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Aquilani para a pré-reforma ou reencontro com o destino?

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a norte de alvalade

Por força da Supertaça e dos acontecimentos que a precederam e sucederam não tinha tido oportunidade de me pronunciar sobre a aquisição de Alberto Aquilani. Trata-se de um jogador que, desde que surgiu, me despertou a atenção e a quem reconheço enormes qualidades. Contudo, estas apenas foram notórias quando surgiu no seu clube de coração, a Roma, perdendo-se em pequenos fogachos desde que começou o seu périplo fora da Cidade Eterna.

Eleito para substituir Xabi Alonso no Liverpool, então de Benitez, a sua estada ficou-se por um pálido saldo de dezoito jogos, uns mais cinzentos que outros, e um golo, na Premier League. Não terá ajudado muito o facto de ter chegado lesionado e ter apanhado os vermelhos já sem o fôlego que lhes permitiu arrecadar uma Champions e quase um título no ano que antecedeu a chegada do playmaker italiano.

De empréstimo em empréstimo, entre Juventus e Milão, onde teve duas épocas regulares, voltou a Liverpool para descobrir que já não era aí desejado. Acabou por sair para Florença, por uma pechincha de cinco milhões de euros, muito longe dos dezassete milhões de libras que os ingleses desembolsaram antes.

Esteve em Florença os últimos três anos, sendo a sua passagem uma boa representação da sua carreira: promessa à chegada, estagnação e desilusão. Convenhamos que não era fácil a um príncipe romano ser rei onde governaram os Medici e onde a rivalidade entre romanos e viola é profunda e ancestral. Teria de ter feito muito mais para as suas origens serem esquecidas, porém a imagem que deixou entre os adeptos foi a de um jogador talentoso mas acomodado e pouco comprometido com o clube. Em tudo semelhante à impressão deixada em Liverpool.

O italiano é o novo camisola 6
O italiano é o novo camisola 6

São estes insucessos consecutivos que o fazem chegar agora a custo zero ao Sporting. Aquilani foi sempre considerado um jogador de enorme talento mas que, com tempo, criou a imagem de um jogador frágil fisicamente, muito atreito a lesões – o que em algumas épocas foi um facto -, das pequenas lesões, recidivas, até algumas de grande tempo de paragem.

Quando Aquilani rejeita a proposta de renovação da Fiorentina, com corte significativo no vencimento, e escolhe um novo agente para lhe gerir a carreira, imaginava-se como próximo destino a Major Soccer League. Foi para aí que o seu amigo e novo empresário, Andrea d’Amico, já havia levado Giovinco, estimamdo-se que fosse também o Toronto o destino. Esse é o primeiro bom sinal: se fosse pelo dinheiro ou por uma pré-reforma em tons de dourado, certamente que teria já atravessado o Atlântico.

Mas (pode até ser uma coincidência, a noticia saiu quando este artigo estava já escrito), os mesmos sinais de fragilidade estão novamente à vista quando diz que ontem não treinou por lesão. Têm sido esses contratempos que têm aprisionado o génio do italiano numa garrafa, de onde só sai para revelar pormenores como algumas das ilustrações deste post documentam.

É isso que tem faltado a Aquilani: consistência e constância. É esta dúvida que torna estranha a sua escolha, quando sabemos hoje as razões que levaram a descartar Kevin Prince Boateng. Ao contrário do que foi dito do ganês, Aquilani não padece de um problema num ponto específico. As suas lesões consecutivas têm-se manifestado nos tornozelos, joelhos, anca, ligamentos, etc.

Faltará apenas saber o que JJ lhe vai pedir. Pode ser um “8”, pode ser um “10”, onde mostrará a sua qualidade técnica, imprevisibilidade na colocação da bola, que lhe advém de uma qualidade de passe e visão extraordinárias. João Mário e Adrien têm aqui não apenas concorrência mas também um mestre. Dificilmente poderá ser um “6” porque, apesar do seu 1,87m, falta-lhe intensidade e capacidade para sofrer na busca permanente da bola. Esperemos que seja, pois, em Lisboa que Aquilani se reencontre com o destino que há muito lhe é augurado: o de um grande jogador.

Imagens retiradas do facebook do atleta

Liga Inglesa: Uma Primeira Jornada Refrescante!

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cab premier league liga inglesa

Nova época, novos protagonistas. O começo da temporada 2015/16 da Premier League fugiu à previsibilidade, contrariou o favoritismo, nomeadamente entre as equipas que lutam pelo título.

O Chelsea cedeu um empate a dois frente a um Swansea que não desperdiçou as facilidades que lhe foram concedidas (para este nível, claro) pelo campeão e que até podia sair de Stamford Bridge com os três pontos em virtude da pressão exercida no final, ainda que “patrocinada” pela superioridade numérica conseguida graças à expulsão de Courtois. Um dia mau para os blues, mas que seria atenuado com a derrota do Arsenal, em casa, diante do West Ham, por 2-0 (ver “treinador da semana). Porém, na luta (defesa) pelo trono não se pode facilitar, e os rivais de Manchester ganharam terreno. O United com menos brilho (venceu por 1-0, o Tottenham, sem brilho, e graças a um auto-golo de Kyle Walker numa altura em que os Spurs dominavam) que o City, que se impôs em casa do West Bromiwch Albion por uns claros 3-0 que lhe valem, no final da primeira ronda, o primeiro lugar…

… ainda que este seja partilhado com mais seis equipas. Entre elas, os surpreendentes Leicester e Crystal Palace, que deram muito bem conta de si ao vencerem por dois golos de diferença os seus adversários. Os “foxes” golearam o Sunderland por 4-2, num jogo em que demonstraram um futebol atraente (com destaque para Mahrez – ver “figura de jornada”), bem longe daquilo que seria de esperar de um conjunto que é quase unânimemente apontado, pela crítica, como candidato à descida; os “Glaziers”, num encontro onde o reforço Cabaye foi figura de destaque, foram ao terreno do Norwich vencer por 3-1, impondo aos canários, no seu regresso à Premier League, um baptismo algo desagradável…

Legenda: “Mahrez foi a figura da 1ª jornada da Premier League” Fonte: Facebook do Leicester
Mahrez foi a figura da 1ª jornada da Premier League
Fonte: Facebook do Leicester

… situação que se repetiu em Bournemouth, onde a equipa local foi batida pelo Aston Villa, embora por números menos esclarecedores e que refletem as dificuldades dos villains no jogo de estreia do seu adversário – 1-0, o mesmo resultado conseguido pelo Liverpool para bater o Stoke City e que também demonstra o quão complicado foi para os reds bater o seu adversário (aliás, o golo inaugural só surgiu ao minuto 86, através de um remate de longe de Phillipe Coutinho).

A competitividade do campeonato inglês esteve presente em mais dois campos, com o resultado a ilustrar, também, o quão espectacular é este campeonato: 2-2. O Watford impôs essa igualdade no jogo com o Everton, em Goodison Park, estreando-se em grande estilo no regresso à Premier League e o Newcastle deixou fugir a reviravolta lograda no jogo com o Southampton – começou a perder, deu a volta, mas aos 80 minutos repôs a igualdade num jogo em que Cédric Soares esteve em bom plano, assistindo para o primeiro golo dos Saints.

Uma jornada cheia de golos, de resultados que não eram esperados e de novos protagonistas que fazem salivar os adeptos de futebol pelo próximo fim-de-semana de Premier League.

Figura da jornada: Riyad Mahrez (Leicester City)

O extremo argelino começou 2015/2016 da melhor forma ao contribuir com dois golos para vitória do Leicester sobre o Sunderland (4-2), estando, provisoriamente, no topo dos artilheiros da liga divindo a honra do trono com Yaya Touré.

O trabalho de Mahrez não sobressai apenas pelos golos que marcou. A procura pelo desequilíbrio (3 dribles, 6 remates, números máximos na partida), quase sempre bem sucedida (100% de eficácia no drible, 33% no rácio remate/golo, com um dos remates falhados a bater nos ferros da baliza do Sunderland), e a precisão no passe (80%, números invulgares para um extremo) fazem de Mahrez o jogador da semana e a figura da jornada na Premier League

Treinador da semana: Slaven Bilic (West Ham United)

O croata estreou-se da melhor maneira na Premier League e já fez esquecer, por enquanto, o trabalho de Sam Allardyce – foi ao Emirates vencer o Arsenal por 2-0, apresentando uma equipa coesa e bastante competitiva para fazer frente a uns gunners que, de facto, atacaram muito, mas não conseguiram marcar devido ao excelente trabalho posicional, mas também devido à exibição do guardião Adrián – 6 defesas, três delas de bom nível.

Destaca-se, também, a aposta, arriscadíssima, mas claramente ganha, de Bilic na titularidade de Oxford, um míudo de 16 anos que, com Noble e Kouyaté conseguiu, muitas vezes, secar o meio-campo do Arsenal.

Foto de capa: Facebook do West Ham

Liga Brasileira: Queda Livre

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Nunca fiz. Deve ser divertido, mas não tive, até hoje, oportunidade de experimentar a atividade que dá o nome ao nosso artigo. Mas se (literalmente) deve ser uma coisa engraçada para se praticar, já em sentido figurado não tem tanta graça. Analisemos, então, aquelas que são as equipas que à entrada para o segundo terço do Campeonato Brasileiro podem ser consideradas as desilusões.

Primeiro, claro, o Palmeiras. O Verdão, que há umas jornadas até estava a jogar decentemente, aparece com duas derrotas seguidas e caiu da zona de acesso à Libertadores para um pálido sétimo lugar. O Campeonato foge aos paulistas desde 1994. O Cruzeiro, campeão em título, não poderia fazer muito mais e parece começar agora a recuperação com Vanderlei Luxemburgo. O Santos vai vencendo jogos; todavia, não é suficiente para sair do meio da tabela. São Paulo idem.

Já os cariocas do Flamengo, depois de um início de Brasileirão vergonhoso para os pergaminhos do clube, parece ter encetado agora uma tímida subida na tabela. Os congéneres do Vasco da Gama continuam a travessia no deserto e nem com o título estadual no bolso estão a ser capazes de se motivar para garantirem a permanência no principal escalão do futebol brasileiro.

Na frente, só Atlético Mineiro e Corinthians parecem não dar tréguas: até se imitam nos resultados. Os mineiros lideram com dois pontos de vantagem sobre os paulistas.

O desalento de uns contrasta com a alegria de outros Fonte: odia.ig.com.br
O desalento de uns contrasta com a alegria de outros
Fonte: odia.ig.com.br

Mas a maior queda é, de facto, a do Internacional de Porto Alegre. No grande dérbi daquela cidade – o famoso Gre-Nal – o Colorado foi massacrado e o Grémio brindou o eterno rival com um simples (mas malvado) 5-0. Depois da eliminação na Libertadores, competição para que parecia talhada esta equipa do Inter, os pupilos vermelhos já estão longe de um título que lhes escapa desde a década de 70. E, por falar em história, esta foi a pior derrota no confronto número 407 entre os dois emblemas. Quer dizer, a segunda pior. A vitória mais elástica para o lado gremista aconteceu ainda antes de 1910. E o mais triste para os adeptos do Internacional: perderam o comboio do título (estão a 15 pontos do primeiro lugar) e ainda viram o eterno rival subir para a terceira posição. É curioso verificar, mas o Inter de Porto Alegre tem feito boas campanhas internacionais (duas Libertadores neste século, por exemplo), mas eclipsa-se por completo nas provas nacionais.

Curioso também é o facto de o Atlético Paranaense não perder desde a entrada do nosso Bruno Pereirinha no plantel. É verdade que o português só jogou no primeiro jogo (dos três que já poderia efetuar), mas talvez Pereirinha funcione como uma espécie de amuleto lusitano. E que amuleto! Sexto lugar para o Furacão e a Libertadores está à vista!

Liga Alemã: Nova época, a mesma história

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cab bundesliga liga alema

Um verão bastante seco por terras germânicas. A Bundesliga acabou com o Bayern a mostrar-se avassalador e a nova época inicia-se com o mesmo tipo de pensamento. As equipas que tentaram assaltar o trono dos protegidos de Guardiola não se reforçaram devidamente e o defeso de verão acabou por ser fraco quando comparado com a Premier League, único adversário em termos de poderio financeiro e espetáculo.

Passeio do campeão

Continuar a cumprir internamente e vencer a Liga dos Campeões. O primeiro objectivo é um dado (quase) adquirido. A perda de Schweinsteiger é uma baixa importante na equipa mas não é impossível de contornar. Arturo Vidal e Douglas Costa são os reforços sonantes para 2015/2016. O chileno foi um dos destaques da Copa América e demonstrou o porquê de se auto-intitular o melhor médio da europa. Forte a transportar a bola da defesa para o ataque e com faro para golo, o ex-jogador da Juventus não tem o perfil de jogador que encaixe no que Pep Guardiola costuma exigir, sendo mais físico do que cerebral. Porém, é um craque da cabeça aos pés e certamente conquistará o seu espaço no onze bávaro.

O treinador catalão terá, novamente, a tarefa facilitada e, com rumores de que existe uma proposta interessante vinda do Reino Unido, a meta só poderá ser igual à época fantástica de Jupp Heynckes, para uma despedida em glória de um clube onde nem sempre foi tratado da melhor forma.

As ameaças possíveis

O Wolfsburgo foi rival sem força para conseguir manter-se na corrida até ao fim. O primeiro passo decisivo para tentar manter a vitalidade na luta pelo título foi a manutenção do melhor jogador do campeonato transacto, Kevin De Bruyne. O belga esteve numa forma fantástica e juntou todas as qualidades que se podem desejar num médio-ofensivo: visão de jogo, técnica acima da média, capacidade de trabalho e golos. Sem perder nenhum jogador basilar, os comandados de Dieter Hecking conseguiram reforçar-se de forma astuta (embora não tenha chegado nenhum craque) e ainda enfraqueceram adversários directos como o Gladbach – Max Kruse foi uma das figuras do terceiro classificado da época 2014/2015 e é mais uma opção bastante válida para a frente de ataque.

De Bruyne foi o melhor jogador do último campeonato Fonte: Facebook do Wolfsburgo
De Bruyne foi o melhor jogador do último campeonato
Fonte: Facebook do Wolfsburgo

Um pouco mais abaixo no mapa, temos o Bayer Leverkusen. A equipa de Roger Schmidt, treinador alemão que vai aperfeiçoando o seu estilo de jogo vertiginoso, recebeu um talento incrível nos seu plantel. Christoph Kramer, internacional alemão que esteve emprestado ao Borussia Mönchengladbach, é uma peça que encaixa na perfeição e a dupla com Bender promete. A juntar ao médio, temos Mehmedi, avançado que se destacou no Friburgo, Ramalho (treinado por Schmidt em Salzburgo) e Papadopoulos (em definitivo). Uma equipa que tem o prazer de contar com um dos trios mais entusiasmantes do futebol europeu, composto por Bellarabi, Çalhanoglu e Son, e um treinador com ideias interessantes, ganha o direito a sonhar…

O Borussia Dortmund e o FC Schalke 04 são os outros dois possíveis candidatos. Os amarelos e pretos ficaram sem o carismático Jurgen Klopp, mas tiveram a inteligência de substitui-lo com Thomas Tuchel, treinador jovem e que se rege por valores semelhantes ao do antigo técnico. Marco Reus, Mats Hummels e Ilkay Gündoğan para já ficam e, com a contratação de Gonzalo Castro, conseguem manter uma estrutura capaz de fazer uma época bem superior à anterior; o Schalke teve o dom de se reforçar com cabeça, tronco e membros. Na defesa, Matija Nastastic é investimento seguro, sendo um defesa que tem todas as valências para ser uma referência mundial nessa posição. No meio-campo, Johannes Geis, um dos médios mais talentosos da nova geração alemã, foi resgatado ao Mainz e é um upgrade no meio-campo. Junta-se a promessas como Max Meyer, Goretzka ou Sané, que, sem o ultra-conservador Di Matteo, terão mais espaço para brilhar. Na frente, Franco Di Santo é mais uma opção para fazer frente ao matador Huntelaar.

O Gladbach não parece ter capacidade para lutar pelo título, apesar de ser garantido que vai andar pelos lugares cimeiros. As saídas de Kruse e Kramer são difíceis de colmatar e, mesmo com a presença na Liga dos Campeões, o clube ainda não teve grandes reforços. Drmic entrou para a frente de ataque e Christensen, promissor central do Chelsea, são boas adições a um plantel bastante homogéneo, mas parecem faltar individualidades de maior nível para se juntarem a nomes como Sommer, um dos melhores guarda-redes da Europa, Xhaka, que se tornou num médio de topo, ou Herrmann. Face à falta de investimento, sobretudo se tivermos em conta que esta temporada marca o regresso do clube à liga milionária, Lucien Favre terá novamente de provar por que é um treinador de enorme qualidade. A receita será a mesma de sempre: linhas muito próximas a defender e um futebol de transições do melhor que há.

Os restantes

A competitividade da liga alemã leva a que existam surpresas todos os anos. Alguns históricos vão ficando para trás, estreantes surpreendem e equipas sem história vão apresentando estabilidade e ideias para se desenvolver.

O Augsburgo é um dos casos mais notáveis dos últimos anos. A chegada de Markus Weinzierl marcou uma mudança de objectivos. As duas primeiras épocas na Bundesliga foram passadas no fundo da tabela, mas a Europa é agora um sonho bem real. Depois do 8º lugar na época de 2013/2014, a época passada foi fantástica e o clube alcançou a sua melhor classificação de sempre, um enormíssimo 5º lugar para uma equipa que, com um orçamento limitado e sem jogadores com nome, não pediria muito mais do que o meio da tabela. A próxima época adivinha-se com outras responsabilidades e o primeiro passo para o sucesso já foi dado: não perder o treinador, um dos mais interessantes da liga, e jogadores fundamentais no ano anterior. Baba, lateral-esquerdo em ascensão, deve ser a única saída relevante, estando a caminho do Chelsea por 25 milhões de euros.

O Augsburgo quer continuar a cimentar a sua posição no campeonato alemão Fonte: Facebook do Augsburgo
O Augsburgo quer continuar a cimentar a sua posição no campeonato alemão
Fonte: Facebook do Augsburgo

Ir ao fundo e voltar ao topo. Os históricos Estugarda e Hamburgo tiveram um ano para esquecer e agora é altura de dar a volta por cima. O defeso, porém, não mostrou grande vontade de renovar e alterar este ciclo negativo. O velho conhecido Emiliano Insúa foi um dos dois reforços do Estugarda (o outro foi Jan Kliment, avançado checo que brilhou no Euro Sub-21) e o Hamburgo comprou o experiente Emir Spahic, dispensado do Leverkusen, e a antiga promessa sueca Albin Ekdal. Pouca movimentação para dois clubes que necessitam de um urgente plano de reestruturação.

Esta época terá um cenário bastante improvável numa das ligas mais competitivas do mundo, com duas equipas em estreia absoluta mais alta divisão alemã. O FC Ingolstadt 04, clube impulsionado pela Audi e com nomes interessantes como Robert Bauer ou Mathew Leckie, e o SV Darmstadt 98, que acaba por ser o maior candidato à descida, foram os heróis inesperados da última época e é com curiosidade que vemos a sua presença junto de equipas com outra tarimba.

Emoção, estádios cheios e talento de sobra. Os ingredientes estão lançados e a primeira liga alemã promete muita imprevisibilidade, exceptuando no que ao título diz respeito. O Bayern parte na pole position e dificilmente cairá do trono. Será o vencedor natural ou haverá surpresa na classificação final?

Previsões

Campeão: Bayern

Melhor jogador: Arjen Robben (Bayern)

Melhor marcador: Aubameyang (Dortmund)

Melhor assistente: Kevin de Bruyne (Wolfsburgo)

Revelação: Andreas Christensen (Gladbach)

Foto de Capa: Facebook da Bundesliga

Futsal: Os (candidatos) do costume ao trono

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cab futsal

Devo realçar que, após um hiato superior a um ano, é com enorme satisfação que volto a escrever para o “Bola na Rede”. Quero aproveitar para agradecer a toda a equipa a compreensão para com as minhas dificuldades atuais e a oportunidade que me voltaram a dar de escrever o meu artigo semanal.

Mas, pronto, voltando ao que realmente me traz aqui, a análise da época que se avizinha, é de salientar que, comparando com o que sucedeu no futebol, a pré-época no futsal está a ser, até ao momento, substancialmente mais calma. Mas, até à supertaça, que marca a abertura oficial da nova época, ainda podem ocorrer surpresas de última hora.

O campeão nacional, Benfica, mantém a sua estrutura-base (saíram Mancuso, Pablo del Moral, Xande e Victor Hugo e entraram Fábio Cecílio, Fernando Wilhelm e Mário Freitas, além da promoção de Tiago Fernandes) e é de prever que volte a lutar taco a taco com o outro grande candidato, Sporting, que registou a grande contratação do defeso, o guarda-redes brasileiro Marcão, contratado ao Kairat Almaty do Cazaquistão. É um reforço importante para o Sporting, pois apresenta-se como um jogador que acrescenta experiência ao plantel leonino (já foi campeão europeu pelo seu anterior clube) e também pelo seu passado de águia ao peito. Para além do jogador brasileiro, é de fazer o destaque para a contratação dos italo-brasileiros Alex Merlim, Fortino e Cavinato, assim como para o regresso de Gonçalo Portugal após empréstimo ao Fundão, que colmataram as saídas de Alex, Cristiano, Marcelinho, Fábio Aguiar e Cássio.

Para além dos 2 grandes do nosso futsal, há uma série de outras equipas que muito provavelmente estarão a disputar as fases mais adiantadas do campeonato, de onde se destacam o Sp. Braga, a AD Fundão, o SL Olivais, o Belenenses, os Leões de Porto Salvo ou mesmo o Modicus Sandim, equipas que, a par do Sporting e do Benfica, são as mais fortes candidatas a disputar o play-off, que reúne o top 8 no fim das 26 primeiras jornadas.

O Benfica vai ter a difícil missão de tentar manter o título na Luz Fonte: Blogue 'Benfica 365'
O Benfica vai ter a difícil missão de tentar manter o título na Luz
Fonte: Blogue ‘Benfica 365’

Em termos de estrutura técnica, todos os principais clubes a mantêm. Seja Joel Rocha, campeão e vencedor da taça de Portugal na última época ao serviço do Benfica; Nuno Dias, vice-campeão pelo Sporting e campeão em 2013/2014, que dá sinais de ser um treinador muito astuto e competente ao serviço dos leões e que deseja recuperar esta época o título de campeão nacional; ou mesmo Paulo Tavares, que irá tentar este ano vencer um troféu com o seu SC Braga/AAUM, seja o campeonato ou até a taça de Portugal. Veremos se os Guerreiros do Minho se conseguirão transcender esta época e conquistar um título que seria histórico para o clube minhoto.

A antevisão está feita e resta-nos esperar pelo dia 30 de Agosto para a bola começar a rolar. Será 2016 um ano memorável para Benfica, Sporting ou outro clube qualquer? Quem irá acabar o ano a festejar? Resta-nos acompanhar a ação esta temporada, aproveitando para desejar um ótimo ano a todos os clubes e que no fim possamos todos dizer que ganhou a melhor equipa em campo, seja ela qual for.

Supertaça Europeia’2015: Barcelona 5-4 Sevilha: Catalães vencem a batalha de Tbilisi

O futebol é o melhor desporto do mundo. Ou é, pelo menos, o mais inesperado, imprevisível e inesquecível. A Supertaça Europeia raramente é uma competição com um alto nível exibicional – a pré-época, o desgaste físico das recorrentes competições de Verão e a ainda embrionária organização das equipas não permitem grandes jogos. Mas a edição de 2015 foi a excepção à regra.

Tanto o Barcelona como o Sevilha chegaram a esta final desprovidos de importantes peças dos seus onzes iniciais. Neymar e Jordi Alba estão lesionados e não figuraram na ficha de jogo; N’zonzi, Kolodziejczak e Daniel Carriço estão também ausentes do lado sevilhano. Com a baixa de ambos os centrais, o técnico do Sevilha, Unai Emery, viu-se obrigado a adaptar o médio Krychowiak à posição defensiva. Esta alteração enfraqueceu, e em muito, o meio-campo dos vencedores da Liga Europa. Apesar de ter entrado a ganhar, com um golo logo aos três minutos, a equipa sevilhana rapidamente perdeu a liderança da partida e o controlo do jogo.

E foi exactamente esse sector que ditou a primeira parte do jogo. Um meio-campo fraco, sem agilidade, com imensa dificuldade em transportar a bola da defesa para os homens mais adiantados. Faltavam Krychowiak, Mbia (que saiu para o Trabzonspor) e o reforço N’Zonzi. Lionel Messi mostra que está numa forma impressionante para esta altura da temporada e fez o que quis das linhas mais defensivas do Sevilha. Com um bis em apenas oito minutos, assumiu-se, como é costume, o timoneiro da equipa blaugrana.

A primeira parte desta final foi, aliás, toda ela de Messi. O prodígio argentino encantou com os seus habituais dribles, arrancadas, fintas e investidas ousadas. A equipa de Luis Enrique continua a jogar baseada no rotineiro tiki taka, ligeiramente mais enérgico do que aquele que víamos no tempo de Guardiola. Com um jogo assente na posse de bola, troca-a durante vários minutos, até Messi ou Suárez descobrirem uma linha de desmarcação rumo à baliza. Dani Alves revelou-se rapidíssimo nas transições defesa-ataque e colocou todo o seu talento nas subidas pelas laterais. Foi, também ele, um dos melhores jogadores do Barcelona nos primeiros 45 minutos.

Ainda antes do final da primeira parte, Rafinha consegue ampliar a vantagem. Depois de uma grande defesa de Beto, após remate de Suárez, a defesa do Sevilha congela e deixa os dois avançados completamente soltos. Algo tinha de mudar na equipa de Unai Emery.

E mudou.

O Sevilha entrou na segunda parte com uma atitude diferente, mais rápido, com vontade de dar a volta ao jogo. Mesmo sofrendo um revés – o 4-1 de Suárez, depois de erro de Trémoulinas – os rojiblancos não desistiam e tentavam levantar o espírito, curar a dignidade, trazer de volta o orgulho ferido. A perder por uma diferença de três golos, o Sevilha foi à procura da recuperação e começou a provocar erros no Barcelona. Depois da saída de Iniesta, Vitolo e Reyes arriscam as transições que haviam faltado na primeira metade, e é de um desses contra-ataques que surge o 4-2.

Messi e Suárez eclipsam na segunda parte e o Barcelona tem dificuldade em organizar o jogo, edificar a táctica, criar resultados. O lateral-esquerdo Mathieu passa por inúmeras dificuldades e acaba por cometer grande penalidade, de onde surge o golo de Kévin Gameiro. Nesta altura, o Sevilha é a única equipa que luta dentro de campo, muito graças à entrada do ucraniano Konoplyanka. E é ele mesmo que vai empatar a partida. Jogada formada pelos três homens do banco: Mariano faz o lançamento, Immobile consegue passar por Bartra e Konoplyanka encosta. Aos 52 minutos, o Barcelona estava a vencer por 4-1. Aos 81, o jogo estava empatado a 4.

Pedro foi o herói da partida Fonte: Facebook da UEFA Champions League
Pedro foi o herói da partida
Fonte: Facebook da UEFA Champions League

Sobre o prolongamento, pouco a dizer. A partida desce de nível e o desgaste físico dos jogadores começa a evidenciar-se. Com Coke a central e Mariano a lateral, Krychowiak pode actuar na sua posição de raiz e o meio-campo sevilhano é, pela primeira vez no jogo, estável. Immobile carrega a equipa às costas: o avançado italiano entrou forte, com grande atitude física e de combate.

Mas, mais uma vez, o futebol é imprevisível. O jogador talismã de Pep Guardiola entrou e resolveu a Supertaça. Pedro Rodríguez, que pode muito bem ter feito o seu último jogo pela equipa culé, aproveitou uma defesa incompleta de Beto e fez o 5-4. Se sair, sai pela porta grande.

A final da Supertaça Europeia de 2015 fica na história: tanto pelo número de golos, como pelo nível exibicional. Mariano é jogador a seguir, Immobile vai dar-se bem no Sevilha. A equipa tem bons indícios de completar mais uma frutífera época. Quanto ao Barcelona, Messi corre para a quinta Bola de Ouro, Dani Alves está numa forma impressionante e Iniesta continua a ser o maestro blaugrana. Luis Enrique levanta o troféu, mas Unai Emery merecia mais do que a medalha.

A Figura

Lionel Messi – Apesar de uma segunda parte apagada, o argentino demonstra mais uma vez que a equipa de Barcelona depende das suas investidas rápidas e desmarcações imprevisíveis. Os seus primeiros 45 minutos foram magistrais, com dois golos de livres precisos, marcados com regra e esquadro. Messi caminha a passos largos para a sua quinta Bola de Ouro.

O Fora-de-jogo

Mathieu – Experiente, mas inseguro. Foi assim que se apresentou Mathieu nesta Supertaça, onde, apesar de ter jogado numa posição que não é a sua de raiz, cometeu erros quase inadmissíveis. Provocou o penálti que originou o 4-3, e foi na sua ala que surgiu Immobile, quase sem oposição, quando cruzou para o empate de Konoplyanka. É fraca substituição não só para Jordi Alba, como para qualquer defesa do Barcelona.

Foto de capa: Facebook da UEFA Champions League

Jogadores que Admiro #40 – Henrik Larsson

jogadoresqueadmiro

Muitos jogadores poderiam merecer atenção neste espaço, tanto pela performance exibida dentro de campo como pelo exemplo transmitido fora dele. Para justificar a minha escolha, remonto aos meus primórdios no que respeita à análise futebolística.

Retrocedo até 16 de Julho de 1994, a uma das minhas primeiras memórias nítidas daquilo que era um jogo de futebol, data em que a Suécia esmagou com contundentes 4-0 a Bulgária de Stoichkov, Lechkov, Balakov, Kostadinov e companhia no jogo de atribuição do terceiro lugar do Campeonato do Mundo dos EUA. Ao lado daquela que, porventura, terá sido a geração sueca mais entusiasmante de sempre, em que pontificavam nomes como Thomas Brolin, Kennet Andersson, Thomas Ravelli ou Klas Ingesson, dava-se a conhecer um jovem avançado de ar excêntrico que não tardaria a substituir as vistosas rastas por uma coroa: explodia para o mundo do futebol o “King of Kings”, Henrik Larsson.

Após um par de épocas a destroçar defesas ao serviço do Helsingborgs, deu o salto para Roterdão em 1993. Com as cores do Feyenoord manter-se-ia até 1997, decidindo então trocar os ares do de Kuip pelo fervilhante ambiente de Parkhead. Aos 25 anos, o promissor jogador começaria a cunhar o estatuto de lenda entre os Católicos de Glasgow.

A história tem destas curiosidades, que só o tempo permite avaliar sem que deixemos de esboçar um ténue sorriso; Larsson iniciou o seu trajecto ao serviço do Celtic com a difícil missão de fazer esquecer um ponta-de-lança de fartos caracóis, um autêntico manancial de golos que dava pelo nome de… Jorge Cadete. O internacional português – que após a sua passagem pela Escócia jamais exibiria os pergaminhos que fizeram dele um dianteiro reputado – deixara uma herança de 38 tentos em 47 jogos. Uma herança pesada, de facto, mas o sueco encarregar-se-ia de demonstrar que estava à altura do desafio. Durante as sete épocas ao serviço do clube, alcançou a proeza de assumir por quatro ocasiões consecutivas (num total de cinco) o lugar mais alto do pódio dos melhores marcadores da liga. Na temporada de 2000-01, os seus 35 golos valeram-lhe a conquista da Bota de Ouro, prémio atribuído ao melhor marcador entre os vários campeonatos europeus.

O seu apurado killer instinct quase custou a primeira Taça UEFA ao FC Porto de Mourinho na época de 2002-03. Na final de Sevilha, Larsson tratou de refrear os ânimos portistas por duas vezes, repondo a igualdade após os golos de Derlei e de Alenitchev. A sua glória nas competições da UEFA chegaria mais tarde.

Henrik Larsson é uma verdadeira lenda do futebol sueco Fonte: givemesport.com
Henrik Larsson é uma verdadeira lenda do futebol sueco
Fonte: givemesport.com

Após uma emotiva despedida, assinaria pelo todo-poderoso Barcelona. Quis o destino que o seu primeiro jogo europeu com a camisola blaugrana fosse precisamente contra o seu Celtic, marcando um golo à sua antiga equipa em pleno Celtic Park. Pelos catalães, pese embora o facto de ter alcançado um menor número de golos nas duas épocas em que representou o clube, foi decisivo na conquista da Liga dos Campeões de 2005-06, ao assistir Eto’o e Belletti para os dois golos decisivos frente ao Arsenal.

Após uma passagem de menor fulgor de um ano em Old Trafford, regressou ao seu país natal, onde viria a representar ainda o Helsingborgs, o Råå e o Hogasborg, clube no qual iniciou a sua carreira. Actualmente, aos 43 anos, treina o Helsingborgs.

Henrik Larsson construiu a sua carreira sobre golos, muitos golos, mas também sobre um fino recorte técnico, predicados que lhe valeram o reconhecimento de companheiros de equipa, de adversários e dos amantes do futebol em geral.

Um dos mais cotados avançados das últimas duas décadas, uma das mais ilustres figuras do Celtic. Em suma, uma lenda.

You’re my Larsson
My Henrik Larsson
You make me happy when skies are grey
We went for Shearer but he’s a winker
So please don’t take out my Larsson away

Foto de Capa: PicPicx.com

Oleg Salenko – O Bota de Ouro que o Mundo do Futebol Esqueceu

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Não há muitos jogadores por esse mundo fora que se possam orgulhar de ter marcado seis golos num mundial de futebol, mas o antigo internacional russo Oleg Salenko foi capaz disso e de muito mais.

A 25 de Outubro de 1969 nasceu para o mundo Oleg Anatolyevich Salenko. A sua cidade natal, Leninegrado (rebatizada como S. Petersburgo após o fim da URSS), serviu de palco às primeiras incursões futebolísticas do jovem Oleg ao serviço do Zenit Leninegrado, onde se estreou na equipa principal com apenas 16 anos de idade a 1 de Março de 1986. Um jogo contra o poderoso Dynamo Moscovo na capital do império Soviético serviria para intimidar qualquer jogador, mas o jovem Salenko não acusou a pressão de jogar no emblemático estádio, que albergava numa das suas entradas a imponente estátua do lendário Lev Yashin, e vindo do banco de suplentes marcou o golo com o qual o seu Zenit Leninegrado derrotou o poderoso emblema moscovita. O jovem Oleg rapidamente se tornou numa das jóias da coroa daquela equipa superiormente comandada por Pavel Sadyrin e foi pela mão deste lendário pensador do futebol russo que Salenko desenvolveu as suas refinadas capacidades de finalização e se tornou um avançado de elevada qualidade.

Salenko a receber a sua primeira bota de ouro das mãos de um responsável do futebol da URSS Fonte: vk.com
Salenko a receber a sua primeira bota de ouro das mãos de um responsável do futebol da URSS
Fonte: vk.com

Em 1989, com apenas 19 anos, o ainda inexperiente Salenko mudou-se de malas e bagagens para a potência do futebol soviético da década de 1980, o Dynamo Kiev. A sua transferência para o emblema da capital da Ucrânia entrou para história do futebol soviético, uma vez que foi a primeira a envolver dinheiro. Nessa altura, o todo poderoso Dynamo pagou ao Zenit 36 mil rublos, uma quantia avultada para um país que não estava habituado a este tipo de transações, mas muito longe das pretensões iniciais da equipa de Leninegrado, que exigia 1 milhão de rublos à formação treinada pelo mestre Valeriy Lobanovskiy.

Em pouco tempo tudo mudou para Salenko; a sua saída para o Dynamo deixou os adeptos do Zenit revoltados e a sua experiência na capital ucraniana foi bem mais complicada do que aquilo que ele poderia prever. O Zenit não tinha o estatuto que tem hoje e em Kiev “morava” uma equipa com jogadores fantásticos, quase todos eles internacionais pelo seu país, algo que relegava o jovem Oleg para segundo plano. Apesar de todas as dificuldades, Salenko apontou perto de 30 golos em cerca de 100 jogos oficiais e, em 1992, já depois do atribulado desmembramento da União Soviética, mudou-se para a liga espanhola, para o modesto CD Logroñes. A sua experiência na comunidade autónoma de La Rioja foi fantástica e, na época de 1993/94, Salenko marcou 21 golos em 37 jogos oficiais. Nunca nenhum outro jogador proveniente da ex-URSS marcou tantos golo numa só época em Espanha e não será por demais lembrar que a quantidade de atletas oriundos daquele antigo país que passaram pelo futebol espanhol é bastante significativa.

Salenko com o seu filho ostentando a sua segunda bota de ouro Fonte: http://vz.ua
Salenko com o seu filho ostentando a sua segunda bota de ouro
Fonte: vz.ua

Em 1994, Oleg Salenko inscreveu o seu nome na história do futebol mundial ao apontar seis golos no World Cup 94 nos Estados Unidos da América. Foi um ano fantástico para Salenko, durante o qual o antigo jogador do Zenit não só se afirmou a nível nacional como também ao serviço da sua selecção, pese muito embora a fraca prestação da equipa russa no respectivo torneio. Salenko reencontrou Pavel Sadyrin na selecção do seu país e foi novamente pela mão do homem que o lançou no Zenit quase uma década antes que Oleg se tornou, em conjunto com o lendário Hristo Stoichkov, no Bota de Ouro do torneio, com seis golos apontados, cinco deles diante da selecção dos Camarões. O experiente guarda-redes camaronês Jacques Songo’o não conseguiu seguramente esquecer aquele fatídico dia em Palo Alto na Califórnia, quando aquele jogador russo de certa forma “desconhecido” o obrigou a ir buscar a bola ao fundo das redes por cinco vezes.

Ganhar a Bota de Ouro não foi uma novidade para Oleg Salenko, uma vez que em 1989, no mundial de Sub-20 na Arábia Saudita, o jovem oriundo de Leninegrado havia sido coroado como melhor marcador do torneio, ganhando por isso o respectivo troféu. Salenko continua a ser, nos dias de hoje, o único jogador mundial a ter ganho duas Botas de Ouro em categorias distintas e continua também a ser o único a nível mundial a ter erguido o troféu ao serviço de uma selecção que não tenha superado a fase de grupos.

Oleg Salenko ao lado do lendário Roger Milla no Mundial de 1994 Fonte: img.championat.com/
Oleg Salenko ao lado do lendário Roger Milla no Mundial de 1994
Fonte: img.championat.com/

Todos estes acontecimentos marcantes antecipavam uma carreira gloriosa para Oleg Salenko após o Mundial de futebol de 1994, mas tal nunca chegou a acontecer. O avançado russo mudou-se para o Valência CF depois do mundial e, um ano mais tarde, rumou ao futebol escocês para representar os Rangers FC, mas, apesar de manter a sua veia goleadora sempre activa, nada voltou a ser como antes, muito por causa de sucessivas lesões e consequentes problemas de ordem física. Uma cirurgia ao joelho, levada a cabo no início da temporada 1996-97, foi o princípio do fim da carreira do artilheiro russo, que por diversas razões, alegadamente relacionadas com a falta de coordenação entre as equipas médicas que o acompanharam nessa altura, viu a sua carreira cair até ao abismo no curto espaço de quatro anos.

De Salenko, pouco mais se ouviu até aos dias de hoje, com excepção de um desmaio em directo num canal televisivo ucraniano em 2013, de se ficar a saber que o seu livro favorito era o Manifesto Comunista de Marx e Engels e de pequenas entrevistas, sem direito a grande destaque, em jornais e outras publicações internacionais; tudo isto muito pouco para um jogador que colecciona recordes e memórias fantásticas e que devia merecer o respeito e a admiração de todos aqueles que amam e vibram, semana após semana, com o desporto-rei.

Foto de Capa: kino-nik.ru

Volta a Portugal’2015: Veloso é rei em terras portuguesas

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Cabec¦ºalho ciclismo

Gustavo Veloso, ciclista da W52-Quinta da Lixa e vencedor do ano passado, voltou a conseguir a camisola amarela e a sagrar-se o campeão da Volta a Portugal 2015 em bicicleta! Desde o contrarrelógio inicial que se previa que este fosse realmente o desfecho, e a vitória é completamente justa. Ao iniciar este artigo, também quero destacar algumas palavras proferidas pelo vencedor: “Muitos de nós aprendemos a ser ciclistas em Portugal, é aqui que temos essa oportunidade. O que somos hoje deve-se a Portugal”.

A décima etapa, e última, desta nossa Volta terminou em Lisboa e consagrou o espanhol como, novamente, vencedor, não antes de vermos mais um sprint entre os especialistas e onde o italiano Matteo Malucelli, à frente do seu colega de equipa Davide Vigano, venceu a etapa. Este final de etapa foi um dos momentos da prova, visto que os próprios italianos comunicaram entre eles ao sprintarem e, provavelmente, Vigano abrandou um pouco para dar a vitória ao seu colega de equipa – um jovem de 21 anos. Grande momento por parte de ambos quando levantaram os dois os braços a festejar a “dobradinha” na etapa.

Voltando à classificação geral, o galego, de 35 anos, repetiu a conquista realizada em 2014 e partilha o pódio final da 77.ª edição com dois corredores da Efapel, o português Joni Brandão e o espanhol Alejandro Marque, vencedor da Volta em 2013 (sendo certo que ambos ficaram a mais de dois minutos do camisola amarela, realmente uma diferença notável para o bicampeão). Veloso, com triunfos em duas etapas – a sexta, beneficiando da desclassificação de José Gonçalves, e nona, um decisivo contrarrelógio – deu a terceira vitória seguida à equipa de Sobrado, Valongo, após a sua própria vitória no ano passado e a de Marque.

Matteo Maluccelli "voou" rumo à vitória na Avenida da Liberdade, em Lisboa, com o seu companheiro de equipa Davide Vigano a ser o segundo classificado e com esta vitória a proporcionar um excelente momento entre ambos Fonte: Facebook da Volta a Portugal
Matteo Maluccelli e Davide Vigano a proporcionarem um excelente momento entre ambos
Fonte: Facebook da Volta a Portugal

Tal como previsto, o top10 final foi apenas preenchido por ciclistas ibéricos. Novamente uma luta entre Portugal e Espanha, com a Itália a tentar intrometer-se nas etapas ao sprint e os belgas e holandeses a aparecem mais nos contrarrelógios. É desta forma que se pode ver a Volta a Portugal em termos de nacionalidades. Nos 10 melhores encontramos sete portugueses e três espanhóis. Visto assim poderíamos dizer que Portugal claramente venceu esta “batalha”. Mas a verdade é que os três espanhóis ficaram nos quatro primeiros lugares, inclusive no lugar do vencedor. Tudo depende da perspetiva de cada um, mas a verdade é que são os espanhóis que acabam por sair mais felizes desta Volta a Portugal.

Neste top10, além dos três nomes já referidos, Délio Fernandez, não fosse o azar no CR, poderia ter feito com que a W52-Quinta da Lixa tivesse dois homens nos dois primeiros lugares. Ainda assim, mais uma grande prova do espanhol, a mostrar estar presente para o seu líder e, ainda assim, a conseguir fazer a sua própria corrida da melhor forma. Não merecia o azar que teve. Alheio a isso, Joni Brandão conquistou o 2.º lugar e sai desta Volta a Portugal como um dos portugueses com mais capacidade de vir a singrar em termos internacionais.

Destaco, igualmente, a presença de três homens da LA Antarte: Sérgio Sousa, Hernâni Broco e Amaro Antunes. Os três fizeram uma boa prova, regulares do princípio ao fim e, tivessem apostado mais num dos três ciclistas, poderiam ter tido uma ainda melhor classificação. Nos 10 melhores, António Carvalho (vencedor da classificação da montanha no ano passado), ciclista da W52-Quinta da Lixa, trabalhou muito para os dois espanhóis e ainda conseguiu um excelente 6.º lugar. A análise ao top10 termina com dois homens da Boavista: Rui Sousa e Daniel Silva. Silva trabalhou muito bem para o próprio Rui e ainda conseguiu um 8.º lugar, sendo que Rui Sousa voltou a não conseguir vencer a Volta a Portugal. Não se esperava que o conseguisse, ainda para mais com a idade que já tem, mas a verdade é que, ainda assim, consegue ser o 5.º melhor classificado, o 2.º melhor português e terminou em grande, com uma excelente subida à Torre (como é seu apanágio) e com um excelente CR, quase ao nível dos melhores especialistas presentes nesta Volta e, por exemplo, melhor que Marque, também conhecido por fazer muito bons CR’s. Veremos se este será o seu último ano a correr a Grandíssima.

O pódio da Volta a Portugal 2015, por ordem: Joni Brandão (2.º), Gustavo Veloso (1.º) e Alejandro Marque (3.º)  Fonte: Facebook da Volta a Portugal
O pódio da Volta a Portugal 2015, por ordem: Joni Brandão (2.º), Gustavo Veloso (1.º) e Alejandro Marque (3.º)
Fonte: Facebook da Volta a Portugal

Em relação às outras classificações, Gustavo Veloso também venceu a camisola dos pontos, superando o seu colega de equipa Délio Fernandez e o italiano Davide Vigano. A camisola da montanha foi desde cedo um alvo para o português Bruno Silva, sendo que, com a presença nas mais variadas fugas, esse objetivo foi realmente alcançado e é uma vitória justa para o único português a conseguir vencer uma das camisolas desta Volta (os dois outros elementos no pódio desta classificação foram, mais uma vez, os habituais Délio Fernandez e Gustavo Veloso, respetivamente). A camisola da juventude, à partida para esta Volta, estaria “reservada” para Evgeny Shalunov, mas o russo desiludiu e Aleksey Rybalkin mostrou-se muito bem e foi, indiscutivelmente, o vencedor desta camisola, sendo que ainda conseguiu ficar no 16.º lugar da classificação geral. Por fim, a vitória na classificação por equipas ficou para a mais do que citada W52-Quinta da Lixa (uma prestação digna de uma Sky na Volta à França). Grande trabalho de toda a equipa em prol da conquista de todos os objetivos delineados para esta Volta a Portugal. Com três ciclistas no top6, quatro vitórias em etapas e o vencedor da prova, foi uma missão muito bem-sucedida e talvez até melhor do que o que seria inicialmente previsto (a Boavista e a LA Antarte, ambas com três ciclistas no top12, foram as duas outras equipas que ficaram no pódio desta classificação).

Desde 2011 (edição vencida por Ricardo Mestre e que ficou marcada pela presença de dez portugueses no top10 final, sendo que o bem conhecido dos portugueses André Cardoso fez 2.º, com o 5.º classificado deste ano, Rui Sousa, a fazer 3.º em 2011) que um português não vence a Volta. Mais uma vez, Gustavo Veloso foi o mais forte de todos, um verdadeiro “rei” em Portugal. Conseguirá alguém quebrar este domínio para o próximo ano? Cá estaremos para verificar isso!

Foto de capa: Facebook da Volta a Portugal

Liga dos Campeões Feminina: “Fófó” quer ficar na história

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cab futebol feminino

O Clube Futebol Benfica não é a primeira equipa portuguesa a lutar pelo acesso à Liga dos Campeões de futebol feminino. No entanto, este é um momento que marca a formação proveniente de São Domingos de Benfica, em Lisboa, por ser a sua estreia numa competição internacional deste calibre. As croatas do Osijek, as sérvias do Spartak Subotica e as macedónias do CS Norok serão as suas adversárias na disputa da qualificação para os 16 avos de final da Liga dos Campeões.

A 2 de Maio sagraram-se campeãs nacionais ao vencer a Fundação Laura Santos por 5-1. A 6 de Junho alcançaram a “dobradinha” através da conquista da Taça de Portugal frente ao Clube de Albergaria, com um golo providencial de Joana Flores. Depois destas duas conquistas e de um campeonato inesquecível, o tempo de férias do Clube Futebol Benfica revelou-se curto devido à necessidade de preparar a Liga dos Campeões. Com uma dedicação digna de verdadeiras profissionais, as jogadoras reiniciaram os trabalhos a 1 de Julho.

Para além dos treinos tácticos e técnicos a que as atletas estão sujeitas durante o campeonato nacional, a equipa técnica do “Fófó”, em conjunto com o seu fisioterapeuta João Coelho, também organizou um conjunto de treinos no qual foram trabalhados vários aspectos específicos como a velocidade ou a reacção, com o objectivo de prevenir lesões.
Intercalado com este programa, o Clube Futebol Benfica realizou ainda três jogos de treino, sendo que dois deles foram disputados com a campeã irlandesa feminina, Wexford Youths, que também se encontrava em Portugal a preparar a Liga dos Campeões. No balanço final desses dois encontros, regista-se um empate a 1-1 e uma vitória confortável por 3-0 para a equipa portuguesa. Relativamente ao terceiro jogo de treino, o Clube Futebol Benfica arrecadou uma vitória por 5-3 frente a uma equipa masculina sénior. Durante estas cinco semanas de trabalho intenso, a formação, orientada por Pedro Bouças, teve ainda a oportunidade de realizar um estágio, que durou cerca de três dias, em Penamacor.

As pupilas de Benfica realizaram exercícios onde, por diversas vezes, utilizaram uma máscara de forma a dificultar a entrada de oxigénio, tornando o treino mais difícil
Fonte: Facebook do Clube Futebol Benfica

Terminado o período durante o qual a equipa técnica procurou “afinar” a equipa, o Clube Futebol Benfica prepara-se para partir rumo à Croácia, onde irá disputar o Grupo 6 de qualificação para os 16 avos da Liga dos Campeões, entre 11 e 16 de Agosto. O representante português terá como primeiro adversário o Spartak Subotica, que, a par da formação do Osijek, é apontado como uma das equipas que poderá causar maiores problemas à formação orientada por Pedro Bouças. Ainda assim, em declarações à agência lusa, o treinador afirmou que o Clube Futebol Benfica, que já conta com alguns reforços, possui todas as condições para disputar qualquer jogo e que a equipa tem vontade de surpreender. De facto, se o trabalho desenvolvido ao longo das últimas semanas conseguir ser posto em prática dentro das quatro linhas, podemos esperar uma participação bastante positiva da equipa da freguesia de Benfica que, durante anos, foi ofuscada pelo emblema vizinho do Sport Lisboa e Benfica. No entanto, neste momento e e no que diz respeito ao futebol feminino português, não existe um plantel que apresente tanta qualidade como o velho “Fófó”.

As oito vencedoras de cada grupo garantirão a passagem à próxima fase da Liga dos Campeões, onde já se encontram as 24 equipas mais bem classificadas no ranking e que ficaram isentas desta pré-qualificação.

Jogadoras convocadas por Pedro Bouças:

– Ana Teixeira
– Andreia Silva
– Andreia Veiga
– Carla Silva
– Elsa Santos
– Filipa Galvão
– Filipa Patão
– Jamila Marreiros
– Joana Flores
– Mafalda Marujo
– Maria Baleia
– Mariana Coelho
– Matilde Fidalgo
– Patrícia Gouveia
– Raquel Infante
– Sara Ribeiro
– Sílvia Brunheira
– Sofia Nunes

Foto de Capa: Facebook do Clube Futebol Benfica