Neste fim-de-semana, jogar-se-á no Dragão o primeiro de três compromissos caseiros consecutivos no espaço de oito dias. Antes da recepção ao Zenit, a meio da semana, e do clássico contra o Sporting, agendado para o dia 27, o FC Porto disputa a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal.
A partida com o Trofense será importante por várias ordens de razão: primeiro, porque marca o regresso à competição após uma longa paragem; depois, porque a margem de erro é nula, sendo este um jogo a eliminar numa competição em que o FC Porto esteve particularmente mal nas últimas épocas; por fim, e é sobre isso que este artigo trata, porque representará a primeira oportunidade realmente séria para alguns jogadores do plantel demonstrarem o que valem e marcaram uma posição.
Como tradicionalmente acontece nesta competição, será o segundo na hierarquia dos guarda-redes a assumir a titularidade. Fabiano Freitas terá, assim, a possibilidade de acumular os primeiros minutos da época na equipa principal e a responsabilidade de manter a baliza inviolável.
Na defesa, antevêem-se igualmente algumas alterações. A mais aguardada pelos adeptos é a possível estreia de Diego Reyes com a camisola azul e branca. A adaptação do central mexicano, contratado este Verão por sete milhões de euros, tem sido tratada com pinças pela estrutura do clube. Depois de várias semanas de trabalho específico para ganhar massa muscular e de um punhado de utilizações pela equipa B, poderá ter finalmente espaço para mostrar o seu valor na primeira equipa. Mais certa é a utilização de Maicon. O brasileiro lesionou-se contra o Gil Vicente, na 4.ª jornada do campeonato, há mais de um mês, e desde então nunca mais foi utilizado. Fruto da necessidade de readquirir ritmo competitivo, será um fortíssimo candidato à titularidade. Pelas características de um e de outro, Reyes e Maicon poderão formar uma dupla muito competente. O primeiro é rápido, excelente na antecipação e capaz de sair a jogar com elegância; o segundo é poderoso fisicamente, dominador no jogo aéreo e forte na marcação.


Outra das novidades será a mais que provável inclusão de Jorge Fucile no onze, para jogar à direita. Até agora, só actuou na Supertaça (quando Danilo cumpria castigo) e em Paços de Ferreira (quando o brasileiro saiu tocado). Há outras hipóteses, embora substancialmente mais remotas: experimentar o jovem Ricardo a lateral ou dar descanso a Alex Sandro, puxando Fucile para a esquerda. Reintegrado no FC Porto por Paulo Fonseca, o uruguaio poderá afirmar-se, uma vez mais, como um elemento precioso do conjunto portista.
Como não podia deixar de ser, no meio-campo, perfilam-se algumas mexidas. Desde logo, há duas cartas fora do baralho: Josué, suspenso, e Izmaylov, a contas com problemas pessoais, estão indisponíveis. Acredito que Fernando e Herrera venham a manter a titularidade em relação ao último jogo. Pressupondo que Lucho será resguardado, deverá ser Quintero a assumir a posição de El Comandante. Caso o treinador decida não abdicar do capitão, o colombiano deverá jogar encostado ao corredor direito. Creio que Defour e Carlos Eduardo ficarão de fora das escolhas iniciais, embora eu gostasse de ver o brasileiro, que tem sido opção regular na equipa B, em acção. Este jogo será fulcral para aferir a consistência de Herrera e perceber se está, ou não, preparado para substituir definitivamente Defour (note-se que o belga, jogando com mais liberdade do que no clube, esteve mais uma vez em destaque pela selecção e deverá ser o titular contra Zenit e Sporting). Além disso, será essencial para descortinar se Quintero tem, ou não, capacidade para pegar na batuta durante os noventa minutos sem desaparecer do jogo. Uma grande exibição pode aumentar-lhe os índices de confiança.


Nas faixas, Varela deverá ser poupado e Kelvin, que vem de lesão, dificilmente será chamado. Licá é praticamente certo à esquerda. À direita, prevê-se que Ricardo, já lançado em cinco ocasiões por Paulo Fonseca, deva ser titular pela primeira vez. O internacional sub-21 tem dado boas indicações e poderá somar pontos na corrida pelo lugar, até porque a posição de extremo é das mais carenciadas no plantel.
Na frente de ataque, Ghilas será, com certeza, o titular. Depois de ter sido lançado nos dois jogos em que o FC Porto obteve resultados negativos (Estoril e Atlético de Madrid) em cima do apito final, terá, no Sábado, a sua primeira verdadeira oportunidade de se evidenciar e de começar a morder os calcanhares ao incontestável Jackson Martínez. Ao longo da temporada transacta e dos jogos de pré-época, o argelino apresentou argumentos físicos e técnicos muito interessantes. Correspondendo com um bom desempenho – especialmente, com golos – poderá ganhar motivação e começar a jogar mais vezes.
O próximo desafio será determinante para avaliar a resposta dos jogadores menos utilizados e compreender quem poderá merecer a confiança de Paulo Fonseca num futuro próximo. Há uma série de elementos que têm, neste jogo, uma oportunidade de ouro. Deverão agarrá-la com unhas e dentes.

