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Uma dupla em ponto de rebuçado

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internacional cabeçalho

Para quem está atento ao futebol internacional, os nomes de Andriy Yarmolenko e Yevhen Konoplyanka certamente não serão estranhos. Os dois jogadores, ambos de 24 anos, são as principais figuras da nova geração ucraniana e estão numa fase da carreira em que a liga interna já começa a ser pouco competitiva para tanto talento. E há tantas equipas dos principais campeonatos europeus a precisar de alas desequilibradores…

Para tentar contrariar a hegemonia do Shakhtar Donetsk, o Dínamo de Kiev investiu bastante no último defeso. Chegaram à capital ucraniana nomes como Mbokani, Belhanda ou Dragovic, mas a principal referência da equipa continua a ser um jogador da casa: Andriy Yarmolenko, que tem demonstrado uma eficácia tremenda na finalização e já leva 11 golos marcados nesta temporada. Está a justificar uma mudança para uma liga como a inglesa, por exemplo, onde as suas características encaixariam na perfeição. O esquerdino impressiona pela forma como conjuga capacidade física com qualidade técnica. É fortíssimo no 1×1 e protege a bola como poucos. Pode actuar em qualquer um dos flancos, embora, a meu ver, renda mais do lado direito – um dos seus pontos fortes são as diagonais para o corredor central.

Yarmolenko tem sido o melhor jogador do D.Kiev / Fonte: www.soccertransfers.net
Yarmolenko tem sido o melhor jogador do D.Kiev / Fonte: www.soccertransfers.net

O Dnipro é um emblema que, nos últimos anos, tem evoluído imenso no panorama ucraniano. A equipa orientada por Juande Ramos tem vários jogadores de qualidade, mas a grande estrela é, indiscutivelmente, Yevhen Konoplyanka. Tal como Yarmolenko, o extremo actua no flanco oposto ao seu pé preferencial – o direito -, o que permite potenciar as suas principais qualidades: a velocidade na condução de bola e a facilidade de remate. O Paços de Ferreira é uma das vítimas do craque, que tem, até ao momento, 7 golos marcados (2 deles à equipa portuguesa). Percebe-se, portanto, que está a ser uma época em que Konoplyanka está a mostrar, mais uma vez, que tem um talento muito acima da média.

Konoplyanka marcou 2 grandes golos ao Paços / Fonte: uk.eurosport.yahoo
Konoplyanka marcou 2 grandes golos ao Paços / Fonte: uk.eurosport.yahoo

Rivais no campeonato ucraniano, colegas na selecção nacional. Apesar de serem ainda bastante jovens, Yarmolenko e Konoplyanka são internacionais AA há vários anos. A dupla era a grande esperança da Ucrânia em apurar-se para o Mundial 2014, no entanto, a vitória por 2-0 na primeira mão não chegou para ultrapassar a congénere francesa. É verdade que seria uma pena não ter Ribéry, Nasri, Pogba ou Benzema no Mundial do Brasil, mas não tenham dúvidas de que Yarmolenko e Konoplyanka também deixam a competição mais pobre. Já para não falar de que seria uma oportunidade excelente para, de uma vez por todas, convencerem um clube que dispute regularmente a Champions League a contratá-los. Estou em crer que está para breve. Poderá obrigar a um investimento considerável, mas são apostas seguras. Na verdade, até há um emblema português (lá mais para o Norte) que necessita urgentemente de um extremo de topo…

A Fonte arrisca, mais uma vez, na Challenge Cup

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cab Volei

A Associação de Jovens da Fonte do Bastardo (AJFB) – referindo-me à equipa de seniores masculinos da ilha Terceira, nos Açores – conta, com esta época, três participações consecutivas na Challenge Cup, uma prova que se realiza com um “elenco” constituído por vários clubes europeus e cuja estreia foi em 1980/1981 (então denominada CEV Cup).

Diria “arriscar”, pois apenas em 2012 a Fonte conseguiu um apuramento para os dezasseis-avos de final e este ano já conta com uma derrota em casa, perante o Euphony Asse-Lennik da Bélgica. A AJFB defronta Quarta-feira, no Sportcomplex Molenbos, na Bélgica, o Euphony Asse-Lennik, em jogo da segunda mão da 2.ª Ronda da Fase de Qualificação da Challenge Cup.

AJFB x Euphony Asse-Lennik, jogo disputado até aos limites ("negra")  http://ajfontebastardo.blogspot.pt
AJFB x Euphony Asse-Lennik, jogo disputado até aos limites (“negra”)
Fonte: ajfontebastardo.blogspot.pt

A situação desejada agora (bem como o consequente apuramento para os tão desejados dezasseis-avos de final) é a de vencer o próximo jogo por 3-0 ou 3-1; se derrotarem os belgas pela margem mínima, terão de disputar um set de desempate (Golden Set).

A Fonte do Bastardo mostrou um certo “impasse” este ano, com uma derrota por 3-2 na Supertaça com o Benfica e uma vitória que os isolou na primeira posição do campeonato, por 3-0, também com o Benfica. Se a vantagem para o marcador voltasse no próximo confronto, sem a necessidade de chegar à margem mínima entre sets, era meio caminho andado para uma participação mais tranquila (e bem preparada) nos dezasseis-avos.
São sempre bons estes balanços no marcador favoráveis à Fonte, especialmente como forte representante dos terceirenses, e daqueles que gostam de voleibol nas nove ilhas dos Açores.

Para o capitão da seleção portuguesa, João José, uma boa prestação nesta primeira época na equipa insular e na participação na Challenge traria ainda mais pontos a favor no seu currículo desportivo. Na fase dos primeiros treinos realizados na Terceira, João José destacou este facto e considerou que esta seria uma boa época. No contexto nacional já se pôde confirmar isso; resta agora esperar por uma boa prestação de novo, tanto do capitão da seleção portuguesa como dos atuais detentores das forças de ataque e bloco da Fonte, como por exemplo Lucas Gregoret ou Gilson França.

Não só como açoriano, mas principalmente como apoiante do único representante português na prova, espero, por agora, pelos dezasseis-avos – o resto logo se vê. O voleibol por vezes tem destas inconstantes que se resolvem ou acima dos 2,40m da rede ou nos jogos em que a defesa sobressai com chão a ser “varrido” – é isto que traz espetacularidade ao jogo!

É mais fácil receber uma carta para Hogwarts

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cab Snooker

“Tentativa falhada de ir ao Mundial de Snooker II” teria sentido ser o título, se realmente já tivesse escrito a tentativa I. A verdade é que ambas aconteceram e tenho expressar esta qualquer-coisa como raiva. Preciso de alguma ajuda, principalmente psicológica. Também teria mais sentido publicar hoje um texto sobre a vitória de Ronnie O’Sullivan ou a derrota de Stuart Bingham, dependendo da perspectiva, no 888Casino Champion of Champions, ou as cinquenta entradas superiores a 100 pts de Neil Robertson esta temporada. Mais uma vez, esta situação afectou-me tanto que tenho de diluir estes ataques nervosos de alguma maneira.

Dia 19 de Dezembro de 2012 de manhã, o meu telemóvel toca e, como sempre, assusto-me. É um toque um pouco agressivo, mas que me impede certamente de falhar uma chamada tão importante como esta. A minha tia estava do outro lado da chamada com a notícia de que o meu tio tinha adorado a ideia de irmos os dois a Sheffield ver a final do World Championship, em Maio de 2013. «Trata dos bilhetes para o Crucible Theatre, que o tio trata do resto». Isto faz o dia de qualquer pessoa! Um pouco de ansiedade ao ligar o computador, visto que este dinossauro não é dos mais rápidos do mercado, e fui logo ao site, já com tudo pronto para fazer uma reserva, quando vi que os bilhetes não estavam disponíveis. Não será preciso dizer o que aconteceu depois.
«Tenho de tratar disto com mais antecedência».

24 de Novembro de 2013 foi a tentativa falhada II. Começámos a planear esta viagem em Setembro. Troca de mails, muitas páginas de hotéis visitadas, até que os bilhetes para a final voltam a estar indisponíveis. O meu tio pôs os seus contactos a funcionar e mesmo assim não lhe garantiram bilhetes. «Podemos reservar já os quartos de hotel e os bilhetes de avião e fazer uma pré-reserva da última sessão, mas nada é garantido».

Será que é uma vontade assim tão megalómana? Está na minha lista de desejos e garanto que, se não tiver um lugar reservado no campeonato de 2015, haverá revolução. Começa a ser minha convicção de que é mais provável receber a minha carta de Hogwarts (que há tanto tempo espero) do que conseguir ver arte numa mesa de snooker em Inglaterra. Fica aqui o meu apelo à International Billiards and Snooker Federation.

Escrever por linhas direitas

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camisolasberrantes

Hoje por acaso até dormi bem. Coisa que já não acontecia há umas semanas. Por motivos que para aqui não são chamados e por outros tantos que chamados para aqui não são. Interessa só e somente descortinar a piada cósmica e intrinsecamente cínica que é a nossa vivência térrea. Pois que se dormi bem, mal acordei deram-me os tremores. Sem motivo aparente. Avizinhar-se-á um mau dia?

Não. Nem por isso. Simplesmente o coração não esquece. E há sempre uma parte qualquer profunda no nosso âmago que adormecida nos acorda e nos relembra dos calafrios de outrora. Dos fantasmas que nos assombram as memórias, dos sorrisos que nos roubaram e das lágrimas que em nós despertaram. Assim despertei também. Com a indecisa certeza de que algo não batia bem.

E não batia mesmo. Por sete vezes. De sete vilipendiadas maneiras. Atingindo sete antigas chagas. De um coração recuperado, mas que ainda sofre. O dia foi o de hoje, muda o ano: 25 de Novembro de 1999. E por isso o sofrimento. Por isso o relembrar. Em mim descomemora-se mais um aniversário da maior derrota europeia de todos os tempos do Benfica: o 7-0 contra o Celta de Vigo.

João Vieira Pinto e José Calado no sofrimento contra o Celta de Vigo / Fonte: record.xl.pt
João Vieira Pinto e José Calado no sofrimento contra o Celta de Vigo
Fonte: Record

Oito tenros anos. Recordo que estava a dormir a sesta na sala dos meus avós. Lá acordei, porque já eram mais horas de jantar do que dormir, mas mal sabia para o que estava a acordar. Nem me consegui endireitar sob as ditas almofadas azuis e verdes – para ajudar ainda mais à pintura de tal desastre –, como se antevisse tal cenário decrépito e de cortar o coração. Bom, não tive propriamente de trabalhar nas minhas capacidades de futurologia para tal, porque o primeiro da noite surgiu logo aos 19 minutos e de grande penalidade. Ah, e o segundo e terceiro e quarto entraram ainda antes do final da primeira parte. Responsáveis? Por ordem: Valery Karpin, Makélélé, Mario Turdó e Juanfran. Depois disso, tudo se tornou turvo e confuso. A esperança dentro de mim morreu. E levou consigo um bocado da minha infância e da minha capacidade em confiar. Em todos. E no tudo e no nada, que é o futebol. Continuei deitado. Dormente. Apático. Perdido. A sofrer sem saber ainda como se sofre. Mas assim foi. Assim ficou.

Nesse ano o Celta acabaria por ficar em sétimo na Liga Espanhola e o Benfica em terceiro na Liga Portuguesa, atrás de Porto e Sporting, respectivamente. No que à Taça Uefa diz respeito, os espanhóis mataram o meu sonho na 3ª ronda e ainda tiveram tempo para eliminar a Juventus na ronda seguinte – com outra goleada por 4-0, em casa. Como o Benfica, mas de forma mais gloriosa, morreram nos quartos-de-final, contra os franceses do Lens. O troféu ficou para o Galatasaray.

No entanto, as rosas não têm só espinhos. Na sua coroa passeiam as ânsias dos amores, das paixões e da esperança vívida. Nem tudo é mau. Nem tudo é sofrimento e angústia. E o Benfica também teve as suas vitórias. As suas goleadas. Agora que já falámos da maior derrota de todas, olhemos antes para as cinco maiores vitórias de todos os tempos na Europa: duas em 1965 contra os luxemburgueses do Dudelange, por 10-0 cá e 8-0 lá. Outra em 1968 contra o Valur Football Club, da Islândia. Esta deu 8-1 em Lisboa. Em 1970 outro 8-1 em casa contra o já extinto Olimpija, clube esloveno que em 2005 “ressuscitou” sob o nome Nogometni Klub Olimpija Ljubljana. A fechar as contas o 7-0 contra o Fenerbahçe, em 1975. Mas como nem tudo é passado (longínquo) podemos também recuar a 2009 – ano de e à campeão –, quando o nosso Benfica impôs ao Everton a sua maior goleada de sempre: 5-0 na Luz, a contar para a Liga Europa. Nesse ano haveríamos ainda de chegar aos quartos-de-final, onde o Liverpool nos cortaria as pernas.

Em semana de Champions é preciso recuperar o espírito lutador e perceber que, mesmo na desgraça, há sempre um raio de sol que «lá no céu, risonho vem beijar». Se o nosso destino não for continuar na Champions, seja. Mas a sair, saímos de cabeça levantada como fizemos na Grécia, perante um Olympiakos totalmente vencedor, mas totalmente domado. A Europa a quem a merece. E o ano passado merecemo-la. Quem sabe este ano os deuses não escreverão tortuosamente por linhas direitas…

Gelo Fino

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portosentido

Após um grande início de campeonato, com bom futebol e destruição total dos adversários, o Porto está em quebra. De jogos muito conseguidos, com golos e sem conceder pontos, o Porto está instável. Com os jogadores em boa forma – alguns, como Lucho, numa forma excepcional – não se percebe por que há tanta dificuldade.
Pondo o plantel de parte, a culpa cai em Paulo Fonseca. O ex-treinador do Paços mostrou trabalho para treinar o Porto. Não é estranho ver Paulo Fonseca a treinar um dos “grandes”. Porém, após o período magno, onde tudo parecia correr bem, sem qualquer perturbação, a situação já não é tão risonha. A pressão da cultura de vitória, própria do Porto, aparenta estar a afectar Paulo Fonseca. O treinador que outrora era sereno, confiante e de pulso firme pode estar a perder o controlo da equipa.

O caso mais sonante foi o de Jorge Fucile. Saiu a público que houve mais do que um desentendimento entre treinador e jogador. Embora Fucile não seja uma das peças centrais do Porto, é uma situação que cria uma mossa. Mais importante do que um caso com um jogador é a forma da equipa. Desde a derrota em casa com o Atlético de Madrid que o Porto não voltou a ser o mesmo. Esse jogo marcou um ponto de viragem a partir do qual o Porto começou a vacilar.

Momentos como estes são os que fazem grandes treinadores. Pois, Paulo Fonseca não conseguiu ser um grande treinador naquela situação. Dragão ferido tem de lamber as feridas e seguir em frente rumo à vitória que não conseguiu no passado. O Porto de Paulo Fonseca parece ainda preso naquele momento. As feridas não foram tratadas e o dragão coxeia. Um dragão coxo não possui a imponência que lhe está inerente. Vejamos os factos, depois do Atlético, o Porto não venceu nenhum dos jogos europeus contra o Zenit e tem o apuramento em risco. No campeonato, as vitórias que teve foram sempre sofridas e sem grande segurança. Mais recente ainda, dois empates seguidos para a Liga. O Porto, que seguia isolado, está agora apenas 1 ponto à frente dos principais rivais.

Paulo Fonseca não é um treinador idolatrado. Na verdade, as opiniões face ao treinador portista divergem entre apoio incondicional e desconfiança absoluta. Se tem qualidade? Se não tivesse qualidade Pinto da Costa nunca o teria convidado a orientar os campeões nacionais. Se transmite confiança? Para mim, começa a dar sinais de sucumbir à pressão. No futebol, há momentos de forma. Estes não se aplicam apenas aos jogadores. Paulo Fonseca está, para mim, num baixo momento de forma. Há sempre espaço para melhorar e mudar as opiniões das outras pessoas. Enquanto portista, estou a espera que Paulo Fonseca me faça mudar de opinião. Neste momento, Paulo Fonseca está sobre gelo fino.

Armada Francesa de St James Park

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Hoje volto a escrever sobre a Premier League e tópicos não faltavam: poderia falar da desilusão de Moyes, do massacre em Manchester (do City sobre o Tottenham), do grande momento de forma da dupla Ramsey-Wilshere ou do mau futebol praticado pelo Chelsea. Contudo, decidi escrever sobre uma das equipas que se tem rejuvenescido desde Outubro, o Newcastle United.

A equipa do Norte de Inglaterra leva já uma série de três vitórias consecutivas: frente ao Chelsea de José Mourinho, contra o Tottenham de Villas-Boas e contra o Norwich City, no último fim-de-semana.

Loïc Rémy vs Norwich City
Loïc Rémy vs Norwich City / Fonte: ITV

Para este feito muito contribuiu a armada gaulesa dos Magpies, constituída por 10 franceses e suplantando, inclusive, o número de ingleses no plantel. A principal referência do Newcastle é, sem dúvida, Yohan Cabaye, jogador que foi associado a grandes clubes (como o Arsenal) no passado defeso. O médio é o motor da equipa, fazendo exibições de grande nível, com uma qualidade muito acima da média.

O outro grande destaque da equipa é Loïc Rémy, o 4º melhor marcador da Premier League, com 8 golos marcados, quase 50% do total de golos dos Toons. O francês, emprestado pelo QPR, está em grande forma e espero que não abrande.
Mas não só de franceses é feita esta equipa. Há jogadores como Tim Krul, na baliza, que também atravessa um grande momento de forma e vem demonstrando o porquê de ser considerado por muitos um dos melhores guarda-redes da Liga Inglesa. Outra referência é Tioté, um poderoso trinco com um pulmão incansável, que dá um precioso apoio à defensiva do Newcastle.

Aproveito esta deixa para falar um pouco da principal debilidade da equipa do Newcastle, precisamente a defesa: Coloccini já não tem as pernas de outros tempos e Yanga-Mbiwa falha demasiado; nas laterais os Magpies estão bem servidos, com Santon, que tem crescido muito como jogador, e Debuchy, que destaco como o melhor defesa da equipa.
Existem ainda jogadores como Papiss Cissé, ainda à procura da boa forma, ou Ben Arfa, que tem demasiados problemas físicos para aproveitar todo o seu potencial. Já Sissoko e Gouffran vão demonstrando que são apostas acertadas num Newcastle claramente a entrar nos carreiros após uma época muito decepcionante.

Alan Shearer, a lenda dos Magpies
Alan Shearer, a lenda dos Magpies / Fonte: sabotagetimes.com

Esta é, aliás, uma equipa que espero que venha a crescer até ao final do ano de 2013 e que mantenha uma boa forma para, quem sabe, atingir um lugar europeu a fazer lembrar os tempos de Alan Shearer. O manager Pardew conhece bem os cantos à casa e já demonstrou ser capaz de liderar um Newcastle com muito potencial mas sem o poderio financeiro de outras equipas. Tem sido bom ver este rejuvenescer do Newcastle, que os levou ao 8º lugar, ultrapassando o Tottenham nesta jornada.

Resta saber se a forma se manterá e se conseguirão dar o passo seguinte para um lugar no top 8 da tabela. Na minha opinião, a consistência defensiva e um ataque eficaz são os segredos para tal. Espero que consigam.

O Quebra-Recordes

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cab nba

Quando se fala em NBA, os primeiros nomes que vêm à cabeça das pessoas são Michael Jordan, “Magic” Johnson, Shaquille O’Neal e, nos dias que correm, Lebron James, pegam neste último como o protótipo de grande atleta, colocando-o perto de outros grandes do desporto contemporâneo, como Michael Phelps, Usain Bolt e até do nosso Cristiano Ronaldo.

Óptimos atletas como os acima referidos não aparecem todos os dias, e hoje vou falar sobre um que faleceu em 1999, que é detentor de inúmeros recordes. Infelizmente nunca tive a oportunidade de o ver jogar. Se ainda não sabem sobre quem vou escrever, passo a antecipar-me: vou escrever sobre, provavelmente, o maior e melhor atleta que já passou na NBA, Wilt Chamberlain.

Este foi, sem margem para dúvidas, dos jogadores mais atléticos a que o mundo já assistiu. Detentor de uma força e resistência impressionantes, Wilt Chamberlain aterrorizou os basquetebolistas do seu tempo com a sua faraónica estampa física, medindo 2,16m e pesando 125kgs quando apareceu pela primeira vez.

Vou debruçar-me mais precisamente sobre a época de 1961-1962. Este homem extraordinário que jogava nos Philadelphia Warriors, actualmente Golden State Warriors, acabou a época como melhor marcador, líder em ressaltos e minutos por jogo. Wilt marcou 100 pontos num jogo memorável frente aos New York Knicks, jogo esse que ainda hoje é relembrado por todos os amantes de basquetbol. Chamberlain fez essa proeza tal e qual um estudante universitário, ou seja, com uma directa e uma ressaca em cima. Mas, analisando alguns dados estatísticos, Wilt só não jogou 8 minutos em toda a época, não por cansaço, mas sim devido a uma expulsão por acumulação de faltas técnicas.

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Em cima temos as estatísticas da época de novato, da época de 1961-1962, ambas de Wilt Chamberlain, e da temporada passada do melhor marcador, Carmelo Anthony

Agora, para quem pensa que este homem “nasceu para o basket”, devo avisar que está redondamente enganado. Wilt Chamberlain bateu recordes no salto em altura quando frequentava a faculdade, porém, não se ficou por aí, batendo mais uns quantos recordes ao longo do seu percurso académico. É possível afirmar-se que, além da vertente atlética, também “nasceu para as mulheres”, sendo um enorme mulherengo. A sua maior proeza reside no facto de ter dormido com 23 mulheres diferentes em 10 dias. Wilt, que sofria de insónias, era conhecido por organizar orgias e ménages que faziam as delícias dos seus amigos e companheiros de equipa. Posto isto, quero aproveitar agora para pedir uma salva de palmas a este senhor, ele merece.

Voltando ao que interessa, quando entrou no liceu, não gostava de basquetebol. Considerava, aliás, que este era um “desporto para meninas”. Em contrapartida, o atletismo sempre o fascinou, participando em campeonatos escolares de diferentes modalidades. Chamberlain atingiu a marca de 1,98 m no salto em altura, 6,7m no salto em comprimento, 16,26 m no lançamento do peso e conseguiu correr cerca de 400 metros em 49 segundos. Proezas só ao nível dos predestinados fisicamente.

Estas marcas impressionantes foram alcançadas antes de descobrir o seu talento inacreditável para o basquetebol. Quando entrou na faculdade, Wilt Chamberlain inscreveu-se na equipa e conseguiu bater inúmeros recordes. Toda a sua habilidade para este desporto, rapidamente o colocou no topo da NCAA que é, como devem saber, extremamente importante na transição para a principal liga americana. Aquando da sua chegada, bateu os recordes de ressaltos e pontos, tanto num jogo, como na média de ambos os dados estatísticos na época de rookie. Um fenómeno. O lugar na história pertence-lhe e de lá já ninguém o tira. Assim foi a vida de Wilt Chamberlain, o “senhor 100 pontos”.

Encontramos Bill Russell a ser defendido pelo seu maior “némesis”. Os encontros destes dois titãs eram os mais esperados durante o ano.  http://vivaobasquetebol.wordpress.com/2012/06/09/lendas-do-basquetebol-bill-russel-wilt-chamberlain-e-kareem-abdul-jabbar/
Encontramos Bill Russell a ser defendido pelo seu maior “némesis”. Os encontros destes dois titãs eram os mais esperados durante o ano.
Fonte: vivaobasquetebol.wordpress.com
Wilt Chamberlain a defender a estrela em ascensão, na altura, Kareem Abdul-Jabbar.  http://basketballneverstops.tumblr.com/
Wilt Chamberlain a defender a estrela em ascensão, na altura, Kareem Abdul-Jabbar.
Fonte: basketballneverstops.tumblr.com/

Costuma-se dizer que podemos avaliar um atleta de acordo com os seus concorrentes e Wilt Chamberlain deparou-se com dois dos melhores postes de sempre. Bill Russell, que foi campeão da NBA por 11! vezes, e Kareem Abdul-Jabbar, atleta que também possui sobre a sua alçada inúmeros recordes, sendo o mais notável o título de melhor marcador da NBA de sempre. A diferença para o “segundo classificado” é de quase 1500 pontos.

A verdade é que é muito complicado analisar um dos jogadores mais dominantes da história da NBA. Este atleta era tão completo que afirmava ainda receber convites para algumas equipas da liga aos 50 anos.

Em comparação com Wilt, duvido que tenhamos a hipótese de ver outro atleta igual.

Dois em Um

futebol de formação cabeçalho

O futebol está, através do senso comum e, muitas vezes, dos meios de comunicação social, associado a uma rápida ascensão social. O jogador de futebol profissional surge, em inúmeras ocasiões, ligado a uma despreocupação financeira e à facilidade em obter bens materiais de alta qualidade. Um futuro no futebol é visto como uma “galinha dos ovos de ouro”.

Em tempos de crise económica, esta realidade torna-se ainda mais apetecível, mexendo com o imaginário dos jovens. Na verdade, um atleta com sucesso que jogue na formação de um bom clube pode vir a receber, com apenas 16 anos, mais do que o ordenado mínimo. Porém, quantos jogadores da formação destes clubes acabam por conseguir um lugar na equipa principal? A maior parte destes jovens atletas acaba por se perder na longa caminhada; outros, em menor número, conseguem fazer carreira em clubes secundários, clubes estes que estão longe de ter possibilidades económicas para garantir salários desmedidos, sendo que alguns até ficam em divida para com os atletas.
Como se pode comprovar pelos plantéis dos três grandes de Portugal, onde grande parte dos titulares nem tem nacionalidade portuguesa, uma ínfima parte dos jovens atletas ascende a este patamar.

E o que acontece ao jovem atleta que, durante anos, centrou a sua vida no futebol, quando atinge o fim da sua carreira? Tem de haver uma readaptação social que, tendo em conta o mercado de trabalho cada vez mais competitivo e exigente, só é possível com uma boa formação académica. Daí a importância para um jovem atleta de priorizar o papel da escola ao longo da construção da sua carreira desportiva.
Porém, o tempo que um atleta de formação dedica ao futebol difere em pouco da carga horária necessária para frequentar a escola. E, para dificultar mais ainda a tarefa, o ensino bombardeia os alunos com conteúdos afastados, em interesse e aplicabilidade, do quotidiano. É tão vasta a quantidade de matéria lecionada que é escasso o tempo que sobra para a consolidar. Se isto é uma dificuldade para um aluno dito “normal”, tamanha é a exigência para um aluno atleta, cujo sonho não está diretamente dependente do seu desempenho escolar. Treinos diários de manhã obrigam a perder aulas; treinos diários à tarde pouca energia deixam para estudar; tempo livre ao fim-de-semana? É dia de jogo! Idas a estágios da Selecção Nacional implicam viagens e, consequentemente, ausências de longa duração que resultam em perda de conteúdos escolares; e se o atleta participar noutras competições, como é o caso da UEFA Youth League, então aí o tempo voa!

Neste contexto, é raro o jogador que frequenta o Ensino Superior; normalmente a meta é o 12.º ano. E, mesmo assim, alguns nem chegam a concluir o ensino secundário, atualmente a escolaridade obrigatória. Tendo os clubes um papel preponderante nesta fase tão decisiva da vida dos atletas, talvez esteja na altura de assumirem a sua obrigação social e de agirem como tutores ativos, criando planos pedagógicos de apoio aos atletas, incentivando-os a estudar, facultando-lhes os apoios necessários e até mesmo estabelecendo planos de entendimento com a escola. O próprio Ministério da Educação devia reconhecer esta realidade e criar ferramentas efetivas de apoio aos atletas que facilitassem a conciliação entre a exigência desportiva e a necessária aprendizagem com sucesso dos conteúdos académicos.
Afinal, a escola assume um papel fundamental na vida dos jovens, na medida em que lhes faculta capacidades diversas e transversais para o sucesso no desporto e na vida. A escola, mais do que um local de transmissão de informação e de conhecimento, é um lugar de construção da personalidade dos indivíduos, de confronto de ideais e de formação do ser.

Portugal tem sido lanterna vermelha no ensino ao nível europeu. Talvez esteja na altura de abandonar a posição de carro vassoura e perceber que o seu futuro depende, incontestavelmente, do tipo de investimento que é feito na Educação da sua geração vindoura. Grandes mudanças devem ser pensadas para os planos escolares, redefinindo a importância de diferentes disciplinas e conteúdos, dos tempos de permanência em salas de aulas convencionais e até mesmo na própria escola. Urge dar sentido à aprendizagem e aproximar a escola de cada projeto de vida.

Em tempos de crise económica, não podemos permitir outras crises, sobretudo em áreas fulcrais que podem combater e mitigar os seus efeitos, ou não são a educação e o desporto faróis que podem apontar para a esperança de um futuro melhor?

Vitória de Guimarães 0-1 Sporting: A vitória do querer, da raça e da vontade

escolhi

Tive um treinador ao longo da minha formação futebolística que me marcou especialmente. Esteve, na época passada, a orientar o Olhanense que acabou por salvar nas últimas três jornadas e está, este ano, no Fátima onde passa por algumas dificuldades provenientes de problemas que ultrapassam as quatro linhas. Falo de Bruno Saraiva e uma das muitas coisas que aprendi com ele foi que haverá sempre jogos que não se irão decidir na técnica, no brilho e através da inspiração. O querer, a raça e a união serão, aí, os pratos que equilibrarão a balança carente de magia. Hoje, em Guimarães, foi assim que o Sporting conquistou os três pontos. E estes não valem menos que os outros.

O Sporting entrou mal no jogo. Com o onze expectável, talvez tenha entrado com a mentalidade errada num jogo em que se previa existir muitos mais momentos de luta do que de futebol bem jogado. E assim foi. Mas, nos primeiros 30 minutos, foi o Guimarães a conseguir ganhar a maior parte das bolas divididas e, consequentemente, os duelos individuais. Maazou ia ganhando quase todos os lances a Maurício que usava e abusava da falta; Abdoulaye também dominava os lances quando chamado a intervir e o tridente do meio-campo (muitas vezes transformado em quadra, com a descida de Barrientos) formado por Leonel Olímpio, André Santos e André André ia conseguindo alguns espaços a partir dos quais a equipa da casa gerou alguns ataques perigosos, inclusive uma bola ao poste através do possante ponta-de-lança nigerino. William Carvalho fez talvez os minutos mais instáveis desde que se afirmou na equipa, Capel não aparecia no jogo e Adrien e André Martins também não conseguiram assumir o jogo, embora mostrassem vontade de o fazer. Carrillo foi, ainda assim, o melhor da equipa, desequilibrando pela via individual.

Sensivelmente a partir da meia hora de partida a equipa de Alvalade conseguiu estabilizar o seu jogo. Sem fazer um jogo brilhante, o Sporting passou a pôr a bola mais tempo junto ao relvado e, dessa forma, contrariar o jogo aéreo em que o Guimarães se havia mostrado superior. O resultado ao intervalo era justo mas, a haver alguém a merecer a vantagem, era a equipa de Rui Vitória.

No segundo tempo manteve-se a tendência dos últimos quinze minutos da primeira parte. O Sporting a ter mais bola, mais iniciativa e, aos poucos, a ir encostando o adversário atrás. Contudo, faltavam as ideias. E as oportunidades de golo, para ambos os lados, iam sendo raríssimas (quase nulas, mesmo) fruto da ausência da tal envolvência de que o jogo foi carente durante os noventa minutos.

Leonardo Jardim hesitava em mexer na equipa e o Sporting ia-se mostrando amarrado. Foi apenas quando lançou Carlos Mané – penso que foi injusto para Carrillo ter sido o primeiro a sair, embora tenha quebrado um pouco na segunda parte -, Diogo Salomão e, por fim, Islam Slimani que o Sporting se mostrou mais perigoso. Principalmente com a última substituição, já depois dos oitenta minutos, foi ganha a dimensão aérea e, sobretudo, uma outra presença nos últimos metros que até então eram demasiado desertos de verde-e-branco. O esquema remodelou-se – mais uma vez – do 4x3x3 para o 4x4x2 e, embora primeiro até tenha visto um golo seu ser anulado, Slimani voltou a marcar nos instantes finais e, desta vez, a conseguir mesmo garantir a vitória para o Sporting. Reside a dúvida sobre se será este o esquema ideal para as pretensões do clube de Alvalade. É já o terceiro jogo consecutivo em que o 4x4x2 rende golos e, no campeonato, vitórias, depois do Marítimo ter sido derrotado na segunda parte em Alvalade.

Este foi daqueles jogos em que foi o querer, a garra, a capacidade de sacrifício e a união que trouxeram os três pontos, preciosos, de volta para Lisboa. Os jogos acabam quando o árbitro apita e esse é outros dos pontos positivos que o Sporting vai deixando: pelo segundo jogo consecutivo, Slimani marca já depois dos noventa minutos. Pode ser coincidência mas acredito principalmente que pode ser a mentalidade certa e a preparação ideal durante os treinos. E isso é fruto de uma boa organização… que já não se via há muito por Alvalade. Estamos a um ponto do topo mas esse não tem de ser um factor que nos leve à perda do rumo que até agora tem sido muito bem traçado e respeitado.

Sporting: Hoje não era o nosso dia

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cab futsal

Má sorte? Má finalização? Boa exibição do guarda-redes adversário? Sim, foi uma mistura destes três fatores que nos tirou a vitória, hoje, contra a equipa do Araz.
Era com grande expetativa que todos nós, sportinguistas, esperávamos esta Ronda de Elite; nos dois primeiros jogos fomos muito superiores aos nossos adversários, vencendo por 6-1 os húngaros do Rába ETO e os holandeses do Eindhoven. Bastava o empate para passarmos à Final Four, mas era aí que estava o problema: conseguir o empate contra uma das melhores equipas da Europa, grupo onde podemos incluir também o Sporting.

Pavilhão cheio, tal como nos outros dias, com adeptos a não poderem entrar por o pavilhão já estar lotado, foi o que os jogadores do Sporting encontraram este domingo. Um apoio fantástico que nem o jogo da equipa de futebol em Guimarães conseguiu impedir.
Foi um jogo muito disputado, em que o Sporting conseguiu criar sempre mais perigo que os azeris – o mais correto talvez seja brasileiros –, mas onde a eficácia não foi a melhor. Aos 11 minutos, Fabiano abriu o marcador; primeira desilusão em Almada. Desilusão que se tornava em alegria menos de um minuto depois, quando Divanei fez um grande golo na marcação de um livre direto. Mas o Araz não demorou a repor a vantagem no marcador, por intermédio de Borisov, resultado que se manteve até ao intervalo.

A segunda parte abriu com dois golos, um para cada lado. Primeiro, foi Amadeu a marcar pelos azeris, mas Deo respondeu com um bico menos de 30 segundos depois. Voltava a esperança em Almada e o Sporting continuava por cima, mas já diz o ditado que “quem não marca sofre”; foi isto que aconteceu. Felipe marcou mais um para o Araz. O Sporting tinha 15 minutos para marcar dois golos, de forma a chegar, pelo menos, a um empate. Viu-se, então, mais um festival de golos falhados pelo Sporting, quer seja pela má pontaria, quer seja pelas excelentes defesas de Buranello, o melhor em campo e talvez o grande responsável pela derrota.

Deo, autor do segundo golo Fonte: FootballDream
Deo, autor do segundo golo
Fonte: FootballDream

A cerca de sete minutos do fim, Alex começou a jogar a guarda-redes, fazendo o cinco para quatro na procura de, pelo menos, dois golos; e foi precisamente Alex quem marcou o terceiro, a quatro minutos e meio do fim. Depois do golo, o Sporting deu tudo, quer em campo, quer na bancada, mas não conseguiu fazer o tão desejado quarto golo, sofrendo ainda mais dois. Foi 6-3 o resultado final, que, como disse Nuno Dias no final do encontro, não representa o que se passara em campo.
Acabou, assim, o nosso sonho de sermos campeões europeus. Mas preparem-se, que para o ano há mais.