📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:
Início Site Página 9613

Paços de Ferreira 0-1 FC Porto: Capitão Jackson resolve!

Pronúncia do Norte

Foi com quatro alterações no onze inicial em relalção ao jogo com o Lille que o FC Porto se apresentou na Mata Real, reduto do Paços de Ferreira, para disputar a segunda jornada do campeonato. Depois de surpreender ao deixar Danilo e Quaresma de fora da convocatória, Lopetegui surpreendeu ainda mais ao lançar Evandro e Adrián de início, deixando Brahimi, Óliver e Herrera – titulares nos primeiros dois encontros oficiais – no banco de suplentes.

Durante o primeiro tempo, o FC Porto não mostrou grande intensidade e esteve longe de praticar o futebol fluido e dinâmico que já lhe vimos na presente temporada. Apesar de ter muito mais bola do que o adversário (terminou com 70% de posse bola – é já uma imagem de marca), o FC Porto denotou sempre falta de mobilidade no meio-campo – foi quase sempre incapaz de fazer face à densidade de camisolas amarelas na zona central – e optou demasiadas vezes pelo jogo directo para tentar chegar à área pacense (principalmente através de Maicon e Casemiro). Embora controlando sempre as incidências da partida – nunca permitiram ao adversário causar perigo – os dragões raramente importunaram Defendi, o guarda-redes da casa.

A única verdadeira ocasião criada pelos azuis e brancos em toda a primeira parte deu em… golo: Alex Sandro lançou longo para Quintero, isolado sobre a direita, e o colombiano cruzou milimetricamente para o pé do compatriota Jackson Martínez, que só teve de encostar para o fundo das redes. O número 10 dos dragões, entrado aos 18 minutos para o lugar do lesionado Tello, revelou algumas dificuldades a jogar encostado à faixa (hoje teve pouco espaço para encontrar espaços no meio-campo adversário), mas soltou o seu génio nesse lance e ajudou a decidir a partida.

Depois de entradas fulgurantes contra Marítimo e Lille, Tello lesionou-se no primeiro jogo a titular  Fonte: Zero Zero
Depois de entradas fulgurantes contra Marítimo e Lille, Tello lesionou-se no primeiro jogo a titular
Fonte: Zero Zero

No segundo tempo, o Paços de Ferreira subiu as linhas, aumentou os índices de agressividade, passou a ter outro critério na saída para o ataque e conseguiu equilibrar o jogo. Com efeito, as principais ocasiões de golo, surgidas no primeiro quarto de hora, até pertenceram aos anfitriões – primeiro, na sequência de um trabalho soberbo de Minhoca sobre o lado esquerdo, Cícero antecipou-se a Alex Sandro para cabecear por cima; depois, num canto estudado, Hélder Lopes apareceu sozinho para disferir um remate a rasar o poste de Fabiano. No conjunto da capital do móvel, Michaël Seri e Sérgio Oliveira, o duplo pivot que até já vestiu de azul e branco, estiveram em destaque. Especialmente o português, pré-convocado por Paulo Bento para os primeiros compromissos da selecção nacional rumo ao Euro 2016, que foi simultaneamente maestro e carregador de piano.

O jogo ficou partido – tanto que Lopetegui ficou rouco de tanto gritar “Juntos! Juntos!” – e só com as entradas em campo de Herrera e Óliver Torres, com instruções claras para “abafar” a primeira fase de construção do Paços, o FC Porto começou a estabilizar o seu jogo e a neutralizar as investidas do adversário. Paulo Fonseca foi inteligente e dificultou a vida ao FC Porto com estratégia que montou – investiu na contenção nos primeiros quarenta e cinco minutos e assumiu uma postura mais atrevida até ao apito final –, mas os azuis e brancos, mesmo fazendo a exibição mais pálida da época até agora, mereceram os três pontos.

Apesar de nem sempre jogarem bem (o adversário não facilitou a tarefa, a dimensão do campo não privilegiou o futebol largo do FC Porto e a ausência de alguns elementos fundamentais nos primeiros desafios notou-se), os jogadores lutaram sempre e tiveram uma postura séria e aguerrida dentro das quatro linhas. É muito importante promover a rotatividade da equipa para manter todos os jogadores motivados, mas Lopetegui tem de perceber que é igualmente muito importante criar rotinas, o que não se consegue alterando abruptamente o onze de jornada para jornada.

Esperava-se muito mais de Adrián López, o reforço mais caro da época  Fonte: Zero Zero
Esperava-se muito mais de Adrián López, o reforço mais caro da época
Fonte: Zero Zero

A Figura

Jackson Martínez – à semelhança do que sucedeu contra o Lille, marcou na única oportunidade que teve para o fazer – é isso que define os grandes pontas-de-lança. Mais do que isso, trabalhou muito para a equipa, tanto do ponto de vista ofensivo (conquistando muitas bolas no ar e oferecendo apoios na construção pelo chão) como do ponto de vista defensivo (sempre disponível para correr atrás do portador da bola). Com a braçadeira no braço, voltou a deixar claro o compromisso que assumiu com o clube e com o grupo.

O Fora-de-Jogo

Adrián López – na sua estreia oficial com a camisola azul e branca, voltou a deixar indicações muito pouco positivas. Revelou apatia, conformismo e falta de confiança; decidiu demasiadas vezes mal; mal se viu. Não é, definitivamente, isto que os adeptos portistas esperam de um reforço de 11 milhões de euros. Teve uma oportunidade e desperdiçou-a. Veremos quando volta ao onze…

Um passo em frente

cab desportos motorizados

Depois de algum tempo afastado por ter estado de férias, volto a escrever sobre desportos motorizados. Vou voltar a escrever sobre Miguel Oliveira, que, segundo rumores, está de saída da Mahindra.
Segundo o próprio piloto de Almada – o único português a competir no MotoGP –, a saída da equipa indiana deve ser para a Red Bull KTM Ajo. Trata-se da equipa líder deste ano na Moto3, com Jack Miller, e que já venceu em 2010 (na então categoria 125cc) com o espanhol Marc Marquez – atual campeão do mundo e líder do campeonato. A equipa também ganhou em 2012, com o alemão Sandro Cortese. Esta equipa, portanto, parece ser um passo em frente em relação à sua atual, que não conseguiu acompanhar a qualidade do piloto.
No início da temporada e em entrevista feita ao Bola na Rede, o piloto disse que o objetivo era lutar pelo pódio e tentar ser vencedor do Moto3; como já disse num artigo de junho, quando li estas declarações não acreditei em que tal fosse possível e, infelizmente, cada vez mais tenho razão neste meu pensamento. Ocupa atualmente o nono lugar no campeonato, quando faltam sete grandes prémios (GP) para o seu fim. Apesar de ainda poder melhorar a sua classificação e melhorar o sexto lugar do ano passado, os objetivos do início da temporada não serão atingidos.

08miller,gpcatalunya_ds-_s1d4894_preview_big
É com estas cores que Miguel Oliveira pode correr em 2015
Fonte: MotoGP

O discurso do almadense, a mim, parece-me ser o adequado. Miguel diz numa peça que li num dos jornais da nossa praça que é preferível dar este passo para uma equipa de topo dentro do Moto3, em vez de passar já para o Moto2. Concordo totalmente com este discurso e penso que é o pensamento certo. Sem ter qualquer conhecimento de quais as equipas que entraram em contacto com Miguel, acredito que estas sejam equipas mais fracas do pelotão e que o iriam fazer andar a arrastar-se pelas corridas. Continuando no Moto3, e como ele muito bem diz, se a temporada de 2015 correr bem, as propostas para 2016 dentro do Moto2 serão melhores, o que por seu turno lhe daria um melhor lançamento para a tão almejada subida ao escalão principal.

Espero que este rumor, que se pode considerar oficial, seja mesmo verdade e que o Miguel finalmente consiga mostrar todo o seu valor, pois realmente é muito bom. As motos é que não têm conseguido acompanhar o seu valor. Assim, 2015 tem mesmo de ser o ano, se não corre o risco de não conseguir chegar ao nível que merece.

 

 

‘Atleti’: A prova de que vencer não depende de um livro de cheques

0

internacional cabeçalho

«Olhando aquele homem, vislumbra-se todo o sentimento rojiblanco. Com ele, através dele e por ele construiu-se uma verdadeira equipa, o conjunto com todos os caracteres e com todo o carácter. Nunca como Simeone houvera alguém que conseguisse de forma tão pefeita fazer com que o global fosse imensamente superior à soma das partes, das individualidades e dos egos.

O ‘Atleti’ demorou 18 anos a limpar a cara, a reconstituir o rosto e a levá-lo à luta. Rodeado pelos adasmatores financeiros, criou o seu BI feito de um jogar verdadeiramente intransmissível, assente na garra, na vontade, na crença e no espírito guerreiro e combativo que apenas serviu para exponenciar a qualidade da ocupação dos espaços, da destreza táctica e da perspicácia na tomada da (melhor) decisão. Com bola, houve a astúcia para despir, rapidamente, o fato de operário e colocar o traje de gala, com passe curto ou longo mas com uma classe e fiabilidade indesmentíveis. O futebol musculado surgia quando o futebol apoiado não dizia ‘presente’; inauditos foram os timbres que os colchoneros foram, ao longo dos meses, sabendo tocar e aperfeiçoar, adaptar e moldar. Se o jogo exigia defesa compacta e excelência de posicionamento, o Atletíco virava rocha; se era preciso correr atrás e assumir, o Altético encarnava a pele de um lobo esfomeado, astuto quanto baste para desferir o ataque mortal à sua presa no momento certo.

No seu comando, o homem a quem tudo devem. Simeone é o catalisador da máquina, personagem central de uma equipa mecanicamente realizada, onde proemine sempre a alma. A fibra emanada do banco impulsiona os adeptos e encontra forma nos seus jogadores – olhando para ele, os (hoje) craques encontram certeza no processo e a grande probabilidade do resultado. Porque acreditam em quem os guia e no seu tão cativante quanto apaixonado discurso.

Há ciclos da vida que, por serem tão ricos, nos custam a fechar. A época 2013/14 é um caso paradigmático – ver jogar este ‘Atleti’ é um prazer, por provar que a comunhão de dezenas de complexas almas rumo a um objectivo comum é possível. Mas também cansa porque o seu esforço, por vezes, surgiu como sobrehumano. Qual fénix, o ‘Atleti’ renasceu das cinzas agarrado ao carisma de El Cholo – reuniu-se daqueles que melhor interpretaram os valores da combatividade e da eficácia e, com eles, construiu uma máquina de futebol. Uma máquina que convenceu e emocionou aqueles que mais gostam deste desporto. E desmentiu, assustando, os livros de cheques.»

simeone!
Ser campeão no Camp Nou – um feito para a história.
Fonte: Mundo Deportivo

Tais linhas, escritas num tempo em que o Atlético dava a ideia de que se desmoronaria, encontram-se hoje simultaneamente prestes a ser desmentidas e confirmadas. Desmentidas porque aquilo que se poderia julgar episódico e atípico – uma época soberba de uma equipa por quem “nada se dava”, passe o exagero – tem tudo para ser uma história ainda com curtos capítulos, cujos actores até podem mudar, mas cuja qualidade da trama é inquestionável; confirmadas porque, não obstante as tais mudanças em pedras fulcrais, a equipa continua a evidenciar-se como um verdadeiro conjunto, plenamente sólido, com uma matriz de jogo inquebrável e princípios de jogos perfeitamente assimilados, exaltando, a cada diferente momento de jogo, o fantástico trabalho de um ‘louco’ Simeone.

Desde a final da Champions, em Maio deste ano, a equipa rojiblanca viu sair Courtois, Filipe Luís, David Villa, Diego Costa e os sempre úteis Sosa, Diego e Adrián Lopez. Ou seja, dos 14 que actuaram no Estádio da Luz, perdendo, de forma dramática, o caneco para o Real Madrid, 6 deles estão noutras paragens. Simeone não abalou e enquanto outros faziam capas e capas de jornais, inflacionavam o mercado com compras tão altas quanto (talvez) desnecessárias, o ‘Atleti’ planeava aquilo que desejava ser o continuar do seu conto de fadas.

Três meses volvidos e um Mundial ultrapassado, o mesmo adversário da Luz e eterno rival apareceu-lhes novamente no caminho. A Supertaça de Espanha ditava um duplo confronto que parecia agora muito mais desequilibrado. Puro engano. A casa tinha sofrido com algumas telhas partidas, a fachada estava menos apelativa, mas os alicerces estavam e estão mais firmes do que nunca. Simeone viu em Moyá, Siqueira, Saul, Griezmann e Mandzukic alternativas válidas às importantes saídas e aquele ‘Atleti’ que parecia espremido até ao tutano voltou revigorado e fresquinho que nem uma alface.

Esta página dourada que Simeone e a sua equipa trataram de assinar – apenas a segunda vitória na Supertaça espanhola em toda a história do Atlético – permitiu comprovar que a estrutura e os princípios da equipa são os mesmos da época (quase) perfeita de 2013/14. O hoje fora da moda 4-4-2 clássico (facilmente desdobrável em 4-4-1-1) é a base táctica de uma equipa que até se deixa dominar mas jamais deixa de controlar. Defensivamente (e será sempre aqui se notará mais a qualidade do trabalho de um treinador), voltamos a ver um ‘Atleti’ muito compacto, com as linhas próximas e com correctas coberturas perante os craques do Real – ainda mais notório quando a bola cai nas alas merengues e a equipa trata de apertar sempre com três homens (o lateral, o médio ala e o médio central que descai para aquele lado). Mesmo quando arrisca com mais homens no ataque e a perda de bola acontece, o Atlético reposiciona-se com tanta qualidade quanto rapidez, não permitindo em nenhum dos jogos que o Real aplicasse uma das suas mais poderosas armas: a transição ofensiva.

1
Mais do que qualquer individualidade, a força do Atlético é o seu conjunto
Fonte: bbc.co.uk

Com a saída dos três homens mais utilizados na frente de ataque – Diego Costa, Adrián e Villa –, o ‘Atleti’ ainda não consegue ser tão ameaçador quanto desejaria. Mandzukic é um jogador da mesma estirpe física do ex-‘19’ rojiblanco mas não tem a velocidade nem a capacidade de explorar a profundidade que o agora jogador do Chelsea demonstra. Por outro lado, o baixinho Griezmann pode vir dar outro poder de fogo e outro improviso no último terço do campo, atenta a forma inteligente como conduz e define os lances – algo, aliás, visível principalmente na segunda metade do jogo da segunda mão da Supertaça em que surgiu não raras vezes a dar apoio central e a ligar o jogo da equipa. Todavia, isto, em princípio, implicará a derivação do ‘farol’ Raúl Garcia para a direita (pelo menos enquanto Arda não recupera), ele que é – como era – o alvo quando a equipa tem necessidade de um jogo mais directo e mais ‘esticado’, apelando à fortíssima dimensão aérea do seu nº 8. De facto, foi essa forma de jogar que o Atlético utilizou durante muito tempo no jogo no Santiago Bernabeu bem como na 1ª parte no Vicente Calderón. Depois, com mais espaço, a equipa tornou-se mais capaz de fazer algo que tão bem sabe também: gestão do ritmo de jogo com bola. Neste sentido, a titularidade de Tiago foi um plus, tamanha a qualidade de posicionamento e capacidade (de oferecer linhas) de passe do internacional português, capitalizando ainda mais a valência que o ‘Atleti’ demonstra de fazer “campo grande” quando quer fazer posse, utilizando de forma sistemática os seus dois laterais, hoje Siqueira e Juanfran (que grande partida fez na 2ª mão!).

Tudo somado, o Atlético levou de vencida o conjunto de Ancelotti e garantiu a sua primeira conquista da época. Talvez até mais do que o título, de reter ficam já os bons feelings que a equipa de Simeone foi capaz de dar, demonstrando que as bases do inimaginável recente sucesso têm tudo para ser replicadas nesta nova época. Perante as várias baixas de peso, não admirará se o Atlético ainda vier a fazer um pequeno ajuste no seu plantel; de todo em todo, a forma como se bateu no duplo confronto diante do super-Real deixa antever que qualquer sonho que percorra a mente de Simeone pode ser materializado – os guerreiros em forma de jogadores de futebol estão de volta e, com isso, a prova de que vencer no futebol, felizmente, não depende de um livro de cheques.

super Atleti!
Depois da derrota na Luz, o ‘Atleti’ vingou-se do seu maior rival.
Fonte: Marca

Olheiro BnR: Andreas Samaris

cabeçalho benfica

Andreas Samaris é uma grande adição para o plantel do Benfica, depois da transferência de Matic, em janeiro, para o Chelsea e da recente maré de lesões que tem assolado o sérvio Fejsa. Posso descrevê-lo como um médio moderno, uma vez que consegue jogar nas posições “6” e “8”. No início da sua carreira profissional era utilizado a médio-defensivo, mas no Olympiakos fez grandes progressos e passou a ser mais utilizado como um médio todo-o-terreno. Para além destas duas posições, o jogador grego pode também jogar do lado direito do meio-campo.

Samaris pode ser descrito como um jogador que sabe gerir os ritmos de jogo, que é rápido, bom no capítulo defensivo e que também consegue organizar e fazer fluir o jogo da equipa. Tem ainda boa capacidade de passe, excelentes atributos físicos e uma boa visão do jogo, daí eu entender que poderá ser uma opção regular no Benfica. O médio grego é ainda um jogador muito trabalhador, algo que o treinador Jorge Jesus deverá certamente apreciar.

Samaris foi jogador do Panionios durante 4 anos (2009-2013) até ser transferido para o Olympiacos FC. Juntou-se ao atual campeão grego em agosto de 2012, num negócio avaliado em 350 mil euros, mas foi novamente emprestado ao Panionios para fazer a temporada 2012-2013. Na seleção, foi convocado por Fernando Santos para representar a equipa grega no último Mundial, no Brasil. O atleta foi o substituto de Panagiotis Kone, que se lesionou antes de a competição começar, e acabou por se estrear no dia 24 de junho frente à Costa do Marfim. Nesse mesmo jogo fez o seu primeiro golo ao serviço da equipa grega à passagem do minuto 42, quando aproveitou um erro de Cheick Tioté para abrir o marcador do encontro.

Samaris é um jogador que pode jogar em várias posições do meio-campo Fonte: Getty Images
Samaris pode jogar em várias posições do meio-campo
Fonte: Getty Images

Relativamente a esta recente transferência para o Benfica, tenho a dizer que 10 milhões de euros é um claro exagero. No meu entender, o passe de Samaris estaria avaliado, aproximadamente, entre os 5 e os 7 milhões de euros. Samaris, que nasceu em Patras, a terceira maior cidade da Grécia, é um grande amigo de Katsouranis, antigo atleta do Benfica. Ambos deram os primeiros passos no Panachaiki (equipa local com grande história) e sempre tiveram uma grande relação de proximidade. Samaris é mesmo um grande admirador de Katsouranis, tendo recentemente admitido numa conferência de imprensa, ao serviço da seleção grega, que admira o seu conterrâneo e que gostava de ter uma carreira como a dele. Estas declarações até jogaram muito contra ele, dado que os adeptos do Olympiacos e do PAOK (clube de Katsouranis) têm uma grande rivalidade, daí terem ficado desapontados com as suas declarações.

O futuro das areias – Entrevista a Jordan Santos

entrevistas bola na rede

Numa altura em que o Futebol de Praia procura um lugar de destaque no desporto português, são vários os talentos emergentes que começam a notabilizar-se na prática desta modalidade, que deu a conhecer ao mundo jogadores de referência como Madjer, Hernâni, Alan ou Zé Miguel. A reforma e o envelhecimento destes atletas obrigou a FPF a uma remodelação sustentada nos últimos anos, que permitisse a integração de novos talentos capazes de fazer esquecer os grandes futebolistas portugueses dos anos 90 e de, ao mesmo tempo, manter Portugal no topo do ranking das melhores seleções de Futebol de Praia. Jordan Santos, 23 anos, é o mais recente caso de sucesso oriundo das camadas jovens portuguesas. O internacional português já é presença regular no 5 inicial do selecionador nacional, Mário Narciso, e foi recentemente eleito o melhor jogador do último Mundialito de Futebol de Praia. Em declarações exclusivas ao Bola na Rede, o atleta não escondeu a satisfação pelo feito conquistado.

Obviamente que me sinto feliz por ter conseguido o prémio de melhor jogador. Mas foi também muito importante a nível coletivo tudo ter corrido igualmente bem porque vencemos uma competição muito importante para Portugal, como é o Mundialito“, referiu o jovem jogador português, que demonstrou estar muito otimista em relação ao futuro da equipa das Quinas: “O balanço deste Mundialito foi muito positivo, uma vez que fizemos bons resultados e boas exibições e, por isso, o nosso grande objetivo agora é claramente o título de campeão do Mundo. Ainda para mais porque jogamos com o apoio do nosso público, o que vai ser uma grande vantagem para nós“.

Mas será que esta satisfação geral com a produtividade da Seleção Nacional nas últimas competições é sinónimo de qualidade inequívoca de Portugal e da certeza de a nossa seleção está ao nível das melhores equipas do Mundo, como são os casos de Brasil, Rússia ou Espanha? Para Jordan, a resposta é claramente afirmativa: “Estamos praticamente ao mesmo nível. As seleções de agora preparam-se todas da melhor forma e o equilíbrio é cada vez mais dominante. Mas nós queremos contrariar isso e ser sempre os melhores“.

Jordan foi eleito o melhor jogador do Mundialito de Futebol de Praia'2014 Fonte: desportoleiria.com/
Jordan foi eleito o melhor jogador do Mundialito de Futebol de Praia’2014
Fonte: desportoleiria.com

Para se ser grande, é preciso criar metas, trabalhar e encontrar figuras inspiradoras dentro do ramo. Jordan Santos não foge à regra. Tendo como grande referência no meio o antigo convidado do programa radiofónico do Bola na Rede, Madjer, o internacional português confessa que desde muito cedo se começou a apaixonar pela modalidade: “Desde muito pequeno que jogo na praia com os amigos. Sempre tive uma paixão por jogar na praia. Até que, quando fiz 17 anos, surgiu o convite da equipa do Sótão da Nazaré e comecei a aparecer no Campeonato Nacional. Depois, o caminho consequente até à seleção nacional foi um pequeno passo. Fui chamado para um estágio e acabei por lá ficar até hoje“. Apesar de ainda estar no início da sua carreira de jogador, Jordan já consegue definir bem os seus dois momentos mais marcantes ao serviço de Portugal: “Pela positiva, o que mais me marcou foi claramente a minha primeira internacionalização, em que marquei um golo. Pela negativa, foi a não qualificação para o Mundial’2013 no Tahiti“.

Sendo o Futebol de Praia uma reinvenção do Futebol de 11, são naturais as transições entre atletas de uma modalidade para a outra. Tal como Madjer, Éric Cantona ou Romário, também o jovem português já teve a sua experiência no futebol em relvado. Mas a paixão pela areia foi mais forte: “Sim, já esteve para acontecer. Estive para assinar pela União de Leiria, mas depois de refletir junto da minha família decidi optar pelo Futebol de Praia e por continuar a jogar na Seleção Nacional e no Campeonato Nacional“. Uma decisão complicada, mas da qual Jordan não se arrepende. Tanto pelas suas conquistas a nível individual e coletivo, como pelo crescimento da modalidade, que tem tido uma evolução muito positiva, segundo palavras do próprio: “A Federação Portuguesa de Futebol tem feito um bom trabalho no desenvolvimento do Campeonato Nacional. Acho que estamos no bom caminho“.

Tendo ainda um longo percurso a percorrer no Futebol de Praia, Jordan Santos confessa ao Bola na Rede que guarda algumas ambições para o seu futuro enquanto jogador: “Quero ser campeão do mundo e ser cada vez mais importante na equipa. E, quem sabe, ser eleito o melhor do mundo. Mas não vivo obcecado com isso“. Antes das despedidas, Jordan ainda foi a tempo de eleger o seu 5 de sonho de Futebol de Praia: desde logo, com o guarda-redes espanhol Dona na baliza, os seus compatriotas Madjer e Belchior, a lenda do futebol espanhol Amarelle e o craque brasileiro Bruno Xavier.

Elfsborg 2-1 Rio Ave: Uma equipa de duas caras

0

Diz o povo que nunca se deve voltar aos sítios onde já se foi feliz, mas quis o sorteio que o Rio Ave voltasse a Gotemburgo para jogar na Liga Europa. A cidade sueca ficará para sempre na história do clube: acolheu o primeiro jogo, o primeiro golo e a primeira vitória dos vila-condenses em provas europeias e acolheu também a primeira derrota do clube nas competições da UEFA.

Desta vez o adversário era o Elfsborg. O grau de exigência aumentava. O Elfsborg tem mais experiência europeia do que o IFK, é mais forte e joga num relvado sintético. O facto de estarem mais adiantados no campeonato já não fazia tanta diferença a um Rio Ave que já vai com 4 jogos disputados, mas este era um teste bem mais complicado do que o anterior.

Talvez por não estar habituados ao relvado, o Rio Ave nunca se encontrou dentro de campo na primeira parte. Muita passividade na defesa e um controlo total por parte do Elfsborg, que esteve sempre bem mais à vontade do que o Rio Ave. A equipa portuguesa ainda teve algumas tentativas de ataque… que não passaram disso, tentativas. O guarda-redes sueco nunca foi realmente posto à prova, pois o Rio Ave demonstrou muitas dificuldades em chegar à frente. Com isto, o resultado ao intervalo era de 2-0 para a equipa sueca. Prodell, num lance onde a defesa do Rio Ave podia ter feito mais, fez o primeiro aos 27 minutos e Mobaeck, de canto, fez o segundo. Um resultado justo, que recompensava o domínio sueco.

ELFSBORG vs RIO AVE
Marcelo marcou o golo que dá esperanças aos vila-condenses
Fonte: EPA

Nos balneários Pedro Martins deve ter dito alguma aos seus jogadores, pois a atitude foi diferente no segundo tempo. O Rio Ave apareceu muito mais subido, muito mais perigoso, procurando o golo que voltaria a colocar a equipa na luta pela eliminatória. Se na primeira parte assistimos a uma só equipa a criar perigo, na segunda o jogo foi mais partido. E os portugueses tanto procuraram que foram recompensados. Ao minuto 64, Marcelo marcou de cabeça o golo que voltava a fazer o Rio Ave acreditar. O defesa-central está de saída mas continua a ajudar o clube. O golo foi o tónico que o conjunto de Pedro Martins precisava para voltar a crer. Sem nunca baixar os braços este, o Rio Ave voltou a estar mais perto daquele a que nos habituou nestes últimos jogos. Perto do final, Hassan ainda mandou uma bola à barra mas o Rio Ave acabou mesmo por sair da Suécia com uma derrota, ainda que com todas as possibilidades de passar.

Para a próxima quinta-feira, terá de ser este Rio Ave da segunda parte a jogar. A equipa já conhece o Elfsborg e joga no seu estádio. Na Liga Europa, uma primeira parte como a que o Rio Ave realizou paga-se caro. Da mesma forma, os suecos estão avisados para a crença da formação nortenha, que na primeira parte desapareceu, mas que na segunda fez suar os homens da casa. Está tudo em aberto.

Dínamo Minsk 2-0 Nacional: A arbitragem não explica… quase nada

0

Não começou da melhor forma a aventura europeia do Nacional da Madeira no play-off da Liga Europa. Esta tarde, na Borisov Arena, na Bielorrússia, os comandados de Manuel Machado perderam por 2-0 frente ao Dínamo de Minsk e complicaram o apuramento para a fase de grupos da competição.

No onze inicial, o treinador da equipa madeirense optou por fazer três alterações na equipa que havia perdido no último domingo, na Choupana, frente ao Moreirense: saíram Rui Correia, Sebastián Ayala e Lucas João e entraram para os seus lugares Ezzat, João Aurélio e Suk. Depois da falta de eficácia evidenciada na primeira jornada do campeonato, as alterações produzidas por Machado eram expectáveis, mas ainda assim o efeito produzido não foi o melhor durante o primeiro tempo da partida. Com dois laterais muito ofensivos (Karpovich e Veretilo), que raramente se mantinham no meio-campo defensivo bielorusso, e apenas deixando três jogadores para o processo defensivo (Kontsevoi, Bangoura e Politevich), a equipa do Dínamo de Minsk cedo demonstrou que queria tomar conta da partida, fazendo desde os primeiros instantes uma forte pressão que a equipa portuguesa raramente conseguiu contrariar.

Nos primeiros quarenta e cinco minutos, os madeirenses nunca foram capazes de aproveitar o espaço que os bielorussos foram dando, fruto do adiantamento dos seus laterais e do forte pendor ofensivo que a equipa demonstrou nesta primeira mão da eliminatória. Do lado do Nacional, Ali Ghazal nunca foi capaz de parar o capitão Stasevich; enquanto Gomaa e João Aurélio não conseguiram transportar jogo ofensivo. Por isso, não foi de estranhar que Marco Matias e Rondón tivessem sido mais laterais do que extremos e que Suk não tenha tido bola durante o primeiro tempo. Mesmo sem criar grande perigo junto da baliza de Gottardi, o primeiro golo do Dínamo Minsk chegou com naturalidade à passagem do minuto 44, com Stasevich a cobrar com êxito uma grande penalidade que surgiu na sequência de uma falta do central Ezzat.

Saleh Gomaa não conseguiu fazer a diferença no meio-campo  Fonte: EPA
Saleh Gomaa não conseguiu fazer a diferença no meio-campo
Fonte: EPA

Ao contrário do que seria expectável, os primeiros minutos do segundo tempo não trouxeram qualquer alteração no figurino da partida: o Dínamo ia controlando o jogo como queria, enquanto o Nacional continuava com receio na partida, com constantes perdas de bola no meio-campo que iam inviabilizando qualquer ataque de perigo para a baliza dos bielorussos. A grande penalidade clara não assinalada a favor do Nacional da Madeira por Michalis Koukoulakis ao minuto 49, após mão de Nikolic dentro da grande área, foi um erro decisivo na partida, mas não pode funcionar como desculpa suficiente para uma exibição que, até àquele momento, havia sido tão pálida. Por isso, e depois do aviso de Bangoura aos 51 minutos, o Minsk acabou por fazer o 2-0 aos 55 minutos, num remate de Nikolic, fora da área, que foi ainda desviado por Miguel Rodrigues, traindo o guarda-redes Gottardi.

Apenas a desvantagem de dois golos fez acordar os madeirenses, que, com as entradas de Reginaldo e Lucas João para os lugares de Suk e Zinadine, só a partir dos 60 minutos mostraram alguma qualidade na Bielorússia. Aos 63 minutos, Lucas João rematou para defesa de Gutor e desperdiçou a única oportunidade dos madeirenses em toda a partida. Até ao final do jogo, o Dínamo optou por recuar as linhas e dar o controlo de jogo ao Nacional. Apesar do assalto final à baliza adversária, a equipa de Manuel Machado não conseguiu fazer um golo, que tão importante seria para a luta pelo apuramento. Na próxima quinta-feira só um Nacional completamente transfigurado poderá sonhar com a fase de grupos da Liga Europa. O Dínamo de Minsk mostrou qualidade mas este é um desafio que está longe de ser impossível para um Nacional da Madeira a alto nível. Basta ter uma atitude diferente.

A Figura

Stasevich – O capitão do Dínamo de Minsk foi âncora da equipa bielorussa ao longo da partida. Sempre de cabeça levantada e tomando quase sempre boas decisões, o jogador bielorusso coroou a excelente exibição com o primeiro golo da partida, na transformação de uma grande penalidade.

O Fora-de-Jogo

Suk – É preciso ter muito boa vontade para conseguir escolher algum bom momento do coreano na partida. Completamente desligado do jogo, o ex-avançado do Marítimo nunca criou perigo e por isso não foi de estranhar a opção de Manuel Machado de retirá-lo do terreno de jogo aos 57 minutos.

A Nova Geração Portista

0

serefalaraporto

Desde a sua criação, o FC Porto já venceu uma coleção de títulos tão grande que teve a necessidade de criar, em 2013, o museu do clube. Pondo a ironia de parte, no que diz respeito ao futebol, o FC Porto totaliza 74 títulos oficiais da modalidade, sendo o recordista das Supertaças Cândido de Oliveira e internacionalmente é detentor de 2 Ligas dos Campeões, 2 Ligas Europa, 1 Supertaça Europeia e 2 Taças Intercontinentais – conquista muito rara no futebol mundial. Evidentemente, todo este sucesso é fruto de muitas condicionantes, nomeadamente os bons treinadores que passaram pelo clube, mas é são contratações que o FC Porto faz que merecem o maior destaque. O FC Porto é, desde há alguns anos atrás, um clube que investe milhares de euros e que vende por milhões de euros, perdendo-se a conta às vezes que determinado jogador se valoriza no Dragão.

As mais recentes transferências, de Mangala e de Defour, permitiram ao FC Porto ser, na última década, o clube português que mais valoriza os seus ativos. Ademais, está apenas a 20 milhões de euros de igualar o somatório de vendas dos restantes “grandes” nacionais juntos – Benfica, Sporting e Braga – nos últimos 10 anos, ainda que as possíveis saídas de Enzo, Gaitán e Luisão do plantel encarnado e de Slimani e William Carvalho do Sporting possam vir a equilibrar as contas.

Porém, se ao invés de 10 anos forem considerados 11 anos, incluindo aquele em que o FC Porto ganhou a Liga dos Campeões e vendeu grande parte dos seus jogadores, fazendo entrar nos seus cofres cerca de 95 milhões de euros, essa diferença de 20 milhões de euros cai substancialmente.

O FC Porto recebeu 30,5M€ por cerca de 57% do passe de Mangala  Fonte: Sky Sports
O FC Porto recebeu 30,5M€ por cerca de 57% do passe de Mangala
Fonte: Sky Sports

Desde 2003/04, já saíram do plantel azul e branco jogadores como Ricardo Carvalho, Deco, Paulo Ferreira, Alenichev, Costinha, Maniche, Luis Fabiano, Diego, Lucho González, Lisandro López, Bosingwa, Anderson, Raúl Meireles, Guarín, Quaresma, João Moutinho, Álvaro Pereira, Cissokho, Bruno Alves, Pepe, Otamendi, Falcao, Hulk, James, Fernando ou Mangala. A maior parte destes jogadores não era conhecida nem pelos mais fanáticos do desporto-rei quando chegaram ao Porto, mas pelo bom desempenho na Invicta foram contratados pelos grandes clubes europeus. O Chelsea, por exemplo, já gastou cerca de 70 milhões no clube azul e branco e o Zenit, que contratou Hulk por 60 milhões e Bruno Alves por 20, ainda gastou mais! Mas o negócio que mais merece ser destacado é talvez o de Cissokho, que foi comprado por 300 mil euros e foi vendido por 15 milhões de euros meia época depois.

Deste conjunto de vedetas que fazem parte das mais caras vendas do clube, apenas Bruno Alves e Ricardo Carvalho são jogadores que provêm da formação do FC Porto. Este facto demostra que ou os jogadores da formação não têm qualidade e o FC Porto desperdiça dinheiro na sua formação, ou clube tem deixado no banco (e em outros clubes) os seus formandos! Parece evidente que se trata da segunda opção!

É este o ponto de chegada: o FC Porto, mais do que um clube que conquista frequentemente os títulos nacionais, é um clube “vendedor”! É impossível concorrer com as grandes potências do futebol, como Real Madrid, Barcelona ou Bayern, e portanto é impossível manter o plantel durante muito tempo – os jogadores procuraram clubes cada vez mais aliciantes (e que ofereçam melhores salários). Todavia, é o ponto de entrada para muitos jogadores desconhecidos, vindos maioritariamente do continente americano, o que permite ao FC Porto ter destaque nos mercados internacionais. Porém, se a multiplicação dos seus ativos permite manter as contas do clube equilibradas, não garante que este se “vingue” nas competições nacionais. A “época de ouro” do clube tarda em aparecer de novo!

Hulk - a maior compra e a maior venda da história do FC Porto  Fonte: Telegraph
Hulk – a maior compra e a maior venda da história do FC Porto
Fonte: Telegraph

Em primeiro lugar, a base dos grandes e eternos clubes de futebol é a formação! A formação contínua, a aposta em tácticas e técnicas bem definidas, desde os escalões menores até a idade adulta, permite que os jogadores estejam perfeitamente adaptados ao estilo de jogo do clube. Os clubes mais importantes nesta matéria são o Barcelona e o Ajax, ainda que o primeiro acrescente à sua cantera jogadores de grande qualidade formados em outros locais do mundo e o segundo se limite a apostar na formação. Por este motivo, o Ajax não consegue alcançar os resultados de outrora, mesmo que seja considerada a melhor escola de formação do mundo.

Lopetegui e a sua “armada” trouxeram para o Porto novas expectativas, diferentes tácticas de jogo e a aposta em jogadores da formação, como é o caso de Rúben Neves. Mas será isso suficiente para trazer de volta o invencível FC Porto de outrora? Sem dúvida que a valorização da formação FC Porto é um ponto de partida, pelo papel indispensável que estes jogadores têm no plantel principal, como já foi supramencionado. Para além disso, Lopetegui trouxe consigo uma figura praticamente desconhecida no futebol, Pablo Sanz Iniesta. No clube, Iniesta será o novo responsável pela formação do clube, tomando o lugar de Luís Castro, que passará a ser exclusivamente responsável pelos juniores e pelo comando da equipa B – que é agora praticamente uma equipa de sub-20 -, demonstrando a aposta em jogadores mais jovens. Iniesta já pertenceu à Federação Catalã de Futebol e actualmente este “aliado” de Lopetegui está também ligado à seleção costa-riquenha, não se sabendo se lá irá continuar ou se irá dedicar-se exclusivamente ao clube. Sabe-se que é um forte apologista do estilo do Barcelona, tendo implementando essa filosofia em todos os escalões da formação catalã. Pouco antes de chegar à Costa Rica deu uma entrevista em que foi questionado acerca da mentalidade que pretendia incutir nas seleções jovens do País e respondeu: “um jogo com saída desde trás, de poucos toques e sobretudo com muita posse de bola – tentaremos implementar o estilo do Barcelona nos jovens jogadores costa-riquenhos (…) o Barcelona tem os melhores jogadores mundo, o que torna tudo mais fácil, mas espero que em 1-2 anos tenhamos um futebol vistoso, de muita mobilidade e de toque”.

Pablo Sanz Iniesta é o novo coordenador da formação do FC Porto  Fonte: aldia.cr
Pablo Sanz Iniesta é o novo coordenador da formação do FC Porto
Fonte: aldia.cr

Por conseguinte, ao contratar Lopetegui, o FC Porto não contratou exclusivamente um treinador que se limita a preparar uma equipa para a I Liga. Deu-lhe, antes, a possibilidade de escolher jogadores, trazer gente da sua confiança e implementar as suas ideias, não só na equipa principal, mas também na academia. Esta estratégia é pioneira em Portugal e pode ser o passo fulcral que faltava no futebol nacional, ou seja, a manutenção do estilo de jogo ao longo dos diferentes escalões, permitindo que mais talentos como Rúben Neves sejam mais facilmente identificados e a equipa B deixe de ficar “na margem” do futebol português.

Concluindo, ao contratar Lopetegui e ao conceder-lhe esta liberdade, Pinto da Costa mostrou que confia no trabalho do espanhol e que afinal a idade pode trazer outras virtudes. Não sabemos por quanto tempo este grande homem, que estará para sempre ligado à história do clube, se manterá como presidente. No entanto, ao trazer esta nova mentalidade para o clube e para a sua formação irá permitir que dentro de poucos anos o FC Porto seja um clube de excelência nas transferências, na formação e nos títulos (assim esperemos!). Por outro lado, que o novo presidente tenha o seu trabalho facilitado! Como dizia, um génio, “o único lugar em que a palavra sucesso vem antes de trabalho é no dicionário”! Somos Porto!

Marco Ramos quer, o Ouriense sonha, a qualificação nasce

0

cab futebol feminino

Apesar de todas as dificuldades em que vivem – ou sobrevivem – os diversos clubes de futebol feminino do país, o Atlético Ouriense mostrou que com trabalho, dedicação e sacrifício é possível alcançar o sucesso. Bicampeã nacional em título, a equipa de Ourém conseguiu um apuramento histórico para a Liga dos Campeões, terminando a fase de grupos de acesso à competição em primeiro lugar.

Caminhada até ao sonho

Pertencendo ao grupo 8, o plantel liderado por Marco Ramos teve como obstáculos o Standard de Liège (Bélgica), o ASA Tel-Aviv (Israel) e o Cardiff Met (País de Gales).

No primeiro jogo dos playoffs frente à equipa belga, Diana Silva garantiu a vitória da equipa portuguesa, apontando aos 83 minutos o único golo da partida. Apesar da supremacia das visitantes durante todo o jogo, mostraram-se sempre perdulárias no momento da verdade, permitindo que a sorte sorrisse ao Ouriense e que o sonho da qualificação continuasse bem presente na mente das jogadoras do Ribatejo. Sonho esse que se tornou real na segunda jornada: após um sofrimento que perdurou 89 minutos, surgiu dos pés de Pisco o golo que possibilitou a festa no relvado e na bancada por parte das jogadoras, da equipa técnica e dos cerca de 700 adeptos que se encontravam no estádio. De referir que a partida se encontrava empatada 1-1, já com duas expulsões na equipa do Tel-Aviv.

Com a qualificação garantida, o Ouriense defrontou na última jornada o Cardiff Met. Mariana Coelho, que já havia marcado frente ao Tel-Aviv, ainda colocou a equipa de Ourém em vantagem, mas o conjunto português consentiu a reviravolta do Cardiff, que acabou por vencer o encontro por 1-2. No entanto, este resultado menos conseguido pouco importava, uma vez que o Atlético Ouriense entrou para a história do futebol feminino nacional ao tornar-se a primeira equipa portuguesa a conseguir a qualificação para a prova com que todos os jogadores sonham.

marcoramosOuriense-e1401740635916
O jovem treinador Marco Ramos é um do responsáveis pelos grandes feitos do Ouriense
Fonte: Nuno Abreu / Notícias de Ourém

Abre olhos

 O sucesso anda sempre de mãos dadas com o trabalho e este feito alcançado pelo Ouriense é prova dessa mesma situação. Por detrás das cortinas existe um grande esforço, especialmente por parte das atletas. Esforço esse que é transversal aos plantéis femininos espalhados de Norte a Sul de Portugal e que em nada se compara às equipas masculinas. Tenham em mente o seguinte: as equipas femininas são compostas por estudantes, por trabalhadoras-estudantes ou por trabalhadoras que, ao final do dia, ainda vão treinar para tentar crescer, para tentar ser melhores, para tentar dar alegrias como esta ao país. No entanto, é preciso mais. E não me refiro às jogadoras. Refiro-me essencialmente àqueles que tanto duvidam do sucesso do futebol feminino em Portugal, quando o pensamento deveria ser exactamente o inverso. É preciso investir. É preciso acreditar nos projectos. É preciso acreditar que existe qualidade em Portugal.

Que este feito ajude a repensar a forma como é abordado o tema nos demais distritos, bem como nas organizações oficiais referentes ao futebol nacional. Que este feito seja um abre olhos para todos aqueles que consideram que futebol e feminino não encaixam na mesma frase.

NWSL: Servirá o escudo de impulso às Reign?

cab futebol feminino

(Primeira Parte do Texto AQUI)

Temporada de 2014

Vamos a jogo! E o grande destaque tem indiscutivelmente de ir para as Reign, de Seattle, que se sagraram campeãs da fase regular ao melhorarem de forma significativa o seu futebol. Não seria para menos: Nahomi Kawasumi, do Japão, e as norte-americanas Megan Rapinoe, Elli Reed, Kim Little, Sydney Leroux e Hope Solo tinham obrigatoriamente de conduzir a equipa a uma boa prestação.

Em 24 jogos, Seattle somou 16 vitórias e afirmou-se como o melhor conjunto de 2014, encantando por praticamente todos os campos por onde passava com o seu jogo muito ofensivo (50 golos, melhor ataque da prova) e elegante. É caso para dizer que Seattle chegou, viu jogar e jogou, passando de um sétimo posto em 2013 para o primeiro em 2014. No entanto, o topo não foi o único local da tabela onde a equipa sensação do ano interferiu, dado que no último encontro sofreu uma derrota que mudou totalmente a figura dos play-offs.

Aqui, aparece o nome das Portland Thorns, lideradas pela inevitável e carismática Alex Morgan, que apareceu a tempo e bem recuperada de uma lesão para ‘salvar’ o conjunto nos últimos instantes. Se no dia anterior dependiam das Red Stars, as Thorns viram o maior rival do momento perder dois pontos frente à única equipa de Nova Iorque e ficar assim dependente de si próprio para, em casa e perante 17 000 espectadores, regressar ao play-off que havia ganhado na edição inaugural da nova competição. Assim foi, com a inevitável Morgan a assinar o único tento da partida.

4
Allie Long, uma das figuras das Thorns, prestes a bater um pontapé de canto perante um estádio praticamente esgotado
Fonte: Craig Mitchelldyer-Portland Thorns FC

Vitória para umas, derrota para outras, e assim as Red Stars ficaram de fora em igualdade pontual com as Washington Spirit, mesmo tendo mais golos. Na NWSL, o desempate mede-se, primeiro, pelos triunfos (10 para DC, nove para Chicago), e aqui nem a vitória sobre a equipa de Seattle lhes bastou. Isso mesmo, porque de fora ficou a única equipa a ter batido as campeãs da fase regular para além das Portland Thorns.

As meias-finais

Com a reviravolta das Thorns a alterar o lote de apuradas, e de certa forma a colocar um ponto final na fase regular, as meias-finais não poderiam ser mais entusiasmantes. Se a equipa de Portland recebe o FC Kansas City na reedição das meias-finais do ano passado, Seattle Reign mede forças com Washington Spirit.

Aqui, e sem margens para dúvidas, Portland e Seattle assumem o favoritismo. As primeiras não só por serem as actuais detentoras do troféu mas também pela boa fase final de época que protagonizaram e, acima de tudo, pelas duas vitórias e um empate que registaram contra as adversárias das meias-finais na época regular (10-2 em golos); já Seattle foi indiscutivelmente a melhor equipa na fase de ‘todos contra todos’ e regista resultados semelhantes frente às adversárias, tendo levado a melhor em dois dos três embates e alcançado um empate no outro.

Embaladas pelas respectivas campanhas e lideradas por algumas das melhores jogadoras do mundo, as Portland Thorns e as Seattle Reign assumem-se então como as grandes candidatas à passagem à finalíssima da liga norte-americana de futebol 2014, disputada entre Abril e Agosto. No entanto, engane-se quem pensa que a favorita é a vencedora – longe disso, e ainda mais no futebol feminino, onde as surpresas ganham forma com maior regularidade, e as goleadas (por vezes inesperadas) surgem com bastante frequência. Independentemente de tudo isto, é certo que os três últimos jogos da competição prometem angariar ainda mais seguidores.