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Rafael Nadal é o melhor tenista do mundo em 2013

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cab ténis

Já é oficial: Rafael Nadal acabará o ano de 2013 como nº1 do ranking mundial do ATP. Após a vitória frente a Stanislas Wawrinka por 7/6 e 7/6 no terceiro dia do Masters de final ano do circuito mundial masculino.

O tenista espanhol partiu para esta competição de final de ano à frente de Novak Djokovic; no entanto, ainda não era seguro que Nadal conseguisse segurar o topo do ranking. Após a vitória da Quarta-Feira passada, o tenista espanhol garantiu assim este primeiro lugar, sendo assim a terceira vez que consegue tal feito, dois anos após o ter conseguido pela última vez.

E num dia em que decorre ainda o ATP World Tour Finals, o tal Masters de final de temporada, é no entanto mais importante recordar a temporada de Rafael Nadal. Numa época em que chegou a estar no 5º lugar, o tenista espanhol conseguiu “ceifar” posições até chegar ao topo do ranking mundial, destronando assim o consistente Novak Djokovic.

O tenista espanhol iniciou a temporada da melhor forma, com uma final e duas vitórias, uma delas num ATP 250, para em Março vencer o primeiro ATP 1000 frente a Del Potro. Naquele que viria mais uma vez a ilustrar o duelo do ano, no primeiro confronto, Nadal perde para Djokovic na sua “segunda casa”, Monte Carlo.

Rafael Nadal com David Ferrer – Roland Garros 2013 http://www.theguardian.com/uk
Rafael Nadal com David Ferrer – Roland Garros 2013
Fonte: theguardian.com/uk

Maio foi o mês do relançamento definitivo de Nadal, com vitórias em Madrid, frente a Wawrinka, e Roma, frente a Federer, e culminando com a vitória em Roland Garros frente a David Ferrer, fazendo assim uma temporada de terra batida incólume.

Depois da desilusão em Wimbledon, onde perdeu na ronda inaugural, Nadal “pegou de estaca” no piso rápido americano, vencendo Canada e Cincinnati para triunfar em Flushing Meadows, derrotando Novak Djokovic na final do US Open e dando assim a melhor resposta à derrota de Monte Carlo no início da temporada.

O resto da temporada foi em ritmo de descompressão; no entanto, Nadal pode ainda apostar as restantes “fichas” no Masters londrino, onde pode dar um final épico a esta temporada de recuperação, após lhe ter sido ditado o final de carreira depois da complicada lesão de que foi vítima. Nadal é isso mesmo, um poço de força e de vontade que “cerra o dente” conquistando vitórias atrás de vitórias. Ele está de regresso ao topo; goste-se ou não, Rafael Nadal está novamente a 100% nos courts.

Quanto aos restantes, a Djokovic “resta” um 2º lugar e David Ferrer lutará por um lugar no top3 que será uma grande vitória para a sua carreira. Del Potro irá tentar beneficiar da lesão de Murray para subir, podendo ainda ameaçar o lugar de Ferrer enquanto a Roger Federer resta lutar por subir o mais possível, ameaçando o 6º lugar de Berdych, ou pelo menos garantir que não será ameaçado por Wawrinka, pela primeira vez dentro do top10 no final de uma época, ou Gasquet, que desde 2007 que não termina uma temporada dentro do top10.

Agora resolve, Paulo Fonseca!

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opinioesnaomarcamgolos

Paulo Fonseca começa a criar-me dúvidas. Não dá, não consigo entender aquela segunda parte na Rússia! Já havia dito que este treinador falhava nos jogos pequenos, mas começo é a achar que ele não sabe mexer na equipa quando esta precisa de um abanão.

A poucos dias do jogo, Paulo Fonseca veio dizer que só a vitória interessava. Isso é muito bonito, mas o que adianta querer ganhar se for para ficar a ver jogar? É que foi exatamente isso que aconteceu na segunda parte! A equipa precisava de um abanão, precisava de alguém que dissesse “Subam! Corram! Pressionem! Varela, Lucho, entrem na área para apoiar o Jackson! E troquem mais a bola!”. Mas não aconteceu. Paulo Fonseca ficou a ver jogar, deixou o Zenit impor o seu jogo (que, sejamos sinceros, não era um jogo muito difícil de anular), e deixou que o Arshavin entrasse em campo para segurar ainda mais a bola, principalmente nos minutos finais, que é a melhor altura para o fazer, forçando o desespero de uma equipa que precisa de ganhar e esperando que, no processo, cometa alguns erros. Felizmente o único erro foi aquele que possibilitou o golo ao Zenit. Ou infelizmente.

Paulo Fonseca já deixa dúvidas / Fonte: sapo.pt
Paulo Fonseca já deixa dúvidas / Fonte: sapo.pt

E, segundo Paulo Fonseca, quando só a vitória interessa, o que é que se faz? Deixa-se o Jackson em campo (talvez contasse ter sorte nas bolas paradas), que tem estado super apagado esta época, mete-se o Licá (na minha opinião, a melhor contratação desta temporada) a 15 minutos do fim e o Ghilas a 5. Num jogo em que estava difícil construir jogadas de ataque para dentro da área e não para os lados (este Porto tem sido expert em atacar os fotógrafos), se calhar precisávamos de um ponta-de-lança que conseguisse vir buscar jogo ao meio campo. Já está mais do que provado que Jackson, não estando plantado perto da área, onde é incrivelmente forte, não acrescenta nada à equipa. Eu sei que Ghilas não tem minutos suficientes para jogar o tempo todo, mas de certeza que aguenta bem mais do que 5 minutos em campo!

E o pior? Nem o empate merecíamos! Foi um daqueles jogos em que, se tivéssemos ganho, eu não conseguia festejar “à Porto”. Porque, tal como André Vilas Boas disse no passado, fico doente quando ganhamos a jogar mal. E não perdemos porque o árbitro “roubou” a Hulk a oportunidade de se redimir num segundo penalty. O Helton defendeu o primeiro, mas todos sabemos que também foi muito mal marcado pelo incrível.

Agora restam as contas. Temos de ganhar os dois jogos que faltam e esperar que o Zenit empate ou perca pelo menos um. Depois de ver o que este Porto tem feito se calhar é melhor começar a pensar na Liga Europa e a quem vender o Fernando já em janeiro. Porque a realidade do Porto é explicada numa equação básica: FC Porto – Champions = venda de jogadores chave. Paulo Fonseca bem que podia começar a pensar nos problemas que vai criar ao clube caso não saiba resolver equações…

In Memoriam Regis

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A língua portuguesa tem esta riqueza. Apesar de, por vezes, não se conseguir entender o significado de palavras ou expressões idiomáticas próprias, permite-nos compreender vocábulos e representações de outras línguas. Neste caso é a nossa língua mãe: o latim. Ela já morreu, mas deixou-nos um grande legado. E não é difícil entender o que esta frase significa: “em Memória do Rei”.

Foi na pequena cidade piscatória de Santos, estado de São Paulo, que se fundou, em 1912, um clube de gente humilde. Uma equipe que dominou o futebol do Brasil e do mundo. Alguns anos mais tarde, na cidade mineira de Três Corações, nascia um rei. “Um rei negro fora de África?” Nada mais certo. E os destinos do Santos Futebol Clube e de Edson Arantes do Nascimento cruzaram-se para a vida – e para bem do futebol.

– “Edson? Quem é este moço?” Diziam que ficou conhecido por Pelé. – “Pelé quem? O grande Pelé?” Esse mesmo. Tricampeão do mundo pela seleção brasileira entre 1958 e 1970 e hexacampeão pelo Santos na década de 60. Aquele que encantou gerações e fez sonhar a maior potência futebolística já alguma vez vista. O homem dos mil golos. O artista operário e o atleta do século XX. Falar em Santos é falar em Pelé. E vice-versa. Para além destes títulos, somam-se ainda duas Taças Libertadores da América e duas Intercontinentais no mesmo ano: 1962, contra o Rei da Europa Benfica, e 1963, com os italianos do Milan.

Pelé campeão do mundo em 1970, no México / Fonte: lendasdoesporte.blogspot.com
Pelé campeão do mundo em 1970, no México / Fonte: lendasdoesporte.blogspot.com

Costuma dizer-se que o Santos é o clube mais simpático do Brasil. Com uma massa adepta relativamente pequena para o gigantismo do clube, os seus torcedores são calmos. Ostentam na alma um semblante de vitórias e glórias. O Peixe – o animal representativo e autêntico amuleto do Santos, nada mais próprio – pode dormir descansado nas águas mansas do porto da cidade com o mesmo nome. Será difícil ser pescado. Com o novo formato do Brasileirão, que entrou em vigor a partir de 1971, o S.F.C. só foi feliz em duas ocasiões: em 2002 e 2004. É verdade que Neymar, Paulo Henrique Ganso e companhia ainda fizeram o tri-campeonato no estadual Paulista, mais uma Copa do Brasil, e ganharam a Libertadores da América em 2011. Na Vila Belmiro vimos nascer os maiores talentos do futebol mundial. De Robinho a Diego, passando por Carlos Alberto Torres e Neymar, os santistas podem ter a esperança de um futuro risonho. Se é certo que continuam a ser defensores de um ideal tão brilhante, também é certo afirmar que, com Pelé, o Peixe nunca tinha sido tão feliz.

São Roberto do Pireu

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Terceiro Anel

Que noite de desespero, aquela que se viveu durante o Olympiakos vs Benfica nesta passada terça-feira! Benfica a jogar bem como ainda não o havia feito durante esta temporada, a dar o litro em campo, a criar oportunidades, a praticar um futebol entusiasmante. E não se ganhou porquê? Porque Roberto Jímenez, o homem que me levou a um estado depressivo durante a época 2010/2011, fez uma exibição tremenda. Portanto, caros adeptos do Olympiakos e gregos em geral, bem podem pedir ao Papa Francisco a canonização deste estranho ser espanhol, que tem momentos deliciosos na baliza mas que do nada tem a capacidade de quase fazer entrar em colapso milhões e milhões de adeptos.

Roberto e colegas de equipa festejam a vitória sobre o Benfica / Fonte: deportes.terra.com.pe
Roberto e colegas de equipa festejam a vitória sobre o Benfica
Fonte: deportes.terra.com.pe

Caro Roberto, sei que vais ler este artigo, e por isso mesmo exijo que me respondas! Porque é que na pré-temporada, no Verão de 2010, sofreste um golo de baliza a baliza? Porque é que infernizaste as minhas tardes na praia, após rubricares péssimas exibições nessa fase? Porque é que em Agosto desse ano, na Supertaça, não agarraste a bola depois daquele cabeceamento do Rolando? Porque é que nesse mesmo mês quase me levaste a um desmaio após o “duplo frango” na Choupana? Porque é que há três anos, num Benfica vs Lyon na Luz, permitiste que a equipa francesa reduzisse no marcador, após uma saída intempestiva da baliza? Porque é que estragaste o meu domingo de Carnaval, em 2011, ao seres ridiculamente batido em Braga, num livre do Hugo Viana? Porque é que introduziste a bola dentro das próprias redes, depois de um lance inofensivo do Guarín, oferecendo o título ao FC Porto? Porquê? Mas porquê?

Porque é que engataste na terça? Porque é que ainda dás cabo de nós, de toda a nação benfiquista? E eu a pensar que o teu erro na Luz, há duas semanas, era o sinal de uma tentativa de reconciliação com os adeptos do maior clube de Portugal. Eu já te tinha perdoado, pá! E agora fazes-me isto? É que agora, para voltares a ser pessoa desejada para os nossos lados, vais ter que voltar a ser coveiro, que é como quem diz a borrar a pintura nas partidas frente ao PSG e ao Anderlecht.

Quanto a ti, caro Benfica, sabes porque é que eu não falei muito de ti nesta crónica? Porque me seduziste, porque me encantaste de novo. E assim, entrando no período pós-azia, afirmo com total convicção: jogando como jogaste no Pireu, ganhas ao Sporting! É que não duvido disso. Portanto…porta-te bem, porque o azar não durará para sempre. Temos melhor equipa do que o Sporting, temos um Markovic de regresso aos seus momentos de esplendor, poderemos ter um Estádio da Luz com ambiente infernal.

Carrega, Benfica! E boa semana para ti, Roberto Jímenez. Não sou de guardar rancor às pessoas…

Mais uma semana, mais uma comparação, mais uma polémica, mais “mil” campeões…

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cab Surf

Depois da lenda Laird Hamilton ter criticado pelo “youtube” o wipeout de Maya Gabeira, esta acabou por lhe responder através de uma entrevista  ao programa “Esporte espetacular”, no canal TV Globo. A surfista brasileira de 26 anos que enfrentou a morte na praia da Nazaré afirmou que tem vindo a treinar bastante para poder fazer concorrência a ondas com o potencial da Nazaré. Maya disse ainda que Hamilton perdeu a oportunidade para estar calado, uma vez que este também disse que a onda que Carlos Burle apanhou na Nazaré não foi completa, o que se pode traduzir por descer a onda, esperar que ela rebente e depois sair para um dos lados sem cair.

A Nazaré, que não pára de ser falada em todo mundo, foi esta semana comparada a Mevericks, uma das ondas mais perigosas e onde é realizada uma das competições mundiais de ondas grandes. Nesta competição, o objectivo é apanhar a onda no crítico (zona onde a onda é mais cavada), tornando-se assim mais dificil. Na passada sexta-feira, os surfistas Andrew Cotton, Garrett McNamara e Eric Rebiére surfaram na Nazaré, mas desta vez sem a ajuda da mota da água. Com ondas a rondar os sete metros, estes três surfistas de renome internacional acabaram por apanhar estas “bombas” a remar, sendo assim comparadas às monstruosas ondas de Mavericks.

Um bonito e perfeito set a entrar na costa da Nazaré  http://www.surftotal.com
Um bonito e perfeito set a entrar na costa da Nazaré
Fonte: Surftotal.com

Esta semana ficou também marcada pela finalíssima do surf dos escalões sub 12, sub 14, sub 16, sub 18 e sub 18 feminino. S.Pedro do  Estoril foi o palco desta competição com o objectivo de encontrar os novos campeões nacionais de surf esperanças.

O jovem João Vidal, de apenas 12 anos, que diz que se quer tornar surfista profissional, tornou-se o campeão mais novo ao vencer o campeonato nacional de sub-12 pela segunda vez consecutiva.

No sub-14, João Moreira tornou-se campeão depois de no ano passado ter disputado o seu lugar até ao fim. É também de louvar o atleta Vasco Monica, surfista da praia de S.Torpes, Alentejo, que, apesar de ter saído derrotado nesta finalíssima, esteve em primeiro lugar durante quase todo o ano.

Taças dos finalistas do campeonato nacional de surf esperanças www.surftotal.com
Taças dos finalistas do campeonato nacional de surf esperanças
Fonte: Surftotal.com

Depois de se ter tornado campeão nacional de 2012 no escalão de sub-16 e sub-18, o surfista Guilherme Fonseca voltou a ser campeão, mas desta vez apenas na classe sub-16, uma vez que este ano deixou escapar o título para João Kopke, surfista local da praia de carcavelos que se tornou campeão de sub-18.

Tal como o surfista da linha, tambem Camilla Kemp se tornou campeã ainda na penúltima etapa, acabando com o sonho dos outros atletas dos respectivos escalões.

Futebol de Formação: UEFA Youth League

futebol de formação cabeçalho

UEFA Youth League 2013/14, originalmente intitulada como o Campeonato Sub-19 da Liga dos Campeões, é a primeira edição deste tipo de torneio, sendo disputada pelas equipas de juniores  dos 32 clubes europeus que se classificaram no escalão de seniores para a fase de grupos. Tal como o próprio nome indica, é uma versão bastante idêntica à prova europeia mais importante a nível dos clubes. As equipas da UEFA Youth League vão jogar numa fase de grupos com o mesmo calendário e com os mesmos emblemas do escalão sénior.  Deste modo, os representantes portugueses são o S.L. Benfica e o F. C. Porto.

Comecemos pelo Centro do país. O S.L. Benfica já fez quatro dos jogos do seu calendário para este torneio europeu e a sua participação tem sido motivo de orgulho para Portugal. No primeiro jogo, venceu por 3-0 o Anderlecht, com uma prestação ao mais alto nível. No segundo jogo, visitou o Stade Montbavron, em Versalhes, e venceu por 4-1 o Paris Saint-Germain (PSG), mostrando um forte colectivo. Recebeu, depois, o Olympiacos, e, apesar do empate final (0-0), a equipa da casa esteve inúmeras vezes perto de assumir vantagem no marcador, mostrando superioridade em relação ao seu adversário. Esta superioridade viria a revelar-se no quarto jogo, com uma viagem a Atenas e mais uma vitória (0-1), a qual coloca a equipa portuguesa  no 1º lugar do Grupo C, com 10 pontos e com cinco de vantagem para o 2º classificado (PSG). O S. L. Benfica encontra-se, assim, a um pequeno passo do apuramento para a fase seguinte da competição.

A equipa do Norte de Portugal, ao contrário do S.L. Benfica, actual campeão nacional de juniores, não entrou com o pé direito na competição, ao perder por 3-0 com a equipa de Áustria de Viena. Porém, a equipa portuguesa redimiu-se ao ganhar por 3-1 ao Atlético de Madrid, mostrando a sua grande qualidade ofensiva. No terceiro jogo, ao receber o Zenit no Centro de Estágio do Olival, em Vila Nova de Gaia, o resultado final de 2-2 foi espelho da igualdade competitiva entre ambas as equipas. Contudo, o F.C. Porto, ao deparar-se novamente com esta equipa, desta vez em campo desconhecido, demonstrou a sua superioridade e venceu por 1-2. Desta forma, a equipa portuguesa igualou no 1º lugar do Grupo G, com 7 pontos, Áustria de Viana e Atlético de Madrid, o que, a duas jornadas do final desta primeira fase, deixa tudo em aberto quanto ao apuramento.

Esta réplica da Liga dos Campeões permite que os jogadores da formação sigam as pisadas das respectivas equipas principais ao longo da fase de grupos. Ao viajarem juntamente com os seniores, têm a possibilidade de interagir com os jornalistas e de assistirem aos jogos nos grandes estádios da Europa, disfrutando de experiências que são fundamentais para o seu desenvolvimento dentro e fora de campo.  O futebol português, através desta experiência, ganha a capacidade de aperfeiçoar a sua cultura futebolística, uma vez que os jovens jogadores ganham o hábito de competir duas vezes por semana, acabando eles próprios por atingir um nível mais elevado de exigência. Nesta competição, os jogadores portugueses têm a hipótese de jogar contra outros jogadores europeus de elite da sua faixa etária. Defrontar equipas dos principais emblemas europeus fomenta o desafio pessoal dos jogadores lusos, motivação extrínseca superior à que encontram para a disputa do campeonato nacional. Se esta competição  impulsiona os atletas portugueses a evoluírem no seu estilo de jogo, também funciona como uma mais valia cultural, pois proporciona a oportunidade de estes conhecerem novos países e novas culturas.

Actualmente, o objectivo dos diversos clubes europeus encontra-se centralizado em descobrir talentos em idades cada vez mais precoces, o que faz com que este tipo de torneios acabe por ser um impulsionador para que os jogadores portugueses ganhem boa imagem no estrangeiro e, quem sabe, obtenham também convites para integrar plantéis que possam oferecer melhores condições. O futebol português tem algumas debilidades, a maior parte delas relacionadas com a menor dimensão do país, que não o permite equiparar-se às maiores economias europeias. Clubes da 2ª divisão de Inglaterra, de Espanha, de Inglaterra, da Suíça, da Alemanha, ou de outros países onde se encontram muitos futebolistas nacionais, oferecem melhores condições financeiras do que clubes nacionais de segundo plano. Jogadores da formação lusa que não chegam à Selecção Nacional, têm, aqui, uma oportunidade de se exporem aos contactos internacionais e de participarem em competições ao mais alto nível.

O facto de Portugal ser palco destas disputas da UEFA Youth League, nomeadamente no Caixa Futebol Campus (Seixal) e no Centro de Estágio do Olival (Vila Nova de Gaia), proporciona a oportunidade de jogadores de futebol de formação portugueses e de os amantes de futebol em geral terem contacto com a realidade do futebol praticado na Europa e tirarem dessa experiência o melhor proveito.

Será este pequeno país de 10.555.853 habitantes, capaz de se tornar gigante e conquistar o troféu Lennart Johansson? A final da UEFA 2014 Youth League está agendada para dia 14 de abril de 2014 e terá lugar no Estádio Colovray, em Nyon, na Suíça. Veremos nessa altura em que lugar se encontra o nosso futebol de formação na Europa.

Arbitragens, um problema antigo

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O Sexto Violino

Quem viu o jogo com o Marítimo, no último fim-de-semana, pôde observar duas coisas: em primeiro lugar, ficou claro que o Sporting tem, ao contrário do que acontecia em anos anteriores, capacidade para virar um jogo que não lhe está a correr favoravelmente; em segundo lugar, continua a ser uma evidência que o futebol português continua a ser dominado, sem qualquer margem para dúvidas, por clubes que não o Sporting.

Dito isto, vou estabelecer aqui um ponto prévio que não deveria ser necessário mas que muitas vezes um sportinguista que critique o chamado “sistema” se sente quase obrigado a fazer, para que as suas palavras não sejam mal interpretadas: não quero, como estou certo de que a esmagadora maioria dos sportinguistas também não quer, que o Sporting substitua o Porto enquanto clube do sistema. Desejo apenas ver aquilo que nunca vi desde que acompanho o futebol português: que haja um campeonato sem casos, nomeadamente casos que beneficiam e prejudicam sempre os mesmos. Mas, a julgar pelo jogo de sábado, essa realidade está ainda muito longe de acontecer.

As faltas a meio-campo, aparentemente inocentes mas que condicionam o jogo e que iam sendo sancionadas ao Sporting e perdoadas ao adversário, permitiram perceber desde cedo que a arbitragem de Bruno Esteves iria ser, na perspectiva dos sportinguistas, no mínimo irritante. Se tivesse oportunidade para fazer algo mais, fá-lo-ia. E teve. O penalti do Marítimo, a agressão a Capel, o lance (duvidoso, é certo) que o guarda-redes forasteiro defende no limite da linha de baliza e o penalti por assinalar após mão na bola do jogador adversário a remate de William Carvalho confirmaram a má-fé do juiz da partida, assinalando tudo o que podia contra o Sporting.

"Bruno Esteves foi o árbitro de mais um jogo em que o Sporting teve muitas razões de queixa no seu próprio estádio / Fonte: http://perlbal.hi-pi.com/
“Bruno Esteves foi o árbitro de mais um jogo em que o Sporting teve muitas razões de queixa no seu próprio estádio / Fonte: http://perlbal.hi-pi.com/

Um sportinguista já viu jogos suficientes para perceber que os erros dos árbitros são muito mais do que meros dias infelizes que toda a gente tem direito a ter. As más decisões são muitas vezes fruto de um futebol viciado, que continua a ser dominado pelo Porto, e é bom que todos tenhamos isso bem presente. Posto isto, vale a pena assinalar o longo caminho que o Sporting de Bruno de Carvalho tem ainda a percorrer – não no sentido de destronar e substituir o Porto enquanto principal agente dos bastidores do futebol português, como já disse, mas sim com o objectivo de fazer com que o Sporting volte a ganhar o respeito e o poder de decisão que perdeu. Porque, apesar de tudo, não podemos esquecer que uma parte importante daquilo que se passa no futebol português é decidida nos corredores, e há que estar atento para que as manobras que se tem passado nos últimos 30 anos não sejam em breve mais do que uma simples memória.

Daqui a três dias joga-se o maior dérbi do futebol português, que vale a continuidade na Taça de Portugal. O adversário que nos calhou em sorte não poderia ser mais complicado, mas acredito que o Benfica pense o mesmo de nós. Em termos estatísticos, dificilmente o clube da Luz perde dois jogos seguidos, pelo que caberá ao Sporting contrariar essa tendência e conseguir ultrapassar este obstáculo. Por outro lado, a parte positiva de jogar contra o velho rival, ainda para mais fora de casa, é que os adeptos serão compreensivos perante uma eventual derrota – que, contudo, nunca será bem-vinda. É por isso que a equipa vai ter de dar o melhor de si, de preferência corrigindo erros tanto na defesa como a nível de agressividade que foram visíveis no jogo recente com o Porto. O resultado é, como sempre acontece nestes jogos, imprevisível, mas a maior invasão de adeptos sportinguistas à Luz em muitos anos pode ajudar a empurrar a equipa para a vitória.

Zenit 1-1 FC Porto: Desfecho justo

Pronúncia do Norte

Após um empate com uma exibição sofrível no último fim-de-semana, e com a imperiosa necessidade de vencer o encontro de hoje para manter intactas as aspirações à passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, esperava-se que o FC Porto entrasse forte e determinado no jogo de hoje. Foi o que aconteceu. A primeira parte foi completamente dominada pelo FC Porto.

Como se adivinhava, o Zenit apresentou-se na expectativa, com as linhas recuadas, apostando essencialmente no contra-ataque para causar mossa. A verdade é que raramente chegaram com perigo ao reduto azul e branco.
Durante o primeiro tempo, os portugueses jogaram permanentemente no meio-campo adversário, imprimindo uma intensa pressão alta e trocando a bola com critério, apesar da boa organização defensiva dos russos. A maior parte dos duelos no meio-campo foram ganhos pelos dragões. Jackson, Varela, Lucho, Josué, Danilo e Defour – todos eles ameaçaram a baliza de Lodigin durante os primeiros quarenta e cinco minutos, o que demonstra o volume ofensivo do FC Porto durante este período.

À passagem do minuto 27, a cruzamento de Danilo, Lucho deu vida ao ditado “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” e, de cabeça, fez balançar as redes do Zenit. Porém, três minutos depois, os adeptos portistas experimentaram um penoso déjà vu: tal como no jogo anterior, uma inexplicável desconcentração defensiva permitiu ao adversário chegar ao empate. Desta vez, o erro foi de Helton, que demorou a reagir a uma bola perdida na entrada da área e, perante a incredulidade de Alex Sandro, permitiu ao incrível Hulk ganhar em antecipação e finalizar sem dificuldade.

El Comandante, pelo golo e pela serenidade que emprestou à equipa em cada movimento, esteve em destaque na primeira parte. Tomou quase sempre as melhores decisões e endossou a bola com mestria. Também Josué, pela capacidade técnica, qualidade de passe, facilidade de remate e, acima de tudo, pela disponibilidade táctica que apresentou para oscilar entre a ala e o centro do terreno, baralhando as marcações contrárias, foi um dos elementos em maior evidência.

Lucho, em destaque na primeira parte / Fonte: Abola
Lucho, em destaque na primeira parte / Fonte: Abola

Na segunda metade, o jogo mudou. O Zenit entrou com uma estratégia diferente – o que, de resto, era previsível – e foi mais ambicioso na procura do golo: passou a defender mais à frente, condicionando a primeira fase de construção do ataque portista; passou a recuperar mais bolas no meio-campo do FC Porto e procurou incutir mais largura e velocidade na hora de atacar.

A disponibilidade física e mental dos jogadores foi decrescendo progressivamente e o Zenit foi criando cada vez mais perigo. De resto, a grande ocasião do Zenit na segunda parte resultou de mais uma falha inexplicável da defesa portista: Otamendi – desastrado, hoje, de novo – passou a bola a Hulk e o brasileiro fugiu, disparado, em direcção à baliza. No momento do remate, Otamendi fez um carrinho e cortou a bola com o braço, oferecendo um penalty aos russos. Felizmente, o ex-FC Porto claudicou na cobrança do castigo máximo e permitiu a redenção de Helton, que agarrou o empate.

Com Lucho e Josué sem o mesmo tempo para executar e sem o gás da primeira parte, o FC Porto voltou a sentir algumas dificuldades em ligar o seu jogo e a circulação de bola perdeu fluidez. A falta de soluções disponíveis para o centro do terreno (Quintero lesionado; Herrera castigado e Carlos Eduardo não inscrito) acabou por condicionar a acção de Paulo Fonseca a partir do banco. O técnico portista só fez a primeira substituição à entrada para o último quarto de hora: Licá substituiu Josué, numa altura em que a transição rápida era a única solução para chegar à área adversária. A cinco minutos do fim, o treinador decidiu fazer Ghilas entrar para o lugar de Lucho, em desespero, como tem sido habitual – uma decisão que, na minha perspectiva, pecou por tardia. O argelino só tem entrado quando o final se aproxima e nunca tem tempo para criar real impacto no jogo.

Otamendi ofereceu um penalty a Hulk / Fonte: Maisfutebol
Otamendi ofereceu um penalty a Hulk / Fonte: Maisfutebol

A exibição esteve longe de ser má, todavia impunha-se mais acutilância e clarividência na última meia hora. O FC Porto podia ter marcado mais do que um golo, mas também podia ter saído derrotado deste jogo. O melhor em campo (e, acrescentaria, o melhor da época até agora) foi Fernando, que revelou um enorme empenho e apresentou um excelente desempenho.

Considerando que o domínio foi repartido – o FC Porto subjugou o Zenit na primeira parte e o Zenit partiu para cima do FC Porto na segunda -, o resultado acaba por se ajustar às incidências da partida. Os portistas ficam, agora, a depender de um escorregão do Zenit para chegar aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

O futebol que não é soccer

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cab NFL

Brown-Right-Over-73-Chicago-F-Arrow-X-Curl. Hein? Mandarim? Não. É uma possível jogada de futebol americano, o desporto que faz as pessoas que vivem nas terras do tio Sam não chamarem “football” ao futebol, sempre etiquetado “soccer”. Num misto de velocidade, inteligência, força e agilidade, esta que é uma das modalidades mais mediáticas do Mundo (quem não espreita o Superbowl?) tem tudo.

Antes de, para a semana, me debruçar sobre o que se tem passado no outro lado do Atlântico – já há tanto para dizer! – fica aqui uma radiografia para quem ainda não captou a fragrância do futebol americano. Para começar, há que entender um conceito básico: há jogadores para a defesa e jogadores para o ataque que, dentro da mesma equipa, não partilham o terreno em situação de jogo.

Os Seattle Seahawks de Russell Wilson (com a bola) estão entre os favoritos à conquista do título cbssports.com
Os Seattle Seahawks de Russell Wilson (com a bola) estão entre os favoritos à conquista do título
Fonte: cbssports.com

Por um lado, os 11 do ataque têm como objectivo ganhar terreno, seguindo o mesmo conceito do râguebi, e chegar ao touchdown, que vale seis pontos. Depois, tanto podem marcar mais um (o habitual) ou mais dois, mas a explicação fica para outras núpcias. Para arrancar, o ataque tem sempre quatro tentativas para ganhar 10 jardas, num campo de 100 jardas. Se não o fizerem ao fim de três, ou recorrem ao punt (um pontapé para a lua que devolve a bola aos adversários – mas lá longe) ou então arriscam, sob pena de perderem a posse de bola naquele exacto sítio.

Vamos ao outro lado. Na defesa, não há grandes dúvidas: impedir o touchdown a todo o custo e, se quiserem pôr a cereja no topo do bolo, roubar a bola ao ataque. Este último cenário, sempre tão festejado, pode acontecer quando há uma intercepção (um passe do quarterback que um jogador da defesa agarra) ou então quando algum jogador simplesmente deixa a bola a desbarato ao mesmo tempo que os seus colegas de equipa desesperam. Os comentadores norte-americanos gritam: “fumble!”.

Todos são determinantes

A essência é básica, embora haja uma série de nuances que complicam a compreensão total deste jogo absolutamente fascinante. Os jogadores que protegem o quarterback não podem agarrar – só empurrar -; não se pode puxar pela máscara do capacete, só se pode passar a bola para a frente até à “line of scrimmage” (onde começa a jogada). Bom, há várias regras mas não é nada que um jogo visto com atenção não resolva.

O que é realmente cativante no futebol americano é como a acção de cada jogador é indispensável. Se o quarterback for mau e o wide receiver muito bom… Pouco pode acontecer. Se o running back for fantástico mas a linha ofensiva (os grandalhões) for pouco ágil, as limitações também são muitas. Desta forma, há um verdadeiro desporto de equipa, em que os jogadores rápidos são tão importantes como os gordos, que têm mesmo de ser gordos. Ah… Tanto para dizer.

O Superbowl do ano passado pôs os Baltimore Ravens e os San Francisco 49ers frente a frente. Festejou a equipa de Baltimore. reuters.com
O Superbowl do ano passado pôs os Baltimore Ravens e os San Francisco 49ers frente a frente. Festejou a equipa de Baltimore.
Fonte: reuters.com

Penso que já deu para compreenderem como há tantos pormenores que tornam o futebol americano fantástico. E é isto que vos vou tentar trazer semana após semana, mas de uma forma dinâmica. O texto vai sempre arrancar com um resumo mais geral da jornada, antes de haver espaço para três rubricas: “Bestiais” – destaque para a equipa que surpreendeu pela positiva; “Bestas” – já entenderam…; “Cereja no topo do bolo” – onde vou falar mais especificamente do melhor jogo da semana.

Com a pré-época aqui entre nós concluída, volto para a semana já a aplicar estes conceitos todos. Até lá, espreitem algum jogo para ficarem fascinados como eu. Um passarinho diz-me que o embate entre os Dallas Cowboys e os New Orleans Saints vai ter muito fogo-de-artifício…

A volta ao mundo

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cab basquetebol nacional

Desengane-se aquele que pensar que estaremos aqui para falar de ciclismo. É um desporto espetacular e antiquíssimo, mas não é sobre ele. Também não será sobre a obra de Júlio Verne: A volta ao mundo em 80 dias. Há, até, uma aventura dos dois irascíveis Asterix e Obelix em que estes dão uma volta à Gália. E não é de bicicleta: é a pé e enfrentando a turba dos romanos doidos, que sempre se interpõe no seu caminho. Quem diria, afinal a volta a França não é de agora, mas de 50 A.C.! Leiam estas duas obras. Valem a pena.

O que vale a pena degustar, também, é o fim-de-semana do basquetebol falado em português. Isto é, se quisermos utilizar uma figura de estilo e o personificarmos. Andemos pelo universo. Sem medos. Sem rodeios. E de mãos dadas.

Aqui no Burgo (sim, aqui na Lusitânia), o final da semana para os seniores masculinos correu mais ou menos dentro do esperado. O Benfica lá venceu outra vez. E agora até com um resultado mais robusto – no que aos pontos concretizados diz respeito – do que no jogo anterior. Ganhou ao Lusitânia, que havia vencido o primeiro jogo, por 109 – 75. Vitória de Guimarães e Barcelos seguem colados aos encarnados na frente da classificação. O Vitória minhoto parece, de facto, ser o conjunto que mais dá garantias de poder lutar contra o Benfica até final. A Ovarense perdeu com uma congénere da sua consonância de “ense”; desta feita contra a squadra da Oliveirense. O Galitos, depois de atropelado na primeira ronda, venceu o Algés na margem norte.

Mas nem tudo vai mal no Algés.

É que o time feminino do clube da linha conquistou a vigésima nona Supertaça na categoria, vencendo o CAB madeirense por 68 – 62. Este último tanto foi derrotado aqui, nas senhoras, como nos senhores. Desta feita, pelo Sampaense. O dia em que Deus descansou não correu mesmo nada bem para os insulares.

As atletas vencedoras da Supertaça pelo Algés www.desportonalinha.com
As atletas vencedoras da Supertaça pelo Algés
Fonte: desportonalinha.com

Em África, os nossos irmãos Angolanos (triste o apedrejamento da Embaixada de Angola em Lisboa, ainda por apurar) e Moçambicanos enfrentaram-se. Na pele do Ferroviário da Beira, de Maputo, e do Petro, de Luanda. O jogo teve lugar na Zâmbia e sorriu para os ferroviários, que venceram os luandenses por 76 – 74. A partida contava para o apuramento do terceiro lugar da zona VI da Taça dos Clubes Campeões Africanos. O Libolo e o 1º de Agosto já estão apurados neste grupo. O repescado deve ser a equipa da capital moçambicana, virada para o Índico. A fase final da competição ocorrerá em Marrocos, ainda sem data prevista.

Mais a Oeste, do outro lado do Oceano Atlântico, no maior país de língua portuguesa, as coisas não vão bem. Há uma sobreposição no calendário entre os campeonatos Paulista, Sul-Americano e Campeonato Brasileiro. À boa maneira portuguesa e latina, a Confederação Brasileira de Basquetebol não sabe o que fazer. Há equipas que terão muito poucos dias de descanso entre embates. Aguardemos pelos próximos dias por mais novidades relativas a esta questão.

Não foi uma viagem longa, nem tampouco aventureira ou perigosa. Não andamos de balão ou enfrentamos múltiplos perigos. É melhor chamar o Panoramix para resolver o problema.