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Roubos e hipocrisias

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O Sexto Violino

“João, isto parece um país da América Latina nos anos 60. Se quiseres emigrar, emigra.”. Foi assim que o meu pai me recebeu depois de eu ter regressado do estádio no último sábado. Primeiro não percebi o contexto, depois fiquei surpreendido com o alcance dessas palavras e com a seriedade com que foram proferidas. Assim vai o estado de espírito de um sportinguista habitualmente calmo e ponderado… De facto, não é preciso pensar durante muito tempo para concluir que, da política aos negócios, da construção à justiça, todos os sectores são férteis em casos mais ou menos conhecidos e mais ou menos provados de corrupção, aliciamentos, burlas, desfalques e todo o tipo de falcatruas. Por que razão haveríamos de acreditar, por um segundo que seja, que no futebol seria diferente?

O futebol português tem o condão de, como se costuma dizer, tirar a paciência a um santo – principalmente se esse santo for do Sporting. Eu, não sendo sequer crente, não tenho pretensões de ser um campeão do auto-controlo no que toca a futebol. Esta semana concentrar-me-ei apenas neste jogo, senão em vez de uma crónica fazia uma tese. Mas ainda assim vão sobrar-me temas… Não sei se me causa mais repulsa a arbitragem em si (já foi aqui analisada em pormenor, e bem, por outros redactores sportinguistas), se o facto de o árbitro nomeado para o encontro ter sido alterado à pressa (história muito mal contada), ou ainda o facto de figuras como Pedro Proença e Jorge Jesus virem gozar na cara dos sportinguistas afirmando que a arbitragem de Duarte Gomes foi “excelente” e que “esteve à altura das duas equipas”, secundados por jornalistas pseudo-imparciais que querem reescrever os factos do jogo. Mas sei que aquilo com que tenho mais dificuldade em lidar, talvez por constatar que é um acto quase mecânico e transversal a praticamente todos os benfiquistas, é o pretenso fair play que estes demonstraram depois do final do jogo.

Em 2009, Duarte Gomes passou à frente do aquecimento dos guarda-redes dos leões e empurrou um treinador do clube em pleno Estádio de Alvalade
Em 2009, Duarte Gomes passou à frente do aquecimento dos guarda-redes dos leões e empurrou um treinador do clube em pleno Estádio de Alvalade

À partida já seria estranho ver, depois de um derby como este, alguém a fazer um comentário ao jogo, por pequeno que fosse, sem mencionar a arbitragem. Mais estranho se torna ver benfiquistas, que no último derby fizeram um choradinho que durou até este sábado por causa de um fora-de-jogo milimétrico e de um penalty (lances em que têm razão, diga-se, mas esquecem-se convenientemente de um outro penalty a favor do Sporting e que o seu golo nasce de uma falta mal assinalada), a escamotear aquilo que se passou em campo e a desviar as atenções para o “grande jogo” que foi e o “excelente espectáculo” proporcionado pelas duas equipas, dando também os parabéns ao Sporting que foi, segundo muitos deles, “um digno vencido”. Que foi um grande jogo todos sabemos, e que as duas equipas proporcionaram um excelente espectáculo também. Agora aquilo que – a bem da verdade desportiva e da honestidade de todos os que viram o jogo – devia ser discutido (e nem sempre o é) são os erros constantes de Duarte Gomes em prejuízo do Sporting. E só neste jogo ficaram dois penaltis claros por marcar.

Os sportinguistas não precisam da benevolência nem dos elogiozinhos hipócritas vindos de adeptos do clube da Luz, que criticam o Porto quando não ganham mas que lhe imitam as práticas na perfeição quando são beneficiados (será por isso que uns e outros se dão tão mal…?). Aquilo de que precisamos com urgência é de árbitros competentes, não de árbitros nomeados à pressa que já admitiram publicamente o seu benfiquismo, que já achincalharam sportinguistas no Facebook, que já marcaram 3 penaltis em 11 minutos a favor do Benfica, ao passo que, com o Sporting, estiveram envolvidos em situações vergonhosas como um certo jogo com o Portimonense em Alvalade ou um lamentável e provocatório empurrão a um elemento da equipa técnica leonina antes de um jogo com o Setúbal. Duarte Gomes foi o protagonista, provavelmente orgulhoso, de todos estes momentos que relatei. Teve como prémio apitar um Benfica-Sporting decisivo, em mais um capítulo da saga “limpinho, limpinho”. É assim o futebol português… Já lá vai o tempo em que havia a necessidade de falar em código nos telefonemas.

“O Mundo é coberto por 2/3 água, o resto é coberto pelo Fernando”

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dragaoaopeito

Fernando Reges tem 26 anos, quatro Ligas Portuguesas, três taças de Portugal, cinco supertaças de Portugal e uma Liga Europa. Numa altura em que se discutia quem iria substituir Paulo Assunção, Fernando acabaria por estrear-se na Luz contra o Benfica, corria a época 2008/2009. A seu lado, no “seu meio-campo”, jogaram nomes como Raul Meireles, Guarin, Belluschi, João Moutinho e Lucho Gonzalez. Uns saíram, uns entraram, outros até saíram e voltaram, o Polvo manteve-se cá…
A questão que apresento é simples: Como é possível que o jogador mais consistente do actual Porto esteja em iminente saída (ainda para mais a custo zero)?
O melhor médio-defensivo em Portugal, discutível para uns, óbvio para outros, foi melhorando ao longo das suas épocas; deixou de ser apenas intransponível, começou a aventurar-se um pouco mais, foi-se libertando, ganhando confiança, e hoje, hoje é completo.

O "polvo" Fernando com Ibrahimovic http://globoesporte.globo.com/
O “polvo” Fernando com Ibrahimovic
http://globoesporte.globo.com/

Numa equipa em construção, num meio-campo que sente a tremenda falta de um João Moutinho e que se apresenta num triângulo que efectivamente não é habitual no Porto, Fernando tem lutado, tem salvado, e tem marcado. Ao seu lado tem Defour/Herrera (nenhum faz efectivamente esquecer Moutinho, nem esquecer nem substituir); no actual 4-2-3-1, Fernando não só constrói na 1ª fase como começa a subir um pouco mais, entrando já na zona de Criação (nalguns casos chega até à zona de finalização, como no jogo contra o Vitória para a Taça de Portugal).
Chegou como equilibrador e homem de coberturas, hoje começa aos poucos a entrar no meio-campo ofensivo. Tremendo nas superioridades numéricas defensivas, é um pulmão num meio-campo que já não se imagina sem Fernando. Primeiro nas 2as bolas, 1×1 defensivo possante e rapidíssimo na posição que ocupa, o seu trabalho no Porto-Zenit é uma demonstração de qualidade e de raça, é um exemplo perfeito de como um médio-defensivo pode efectivamente brilhar.

Renovar com Fernando é hoje improvável, a sua saída a custo zero em Junho é, com uma profunda tristeza, o mais certo. Resta-me a mim e aos restantes adeptos acreditar que a melhor direcção do futebol português estabeleça prioridades no plantel, que entenda que talvez seja mais benéfico negociar um excelente contrato com Fernando do que duplicar ordenados já milionários de outros jogadores que não deram 1/5 do que o Polvo deu ao Porto em cinco anos.
No caso de esta renovação não se dar, espero contentar-me em vê-lo de novo ao lado de João Moutinho; quem sabe ao lado de Raul Meireles, também. Fernando não é português, não é preciso um iluminado para chegar a essa conclusão; no entanto, Fernando ganhou o direito de jogar por Portugal e pode fazê-lo. Quem amou ver Deco e quem sentiu a garra de Pepe na selecção não pode agora dizer não a um dos melhores médios-defensivos do Mundo, não pode… Não o quero na selecção por ser portista, quero-o por ser português.

Um jogo à Premier

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Glóbulos Vermelhos

Bem sei que os sportinguistas têm razão de queixa da arbitragem. Não o nego, não sou cego ao contrário do Paulo Fonseca na cuspidela do Josué. Percebo, por ser um jogo desta dimensão, que se queixem e que atribuam a derrota à arbitragem. Sobretudo, porque um jogo desta categoria merecia uma arbitragem de classe. Não me parece é normal que se encham de peito a reclamar uma vitória. Os penaltis seriam o mais justo e até um prémio para as duas equipas, porque nenhuma merecia perder.

Mas não quero falar de polémicas. Antes de um jogo tremendo – é certo que sem os erros este não existiria, os golos seriam menores, mas afinal do que é feito o futebol? – com duas equipas de excelência a largarem tudo em campo. E não falamos apenas de intensidade, isso por norma costuma existir em todos os dérbis, mas de qualidade individual e colectiva. Do lado do Sporting: Patrício falhou na hora do golo mas evitou um outro certo de Cardozo com uma defesa incrível com o pé; William Carvalho continua a evoluir e sem medo de grandes jogos; Slimani, apesar daquela bola no poste, fez golo e dá sinais de ser um ponta-de-lança cirúrgico em frente à baliza e na movimentação dentro de área; Piris também errou mas é um jogador de luta, com técnica, que dá gosto ver jogar. No Benfica: Gaitán está de volta, com uma exibição de alto gabarito e, sobretudo, cheia de esforço – coisa que nem sempre se verificava; Matic está mais preso, mas nem por isso menos interventivo; Cardozo é Cardozo; Enzo não sabe jogar mal; Sílvio está a crescer.

O derby do "tudo por tudo" / Fonte: publico.pt
O derby do “tudo por tudo”
Fonte: Público

Além disto, parece-me evidente que Rojo não é central para o Sporting. É sempre surpreendido na antecipação e basta vê-lo jogar na selecção argentina a lateral-esquerdo para perceber que aí é bem melhor. Depois, claro, alguma inexperiência dos leões e sobretudo um jogo menos positivo de André Martins. A defesa não esteve propriamente bem e pedia-se mais ao meio-campo. Quanto à equipa da Luz percebe-se que Markovic fez uma boa primeira parte, mas têm que jogar ao meio, que o meio campo ganha coesão e a defesa continua a desiludir, principalmente nos lances de bola parada, já para não falar do trauma do minuto 92 em que ninguém gosta de reagir, fica tudo congelado. Mas os processos ofensivos ganham largura e a bola começa a sair mais rápida do pé de cada um.

Um jogo bonito, intenso, que obviamente não tem a qualidade de um jogo da Premier porque também não tem os seus executantes e, ainda mais essencial, porque há faltas atrás de faltas. Isso ainda não conseguimos mudar. Mas este sábado demos um avanço.

A luta europeia pelo sonho brasileiro

internacional cabeçalho

Hoje decidi escrever-vos um artigo algo diferente, uma vez que se avizinha um Play-Off que ditará quais as últimas seleções europeias a qualificarem-se para o Campeonato do Mundo de 2014, a realizar no Brasil.

Em oposição estarão Islândia e Croácia, Portugal e Suécia, Ucrânia e França e Grécia e Roménia. Como se pode constatar foi um sorteio muito renhido com equipas a um nível muito semelhante a defrontarem-se.

Mundial do Brasil de 2014 / Fonte: conmebol.com
Mundial do Brasil de 2014 / Fonte: conmebol.com

Assim sendo, começo com o grande jogo da “jornada”, o Portugal – Suécia, que sinceramente não se avizinha nada fácil, no qual se irão defrontar Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic, os dois avançados do momento, não só pela excelente forma que atravessam mas também pelo grande espetáculo que dão em campo jogo após jogo.

Mais do que a boa equipa que a Suécia tem, coloco em causa a confiança dos jogadores portugueses em si mesmos e no seu treinador. William Carvalho é convocado e merecidamente convocado, contudo o timing é totalmente errado. Afinal é convocado apenas quando trocou de empresário (mudou para o Jorge Mendes, mas que surpresa!) e para os jogos mais importantes da seleção de todo o apuramento. O momento ideal para ser convocado e testado passou com os jogos com Luxemburgo e Israel.

Toda a convocatória deixa, aliás, dúvidas, com Nélson Oliveira a ser deixado de fora, quando encara uma das suas melhores fases de toda a sua carreira (7 golos em 12 jogos, pelo Rennes). Danny, também ele um jogador que atravessa um grande momento de forma é deixado de fora, provavelmente, devido a atritos com Paulo Bento (selecionador conflituoso este).

Isto tudo para dizer que Portugal tem um jogo dificílimo pela frente contra jogadores como Zlatan, Sebastian Larsson ou Kačaniklić. Agora, resta esperar que os jogadores assumam a pressão dos jogos grandes, que tão bem assenta à seleção portuguesa. Afinal, é nestes jogos que Portugal joga melhor.

Ibrahimovic vs Ronaldo / Fonte: telegraph.co.uk
Ibrahimovic vs Ronaldo / Fonte: telegraph.co.uk

Já no outro jogo grande, espera-se que a França não tenha grandes dificuldades em bater a Ucrânia, porém bem sabemos dos facilitismos que a seleção Gaulesa costuma dar, o que poderá dificultar a vida de Didier Deschamps. Jogadores como Ribery ou Benzema não querem perder, de todo, a oportunidade de estar no Mundial e deverão tentar “arrumar” o jogo ainda na Ucrânia. Contudo, existem jogadores que podem causar alguns problemas, como Yarmolenko ou o experiente Oleg Gusev.

Ainda assim, na minha opinião, acho que não deverá ser um jogo com grandes percalços para a França, que tem todas as condições para trazer já um “pé” na fase final do Mundial, ainda no primeiro confronto.

Noutro dos confrontos, a Grécia, de Fernando Santos, receberá a Roménia. A seleção grega assume um estilo muito próprio, o defensivo, que a levou para o Play-Off devido à diferença de resultados com a Bósnia e Herzegovina. Contudo, ficaram apenas 4 golos sofridos em 10 jogos como nota positiva. Pela negativa ficaram apenas 12 golos marcados, apesar de Mitroglou ser a grande referência do ataque.

Já a Roménia foi uma agradável surpresa ao deixar pelo caminho seleções como a Hungria e Turquia. É uma seleção com um grande misto de maturidade e juventude: por um lado existem jogadores com muita experiência como Razvan Rat ou Ciprian Marica, por outro existem jogadores a crescer com um potencial enorme, como Vlad Chiriches ou Gabriel Torje.

Vamos, então, ver como reagem duas seleções, a Roménia com muita experiência e história a nível de seleções, contra uma Grécia que sem grande experiência, surpreendeu tudo e todos ao ganhar o Euro 2004, precisamente em Portugal.

Fernando Santos / Fonte: futebolportugal.clix.pt
Fernando Santos / Fonte: futebolportugal.clix.pt

Finalmente, em relação ao jogo que opõe Islândia e Croácia, verifica-se, provavelmente, o jogo mais desequilibrado do Play-Off, que apesar de tudo não é um jogo dado à Croácia. A Islândia foi a grande surpresa da fase de grupos, conseguindo a qualificação para o Play-Off à frente de seleções como Eslovénia ou Noruega. Pela frente vão ter que derrotar jogadores como Mandžukić, Lovren ou Jelavic. Ainda assim a Islândia tem na sua base para o sucesso Sigurdsson e Sigthórsson, os principais responsáveis pelo ataque islandês.

Ainda assim acho que a Croácia, devido à sua experiência e grande “fornada” de jogadores desta geração, tem tudo para se qualificar para a próxima fase e evitar que a Islândia atinja o sonho do Mundial.

The Pistol ataca novamente

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cab Snooker

The Pistol vs The Ace. Foi assim a final do Kay Suzanne Memorial Cup, disputada na South West snooker Academy em Gloucester, Inglaterra.

O Kay Suzanne Memorial Cup é um torneio semiprofissional que teve início em 2011 e tem como objectivo homenagear a memória de Kay Suzanne, irmã do proprietário da South West Snooker Academy (SWSA), Paul Mount. Os jogadores usam camisolas cor-de-rosa para a sensibilização para o cancro da mama.

https://www.facebook.com/monique.limbos
Mark Allen à esquerda e Judd Trump à direita, na final do Kay Suzanne Memorial Cup, época 2013/2014
Fonte: facebook.com/monique.limbos

Quase que foi desta que Judd Trump pôde suspirar de alívio. Esteve perto de vencer uma prova e de romper com a sua “má sorte” no jogo, coisa que não acontece há já demasiado tempo. O vencedor Mark Allen (aka The Pistol) conquistou assim o seu segundo título europeu consecutivo, ganhando 4 (7) 1 a Judd Trump (The Ace). No mês passado Allen ficou em 1º lugar no Ruhr Open.

O irlandês de 27 anos começou com uma entrada de 62 pontos, ganhando o primeiro frame. Judd respondeu com 128 pontos, igualando o resultado. Mas a partir daí, o número de pontos que Trump conseguiu fazer foi o mesmo que o Sporting acabou por conseguir fazer na última temporada: quase nenhuns. O inglês não conseguiu recuperar, tendo no último frame feito apenas 1 ponto. Allen enriqueceu  £20,000 e subiu 2,000 pontos no ranking mundial.

“Joguei um snooker muito sólido nos passados dois dias”, afirma Mark Allen. “A minha meta agora é conquistar um grande título e estou cheio de confiança, (…) estou muito feliz por estar a jogar bem porque no início da temporada senti algumas dificuldades”.

O próximo evento é o European Tour 7 na Bélgica, de 14 a 17 de Novembro.


Resultados

Quartos de final

Trump 4-2 Wakelin

Jones 4-2 Burns

Baird 1-4 Dott

Allen 4-2 Robertson

Semifinais

Trump 4-3 Jones

Dott 2-4 Allen

Final

Trump 1-4 Allen

 

Se quiser ver a final, aqui está o vídeo:

Águias “aterraram” na ilha Terceira.

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cab Volei

Foi um fim-de-semana de dupla jornada a disputar nos Açores, tanto para o Clube K (São Miguel) como para a Associação de Jovens da Fonte Bastardo. As equipas defrontaram o Sporting Clube Caldas e o Sport Lisboa Benfica. Destaque para a formação do grupo central Fonte do Bastardo, que no Domingo levou a formação da Luz a um 3-0, fazendo com que a “aterragem” das águias do Benfica não fosse apenas o facto de se terem deslocado aos Açores, mas também o de terem um resultado que não foi propriamente agradável para o treinador José Jardim. Este foi o primeiro confronto entre SLB e AJFB para o campeonato, depois da suada vitória por três sets a dois da formação benfiquista perante os terceirenses na Taça.

Foto: Carlos do Carmo/Capa "Diário Insular" - Jornal da ilha Terceira.
Foto: Carlos do Carmo/Capa “Diário Insular”
Fonte: Jornal da ilha Terceira.

Equilíbrio foi a palavra-chave da partida. O jogo disputado até à “negra” na Taça de Portugal demonstrou apenas o potencial de que ambas as equipas dispõem para a competição nesta época, pese embora os momentos finais do jogo tenham dado a vantagem para o Benfica.

No ambiente caloroso que se vivia no pavilhão, na Praia da Vitória, viveram-se três sets de bom voleibol que se constaram ao longo do jogo de um serviço forte e localizado pelos terceirenses, que conseguiram colmatar esses momentos de jogo com um bloco fortíssimo (destaque para João José). Este “fechava” o ataque dos vermelhos e brancos, que apresentam um plantel com muita experiência e jogadores que têm uma “rodagem” de continuidade na 1ª divisão.

O primeiro set foi disputado ponto a ponto e refletiu precisamente esse equilíbrio constante entre os dois principais candidatos ao título. A diferença entre o jogo da Taça foi a de que a AJFB liderou os momentos finais com mais calma e corrigindo os erros que cometia no início das parciais.

Já nos últimos dois sets, o Benfica ainda se destacou mais no decorrer inicial dos sets; a Fonte mostrava algumas quebras no serviço, que não estava tão forte, e o Benfica parecia rumar na direção que faria a liderança final nos parciais. Mais uma vez, a Fonte liderava, aproveitando a queda da receção do Benfica, e, no caso do segundo set, formando mais uma vitória pela margem mínima de 25-23.

Para o terceiro e último set, repetindo a ideia já referida da dominância nas parciais no início do set pelo Benfica, desta vez a visão que se estenderia até ao final estava cada vez mais clara.

No lado dos açorianos, Lucas Gregoret no serviço e Gilson França no bloco soberbo aos 25-24, traçam o rumo do 26-24 favorável à Fonte do Bastardo.

João José, que já se tinha mostrado bem recebido no grupo orientado por Alexandre Afonso, e que admite que quer enriquecer o seu currículo, demonstrou a mais-valia que é para o clube, colmatando a sua execução técnica com o resto da formação, e decidindo momentos finais entre as parciais.

A Fonte do Bastardo lidera o campeonato isolada na primeira posição.

Mais um movimento casual

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Núcleo Semanal
Os portugueses mais distraídos ficaram a conhecer, há duas semanas, o movimento Casual: grupos de adeptos de futebol que não usam acessórios alusivos ao seu clube e que marcam encontros com outros grupos do mesmo movimento para se envolverem em cenas de pancadaria.

Outro movimento, esse já mais antigo e sobejamente conhecido em Portugal (ainda que com as mesmas consequências: nenhumas) voltou a atacar, de forma reincidente, este Sábado, manchando mais um evento desportivo que poderia ter sido um enorme espetáculo.

Ao bom modo do outro movimento Casual, neste tudo foi combinado muito antes, longe da vista dos desatentos. Por mais que achemos que estamos a ver tudo, a verdadeira violência nunca se dá à frente dos nossos olhos. E tudo começou num “sorteio” que ditou que, apenas no seu segundo embate, um dos Grandes teria de sair, obrigatoriamente, da Taça de Portugal.
Ora, sorteio é sorteio. Afinal, o 3º Grande também tinha uma deslocação difícil a Guimarães. Mas… difícil para quem? O Porto não perde com o Vitória de Guimarães desde Outubro de 2004. 20 jogos, 18 vitórias e dois empates depois, já poucos se recordam de que o Vitória não é um “sorteio difícil” para o Porto desde que rebentou … o Apito Dourado.

Se um dos Grandes tem de sair, então que seja o que tem menos poder nas decisões, o que menos influencia interesses, o que menos mexe com os bastidores. Nunca se poderia deixar um embate de tal importância nas mãos de um homem qualquer. Teria de ser alguém com uma ideologia vincada, que tivesse um objetivo específico e as mãos sujas de sangue de outras batalhas. E assim foi, casualmente, excluído Marco Ferreira e chamado Duarte Gomes. Estava tudo pronto para um massacre.

Sábado, às 19:45, lá entraram eles em campo de forma casual: casualmente vestidos de preto, resguardando as suas preferências clubísticas para entrevistas à comunicação social e estados de Facebook; casualmente prontos a bater sempre no mesmo, aproveitando a vantagem numérica para ganhar vantagem; casualmente focados em ver o que queriam e ignorar o que não queriam. E, casualmente, lá ganharam. Não com a tareia prevista, mas com muita sorte, injustiça e falta de fair-play.

O que importa é que acabou. O que importa é que está ganho. Tudo o resto são queixumes de quem não entende o mais profundo e obscuro movimento em Portugal: aquele que, infelizmente, já se tornou casual.

Graças a Deus temos Cardozo

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benficaabenfica

Sempre defendi que devemos ter uma admiração moderada pelos nossos jogadores. Os jogadores passam (alguns que admiramos por parecerem mostrar uma certa fidelidade até por um Zenit nos trocam) e o Benfica continua. Nove anos se passaram desde que Giovanni Trapattoni agradeceu a Deus a bênção que era ter Simão na equipa. Mas foi justo. Foi o melhor jogador que tivemos nos últimos anos, que muito nos deu mas a quem o Benfica deu muito pouco. Era mesmo uma bênção ter o Simão a levar o Benfica às costas enquanto os Eversons e Alcides desta vida nos tiravam séculos de vida. Entre Simão e Cardozo admirámos também a magia do Miccoli, a classe preguiçosa do Reyes, o Deus Aimar, a raça do Coentrão e o benfiquismo meio louco do Maxi, David Luiz e Enzo Pérez. Venerámo-los a todos, sim, mas arrisco dizer que nunca achámos que qualquer um deles fosse insubstituível por vale quase por toda a equipa.

Até Óscar Cardozo. Idolatrado por muitos, odiado por outros tantos que pouco ou nada percebem disto, o paraguaio vai escrevendo a sua história no Benfica entre golos, punhos cerrados e festejos desengonçados. Cento e setenta golos oficiais e quantos deles tremendamente decisivos. O memorável jogo de ontem (não só do Cardozo mas de todos, para acalmar a azia sportinguista) foi mais um abre olhos para os especialistas que assinavam por baixo a venda do Cardozo depois do episódio no Jamor. Ficar com um treinador perdedor e prescindir do melhor avançado das últimas décadas no clube… sem comentários. Nos últimos 14 golos do Benfica, Cardozo esteve directamente envolvido em 10, com nove golos e uma assistência. Para muita gente serão números insuficientes porque, vistas bem as coisas, já está 75 minutos sem importunar o Rui Patrício pela 14ª vez.

Cardozo celebra o seu 13º golo contra o SCP / Fonte: publico.pt
Cardozo celebra o seu 13º golo contra o SCP
Fonte: Público

Só mesmo neste Benfica do (ai) Jesus, remendado e ainda a viver no pânico do Kelvin e Ivanovic é que era possível (quase) mandar a memorável prestação do Cardozo para o baú das humilhações. Acaba, felizmente, por ficar para futura memória um derby de alta qualidade, como há muito não se via. Sinal de que o Sporting está a recuperar dos anos caóticos, sim, mas mantém o mesmo estigma das arbitragens: está no sangue?

Se esta temporada ainda está viva, em grande parte o devemos ao Óscar. Graças a Deus que o temos connosco – e Deus não era sportinguista, com certeza.

É preciso mais!

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portosentido

Os jogos de Taça são, para mim, aqueles jogos que têm de ser jogados mais no campo de funcional do que no do bonito. Um erro no campeonato abre sempre janelas para recuperar qualquer percalço; um erro na taça significa uma equipa fora da competição. O jogo entre Benfica-Sporting é a prova de isso mesmo. Bastou um erro para o Sporting perder a taça.

O Porto teve, tendo em conta as equipas que ainda estão em competição, um sorteio complicado. O Vitória de Guimarães é uma das equipas que luta pela Europa no nosso campeonato e era a actual vencedora da taça.

Embora o Porto tenha conseguido a vitória perante a equipa de Rui Vitória, a exibição na segunda-parte foi completamente apagada. Ao longo de 45 minutos não parecia estar em campo o campeão nacional. Dentro do “apagão azul” visto em Guimarães houve duas luzes que se iluminaram e mostraram o caminho para a vitória: Lucho González e Jackson Martinez. Devo confessar que é bom, é muito bom, ver o colombiano de volta aos golos. Jackson esteve quatro jogos sem conseguir facturar perante uma baliza. Pode parecer excessivo mas, para um jogador do calibre de Jackson, é estranho não ver um golo em quatro jogos.

O Porto teve um bom início. Durante a primeira-parte teve sempre o controlo do jogo e a posse de bola. Apenas conseguiu impor essa superioridade aos 15 minutos, quando Fernando marca depois de um lance estranho em que nada pareceu correr bem até a bola chegar a Fernando. O “Polvo” fez um chapéu magistral ao guarda-redes vimaranense Assis.

Jogadore celebram o golo de Fernando  Fonte: http://www.dn.pt/
Jogadore celebram o golo de Fernando
Fonte: http://www.dn.pt/

O Porto foi sempre superior durante a primeira parte. O Guimarães com algum perigo, mas nada de realmente preocupante. Guiados por Lucho, que está numa forma sem precedente a mostrar que a idade não pesa nas pernas, o Porto precisava de aumentar a vantagem. Já perto do intervalo, Jackson Martinez dá a segurança a Paulo Fonseca e companhia. Após um passe incrível de Lucho o colombiano marca um golo fácil.

Ao intervalo o Porto vencia 2-0 num jogo que aparentava controlado… Pois, com o descanso, veio o desleixo.

Numa segunda-parte terrível o Porto não conseguiu causar qualquer perigo ao Guimarães. O Porto perdeu em todos os aspectos excepto naquele que interessa, o resultado. Não houve meio-campo, não houve ataque. Na defesa, o Porto ia acabar com menos um homem após Mangala ter sido expulso. No entanto, a segurança defensiva do Porto parece estar de volta a melhores dias. Embora o Porto seja uma equipa que sofre poucos golos estava, nos últimos tempos, a mostrar fragilidades no sector mais recuado. Perante o domínio incomum de uma equipa como o Vitória de Guimarães, a equipa do Porto soube, pelo menos, segurar o que já tinha conquistado.

De facto, na segunda parte do jogo, o Porto fez apenas dois remates contra os 17 (!) do Vitória. Porém, desses 17 remates apenas por duas vezes a baliza de Fabiano esteve em risco. O Porto fez o que lhe compete: venceu. No futuro não pode ser tão difícil. A taça não é, para mim, prioridade. Mas não deixa de ser uma competição que o Porto está inserido. O Porto joga, sempre, para ganhar. Mas é preciso mais. É preciso muito mais. Porto que é Porto joga sempre com mais alma, mais raça, mais controlo, mais classe. E nós…. NÓS SOMOS PORTO!

O Milan perdeu o Norte

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Ao fim de doze jornadas de Serie A pode ser difícil reunir consenso para designar qual a melhor equipa, o melhor jogador ou a grande surpresa, mas ninguém tem dúvidas que a maior decepção se chama AC Milan.

Depois do ano passado ter assegurado o terceiro lugar, mesmo nos últimos minutos da Liga, o Milan está nesta temporada bem longe do pódio. Chega a ser chocante olhar para a tabela e ver os rossoneri na décima primeira posição já a dezanove pontos da liderança. Com apenas três vitórias no principal escalão transalpino, o Milan regista um saldo negativo de golos, já que marcou dezassete mas concedeu um total de dezanove.

O cenário é ainda mais estranho se considerarmos que a formação do Norte de Itália manteve o treinador e viu “apenas” sair Kevin Prince Boateng do lote dos jogadores mais influentes no seu plantel. É verdade que o ganês era um jogador muito importante na equipa rossonera, mas a sua saída não pode justificar por completo os péssimos resultados.

Massimilliano Allegri cumpre a quarta temporada à frente dos destinos do Milan, mas depois de ter vencido o título em ano de estreia, o técnico, nascido em Livorno, tem tido dificuldades crescentes com o passar das épocas.

Em termos de jogadores, o último defeso fica marcado, indiscutivelmente, pelo regresso do Kaká, mas também pela contratação de Matri à Juventus. Por outro lado, a equipa manteve nomes importantes, nomeadamente no ataque, com a permanência de Balotelli, Robinho e El Shaarawi.

Balotelli e El Shaarawi. Dupla jovem, irreverente e muito talentosa / Fonte: forzaitalianfootball.com
Balotelli e El Shaarawi. Dupla jovem, irreverente e muito talentosa / Fonte: forzaitalianfootball.com

Jogando preferencialmente num esquema de 4-3-3, Allegri tem optado por colocar, na zona mais recuada, Abbiati na baliza e uma defesa composta por Abate, Mexes, Zapata e Constant. Mais à frente, o meio-campo é normalmente ocupado por Montolivo, De Jong e Muntari, ao passo que no tridente ofensivo, Allegri escolhe de entre o lote formado por: Robinho, Kaká, Matri, Balotelli e El Shaarawi.

Se o cenário interno é negro, não se pode dizer que a nível europeu as coisas estejam muito melhores. No Grupo H da Liga dos Campeões, o Milan tem apenas cinco pontos em quatro jogos, ocupando a segunda posição com apenas mais um ponto do que o Ajax, mais dois do que o Celtic e já a cinco de distância do Barcelona. Resumindo, a formação milanesa tem claramente em risco a passagem aos oitavos de final da prova e mesmo o lugar na Liga Europa não é um dado adquirido.

Longe vão os gloriosos anos do início da década de 90, onde Fabio Capello comandou um Milan arrasador que contava com Maldini, Baresi, Costacurta, Donadoni, Gullit, Boban, Van Basten, Rijkaard, Papin, entre outros.

Trio holandês de luxo formado por Gullit, Van Baten e Rijkaard / Fonte: posterfutebol.wordpress.com
Trio holandês de luxo formado por Gullit, Van Baten e Rijkaard / Fonte: posterfutebol.wordpress.com

Os sinais de intranquilidade estenderam-se já do relvado de San Siro para a tribuna presidencial, onde Adriano Galliani e Barbara Berlusconi, filha do carismático Silvio Berlusconi, têm demonstrado falta de entendimento na estratégia que querem conferir ao clube. As últimas notícias dão conta que Galliani poderá mesmo vir a sair da direcção do clube, depois de vinte sete anos de ligação à formação de San Siro.

Depois de no dia de ontem o Milan ter voltado a marcar passo, devido ao empate em Verona frente ao lanterna vermelho Chievo, chegam rumores que este poderá ter sido mesmo o último jogo de Allegri à frente da equipa.

Sentenciada a hipótese do título logo em Novembro, resta agora ao Milan pensar num possível lugar europeu e numa prestação digna na Liga dos Campeões… mas não vai ser nada fácil.