Se procurarmos por equilíbrio no dicionário temos a certeza de que não vemos lá escrito ‘Manchester United’. A equipa de Louis van Gaal contrasta um ataque de uma qualidade tremenda com uma defesa que treme por todos os lados.
Nos últimos dias de mercado o técnico holandês deu-se ao luxo de dispensar os serviços de Chicharito, emprestando-o ao Real Madrid, e vendendo ainda Welbeck por uns (ainda assim surpreendentes) 20M€ ao Arsenal. Com a confirmada chegada de Falcao, era óbvio que os dois jovens iriam ter menos oportunidades de jogar e de continuar a sua progressão como jogadores de futebol, tornando assim natural a sua partida. Neste caso, é evidente que os números de Falcao serão melhores do que os destes dois, mas na outra ponta do campo a sucessão de Vidic e Rio Ferdinand está tudo menos trabalhada.
É certo que van Gaal é já um treinador experiente e com ideias de jogo bem fundamentadas, mas aquilo que fez quando tomou o leme dos vermelhos de Manchester não confirmou, de todo, a sua experiência e qualidade. Se havia zona do terreno em que seria necessário um investimento era na posição de defesa central, mas em vez disso os responsáveis dos red devils preferiram gastar 173,6M€ em jogadores que NÃO SÃO defesas centrais, continuando assim um enorme buraco no centro da defesa.
Marcos Rojo foi o único que reforçou o centro da defesa e custou… 20M€ Fonte: talksport.com
Não estou com isto a dizer que a compra de Di María, Ander Herrera ou Luke Shaw não tenha sido boa para a equipa – são jogadores que podem desempenhar um papel fulcral no Manchester United. Di María é neste momento um dos melhores jogadores do mundo, Ander Herrera chega para tentar ser o Scholes que Fellaini nunca conseguiu ser, e Luke Shaw vai ter a difícil tarefa de fazer esquecer Patrice Evra. Mas se nos lembrarmos de que só nestes jogadores o United gastou uns exageradíssimos 150M€ já pensamos duas vezes se o dinheiro terá sido assim tão bem gasto.
Na minha opinião, por estes valores, o Manchester United poderia ter construído um plantel muito mais equilibrado e com mais jogadores. No centro da defesa tanto Hummels como Boateng seriam compra obrigatória. Qualquer um deste par alemão equilibrava uma defesa que quando alinha com Smalling, Jones, Rojo ou Evans é tudo menos segura. E mais, para além de terem uma qualidade defensiva infinitamente melhor, jogam e saem a jogar como poucos no actual futebol mundial. Nos últimos dias surgiu ainda o boato de que Gerard Piqué estaria de volta a Old Trafford já na próxima reabertura do mercado. Ainda assim, qualquer um dos três (se é que conseguem algum), trará consigo uma qualidade muito maior do que qualquer um dos actuais, sendo sempre uma mais-valia.
Mas não é só no centro defensivo que van Gaal tem problemas. O miolo é muito lento. Carrick e Fletcher já não são jogadores de aguentar a maior parte dos jogos da Premier League; os 32,6M€ mal gastos em Fellaini não ajudam a aceitar as compras também completamente inflacionadas de Ander Herrera (36M€) e de Blind (20M€). Desde que Scholes deixou de ser Scholes que o Manchester procura o seu substituto. Esta procura já vem desde a compra de Anderson ao FC Porto, mas não foi só o brasileiro a não ter sorte. Gibson, Cleverley, Nick Powell e Fellaini são apenas alguns nomes no meio de imensos centro-campistas que falharam na tentativa de sucessão a Paul Scholes. Aquele que talvez reunia mais qualidades acabou dispensado… Pogba. Será este o ano de Ander Herrera assumir a posição?
Substituir Scholes é muito difícil, mas esta pode ser uma das chaves do futuro do Manchester United Fonte: Daily Mail
As debilidades no centro do terreno não ficam por aqui. Mas no ataque o problema é daquelas boas dores de cabeça que qualquer treinador gostaria de ter – demasiada qualidade. Como é que van Gaal vai encaixar Falcao, Rooney, van Persie, Mata e Di María? Os pontas de lança certos serão van Persie e Falcao (van Gaal é um treinador atacante, apostar em dois pontas não será surpresa), mas isso relega Rooney para a posição 10… encostando Mata a uma ala, onde não tem o mesmo rendimento. Di María fez também uma época brutal a jogar em campos mais interiores no Real da época passada mas será certamente colocado na faixa esquerda.
Os jogadores são muitos, a qualidade também não é pouca e mais ainda são as diferentes opiniões que têm os treinadores de bancada. A verdade é que, jogue como jogar e aconteça o que acontecer daqui para a frente, os primeiros tempos de van Gaal têm sido terríveis e os adeptos não estão satisfeitos. Agora, sabendo que o United segurou Alex Ferguson anos a fio sem ganhar nada e apostando na continuidade e num trabalho a longo prazo, considero que que van Gaal tem tudo para ser feliz em Old Trafford. Só não o será nesta época.
Portugal é campeão europeu de ténis de mesa por equipas!! Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Pedro Monteiro venceram a Alemanha por 3-1 e são os rostos do melhor resultado de sempre do ténis de mesa nacional. Numa competição disputada em casa, no MEO Arena, em Lisboa, a equipa portuguesa teve de ultrapassar um grupo formado pela Hungria (vitória por 3-0), a Alemanha (derrota por 1-3) e a Áustria (derrota também por 1-3), onde a vantagem no número de jogos ganhos permitiu defrontar e afastar a Rússia nos quartos-de-final (3-1) e depois a Suécia nas meias-finais (novo 3-1). De referir que os alemães tinham ganho os seis últimos europeus da categoria, o que mostra bem a dimensão deste feito.
A partida começou com um frente a frente entre Marcos Freitas e Steffen Mengel, no qual o português se exibiu a grande nível (venceu por 3-0, 11-8 em cada set) e não foi surpreendido pelas bolas longas do alemão. Com 1-0 para Portugal, João Pedro Monteiro defrontou Timo Boll mas deixou-se superiorizar pelo jogo do experiente opositor, que o empurrava sistematicamente para longe da mesa. O resultado de 0-3 (7-11, 1-11 e 8-11) espelha bem a superioridade de Boll. De seguida, Tiago Apolónia defrontou Dimitrij Ovtcharov, onde ficaria decidido quem chegaria em vantagem ao jogo decisivo. O português apresentou-se a um ritmo alucinante e venceu os dois primeiros sets (11-7 e 11-2), mas o adversário – que, importa dizê-lo, é o nº 1 do ranking europeu e o nº 5 do ranking mundial (!) – fez valer o seu estatuto e reduziu para 2-1 (11-13). Porém, no quarto set, Tiago Apolónia beneficiou de vários erros de Ovtcharov para, de forma emocionante (11-9), pôr a selecção nacional dependente apenas do resultado que Marcos Freitas, o melhor português nesta tarde, conseguisse frente a Timo Boll, o melhor alemão.
No jogo decisivo, Freitas e Boll protagonizaram um embate de enorme qualidade, a um ritmo frenético, com jogadas intermináveis e incerteza no resultado até ao fim. Boll parecia estar perto de fechar o primeiro set, mas uma incrível recuperação de Freitas mudou o resultado de 8-10 para 12-10. No segundo set o alemão puxou dos galões e venceu de forma confortável (5-11) mas, no terceiro, o mesa-tenista português distanciou-se logo ao início e não se deixou apanhar (11-6). Na altura decisiva, com Boll já um pouco tenso, Freitas conseguiu sacudir a pressão e venceu por 11-9 um quarto set disputado taco a taco. Portugal era campeão europeu pela primeira vez na sua História!
Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Monteiro – os rostos do sucesso Fonte: marcosfreitas.com
É verdade que os “três mosqueteiros” do ténis de mesa nacional tiveram de emigrar para a Alemanha para se poderem dedicar em exclusivo à modalidade e para atingirem o nível de excelência, mas não deixa de ser notável que um país como Portugal, pequeno e sem grande investimento nos desportos que não o futebol, continue a produzir atletas de gabarito mundial. Depois de, nos Jogos Olímpicos de 2012, os atletas portugueses terem falhado por muito pouco as meias-finais, espera-se que possam continuar na senda do sucesso nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, daqui a menos de dois anos. No entanto, nada os obriga a isso: todos eles já conquistaram um lugar na História do desporto nacional e até europeu (para além da conquista de hoje, os três também tinham sido medalha de bronze no Europeu de 2011 em Gdansk, não esquecendo o título que Marcos Freitas alcançou nessa mesma competição na categoria de pares).
Em Portugal há demasiada obsessão pelo futebol e pouca cultura desportiva. Em geral, desprezam-se as modalidades durante grande parte do tempo mas, de quatro em quatro anos (ou seja, nos Jogos Olímpicos e pouco mais), exigem-se medalhas a atletas que muitas vezes nem nos damos ao trabalho de conhecer. Quando não são as pessoas a puxar pelos atletas, só podem ser os atletas a puxar pelas pessoas. E é isso que Freitas, Apolónia e Monteiro têm feito com humildade e mestria.
Lembro-me de, uma altura em que assinava o jornal do Sporting, ler várias vezes sobre um então jovem franzino João Pedro Monteiro e as suas peripécias no ténis de mesa nacional, algures entre 2001 e 2003. Chegou a conquistar inúmeros títulos em vários escalões do clube antes de se transferir para o São Roque e, mais tarde, para a Alemanha. É, por isso, com enorme orgulho que vejo que o seu investimento na modalidade tem dado retorno. Os Jogos Olímpicos de Londres, já com os três atletas a integrarem a mesma equipa, foram outro momento marcante não só para mim, mas para os muitos milhares de portugueses que assistiram aos jogos destes atletas.
É preciso dar também os parabéns a João Geraldo e ao promissor Diogo Chen (restantes convocados), bem como ao seleccionador Pedro Rufino e a Pedro Miguel Moura, presidente da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa co-responsável pela organização do Europeu e antigo atleta de eleição do Sporting. A equipa feminina também tem razões para sorrir, ao alcançar a difícil permanência na primeira divisão europeia. Este resultado, a somar ao título em masculinos, parece reforçar a teoria de que o ténis de mesa em Portugal está a consolidar o seu estatuto internacional. Parabéns às duas selecções!
As últimas três jornadas do campeonato português trouxeram três empates ao FC Porto. E mais do que os 6 pontos perdidos e a desvantagem de quatro pontos para o Benfica, as últimas partidas trouxeram avisos sérios para os comandados de Lopetegui. Em primeiro lugar, é preciso não colocar os três jogos no “mesmo saco”, porque apesar de pontualmente os resultados terem sido iguais, os duelos contra V. Guimarães, Boavista e Sporting provocaram reações diferentes nos portistas.
Contra os vimaranenses, a arbitragem de Paulo Baptista, com um golo mal anulado e dois penalties por assinalar a favor do FC Porto, acabou por ter papel fulcral na primeira perda de pontos. Contra os boavisteiros, a expulsão de Maicon não ajudou, mas a falta de finalização portista foi por demais evidente perante um adversário que raramente incomodou a balizas azul e branca. Na última sexta-feira, o primeiro clássico da época, no Estádio de Alvalade, trouxe uma equipa de duas caras: após uma primeira parte cinzenta, com os primeiros 15 minutos do Sporting a sufocarem os portistas, o segundo tempo trouxe um FC Porto muito mais afoito e consciente de que com o plantel que tem não pode dar tanto tempo de avanço como tem dado nos últimos jogos. De facto, apesar de todos os erros que possam ter prejudicado o FC Porto nos últimos três encontros, a verdade é que, entre estes seis pontos perdidos, a impressão que me fica é a de que há muito mais demérito portista que mérito adversário. Bem vistas as coisas, o empate em Alvalade é o único que se aceita e compreende, pois quer contra Boavista, quer contra Vitória de Guimarães, os portistas tinham a obrigação, mesmo contra as contrariedades do apito, de fazerem mais e melhor e vencerem os jogos.
Por terem sido três jogos distintos, não se pode apontar apenas uma causa para que neste momento a equipa não esteja na liderança do campeonato. Entre a falta de eficácia e as dificuldades em criar desequilíbrios no meio-campo, permita-me que aponte aquilo que, para mim, é uma das causas principais para que o FC Porto já tenha deixado três empates pelo caminho: a falta de rotinas entre os jogadores. Ao longo dos últimos dias, a rotatividade feita por Lopetegui tem estado no centro das atenções de toda a gente. De facto, não é normal que de uma goleada na Champions para um jogo no campeonato se mudem seis jogadores, mas a qualidade evidente do plantel portista faz com que para o técnico espanhol esta seja uma prática por demais evidente. Como já referi no Bola na Rede, é óbvio que a gestão do plantel deve ser feita, porque a época é longa e as quatro competições que figuram no calendário portista são razão suficiente para que toda a gente no plantel tenha a sua oportunidade. Ainda assim, e porque as primeiras jornadas do campeonato assim o demonstraram, a Liga Portuguesa será tudo menos um passeio para o FC Porto.
Brahimi tem sido um dos poucos indiscutíveis no onze de Lopetegui Fonte: pt.newshub.org
Entre a motivação dos adversários, os campos pesados e as contrariedades do apito, está mais do que visto que o FC Porto terá de ser muito melhor do que os adversários se os quiser ultrapassar jornada após jornada. Por isso mesmo, considero fundamental que as rotinas comecem a ser bem mais consolidadas: enquanto no quarteto defensivo já não há grande dúvida quanto aos elementos que o compõem, do meio-campo para a frente tem sido quase impossível fazer uma aposta para o onze inicial, o que se revela um problema, na minha maneira de analisar o jogo. Com o calendário a apertar, entre jogos difíceis no campeonato e partidas decisivas na Champions, parece-me de todo essencial que Danilo saiba quem será o extremo à sua frente e que Alex Sandro comece a fazer uma dupla imparável com o ala do seu lado. No meio-campo, Rúben Neves já parece a mais num tridente em que Casemiro (lesionado), Herrera e Óliver parecem ser as opções mais naturais e que se apresentam como mais acertadas.
Bem sei que Marcano, José Angel, Evandro, Quintero, Quaresma, Adrián ou Aboubakar terão o seu espaço ao longo da época. Mas numa fase tão prematura do campeonato, onde nada se ganha mas tudo se pode perder, Lopetegui terá de perceber que é necessário que as rotinas apareçam, para assim a equipa poder crescer de forma sustentada. Por muito que em 90% dos jogos o FC Porto seja superior aos adversários, isso só por si não chega. Vitória de Guimarães e Boavista mostraram-no e os quatro pontos de atraso no campeonato já limitam ao mínimo a margem de erro. Por isso, acredito que é tempo de reduzir substancialmente as experiências e dar consistência a uma equipa que tem tudo para crescer e sobretudo mostrar que pode ganhar muito esta época.
Antes de mais nada, tenho de começar por fazer uma declaração de interesses: eu adoro Mundiais e todas as outras competições em que se defende uma seleção e não um clube. Não por motivos de patriotismo bacoco, que me passam completamente ao lado, mas sim por gostar da ideia de ver atletas que durante muito tempo competem entre si representando clubes rivais a deixarem, por um curto período de tempo, tudo aquilo que é acessório de lado e a esforçarem-se para honrar uma camisola que representa muito mais que eles próprios. Na minha opinião, é aquilo que está mais perto, nos dias de hoje, do que é (e deveria sempre ser) realmente o desporto.
Sei que há sempre excepções, sei que o grau de desportivismo não é igual em todas as modalidades, sei que com o avançar da “era moderna” cada vez nos afastamos mais desta ideia, sei disso tudo! Deixem-me, no entanto, agarrar com todas as forças esta réstia de pureza desportiva que faz com que pessoas que vivem como inimigas durante quase toda a sua carreira dêem tudo quanto têm uns pelos outros, não para justificar o seu salário, não para conseguirem um contrato melhor, mas simplesmente porque querem vencer em nome do seu país.
Um pelotão com as camisolas nacionais é sempre mais bonito Fonte: velonews.competitor.com
Falando agora concretamente dos Mundiais de Ciclismo de 2014, houve dois países que claramente se destacaram, a Alemanha e a Austrália. Cinco e sete medalhas, respectivamente, exercem um domínio avassalador sobre estes Mundiais, levando doze das trinta e três medalhas que havia para distruibuir. A Alemanha arrecadou três medalhas de ouro e duas de prata, enquanto a Austrália arrecadou duas de ouro, três de prata e duas de bronze. O mais interesante aqui é verificar onde é que as medalhas foram conseguidas: principalmente nas provas de juniores e de sub-23. A Alemanha venceu o contra-relógio e a prova de fundo dos juniores masculinos e a Austrália venceu o contra-relógio feminino de juniores, o contra-relógio masculino de sub-23, fez segundo na prova de fundo masculina de sub-23 e terceiro no contra-relógio masculino e feminino de juniores. Se juntarmos isto às medalhas de Tony Martin, Lisa Brennauer e Simon Gerrans, verificamos que a Alemanha e a Austrália não são só dois países que neste momento têm ciclistas de elite para vencer qualquer prova, mas sim que há toda uma nova geração que vem aí para dominar por completo o ciclismo mundial. É, mais uma vez, o resultado de uma formação pensada e estudada em todos os desportos que alguns teimam em ignorar, preferindo viver à sombra de alguns talentos que pontualmente aparecem, quase por geração espontânea.
Basta olhar para os resultados de Espanha, Itália e Reino Unido para vermos que algo de facto vai mudar. Os países que nos últimos tempos têm vindo a dominar o circuito mundial com Contador, Nibali e Froome tiveram, os três somados, apenas uma medalha nos escalões dos mais novos (Sofia Bertizzolo conquistou, para a Itália, a prata na corrida de fundo de juniores femininos) e isso é um sinal que berra alto demais para ser ignorado. Aliás, não fossem os nada jovens Valverde e Wiggins e nem a Espanha nem o Reino Unido teriam algo de positivo a retirar destes Mundiais.
O pódio da prova de contra-relógio de elites: Martin, Wiggins e Dumoulin Fonte: cyclingfans.com
Não posso, obviamente, continuar sem falar sobre a prestação de Portugal. É verdade que Portugal não trouxe nenhuma medalha para casa (nem se podia esperar isso de um país que não tem sequer uma equipa pro-continental), mas a verdade é que estivemos lá muito perto! Rafael Reis ficou em quarto lugar (que é sempre o pior lugar) no contra-relógio masculino de sub-23, tendo sido empurrado para fora do pódio pelo último ciclista a cortar a meta. Pode ter um sabor um pouco amargo, mas tem de ser encarado como um fantástico resultado que nos enche de esperança e curiosidade sobre o seu futuro. Tenho também de destacar Nelson Oliveira e Tiago Machado, que fizeram, respectivamente, sétimo e décimo primeiro no contra-relógio de elites e Rui Costa, que, apesar de não ter conseguido revalidar o título mundial, esteve na luta praticamente até ao final e isso é tudo o que se lhe pode exigir.
Para terminar, falar só sobre três homens: Wiggins, que conseguiu o seu grande objectivo da época e aquilo que o separava de ter um ano muito bom de um ano miserável; Valverde, que leva mais uma medalha para casa e que teima em mostrar ao mundo que está longe de estar acabado; e, claro, Michal Kwiatkowski (o nome mais difícil que já escrevi na minha vida!), que é o novo campeão do mundo e que, juntamente com Rafal Majka, faz um dupla de jovens polacos que tem tudo para conquistar muita coisa importante na próxima década.
Mais um ano, mais um título para a Juventus? Talvez, mas pelo menos este ano a Roma pode (e deve) dar luta até ao fim.
O plantel da Juventus é o mais equilibrado da Serie A, disso não há dúvidas. Junta juventude e experiência, e a prova disso é que jogadores como Pogba e Pirlo são igualmente importantes nas manobras da vecchia signora e fundamentais para as suas ambições, tanto a nível interno como europeu. Depois de manter Pogba e Vidal por pelo menos mais uns meses, a saída de Conte foi a única perda significativa do campeão neste defeso. Com a chegada de Allegri, que não é nenhum Conte mas também não é nenhum Benítez, esta equipa deve continuar onde ficou: no topo da tabela.
Na época transacta, a Roma começou muito bem e para isso muito contribuiu o facto de estar apenas a competir a nível interno, não tendo de se preocupar com a Europa (uma situação que beneficiou vários clubes europeus – temos também o exemplo do Liverpool ou do Sporting). Mas mesmo com a rotação e a gestão de esforço dos jogadores, os giallorossi não foram capazes de destronar a Juventus. A pouca profundidade do plantel romano veio ao de cima no último terço da temporada e o clube de Turim acabou por se sagrar campeão de novo, de forma relativamente fácil. Este ano a Roma reforçou-se muito e bem. Aliás, foram os “vencedores” do mercado de transferências em Itália, com a contratação de jogadores como Iturbe, Manolas, Astori, Mbiwa, Keita, Emanuelson ou Cole. Uma coisa é certa: opções não faltam a Rudi García, que pode gerir o seu plantel de forma a lutar pelo título até ao fim e a fazer uma gracinha na Liga dos Campeões (chegar aos quartos-de-final da competição já seria agradável).
Pogba, aqui em acção frente ao AC Milan, é uma das figuras da Juventus e da Serie A Fonte: blogdotigraofutebol.blogspot.com
Estes são os dois candidatos mais evidentes e as únicas duas equipas pelas quais meteria “as mãos no fogo” em Itália, mas admito que estou intrigado com o Inter, uma equipa jovem e bastante talentosa que, se conseguir ser consistente, pode fazer estragos na Serie A – tem grandes talentos, como Kovacic e Icardi, que, com a sua tenra idade, assumem já papéis preponderantes no gigante italiano. Mas o problema é mesmo esse, a consistência. Tanto ganham 7-0 ao Sassuolo como empatam a zeros com os Torinos e a um com os Palermos deste mundo. Uma equipa que quer lutar pelo título não pode dar-se ao luxo de escorregar tantas vezes contra adversários de menor dimensão. De qualquer forma, nota-se a evolução da equipa. Mazzarri está a fazer um bom trabalho e, se não for já este ano, para o ano o Inter estará de novo a lutar pelo título, podendo ter de se “contentar” com o último lugar de acesso à Liga dos Campeões na presente temporada.
O Nápoles, que com Mazzarri andou a “cheirar” o topo durante dois ou três anos, deve dar um passo atrás nesta segunda época de Benítez e ficar-se apenas pelos lugares de acesso à Liga Europa. A equipa anda uma confusão – desperdiçam vantagens contra equipas de menor dimensão e parecem não ter um banco suficientemente bom para competir até ao fim. De resto, se não fosse por jogadores como Hamsik e Higuaín arriscava-me mesmo a dizer que o Nápoles acabaria atrás do AC Milan de Inzaghi, que, com as contratações de jogadores como Bonaventura, Torres, Van Ginkel, López, Ménez ou Alex e sem a “distracção” do futebol europeu, vai tentar melhorar o humilhante oitavo lugar da época passada.
Kovacic e Icardi, ambos do Inter, são dois dos jovens mais talentosos e promissores da Serie A Fonte: gazzetta.it
Sendo então o Inter o grande favorito para alcançar o último lugar de acesso à Liga dos Campeões, o Nápoles e o AC Milan podem surpreender, superando as expectativas e chegar lá. Espero que pelo menos lutem por isso, nada mais.
Equipas como Lázio, Fiorentina, Udinese ou Parma podem sempre tentar complicar as coisas, mas este ano a diferença de qualidade entre os maiores clubes e os outros é gritante e seria mesmo uma enorme surpresa se algum destes clubes atingisse o acesso à Liga Europa pelo campeonato. Pela Taça tudo é possível, até o Benítez a pode ganhar de novo.
Do outro lado da tabela, teremos Empoli, Chievo, Cagliari, Cesena, Palermo e Sassuolo (que provavelmente não conseguirá repetir a gracinha da temporada passada) a tentar evitar os três lugares de despromoção para a Serie B.
Termino então com algumas previsões para os prémios de final de temporada, o prémio de melhor jogador deve ser disputado entre Pogba, Vidal e Pjanic; o melhor marcador entre Higuaín, Icardi e Tévez; o melhor jovem entre Kovacic e Icardi; o melhor guarda-redes entre Handanovic, Buffon e Diego López; o melhor treinador entre Allegri e Garcia.
Após a perda de pontos de Sporting e Porto ontem à noite, exigia-se ao Benfica uma resposta forte para dilatar a distância pontual sobre os rivais. E assim aconteceu na Amoreira. Com uma entrada “à campeão” do Campeão Nacional, aos 8 minutos já o talento que José Mourinho Jorge Jesus descobriu tinha bisado. Primeiro, Talisca começou, Talisca continuou e Talisca finalizou uma excelente arrancada desde o meio-campo, ainda que a displicente defensiva do Estoril não esteja isenta de culpas em todo o lance. Como também não está no segundo golo, em que o “presente” de Diogo Amado foi aproveitado pelo oportuníssimo Gaitán – o melhor em campo – para servir D’Artagnan Talisca para o 0-2. Apesar da confortável e madrugadora vantagem, o Benfica continuou a carregar sobre o Estoril, que sentia muitas dificuldades em sair do seu meio-campo. Foram vários os lances criados para o 0-3, ora por Salvio, ora por Gaitán, ora por Lima. Com o velho ditado já conhecido do futebol de “quem não marca sofre”, a menor intensidade que a equipa de Jorge Jesus colocou no jogo a partir dos 25 minutos trouxe o Estoril de volta ao jogo. E o Estoril começou a assustar a defensiva encarnada, que ao longo de todo o jogo demonstrou estar ainda longe de afinada. Sem surpresa, o Estoril fez o 1-2 por Diogo Amado, o mesmo que oferecera o segundo golo ao Benfica.
Talisca já leva cinco golos no campeonato e começa a convencer os adeptos Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
O intervalo acabou por fazer bem ao Benfica e não tão bem ao Estoril, apesar de ter alcançado o empate numa excelente combinação ofensiva finalizada por Kléber, que foi uma constante dor de cabeça para Jardel – péssimo jogo! – e Luisão. O resultado pouco interessava aos encarnados e Jesus resgatou Derley do banco para o lugar de Talisca, com exibição apagada, muito embora decisiva com os dois golos apontados. O Benfica demorava a voltar a pegar o controlo do jogo, situação que a justa expulsão de Cabrera resolveu. Jesus não esperou e retirou Samaris de campo, entregou a batuta de maestro a Gaitán e encostou Ola John à esquerda. Nova fórmula que nem tempo teve para ser testada, visto que o 2-3 chegou no minuto a seguir. Salvio – enorme jogo do argentino – isolou Derley, este contornou Kieszek e ofereceu a felicidade do golo a Lima.
A jogar com 10 e com o Benfica a poder gerir a vantagem no marcador, não mais o Estoril incomodou a defensiva encarnada. Um excelente final de tarde de futebol na Amoreira, com 8.000 nas bancadas, o Porto a 4 e o Sporting a 6. O que ainda é mais valioso se nos lembrarmos de que as equipas de Jorge Jesus, por norma, atingem o seu pico de forma na segunda metade do campeonato. Até lá, urge resolver as debilidades defensivas que temos vindo a apresentar e que podem custar caro num dia menos inspirado.
A Figura
Nico Gaitán – É surreal o lote de recursos do génio argentino. Na melhor fase da carreira, joga, faz jogar e delicia quem gosta de futebol.
O Fora-de-Jogo
Jardel – É na posição de defesa-central que existe a maior diferença de qualidade entre a época passada e esta. Sendo certo que nunca será metade de Garay, Jardel não tem estado bem. Erros atrás de erros na Amoreira fazem-me pensar em… Lisandro.
Já era de esperar que o regresso de El Louco fosse agitar o futebol. Nem dito, nem feito, Marcelo Bielsa voltou ao activo e o banco do Marselha foi o local escolhido. Depois de duas épocas a agitar o campeonato espanhol, ao serviço do Athletic de Bilbao, já se esperava uma mudança de rumo num Marselha que precisava mesmo de um “louco” para fazer esquecer a amargura da última época.
Com um projecto ambicioso no pensamento, Bielsa aceitou comandar as tropas do Marselha mas, logo de início, uma polémica em torno da política de reforços fez abanar o clube e inquietar os adeptos. Isto aconteceu quando em declarações aos meios de comunicação social chegou a informação de que os reforços pretendidos por Marcelo Bielsa para restruturar a equipa (Tello, Medel, Ocampos, Coke, Isla, Montoya, etc), nunca chegaram. Em vez de receber nomes da sua lista, chegaram ao Marselha jovens promessas do futebol mundial como Dória, defesa central brasileiro, ou Michy Batshuayi, promessa belga que chegou a ser associado ao Benfica. Como se ainda não bastasse não ter recebido os reforços pretendidos, o treinador argentino viu-se sem uma das estrelas da equipa, o experiente extremo Valbuena, que rumou ao Dínamo de Moscovo.
Apesar de não ter os reforços que queria, de ter perdido jogadores importantes e de se ver envolvido num projecto que não o originalmente concebido, Bielsa afirmou estar de pedra e cal no Marselha. E assim chegou o início da época, que não poderia ter começado de melhor forma: 16 pontos em 7 jogos permitiram ao Marselha entrar na 8.ª jornada com liderança isolada no campeonato.
Marcelo Bielsa é o grande responsável pelo bom arraque do Marselha na Ligue 1 Fonte: eurosport.fr
Bielsa conseguiu potenciar cada jogador ao ponto de transformar Gignac no matador de serviço. Um ponta-lança que nunca conseguiu afirmar-se como goleador e que o treinador argentino transformou em “abono de família”. O ponta de lança francês de 28 anos parece estar a atravessar o seu melhor momento de forma e já é o melhor marcador da Ligue 1 com oito golos em sete jogos, contando com mais tentos do que muitos outros nomes sonantes e dos quais se esperava mais neste inicio de campeonato, como Cavani ou Ibrahimovic.
No final de contas, Bielsa voltou ao mundo do futebol para mais uma vez dar uma lição aos grandes clubes. No passado com o Athletic, actualmente com o Marselha. O experiente argentino continua a mostrar que não precisa de grandes orçamentos para meter uma equipa sua a ganhar. No meio disto tudo ninguém deve de estar mais feliz do que os adeptos do Marselha, que, com toda a certeza, vêem em Bielsa a possibilidade de o clube voltar ao topo do futebol francês e voltar a disputar a Liga dos Campeões ao mais alto nível.
Ambiente infernal no derby do Rühr entre Schalke e Dortmund, com a vitória a sorrir aos homens da casa. O resultado de 2-1 não espelha o que se passou em campo, pois o conjunto de Klopp merecia, no mínimo, um empate, mas premeia a eficácia dos comandados de Keller e, acima de tudo, comprova que o emblema de Gelsenkirchen – que já tinha roubado pontos ao Bayern – é uma equipa talhada para os grandes jogos (o que se explica pela dificuldade em assumir o jogo contra adversários que jogam com o bloco mais recuado).
Com a vitória do Bayern em Colónia, o Dortmund está cada vez mais atrasado na luta pelo título. Os Schwarzgelben, que continuam sem poder contar com Reus e Mkhitaryan,entraram com uma atitude demasiado passiva e viram o Schalke adiantar-se no marcador na sequência de um canto – Aogo cruzou para o golo de Matip. Os forasteiros tentaram reagir, mas sem grande convicção. Em mais um lance de bola parada, uma jogada de insistência deu o 2-0 ao conjunto da casa: Choupo-Moting aproveitou um mau alívio de Ramos para fazer o golo, já depois de Weidenfeller ter feito uma grande defesa. Logo de seguida, o colombiano redimiu-se e assistiu Aubameyang, que recolocou o Dortmund no jogo. Até ao intervalo, o encontro foi dividido, embora sem grandes lances de perigo junto das balizas.
Na segunda parte, o Dortmund assumiu o controlo do jogo e partiu em busca do empate. Aubameyang, o elemento mais em foco no conjunto de Klopp, esteve muito activo no flanco esquerdo, mas, apesar de terem criado várias boas oportunidades (nenhuma delas flagrante), os scwarzgelben não mostraram pontaria afinada perante um Schalke exclusivamente preocupado em manter a vantagem. O lance mais perigoso da segunda parte acabou mesmo por pertencer à equipa de Jens Keller: já em tempo de compensação, Huntelaar, sempre inteligente nas movimentações, rematou para uma excelente defesa de Weidenfeller.
Sam e Bender – a luta pelo derby do Rühr Fonte: Getty Images / kicker.de
Os 3 pontos ficaram em casa, e este triunfo confirma a recuperação do emblema de Gelsenkirchen, que alcançou a segunda vitória consecutiva. Para o Dortmund, que tem sofrido bastante com o facto de nunca ter o plantel na máxima força, é mais um desaire que dá força à ideia de que será impossível lutar pelo título com o Bayern.
A Figura
Dennis Aogo – Num encontro sem grandes destaques individuais, acabou por ser o lateral-esquerdo do Schalke o jogador mais decisivo em campo. Para além da profundidade que deu ao corredor, sobretudo na primeira parte, foi a sua qualidade de cruzamento que originou os dois golos da equipa da casa.
O Fora-de-Jogo
Ginter e Bender – Uma dupla que não funcionou e que, a menos que não haja alternativa, Klopp não deverá repetir. Os médios do Dortmund não tiveram capacidade de assumir a saída de bola em zonas recuadas (o que obrigou os centrais a jogarem directo com os avançados) e falharam igualmente na ligação com o sector ofensivo.
Igualdade em Anfield Road. As equipas foram-se anulando e continuam a marcar passo nesta edição da Premier League. O segredo estava escondido na braçadeira e foram mesmo os capitães a definir o resultado final. O Liverpool só foi equipa a espaços e continua dependente de rasgos individuais, enquanto o Everton se mostrou retraído e longe do nível da época passada.
Os reds entraram com muita intensidade no jogo e nos primeiros vinte minutos foram donos e senhores da bola. Ainda o relógio nem contava dois minutos e já o Liverpool tinha conquistado um livre perigoso à entrada da área. Lallana fugiu e Barry cometeu uma entrada dura sobre o jogador. Mais à frente, com Barry novamente envolvido, Sterling conseguiu fugir e rematou forte contra a mão do médio inglês. Penalty por assinalar e expulsão por marcar.
O Liverpool dominava e foi carregando sem piedade. Nesse período houve tempo para Tim Howard brilhar, com duas excelentes defesas. O Everton acabou por sofrer a primeira contrariedade com a saída de Mirallas por lesão. A primeira parte não traria mais novidades e as equipas foram a zeros para o balneário.
Na segunda parte, os toffees entram por cima mas sem criar grandes ocasiões de perigo. O momento-chave do jogo acabou por ser a substituição de Markovic por Coutinho. O sérvio continua longe do nível que apresentou no Benfica e mostrou-se trapalhão em várias ocasiões. O brasileiro trouxe mais clarividência e organização aos movimentos ofensivos.
O golo do Liverpol surgiu de uma iniciativa individual de Balotelli: o italiano ganhou uma falta à entrada da área e Gerrard marcou o livre de forma irrepreensível. Grande momento de futebol! Mais um protagonizado pelo eterno capitão. A partir daí só Sterling, que foi tentando arrumar a questão com alguns rasgos individuais, se destacou.
Festejo de Gerrard depois de um livre marcado de forma magnífica Fonte: Daily Mail
Até ao fim só deu Everton. Com a entrada de Eto’o e a colocação de Lukaku mais ao centro (o jogador belga esteve demasiado tempo encostado à direita), os visitante foram-se aproximando da baliza de Mignolet. A bonança acabaria por chegar com um golo de antologia por parte de Jagielka. O capitão arriscou e, com um pontapé indefensável de fora de área, definiu o resultado final.
O derby de Merseyside teve todos os ingredientes que se pedem a um jogo destes. O resultado é penalizador para o Liverpool, que mostrou sempre mais futebol.
A Figura Sterling – é sem dúvida o «jogador mais» desta equipa. Serpenteia entre os defesas e está sempre pronto a servir os colegas. A precisar de melhor acompanhamento.
O Fora-de-Jogo Roberto Martinez – montou mal a equipa para este jogo. A colocação de Lukaku na direita fez com que faltasse sempre um homem na zona de finalização.
Sporting e FC Porto defrontaram-se ontem à noite em Alvalade com a perspectiva de se aproximarem do líder Benfica, que joga hoje no Estoril. Os leões entraram muito melhor e chegaram cedo ao golo, por intermédio de Jonathan Silva, e podiam ter ampliado a vantagem numa primeira parte que controlaram. Mas não foram capazes e, no segundo tempo, as mexidas de Lopetegui contribuíram para o FC Porto equilibrar as contas. O auto-golo de Naby Sarr consumou a reacção portista e incomodou um Sporting que foi perdendo gás. Os dragões tiveram uma fase de maior fulgor, mas ambas as equipas podiam ter marcado o segundo golo. No final, deu empate. O Sporting é agora 5º e o FC Porto 2º, ambos à condição. João Sousa, pelo Sporting, e Filipe Coelho, pelo FC Porto, dão-nos a sua perspectiva do encontro.
Sem centrais não haverá muitas vitórias…
Foi uma primeira parte de total domínio do Sporting, literalmente desde o primeiro minuto: ainda havia gente a entrar em Alvalade e já os adeptos leoninos celebravam o golo, por intermédio de um Jonathan Silva que promete ser uma dor de cabeça para o concorrente Jéfferson. Cabeceamento forte e colocado a concluir com êxito uma jogada que começou numa recuperação de bola de Nani a meio-campo (à luz das regras, devia ter havido penálti e expulsão de Danilo por mão na bola, o que deixaria o Porto a jogar com 10 durante 88 minutos).
A desorientação na retaguarda portista foi, aliás, também mérito do Sporting, que entrou mandão e a um ritmo elevado, mantendo-se assim durante os primeiros 20 minutos. Os extremos estavam endiabrados (Nani, com um requinte superior, começou a jogada do golo e foi nesta altura um perigo constante, mas Carrillo também trocou as voltas aos defesas adversários), os laterais apareciam várias vezes a ajudar, a equipa pressionava alto e não deixava o Porto sair a jogar.
No miolo, William parecia estar melhor do que em jogos anteriores mas ainda falhou alguns passes e Adrien não se exibia a um nível exuberante embora cumprisse. Mas era em João Mário que se notava a principal melhoria. Que diferença vê-lo a ele no lugar de André Martins! Tanto a sua qualidade de passe como a rapidez de decisão são superiores às do colega a quem parece ter roubado em definitivo a titularidade. Na frente, Slimani batalhava e criava perigo relativo. Ficou um amarelo por mostrar a Martins Indi num lance em que o argelino teve alguma sorte em não ver outra cor – da mesma forma que Quaresma podia ter sido expulso após pontapear Nani.
O Porto tentou equilibrar nos últimos minutos, mas o Sporting podia ter ido para o intervalo a vencer por 2 ou por 3: João Mário rematou fortíssimo para boa defesa de Fabiano e falhou, minutos depois, um cabeceamento à boca da baliza – isto para além de um tiro de Nani que por azar saiu à figura. O Porto revelava-se apático e quase não apareceu, fruto também de 45 minutos muito dinâmicos do Sporting.
Mas os erros e a inexperiência pagam-se caro. Ao não conseguirem ir para intervalo com mais do que a vantagem mínima, os leões sabiam que o Porto ainda estava completamente dentro do jogo. E os portistas dificilmente desperdiçam tantas ocasiões como aquelas que o Sporting havia esbanjado até então. É aqui que entra o principal motivo pelo qual a equipa de Alvalade não levou os 3 pontos: os centrais voltaram a apresentar-se a um nível inaceitável para um candidato ao título.
Jonathan Silva não se intimidou e, na estreia em Alvalade, apontou o seu primeiro golo pela equipa principal do Sporting. Aposta ganha pelo treinador. Fonte: zerozero.pt
Maurício esteve sofrível sobretudo ao dar muito espaço nas costas e permitir a entrada de bolas longas, mas Sarr fez isso e muito mais: abordou mal uns lances, posicionou-se mal noutros e deixou passar bolas pelo ar, não fazendo jus àquele que seria o seu ponto mais forte. A sua qualidade de passe e as suas tentativas de sair a jogar foram quase sempre risíveis. E nem precisava de ter marcado o auto-golo para ter sido o pior em campo.
Não gosto de apontar o dedo a jogadores nem de particularizar as questões, até porque se trata aqui de um jovem acabado de chegar a Portugal, mas não seria melhor deixar Naby Sarr evoluir durante uns tempos na equipa B até ele se adaptar ao nosso futebol? Para passar de atleta do Lyon B para titular de um grande clube europeu tem de se ser um jogador acima da média. E, até agora, o registo de Sarr não podia andar mais longe desse estatuto.
Depois do auto-golo, o jogo entrou num ritmo mortiço. O Porto conseguiu cedo aquilo que queria, não só devido ao erro de Sarr mas também por causa de um William pouco incisivo tanto no passe como na manobra defensiva e de um Adrien que pareceu não regressar dos balneários. Em suma, o mesmo meio-campo que tinha enchido o terreno na primeira parte estava agora a ver jogar. Isto a juntar a um Nani que também caiu muito e a um Carrillo cheio de garra mas que rebentou cedo, substituído por um Capel que ficou a centímetros de um golo do outro mundo (míssil sem preparação que embateu na barra).
Aos 73 minutos houve uma carga de Alex Sandro sobre Slimani passível de grande penalidade na área do Porto, mas Olegário Benquerença entendeu não marcar. O Sporting só pareceu perder os medos nos últimos 10 minutos, embora o ataque verde-e-branco tenha esmorecido com a saída do argelino. Apesar de o Porto ter tido uma grande oportunidade no início da segunda parte e duas no fim, o Sporting merecia algo mais da partida. Não o conseguiu devido à ineficácia, à inexperiência, à infelicidade e a dois centrais que têm tirado mais pontos à equipa do que aqueles que têm dado. E nada indica que as coisas melhorem caso Marco Silva continue a insistir nesta dupla…
Rui Patrício esteve em destaque pelo Sporting, mas mais uma vez Maurício e Sarr não lhe deram a cobertura adequada… Fonte: zerozero.pt
Cédric (6) – Foi subindo de nível. Viu cedo o amarelo e deixou Tello escapar no primeiro lance da segunda parte mas, fora isso, não esteve mal. E é preciso lembrar que “levou” com o endiabrado Brahimi. No primeiro tempo apareceu algumas vezes a apoiar o ataque. Foi o melhor do quarteto defensivo
Maurício (5) – Exibição insuficiente. Apesar de ter feito alguns cortes importantes, deu muito espaço a Jackson e mostrou intranquilidade. É verdade que jogar com Rojo ao lado dava outra segurança mas, na ausência do argentino, Maurício tem de ser uma firme voz de comando. E isso continua a não acontecer
Jonathan Silva (6) – Não só não acusou a pressão, como apareceu bem a fazer o golo. No melhor período do Sporting ajudou bem os extremos, embora na segunda parte tenha tido algumas dificuldades a defender
William Carvalho (5) – Onde anda o William da época passada? A classe está lá, mas isso não chega para ganhar jogos. Muitas vezes recupera bem a bola mas depois entrega-a mal. Hoje, uma perda de bola sua na segunda parte podia ter valido novo golo ao adversário. Dado o desnorte dos centrais, seria de esperar que William ajudasse mais a fechar e fosse mais rápido a recuperar. Tem de melhorar rápido.
Adrien Silva (4) – Não aguenta mais de 45/50 minutos – muito pouco para um jogo de hora e meia. Raramente fez a diferença, tanto a atacar como a defender. Bem substituído pelo treinador, numa alteração que pecou por tardia.
João Mário (7) – O melhor do meio-campo. Capacidade de decisão, critério no passe e maturidade a abordar o jogo. Não teve uma exibição de encher o olho mas também não se intimidou. Continua a consolidar a sua presença no onze; a diferença em relação a André Martins é abissal. Ainda assim, falhou um golo que não podia falhar.
Carrillo (7) – Muito bom enquanto durou. Foi rápido e imprevisível e até ajudou na defesa. O problema de Carrillo não é a qualidade, mas sim a consistência. Neste início de época tem aparecido a um bom nível de forma regular. O próximo passo é aguentar os 90 minutos.
Nani (6) – Na primeira parte fez a diferença, na segunda escondeu-se e não foi a chave de que o Sporting precisava. Mas o que é preocupante é a equipa também não reagir quando Nani desaparece…
Slimani (6) – Percebe-se a aposta nele contra uma defesa e um meio-campo muito físicos. O argelino bateu-se bem, embora não tenha tido um lance de golo. Nem por sombras tem a qualidade de Jackson ou o virtuosismo de Montero, mas lutou bastante e era isso que se lhe pedia. Saiu e o ataque do Sporting morreu.
Capel(5) – Inconsequente, num jogo que podia ter sido de glória pessoal caso o grande remate que enviou à barra tivesse ido apenas uns centímetros mais abaixo. Tentou agitar o jogo mas esteve sempre muito sozinho.
Montero (-) – A sua entrada fazia sentido, mas talvez para jogar ao lado de Slimani. Foi presa fácil e também não teve minutos suficientes para fazer o que quer que fosse.
Carlos Mané (-) – Fez Nani derivar para o meio, mas talvez tivesse rendido mais caso tivesse sido ele a ocupar essa posição. Seja como for, esteve pouco tempo em campo.
A Figura
Rui Patrício (8) – Enorme jogo do capitão! Pode parecer injusto escolher o guarda-redes como figura de um jogo em que o Sporting até foi melhor, mas a verdade é que Patrício salvou a equipa quando esta mais precisou dele. A defesa que fez quando Jackson lhe apareceu isolado vale um golo, e o mesmo se pode dizer do remate em jeito de Herrera. Não merecia ter à frente dois centrais tão aflitivos, porque quase todos os lances de perigo do Porto nasceram de erros da defesa ou do meio-campo leoninos. Carrillo foi outro dos destaques e merece menção honrosa.
O Fora-de-Jogo
Naby Sarr (3) – Já são demasiados pontos perdidos à custa dos centrais. Ou um jogador é craque e justifica a entrada no onze do dia para a noite, ou tem de evoluir na equipa B antes de se assumir como titular. Ainda para mais um jovem contratado para um eixo defensivo que, no ano passado, era o ponto forte da equipa. O auto-golo é um lance de azar, mas nem era preciso isso para Sarr ser de novo o destaque pela negativa. Percebo que Marco Silva não queira queimar um jovem recém-chegado. No entanto, neste momento, a maior hipótese de isso acontecer é continuar a incluí-lo no onze.
João Vasconcelos e Sousa
Uma equipa, duas caras
Preparar um jogo durante toda uma semana, elaborar uma estratégia e fazer com que os jogadores a assimilem é função de Lopetegui. Porém, em Alvalade, toda esta ruiu que nem um castelo de cartas, que nem um passe mal medido de Rúben Neves, que nem uma mancha com mau timing por parte de Fabiano, que nem um golo do improvável Jonathan Silva. Sim, foi logo ao 2º minuto de jogo. Feliz e oportuno, o Sporting apropriou-se da vantagem no marcador para tomar conta da partida, liderar o meio-campo e aplicar os grandes argumentos que tem ao nível do 1×1 nos corredores laterais.
O FC Porto, por sua vez, já sem plano e também sem estratégia, não tinha ideia de como sair da encruzilhada. Foi uma primeira parte penosa do Dragão – amorfo e apático, vazio e imóvel. O meio-campo formado por Casemiro, Rúben Neves e Herrera passou 45’ a ver jogar: sem se conseguir impor, com unidades estáticas e sem ideias, apenas procurando lateralizar jogo e corporizando a ideia já visível de que Lopetegui dá primazia à exploração dos corredores laterais, ao invés da penetração pelo centro do terreno. Neste ponto, aliás, Alvalade foi a prova provada de que Casemiro e Rúben são gémeos na sua forma de jogar: ambos têm excelente capacidade de passe, é certo (embora pouco aproveitada ao nível do passe vertical), mas raramente se conseguem soltar para uma 2ª linha de meio-campo, dando outra profundidade e, sobretudo, criatividade em termos ofensivos.
Mas houve e há outros problemas. Querer carrilar o jogo preferencialmente pelas alas não é, per si, um problema. A questão é que, em Alvalade, Quaresma voltou à titularidade e às exibições sombrias, não logrando nunca desequilibrar e, pior do que isso, perdendo bolas de forma infantil. E há mais: sobretudo na primeira parte, Danilo e Alex Sandro pouco se mostraram em termos ofensivos, ficando, surpreendentemente, no primeiro momento de construção ofensiva, na linha dos defesas centrais, diminuindo ainda mais as hipóteses de um jogo fluido por parte do FC Porto. Por tudo e por isso, o Dragão que esteve na primeira parte em Alvalade foi uma equipa que raramente se soltou (houve sempre Brahimi ou Jackson nos períodos menos maus nesta fase), que pretendia uma construção pausada mas, incoerentemente, sem conseguir oferecer soluções de passe ao portador da bola. Uma equipa sem plano e com pouco mais do que dois remates relativamente perigosos – Rúben Neves e Jackson.
Herrera voltou a ser protagonista do melhor e do pior. Fonte: www.maisfutebol.iol.pt
Ao intervalo, Lopetegui fez o óbvio e a equipa melhorou substancialmente. Retirar Rúben Neves e Quaresma para lançar Óliver e Tello fez o FC Porto comparecer ao jogo. Se os primeiros 45’ haviam sido dominados quase integralmente pelo Sporting, o Dragão da segunda parte (do inicio, sobretudo) tomou conta da partida: Óliver e Herrera, cada um no seu estilo, agarraram o meio-campo e viraram o jogo para o lado do FC Porto; Danilo e Alex Sandro tornaram-se mais interventivos ofensivamente; Tello veio dar velocidade e explosão numa das alas; e tudo isto fez com que a equipa se aproximasse de Jackson. Ao mexer nas peças, o treinador espanhol deu um sinal claro do que pretendia e a equipa soube corresponder, imprimindo outra dinâmica no jogo – a equipa passou a virar o centro de jogo de forma mais rápida e assertiva, sempre com a preocupação da largura, mas tendo, agora mais, a potencialidade de penetrar pelo centro e, por isso, dispondo de outras soluções para explorar os pontos fracos da organização defensiva leonina.
Os primeiros 10 minutos da segunda parte foram decisivos para perceber, finalmente, que o FC Porto queria vencer o jogo. Tello, mesmo não tendo sempre o melhor poder de decisão, deu “água pela barba” aos laterais, e foi numa das suas incursões pela direita (após um bonito início de jogada) que endossou a Danilo para este cruzar para o auto-golo de Sarr (56’). De seguida o infortúnio bateu à porta: na disputa de um lance, Casemiro lesionou-se e teve de ceder o lugar a um adaptado Diego Reyes; mais do que isso, esta paragem no jogo serviu para o Sporting se tentar reencontrar e atenuou las ganas da equipa portista. De todo em todo, à excepção de um enormíssimo remate de Capel à barra, foi sempre o FC Porto a dispor das melhores oportunidades de golo: Jackson isolado para defesa de Patricio; jogada de classe de Herrera para enorme defesa do #1 do Sporting; e, finalmente, no canto do cisne, jogada iminente de golo, com Tello a optar pela conclusão individual e a rematar ao lado do poste.
Clássico é clássico e a arbitragem é assunto ao qual não se pode fugir. Slimani colocou as mãos e empurrou Martins Indi mas o juiz preferiu a resolução mais salomónica – apesar da ‘loucura’ do argelino, a decisão aceita-se. Mais complicado será, porém, justificar o lance em que, dentro da área, Maurício corta com a mão um remate de Jackson que se encaminha para a baliza, aos 89’ …
Tudo somado, não tendo sido um grande jogo, foi uma partida com belos momentos de futebol. Com outra clarividência e poder de decisão (no último lance, Tello tem Brahimi no centro completamente isolado e na “cara” do golo), o FC Porto poderia ter vencido a partida. Ainda assim, em função da bela primeira parte do Sporting, o resultado ajusta-se perfeitamente.
Oliver revolucionou o futebol portista Fonte: zerozero.pt
Fabiano (6) – Acaba por ter culpas no lance do golo, na medida em que se sai à bola a destempo. Depois disso, esteve sempre seguro, tranquilo e no caminho do esférico, nunca tremendo (nem mesmo quando teve de jogar com os pés).
Danilo (6) – Jogo em crescendo. Entrou mal, teve dificuldades no 1×1 defensivo (Nani e Carrillo foram diabólicos na primeira parte) mas com o decorrer do jogo foi-se mostrando e incorporando com qualidade no processo ofensivo – esteve na origem do golo portista.
Martins Indi (6) – Um esquerdino a jogar do lado direito do eixo defensivo deve ser praticamente inédito. Não obstante, o holandês demonstrou uma grande personalidade, sendo incisivo sobre Slimani e ganhando muitos lances aéreos ao argelino.
Marcano (8) – Grande exibição do espanhol! Sempre bem posicionado e atento, soube dobrar os companheiros e foi enérgico nas bolas divididas, ganhando-as quase sempre. Além disso, é um central com visão de jogo e qualidade passe, provando as boas indicações que tinha deixado no encontro diante do Boavista.
Alex Sandro (4) – Exibição apagada e complicativa do lateral esquerdo brasileiro. Precipitações, passes incompreensíveis, posicionamento deficitário foram alguns dos erros do #26 portista que, ainda assim, melhorou na 2ª parte.
Casemiro (5) – Performance regular do brasileiro. Na 1ª parte teve de ser bombeiro muitas vezes, acorrendo a diversas incidências – não esteve mal nesse papel mas com bola pouco ou nada acrescentou ao jogo portista. Saiu lesionado aos 60’.
Rúben Neves (4) – Fazer copy-paste da avaliação a Casemiro seria fácil demais … O que é certo é que a sua exibição foi semelhante à do brasileiro, pouco acrescentando ao FC Porto em termos ofensivos. Foi dele o passe errado que deu origem ao golo leonino, num lance em que foi evidente a preocupação de lateralizar o jogo. Por vezes, uma preocupação excessiva. Saiu ao intervalo.
Herrera (7) – Exibição com altos e baixos (mais uma!). Não começou bem mas foi-se soltando com o decorrer do jogo e na segunda parte, em algumas fases, foi o motor da equipa. Tem qualidade técnica, dá profundidade e sabe romper. Porém, continua a ter dificuldades em alguns momentos do jogo, designadamente ao nível do passe e da colocação do corpo. Não fosse Patrício e teria assinado um golo monstruoso.
Brahimi (7) – Na primeira parte só ele e Jackson deram um ar de sua graça. Partindo do flanco esquerdo, tentou levar a equipa para a frente, no seu jeito irrequieto, trazendo muitas dificuldades a Cédric. Porém, esteve sempre desacompanhado. Deu a sensação de que se desgastou demasiado nessa fase, pagando o esforço na segunda parte. De todo em todo, a magia esteve sempre lá.
Jackson (7) – Que qualidade! A forma como, mais uma vez, demonstrou saber segurar a bola e fazer jogar a equipa é deliciosa. Essa capacidade foi ainda mais importante no primeiro tempo quando o Dragão estava demasiado atónito – nessa fase Jackson tentou mas foi inconsequente. Esteve mais em jogo nos segundos 45’ mas sobra a (enorme) frustração de ter falhado um golo cantado.
Tello (7) – Rendeu Quaresma ao intervalo e trouxe muito daquilo que faltava ao FC Porto no último terço do campo – explosão, velocidade e verticalidade. Causou muitos calafrios à defesa sportinguista mas precisa de ser mais inteligente em alguns momentos – foi-o no lance do golo, já não o foi na última jogada da partida onde poderia ter oferecido o golo a Brahimi.
Reyes (6) – Substituiu Casemiro ao minuto 60. Se se pensou que o meio-campo azul e branco estremeceria, puro engano! Habitando a posição do #6 portista, o mexicano entrou muito bem na partida, ocupando muitíssimo bem os espaços e sendo ainda uma bela surpresa ao nível da circulação de bola, demonstrando capacidade de bascular o jogo de forma lesta.
A Figura
Óliver (8) – Entrado ao intervalo, revolucionou o jogo da equipa! Assumiu as rédeas do Dragão, surgindo pelo centro do terreno, atrás e à frente, à frente e atrás, oferecendo soluções de passe e mobilidade. Com ele a equipa tornou-se mais dinâmica e rápida, fruto da sua inteligência e capacidade de passe. Para além disso, sabe quando e como pressionar o adversário. Se tivesse jogado desde o inicio …
O Fora-de-Jogo
Quaresma (3) – Exibição risível. Regressar a Alvalade no dia do seu aniversário e depois da estrondosa exibição que lá rubricou a época passada era o quadro ideal – porém, em português corrente, o “Cigano” borrou toda esta pintura. Um remate muito longe do alvo e um cruzamento bem medido para Jackson foi o máximo que conseguiu, depois de um rol de bolas perdidas e de más decisões (e de uma entrada despropositada sobre Nani). Saiu ao intervalo.