Estamos lá! Custou. Sofremos. Lutámos. Fomos melhores. E temos o melhor. O nosso capitão não acusou a pressão e soube responder nas horas certas. Quando pensámos que não íamos conseguir vencer no primeiro jogo e quando a Suécia, no jogo de hoje, marcou o segundo golo. Precisávamos dele. E ele não falhou. Obrigado, Ronaldo.
Na abordagem ao jogo, Paulo Bento voltou a acertar nas escolhas. Sou, de longe, um dos mais críticos de Hugo Almeida. Mas o ponta-de-lança de Portugal, hoje, apesar das críticas, cumpriu aquilo que se pedia (excetuando o incrível falhanço de cabeça na primeira parte) e foi um lutador na frente de ataque. Depois houve Pepe e Bruno Alves, que continuam a ser muito firmes e seguros nos jogos decisivos. Num jogo que pedia muita concentração e espírito de sacrifício, os nossos centrais (sempre bem acompanhados por Miguel Veloso) conseguiram responder positivamente ao poderoso ataque sueco com Ibrahimović e Elmander. Não fosse a falha de marcação de Bruno Alves no lance do segundo golo, diria que ambos tinham estado irrepreensíveis.
Do meio-campo para a frente, antes de chegar à figura máxima do encontro, queria apenas destacar a excelente exibição de João Moutinho. Não falando apenas dos dois passes magistrais para os golos de Ronaldo, mas a capacidade que o médio português tem para controlar o jogo e gerir o ritmo da equipa é impressionante. Moutinho foi incansável. A ajudar na defesa. A auxiliar o ataque. E a servir a figura do jogo: Ronaldo.
“Calma, eu estou aqui!” – E os portugueses agradecem! Fonte: http://www.goal.com/
Faltam-me adjetivos que qualifiquem o português. Não vou reforçar outras 30 vezes que ele é, de facto, o melhor deste ano. Vi poucos jogadores na minha vida fazerem aquilo que ele fez hoje. Num jogo tão importante e com tanto a perder, Ronaldo não vacilou. Ronaldo apareceu. Ronaldo calou os críticos. Marcou 3. E carimbou o passaporte de Portugal para o Mundial’2014. Por ter feito a diferença, e não ter sido apenas mais um… Obrigado, Comandante!
Em semana de selecção nacional, decidi falar-vos daquela que é a minha realidade, assim como a de muitos outros, enquanto adepto do Futebol Clube do Porto em Lisboa…
Admito que, muitas vezes, o discurso da instituição Futebol Clube de Porto tenha registado traços fortes de regionalismo numa divisão Porto/Lisboa; as suas razões são extensas e acredito que, se as fosse enumerar, facilmente cairia no erro de, por esquecimento, não referir uma ou outra que adeptos do meu ou de outro clube qualquer achariam de importância extrema, e por essa razão não o vou fazer. O que digo é que este discurso tem vindo a decrescer nos últimos anos da presidência do “Sr. Presidente”, algo que certamente agrada não só a mim como a todos os adeptos do Futebol Clube de Porto que vivem efectivamente a Sul do Rio Douro.
Quem vive em Lisboa (ou a quem simplesmente calhe estar na cidade em dia de comemorações do F.C.P.) festeja títulos maioritariamente num local, na Delegação do Futebol Clube do Porto em Lisboa – Os Dragões de Lisboa, situada na Avenida da República. Sendo este um local pequeno, é simbólico que, tal como no Dragão, os festejos ocorram mediante cânticos provenientes dos elementos que se encontrem na varanda da Delegação, para com os adeptos que se encontrem na rua. Dependendo da ocasião (um jogo decisivo ou um campeonato “ganho no sofá”), os adeptos vão-se juntando, muitos deles tímidos até chegar junto dos seus, festejando o prazer que é serem filhos do Dragão. Em conjunto mostram os seus equipamentos, os seus cachecóis, gritam bem alto o nome do clube que já os obrigou a marcar no calendário que em Maio há festa.
Porto: um clube com história Fonte:http://www.dragoesdelisboa.pt/
A festa faz-se no Porto, sim; seja no Dragão ou na Câmara Municipal (o que tem sido impossibilitado nos últimos anos por um Presidente de Câmara que não abria as suas portas), a dimensão é completamente incomparável àquela que é feita em Lisboa, mas o sabor, esse é diferente. O gosto de festejar numa cidade povoada de vermelho (e algum verde) é mais saboroso, pois claro, e acredito que muitos dos que vivem no Porto gostariam de (nem que fosse uma vez) fazer uns Km’s para acordar Lisboa numa noite em que estranhamente ninguém sai à rua, assim como ninguém vai à janela. Estranho? Não, certamente os lisboetas de outros clubes preferem aumentar bem alto o som da televisão e jamais parar em canais noticiários ou desportivos. Não os censuro…
Há provocações, claro; mesmo a polícia (na sua generalidade) não se mostra muito contente por estar a fazer o seu trabalho em dia que o Porto é campeão. A pouco e pouco uma mancha azul vai-se formando em Lisboa; de suas casas vão apitando até chegar ao salão de festas (não me refiro neste caso especifico ao Estádio da Luz), sendo que alguns chegam até a ir ao Marquês (nos festejos da Liga de Campeões em 2003/2004 estava composto), que normalmente é reservado para outras celebrações que teimam em não acontecer.
Ir beber um fino, comer uma francesinha e ver o Porto, é isso que todos nós, adeptos, fazemos na “Sede”, como eu lhe chamo. Normalmente nem meia página ocupamos nos jornais desportivos, nem 20 segundos nos telejornais, mas estamos lá. Centenas, milhares? Não sei. O que sei é que durante umas horas todos os Dragões de Lisboa lá estão.
Que fique bem claro, ser corajoso não é caminhar ao lado de 2499 adeptos de uma claque por um trajecto de três ou quatro km até entrar no estádio de uma equipa adversária. Corajosos são os adeptos que se juntam no mesmo sítio, todos os anos (regularmente, vá), a apitar nos seus carros por Lisboa, a cantar e gritar pelo clube que muitas vezes não podem ver ao vivo mais do que duas ou três vezes por ano, mostrando que são tão portistas como os portistas do Porto. Ser corajoso não é pegar em pedras da calçada nem muito menos é vestir de forma anónima para passar despercebido à Polícia; corajosos são os adeptos (e incluo não só os do meu clube como também os restantes) que saem de casa e vão festejar, independentemente de estarem em Lisboa ou no Porto, sem a intenção de teatralizar uma batalha campal.
Quando o Benfica joga com qualquer adversário nacional é sempre destacada a qualidade do plantel encarnado, com especial foco nas várias soluções existentes no banco de que o senhor Jorge dispõe. Isto é simplesmente óbvio. Num plantel de trinta e muitos jogadores mal seria se não existissem soluções no banco. E por termos esta enormidade de jogadores – o maior plantel, lá está -, lembro-me de questionar duas coisas; duas coisas que me parecem importantes.
Primeiramente, como é possível, a nível de planificação e gestão, ter tantos jogadores e depois ter de se recorrer à equipa B para ir buscar um jogador para jogar a extremo? Ainda bem que assim foi, porque sou da opinião que o Ivan Cavaleiro merece de facto minutos no plantel e pode, num futuro a curto/médio prazo, tornar-se um jogador fundamental no plantel encarnado. Isto (a pergunta feita anteriormente) mostra a terrível planificação do plantel que foi feita com vista a esta temporada, e também a gestão que tem sido feita ao longo da mesma. E a esta pergunta, o senhor Luís ou o senhor Jorge que respondam, porque eu, infelizmente, não o posso fazer.
Os rostos (uns mais, outros menos) conhecidos do Benfica Fonte: misticaencarnada.wordpress.com
Em segundo lugar, questiono (me) se é pertinente ter tantos jogadores no plantel?
E a esta respondo eu: não. Obviamente que não. Porquê? Dois motivos simples.
É incomportável para qualquer treinador gerir tantos jogadores sem ter casos de desmotivação e/ou indisciplina. Não há milagres, mesmo sabendo que o nosso treinador é Jesus; para além de ser muito mais difícil criar um forte espírito de grupo, coesão e um bom balneário (até porque não há cacifos para todos, o que gera automaticamente mau ambiente e discussões…).
Em segundo lugar, equipas que têm uma equipa B nunca deveriam ter mais do que 20 a 22 jogadores na equipa principal. A equipa B serve para dar rodagem a jogadores mais jovens, jogadores com potencial para representar a equipa principal num curto/médio prazo. Serve para diminuir o choque da passagem de júnior a sénior – momento crítico na vida da maioria dos jogadores e no qual muitos deixam de competir ou competir a um nível elevado, como fizeram durante a formação.
Alguns dos jogadores do “2º plantel” Fonte: slbenfas.wordpress.com
Ou seja, no caso do Benfica torna-se duplamente crítico o número de jogadores na equipa principal.
Até podemos ser campeões, até podemos ganhar títulos esta temporada, até podemos começar a praticar um futebol de nível elevado, à semelhança do que fizemos na época anterior, mas que tudo isso (apenas possibilidades, atenção) não sirva para camuflar esta situação.
Para mim, como sempre defendi, a aposta tem de passar por jovens valores, pelo aproveitamento da formação – a credibilidade trabalha-se e nós não a temos por culpa própria – e por uma planificação e gestão séria e coerente no que ao futebol diz respeito.
Portanto, Benfica, meu querido Benfica, é para o ano que acertamos?
Existem dois casos de futebolistas nos quadros do Sporting nos quais denoto alguns vestígios de injustiça. Considero que, tendo em conta as actuais lacunas da equipa leonina, estes dois atletas deveriam e mereciam estar mais activos. Falo-vos de Nuno Reis e Zakaria Labyad.
Como é óbvio, trata-se de dois casos completamente diferentes. Nuno Reis é um “dinossauro” das selecções jovens; nesse prisma já provou tudo o que tinha a provar. Passou com competência e sucesso pelo Cercle Brugge e pelo Olhanense (emprestado pelo Sporting), e demonstra uma maturidade e responsabilidade muito acima da média, tendo em conta a sua idade. A sua maturidade levou-o a envergar a braçadeira de capitão em vários escalões de formação leoninos, inclusive nas selecções nacionais jovens. Como atleta, é forte, possante, alto (características importantes num defesa central), joga bem de cabeça, é bastante seguro e impetuoso e faz a posição de lateral direito com facilidade. Feitas as contas, este jogador, tendo voltado de um empréstimo esta época, deveria, a meu ver, ter sido integrado na equipa principal, ao invés de Rúben Semedo (embora considere que este possa vir a ter um futuro promissor).
Nuno Reis festeja golo na Taça de Honra frente ao Benfica Fonte: Rádio Renascença Online
Tal não aconteceu: Nuno Reis foi integrado na equipa B, depois de ter jogado as épocas anteriores ao mais alto nível (em divisões principais). Para mim, estamos perante uma injustiça para um jogador que sempre foi exemplar, e que, com a fraca forma dos centrais da equipa A, já merecia há muito tempo uma oportunidade de se mostrar a Jardim e aos adeptos. Fala-se na possibilidade de vir a ser integrado no lote dos convocados para Guimarães, devido à expulsão de Marcos Rojo na Luz e ao castigo interno aplicado a Rúben Semedo, que provou não merecer a oportunidade que o treinador da principal equipa lhe proporcionou. Sinceramente espero que isso venha a acontecer; seria um prémio mais do que justo e merecido para um atleta exemplar (e quem acompanha o seu percurso sabe-o perfeitamente).
Quanto ao marroquino Labyad, a conversa terá necessariamente de ser um pouco distinta. Este jogador ignorou o seu clube formador para assinar pelo Sporting, um clube que seria o ideal para completar a sua formação enquanto atleta e homem. O jogador veio rotulado de futuro craque, e teria sido cobiçado por alguns “tubarões” europeus. Porém, teve o maior azar que podia ter tido: foi integrado na pior altura da história verde-e-branca, com carradas de treinadores à mistura, uma direcção incompetente, vários colegas de qualidade duvidosa e resultados desastrosos. Apesar de tudo, Labyad sempre mostrou ter o factor X; todos sabemos que bola gosta de estar nos pés dele, porque, sejamos sinceros, ele sabe tratá-la bem. Leonardo Jardim estava consciente de tudo isso, visto que o chamou para integrar os trabalhos da equipa principal, dando-lhe até algum destaque.
Labyad festeja golo contra Olhanense na época transacta Fonte: SuperSporting.net
Tudo apontava para que este fosse o ano da explosão de Labyad – seria o cérebro do meio-campo do Sporting. Até que, de um momento para o outro, foi relegado para a equipa secundária, sem jogar um único minuto. Todos sabemos que ele aufere um ordenado incomportável para os nossos cofres e que tem de baixar o ordenado ou sair. A questão é a seguinte: ele não tem de baixar um ordenado que está presente no contrato que assinou, o erro não é dele. O erro é de quem conduziu essas negociações. Ninguém pode condenar o jogador por não querer baixar o salário. Mas uma coisa é certa: o Sporting não o conseguiu vender nem emprestar, e ele continua “encostado” nos B’s sem mexer uma palha. Porquê? Labyad tem as qualidades que faltam a André Martins e a Vítor! Não encaixaria que nem uma luva à frente de William e ao lado de Adrien? Já que lhe estão a pagar o ordenado milionário acordado pelo clube, porque não o integram? Porque não tiram vantagens do pagamento mensal ao jogador? Estou convencido de que iria dar bastante jeito a Leonardo Jardim, e pelo menos não estariam a pagar a um homem para andar a mostrar o bólide e a fazer compras por Lisboa, durante todo o dia.
Caso parecido é o de Jeffrén, com a pequena diferença de que eu jogo melhor futebol do que ele.
Vá lá, mister, dê lá uma chance ao puto Nuno por respeito ao seu percurso e qualidade… e repense um pouco melhor o caso de Labyad: não acredito que alguém seja capaz de dizer que o rapaz não seria útil, e, quem sabe, fulcral, para a equipa principal.
Alexis Sánchez acaba por ser uma estrela secundária num conjunto que tinha Messi e agora tem também Neymar. Apesar de esse estatuto não corresponder à sua qualidade, a verdade é que o extremo/avançado aceitou bem esse papel, terminando as duas temporadas anteriores com números bastante interessantes (14 golos em 11/12 e 11 em 12/13). Em 13/14, o chileno caminha para a melhor época ao serviço do Barcelona – leva 7 golos em apenas 13 jornadas – e tem sido, na minha opinião, o melhor jogador da equipa de Tata Martino.
Festejos de Alexis estão a tornar-se habituais / Fonte: standingosports.com
Na Udinese, Alexis destacava-se essencialmente por ser um jogador muito vertical, explosivo e sempre de olhos postos na baliza. Conseguia desequilibrar com enorme frequência, mas por vezes exagerava nas acções individuais. Na teoria, as suas características dificilmente teriam espaço num modelo baseado na posse de bola e, por isso, as dúvidas em relação à forma como se adaptaria em Barcelona eram justificadas. Depois de duas épocas regulares, em que foi bastante útil para a equipa mas não atingiu o nível exibicional que se esperava, o chileno está a atravessar o melhor momento em Camp Nou, provando finalmente por que era apontado como um dos grandes talentos do futebol mundial. Neste momento, é justo afirmar que a mudança para a Catalunha foi benéfica para Alexis. Não só manteve as suas principais qualidades, como também foi capaz de evoluir nalguns aspectos do seu jogo, nomeadamente ao nível da decisão. Está um jogador mais maduro e mais objectivo.
Aproveitando a menor preponderância de Messi nesta temporada, Alexis está a assumir-se como uma das figuras do conjunto de Tata Martino e, tendo em conta que o argentino só regressa em 2014, poderá ter uma influência ainda maior nos próximos tempos. A subida de rendimento do avançado pode também estar relacionada com o “desaparecimento” do tiki-taka. O Barça actual pouco tem a ver com o de Guardiola. A equipa tem menos qualidade na posse de bola (já não domina os adversários), o que faz com que a criação ofensiva seja mais precipitada e que o talento individual dos jogadores tenha de resolver. É aí que entra o chileno, que tem feito a diferença com a sua velocidade, poder de desmarcação e classe na finalização – basta ver o golo ao Real Madrid, até agora um dos melhores do ano.
Não só no Barcelona o craque tem estado em bom plano. Contribuiu com dois golos para a vitória da sua selecção em Wembley frente à Inglaterra (0-2), sendo claramente a principal referência nacional e a grande esperança para o Mundial do Brasil. Já soma 62 internacionalizações e 22 golos, o que leva a crer que no final da sua carreira terá batido todos os recordes do futebol chileno (o melhor marcador é Marcelo Salas, com 37 golos).
Pensar num trio de ataque composto por Messi, Neymar e Alexis com todos no auge das suas capacidades assusta. Se é certo que o brasileiro e o argentino já estão entre a elite do futebol mundial, o chileno ainda não conseguiu chegar a esse patamar. Não tenho dúvidas de que já lá estaria caso estivesse noutro clube, mas qualquer jogador que aceite transferir-se para o Barça tem de saber que não poderá aspirar a mais do que um papel secundário. Quando muito, ser a estrela maior de forma temporária.
O projeto iniciou-se em 1998 pela Federação Portuguesa de Voleibol, e é do Gira-Volei de que falo hoje.
Esta iniciativa tem como base dar a conhecer aos mais pequenos a modalidade, das formas mais divertidas e básicas possíveis, em que se aplicam fundamentos teóricos e práticos aos poucos nas crianças, sempre com um nível pedagógico e lúdico apropriado.
Centenas de centros que são suportados pelas associações locais e que contam com diversos apoios a nível de autarquias e outras entidades foram criados no país.
À parte o mini-voleibol federado, este projeto tem a parte lúdica em maior destaque, e procura, através dos encontros nacionais, juntar muitas crianças num conjunto de atividades que as motiva para ganhar gosto à modalidade.
Exemplo de um encontro de “Gira Volei” com diversos jogos em simultâneo Fonte: giravolei.com
É já no próximo mês que se realiza o VII Encontro Nacional de Monitores de Gira-Volei, que terá como tema «Inovação e Evolução: o Gira-Praia» -, sendo este último um projeto mais recente da Federação, com o propósito de inovar na outra vertente do voleibol português: o voleibol de praia.
É de louvar o dinamismo destas atividades e a quantidade de crianças que adquirem o gosto pela modalidade, que trazem amigos que se juntam aos variados encontros na sua localidade e que usufruem das oportunidades dadas todos os anos para se juntarem com crianças do país inteiro em encontros nacionais.
O voleibol tem características muito peculiares no que se refere à técnica e aprendizagem, na medida em que um bom jogador de voleibol, na maior parte dos casos, é aquele que faz o percurso desportivo desde pequeno.
São muito poucas as crianças que, ao fazerem um ano inteiro de atividades no Gira-Volei, não ganham gosto para percorrer todo o percurso de um jogador federado, na maior parte dos casos.
Por outro lado, para aqueles que não prosseguem a carreira dita “Oficial”, a federação portuguesa de voleibol têm outro projeto denominado “Gira +”, o qual “vem dar continuidade ao nível II do Gira-Volei, permitindo que os atletas possam prosseguir a prática do Voleibol e assim aprender ou aperfeiçoar as técnicas utilizadas no nível II”, segundo a FPV; tenta também orientar os jovens praticantes no sentido de, eventualmente, integrarem futuros clubes.
Para quem quiser saber mais sobre este projeto de qualidade, basta consultar o site http://www.giravolei.com/, onde todas as informações estão disponíveis, especialmente para os pais que quiserem enquadrar os filhos no panorama desportivo, para que estes ganhem novas experiências, amizades e aventuras de que possam usufruir ao máximo.
Grupo de participantes (crianças e técnicos que são formados anualmente) num encontro nacional Fonte: giravolei.com
Afinal, de pequenino é que se torce o pepino, ou que se dá os primeiros passos para se ser um grande jogador.
Equipa que quer ser campeã tem de estar à altura nos grandes jogos. Esta é uma velha “regra” de qualquer competição, seja qual for o desporto em questão. Equipa que tem ambições de ser líder tem de chegar aos encontros decisivos e… decidir.
Da última vez que escrevi sobre o campeonato nacional feminino, referi que o A-dos-Francos depressa se estava a tornar na equipa sensação do campeonato. Perdão – equipa sensação o tanas, que as atletas das Caldas da Rainha seguem imbatíveis na liderança do campeonato, com oito vitórias em oito jogos. Equipa sensação seria por exemplo o Paços de Ferreira do Liga Zon Sagres do ano passado, ou o Gil Vicente deste ano. Chegar e derrotar tudo e todos não é uma coisa de sensacionalismo, é qualidade, trabalho e muita dedicação na construção daquilo que poderá muito bem vir a ser o próximo grande tubarão do futebol feminino português.
E falando em tubarões, ou neste caso em antigos tubarões que entretanto mais se parecem com sardinha enlatada, o 1º Dezembro sofreu mais uma derrota (7 a 1 frente ao Valadares) e é neste momento o lanterna-vermelha do campeonato nacional feminino. É certo que no defeso muitas atletas do antigo “eterno campeão” saíram para outros clubes, mas fazer apenas dois pontos em 24 possíveis é, sendo o mais breve e concreto possível, mau de mais para ser verdade.
Com 34 anos mas ainda muito para dar, a capitã da Selecção Nacional Edite Fernandes foi autora de todos os 7 golos que derrotaram o 1º Dezembro http://futebolfemininoportugal.com/
Nesta última oitava jornada do campeonato, também o Ouriense voltou a tropeçar. E, diga-se, que tropeção que foi – derrota por duas bolas a zero, em casa, contra o terceiro classificado, Futebol Benfica. Ora bem, se fizermos as contas dos dois jogos mais importantes desta primeira volta da fase regular, o Ouriense saiu derrotado de ambos – algo que simplesmente não pode acontecer quando se é o campeão em título e se tem, mais do que a ambição, quase a responsabilidade de renovar o título.
É que o Ouriense, só por acaso, até tem o melhor goal avarage do campeonato inteiro, melhor inclusive que o líder A-dos-Francos. Mas já diz outra velha regra do desporto, “elas contam é lá dentro”, e, neste caso, o que interessa são os pontos. Fazendo novamente as contas, o Ouriense já vai a seis da liderança, com 18 pontos, perseguido de perto pelo Futebol Benfica, com 17, e pelo Boavista, com 16. Noutras palavras, “Houston, we have a problem”. Ou a equipa do técnico Mauro Moderno atina e começa a não facilitar nos grandes jogos, ou bem que o Ouriense pode começar a ver o título por um canudo. Volto a dizer o que disse da última vez: ainda é cedo para estar a passar sentenças. Mas uma coisa é certa. Há jogos que não são para serem jogados, são para se vencer. E equipa que quer ser campeã tem de os vencer. Ponto final.
A classificação atual / Fonte: http://futebolfemininoportugal.com/
O Porto tem a melhor estrutura de Portugal. É extremamente raro surgir algum problema dentro do Porto que a estrutura de Pinto da Costa não resolva. No Porto, cada pessoa sabe o que fazer, quando o fazer e como o fazer bem. O rumo do clube está muito bem definido com Pinto da Costa ao leme.
A cultura portista é uma cultura de vitória, de títulos e de glória. O objectivo é ganhar e ganhar bem. Esta máxima de vitória não surge do nada, é a partir de cima que vem a força. Para mim, a grande razão para o domínio total verificado nos últimos 20 anos é, em grande parte, à acção da direcção.
Nas bancadas estão os adeptos. No campo entra a equipa. No banco está o treinador. Nos bastidores está a equipa técnica. Na tribuna está a direcção. É a dinâmica entre todos estes intervenientes que asseguram o bom funcionamento de uma equipa. Cada um deles interpreta um papel importante e à falha de um deles quem sofre é o colectivo azul e branco. O Porto funciona e domina porque no topo está a melhor direcção e a melhor estrutura de Portugal.
As acções da direcção escolhem uma grande equipa técnica. Vejam por exemplo a equipa médica do Porto. Sem dúvida um dos melhores departamentos médicos da Europa. A direcção aposta no treinador. Recentemente, Pinto da Costa e a direcção apostaram em treinadores ligados ao clube. São os casos de André Villas-Boas e Vítor Pereira. Ambos deram provas de competência e fizeram o seu trabalho independentemente de serem mais ou menos adorados pelos adeptos. Para esta época, Paulo Fonseca foi a aposta de Pinto da Costa face à saída de Vítor Pereira para as Arábias. Mesmo assim, é visível a escolha ponderada da direcção. Escolher o treinador sensação da época passada, que levou o Paços de Ferreira a um lugar europeu.
Seja quem for o treinador da equipa, é ele quem comanda a equipa. Ele trata dos jogos e de todos os processos que estão por detrás. É o treinador que faz a equipa jogar e trata de manter o que acontece dentro do balneário no balneário. É ele que transmite a cultura de vitória que lhe é dada pela direcção. A forma como a equipa joga orientada para a vitória é o que dá a cultura de vitória com que, todas as semanas, o Porto entra em campo à procura da vitória. Para dar alegria aos adeptos que estão no estádio a torcer pela equipa. Adeptos que, dentro deles, também têm enraizada a cultura da vitória.
Pinto da Costa: Presidente adorado Fonte: www.meiosepublicidade.pt
Verifica-se pois uma pirâmide na estrutura do Porto. No topo, Pinto da Costa é rei e senhor de tudo o que se passa à volta do clube. Seguem-se os seus ajudantes da administração. No patamar abaixo estão as equipas técnicas e o treinador que guiam os jogadores. Por fim, na base do clube, o principal alicerce do Porto, estão os adeptos. Esta estrutura está bem fechada. Não há lugar para intromissões e gente de fora. Porto é Porto e assim será.
Não posso deixar de desejar as melhores ao nosso presidente. No momento que escrevo estas linhas, Pinto da Costa está internado no Hospital de S. João, no Porto, devido a insuficiência cardíaca. A situação está estabilizada e o presidente tem sido bem acompanhado. Que o nosso presidente recupere rapidamente e fique completamente convalescido. Que Porto sem Pinto da Costa não é Porto.
A minha admiração por este grande senhor chamado Zinedine Zidane vem de muito novo, provavelmente por ter jogado numa altura em que abri os olhos para o mundo do futebol. Ora bem, tinha eu os meus nove/dez anos quando comecei a ver futebol com olhos de ver. Foi também nesta altura que surgiu o Real Madrid dos Galácticos.
Porque não idolatrar Luís Figo, a grande estrela portuguesa do Real? Porque mal comecei a ver futebol, houve um jogador que me fascinou. Modestamente conhecido como Zizou, o Franco-Argelino transpirava classe num meio campo de sonho. Era o grande motor do Real Madrid e o seu toque de bola era genial. Desde as suas tão conhecidas roletas de Marselha até às grandes recepções, Zidane era um prodígio, com um talento inalcançável.
Zinedine Zidane, acompanhado pela Bola de Ouro e pelo troféu do Europeu 2000 / Fonte: afootballblog
Quem não se lembra do seu golo na final contra o Bayer Leverkusen? Um remate de primeira à meia volta com o pé esquerdo e em cheio no ângulo. Que golo! Foi a isso que ele nos habituou, a momentos destes. Pura magia em dois pés que levaram a França a patamares estratosféricos, desde um Europeu em 2000 até uma final do Mundial em 2006 (onde anda a França agora? Resta saber se não será hoje afastada do Mundial de 2014).
O seu final de carreira foi algo ingrato (cabeçada a Materazzi) e, hoje em dia, não considero que demonstre, com as suas atitudes no Real Madrid (num cargo diretivo), a classe de outros tempos. Mas o que ficou dentro de campo foi algo inesquecível.
Zidane fez a minha infância, encheu-me os olhos de brilho e leva-me a querer o máximo de um verdadeiro número 10. Agora, não quero um médio ofensivo que faça bons passes ou bons remates, quero um maestro, um jogador de topo, quero um jogador que leve uma equipa às costas e transborde classe enquanto passa, remata e finta. A culpa é de quem? Provavelmente, do Zizou, que tão mal me habituou. Foram anos a vê-lo e anos a adorá-lo.
Hoje, só resta recordar e, quem sabe, esperar que os seus filhos tenham herdado um terço dos genes do pai (talvez possam deixar de parte a careca). Se assim for, teremos estrelas na certa e o resto cabe ao Real Madrid saber aproveitá-los.
Está a ser um grande início de época para o Benfica a nível internacional e ontem isso foi confirmado. Depois de ter perdido os primeiros pontos no campeonato no terreno do sempre difícil Turquel, num jogo electrizante, em que só nos segundos finais o Benfica conseguiu alcançar o empate a 3 golos, o campeão europeu deslocou-se a Torres Novas para conquistar o único troféu que ainda não tinha no seu palmarés: a Taça Intercontinental. A única equipa portuguesa a conquistá-lo foi o Óquei de Barcelos, em 1992. Este troféu opõe o campeão europeu ao campeão sul-americano, que este ano foi o Sport Recife.
O Benfica apresentava-se como o grande favorito à conquista. O Sport Recife é uma equipa amadora, que joga num campeonato pouco competitivo disputado por apenas 7 equipas. O resultado (10-3) demonstra essa grande diferença. Mas os brasileiros conseguiram dar um ar de sua graça. Depois de o Benfica ter ido para o intervalo a ganhar 5-0, um resultado que mostra o quão dominador estava a ser, e depois de várias bolas ao poste da baliza dos brasileiros no início da segunda parte, o Sport Recife chegou a ameaçar. Conseguiu reduzir para 5-2, e depois para 6-3, e conquistou vários livres e grandes penalidades que só não foram concretizadas pela grande exibição do guarda-redes benfiquista, Guillem Trabal.
O espanhol foi uma das figuras do jogo pelas grandes defesas que fez. Apesar destes momentos de susto criados pelo Recife, bastava o Benfica apertar para mostrar que era superior. Abalado pela recuperação que os brasileiros alcançaram, o Benfica meteu o pé no acelerador, mostrou por que é o campeão europeu, e só acabou nos 10 golos. Uma grande tarde de hóquei, com um público fantástico. O Sport Recife, apesar do resultado pesado, sai de cabeça erguida. As diferenças entre as equipas foram, desde o início do jogo, notórias, mas o campeão sul-americano não baixou nunca os braços e
conseguiu, por momentos, assustar o Benfica.
Tem sido uma grande época a nível europeu para os encarnados, sem dúvida a melhor de sempre a este nível. Depois de conquistar a Europa, o Benfica tem agora o Mundo a seus pés.