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Patins, Stick e acção

cab hoquei

Começou mais um campeonato nacional de hóquei. A emoção sobre rodas está de volta aos pavilhões.
FC Porto e Benfica voltam a apresentar-se como os grandes candidatos ao título, num campeonato que é cada vez mais uma luta a dois.
O FC Porto apresenta a mesma estrutura do ano passado, que se sagrou campeã, e mostra estar em grande forma. Em Braga, o campeão nacional mostrou os seus argumentos ao golear o HC Braga por 13-1. Os destaques vão para Vítor Hugo, Barreiros e Jorge Silva, que fizeram um hat-trick cada.

Jorge Silva foi um dos destaques do jogo http://media.indoor.pt/jorge-silva-hoquei-porto1.jpg
Jorge Silva foi um dos destaques do jogo
Fonte: media.indoor.pt

Também no Minho, o Benfica também entrou com o pé direito. Um Benfica com algumas mudanças para esta época, a começar pelo novo treinador, Pedro Nunes, ex-Paço de Arcos, que sucede a Luís Sénica. De saída está Luís Viana, que volta à Juventude de Viana. No sempre difícil ringue do Óquei de Barcelos, o Benfica não vacilou e venceu por 3-0, com dois golos de Carlos Lopez.

Carlos Lopez bisou na partida http://www.slbenfica.pt/
Carlos Lopez bisou na partida
Fonte: slbenfica.pt

Outros destaques vão para a Oliveirense, que derrotou o Carvalhos por 6-2, e para os resultados desnivelados que ocorreram na primeira jornada.

Parece que poderá haver um hiato entre dois grupos de equipas distintos. Um lutará pelo título/provas europeias e outro pela manutenção. Os resultados assim o mostram, ao serem bastante desnivelados. Mas vamos esperar para ver o que aí vem no mundo do hóquei.

Será a maior onda alguma vez surfada?

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cab Surf

Depois de uma semana com muita chuva, o sol voltou a espreitar no fim-de-semana e foi o suficiente para o público encher a praia de Carcavelos para assistir às finais do Cascais Billabong Pro 2013. Jadson André é o nome do surfista brasileiro que ganhou a etapa portuguesa do WQS. Depois de um ano bastante complicado no WCT em que os resultados foram bastante fracos, o surfista de Ponta Negra conseguiu finalmente sair vitorioso numa etapa mundial. Numa final bastante disputada entre Jadson e Conner Coffin, o zuca foi o grande protagonista, acabando a sua beteria com um score total de 16.50 em 20 pontos possíveis, sendo que uma das notas foi um 10 (nota máxima) num belíssimo tubo para a esquerda. Deste modo, o vencedor ganhou  6500 pontos, pontos estes que lhe devem chegar para garantir mais um ano no World Championship Tour.

Jadson André a celebrar a sua vitória no Cascais Billabong Pro. http://www.surftotal.com/
Jadson André a celebrar a sua vitória no Cascais Billabong Pro
Fonte: Surftotal.com

Mas as novidades não ficam por aqui. Portugal anda nas bocas do mundo,desta vez não pelas provas mundiais em águas lusitanas, mas sim pelas ondas gigantes que têm rebentado no famoso canhão da Nazaré.                                                                                                      Dia 28 de Outubro entrou a primeira grande ondulação na costa portuguesa, com principal destaque para a praia da Nazaré, local onde foi batido o actual recorde mundial da maior onda surfada. O dono deste record é o americano Garrett Mcnamara, que fez história em Janeiro de 2013, ao ter apanhado uma onda com cerca de 30 metros.                                                                              A sessão de surf da passada segunda-feira ficou marcada por vários motivos. A surfista brasileira de ondas grandes, Maya Gabeira, foi de urgência para o hospital, depois de ter caído numa onda com uma altura entre os 20 e os 25 metros e de ter sido resgatada pelo seu colega Carlos Burle. Deste modo, foi nomeada para o wipeout do ano, no Billabong XXL Awards. Precisamente Carlos Burle foi o homem do dia, ao ter “dropado ” a maior onda; mas o que muita gente não sabe é que também o britânico Andrew Cotton dropou a onda do dia. Mas assim, em que ficamos? Burle ou Cotton? A resposta a esta competição só se vai saber em Maio, na gala da Billabong XXL Awards.

Carlos Burle Surf
Carlos Burle
Fonte: redbull.com

Para acabar esta rubrica, fica a estranha decisão tomada pelo recordista Garret Mcnamara. Quando todos pensavam que o surfista americano era o homem mais destemido para enfrentar as ondas da Nazaré, eis que ele preferiu ficar a dar apoio na mota de água, recusando assim as monstruosas ondas portuguesas por uma questão de segurança.

Desculpem-se com a crise

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Glóbulos Vermelhos

10 anos da Catedral, dia bonito, pois claro. Vai daí e chovem bilhetes a 5€ para sócios e a 15€ para simpatizantes, para qualquer bancada. Bem bonito, diga-se. A isto há que juntar os bilhetes família, pacotes promocionais com miúdos ao barulho, primos, afilhados e sobrinho: tudo à bola.

Ora não seria de esperar uma casa consistente? Não. A imprensa falou em números a rondar os 40 mil, ou até a superar essa barreira que muitas vezes faz a diferença. A verdade é que a Luz recebeu 35 mil espectadores, suficiente para ser a melhor casa da época. Por esta altura, ou talvez um pouco mais à frente, o Benfica jogava à bola, dava goleadas e espectáculo aos adeptos, os jogadores corriam todos para o mesmo lado, havia alegria, a expressão denominada ‘carrega Benfica’ era o pão nosso de cada dia. Não venho aqui exigir goleadas e vitórias expressivas, e se continuarem sem jogar nada até ao final do campeonato e vencermos, calo-me já. Mas as coisas não parecem seguir nesse rumo, Jesus não é Trapattoni, com uma ideologia de jogo propositadamente cautelosa. A equipa não responde. E isso reflecte-se nas bancadas.

A casa encarnada a rebentar pelas costuras Fonte: apanhadosquanticos.blogspot.com
A casa encarnada a rebentar pelas costuras
Fonte: apanhadosquanticos.blogspot.com

Em 2012/2013 a média de espectadores foi de 42 365. Este ano ainda nem chegámos a essa meta. È certo que ainda faltam os clássicos, mas não são dois ou três jogos que fazem disparar a média, já para não falar das assistências na Champions, que está visivelmente condenada. Os responsáveis do clube da Luz desculpam-se com a crise que assola o nosso país, com as condições climatéricas que têm afectado alguns jogos do Benfica em casa, entre outros aspectos. Claro, como se no ano passado os portugueses vivessem à grande, com putas e vinho verde e, como tal, esbanjavam dinheiro a ir ao estádio apoiar a sua equipa, uma espécie de vício de gente rica. É isso? Parece-me que o esforço que muitos adeptos faziam o ano passado para ir à bola era claramente recompensado, dentro de campo. Confesso, fui à Luz este domingo, dos três jogos que vi do Benfica este ano, um deles na Amoreira, não paguei nenhum, foram todos bilhetes oferecidos. Não deixei de gritar, nem de levantar o cachecol para cantar o hino, mas desculpem-me, não pago. Não nado em dinheiro e para ver um jogo mediano ou sofrer porque vencemos a ferros, tenho uma tv em casa ou vou ao café beber umas jolas com os amigos, sofrer em conjunto e à distância custa bem menos. Mas sim, isto é da crise, as pessoas não têm poder de comprar, além disso já viram como anda o tempo? Talvez assim consigam dormir descansados.

O povo é quem mais ordena

brasileirao

Certamente que este tema de Zeca Afonso – que por sinal está muito na moda – se aplica ao futebol brasileiro. Para cantarmos Grândola, Vila Morena temos de fazer um exercício de memória. Para cantarmos uma ode merecida ao Clube de Regatas Flamengo também. E ver o poder que a massa tem, não só dentro da cidade como num país inteiro.

Zico pega na bola, passa um, dois, três, e golo magistral. O Maracanã ao rubro já estava, pois é a cor da maior torcida do Brasil. Negro tem muitos. Nas listras da camisa e nas arquibancadas. É a cerveja gelada que fica por beber, o encontro de amigos e o almoço de família desmarcados, e até os filhos podem esperar. Hoje não dá para isso. Hoje só dá Flamengo. Se houver um livre para bater dentro da área, é Jorge Bem quem canta: “É o camisa 10 da Gávea”.

Se a década de 80 foi de Michael Jackson, dos cabelos estouvados, da ilusão do poder de compra, de Regresso ao Futuro e outros filmes – em suma, do mundo moderno que hoje conhecemos -, foram também tempos de fim de ditadura no país irmão. Mas com o fim da ditadura uma outra se instalava. Esta boa. Foi a hegemonia dos flamenguistas no panorama nacional e extra muros. O nome do Urubu (mascote do clube) ficou inscrito na lista dos vencedores do campeonato por quatro vezes: 1980, 1982, 1983 e 1987. Venceu ainda a Libertadores em 1981. No mesmo ano, esmagaria o Liverpool em Tóquio por três a zero, na Taça Intercontinental. Liverpool foi a cidade dos Beatles, mas o Rio de Janeiro é a cidade Maravilhosa, abençoada por Deus, ou deuses, como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade ou Chico Buarque. O samba venceu o Rock.

Arthur Antunes Coimbra, filho de portugueses, mais conhecido por Zico. Um vulto do Futebol / Fonte: blog.opovo.com.br
Arthur Antunes Coimbra, filho de portugueses, mais conhecido por Zico. Um vulto do Futebol / Fonte: blog.opovo.com.br

Só no Mundial de´82 de Espanha o futebol ofensivo que os flamenguistas (em maior número na canarinha) imprimiram numa das grandes seleções de sempre não vingou. O cinismo italiano venceu a espetacularidade brasileira. No jogo, que ficou conhecido como o desastre do Sarriá – estádio na Catalunha onde foi jogada a partida -, o mundo viu o futebol negativo vencer. Um dos maiores crimes, quiçá, dos velhos tempos da história de toda a humanidade. O mal venceu o bem. E para a história ficou um conjunto fortíssimo. Possivelmente o melhor de todos os tempos. Não venceu. Mas por isso mesmo talvez tenha sido o melhor.

Quarenta milhões de adeptos, segundo estatísticas da FIFA. Maior torcida do mundo. Clube hexacampeão brasileiro. Escusa-se de apresentações. É samba e folclore. É clube do povo e alegria. É negro com branco. Empresário e canalizador. É massa ancestral e indistinta. Arrepiante. O seu hino diz: uma vez Flamengo, sempre Flamengo. O povo escolheu. E o povo escolheu Flamengo.

Sobre o Oeste e a Aurora

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cab basquetebol nacional

Gosto do sol. Dos seus movimentos. Do seu amarelo. Do seu alaranjado. De quando se levanta e de quando se põe. Da forma como nos toca. E até da sua ausência. Só os notívagos não apreciam uma boa dose de luz da grande estrela fulva. Os finais são bons. Mas o princípio… bom, o princípio é isso: onde tudo começa.

Recentemente vi um filme romeno com esse nome. Chamava-se Aurora. Não entendi nenhuma relação do título com a história nem compreendi, tampouco, a narrativa em si. Mas percebi que talvez o problema fosse meu. Quando saí da sala de exibição entendi que não era só meu, mas de muitos mais. Fiquei chateado. Aquele deveria ser o meu enigma. Não dos outros. É com este egoísmo que tenho de me confrontar: o saber tem de ser só meu. Mas as dúvidas também, caramba! Transformemos a ignorância ociosa numa utilidade (prática, de preferência). O raiar de uma coisa. É o seu início. E, falando em início, o basquetebol português está aí para quem o quiser ver. Ou para quem quiser participar.

caramelorepetido.blogspot.com
Fonte: caramelorepetido.blogspot.com

É que os árbitros ameaçaram levar a cabo uma interrupção nesta primeira Liga, depois de um alegado atraso nos prémios de jogo. Atente-se na expressão “prémios de jogo”, porque os ditos juízes não são profissionais. É uma benesse de final de semana, no fundo. Já a Associação Académica de Coimbra – este é mesmo um clube, não um sentenciador das leis de jogo – também roçou uma Auto votação ao ostracismo e não chegou mesmo a participar no encontro com o Lusitânia, numa contenda a que estava destinada. Este é o momento de a briosa apostar nos seus petizes, para que se tornem graúdos precoces.

Contactados pelo Bola na Rede, Carlos Lisboa, treinador do Sport Lisboa e Benfica, bem como o gabinete para a comunicação das modalidades do clube, não quiseram prestar declarações sobre o assunto. Benfica, campeão em título, esmagou autenticamente o Galitos, da margem sul do Tejo, num encontro em que os atletas da turma da Luz não precisaram de usar o diminutivo do nome do clube rival para o esfrangalharem. Foi um real atropelo. Igualmente não houve surpresas nas vitórias do homónimo Vitória minhoto e da Ovarense. O Sampaense – finalista vencido do Troféu António Pratas – perdeu com o Barcelos, mas não se pode dizer que seja efectivamente surpresa.

Sérgio Leone realizou a primeira das suas trilogias do Once Upon a Time (“Era uma vez”) com o filme Aconteceu no Oeste. Uma coboiada das antigas, com uma sonoridade fora do comum e uma ação peculiar. Certamente que o nome de Erich Maria Remarque não será familiar à primeira vista, mas se nos lembrarmos de A oeste nada de novo rapidamente saberemos de que se trata. E é disso que esta Liga Portuguesa de Basquetebol se trata: de uma série de factos positivos e negativos repetidos em cadeia, no país mais ocidental da Europa, à beira-mar plantado. O sol nasce para Leste, mas é aqui que ele se põe. O gigante áureo é inexorável quando quer. Ele dita a sua lei, qual xerife implacável, num poderoso xeque-mate.

O Galo nunca havia cantado tão alto!

futebol nacional cabeçalho

Emblema do Gil Vicente. www.gilvicentefc.pt
Emblema do Gil Vicente. www.gilvicentefc.pt

O Gil Vicente é a equipa sensação deste arranque de Liga Zon Sagres. Como se o facto de o ser não fosse suficiente, a equipa de Barcelos está a ter o seu melhor arranque de sempre. Está em 4º lugar, tem 14 pontos e encontra-se nos lugares que dão acesso à Liga Europa.

Gil Vicente Futebol Clube, fundado em 1924, não foi o primeiro clube de Barcelos, mas atualmente é o mais representativo.

A sua primeira aparição na 1ª liga do futebol português remonta à época de 1990/1991 e só nesse ano de estreia o clube conseguiu um registo quase tão impressionante como o da atual época. Em 90/91 os gilistas, com os mesmos oito jogos, estavam no 6º lugar, com 12 pontos.

Nesta 16ª presença no principal escalão do futebol nacional, os gilistas rejeitam de imediato que os lugares de acesso à Liga Europa sejam um objectivo; tanto o presidente, António Fiusa, como o treinador, João de Deus, afirmam que a Liga Europa não é uma pretensão do clube.

Mas falemos de números: o Gil Vicente está, como já foi referido, no 4º lugar da tabela classificativa da Liga Zon Sagres, com 14 pontos, dez golos marcados e oito sofridos. Para a Taça de Portugal goleou o Caldas por 5-0 e para a Taça da Liga empatou 0-0 diante do Moreirense, na 1ª mão da 1ª eliminatória.

As únicas derrotas da época são contra dois ‘’grandes’’ de Portugal, Porto e Benfica.

O treinador, João de Deus, veio substituir o antigo técnico, Paulo Alves, que havia comandado os gilistas nas últimas quatro épocas – uma das quais, concretamente a de 2010/2011, coincidiu com o título de campeão da 2ª Liga.

Uma herança que à partida poderia parecer pesada, mas João de Deus já mostrou não acusar qualquer pressão e até está a fazer mais do que se podia esperar de um Gil Vicente muito renovado.

Na equipa de Barcelos entraram 14 novos elementos, ou 15, se quisermos contar com Dramam, que foi a aquisição mais sonante da época mas que acabou por se revelar um enorme flop e foi rapidamente dispensado pelo técnico natural de Setúbal. Com 36 anos, João de Deus pegou em 11 jogadores que transitaram da época anterior e conseguiu entrosá-los com os novos 14 que foram contratados.

As figuras centrais dos Galos de Barcelos têm sido Bruno Moraes e João Vilela; contudo, o brasileiro Moraes contraiu uma lesão no joelho e vai enfrentar uma paragem de seis meses. Nos dez jogos oficiais, Vilela marcou por cinco vezes e é o melhor marcador da equipa. A base da equipa centra-se na defesa experiente, apesar de ter alguns elementos jovens. Apenas por duas vezes, para o campeonato, o Gil Vicente não apresentou a seguinte turma defensiva: na baliza, Adriano; o quarteto defensivo com Gabriel, Halisson, Danielson e Luís Martins. 27 anos é a média de idades desta defesa, que destoa dos 24 do plantel. João de Deus apresenta uma defesa forte, estruturada e experiente, com um meio campo jovem e irreverente e um ataque ambicioso, completamente renovado da época passada. “Até onde poderá ir este Gil Vicente?” é a pergunta que todos fazem. Os próximos testes são de fogo e podem provar ou reprovar o verdadeiro valor dos gilistas. Guimarães e Marítimo são os próximos adversários. Equipas de peso com ambições na Liga Europa; veremos se o Galo continua a cantar bem alto ou se perde o pio e cai na tabela classificativa.

Pouco futebol e muita intimidação no antro da corrupção

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O Sexto Violino

Neste fim-de-semana o Sporting perdeu pela primeira vez no campeonato. Se este facto mostra que estamos incomparavelmente melhor do que no ano passado (à oitava jornada da época anterior tínhamos 3 derrotas e apenas uma vitória, e ainda não tínhamos jogado com o Benfica), por outro lado o resultado e exibição no Dragão também colocam alguma água na fervura e relembram-nos de que o objectivo do Sporting é, para já, diferente dos de Porto e Benfica.

Sobre o jogo não falarei muito, porque fui pela primeira vez ao Dragão e o lugar em que estava, a somar ao facto de ter tido uma bandeira a esvoaçar à minha frente durante 90 minutos, fez com que a minha percepção de todos os lances do jogo não tenha sido tão boa como a de quem assistiu pela televisão. Ainda assim, queria destacar a exibição de William Carvalho (muito sólido, sereno e sem medo de meter o pé), as dificuldades defensivas (Piris e sobretudo Cédric muitas vezes desposicionados e a dar muitos espaços, os centrais a revelarem problemas em lidar com adversários mais difíceis e, obviamente, o penálti ridículo do Maurício), a apatia e falta de poder de choque do meio-campo (Adrien e André Martins mostraram-se algo nervosos, perderam muitas bolas divididas e não tiveram capacidade para ligar a defesa e o ataque), o eclipse quase total dos extremos (o Carrillo é o caso mais evidente de um jogador a quem uns jogos no banco fariam bem) e, por último, a exibição discreta do Montero (viu-se que o Porto se preparou bem, ainda assim na única oportunidade que teve podia ter mudado o rumo do jogo). Já o adversário não fez um jogo por aí além, mas entrou forte e soube impor-se em campo, aproveitando a inexperiência e ansiedade dos jogadores do Sporting. O Porto tem um eixo defensivo muito sólido (Mangala tem uma estampa física que mete medo a qualquer adversário, e isso é algo que falta ao Sporting), dois laterais de grande qualidade (Danilo fez um golo e Alex Sandro arrancou um penálti), um meio-campo comandado por Lucho, um dos melhores jogadores a actuar em Portugal, e um ataque com um Jackson que, mesmo não marcando, deu muito trabalho à defesa do Sporting.

No que diz respeito às incidências fora de campo há também algumas coisas que devem ser faladas. A começar pelo triste ataque levado a cabo pelos chamados casuals do Sporting (muitos deles com ligações à extrema-direita e cuja finalidade é, dizem eles, “defender a honra” do clube, também conhecido como “partir tudo”), que presenciei e que, para além de ter varrido tudo, desde pessoas inocentes ao material dos pequenos comerciantes que por lá se encontravam, incendiou os ânimos e colocou indirectamente em perigo os sportinguistas, dando motivos aos adeptos rivais para se virarem contra nós. Mas, tirando este inovador e condenável episódio, tudo o resto nada teve de surpreendente. O clima de intimidação continua a ser lei no Dragão, e não raras vezes com a conivência dos seguranças e até da polícia (a mesma que há uns anos informou Pinto da Costa que ele iria ser detido, dando-lhe tempo de fugir para Espanha). Para além daquilo que figura no comunicado lançado ontem pelo Sporting (e que ninguém que conheça minimamente o futebol português terá grandes reservas em aceitar como verdadeiro), no domingo foi possível observar vários comportamentos discriminatórios por parte das chamadas “forças de segurança”: as claques chegaram, para não variar, já com o jogo a decorrer, quando teria sido perfeitamente possível fazê-las entrar antes do início da partida (em Alvalade, aliás, os sportinguistas são obrigados a parar para deixar entrar as claques do Porto e do Benfica), os seguranças arrancaram, numa atitude deplorável, uma faixa do nosso sector (faixa essa que dizia apenas “metam-nos sob tensão, cansem-nos”), numa manobra de diversão para permitir o roubo de uma bandeira por parte de adeptos de uma claque do Porto. Já uma faixa presente numa das centrais do estádio, com a simpática inscrição “ides sofrer que nem cães”, permaneceu o jogo inteiro no local sem que ninguém a retirasse. Para além de tudo isto, os cartazes de gozo ao Rui Patrício denotam, como se diz e muito bem no comunicado do Sporting, uma enorme “mesquinhez regional”, ao mesmo tempo em que patenteiam a grande qualidade do guarda-redes do Sporting.

A promiscuidade entre adeptos e "forças de segurança" no Dragão continua a ser evidente titulo: pouco futebol e muita intimidação no antro da corrupção / Fonte: Fórum SCP
A promiscuidade entre adeptos e “forças de segurança” no Dragão continua a ser evidente / Fonte: Fórum SCP

Ainda num campo extra-desportivo, tem-se falado bastante das faixas mostradas pelos Super Dragões, que como é óbvio não perderam a oportunidade de gozar com o facto de o Sporting não ir à Europa. É normal que o façam e que tenham material de sobra para explorar, uma vez que o Sporting actualmente é um alvo fácil. Mas destaco aqui, em jeito de conclusão, uma frase concreta, que apontava para o facto de termos 5 títulos em 43 anos e perguntava “é esta a força brutal?”. Em primeiro lugar, essa frase dá conta, de forma indirecta, do enorme valor dos adeptos sportinguistas, que continuam com a equipa apesar do parco sucesso futebolístico. E de facto, modéstia à parte, voltámos a demonstrar neste que somos mesmo os melhores adeptos de Portugal, porque o apoio foi incansável e em várias ocasiões abafou por completo o resto do estádio. Em segundo lugar, a frase mostra também a vitalidade do Sporting Clube de Portugal: não é difícil imaginar que, se fosse o Porto a estar nesta situação, o clube ou já teria acabado ou estaria a jogar para meia dúzia de espectadores. É que ser do clube que ganha tem tanto de saboroso nos bons momentos, quanto de falta de militância nos maus.

Questões estruturais

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lanternavermelha

Falta muita coisa. Curiosidade: eu não estou a falar do Benfica futebol, falo do Benfica clube. O Benfica é futebol, mas sabemos, ou deveríamos saber que não é só isso. Eu sou, e acredito que muitos de vocês também, do Benfica. E não apenas da equipa principal de futebol do Benfica. Temos uma estrutura enorme, mas temos muitas questões estruturais para resolver. Temos uma estrutura enorme, mas então como se justifica não sermos os melhores enquanto clube? Temos Judo, Futsal masculino e feminino, Basquetebol masculino e feminino, Andebol, Hóquei masculino e feminino, Voleibol, Atletismo nas suas diversas variantes, Futebol, obviamente… Temos Telma Monteiro, Vanessa Fernandes, Marco Fortes, Nélson Évora, Gonçalo Alves, Betinho, um projecto Olímpico e Paralímpico, entre muitas outras coisas muito positivas!

E esse crescimento sustentado é bom e dá frutos, mas a questão é: esses frutos chegam? A resposta é óbvia e é não. Simplesmente porque o Benfica merece sempre mais e porque a aposta no clube em si tem de ser maior. Se queremos ser os melhores temos de ter resultados dignos disso. Não no futebol, mas em tudo, generalizando, obviamente. Não critico, por isso, a aposta que tem sido feita para além do futebol, que tem sido, na minha opinião, uma aposta crescente e sustentada. Não critico, porque temos, de facto, excelentes condições actualmente para as diversas práticas desportivas, uma excelente logística e atletas conceituados e de enorme valor nos nossos quadros. Mas critico o facto de a performance da equipa principal de futebol condicionar toda a ideia de ‘momento actual’ do Benfica. E isso deve-se… exacto, a questões estruturais. Temos as mais diversas equipas do Benfica a fazerem excelentes prestações, tanto a nível masculino como feminino. Óbvio que ainda é cedo para falar, mas, de um modo geral, as equipas encarnadas estão de facto a realizar ou a iniciar uma boa época. Contudo, quando se fala do Benfica, diz-se que o momento é mau. Não é!

Portanto, cabe à direcção, aos responsáveis de comunicação, aos adeptos e a todos os intervenientes do Benfica enquanto clube perceberem isso e, por um lado, verem o real momento actual do clube, e, por outro, exigir mais em determinadas coisas – sim, o futebol pode ser uma delas.

Luís Filipe Vieira com o diretor das Modalidades, Carlos Lisboa, e restante corpo técnico / Fonte: http://www.record.xl.pt/
Luís Filipe Vieira com o director das Modalidades, Carlos Lisboa, e restante corpo técnico
Fonte: Record

Não quero com isto camuflar, escamotear ou qualquer outro verbo com esta terminação que designe o mesmo a situação da equipa principal de futebol do Benfica. Nada disso. Ela existe, de facto. Mas também não é, na minha opinião, assim tão dramática quanto alguns a querem pintar. Também não quero entrar pela defesa da equipa técnica ou pelo ataque à mesma, nem pela defesa ou ataque ao senhor Luís, pois não é esse o meu propósito. Nem é por aí que quero entrar.

O Benfica é um enorme clube, com condições de topo a nível nacional (pelo menos), com uma grande estrutura (em dimensão); portanto, vamos catapultar isso para aquilo que o Benfica merece: ser o melhor clube. Sei que o futebol ocupa uma percentagem gigante da realidade Benfica, dos activos Benfica, do interesse externo no Benfica – e atenção que também eu tenho um enorme interesse na realidade futebolística do clube e dou-lhe, obviamente, uma grande importância – mas sei também que o Benfica não é nem pode ser só isso. É esse o foco, aqui. Espero que não seja só aqui e que se reflicta a curto, médio ou até longo prazo no meu Benfica.

O Benfica tem uma enorme estrutura, falta apenas resolver algumas questões estruturais…

É desta, Nélson?

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ligue 1

Nélson Oliveira é um dos principais nomes a sair da formação do Benfica nos últimos tempos. Já com 22 anos e sem espaço no plantel encarnado, acabou por ser novamente emprestado, mas desta vez – recordo que na última época esteve cedido ao Deportivo – está a aproveitar a oportunidade. O avançado leva 6 golos em 10 jogos (na última jornada bisou no terreno do Toulouse) ao serviço do Rennes, um registo extremamente interessante para um jogador que tarda em confirmar o potencial que desde cedo lhe foi apontado. Será que ainda vai a tempo?

De facto, parecem estar reunidas todas as condições para que Nélson Oliveira se afirme definitivamente. O internacional português tem aquilo que não teve na última época: tempo de jogo. Em Espanha, nos 30 encontros em que participou, apenas foi opção inicial em 2. Pelo contrário, em França tem sido titular indiscutível, merecendo total confiança por parte de Philippe Montanier, técnico que potenciou Illaramendi, Vela e Iñigo Martinez na Real Sociedad.

Oliveira em grande no Rennes / Fonte: record.xl.pt
Oliveira em grande no Rennes / Fonte: record.xl.pt

Para quem acompanhou o percurso de Nélson Oliveira nas camadas jovens do Benfica e no Mundial Sub-20 em que foi considerado o segundo melhor jogador, não sobram grandes dúvidas em relação ao seu potencial. É um avançado com características físicas e técnicas muito interessantes, explosivo e com facilidade de remate. Para dar o salto para outro patamar qualitativo, falta-lhe melhorar os índices de eficácia (por vezes é bastante perdulário) e, acima de tudo, deixar de lado o egoísmo que caracteriza o seu jogo. Se voltará ao Benfica ou não, só Jorge Jesus poderá responder. Nesta altura, parece difícil que venha a ter um papel preponderante na equipa, pelo menos enquanto JJ estiver na Luz. A concorrência é apertada e para estar no banco é preferível que se mantenha no Rennes ou noutro clube onde jogue com regularidade. Isto claro, caso os encarnados estejam dispostos a negociá-lo. Para já, veremos se consegue manter a boa forma no campeonato francês, para que possa reentrar nas contas de Paulo Bento.

PS – A história de Nélson Oliveira começou a escrever-se em 2006. No Verão desse ano, o Benfica contratou-o ao Sporting de Braga, ganhando a corrida ao Sporting, que também queria contar com o talento do jogador. Ao contrário do que seria de esperar de um jovem que sempre foi precoce – aos 16 anos assinou contrato profissional e já jogava pelos sub-19 –, a verdade é que ainda não ultrapassou o estatuto de promessa. Se tivesse escolhido a Academia de Alcochete, talvez fosse hoje a referência ofensiva da selecção nacional…

Naughty snooker de Judd Trump desaponta

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cab Snooker

Está em todo o lado. A derrota do campeão da época de 2012/2013 na primeira ronda não é notícia fácil de digerir. Judd Trump perdeu 5-6 contra Alan McManus na negra. Apesar de o snooker ser um desporto pouco previsível, acredito que 99% das apostas recaíam sobre o Ace. A realidade é que um dos factores que tornam esta modalidade tão cativante é essa imprevisibilidade, mas, para mim, o campeonato acabou de perder um pouco da sua piada.

É verdade que é óptimo ver jogadores que não estão no top 10 ter uma vitória destas face ao número três do ranking mundial. Neste momento, Alan detém o 48º lugar da tabela e está a provar que merece mais. Com isto não quero dizer que Judd Trump perdeu para um novato da “coisa”, mas não é o grau de competição a que estamos habituados.

http://www.gettyimages.pt/
Judd Trump tem sido muito criticado
Fonte: Getty Images

As críticas a Trump surgiram, como era de esperar. Os seguidores de snooker têm a sua opinião bem vincada: Judd não passa de um menino que não respeita o jogo, que só se preocupa com a imagem e que perde mais tempo a escolher qual o próximo carro de luxo que lhe vai encher a garagem do que propriamente a concentrar-se no jogo.

Analisando as prestações anteriores, posso dizer que começo a partilhar desta opinião, mas reconheço que ter-se 24 anos e já se ser considerado dos melhores do mundo é algo com que é difícil de lidar. O dinheiro e fama não pararam de crescer desde que ganhou ao nº1 Mark Selby no China Open, em Abril de 2011. A partir daí, o estilo de vida mudou drasticamente. É convicção minha que não passa de uma fase; uma má fase. Estes resultados apenas demonstraram a imaturidade de Judd e a falta de “estofo” para aguentar situações destas. Acredito que as perdas destes jogos vão ser lições e que vão começar a surgir efeitos positivos na sua maneira de lidar com as suas megalomanias. Dentro de pouco tempo vamos ver a fénix renascer das cinzas.

Impossível é dizer que lhe falta talento e técnica, mas é verdade que o seu naughty snooker anda a desiludir.