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Mundial Futebol Praia’15 – Capitão ditou a sentença: as meias finais!

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Mais um jogo, mais uma vitória e mais um passo rumo ao título mundial. Em passo firme, Portugal ultrapassou esta quinta-feira mais um duro obstáculo rumo ao objetivo que todos os portugueses querem: o campeonato do mundo. O jogo não era fácil; afinal de contas, era a temível Suíça de Ott e Stankovic que apareciam no caminho da seleção nacional. Também por isso, mais uma vez o Estádio da Praia da Baía encheu-se de fé e de esperança de que as meias finais fossem um objetivo ao alcance dos comandados de Mário Narciso.

A primeira explosão de alegria veio logo aos dois minutos: Leu atrasou mal a bola ao guarda-redes Valentin e ela acabou mesmo por entrar na baliza suíça. Sem fazer grande coisa por isso, Portugal apanhava-se numa vantagem importante na partida. A verdade é que nos minutos seguintes a seleção nacional teve alguma felicidade, sobretudo devido às duas bolas enviadas aos ferros por Stankovic e Noel Ott. O golo do empate acabou mesmo por surgir, já no último minuto do primeiro tempo, com Ott, após assistência de Borer, a desfeitear o guarda-redes Elinton Andrade, dando justiça ao resultado no final do primeiro período. Tal como havia acontecido na primeira parte, Portugal entrou bem no segundo período. Ainda assim, se no primeiro caso isso tinha acontecido mais por demérito suíço, agora isso acontecia pelo forte domínio que os jogadores portugueses impuseram aos suíços. Não foi por isso de estranhar que no espaço de 3 minutos a seleção tivesse chegado a 3 golos, por intermédio de Madjer (excelente remate de pé esquerdo), Elinton Andrade (o guarda-redes português fez um golo de levantar o estádio) e Belchior, na sequência de um livre direto. O 4-1 no marcador era um resultado perfeitamente tranquilo e inteiramente justo para aquilo que se via no areal da Baía em Espinho: impulsionados por um tremendo Coimbra e um letal Madjer, a seleção portuguesa ia banalizando uma equipa suíça que só em rasgos individuais de Ott e Stankovic ia incomodando as redes lusitanas. Até ao final do segundo período, Stankovic, com um forte remate de pé esquerdo, ainda reduziu para os helvéticos, que levaram o resultado a 4-2.

O último período acabou por não trazer diferenças de maior ao nível do jogo. Portugal continuava superior em todos os momentos do jogo e sobretudo a nível defensivo continuava perfeitamente imperial. A dupla Jordan Santos e Rui Coimbra chegava para as encomendas, enquanto, no ataque, Belchior, Alan e Madjer eram um verdadeiro quebra-cabeças para os defesas suíços. Aos 25 minutos, acabou por surgir o momento alto da tarde, com Madjer, ainda antes do meio campo, a fazer, com o seu pé esquerdo, um remate em arco soberbo que só parou no fundo das redes suíças. Apenas dois minutos depois, foi a vez de outra das figuras da exibição portuguesa, Coimbra, fazer o 6-2 e pôr um ponto final na partida. Até ao final do encontro, Ott ainda reduziu de grande penalidade e Madjer ainda completou o hat trick, mas esses foram já dois momentos que vieram apenas reafirmar aquilo que se tinha visto durante a esmagadora maioria do encontro. Portugal fez uma exibição de luxo e acabou por vencer de forma inesperadamente tranquila. Agora, segue-se a bicampeã mundial, Rússia, num duelo que recorda a meia final dos Jogos Europeus nos quais os russos bateram Portugal por 2-1. Depois do jogo desta quinta feira, é caso para dizer que um Portugal a grande nível poderá atingir o sonho. Já está muito perto. Só resta continuar a acreditar.

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Portugal está a um pequeno passo da final
Fonte: Facebook Seleções Portugal

O jogo de abertura dos quartos de final era porventura o encontro mais equilibrado do dia. E isso porque se defrontavam aquelas que são, muito provavelmente, as duas melhores equipas do mundo do futebol de praia. Rússia e Brasil subiam ao areal da Praia da Baía com o único objetivo possível: o apuramento para as meias finais. O alinhamento previsível do quadro não seria este mas a derrota dos russos contra o Taiti precipitou esta espécie de “final antecipada”.

A verdade é que o estádio da Praia da Baía se encheu para ver um duelo que foi a todos os níveis emocionante. Num primeiro tempo bastante intenso e recheado de emoção, foram os bicampeões mundiais a entrar melhor, com Paporotnyi e Skharin, na sequência de dois lances de bola parada, a adiantarem os russos no marcador. O resultado não era totalmente justo porque a Rússia apenas jogava na expetativa dos erros brasileiros que acabaram por acontecer. Apesar de estar em desvantagem, a equipa canarinha dava espetáculo no areal e o seu domínio acabaria por trazer resultados no primeiro período. Com os golos de Mão (excelente golo de baliza a baliza do guardião brasileiro), Datinha (na sequência de um livre direto) e Mauricinho (na sequência de um contra ataque), o Brasil chegava ao final do primeiro período com um 3-2 no marcador que se ajustava.

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A Rússia apontou o golo decisivo a 10 segundos do fim
Fonte: Facebook Beach Soccer Fan Page

Ainda assim, o primeiro período parece ter sido o único em que o Brasil verdadeiramente esteve em campo esta tarde. Quem comparar o primeiro com o segundo período verá que no segundo tempo o Brasil simplesmente não existiu na Baía. As triangulações já não saíram, o jogo ofensivo fluido era agora previsível e as oportunidades que se sucediam eram agora apenas esporádicas. Para além do demérito brasileiro, para esta inversão da tendência da partida muito contribuiu a Rússia, que, depois de um primeiro período onde apenas foi reativa, no segundo tempo surgiu com vontade de mudar o rumo do encontro. Isso acabou mesmo por acontecer, com o golo de Shishin aos 13 minutos a dar o empate a três golos, resultado com o qual se concluiu o segundo período. No terceiro e último período, e ao contrário do que seria de esperar, as equipas não tiveram receio de cometer erros que pudessem ser fatais. Aos 29 minutos, Peremitin aproveitou um novo erro defensivo num canto para fazer o 4-3 para os russos. Dois minutos mais tarde, foi a vez de Bokinha, numa grande penalidade discutível, a fazer novamente o empate para o Brasil. Aos 31 minutos, o ping-pong no marcador continuou, com Romanov a restabelecer a liderança russa no marcador após um bom trabalho individual. Pensava-se que, a cinco minutos do fim, o golo do camisola 3 da seleção russa seria decisivo. Acabou por não ser, em virtude do golo salvador de Bruno Xavier aos 33 minutos, que levou a canarinha até ao prolongamento.

No tempo extra, e apenas com três minutos para jogar, percebia-se o medo que ambas as equipas tinham. O momento era decisivo e qualquer lance podia dar um golo decisivo. Entre lances perigosos de um e de outro lado, acabou por se superiorizar a Rússia a 10 segundos do fim, quando Skaikov, após um brilhante lance individual de Shishin, fez o 5-6 decisivo, que põe a Rússia no caminho de Portugal nas meias-finais do campeonato do mundo. É certo que o equilíbrio com que se desenrolou a partida poderia ter levado o jogo a cair para qualquer lado. Ainda assim, depois de feitas as contas ao jogo, acabou por se superiorizar a racionalidade russa face à emotividade brasileira. Fazendo da coesão defensiva o seu ponto mais forte, os bicampeões mundiais continuam na estrada para o tri. Agora, segue-se Portugal no caminho da seleção de Likhachev.

O terceiro jogo destes quartos de final foi talvez o menos interessante de todos os que vimos nesta quinta-feira. Isso deveu-se sobretudo ao equilíbrio tático que, quer a Itália, quer o Japão, evidenciaram ao longo de todo o encontro. Não se pode dizer que o comportamento expectante que ambas as seleções apresentaram tenha sido uma verdadeira surpresa, porque esse foi o tónico que demonstraram ao longo da competição. Mais do que serem equipas vertiginosas em termos ofensivos, a Itália e o Japão fazem da coesão defensiva a sua principal arma.

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Zurlo foi novamente decisivo na Itália
Fonte: Facebook Beach Soccer Fan Page

Por isso, o golo de Ozu Moreira, logo no primeiro minuto da partida, não foi argumento suficiente para que italianos e japoneses mudassem o destino de uma partida taticamente tão amarrada. A vantagem conseguida permitiu aos nipónicos uma margem para se imporem no terreno, mas nem isso foi suficiente para que a Itália se sentisse verdadeiramente desconfortável em campo. Aliás, e mesmo que as oportunidades não tenham sido em número acentuado, a verdade é que coube sempre à seleção transalpina as rédeas da partida. Isso deveu-se em grande parte à incapacidade de uma seleção japonesa demasiado centrada na capacidade defensiva e de criar desequilíbrios de Ozu Moreira. Até ao final do primeiro período, a Itália acabou mesmo por colocar em pratos limpos a situação, empatando o resultado por intermédio do inevitável Emanuelle Zurlo.

O segundo tempo acabou por ser mais do mesmo, com a Itália, mesmo sem nunca impor um ritmo demasiado elevado, a estar por cima das operações. Aliás, apenas a exibição de Terukina foi suficiente para que os tiffosi não tenham chegado mais cedo a uma vantagem que já faziam por merecer. Essa reviravolta no marcador acabou por surgiu já bem perto do fim do segundo período, com Ramacciotti, num excelente golo de pé esquerdo, a fazer o 2-1 para os italianos. No derradeiro período, o Japão conseguiu soltar um pouco as suas próprias amarras e, muito em virtude do espírito do avançado Goto, foi à procura de um golo que a recolasse no caminho das meias-finais. Esse tento acabou por surgir pelo próprio Goto, aos 26 minutos, na sequência de um pontapé livre brilhantemente executado pelo jogador nipónico. A Itália acabou por reagir muito bem ao empate japonês e, por intermédio de Gori, Palmacci e Zurlo, a seleção de Massimiliano Esposito foi mostrando que não queria levar o jogo para prolongamento. A melhor qualidade da sua seleção, aliada à capacidade técnica dos seus atletas, fez com que o golo decisivo tenha mesmo surgido, já no penúltimo minuto do encontro, por intermédio da figura da partida, Emanuelle Zurlo, que bisou no encontro. Agora, para os italianos, segue-se o Taiti no caminho para a final.

No último encontro do dia, Irão e Taiti proporcionaram um encontro bastante entretido e emocionante. À partida, para esta competição, apostar-se num duelo nos quartos de final entre estas duas seleções seria algo de impensável, tendo em conta os grupos em que se encontravam. A verdade é que o Irão eliminou a favorita Espanha, enquanto a seleção da Polinésia Francesa havia derrotado a Rússia, terminando o Grupo D em primeiro lugar. Por isso, eram duas verdadeiras equipas surpresa as que se encontravam neste último duelo dos quartos de final.

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O Taiti repete a presença nas meias finais do Mundial
Fonte: Facebook Beach Soccer Fan Page

O jogo acabou por corresponder às expetativas e ambas as seleções demonstraram no areal da Praia da Baía as qualidades que as trouxeram a esta fase. No lado iraniano, é importante o destaque para o guarda-redes Hosseini (mais uma bela exibição), para Akbari e para a referência Mohammad Ahmadzadeh. Do lado do Taiti, a seleção liderada por Rota sustentava o seu jogo ofensivo no perigoso tridente composto por Labaste, Bennett e Li Fung Kuee. Numa partida sempre pautada pelo equilíbrio, o Taiti acabou por estar consecutivamente à frente do marcador. No primeiro período, Bennett e Ahmadzadeh, aos 10 e 12 minutos respetivamente, fizeram um golo para cada equipa, o que foi ao encontro do que se viu em campo. O segundo período acabou por não trazer nada de novo: do lado do Taiti, e ao contrário do que se havia visto no jogo com a Rússia, a seleção não conseguiu ter um jogo tão fluido e consistente; na equipa do Irão, a inspiração ofensiva estava demasiado centrada em Ahmadzadeh, que não dava para todas as encomendas. Também por isso, o segundo tempo acabou por resultar somente em mais um golo para cada uma das equipas, por Bennett (bisou na partida) e Morshedi.

O terceiro e último período trouxe duas seleções com cariz mais ofensivo: o Taiti lançou-se à procura da vitória e finalmente começaram a surgir fogachos da qualidade que esta seleção indiscutivelmente tem. O Irão ia levando o jogo como queria, tendo em conta que o ritmo baixo lhe era favorável. O problema para a equipa asiática foi o de ter que correr sempre à procura do resultado: depois do 3-2 de Tepa, Mesigar fez, na sequência de uma grande penalidade, o empate para o Irão. Aos 29 minutos, Li Fung Kuee, que havia feito um póquer à Rússia, fez novo golo para o Taiti, a que o Irão voltou a responder logo a seguir, por Mokhtari. Contudo, esta toada de parada e resposta acabou por terminar com o golo decisivo apontado à boca da baliza por Taiarui aos 31 minutos. O 5-4 do Taiti acabou por ser o canto do cisne para uma equipa do Irão que acabou por ser eliminada após uma excelente prestação no Mundial. Segue para as meias finais a equipa mais forte e que repete uma presença entre as quatro melhores equipas do mundo, tal como havia acontecido em 2013, no mundial disputado no seu país. Para o Taiti, segue-se agora a toda poderosa Itália, num duelo que promete rumo à final do Campeonato do Mundo, em Espinho.

 

Figura do Dia: Madjer – A exibição do capitão português foi a todos os níveis notável. Três golos decisivos, sendo que o segundo será certamente um dos melhores, senão mesmo o melhor, de toda a competição. Portugal chega em verdadeiro ponto de rebuçado à meia-final frente à Rússia, e muito disso se deve à qualidade que o capitão da seleção portuguesa tem demonstrado.

Fora de Jogo: Bruno Xavier e Stankovic – Depois de visto e revisto o Mundial destes dois excelentes jogadores fica a sensação de que ambos poderiam ter dado bem mais nas areias de Espinho. É certo que o Brasil e a Suíça também não estiveram coletivamente na melhor das formas, mas a verdade é que se esperava mais de dois dos melhores jogadores do mundo.

O caso William e que “Manel” fará o lugar. Ou devíamos ir ao mercado?

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a norte de alvalade

A lesão de William rebentou que nem uma bomba. A sua ausência é com toda a certeza muito mais do que uma péssima notícia. Representa, a par da lesão de Ewerton, uma forte contrariedade e uma aparente diminuição da nossa capacidade competitiva. Enquanto se elaboram as mais escabrosas teorias da conspiração à volta do sucedido, é minha opinião que, acima de tudo, parece estarmos presentes frente a um daqueles casos em que todos falharam.

Falhou a equipa médica da federação, que não terá valorizado as queixas do jogador, não tendo por isso agido preventivamente, realizando exames complementares de diagnóstico. Falhou o jogador mais ou menos pelas mesmas razões. Falhou o departamento de futebol do clube por, talvez também pelas mesmas razões, não se ter inteirado do estado dos seus jogadores no final da competição. Falha que, por não ter nenhum alerta a montante, é desculpável mas não pode deixar de servir como ensinamento.

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William vai falhar pelo menos 10 jogos oficiais
Fonte: foxsports.com.br

Por outro lado, esteve muito bem o departamento médico do clube por ter actuado de imediato perante queixas não muito relevantes, actuação que certamente contribuiu para que o problema não se tornasse ainda maior e mais grave. O que rejeito liminarmente é que o jogador tenha jogado lesionado com conhecimento de algum responsável, seja ele médico e/ou técnico ou federativo.  É já um lugar comum dizer-se que uma crise é também uma oportunidade. Fazendo jus às suas origens, William é desde o seu aparecimento, não um eucalipto, mas um frondoso embondeiro sob o qual não há mais espaço para nenhuma outra árvore, apenas erva rasteira. O afastamento prolongado de William representa isso mesmo – uma oportunidade – para os jogadores que, estando já no plantel, viviam sob a sua enorme sombra.

Os principais candidatos são Oriol Rosell, Wallison e Palhinha. Isto porque não me parece crível que JJ abdique de um jogador com um perfil físico de baixa envergadura para o lugar de William. Ora Palhinha está lesionado, pelo que a luta será, para já, a dois. Wallison já jogou e foi até o primeiro jogador a marcar nesta nova época, frente à equipa B. Rosell tem de subir muito os níveis de intensidade com que nos habituou. As suas aparições no ano passado deixaram um rasto misto, de aparente potencial contrastando com pouco nervo e capacidade de reacção. Tem a seu favor, quanto a mim, a falta de continuidade, o que normalmente é fatal para alcançar o ritmo de que um jogador necessita para vingar. Há sempre a possibilidade de procurar fora de casa a resolução do problema que a ausência de William agora suscita. Uma solução em que os constrangimentos de ordem financeira constituem o principal entrave logo à partida. Mas, atendendo às ambições e aos compromissos do clube, talvez deva ser uma possibilidade a contemplar de imediato se se entender que não há solução satisfatória nos quadros do clube. É que William só poderá regressar em Outubro mas a possibilidade de a boa forma acontecer em simultâneo, não sendo impossível, é também remota. E até Outubro grande parte da sorte da época pode muito bem estar traçada.

Uma Maxi bomba no eixo Dragão-Luz

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Maxi Pereira é reforço do FC Porto. Depois de infindáveis rumores e entre avanços e recuos, aí está mais uma contratação-bomba, poucos dias depois de Iker Casillas ter sido anunciado como jogador dos dragões. Pela ordem natural dos acontecimentos, Maxi será o substituto direto de Danilo na lateral-direita dos azuis e brancos. Depois do impasse em redor do seu futuro, e das já conhecidas “trocas e baldrocas” geradas pelo seu empresário, Maxi tem agora um contrato de quatro temporadas à sua espera na Invicta. Portistas e benfiquistas já deveriam estar habituados a estes volte-faces de última hora, mas a troca de camisola do uruguaio assume uma relevância quase histórica.

Acima de tudo, esta transferência representa (mais) um rude golpe no seio do balneário da Luz. Depois de Jorge Jesus ter trocado de “casa” na Segunda Circular, é a vez do subcapitão dos encarnados fazer as malas rumo ao outro rival. Se Rui Vitória considerava essencial a renovação de Maxi, para ser uma extensão sua no grupo de trabalho que vai comandar esta época, viu agora desaparecer um dos seus maiores alicerces para o novo desafio que enfrenta. Maxi era o “jogador à Benfica”. Será “jogador à Porto”?

Numa primeira instância poder-se-ia avançar que sim. Maxi Pereira é um jogador aguerrido, com muito coração e que raramente desiste de um lance. Sua a camisola em todos os jogos e, para ele, os amigáveis são para levar tão a sério como uma final europeia. É o protótipo de jogador que cairia no goto da massa associativa dos dragões. Mas este é um caso muito particular que merece ser revisto mais a fundo.

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Maxi passou oito anos de águia ao peito. Quão estranho será vê-lo de azul e branco?
Fonte: Sport Lisboa e Benfica

Esta é, para mim, a contratação mais anti-natura que vi no FC Porto nos últimos tempos. Estamos a falar de um jogador com 31 anos, que vem para substituir um dos melhores laterais direitos da atualidade. Maxi não é um prodígio de técnica e isso é algo que, no futebol idealizado por Julen Lopetegui, pode ter consequências nefastas. Além do mais, nas oito épocas que passou ao serviço do Benfica, gozou de uma impunidade tremenda. Não é o jogador que quero para substituir Danilo. Foi aquele adversário que criou ódios de estimação entre os adeptos portistas e que vai totalmente contra a política de contratações do clube: é um jogador que não se vai valorizar e que já está na curva descendente. O salário não será baixo. Tem fragilidades defensivas e é, por vezes, demasiado trapalhão. E, hoje em dia, no Dragão, não se exalta um jogador porque é muito esforçado. Tem de ser, efetivamente, um bom jogador, na plenitude de todos os recursos técnicos e táticos.

Vale pela “facada” ao maior rival do FC Porto? É inegável que este é uma machadada nas aspirações benfiquistas e a oportunidade de negócio foi boa, porque vem a custo zero; mas Maxi é daqueles jogadores que eu não queria ver com a camisola às riscas vestida e de brasão abençoado ao peito. Porque os contras são mais do que os prós. E (acusem-me da irracionalidade que quiserem) porque simplesmente não faz sentido. Tenho dito.

Foto de capa: Página do Facebook da Seleção Uruguaia de Futebol

Mundial Futebol Praia’15 – Da Polinésia também saem heróis

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O sexto dia de competição trouxe o final da fase de grupos do Campeonato do Mundo de Futebol de Praia. Contudo, mais do que o fim da primeira fase, esta terça-feira deu-nos jogos verdadeiramente emocionantes na Praia da Baía, em Espinho. O primeiro jogo do dia era esperado com alguma curiosidade, até porque era referente ao Grupo C, onde tudo ainda estava em aberto.

México e Irão defrontavam-se com um único objetivo em mente: a vitória. Depois de duas derrotas em dois jogos, frente a Brasil e Espanha, os mexicanos tinham que vencer por larga margem e esperar por uma vitória do Brasil frente aos Espanhóis para acalentar esperanças em estar nos quartos de final da competição. O Irão, uma das surpresas do Mundial, entrava no areal da Baía com a confiança de que um triunfo lhe garantiria com quase toda a certeza o apuramento para a fase a eliminar do Campeonato do Mundo. Os primeiros minutos do encontro mostraram um jogo com pouca intensidade mas com o Irão a mostrar a sua superioridade relativamente aos mexicanos. Ainda assim, no primeiro período registo apenas para um golo, apontado por Akbari logo aos 2 minutos da partida. A partida não decorria com grande intensidade e muito por culpa da incapacidade que os comandados de Ramon Rayá mostraram durante os dois primeiros períodos do encontro. Apesar de ter sido finalista do Mundial em 2007, a verdade é que o México raramente conseguiu mostrar pergaminhos em Espinho. Por isso, não foi sequer preciso uma seleção do Irão muito forte para conseguir controlar o jogo a seu bel-prazer. O segundo tempo trouxe uma seleção iraniana mais rápida e intensa sobre a areia, sempre potenciada pela qualidade de Akbari, Mokhtari e Ahmadzadeh. Por falar em Mohammad Ahmadzadeh, foi dele o segundo golo do Irão, após um excelente pontapé de bicicleta. Apenas 20 segundos mais tarde, foi a vez de Dara fazer o 3-0 para o Irão, quase como fazendo o xeque-mate a uma partida que até aí tinha tido pouca história.

A reação do México veio apenas depois, com a seleção de Raya a querer deixar uma imagem mais interessante no Campeonato do Mundo. Aproveitando um ritmo menos intenso dos asiáticos, os mexicanos começaram a aproximar-se com mais perigo da baliza iraniana. Por isso, não foi de estranhar que Gomez, aos 18 minutos, e Villa, aos 21, tenham ainda dado uma tímida esperança ao México de poder tirar alguma coisa da partida. A verdade é que o golo do empate acabou por não surgir e o Irão somou uma fundamental vitória que lhe permitiu carimbar o apuramento para os quartos de final do Campeonato do Mundo onde defrontará o Taiti.

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O Irão conseguiu o apuramento para os quartos de final
Fonte: Facebook Beach Soccer Fan Page

O segundo encontro da partida trouxe aquele que foi até ao momento o melhor jogo do Campeonato do Mundo. Com duas vitórias em outros tantos jogos, Rússia e Taiti chegavam ao último encontro do Grupo D com o claro objetivo de atingir o primeiro lugar do grupo. Depois das boas indicações que os campeões mundiais e os semifinalistas do último mundial haviam dado, o que se esperava era um duelo verdadeiramente escaldante nas areias de Espinho.

É caso para dizer que as esperanças não saíram minimamente defraudadas, tamanho foi o equilíbrio e emoção que rechearam os trinta e seis minutos de jogo.  A seleção do Taiti, nada atemorizada pelo favoritismo russo, entrou da melhor forma na partida, com Li Fung Kuee – a grande estrela da equipa – a inaugurar o marcador logo no primeiro minuto. O minuto 8 do primeiro período foi talvez o maior espelho daquilo que foi o encontro entre estas duas seleções. No espaço de 20 segundos, houve três golos (Bukhlitshiy e Shishin para a Rússia, Taiarui para o Taiti). Apenas um minuto depois, Kuee bisou na partida, levando a sua seleção em vantagem por 3-2 para o segundo período. A vantagem era normal, tamanha tinha sido a qualidade ofensiva demonstrada pelos asiáticos, em contraponto com as inesperadas debilidades defensivas demonstradas pelos bicampeões mundiais sobretudo nos dois primeiros períodos do encontro. No segundo tempo, o equilíbrio manteve-se, com ambas as seleções a apontaram dois golos. Li Fung Kuee, que ainda não havia marcado neste Mundial, consumou o hat-trick logo aos 13 minutos frente ao adversário que havia eliminado o Taiti nas meias finais do Mundial, em 2013. Os russos, a verem-se em desvantagem de dois golos, aumentaram a intensidade e a agressividade na areia. Leonov foi a cara da reação russa, que acabou por dar resultado com os golos de Paporotnyi (belo golo de livre direto) e Krash. Não contentes com o empate, o Taiti foi em busca da felicidade com Tainui a fazer o 4-5 apenas 10 segundos após o empate russo.

Se o segundo período havia sido jogado a grande nível e com enorme intensidade, então o terceiro ainda teve um acréscimo desses condimentos. Não contente com o resultado – até porque uma derrota no jogo quase que simbolizava duelo com o Brasil nos quartos de final – a Rússia foi à procura do empate e o que não lhe faltou foram oportunidades para tal. Aliás, a seleção comandada por Mikhai Likhachev foi inacreditavelmente perdulária na cobrança de livres diretos e grandes penalidades. Ao invés, o Taiti jogou sempre com as suas armas e foi com elas que acabou por controlar a vantagem na partida. Aos 27 minutos, Kuee fez um histórico e inédito póquer no Campeonato do Mundo, sendo que apenas 7 minutos mais tarde foi a vez do guarda-redes Jo fazer um golo de bandeira que deu o 7-4 aos asiáticos.

A surpresa nas bancadas era total ao ver a bicampeã mundial a ser de forma tão inesperada ser surpreendida por uma irreverente mas cativante seleção do Taiti. Até ao final do encontro, Romanov e Makarov, após excelente trabalho individual, ainda reduziram o resultado para 6-7, ainda assim incapaz de evitar uma das maiores surpresas da competição até ao momento. A verdade é que a vingança do resultado de 2013 foi feita e o Taiti foi mesmo líder no Grupo D.

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O Taiti tem sido a surpresa do Mundial
Fonte: fpf.pt

O terceiro encontro desta sexta feira foi indiscutivelmente aquele que menos interesse teve. E isso deve-se sobretudo ao facto de quer Madagáscar quer Paraguai já não terem qualquer tipo de possibilidades em chegar aos quartos de final do Campeonato do Mundo. Ainda assim, com duas seleções à procura da primeira vitória em Mundiais – o Paraguai jogou em 2013 e não venceu, sendo que o Madagáscar estreou-se em Portugal – o primeiro período foi jogado com pouca velocidade e apenas resultou num golo, pelo suspeito do costume, o paraguaio Moran.

Apesar de ambas as equipas terem revelado pouca qualidade durante a competição, a verdade é que o Paraguai mostrava ser ainda assim ligeiramente superior a Madagáscar. Ainda assim, foram os africanos a chegar ao empate aos 13 minutos, por intermédio de Bernardin. Sem nunca ter sido bem jogado, o encontro decorreu sobretudo equilibrado, com o Paraguai a acabar por chegar a nova vantagem ainda antes do final do segundo tempo, por intermédio de Lopez, num excelente golo de pontapé de bicicleta. A toada de luta intensa manteve-se no terceiro e último período, com o Paraguai a prevalecer a sua qualidade sobre a falta de experiência de Madagáscar. Rolón, aos 25 minutos, num lance caricato, fez o 3-1 para os paraguaios, sendo que Bernardin, na sequência de uma bola parada, fez aos 26 minutos o 3-2 para Madagáscar, fazendo relançar o jogo para os últimos minutos. Isso acabou por não acontecer porque na despedida da competição, Morán fez mais um golo (o oitavo na competição, sendo o melhor marcador até ao momento), fechando o resultado e dando ao Paraguai a primeira vitória de sempre em Campeonatos do Mundo.

O último encontro do dia era porventura um dos mais esperados da fase de grupos do Campeonato do Mundo. Afinal de contas, era o duelo entre o tetracampeão mundial Brasil e o finalista vencido do último mundial, a Espanha. Ainda assim, a disposição das seleções era bem distinta, pois o Brasil estava praticamente apurado para os quartos de final, enquanto a Espanha necessitava de ganhar para chegar à fase a eliminar da competição.

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O Brasil foi sempre superior na partida
Fonte: Facebook Beach Soccer Fan Page

O encontro acabou por não defraudar as expetativas apesar de ter sido o encontro com menos golos até ao momento. O guarda redes espanhol Dona foi o maior responsável para que isso tivesse acontecido. Apesar do brasileiro Mao também ter feito uma mão cheia de defesas brilhantes, a verdade é que o guardião espanhol foi o único a evitar uma goleada brasileira esta tarde. Aliás, o domínio da seleção canarinha foi uma constante ao longo da partida, com Bokinha, Bruno Xavier, Datinha e Rodrigo a serem os rostos do desperdício brasileiro. Apesar disso, o avançado Rodrigo foi mesmo a grande figura da partida, ao apontar os dois golos com que o Brasil venceu a Espanha por 2-1. O primeiro surgiu logo no primeiro minuto do jogo, com Raúl Merida, na sequência de um pontapé de canto, a empatar o marcador para a Espanha bem perto do final do primeiro período. Ainda assim, e mesmo que o segundo período não tenha visto qualquer golo, a verdade é que o resultado era tremendamente injusto para aquilo que se havia visto até então. O Brasil dominava e a Espanha defendia: a história do jogo era tão simples quanto isso. Por isso, sentia-se que o golo canarinho era uma questão de tempo. E assim foi: aos 31 minutos, Rodrigo, na sequência de um excelente trabalho individual, bisou na partida, dando a vitória à sua seleção. Do lado espanhol, fica a desilusão por uma eliminação precoce e sobretudo por um Mundial em que nunca conseguiu mostrar o seu verdadeiro valor. A Espanha é a primeira dos favoritos a saltar fora do Mundial.

 

Figura do Dia: Uma surpresa chamada Taiti – É certo que o quarto lugar alcançado em 2013 fazia da seleção do Taiti uma das potenciais surpresas da competição. A verdade é que o resultado frente à Rússia esta tarde foi um verdadeiro atentado a todas as probabilidades que se pudessem fazer para esta partida. A vitória frente aos bicampeões mundiais leva o Taiti ao primeiro lugar do Grupo D, sendo que o Irão é o adversário dos quartos de final.

Fora de Jogo: Pouca fúria espanhola – Finalista do Mundial em 2013, esperava-se muito mais da seleção liderada por Joaquin Alonso. Para tamanho fracasso na competição, em muito contribuiu o total apagamento da sua principal figura Llorenç durante o Mundial. É certo que estava no grupo mais difícil da competição, mas a Espanha tinha a obrigação de fazer mais.

 

Uma realidade com duas faces

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[accordion][acc title=”                                                                          Biografia: Rui Horta”]

Apresentação:

«Na época 2014/15 entrei na estrutura do Clube Atlético Riachense para realizar o meu estágio relativo ao Mestrado em Treino Desportivo de Alto Rendimento, com as funções de treinador adjunto e de observador dos adversários. Após a derrota em Paços de Ferreira para a Taça de Portugal a equipa técnica demite-se, e fiquei responsável por prescrever e organizar o único treino da semana e também o jogo para que a direcção ganhasse tempo para encontrar um novo treinador. No dia 30 de Novembro, após o final do jogo C.A. Riachense-Eléctrico, fui convidado para assumir as funções de treinador principal da equipa e assim conduzi-la até ao final da época, tornando-me aos 23 anos o treinador principal do Clube Atlético Riachense no Campeonato Nacional de Seniores.»

Currículo Desportivo:

– 2014/15 – Treinador principal do Atlético Riachense (CNS)

– 2013/14 – Treinador principal sub-17 e sub-10, Coordenador da Escola de Formação do União Desportiva e Recreativa de Tires

– 2012/13 – Treinador adjunto sub-15, treinador principal sub-10 do CADE

– 2011/12 – Treinador principal sub-10, sub-9 e sub-8 do Núcleo Sportinguista de Rio Maior

– 2010/11 – Treinador adjunto sub-14, treinador principal sub-9 e sub-8 do Núcleo Sportinguista de Rio Maior

– 2009/10 – Treinador adjunto sub-15 do CADE

– 2008/09 – Treinador principal sub-8 do Tramagal Sport União [/acc][/accordion]

«Muito se fala da diferença de orçamentos na principal competição do futebol português e do impacto dos tão famosos fundos de investimento que assombram os clubes com menor capacidade económica, pois só “os grandes” parecem ter fundos de investimento realmente vantajosos a nível financeiro. Então e no CNS? As diferenças neste escalão são ainda mais visíveis, pois existem clubes amadores a defrontar ao domingo clubes profissionais, jogadores que apenas treinam e jogam (profissionais, portanto) a defrontar jogadores que têm no futebol o hobby da vida deles, que acabam os seus trabalhos às seis da tarde e vão para o campo treinar, chegando a casa depois das dez da noite, cansados do dia de trabalho. A diferença de orçamentos no CNS entre equipas da mesma série é gritante e, apesar de não ser só o poder económico que decide o resultado no futebol, este factor torna a missão dos clubes mais pequenos quase impossível. Mas ao domingo nem sempre isso conta, e para o consumidor de desporto são onze contra onze e o que interessa é marcar mais golos que o adversário.

Tendo em conta a realidade socioeconómica do país e do futebol, é muito complicado para os clubes pequenos participarem numa prova cujas taxas de jogo são elevadas, e a que ainda temos de acrescentar o policiamento e as deslocações para os jogos. São cada vez mais as despesas e cada vez menos os apoios, e tudo isto cria um maior desfasamento entre os grandes e os pequenos no CNS. Podemos concluir portanto que existem duas realidades no CNS: a realidade de quem trabalha durante o ano com a preocupação de ser cada vez melhor e vencer todos os adversários, e a realidade de quem tenta exactamente o mesmo mas acrescenta o factor sobrevivência a cada semana de trabalho.

Rui Horta assumiu a equipa do At. Riachense aos 23 anos
Rui Horta assumiu a equipa do At. Riachense aos 23 anos

Relativamente aos artistas, o CNS é um local recheado de talentos prontos a emergir para os maiores palcos do futebol nacional. É possível encontrar jovens nos seus primeiros anos de futebol sénior cujo talento é muito elevado, mas também encontramos jogadores muito experientes com uma capacidade de leitura dos indícios do jogo acima da média. Nos últimos anos temos assistido a um aumento de jogadores que saltam do CNS para a principal liga portuguesa, para além de treinadores que também começam a ganhar credibilidade ao desenvolver o seu trabalho no CNS.

O futebol é um fenómeno desportivo tão complexo e com um grau de incerteza muito elevado relativamente ao rendimento, e uma coisa é certa: no Campeonato Nacional de Seniores este fenómeno também é atraente, complexo, incerto e, como não poderia deixar de ser, é também APAIXONANTE!»

Texto da autoria de Rui Horta

A concretização de um sonho

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cab la liga espanha

Arda Turan é reforço oficial do Barcelona. Após quatro épocas de elevado rendimento ao serviço do Atlético Madrid, o médio ofensivo turco de 28 anos prepara-se, assim, para dar o salto definitivo na carreira e para cumprir o sonho de jogar, durante as próximas cinco épocas, nos campeões espanhóis e europeus em título. Apesar de apenas poder entrar nas contas de Luis Enrique em janeiro de 2016 e de poder ser recomprado pelo Atleti (conforme decisão do candidato eleito para a presidência do Barcelona), Turan tem as qualidades ideais para se tornar numa das peças fulcrais para os blaugrana se manterem no topo do futebol espanhol e europeu.

Sendo um pedido expresso de Luis Enrique para reforçar as hostes catalãs, Arda Turan, contratado por 34 milhões de euros (que podem chegar aos 41, mediante objetivos), foi, ao longo das recentes temporadas, um jogador fundamental no esquema tático do Atlético Madrid de Diego Simeone, e terá também, certamente, importância capital tanto na manobra ofensiva, quanto defensiva do Barcelona. Para além de denotar uma qualidade de passe e de gerir o ritmo das partidas, que permite ajustar-se perfeitamente ao estilo de jogo do Barça, o internacional turco pode imprimir mais ‘músculo’ ao meio campo da equipa, com uma tremenda capacidade combativa e de constante apoio e esforço no auxílio defensivo, o que faz com que se encaixe perfeitamente no estilo de pressão alta adotado por Luis Enrique.

"Estou no sítio onde quis estar em toda a minha vida" - Arda Turan Fonte: Facebook do Barcelona
«Estou no sítio onde quis estar em toda a minha vida» – Arda Turan
Fonte: Barcelona FC

A qualidade técnica de Arda Turan também é algo que fez de si um dos alvos mais apetecíveis desta janela de transferências. A sua capacidade de drible acima da média, aliada às explosivas ‘arrancadas’, usuais no seu jogo, e a uma exigente aptidão de resposta e esforço que o permitem chegar sempre que possível ao último terço do terreno, fazem com que seja uma constante ameaça para a baliza adversária, seja através da concretização de golos ou no que ao capítulo do último passe diz respeito.

No Atleti, Arda Turan jogou preferencialmente como médio/extremo direito, mas no Barcelona poderá atuar tanto no meio campo, competindo por um lugar com Ivan Rakitic e, até mesmo, Andrés Iniesta, ou também poderá pisar terrenos mais ofensivos, entrando, assim, num sistema de rotação, algo de que o treinador Luis Enrique faz uso, com o poderoso tridente ofensivo composto por Lionel Messi, Neymar e Luis Suárez.

O “sonho” de Arda Turan de jogar no Barcelona (que o próprio tem vindo a demonstrar nos últimos anos) vai tornar-se realidade e com a saída da lenda blaugrana Xavi Hernandéz do clube, a chegada do médio turco à Catalunha, ainda que apenas possa dar o seu contributo a partir de janeiro, será fundamental para que a equipa se consiga manter em todas as frentes em que compete e para poder apontar à conquista de mais um triplete.

Mundial Futebol Praia’15 – A solução é não complicar

cab futebol de praia

Antes do início do Campeonato do Mundo de Futebol de Praia, era quase inequívoco considerar-se a seleção portuguesa uma das principais candidatas a vencer a competição. Com jogadores de tão fino recorte técnico, como Alan, Madjer ou Belchior, o sonho português em sagrar-se campeão do mundo, 14 anos depois, era possível, até tendo em conta o facto de a competição se jogar em areias lusitanas. A verdade é que depois de dois jogos sofríveis contra o Japão e Senegal (vitória por 4-2 e derrota por 5-6, respetivamente), começaram a lançar-se dúvidas sobre a verdadeira valia da seleção liderada por Mário Narciso.

No jogo contra os argentinos, a receita era simples e solução era somente uma: vencer. Com um grupo A com quatro equipas empatadas com três pontos, Portugal só podia mesmo ganhar à Argentina para chegar à fase a eliminar do Campeonato do Mundo. A grande dúvida que pairava antes do jogo na Praia da Baía era se Portugal conseguiria superar a pressão e lançar-se de vez para exibições seguras e convincentes junto do seu público. É caso para dizer que as dúvidas rapidamente foram dissipadas, tão boa foi a resposta dos jogadores portugueses.

Apostada no cinco habitual (Elinton Andrade na baliza, Jordan e Torres como defesas e a dupla Madjer/Belchior na frente), a seleção portuguesa entrou autoritária no duelo frente a uma Argentina que pouco ou nada mostrou esta tarde em Espinho. Percebeu-se desde cedo que Mário Narciso havia tirado notas importantes do jogo com o Senegal: os erros defensivos frente aos africanos foram demasiados e por isso Portugal entrou muito mais agressivo no momento defensivo. Por isso, não foi de estranhar que Elinton Andrade tenha sido poucas vezes incomodado sobretudo nos dois primeiros períodos de jogo. A seleção portuguesa jogava bem, as bancadas empolgavam-se a cada lance e o golo acabou por surgir com naturalidade. Aos nove minutos, na sequência de um livre direto, Belchior fez um golo de belo efeito e colocou ao rubro os 3500 adeptos no Estádio da Praia da Baía. Apenas três minutos mais tarde, e já praticamente com o primeiro período a terminar, foi novamente na sequência de uma bola parada que o capitão Madjer, com um forte e colocado remate, pôs Portugal a vencer por 2-0 no final do primeiro período frente à Argentina.

O segundo período não trouxe novidades de maior na partida. A seleção portuguesa continuava por cima do jogo e nem mesmo as constantes alterações provocadas por Mário Narciso fizeram abrandar o ritmo imposto pelos jogadores portugueses. Mesmo precisando igualmente de vencer, a Argentina raramente se acercava da baliza de Andrade, com apenas Franceschini, Sirico e Hilaire a quererem rumar contra uma maré demasiado forte para os albicelestes. No segundo tempo, Portugal chegou à goleada com mais dois golos marcados, por intermédio de Torres e Alan. O jogador naturalizado português haveria de marcar ainda o primeiro dos três golos de Portugal no terceiro tempo, após uma excelente jogada coletiva. Aos 31 minutos, e novamente num livre direto, Madjer bisou na partida, tal como Alan já havia feito. O 6-0 no marcador era suficiente para demonstrar tamanha superioridade da seleção portuguesa, que em vários momentos proporcionou excelentes momentos de futebol. É certo que, até ao final, Sirico e Hilaire marcaram para os argentinos, mas o golo de Zé Maria ao cair do pano foi a cereja no topo do bolo para uma vitória por 7-2 que colocou Portugal nos quartos de final do Campeonato do Mundo de Futebol de Praia. O próximo desafio será na quinta feira, às 15h30, com a seleção nacional a defrontar a Suíça.

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Portugal conseguiu o apuramento para os quartos de final
Fonte: Facebook Seleções Portugal

No primeiro duelo do dia, a seleção do Omã venceu a Costa Rica por 7-2, no duelo que encerrou a prestação das duas seleções no Mundial de Futebol de Praia. O jogo competitivamente já pouco interessava mas a verdade é que a postura das duas seleções, já sem qualquer tipo de pressão, foi muito positiva, com ambas a procurarem um triunfo que evitasse a saída do Campeonato do Mundo de mãos a abanar.

A verdade é que nem isso foi suficiente para esconder as diferenças entre as duas seleções. Tal como as duas primeiras jornadas haviam demonstrado, a seleção da Costa Rica revelou-se uma das mais débeis desta competição. A qualidade técnica estava lá mas a falta de princípios de futebol de praia foi sendo evidente ao longo da competição. Do outro lado, estava uma seleção asiática que, mesmo tendo perdido frente a Suíça e Itália, havia demonstrado bons pormenores técnicos e táticos. Por isso, não foi de estranhar que o jogo desta tarde tenha sido um verdadeiro passeio para os comandados de Talib Al Thanawi. Apoiados por um público entusiasta que enchia as bancadas do Estádio da Praia da Baía, a seleção do Omã foi dominando o jogo como quis, construindo paulatinamente um resultado que foi sendo engordado ao longo do encontro. Ainda assim, no primeiro período apenas houve um golo para registo, com o jogador de Omã Hani a estrear o placard. Muito forte no ataque e com grande coesão defensiva, a seleção asiática fez mais dois golos no segundo tempo, apontados por Yahya e Ghaith, a que respondeu a Costa Rica com um golo de D. Johnson. O 3-1 com que se iniciou o terceiro período era o espelho da superioridade de Omã, que acabou por chegar à goleada já nos últimos doze minutos de jogo. No terceiro período, os asiáticos marcaram em mais quatro ocasiões, por intermédio de Hani, Yayha e Ishaq (os três bisaram na partida), contra apenas novo golo de Johnson, que também bisou pelos costa riquenhos.

Depois de Portugal, chegou a vez de Japão e Senegal decidirem quem ocuparia a outra vaga no Grupo B rumo aos quartos de final do Campeonato do Mundo de Futebol de Praia. O Japão acabou por levar a melhor, ao vencer a seleção africana por 4-3, chegando assim a um importante apuramento para a fase a eliminar da prova. Cientes de que o jogo se tornava uma verdadeira final, ambas as seleções mostraram desde os primeiros instantes disposição ofensiva. Ainda assim, a forma como procuraram o golo foi elucidativa da diferença de estilos de cada seleção. No lado senegalês, destacava-se a força física e a velocidade imposta em cada lance pelos seus jogadores; na seleção japonesa, o capitão Ozu Moreira era o comandante de uma equipa coesa e eficaz que raramente se desposicionava na areia. O golo logo aos 37 segundos, num livre apontado por Goto, foi apenas o primeiro golpe que os japoneses deram no jogo e que acabaram por os catapultar para uma exibição bem conseguida.

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O Japão mostrou muita coesão defensiva
Fonte: Facebook Beach Soccer Fan Page

O encontro ia correndo de feição à seleção liderada pelo brasileiro Marcelo Mendes, que viu, aos 10 minutos, Tabata a marcar, após boa jogada coletiva, o segundo golo japonês. Muito longe do nível exibicional que mostrou contra Portugal, o Senegal ia-se arrastando na partida, procurando apenas os remates de longa distância, num claro sinal de desorientação perante uma defensiva tão bem montada como a japonesa. Os nipónicos apenas iam lá pela certa mas quando se acercavam da baliza contrária foram letais. No segundo período, Matsuo e Akaguma, aos 16 e 21 minutos, fizeram com que o Japão tenha chegado aos últimos doze minutos com uma confortável vantagem de 4-0 no marcador. Depois da qualidade evidenciada pelos senegaleses nos últimos minutos dos jogos contra Argentina e Portugal, esperava-se por um Senegal mais forte no último período, procurando ainda relançar a partida. Isso acabou mesmo por acontecer, também muito por demérito do Japão, que foi caindo de rendimento à medida que o final do jogo se ia aproximando. A verdade é que a seleção africana quase conseguiu levar o jogo para o prolongamento, com três golos apontados no último período por intermédio de Faye, Ndoye e Babacar Fall. O 4-3 revelou-se insuficiente para os africanos mas perfeitamente satisfatório para uma seleção japonesa que acabou por selar, com esta vitória, o apuramento para os quartos de final da competição, igualando o registo alcançado no último mundial em 2013. Agora, segue-se a Itália como próxima adversária dos nipónicos.

O último encontro do dia era, à partida, aquele que mais interesse despertava. E isto não pelo apuramento para a próxima fase, porque quer Itália quer Suíça já tinham bilhete para esse destino. O jogo era desejado pela qualidade de ambas as seleções, fortes candidatas a chegar longe na competição. A verdade é que acabou por ser a Itália a levar a melhor e a terminar em primeiro lugar o grupo B do Mundial de Futebol de Praia, após bater os suíços por 6-4. No jogo que decidiu quais os adversários de Portugal e Japão, os apurados do Grupo A, estiveram em campo três dos quatro melhores marcadores da prova até ao momento, com Zurlo e Gori do lado italiano e Noel Ott do lado suíço à procura de mais golos para registo. O resultado final acaba por demonstrar o equilíbrio que se verificou ao longo do jogo e a grande qualidade ofensiva evidenciada por ambas as seleções.

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A Itália vai defrontar o Japão nos quartos de final
Fonte: Facebook Beach Soccer Fan Page

As expetativas à volta do jogo acabaram por não sair defraudadas, com o primeiro período a oferecer aos espetadores cinco golos, com a Suíça a chegar ao primeiro intervalo em vantagem por 3-2, fruto do bis de Ott e do golo de Schrinzi, contra os golos de Zurlo e Gori para a seleção transalpina. No duelo entre os vice-campeões em 2008 (Itália) e 2009 (Suíça), os italianos acabaram por se superiorizar na segunda parte. Três golos marcados contra nenhum dos suíços foi o espelho de um segundo tempo nitidamente marcado por uma forte eficácia italiana, registada com os golos de Palmacci, Marinai e Frainetti. Depois dos três golos marcados no primeiro tempo, parecia que o poder ofensivo dos helvéticos havia secado, com Stankovic como figura maior do desperdício suíço.

No terceiro período, a Itália deu o xeque-mate no jogo com o 6-3 apontado novamente por Palmacci, num belo trabalho individual. Até ao final do encontro, Marinai ainda apontou um golo na própria baliza, que foi ainda assim insuficiente para fazer perigar a vitória italiana. Com três vitórias em outros tantos jogos do Grupo B, os italianos, liderados por Esposito, seguem em frente na competição e mostram-se capazes de chegar ao título mundial. Antes disso, defrontam na próxima quinta feira o Japão, enquanto a seleção suíça defrontará Portugal pelas 15h30, num duelo que reeditará o jogo de atribuição, ganho pelos portugueses, da medalha de bronze dos primeiros Jogos Europeus, realizados no passado mês de junho, em Baku, no Azerbaijão.

 

Figura do Dia: Exibição de Portugal – É caso para dizer que à terceira foi mesmo de vez. Depois de dois jogos pouco conseguidos frente a Japão e Senegal, a seleção liderada por Mário Narciso finalmente fez uma exibição condizente com a qualidade dos jogadores portugueses. Sempre autoritário e dominador, Portugal mostrou que é preciso contar com ele no lote dos favoritos ao título mundial. Para já, segue-se a complicada Suíça nos quartos de final, num duelo que tão boas memórias traz à seleção de todos nós. Resta agora repetir a dose rumo às meias finais.

Fora de Jogo: Senegal – A exibição feita pela seleção africana frente a Portugal fazia antever uma vitória dos senegaleses no duelo contra os japoneses. A verdade é que o Senegal andou, no jogo com o Japão, muito longe do que tinha mostrado frente a Portugal. A reação que teve no terceiro e último período já foi tardia e não esconde a desilusão sentida ao ver uma seleção com tanto potencial a ser eliminada de forma tão surpreendente na competição.

Grandes estrelas em constelações pequeninas

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Já não é novidade, nos dias de hoje, vermos os nossos jogadores de eleição rumar a destinos mais remotos no que toca ao desporto rei. Quase todos em final de carreira, optam pelo cifrão e o estatuto de lenda, pela despedida emocionada e as ovações das claques.

Os clubes americanos LA Galaxy e New York City FC são os campeões destas transferências de valores transcendentais. Este último conta com nomes como Andrea Pirlo, Frank Lampard e David Villa. Já por Los Angeles, as estrelas são o veterano irlandês Robbie Keane e o recém-chegado Steven Gerrard. Mas, então, o que faz estes futebolistas de sucesso enveredar por clubes quase desconhecidos?

Na minha opinião, o dinheiro não é a única razão. O denominador comum de todos estes atletas é que estão, todos eles, em final de carreira. Na barreira dos late thirties, procuram um término suave, sem grandes alaridos; fazem as últimas épocas em países cujo futebol é ainda pouco noticiado, pouco relevante, e não sentem a pressão de corresponder à carreira que carregam nas costas. As homenagens, os agradecimentos, as lágrimas na última conferência de imprensa são assim pautadas por um mútuo sentimento de nostalgia; sem a eventualidade de que essas últimas épocas, já marcadas pelo peso da idade, tenham afectado de alguma maneira a imagem do jogador.

O derradeiro exemplo é Alessandro Del Piero. O histórico atleta, recordista da azurra bem como da Juventus, rumou ao Sydney FC em 2012, depois de 19 anos ao serviço do emblema bianconero. Já depois disso, representou o Delhi Dynamos FC, da Liga Indiana. Entretanto, Del Piero terminou a carreira. Raramente foi falado na comunicação social, o fim da sua carreira quase passou em branco, e assim um histórico foi praticamente eclipsado. Mas, como já referi, talvez tenha sido essa a sua principal intenção.

Beckham foi gozar o fim de carreira em LA Fonte: Facebook de David Beckham
Beckham foi gozar o fim de carreira em LA
Fonte: Facebook de David Beckham

Esta época, pelo mesmo motivo, Xavi fez capas de jornais. O mágico do meio-campo blaugrana rumou ao Al Sadd, do Qatar, depois de 18 anos no Barcelona. Profetizo que o fim da sua longa e fabulosa carreira não se adie por mais que uma ou duas épocas. Mas, como sempre, existem excepções à regra. E é aqui que entra David Beckham. O internacional inglês foi para os LA Galaxy em 2007, depois da era galáctica em Madrid. Ainda assim, foi emprestado por duas vezes ao Milan e, já depois do fim do contrato com os americanos, esteve uma época no PSG. É verdade que a forma não era a mesma, o nível de futebol havia decrescido e os 90 minutos já eram uma eternidade, mas Beckham terminou a carreira homenageado em Paris, em Madrid, em Manchester, e em todos os clubes que tão bem representou.

Parece, então, que esta é uma tendência cada vez mais vulgar no futebol internacional. O último caso é Didier Drogba, que, segundo a imprensa, estará também a caminho do american dream. Mas recordemos: também Eusébio, na longínqua década de 70, fechou o seu ciclo maravilhoso nos New Jersey Americans. Em 40 anos, o futebol não mudou assim tanto.

Foto de Capa: Facebook de Alessandro Del Piero

Tour de France’2015: Froome na pole position; Rui Costa não se afasta muito do top’10

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Uma primeira semana digna do Tour de France! Surpresas, desilusões, quedas, desistências, grande espetáculo, entre outros acontecimentos…

Um terço do caminho está completo e muito há ainda por decidir. Nesta primeira semana era mais importante não perder tempo do que ganhá-lo. Primeiramente, a camisola amarela está na posse de Chris Froome após uma semana onde tem mostrado ser o melhor, neste momento, dos “Fantastic Four” e onde conseguiu não só evitar os constantes perigos comuns nesta semana como também tem sido um Froome a dar ideias de ser o de 2013 (ano em que venceu o próprio Tour). Quando se esperava que fosse Nibali a ser o mais beneficiado desta primeira semana, ele acaba por ser, dos quatro, o pior classificado. Não só não ganhou tempo na etapa de pavé como perdeu tempo numa etapa onde isso não se previa que pudesse sequer acontecer (já está a 2 minutos e 22 segundos). Contador é o que está mais próximo de Froome – 1 minuto e 3 segundos – mas é aquele que contava, provavelmente, ter já avanço ou, pelo menos, não ter perdido tempo para o britânico.

Quintana era o que se previa que fosse sair mais prejudicado desta semana. A verdade é que está a quase 2 minutos de Froome, mas, tendo em conta todas as circunstâncias, parece-me que pode ser-lhe atribuída uma nota positiva (será complicado recuperar tanto tempo nas montanhas, mas, neste momento, continua a ser o principal adversário de Froome nessas etapas – Contador poderá sentir, cada vez mais, os efeitos do Giro e Nibali parece-me já “longe” para tentar a vitória, mas nunca se sabe, não nos podemos esquecer da qualidade do italiano).

Um dos momentos que mais preocupou os portugueses – a terrível queda de Rui Costa  Fonte: Facebook do Rui Costa
Um dos momentos que mais preocupou os portugueses – a terrível queda de Rui Costa
Fonte: Facebook do Rui Costa

Rui Costa continua no caminho certo para perseguir o objetivo do top’10 (no CR por equipas ganhou algum tempo a alguns dos principais candidatos a top’10 e o tempo de atraso que tem para alguns é recuperável, principalmente tendo em conta a visão que o Rui tem de cada etapa e a forma como prepara cada dia), caminho esse que, apesar de tudo, tem tido algumas grandes pedras pelo meio. Logo na 1.ª etapa, no contrarrelógio individual, a segunda metade dos ciclistas a partir foram prejudicados devido à mudança das condições meteorológicas. O Rui acabou por perder mais de 1 minuto para o vencedor da etapa – não, não foi Tony Martin nem Fabian Cancellara, foi, sim, Rohan Dennis, outro dos grandes especialistas neste tipo de etapas, que, mesmo assim, acabou por surpreender ao fazer um tempo ainda melhor do que o do grande campeão alemão, que apontava claramente para vestir pela primeira vez a camisola amarela (algo que, mais para a frente, acabou por, justamente, fazer).

É verdade que, por exemplo, só perdeu 23 segundos para Froome, mas também não conseguiu fazer melhor do que Tiago Machado (ciclista que, infelizmente, já caiu por algumas vezes neste Tour de France) ou José Mendes – ciclistas que, por norma, não costumam ser melhores do que ele nessa especialidade. Mas o pior ainda estava por vir… na terceira etapa, quando tudo previa que fosse ser um dia tranquilo até à chegada ao Mur de Huy, a cerca de 107 km’s para o fim da etapa dá-se uma queda de um homem da FDJ que resultou na queda de outros 19 ciclistas (uma das piores quedas que já vi em Voltas à França – felizmente ninguém bateu diretamente contra o poste, senão poderia ter sido ainda pior). Entre esses ciclistas estavam nomes como Rui Costa, Mathias Frank, também o camisola amarela da altura, Fabian Cancellara, além de Simon Gerrans ou Tom Dumoulin – dois nomes que, em resultado dessa queda, acabaram por abandonar a corrida. O próprio Cancellara não só perdeu a camisola nesse dia, como também acabou por nem iniciar a corrida no dia a seguir. A corrida teve mesmo de ser neutralizada (algo fora do normal) devido ao facto de não haver assistência médica suficiente – estava tudo com os homens que caíram – para os que estavam no pelotão que escapou ileso à queda, visto que as regras não permitem que a corrida prossiga se não existirem condições médicas disponíveis para todos.

Nesse dia, o português acabou por perder mais de um minuto para o vencedor da etapa, Joaquín “Purito” Rodriguez (aproveitou bem uma etapa ao seu estilo), e onde Chris Froome mostrou, claramente, que estava melhor do que toda a sua concorrência direta. Na etapa seguinte, Tony Martin finalmente consegue chegar à tão merecida camisola amarela depois de três etapas onde esteve à beira de o fazer – por 5, 3 e 1 segundos que não o fez, respetivamente. Muito azarado nessas etapas, mesmo assim, a justiça tardou mas veio. Uma enorme vitória do alemão na quarta etapa (a “temida” etapa de pavé poucos estragos fez, o principal foi mesmo o facto de ter tirado as aspirações de Thibaut Pinot – um dos homens mais azarados desta primeira semana – a terminar no top5 deste Tour), daqueles ataques próprios dele, e os festejos merecidos, não só pela vitória, mas também pela posse da camisola amarela. Duas etapas depois, origina uma outra queda, consegue terminar em claro sofrimento, mas não inicia a etapa seguinte. Apesar de tudo, finalmente vestiu a camisola amarela no Tour e, mesmo as coisas não tendo terminado da melhor forma, o alemão ficou satisfeito de ter alcançado tal feito.

A foto do Tour, até agora. O alento e a preocupação dos colegas de Tony Martin após a queda que o levou a abandonar a corrida Fonte: Facebook da Portuguese Cycling Magazine
A foto do Tour, até agora. O alento e a preocupação dos colegas de Tony Martin após a queda que o levou a abandonar a corrida
Fonte: Portuguese Cycling Magazine

Nas etapas seguintes à vitória do alemão, viu-se a segunda vitória de Greipel (depois de ter vencido a segunda etapa), um excelente ataque por parte de Stybar a culminar na vitória (conseguindo, nesse dia, dar ainda uma alegria à sua equipa minutos depois da tal queda do seu companheiro de equipa Tony Martin), o regresso de Cavendish aos triunfos na Volta à França – está a duas vitórias do conhecido Bernard Hinault e a oito do líder e lendário Eddy Merckx –, a primeira vitória de um francês neste Tour 2015 – Vuillermoz será mais um nome a ter em conta para animar algumas etapas das próximas duas semanas – e, por fim, mais uma vitória para a BMC num contrarrelógio por equipas e com a Sky a ficar a menos de um segundo da vitória nessa etapa (Froome mais líder, comparado com os seus principais adversários, mas com Van Garderen em segundo lugar a poucos segundos, a mostrar que está com a forma que tinha no Critérium du Dauphiné e a apontar para um top’5 ou, até mesmo, um top’3).

Uma nota para a organização: Estiveram muito bem no momento em que neutralizaram a corrida, mas acabaram por falhar quando meteram o contrarrelógio por equipas a uma 9.ª etapa. Algumas equipas estavam já sem 1/2/3 ciclistas e isso pesa muito depois de uma semana intensa de competição. Teria sido benéfico para todos e até para o espetáculo que, talvez, tivessem trocado o dia do CR individual pelo dia do CR coletivo, ou seja, começar este Tour com uma prova por equipas a fim de estarem todas na máxima força.

Por fim, a camisola da montanha está a ser historicamente levada por Daniel Teklehaimanot, etíope da MTN Qhubeka e que foi o vencedor da camisola da montanha no Critérium du Dauphiné; e a camisola verde está, mais uma vez, na posse de Sagan, que, mesmo sem ainda uma vitória, em nove etapas esteve seis vezes no top4 e continua a ser o principal candidato para vencer a camisola dos pontos e fazê-lo por uma quarta vez consecutiva.

Faltam duas semanas. Uma centrada nos Pirenéus e outra centrada nos Alpes. Espera-se ainda mais espetáculo por parte de todos os grandes nomes deste Tour. A cortina fechou temporariamente, mas terça voltará a abrir!

Foto de Capa: steephill.tv

Mundial Futebol Praia’15 – Domingo santo para os favoritos

cab futebol de praia

Ao quarto dia de competição, é caso para dizer que não houve surpresas no Campeonato do Mundo de Futebol de Praia, disputado em Espinho. Para início de dia, a Espanha conseguiu uma vitória essencial para continuar a acalentar esperanças em seguir em frente na prova. Depois da inesperada derrota na primeira jornada frente ao Irão, os espanhóis foram mais eficazes nesta partida e sobretudo não permitiram veleidades ofensivas ao adversário.

As duas equipas, que arrancavam para a segunda jornada com zero pontos (o México tinha sido goleado por 5-1 frente ao Brasil), sabiam que este era um jogo decisivo e por isso optaram por uma postura mais cautelosa nos primeiros instantes da partida. Não foi por isso de estranhar que o primeiro golo tenha surgido apenas na sequência de uma grande penalidade. No duelo entre Maldonado e Dona, o jogador mexicano não falhou e colocou a sua equipa em vantagem. Apesar do revés inicial, nuestros hermanos não sentiram o golo sofrido e reagiram da melhor forma, tendo chegado ao empate ainda no primeiro tempo, por Llorenço.

No segundo período, viu-se uma Espanha mais atrevida em campo e sobretudo mais capaz de aproveitar a sua natural superioridade para com os mexicanos. Apesar de não ter sido um duelo pródigo em grandes oportunidades de golo, a verdade é que à medida que os minutos iam passando ia-se adivinhando o golo espanhol. Este acabou mesmo por acontecer, aos 16 minutos, na sequência de uma excelente jogada individual concluída por Nico. No derradeiro período do jogo, o México nunca conseguiu ter armas para inverter a desvantagem, perante uma Espanha que também não acelerou. Ainda assim, a equipa de Alonso conseguiu o terceiro golo já perto do final, na sequência de uma grande penalidade apontada por António.

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Nico apontou o melhor golo espanhol
Fonte: Facebook Beach Soccer Fan Page

O segundo encontro da partida trouxe mais uma vitória natural da bicampeã mundial Rússia, neste caso por 2-4 frente à frágil seleção de Madagáscar. Ainda assim, os comandados de Mikhai Likhachev voltaram a sentir dificuldades no encontro, tal como havia acontecido na difícil vitória por 7-5 frente ao Paraguai. Apesar de terem feito um primeiro período autoritário, com Romanov novamente em destaque (bisou na partida), os russos acabaram por sentir mais problemas do que se esperava. Ainda assim, os primeiros doze minutos mostraram uma Rússia a um bom nível, chegando até ao 3-0 com relativa facilidade, fruto do bis de Romanov e do golo do capitão Leonov. Tudo parecia simples e encaminhado para uma goleada, mas a verdade é que o segundo período trouxe uma seleção de Madagáscar empenhada em provocar uma verdadeira surpresa na Praia da Baía, em Espinho.

No segundo tempo, a equipa estreante em mundiais conseguiu mesmo fazer dois golos, em virtude dos golos de Bernardin e Toky. A Rússia acusou claramente o toque e não mais se voltou a ver a equipa autoritária e dominadora que se havia mostrado no primeiro tempo. Com a desvantagem mínima, o natural empolgamento dos africanos fez com que o resultado final tenha ficado em aberto até bem perto do final. Tal como havia acontecido com os paraguaios, a verdade é que os russos voltaram a pôr-se a jeito de uma surpresa. Essa acabou por não acontecer, muito por consequência do golo caricato que os russos marcaram por Krash aos 34 minutos, num lance em que o guarda-redes de Madagáscar rematou contra si.

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Rússia conseguiu o apuramento para os quartos de final
Fonte: Facebook Beach Soccer Fan Page

De seguida assistiu-se ao jogo mais entretido deste domingo. Apesar de ter sido o jogo com menor cartaz, Taiti e Paraguai proporcionaram um belo espetáculo de futebol de praia, com o resultado final a sorrir ao Taiti, que garantiu assim o apuramento para os quartos.

Depois de uma vitória na jornada inaugural frente a Madagáscar, a equipa comandada por Tehina Rota fez um primeiro período esmagador, chegando ao final dos primeiros doze minutos com uma vantagem de 4-1 no marcador. Nos primeiros dois minutos, um golo para cada equipa foi o mote para um jogo bastante competitivo: Tavanae foi o primeiro a marcar para os asiáticos, sendo que Pedro Morán, claramente o melhor jogador paraguaio, empatou de imediato para os sul americanos. Ainda assim, e apesar de ter sofrido o empate, facilmente se percebia que a superioridade do Taiti era evidente. Por isso, não foi de estranhar os três golos apontados em cinco minutos, por Labaste (excelente golo de pontapé de bicicleta), Zaveroni e Angel. O segundo período começou novamente com o Taiti por cima, tendo mesmo chegado ao 5-1 por intermédio de Tepa. O Paraguai foi conseguindo responder, tentando encurtar a desvantagem, e acabou mesmo por consegui-lo com mais dois golos de Morán.

Ainda assim, a reação paraguaia não foi suficiente para desarmar os asiáticos, que sempre que sofriam acabam por marcar quase de seguida. Com os golos de Taiarui e Labaste (a maior figura até ao momento desta seleção), a equipa liderada por Rota conseguiu fazer um xeque-mate na partida com o 7-3. Até ao final do encontro, o Paraguai ainda fez mais dois golos, por Lopez e Barreto, mas foi insuficiente para mudar o destino da partida. Com este desaire, os paraguaios estão fora da competição, sendo que o Taiti, tal como a Rússia, já está apurado para a fase a eliminar. Na terça feira, vão defrontar-se para definir o primeiro classificado.

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O Taiti já está apurado para os quartos de final
Fonte: Facebook Beach Soccer Fan Page

O último jogo do dia era sem dúvida o mais esperado. Irão e Brasil defrontavam-se depois de ambas as formações terem vencido na primeira jornada (o Irão venceu a Espanha por 6-5; o Brasil bateu o México por 5-1). Tendo em conta a surpresa que havia sido a equipa iraniana na jornada inaugural, esperava-se uma excelente réplica da seleção liderada pelo brasileiro Marco Otávio. A verdade é que isso aconteceu mesmo e o Brasil sentiu muitas dificuldades para levar de vencida a partida, apesar da superioridade que demonstrou ao longo do jogo.

O Irão foi mesmo a primeira equipa a marcar, na sequência de um livre cobrado com sucesso por Akbari. A vantagem durou pouco, e o Brasil, por intermédio de Fernando Ddi, chegou ao empate logo de seguida. Ainda assim, o golo canarinho não atemorizou uma seleção iraniana que dominou boa parte do primeiro período. Isso levou a que a seleção de Marco Otávio tenha chegado a um surpreendente 3-1 no marcador, depois dos golos de Akbari (bisou na partida) e Ahmadzadeh. É caso para dizer que foi preciso soarem as campainhas para que a seleção brasileira entrasse na partida. Só depois da desvantagem de dois golos é que os comandados de Júnior Negão começaram a mostrar o porquê de serem uma das mais fortes seleções mundiais. Até ao final do primeiro período, os brasileiros por intermédio de Bruno Xavier e Bokinha conseguiram levar o jogo empatado a três golos para o segundo tempo.

A seleção asiática acusou muito os dois golos de rajada do Brasil e acabou por raramente criar perigo nos dois períodos restantes. Aliás, o segundo período foi mesmo um verdadeiro massacre brasileiro, que apenas não resultou em golos por tremenda ineficácia de Rodrigo, Bruno Xavier, Jorginho e companhia. O golo da vitória brasileira surgiu apenas no terceiro e último período, com Mauricinho a desviar da melhor forma um cruzamento de Fernando Ddi para fazer o quarto e decisivo golo do Brasil na partida. Com duas jornadas disputadas no Grupo C, o Brasil, apesar dos seis pontos, ainda não garantiu o apuramento para os quartos de final, isto porque Irão e Espanha estão igualados no segundo posto com três pontos. Na última jornada, teremos um Irão vs. México e um escaldante Brasil vs. Espanha para definir os dois apurados para os quartos de final do Campeonato do Mundo de Futebol de Praia.

 

Figura do Dia: Rússia e Brasil – Os dois maiores favoritos à conquista do Mundial de Futebol de Praia passaram incólumes nas duas jornadas iniciais da competição. Porventura o Brasil tem dado mais espetáculo, mas a capacidade cerebral que a Rússia tem demonstrado faz antever uma fase a eliminar muito interessante das duas equipas mais fortes a nível mundial.

Fora de Jogo: México – É certo que a seleção mexicana ficou posicionada no grupo mais difícil deste campeonato do Mundo, mas o facto de ser um antigo finalista do mundial (perdeu a final contra o Brasil em 2007) fazia pensar que a seleção mexicana poderia fazer algo mais na competição. Duas derrotas em dois jogos e uma eliminação precoce são um saldo muito pouco simpático para os comandados de Ramon Raya.