Só em 2014 assumiu o comando do Sport Recife como interino. A partir daí, fez sempre bons trabalhos, consubstanciando-se em passagens pelo Fluminense e pela Ponte Preta. Eduardo Baptista chega agora ao maior campeão Brasileiro, com a imensa responsabilidade de tentar renovar o título de 2016 e tentar chegar ao impressionante Decacampeonato. E parece que a direção palmeirense não faz por menos.
Eduardo Baptista é o novo homem do leme do Palmeiras Fonte: Verdão Web
Felipe Melo, do Inter de Milão, está perto de ingressar nos paulistas. O mesmo acontece com Michel Bastos, que rescindiu contrato com o São Paulo. Com a venda de Gabriel Jesus, o Palmeiras encaixou uma boa quantia, que será usada, certamente e em parte, para algumas contratações pontuais. Isto porque o time não terá muitas mexidas e, como diz o ditado, em time que ganha, não se mexe.
Ainda estamos numa fase muito embrionária da temporada de futebol no Brasil. Muita coisa ainda vai acontecer. Todavia, se tivesse que apontar um único favorito – tarefa quase impossível no Brasileirão – daria esse estatuto ao Palmeiras. Não só porque foi campeão, mas também porque parece ser o clube mais organizado em Terras de Vera Cruz.
Se analisarmos o título do texto de uma forma atenta, percebemos logo que estamos a falar da formação do Benfica. Uma formação que conta já com nomes reconhecidos no resto da Europa e com tantos outros que estão quase prontos a subir ao relvado da Luz. Neste texto falo-vos apenas dos quatro jogadores que penso estarem bem “apurados” para crescer agora no plantel dos seniores. Quatro casos de jovens promissores que ambicionam dar o salto para o plantel principal, mas que vivem a assistir a casos de jogadores que acabaram por sair dos quadros do Benfica sem ajudar a equipa principal.
Dois dos nomes que vou tratar já serviram o plantel principal mas que devido ao elevado número de jogadores das suas posições, acabaram por voltar aos “bês” e são opção regular da equipa de Hélder Cristóvão. Falo claramente do defesa esquerdo Yuri Ribeiro e José Gomes.
Yuri Ribeiro já representou a equipa principal dos encarnados em duas ocasiões e somou uma totalidade de 180 minutos a um nível bastante aceitável para o ambiente onde se jogava. Um jogo na Taça da Liga e um na Taça de Portugal foi suficiente para perceber que o jovem jogador apresenta um futebol bastante agradável mas que precisa de limar algumas arestas ainda na equipa B. Com apenas 20 e nacionalidade portuguesa (mas nasceu na Suíça), Yuri tem sido aposta mais regular na posição de defesa esquerdo mas já aconteceu ocupar a posição central da defesa. Uma posição que apresenta alguns problemas na equipa de Rui Vitória. . Duas características que aprecio bastante no Yuri são a sua força física no momento de encarar os lances, isto é, não cometendo muitos faltas, tem uma boa atitude usando o corpo para proteger a bola e ao cortar dos pés do atleta e a capacidade que tem em subir no terreno. Esta última característica é muito semelhante às de Fábio Coentrão, Grimaldo e Eliseu, que agradaram e continuam a agradar os técnicos e adeptos do clube.
Fonte: UEFA
José Gomes é o segundo alvo desta lista. O jovem avançado de 17 anos é uma das (se não a) maior esperança no Seixal. Já com presença em 5 jogos na equipa de Rui Vitória e o dobro na equipa de Hélder Cristóvão, o “menino” da Guiné com passaporte português tem sido não só importante na equipa encarnada como nas seleções nacionais jovens. Com estatuto de avançado central e finalizador “à moda antiga”, “Zé” Gomes é muitas vezes usado como extremo devido ao seu poder de arranque. Com 2 golos marcados até agora, deverá demorar a sua subida ao coletivo de Rui Vitória devido ao leque de jogadores para a sua posição e ao facto de Hélder Cristóvão estar a necessitar de jogadores ofensivos e polivalentes na equipa. Mesmo assim, acredito que esteja também quase preparado para dar o salto e numa altura onde Gonçalo Guedes saiu, Jonas não vai para novo e Jimenez é um menino de mercado, José Gomes deverá dar o salto ainda antes dos 20 anos.
A realidade é que estamos habituados ao desporto norte-americano nos protagonizar momentos incríveis, reviravoltas surpreendentes e desfechos inacreditáveis. Mas ontem tivemos a oportunidade de ver algo que até os argumentistas de Hollywood teriam dificuldade em escrever. A realidade é que por mais que conseguíssemos pensar e imaginar um Superbowl, ninguém nos podia preparar para aquilo que iríamos viver na madrugada de domingo para segunda.
À partida para este Superbowl XLI sabíamos que iríamos ver em campo o sangue novo da NFL representado pelos Atlanta Falcons e liderado pelo Matt “Ice” Ryan e Julio Jones. Do outro lado iríamos encontrar os suspeitos do costume, os New England Patriots que são encabeçados pelo “comeback kid” Tom Brady.
Os Falcons chegavam a este jogo como favoritos e disputando o segundo Superbowl em 51 anos. Com o melhor ataque da NFL e que marcou o recorde máximo de pontos marcados numa temporada na NFL, os Falcons tinham armas vastas para causar dano em qualquer adversário. Apesar da inexperiência neste palco e numa defesa extremamente jovem, os Falcons pareciam destinados a sucesso.
Já os Patriots, depois de terem começado a temporada sem o seu líder (esteve suspenso durante 4 jogos pelo “caso deflagate”) chegaram a este jogo com a mesma naturalidade que tinham chegado a outros 6 nos últimos 15 anos. Com a defesa que marca mais pontos na NFL, uma defesa sem nomes sonantes mas que sabe o que faz, os Patriots são sempre um caso sério em jogos com esta importância.
Moeda ao ar e fé em Brady/Matty
O jogo começou com ambas as equipas a apalparem terreno e a procurar forma de explorarem as fraquezas que estavam do outro lado. Os Falcons acabariam por ser os primeiros a marcar depois de aproveitarem o primeiro turnover do jogo. O sempre terrível Devonta Freeman encontrou o caminho para a endzone depois de uma corrida de 5 jardas. Os Patriots tentaram responder de imediato mas sem efeito, os Falcons voltariam a marcar depois de um drive ofensivo muito bem sucedido que terminou com um passe de Matt Ryan para Austin Hooper. O ponto extra não seria convertido mas uma flag na equipa dos Patriots deu nova tentativa e o acerto foi feito!
Todos os focos estavam sob Tom Brady e Matt Ryan Fonte: New York Daily News
Começava a cair pressão no lado dos Patriots em terem que marcar pontos e, imediatamente no drive ofensivo essa pressão transformou-se em claro desespero quando Tom Brady lança um passe que é interceptado por Rashad Alford que corre 82 jardas e amplia ainda mais a sua vantagem. É importante referir que foi a primeira vez em 15 anos que Tom Brady “oferece uma pick six” nos playoffs. E, foi a segunda maior interception (em jardas corridas) na história do Superbowl. O tempo movia-se e os Patriots não conseguiram nada mais do que um fieldgoal antes do intervalo que chegava e a supremacia da equipa de Atlanta dava-lhes uma vantagem por 21-3.
Mais do mesmo!
Lady Gaga esteve encarregue do espectáculo durante o intervalo Fonte: Facebook Houston Super Bowl
Após o sempre aclamado Halftime Show, este ano protagonizado por Lady Gaga, estávamos de volta ao jogo que até agora não se revelava um jogo propriamente bem disputado. E, na realidade, os primeiros 15 minutos da segunda parte continuaram a dar força a essa teoria com os Falcons a voltarem a marcar e ampliarem a sua vantagem ainda mais. Foi apenas perto do final desses 15 minutos que os Patriots finalmente tiveram um encontro com a “endzone” e marcaram o primeiro touchdown do encontro com uma corrida de James White. No entanto, como diz a lei de Murphy “Qualquer coisa que possa ocorrer mal, ocorrerá mal, no pior momento possível”. E, na tentativa do ponto extra os Patriots falhava e encurtavam a diferença para 28-9 quando entrávamos nos últimos 15 minutos do encontro.
O dia tão aguardado pelos amantes do Desporto Rei finalmente chegou – o dia da Final. Após 3 semanas extremamente competitivas, onde decorreram jogos bastante emotivos e com resultantes surpreendentes, eis que se irá decidir quem irá substituir a Costa do Marfim como detentor da Taça das Nações Africanas, com as seleções do Egito e dos Camarões a terem a oportunidade de participar no jogo de todas as decisões. Nas próximas linhas, irei dar conta do que ocorreu na Final da 31.ª edição do CAN.
Antes do início do jogo marcado para as 19h de Portugal, as duas seleções chegavam a esta partida com um percurso um pouco semelhante. Dum lado, encontrava-se o Egito, vencedor do grupo D com 7 pontos conquistados e tendo eliminado Marrocos e Burquina Faso no seu percurso até ao último jogo da prova. No outro lado, tinha-se os Camarões, o segundo classificado do grupo A com 5 pontos amealhados e superando o Senegal e o Gana no caminho para a Final. Com ambos os lados a sofrerem poucos golos nos seus respetivos jogos – os egípcios sofreram apenas 1 golo, ao passo que os camaroneses foram buscar a bola ao fundo das suas redes somente duas vezes nos 5 encontros realizados, a previsão para a Final seria dum jogo bastante fechado e com escassas oportunidades de golo para os dois conjuntos.
Com um ambiente bastante eletrizante protagonizado pelos adeptos presentes no estádio Stade de l’Amitié e digno de uma partida de caráter decisivo como é uma final dum torneio importante, Egito e Camarões entraram em campo com a perfeita consciência de que este era um encontro em que a concentração e capacidade de sofrimento seriam fulcrais para levar de vencida o seu adversário. Os primeiros 15´ da Final foram marcados sobretudo pelo estudo mútuo dos dois conjuntos, com a bola apenas a ser jogada no meio-campo. Contudo, seria aos 21’ que o marcador iria ser inaugurado pelo Egito, com Mohamed Elneny, jogador do Arsenal, a rematar de ângulo reduzido dentro da área camaronesa e a ser feliz.
Este duro revés não deitou abaixo a esperança camaronesa em querer vingar a Final perdida de 2008, precisamente frente ao Egito. Aos 30’, o selecionador dos Camarões, o belga Hugo Broos, viu-se obrigado a substituir o lesionado Adolphe Teikeu por Nicolas N´Koulou, o que parecia ser mais um rude golpe nas intenções dos Leões Indomáveis (alcunha da seleção camaronesa) em levar para casa o ambicionado troféu. Até ao apito do árbitro para intervalo, assistiu-se às tentativas dos Camarões em repor a igualdade no marcador, embora sem os efeitos desejados. O intervalo chegaria com o 1-0 a favor do Egito.
A final da CAN conheceu uma partida muito disputada Fonte: CAN
O conhecido avançado camaronês do público português, Vincent Aboubakar, entrou no início da 2.ª parte para ajudar os seus colegas de seleção em busca do golo do empate. Como seria de esperar, os Camarões assumiram rapidamente as despesas do jogo, embora com o Egito a tentar as transições rápidas para ampliar a sua vantagem no marcador. A forte pressão exercida pelos camaroneses teria resultados imediatos: aos 58’, o defesa Nicolas N´Koulou iria empatar o encontro, após um excelente cruzamento de Christian Bassogog. Com o golo do empate garantido, os Camarões não quiseram abrandar o ritmo do jogo, e foram à procura do golo que lhes desse a liderança do jogo. Nesta altura, os egípcios sentiram imensas dificuldades para manter o adversário longe da sua área, contando apenas com as iniciativas individuais de Mohamed Salah. Apesar dos minutos inquietantes após o golo do empate, o ritmo de jogo desacelerou e até final do tempo regulamentar, ambos os conjuntos não quiseram arriscar perder o jogo nos últimos minutos. No entanto, Vincent Aboubakar não quis levar o jogo a prolongamento e fez o 1-2 aos 88’, com o excelente trabalho individual.
O Egito partiu desenfreadamente à procura do 2-2 e que levasse a discussão do troféu até ao prolongamento. Aos 90+1’, Mohamed Elneny teve uma ocasião de ouro para empatar de novo a partida, através de um livre à entrada da área camaronesa, embora tenha sido mal aproveitado. Pouco depois, o árbitro apitaria para o final do encontro e os Camarões punham fim a um jejum de 17 anos sem vencer o CAN (a sua última conquista tinha sido em 2002) e conseguiam vingar a final perdida de 2008. Quem estaria certamente contente com esta vitória na Final era o famoso avançado Samuel Eto’o, que assistiu à Final disputada em Libreville.
Para terminar, a vitória acabou por sorrir à seleção que melhor jogou durante as três semanas da competição e venceu adversários mais complicados até ao jogo de atribuição do troféu. Ironia do destino ou não, o certo é que a solução do jogo estava no banco de suplentes, com o belga Hugo Broos a ser feliz com as substituições feitas, embora com a de N’Koulou ter resultado dum infortúnio de Teikeu. A 31.ª edição do CAN é dos Camarões, que com esta conquista irão marcar presença na Taça das Confederações, disputada na Rússia.
Por estes dias há um nome que faz correr muita tinta por terras germânicas. Um treinador que chega à Bundesliga com apenas 29 anos já é um facto assinalável, mas quando completa uma volta inteira sem perder e num clube que esteve à beira da descida na época passada, esse feito torna-se quase heroico. Falamos, claro está, de Julian Nagelsmann. O ‘menino’ que na época passada comandava os juniores do clube e que este ano tem conduzido o Hoffenheim de forma brilhante, ao ponto de não ter perdido nenhum jogo em toda a primeira volta. O primeiro desaire surgiu na passada semana, na visita ao campo do RB Leipzig, a outra grande surpresa da Bundesliga.
Na época transata, ao cabo de 20 jornadas, Huub Stevens, até então o treinador, deixou-lhe nas mãos uma equipa desmotivada e com apenas 14 pontos somados. Nas restantes 14 rondas do difícil campeonato alemão conseguiu 21 pontos e a tão desejada manutenção. Depois de 6 anos a servir as camadas jovens do clube, a boa campanha foi recompensada e a direção deixou-o na cadeira de sonho para a nova época. Assim, com uma idade tão tenra, Nagelsmann vive um autêntico conto de fadas neste momento.
O técnico está a espremer e a tirar todo o potencial de jogadores que andavam meio perdidos nas suas carreiras, como Kramaric e Sandro Wagner, dois atacantes que levam já 18 tentos em conjunto e que têm papel fulcral na manobra ofensiva da equipa. Outro dos destaques tem sido Sebastian Rudy, o médio é o equilíbrio de toda a equipa e a sua regularidade já lhe valeu um contrato rubricado com o Bayern de Munique para a próxima temporada.
A união tem feito a força na formação alemã Fonte: TSG Hoffenheim
Sem nomes sonantes nas suas fileiras, este é um Hoffenheim que se destaca pela sua coesão e entreajuda, é uma equipa que sabe esperar pelo erro do adversário e dar o golpe final com contra-ataques muito bem delineados. Os 10 empates que tem no campeonato poderiam pressupor que se trata de uma formação defensiva, mas tal não acontece. Sabe é que na impossibilidade de ganhar um jogo, há empates que são importantes e obviamente melhor que derrotas, como foi na casa do campeão Bayern ou no seu reduto com o Dortmund.
Nota-se que este Hoffenheim sabe para onde quer ir, tem um rumo bem traçado e muito por culpa do homem que comanda o ‘barco’. Resta-nos esperar para ver como corre esta segunda volta e se o apuramento para a Liga Europa surge, ou mesmo se dá uma espreitadela nos lugares de acesso à champions. Mas de uma coisa não restam muitas dúvidas – Nagelsmann não engana. Dá todos os sinais de ser um treinador com um futuro risonho e que vai dar que falar no mundo do futebol, parece estar talhado para voos mais altos. O tempo encarregar-se-á de o mostrar.
Decorridas 24 jornadas o Chelsea FC lidera confortavelmente a Premier League com nove pontos de vantagem sobre o segundo classificado Tottenham Hotspur FC. Ainda que o futebol apresentado pela equipa de Mauricio Pochettino seja, sob o ponto de vista da posse e circulação de bola, mais atrativo do que o praticado pela equipa de Antonio Conte, é o Chelsea FC que leva vantagem com a sui generis ideia de jogo do treinador italiano: controlar o jogo…sem bola.
O Chelsea FC tem vindo a alinhar, na baliza, com um dos melhores guarda-redes do mundo, o belga Thibaut Courtois. À sua frente uma defesa a três composta por Gary Cahill mais descaído para o lado esquerdo, Azpilicueta no lado direito, e David Luiz na zona central. À frente da defesa encontram-se os dois esteios do meio-campo da equipa londrina, Kanté e Matic, com Marcos Alonso a jogar na ala esquerda e Victor Moses na ala direita. Na frente, sem verdadeiros extremos, é Eden Hazard o interior ofensivo que se apresenta mais à esquerda e Pedro Rodríguez aquele que alinha mais à direita, ambos em apoio ao ponta de lança espanhol Diego Costa.
Fonte: Chelsea FC
A equipa de Antonio Conte, um dos melhores treinadores do mundo no momento de organização defensiva, tem uma dinâmica coletiva muito interessante e um modelo de jogo que, goste-se ou não, é consistente e encontra-se bem trabalhado. Partindo de uma estrutura de 3-4-3, a equipa tem em Kanté e Matic uma parte crucial do seu sucesso nos movimentos ofensivos. São os dois futebolistas que, por um lado, fazem a ligação entre o corredor central e os corredores laterais e, por outro lado, quando têm bola, atraem os defesas adversários abrindo espaços nos corredores laterais onde surgem os alas Alonso e Moses.