Confesso que até há uns dias atrás não tinha ainda tema para este texto semanal. No entanto, foi ao ver um resumo do ATP World Tour que me surgiu este pensamento de hoje. No vídeo em baixo podemos ver aquele que é o melhor ponto do ano para a associação que rege o circuito mundial de ténis.
Gael Monfils – Melhor ponto do ano
Gael Monfils é um tenista francês, nº31 do ranking mundial, mas é daqueles que nos prende a um jogo de ténis do princípio ao fim. Nem eu, adepto confesso de ténis, consigo ver sempre um jogo completo de ténis; no entanto, são estes predestinados que nos fazem ficar agarrados a uma TV do princípio ao fim.
Gael Monfils, David Nalbandian, Marcos Baghdatis, e outros, são aqueles que fazem o comum dos mortais olhar para um jogo de ténis com atenção. Os resultados, os grandes vencedores, fazem-se do trabalho, do físico, da táctica; mas os grandes pontos, os grandes momentos, fazem-se do talento, puro e duro, fazem-se da maluquice que empregam nas suas pancadas, e que quando resultam fazem milhares de pessoas levantarem-se das suas cadeiras e aplaudir como se não houvesse amanhã.
Nalbandian é talvez o expoente máximo deste tipo de tenistas. Um jogador que nos seus dias era capaz de bater os melhores, mas cujo sucesso nunca foi muito elevado devido à falta de capacidade de trabalho. No entanto, o tenista argentino nasceu com aquilo. Nasceu com a capacidade de fazer esquerdas impossíveis, de inventar pancadas no momento, de encontrar soluções onde toda a gente só via problemas. Era por isso que David Nalbandian era um dos favoritos para disputar a Taça Davis, de cuja “mística” já aqui falei num outro artigo: porque era aquele que pegava não só do jogo por jogar frente ao seu público, mas que “pegava” também nas bancadas, proporcionando duelos verdadeiramente épicos.
Existem assim diferenças entre ter um nº4 David Ferrer, um jogador que é fruto do trabalho e da raça, ou ter um nº4 David Nalbandian, magia pura, cujo talento supera todo o trabalho. Actualmente são poucos os tenistas que existem com estas características, e infelizmente os que existem são criticados por alguns por serem “calões”. Pois bem, eu digo: deixem-nos andar. Estão entre os melhores do mundo – casos de Jurgen Melzer, por exemplo -, mas não querem ter grande trabalho fora do court. Ok, tudo certo, desde que nos continuem a brindar com as suas pancadas impossíveis.
Portugal também teve o seu “quê” de talento. Nuno Marques é o nosso grande embaixador do talento português. Tido no circuito como um dos tenistas mundiais com mais potencial, Nuno Marques acabou por ser um dos melhores da sua geração, mas nunca atingiu lugares de topo mundial, apesar de muitos técnicos e outros jogadores lhe apontarem essa capacidade.
Transformado agora em treinador, Nuno Marques é talvez o que sabe melhor o que é isso do talento e o que tem de fazer para o aproveitar. Esperemos que o saiba aplicar nas suas mais recentes funções. Quanto aos restantes, obrigado pela vossa magia.
Ontem à noite estava a ver os British Comedy Awards 2013… Hilariante! Só faltou mesmo convidar um marialva tuga, já que o nosso povo tem tradição de ter jeito para a comicidade. Um dos meus favoritos ultimamente é um jovem muito talentoso. Falo do jornalista José Carlos Sousa d’A Bola (esse monumento do jornalismo desportivo nacional) que nos presenteou recentemente com a sua análise do último jogo e da situação actual do Sporting:
“É portanto enganador este resultado. Não está em causa a vitória do Sporting, ainda que tenha sido sempre contrariada, acaba por a diferença no marcador não reflectir o que verdadeiramente se passou nas quatro linhas de jogo. (…) O Sporting, em boa vontade, compensa a sua falta de estofo com a sorte que muitas vezes faz um campeão. (…) Mas quem arrisca assim tanto durante 90 minutos a fio também merece ser bafejado pela fortuna! Mesmo que seja a dobrar, a triplicar…
(…) Nem por isso o triunfo dos leões lhes caiu do céu aos trambolhões. Foi uma questão apenas de pormenor, com dois lances no risco do fora de jogo a beneficiar a interpretação correcta da equipa de arbitragem, um erro clamoroso de Gabriel no golo de abertura e uma expulsão inconcebível de Peks a meia hora do final da partida. (…)”
Na minha opinião, merecia mais a estatueta do International Achievement Award que o Will Ferrel. É bom ver estamos a começar causar comichão.
Mudando de assunto, excelentes notícias! Soube-se esta semana que a auditoria de gestão, prometida pela actual Direcção aos últimos 18 anos de chefia do Sporting, vai arrancar no próximo mês. A auditoria será dividida em cinco fases (detalhadas cronologicamente) e prevê-se que esteja terminada um ano e meio após o seu começo. Os resultados desta auditoria serão revelados no final de cada fase analisada.
Algo me diz que isto vai levantar muita poeira e há uma grande probabilidade de vermos cabeças rolar, já que estão previstas medidas disciplinares e jurídicas em caso de ser provada gestão danosa por parte de antigas direcções. “Let the games begin!”
E já agora, falando de momentos passados, uma “walk down memory lane”: faz amanhã 27 aninhos que se celebrou o famoso derby no Estádio José Alvalade. O Sporting, com Vítor Damas, Gabriel, Virgílio, Venâncio e Fernando Mendes; Oceano, Litos, Zinho e Mário Jorge; Manuel Fernandes e Ralph Meade.
Conta a história que o Sporting vivia um ano atribulado e que ao intervalo, com um modesto 1 a 0, ninguém sequer imaginaria o que se iria passar na relva histórica do velhinho Alvalade.
A meio do festival de golos, a desorientação entre os jogadores benfiquistas foi apenas superada pela dos seus adeptos, que não encontraram melhor maneira de reagir ao que se passava em campo do que fazer uma fogueira na Superior Norte, alimentada com bandeiras, cachecóis e cartões de sócio do seu próprio clube. Essa “birra” também ficaria na história, cimentando, para todos os Sportinguistas, a diferença entre nós, fiéis nas boas e nas más horas, e os nossos rivais, que queimaram os símbolos do clube no único momento de adversidade ocorrido durante uma época vitoriosa.
No fim do jogo a festa não conheceu limites. Manuel Fernandes, o herói da tarde com quatro golos apontados, foi quem melhor soube resumir o significado do que se passara: “nós vamos morrer todos e este resultado vai ficar para sempre”. Assim aconteceu o famoso jogo dos 7 a 1. Um jogo para não mais esquecer.
Para ver o vídeo: http://youtu.be/pmGrSK9d8Q8
Amanhã, outro derby. Sporting – Belém em Alvalade às 20:15. E porque não um resultado semelhante para oferecer como presente aos heróis de ’86?
Felizmente tenho muitos amigos, mas grande parte deles, aproveitando-se da minha habitual ingenuidade, tentaram brincar com os meus sentimentos, há poucos minutos. E claro, para me tentarem atingir, em que é que eles pegaram? Claro, no Sport Lisboa e Benfica.
Mas começando pelo princípio, como dizia o outro: tudo começou após a minha chegada a Portugal, há instantes, depois de uma viagem de trabalho. Durante essa viagem não tive qualquer acesso a meios de comunicação, não podendo assim falar com ninguém por telefone ou pela Internet. Sendo assim, nem sequer pude acompanhar o Benfica vs Arouca e o Benfica vs PSG. Regressado ao nosso país, claro que perguntei logo aos meus queridos companheiros de convívio quais tinham sido os resultados do maior de Portugal.
E vejam bem a imaginação desta gente! Não é que me disseram que o Benfica tinha cedido um empate a duas bolas, frente ao Arouca? Realmente, isto há gente para tudo! Claro que eu não acreditei! E mais, ainda tiveram o desplante de me dizer que o Arouca esteve a vencer por duas vezes, que o Bruno Cortez foi titular, que o Gaitán jogou como defesa-esquerdo durante toda a segunda parte, que o Markovic fez uma exibição miserável, que o Artur foi mal batido no primeiro golo, que o Benfica voltou a sofrer um golo num lance de bola parada, que o Lima falhou golos feitos, que o Luisão desperdiçou uma oportunidade incrível, à beira do fim! Depois de ouvir tanto disparate, apenas tive vontade de rir! Claro que isso não aconteceu! Estes meus amigos, sendo conhecedores da forma como eu sofro pelo Benfica, tentaram ao máximo irritar-me! Porém, não conseguiram! Tenho a certeza de que o meu lindo clube não desperdiçou tal hipótese, em casa, frente a uma piores equipas do campeonato, de saltar para a liderança da prova. Estou completamente convicto de que, quando chegar ao conforto do meu lar, logo irei ver o Benfica como comandante da tabela classificativa.
Lima e Markovic festejam o primeiro golo do Benfica, diante do PSG Fonte: kluz.tv
Contudo, não contentes, os meus amigos voltaram à carga! Quando eu lhes perguntei pela classificação final do Benfica, no seu grupo, na Liga dos Campeões, não é que aqueles malvados me disseram que os comandados de JJ iam parar à Liga Europa? Claro que me passei completamente! Em vez de eles me estarem ali a abraçar e de se mostrarem eufóricos pelo meu regresso, estavam para ali a enfurecer-me. O Benfica passou aos oitavos-de-final da Champions! Que me caia um raio em cima se isso não aconteceu! Depois de mais uma mentira, contaram-me que o Benfica venceu por 2-1 um PSG que se apresentou com um ataque poderoso. O problema é que, posteriormente a esta bonita notícia, comunicaram-me que o Benfica não passou à próxima fase da liga milionária porque o Olympiakos venceu o Anderlecht por 3-1, com bis de Saviola (sim, aquele jogador apaixonante que encantou o universo benfiquista em 2009/2010), num jogo em que os gregos tiveram três grandes penalidades a seu favor! Claro que isso não sucedeu! Eu tinha muita fé no conjunto belga, e por isso mesmo meto as mãos no fogo em como eles não me desiludiram.
E, para piorar este monstruoso rol de mentiras, os meus lindos amigalhaços ainda me disseram que os NN fizeram uma espécie de protesto no jogo de ontem, que apenas estavam 30 mil espectadores nas bancadas, que o guarda-redes Roberto, do Olympiakos, estava possuído nos balneários a festejar com champanhe a passagem da equipa helénica, sendo que ainda me divulgaram mais uma série de malfeitorias!
Posto isto, e estando eu com uma tremenda vontade de voltar a casa, despedi-me deles de uma forma azeda, porque sei que eles apenas me fizeram aquilo para me chatear. Sendo assim, lá vou eu deliciar-me com o primeiro lugar do Benfica na Liga Zon Sagres, e lá vou eu estar a tentar adivinhar qual será o adversário deste clube que move milhões de adeptos nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.
Quanto aos meus amigos, amanhã já devo estar numa boa com eles. Até porque eles não me contaram a verdade, pois não?
A verdade “deste” Futebol Clube do Porto é apenas uma: não é, de momento, uma equipa de Champions. O treinador ainda não ganhou uma noção clara de que, mais do que no campeonato, na Europa o Porto não pode jogar como o Paços. E a grande diferença é que no Paços não há nada a perder.
Ganhámos dois a zero ao Braga. Com justiça, mas não sei se Jackson Martinez não faz falta sobre Nuno André Coelho. Aquelas mãozinhas não deviam estar nos ombros do defesa. Mas seguindo em frente, vejamos o que Paulo Fonseca fez. Colocou o Defour a trinco, que não lê tão bem o jogo a nível defensivo nem rouba tantas bolas como Fernando, mas isso já se sabia, e pôs o Herrera a jogar com Lucho, apesar de não ter a mesma liberdade para se movimentar. Isto funcionou, principalmente na segunda parte. Carlos Eduardo entrou bem para o lugar do lesionado Lucho, mostrou que mesmo sem rotina sabe onde receber e onde entregar a bola, e Herrera soltou-se para fazer algo que todos sabemos ser seu: receção, visão, passes e, sobretudo, calma. Entrou Licá para o lugar de Josué sem acrescentar muito.
E aqui há uma pequena nota pessoal da minha parte. Já havia aqui dito que Licá era a melhor contratação deste último mercado. Agora sei que tenho de mandar reparar a minha televisão. Licá é jogador para o campeonato português, mas também fica bem na Taça da Liga! E Josué – o cabeça quente e reclamão do Josué – também não me convence. Tem o amor à camisola, mas não tem a qualidade, pelo menos para já. E qualidade é algo que ultimamente tem-se mostrado um conceito mutável nesta equipa. O que nos leva a fazer uma pequena viagem a Madrid…
Precisávamos de ganhar. Ponto final! E acredito que, algures no planeta, o Porto ganhou aquele jogo numa Playstation de um adepto qualquer, mas o que aconteceu em Madrid é a conclusão de um capítulo europeu cujo resultado nenhuma consola ou computador pode simular: qualidade. Este Porto não tem qualidade de Champions. Nem na sorte! Perdemos 2-0 num jogo que poderia facilmente ter ficado 2-0, 2-1 ou até mesmo 3-1 a nosso favor, caso a sorte tivesse sido outra. E não o digo à toa, pois é a primeira vez desde que vejo o Porto jogar que acredito que nos podemos queixar dessa senhora que ultimamente parece gostar apenas da seleção francesa. Mas fora a sorte, não houve qualidade. E, tal como em Coimbra, a posse de bola foi nossa, o perigo foi quase todo no mesmo sentido, mas mesmo assim perdemos. E isto sem contar com o presente de Paulo Fonseca na mexida na formação. Outra vez!
Uma noite de azar ditou a saída do Porto da Liga dos Campeões Fonte:http://www.tvi.iol.pt/
Começou com três jogadores no meio-campo, com Fernando e Defour mais defensivos, e acabou com quatro no mesmo espaço e dois avançados. Um deles o super-rotinado e extremamente bem entrosado no modelo de jogo Ghilas. Ou seja, quando não entra aos 85 minutos do fim, entra aos 60. Por esta altura pensei que as substituições seguintes seriam Fabiano Freitas e Ricardo! Eu percebo que seja Natal, mas tantos presentes ao mesmo tempo não, Mister Fonseca! E a equipa parece que também gosta desta quadra festiva, afinal contribuíram com uma série de bolas paradas mal batidas e com cantos que foram uma nulidade. Sei que é um pouco exagerado, principalmente com quatro bolas no ferro, mas estamos a falar de um Porto a terminar esta fase europeia com 5 pontos e apenas uma vitória. Uma! E o treinador continua com as suas experiências, umas boas (contra o Braga), e outras más (perdi a conta…). Quem acha isto também exagerado então sente-se confortavelmente e faça o seguinte exercício: com tanta mexida, tentem adivinhar o próximo onze do Porto. Se forem como eu, provavelmente nem se sentaram e foram jogar consola. Porque só assim é que se adivinha o onze deste nosso Futebol Clube do Porto.
O Campeonato Brasileiro de Futebol de 2013 chegou ao seu término. Houve emoção, alegrias e tristezas. Houve também violência, que poderia ter sido evitada. E a queda de dois gigantes cariocas que dará muito que falar.
Alfred Hitchcock, um mago da realização. O mestre do suspense. Nunca venceu um Óscar da Academia. Injusto. Quem nunca ouviu essa expressão: “É um autêntico fim à Hitchcock!” Pois bem. Foi o que aconteceu.
O Cruzeiro já há muito tinha confirmado o título. Uma campanha segura e sólida da turma azul de Belo Horizonte deu o título a cinco jornadas por jogar. Empatou a uma bola no terreno do Flamengo, num desafio entre Campeão Brasileiro e Campeão da Copa do Brasil. O grupo do G-4 – aqueles que vão á Libertadores para o ano – fechou com o Grêmio a vice-campeão, o surpreendente Atlético Paranaense no bronze e com a confirmação do Botafogo, de Seedorf. Os alvinegros fizeram um bom campeonato, coroado com este feito. Coisa que, em General Severiano, já não acontecia há algum tempo. A meio da tabela não houve grandes mexidas. O Atlético Mineiro (oitavo classificado) vai partir agora para Marrocos, a fim de jogar o Mundial de Clubes. Com Ronaldinho Gaúcho recuperado, esperam-se boas exibições do Galo na competição.
Vai uma boa dose de emoção? / Fonte: portistasdebancada.blogspot.com e veja.abril.com.br
Mas as grandes deceções foram o Fluminense e o Vasco. Este último está numa situação alarmante, que já se arrasta desde o campeonato transato. Crise diretiva, financeira e desportiva, com reflexo nos salários em atraso e no fracasso desportivo dentro de campo. O clube da Cruz de Malta, tetra campeão do país, vai agora enfrentar mais uma vez a segunda divisão. Para além de Náutico (último colocado) e Ponte Preta (penúltimo) também o campeão de 2012, Fluminense, está de saída do convívio dos deuses. O tricolor carioca fez um péssimo campeonato, quando nada o fazia prever. Continuou com o mesmo treinador vitorioso, Abel Braga, que acabou por ser despedido pouco tempo depois, e com o núcleo duro do brilhante campeonato anterior. De nada lhe valeu a vitória na Baía, por 1-2. Uma pena. Estes quatro clubes serão substituídos por Palmeiras – que bem merece estar na elite -, Chapecoense, Sport e Figueirense.
Uma pena, também, foi a violência desproporcional entre torcedores. Em imagens arrepiantes, é possível ver adeptos feridos e desmaiados durante o encontro entre o Atlético Parananse e Vasco da Gama, com 5-1 para os de Paraná. Sem polícia, o Estádio Arena Joinville virou um palco de batalha. Mais um acontecimento que pode manchar o bom nome do país irmão, em vésperas do Mundial. Tudo poderia ser evitado se o policiamento fosse o correto. O destacamento de funcionários policiais para estes jogos de fim de campeonato, onde as emoções e os nervos afloram à epiderme dos adeptos, é fulcral. Depois da queda de uma parte do Itaquerão – o Estádio para o jogo de abertura do Mundial 2014 – agora é a vez de a violência imperar sobre o bom senso. Infelizmente, este não foi o único caso onde a barbárie prevaleceu sobre a civilização. Houve e voltará a haver outros. Mas falemos de coisas bem melhores.
Cenas lamentáveis durante o Atlético e Vasco / Fonte: foxsports.com.br
Foi, sem dúvida, um campeonato muito competitivo. Aliás, como sempre é o Brasileirão. Nos últimos campeonatos, o vencedor só havia sido descoberto na última jornada. Este ano não foi assim. Mas houve uma tendência para baixo, isto é, para os que se quiseram salvar da descida. Também é uma luta justa e digna para estar entre os melhores.
Um dos grandes mestres da sétima arte tem vários e geniais filmes. Tem “Janela Indiscreta”, “Vertigo”, “The Secret Agent”, “Jamaica Inn” ou “The 39 steps”. Mas este fim faz recordar “A Corda”, com James Stewart no papel principal. Muitos clubes andaram com a tal corda na garganta. Alguns desfizeram o nó. Outros nem por isso. Esperemos pelo próximo campeonato, onde a incerteza é garantida, e assim nem precisaremos de ver nenhum filme do nosso querido Alfred para apreciar um bom Thriller.
Muito sol, calor e ondas perfeitas. O que é que um surfista pode querer mais? Exactamente, os surfistas do World Tour estão nesta altura no North Shore, Hawai, para a última etapa do WCT. Kelly Slater ou Mick Fanning? América ou Austrália? Quiksilver ou Rip Curl? Quem será o grande vencedor, uma vez que Kelly Slater já conta com 11 títulos mundiais e o Mick Fanning com dois?
O Billabong Pipe Masters já começou e, com ondas a rondar os dois metros e meio, os quatro primeiros rounds foram efectuados. O principal destaque vai para Yadin Nicol (AUS),John John Florence (HAW),Kelly Slater (USA) e Joel Parkinson (AUS), que venceram os seus heats no round 4, passando assim directamente para os quartos-de-final.
Falando agora um pouco mais individualmente, e começando por Yadin Nicol: o australiano tem passado todos os seus heats em primeiro lugar. Primeiro contra Kahea Hart numa vitória fácil, depois contra o “Master” Taj Burrow, onde ambos obtiveram um score igualzinho, de 12.66 pontos. Yadin acabou por passar, pois tinha a nota mais alta do heat, 8.33. No quarto round, o surfista australiano ganhou frente a CJ Hobgood e Julian Wilson.
John John Florence, o surfista local, também tem feito sucesso no North shore havaiano. No seu primeiro heat ganhou ao brasileiro Gabriel Medina, depois de uma reviravolta no último minuto. Medina, que comandava a bateria, tinha um score de 14 pontos, o que fazia John John precisar de uma nota bastante alta. No último minuto, John John manda um super tubo conseguindo assim um 9.83 e acabando o heat com um total de 16.23. No round 4, o jovem havaiano encontrou Nat Young e Mick Fanning. Uma bateria bastante dura, pois encontrava Fanning, o principal concorrente à vitória. John John passou assim a bateria em primeiro lugar, com 16.37; de seguida ficou Nat Young, com um score de 14.00; e por fim ficou Mick, com um total de 11.51.
Medina num super tubo. Fonte: aspworldtour.com
O australiano Joel Parkinson, actual campeão mundial, foi também o último vencedor do Billabong Pipe Masters em 2012. Parko, que também está a ter uma prestação de excelência, deixou para trás Dusty Payne no round 3, passando assim facilmente ao round seguinte. Na quarta ronda, Joel passou em primeiro lugar, com uma pontuação total de 14.77. Deste modo deixou para trás outro australiano, Kai Otton, que não foi para além de um 7.60.
Jeremy Flores ficou em segundo lugar, com um score de 12.57.
Por fim, Kelly Slater, o outro candidato ao título mundial, também se tem vindo a destacar no Pipe Masters. Depois de ter eliminado facilmente Mitch Crews, com um score de 17.66, Slater voltou a entrar na água no round 4 contra Sebastian Zietz e Miguel Pupo. Mais uma vez, Kelly levou a melhor, ao sair vitorioso com outro grande score, agora de 17.56.
Deste modo, King Slater está um passo mais perto de se tornar campeão mundial, uma vez que Mick Fanning ainda tem de passar o round 5, pois perdeu no round 4.
Assiste aqui ao vídeo dos melhores momentos do round 3 e 4:
Os Sevens da International Rugby Board regressaram no último fim de semana de Novembro com a dupla jornada no Dubai e em Port Elizabeth. Foram jornadas importantíssimas, onde as posições se começaram a decidir.
A 2ª etapa do Circuito Mundial de Sevens realizou-se nos dias 29 e 30 de Novembro, no Dubai.
No primeiro dia, Portugal venceu a selecção Francesa por 19-12, com ensaios de Adérito Esteves, Carl Murray e Pedro Leal, que converteu os dois últimos ensaios.
Portugal enfrentou também o Quénia, jogo em que Adérito Esteves se destacou uma vez mais ao marcar o único ensaio dos Linces, convertido por Pedro Leal, terminando o jogo com uma derrota por 10-07.
A equipa das quinas defrontou também o vencedor do Circuito Mundial de Sevens da época passada, a Nova Zelândia, perdendo por 38-0.
No segundo dia do torneio, os Linces venceram a Rússia, por 24-7, e o Canadá, por 33-24, acabando por perder apenas a Final Bowl para a Austrália, por 12-17.
A equipa apresentou-se mais focada e exibiu alguns dos melhores ensaios do torneio, com destaque para o ensaio de Carl Murray contra a equipa francesa e para o desempenho dos jogadores Adérito Esteves e Pedro Leal.
Fonte: facebook.com/fpr.pt
Nos dias 7 e 8 de Dezembro, foi tempo de se disputar a terceira etapa do Circuito Mundial em Port Elizabeth, África do Sul, onde o desempenho de Portugal foi de excelência, ao conseguir o apuramento para o troféu principal.
Na fase de grupos, Portugal perdeu com a Nova Zelândia por 43-00 mas venceu depois o País de Gales por 28-17 e os Estados Unidos por 33-17.
Apesar da atitude agressiva e da garra demonstrada pela equipa lusa, o segundo dia já não correu tão bem. Portugal perdeu as meias-finais da Taça Plate frente à França por 17-12 e os quartos-de-final da Taça Cup por 45-00 frente à Africa do Sul.
No entanto, o desempenho dos Linces tem de ser reconhecido. Conseguiram 10 pontos neste fim-de-semana, que garantiram o alcance da 11ª posição no ranking, com 19 pontos.
A quarta etapa do Circuito Mundial realizar-se-á em Las Vegas, nos dias 24 e 26 de Janeiro.
O desempenho da equipa dos Linces nas próximas etapas será muito importante para que Portugal consiga um dos 12 lugares nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016.
A cada início de época desportiva, depois de muitos cheques assinados e milhões gastos, renovam-se expectativas e fixam-se objectivos. Confesso que, dentro desse vendaval de declarações, me faz confusão aquela crença desmedida que sempre invade alguns protagonistas do meu clube (e, na realidade, de outros também) que “o objectivo é chegar à final da Champions”. Não é. Ou melhor, até pode ser, mas não de forma realista. E, chegados a Dezembro, o choque com a realidade torna-se ainda mais cru e, inevitavelmente, mais duro.
Paulo Fonseca tem um mérito: bate recordes. Mas, para mal dos seus pecados e para desgraça das almas portistas, o seu nome fica (pelo menos, para já) associado a momentos negativos. O primeiro: numa edição da Liga dos Campeões, nunca o FC Porto havia feito apenas um ponto em três jogos caseiros. O segundo: nunca uma equipa que amealhou seis pontos na fase de grupos da Champions conseguiu o apuramento para a fase seguinte (como sucedeu com o Zenit, adversário do FC Porto no Grupo G).
Justamente, fazendo um balanço, o Zenit está, ao fim ao cabo, por mérito próprio nos oitavos-de-final. Mas mais, muito mais, por demérito, incompetência e incapacidade do FC Porto. Ou azar, como alguns lhe chamam. A equipa russa está longe de o ser verdadeiramente; conta com duas ou três individualidades (à cabeça, Hulk) que podem desequilibrar um jogo mas, fora isso, arriscar-me-ia a dizer que são uma das duas equipas mais frágeis que prosseguirão na Liga Milionária. Pior do que isso, o FC Porto acaba em igualdade pontual com o colosso Áustria de Viena, tendo, para cúmulo, marcado menos um golo do que esse conjunto representativo de uma grandes potências do futebol europeu do momento, a Áustria! Sobra o Atlético de Madrid – uma equipa na verdadeira acepção da palavra, capaz, hoje, de bater qualquer concorrente. Comecemos precisamente por aí…
No Grupo G, o Atleti esteve sempre mais do que um patamar acima do FC Porto. / Fonte: Sábado
“Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”. Ora aqui está um dito popular que desde o primeiro dia devia ter sido forrado nas paredes do balneário do Dragão. Chegar à última jornada, ao Vicente Calderón, casa do Atleti, precisando imperiosamente de vencer e ficar à espera de um resultado menos positivo do Zenit em Viena é o primeiro passo para o insucesso. Não se pode dizer que o Dragão não tenha tentado. Porém, foi, de novo, atraiçoado pelos seus (Helton, outra vez?; Maicon, um defesa central não é um sinaleiro; Josué, era o penalty mais importante da tua carreira…), pelos postes, mas, sobretudo, pelo desvario colectivo, pela insistência nos equívocos e pela falta de discernimento (na finalização, principalmente).
Todavia, semanas antes, no Dragão, a hipótese de subir ao 2º lugar e ficar a depender de si próprio para garantir o apuramento estava a um pequeno passo. E o que fez o TriCampeão nacional? Como antes, desperdiçou. Danilo juntou o seu nome ao rol dos disparates individuais, ofereceu um golo aos austríacos e o mal menor foi um passo de ‘Cha Cha Cha’ Martinez que permitiu aos sempre crentes (como eu) continuar a sonhar com algo que a própria equipa a cada momento foi tratando de desmentir: ter capacidade para ser uma das melhores dezasseis da Europa.
Já vos tinha falado de Alex Sandro? Parece que o United anda de olho nele; belo lateral esquerdo, muita capacidade ofensiva, excelente técnica, bom cruzamento mas, aparentemente, o frio causa-lhe pequenas paragens cerebrais. Como em São Petersburgo na 4ª Jornada. É certo que Helton ajudou à festa mas quem tem Hulk por perto não se pode dar a momentos de relaxamento. Os Dragões até estavam a fazer um jogo de grande personalidade, encostando o Zenit às cordas, inaugurando o marcador e, pela primeira vez, virando o destino a seu favor. Mas largos erros tem esta Champions…
A melhor equipa (repito, equipa) que se viu ao FC Porto foi aquela que recebeu o conjunto russo, no Dragão, em finais de Outubro. Herrera tratou de agradecer a titularidade a Paulo Fonseca com um ridículo e, na mesma proporção, inocente duplo amarelo entre o minuto 5 e 6 mas nem sequer foi isso que abalou o Dragão: aquela clássica característica que se associa à equipa portista e que, por vezes, disfarça a ausência de assinalável qualidade ressurgiu e, perante as adversidades, o FC Porto voltou a ser guerreiro, determinado e abnegado. É indesmentível que o golo de Kerzakhov aos 85’ foi um tremendo banho de água fria mas, pelo menos nessa noite, houve orgulho.
FC Porto versão 2013/2014: de erro em erro. / Fonte: Jornal Digital
Os (raros) sinais de suprema equipa no FC Porto desta competição reduzem-se essencialmente àquela primeira parte diante do Atlético, na 2ª Jornada, no Dragão. Sem fraquejar, pressionando a campo inteiro, intensa, dominadora, a equipa portista haveria de revelar a sua verdadeira face na segunda metade desse encontro – de dominador a dominado, bastou um golo de Godín. De indestrutível a confrangedor, chegou um golo sofrido de livre e digno do escalão de iniciados ao nível mais distrital. Sobrou a certeza de que o Atleti era o real cabeça-de-série do grupo.
Primeiramente, o Prater havia servido de anfitrião à estreia dos Dragões na Champions deste ano. Numa exibição-paradigma daquilo em que se viria a tornar, a equipa lá arrecadou uma vitória que hoje se afirma incrivelmente como preciosa. Lucho adiantou a equipa numa bela (e única) jogada colectiva mas esse foi, de facto, o oásis no meio de um imenso deserto – no fundo, a única vitória em seis jogos.
Tudo somado, a equipa portista cometeu, em diversos momentos, e de forma reiterada, erros verdadeiramente imperdoáveis numa competição deste nível. Mas mais do que essas falhas individuais que fazem corar o mais amador dos futebolistas, não deixa de ser elucidativo que no jogo final, depois de desperdiçadas duas oportunidades de ficar a depender de si próprio, estando obrigado a ganhar, a equipa portista não tenha sequer conseguido marcar um golo. Obviamente que não foi em Madrid que o apuramento ficou comprometido (este seria, aliás, o jogo mais ‘normal’ de perder).
Apenas 2 golos na Champions para um dos avançados da moda, Jackson Martinez. / Fonte: JN
O que foi verdadeiramente impressivo, desde o início de competição, foi a falta de maturidade, de inteligência e de capacidade para gerir os ritmos do jogo (em Viena ou em casa frente ao Atlético); foi igualmente a falta de qualidade de jogo fluido e organizado da equipa (como em casa contra o Áustria ou agora em Madrid); mas, e sobretudo, os erros individuais cometidos por diferentes jogadores, provocados por falta de concentração, de experiência ou, simplesmente, de qualidade, que sempre acabaram por frustrar os objectivos da equipa e torna-la vitima de si própria.
Nesta edição da Champions, o FC Porto não foi capaz de aproveitar o grupo em que estava inserido e as fragilidades evidentes dos seus directos opositores (Zenit e Áustria de Viena). Antes, criou, em si mesmo, um novo adversário. E, jogo após jogo, desleixe após desleixe, foi deixando para amanhã o que podia fazer hoje. Mas, em abono de verdade, nunca demonstrou que o podia fazer.
Segue-se uma Liga Europa. E seguir-se-á, assim o creio, um novo regresso à melhor competição do Mundo de clubes. Mas aí que o objectivo assumido – por favor! – não seja o de estabelecer uma meta realisticamente inatingível. Que seja apenas o de ser um Porto competente, determinado e inteligente. Depois… pode ser que a Champions deixe de ser uma utopia.
Estamos em primeiro. 8 anos, 10 meses e 23 dias depois, os Sportinguistas voltam a desfrutar da sensação de ocupar o lugar mais alto da Liga, com todos os adversários a olharem de baixo para cima para nos verem. E que revigorante é esta sensação! Por tudo aquilo que passaram, por todos os desgostos que viveram, por todas as decisões disputadas por rivais a que tiveram de assistir no sofá, os adeptos do Sporting já mereciam a alegria de ser líderes.
Foram 3249 dias de impaciência, exasperação e, por vezes, descrença total. A última vez que tínhamos ocupado o lugar mais alto do pódio de forma isolada tinha sido em Janeiro de 2005, que é mais tempo do que qualquer Sportinguista gostaria de admitir. Nessa altura o país dava o último suspiro antes de mergulhar definitivamente na crise, George W. Bush tinha lamentavelmente sido reconduzido a um novo mandato enquanto Presidente dos EUA e preparava-se para tomar posse, Yasser Arafat tinha deixado a liderança da Palestina pouco tempo antes e José Sócrates estava prestes a tornar-se Primeiro-Ministro de Portugal. O Twitter não existia, o Facebook era pouco mais do que um projecto limitado de um geek universitário e os jovens interagiam virtualmente através do MSN ou do Hi5. Desportivamente, estávamos ainda na ressaca do Euro 2004, a memória das vitórias do Porto de Mourinho na Europa continuava muito presente, os Sportinguistas Francis Obikwelu e Rui Silva tinham, para não variar, salvo a honra de Portugal nos Jogos Olímpicos com uma medalha de prata e outra de bronze e o Sporting de José Peseiro estava a poucos meses de concluir em pesadelo uma época em que encheu os adeptos de sonhos.
A onda verde e branca que se tem gerado nas últimas semanas inundou Barcelos no último Domingo
Desde então muita coisa mudou – e, a julgar pelo estado actual do país, não necessariamente para melhor. Mas o Sporting só agora voltou a ser líder isolado. Nenhum Sportinguista que se preze ignora que muito do nosso insucesso se ficou a dever a direcções incompetentes e aos constantes “erros humanos” de uma arbitragem corrupta que acabava sempre por beneficiar os mesmos (neste ano de 2005 ocorreu o famoso golo de Luisão, sobre o qual ainda hoje se discute se é ou não precedido de falta. No entanto, caiu no esquecimento colectivo o facto de Paulo Baptista ter anulado um golo limpo a Hugo Viana num jogo contra o Braga que terminou 0-0 e que, provavelmente, seria suficiente para nos dar o título… Pode haver quem ache desajustado estar a falar disto tanto tempo depois, mas é bom que não deixemos que a História seja apagada nem recordemos apenas aquilo que dá jeito ao Benfica e ao Porto).
O golo mal anulado em 2004/2005, no último ano em que o Sporting foi líder isolado. Hugo Viana é o sportinguista mais adiantado, mas muito longe de estar fora-de-jogo / Fonte: SCP Memória
Voltámos portanto ao lugar mais ambicionado, ao lugar que é nosso por direito desde que, no longínquo ano de 1907, conquistámos o primeiro troféu da nossa História ao Sport Clube Estefânia. Na manhã seguinte ao jogo de Barcelos, a primeira pessoa que vi na rua foi um rapaz que envergava orgulhosamente um casaco do Sporting, facto que me deixou com um largo sorriso na cara. Ontem, ao passar a pé pelo Colombo a caminho da faculdade, olhei para o chão e vi um bilhete de futebol rasgado, referente ao jogo da véspera entre Benfica e PSG, que ditou a eliminação encarnada. Sei que não devemos ficar felizes com o mal dos outros, especialmente porque continuo com a convicção de que esta nossa boa fase muito dificilmente se estenderá até Maio, mas registo com prazer que, pelo menos por uns tempos, as energias positivas parecem ter mudado de lado.
Concluindo, desejo apenas que não voltemos a atingir outra vez o topo só daqui a 9 anos. O Sporting tem de se habituar a ganhar, sem medos e sem complexos. É certo que ainda é cedo para festejos, e bem sabemos como é sempre cedo para reservas do Marquês. Há ainda muitas jornadas por disputar e muitos campos difíceis para visitar. Mas quem disser que, ao cabo de 12 jornadas, a liderança do Sporting não é justa, ou não tem visto os jogos ou tem claras dificuldades em analisar o futebol de forma correcta. Estamos em primeiro!
Todos os anos há certos jogos em que qualquer jogador deseja participar. Todos os anos há um hino que é admiravelmente escutado, que preenche com expectativas e sonhos miríficos o espírito de jogadores, adeptos, dirigentes e até da comunicação social. Todos os anos esse mesmo hino é ouvido 96 vezes nos 96 jogos da fase de grupos da Liga dos Campões. Este ano não foi exceção.
A fase de grupos terminou e, das 32 equipas que se encontram divididas por oito grupos, apenas 16 tiveram a sorte – e a capacidade, obviamente – de continuar a sonhar. As equipas portuguesas não fazem parte desse conjunto, mas já lá vamos – até porque há muito para contar.
O grande troféu europeu de clubes / Fonte: blog.betboo.com
GRUPO A – Equipas apuradas: Manchester United e Bayern Leverkusen
Este grupo foi composto por Manchester United, Bayer Leverkusen, Shakhtar Donetsk e Real Sociedad. O campeão inglês era o claro favorito e não defraudou as expectativas: arrecadou o primeiro lugar do grupo com 4 vitórias e 2 empates. Apesar de a prestação na Liga Inglesa deste ano estar a ser deplorável, o Manchester United ultrapassou a fase de grupos com relativa naturalidade. O segundo lugar foi disputado entre o Bayern Leverkusen e o Shakhtar Donetsk. O clube alemão levou a melhor e conseguiu o merecido bilhete para a próxima fase. O objetivo será, certamente, repetir o trajeto de 2001, onde foi finalista da prova frente ao Real Madrid – os madrilenos acabariam por vencer por 2-1. No posto mais negativo deste grupo ficou a Real Sociedad. O clube da cidade de San Sebastián mostrou estar demasiado verdinho para estas andanças (cinco derrotas e apenas um empate) e sai da Europa com toda a justiça.
GRUPO B – Equipas apuradas: Real Madrid e Galatasaray
O grupo do Real Madrid, do Galatasaray, da Juventus e do FC Kobenhaven, ou, se quisermos ser mais primários, o grupo onde jogava Cristiano Ronaldo. O português marcou nove (!) golos e tornou-se o melhor marcador de sempre numa fase de grupos da Liga dos Campeões. Pelo meio, o Real Madrid conquistou a liderança do grupo com cinco vitórias e um empate – pormenores, eu sei.
A segunda posição foi ocupada pelo Galatasaray, de Bruma, que, graças à vitória de ontem frente à Juventus, por 1-0, segue para a fase seguinte.
A verdade é que a Juve, campeã italiana, teve uma péssima prestação europeia. Pode – e deve – fazer muito melhor. Remetida para a Liga Europa, que vai ter uma edição com equipas de enorme qualidade, é favorita à conquista do troféu.
Quanto ao último classificado, o campeão dinamarquês FC Kobenhaven teve a virtude de ganhar um jogo, mas a discrepância de qualidade para as restantes equipas era gritante. Sai da Europa de cabeça erguida.
GRUPO C – Equipas apuradas: Paris Saint German e Olympiacos
Aquando do sorteio, os benfiquistas viram com bons olhos as restantes equipas do grupo: Paris Saint German, Olympiacos e Anderlecht.
As perspetivas eram boas e as contas fáceis de fazer: o PSG, pela qualidade da sua equipa, conquistaria com alguma naturalidade o primeiro posto do grupo – o que acabou por acontecer; o Anderlecht lutaria pelo terceiro lugar mas o mais provável era acabar fora da Europa – o que também acabou por acontecer; o Olympiacos seria então o concorrente direto pelo segundo lugar, e talvez fosse o único obstáculo capaz de destruir o sonho de o clube da Luz jogar a final da Liga dos Campeões na sua própria casa – e não é que também isso foi acontecer?!
A verdade é que o Benfica conquistou 10 pontos e, em 136 grupos concluídos na Liga dos Campeões desde 1999/2000, somente por 10 vezes é que equipas com 10 pontos realizados na fase de grupos ficaram fora dos oitavos-de-final. Aquele jogo em Atenas…
GRUPO D – Equipas apuradas: Bayern Munich e Manchester City
Sobre este grupo não há muito a dizer, os números falam por si: Bayern Munich – atual detentor do troféu – e Manchester City conquistaram (e dominaram), respetivamente, o primeiro e o segundo lugar do grupo, ambos com 15 pontos – o confronto direto entre as duas equipas ditou os respetivos lugares.
O Plzen e o CSKA Mosvka terminaram com apenas três pontos amealhados – que enorme diferença para os dois primeiros classificados! No entanto, o Plzen, por ter marcado mais golos fora no confronto direto frente ao CSKA Mosvka, segue para a Liga Europa.
Quem irá suceder ao Bayern Munich? / Fonte: img.ibtimes.com
GRUPO E – Equipas apuradas: Chelsea e Schalke 04
Grupo do Chelsea, do Schalke 04, do FC Basel e do Steaua Bucaresti.
O Chelsea teve algumas dificuldades em conseguir o primeiro lugar. Acabou por consegui-lo, mas, à imagem do que tem acontecido na Liga Inglesa, a equipa de José Mourinho mostrou-se demasiado intermitente – perdeu os dois jogos frente ao Basel – e tem forçosamente de aperfeiçoar a consistência do seu futebol, caso queira estar na Luz, em Maio.
O Schalke demonstrou a frieza e agressividade do futebol bávaro e o 2o lugar do grupo adequa-se bem à qualidade de jogo dos alemães.
O FC Basel teve, como já referi, o seu momento de glória ao vencer por duas ocasiões o Chelsea. A verdade é que os seis pontos amealhados nesses jogos foram importantíssimos para os oitos pontos finais que lhes valeram um lugar na Liga Europa.
GRUPO F – Equipas apuradas: Borussia Dortmund e Arsenal
Um dos grupos mais interessantes desta edição da Liga dos Campeões. Constituído por Borussia Dortmund, Arsenal, Nápoles e Marselha, desde o primeiro minuto que as expetativas em torno do grupo F eram de enorme entusiasmo.
Em termos pontuais, o Borussia, o Arsenal e o Nápoles terminaram os seis jogos de qualificação com 12 pontos. Aplicou-se o confronto direto (e o número de golos marcados), e o Borussia Dortmund findou no topo da classificação, seguido pelo Arsenal. O Napóles foi remetido para a Liga Europa – outra excelente adição à competição –, e, por fim, houve um inglorioso Marselha que deixou a Liga dos Campeões com 0 (!) pontos. Que ciclo tão triste percorre este histórico clube francês. Foi, sem dúvida alguma, a maior deceção entre os 32 clubes presentes na fase de grupos.
GRUPO G – Equipas apuradas: Atlético Madrid e Zenit
O grupo G foi pautado por um incrível Atlético Madrid que promete ser o mais forte dos “outsiders”. É candidato a uma presença na final?! Eu penso que a continuar assim os colchoneros são candidatos a tudo o que quiserem. Praticando um futebol dinâmico, agressivo, rápido e aliado a uma defesa compacta, o Atlético Madrid foi, até ver, a maior surpresa da Liga dos Campeões.
O F.C. Porto, pelo contrário, causou uma enorme deceção. Os escassos cinco pontos conquistados nos seis jogos efectuados demonstram bem a prestação dos azuis e brancos. Os pupilos de Paulo Fonseca nunca mostraram capacidade para seguir em frente – com a exceção do jogo do Dragão frente ao Atlético de Madrid,– e realizaram a pior prestação de sempre em casa nos jogos da Champions: apenas um ponto.
A aventura europeia dos dragões, tal como a do Benfica, continua na Liga Europa.
O Zenit mostrou-se também uma equipa muito irregular, com exibições pobres. Segue em frente na prova mais por demérito do F.C. Porto do que por mérito próprio. Os russos evidenciam ser um conjunto medíocre e duvido que façam mossa aos “tubarões”.
Por último, o Austria Wien, tal como esperado, foi afastado das competições europeias. Mas, atenção, o campeão austríaco foi um osso duro de roer – que o diga o F.C. Porto – e nunca se intimidou com a grandeza dos adversários. Agressivos e humildes, souberam sempre explorar as fraquezas dos “inimigos”.
GRUPO H – Equipas apuradas: Barcelona e AC Milan
O último grupo da Champions foi constituído por Barcelona, AC Milan, Ajax e Celtic. Quanto aos blaugrana, a equipa comandada por Tito Martino esteve desde o começo no topo da tabela e não mais o largou. Segue em frente com naturalidade e é, como todos sabemos, um dos grandes candidatos à final.
Quanto ao AC Milan, o clube italiano carece de alguma qualidade no plantel e foi com bastante dificuldade que conquistou a passagem aos oitavos-de-final. Não me parece um sério candidato e precisa urgentemente de reforços em janeiro.
O Ajax, esse emblemático clube holandês (que tem sempre um azar tremendo nos sorteios), caiu novamente num grupo de elevada dificuldade e, apesar dos oito pontos, foi incapaz de garantir um lugar entre a elite do futebol. Junta-se, no entanto, ao lote das equipas de grande qualidade que vão disputar a Liga Europa – é merecido, diga-se.
O Celtic foi último classificado do grupo com cinco derrotas e uma vitória. Os escoceses são sempre muito valentes e destímidos, mas, face a equipas de tamanha qualidade técnica, a probabilidade de conseguirem retirar algo de positivo era muito escassa. O prognóstico revelou-se acertado.
Este ano a participação das equipas portuguesas na Liga Dos campeões terminou bem cedo, o mais cedo possível, na verdade. Os dois representantes lusos não conseguiram, como vimos, a passagem aos oitavos-de-final da maior prova de clubes europeia e terminaram no 3o lugar dos respetivos grupos – aguardo com alguma curiosidade pelas prestações de ambos no palco secundário da Europa (final à vista!?).
Porém, o hino da Champions escutar-se-á uma vez mais em solo português: a 24 de Maio de 2014 no Estádio da Luz, em Lisboa. Eu não sei os nomes dos jogadores, não sei quais serão as duas equipas finalistas e também não sei quem será o grande vencedor. O que eu sei é que a 24 de Maio de 2014, quando das colunas da Luz romper o faustoso hino dos campões, o mundo terá os olhos postos em 22 atletas e uma bola. É tão simples, o futebol…