📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:
Início Site Página 9953

Sporting 2-0 Nacional: Sr. Presidente, livre-se de vender este jogador!

sexto violino

E se William Carvalho passasse a jogar a defesa central? E Nani a ponta-de-lança? Ou ainda Adrien a trinco, como Paulo Bento tantas vezes insistiu? Decerto não renderiam nem metade do que rendem nas suas posições naturais. Ora, se isto é unânime com todos os jogadores, por que razão merece Fredy Montero um tratamento diferente? É óbvio que o colombiano não é nem nunca foi um jogador de área, um matador. A sua veia goleadora inicial quando cá chegou, tão fantástica como singular, induziu muitos Sportinguistas em erro.

A verdade é que quem esperar que Montero marque 30 golos num campeonato, como um qualquer Jardel ou Falcao, ficará obviamente desapontado, uma vez que El Avioncito nunca foi esse jogador. Mas quem lhe pedir para actuar nas costas do ponta-de-lança, jogando entre linhas, ora vindo atrás buscar jogo ora entrando na área para tentar o golo, distribuindo e tentando passes de ruptura, verá nele um dos melhores futebolistas a jogar em Portugal.

E, este ano, há uma curiosidade: Montero, o tal que nunca marca, leva mais golos do que Slimani, o matador – 14 tentos em 1957 minutos contra 13 em 2062 do argelino. Não quero, contudo, ser mal interpretado: acho que há lugar para ambos no onze do Sporting. É até possível que actualmente tenhamos o grupo de avançados mais equilibrado e concretizador desde o título de 2002. Porém, é necessário que se perceba que, assim como Slimani não pode desempenhar o papel de típico “avançado vagabundo” a cair nos corredores, também não se pode pedir a Montero que jogue como única referência atacante. Os seus pés de veludo não merecem ser “engolidos” por centrais duros e esfomeados. Montero afasta-se deles, não em fuga, mas para poder criar jogo para os restantes companheiros. Mesmo quando não marca, o colombiano joga e faz jogar. É o presente e o futuro do Sporting. Será um crime se for vendido!

Quanto ao jogo em si, não houve, uma vez mais, grandes motivos de interesse. Um Sporting já sem objectivos no campeonato e a contar os dias para a final da Taça venceu um Nacional bem organizado mas a quem faltou mais engenho no último terço do terreno. Como já vem sendo habitual, os leões entraram sonolentos e voltaram a dar uma parte de avanço a um adversário pressionante e incomodativo, motivado pelo facto de o 6º lugar ter passado a dar acesso à Europa. Numa defesa onde Jéfferson e Ewerton estiveram algo intranquilos, foram Rui Patrício (noite calma com uma excelente defesa a remate de Tiago Rodrigues aos 28’, no melhor período do Nacional) e, sobretudo, Paulo Oliveira (excelente segunda parte, com vários cortes importantes a serenidade habitual) quem mais contribuiu para, por uma vez, o clube de Alvalade acabar uma partida sem golos sofridos.

fredy
Montero voltou a bisar. É atrás do avançado que o colombiano rende mais
Fonte: Facebook oficial do Sporting CP

No meio-campo, destaque para mais uma exibição agradável de André Martins (qualidade e critério com a bola no pé, procurando sempre a solução mais simples e parecendo até mais expedito do que aquilo que Adrien costuma mostrar; outro exemplo de um jogador que rende mais se actuar na sua posição natural…) e para o facto de Rosell (pouco acrescentou e foi rendido por Adrien no descanso) continuar a quase nunca conseguir jogar mais do que 45 minutos de cada vez, no máximo. Já Capel esteve muito apagado, embora com a entrega habitual (saiu ao intervalo depois de duas perdas de bola que originaram outros tantos contra-ataques perigosos) e Mané apareceu algumas vezes solto, ainda que a bola não lhe chegasse.

Marco Silva apresentou menos um homem na zona intermédia com o objectivo de conseguir maior volume ofensivo, mas foi apenas com a entrada de Carrillo, ao intervalo, que os leões começaram a criar perigo. Jogando uma ou duas velocidades acima dos colegas, o peruano colocou algumas bolas venenosas na área, uma das quais resultou no primeiro golo de Montero (boa jogada, embora Gottardi seja mal batido). Louve-se, a partir daí, a atitude do Nacional, que adiantou jogadores em busca de algo do jogo. Contudo, esse comportamento arrojado criou mais espaço para o ataque do Sporting explorar – particularmente Carrillo, Mané e Montero, mas também com alguns lances de envolvimento de Cédric. Tanaka esteve mais apagado, sendo rendido por João Mário na hora de defender.

Até final, nota apenas para uma das melhores jogadas do encontro, quando Montero, no meio-campo e de costas para a baliza adversária, dominou uma bola alta e difícil e lançou Mané na esquerda, com o jovem a galgar terreno e a abrir espaço, após defesa incompleta do guarda-redes, a novo golo do próprio Montero. Vitória do Sporting, que assim segura o 3º posto, embora os visitados tenham passado por alguns apertos quando venciam apenas pela diferença mínima. O Nacional ganhou vários lances aéreos em bolas paradas, e não se percebe como é que uma equipa que está a defender uma vantagem oferece tanto espaço nas costas para o adversário explorar. Tem sido uma constante ao longo da época e, talvez por isso, o Sporting já esteja afastado há muito da luta pelo título…

A Figura

Fredy Montero – Não tendo feito uma exibição sublime, foi um dos elementos mais esclarecidos e somou novo “bis”. Com Tanaka na frente, pôde baixar no terreno sem que com isso a equipa ficasse “órfã” no ataque. É este o esquema que o Sporting tem de usar contra a esmagadora maioria das equipas, e é difícil entender como Marco Silva só se apercebeu disso no fim da época e quase por acaso, quando começou a rodar a equipa… Nota também para Carrillo, que entrou ao intervalo e revolucionou o jogo. Foi o único a trazer velocidade e repentismo, mesmo antes do golo.

O Fora-de-Jogo

Defesa do Sporting – Hoje foi um dos raros jogos em que a baliza leonina ficou a zeros, mas não por falta de oportunidades para o Nacional. E não é que os madeirenses tenham tido muitas. A verdade, porém, é que qualquer bola que chegue perto da baliza verde-e-branca é uma aflição. Tanto espaço nas costas, mesmo a ganhar, tantos buracos no meio e falhas de posicionamento… Contra adversários melhores, estas falhas, que deste modo passam quase em claro, teriam custado golos. Hoje tremeram Jéfferson e Ewerton e valeu Paulo Oliveira.

 

Foto de capa: site oficial do Sporting CP

Millennium Estoril Open: Gasquet e Kyrgios sofrem, mas vencem

cab ténis

Num dia marcado mais uma vez pela excelente adesão do público, Nick Kyrgios, que está pela primeira vez na final de um torneio ATP, e Richard Gasquet, já por duas vezes finalista no Jamor (2007 e 2012), qualificaram-se para a final de amanhã.

O primeiro encontro do dia, pelo menos no que diz respeito aos singulares, opôs o australiano Nick Kyrgios ao espanhol Pablo Carreno Busta. Era o primeiro encontro entre os jogadores. Carreno Busta entrou bastante bem – pancadas bastante profundas e a servir muito bem (83% de pontos ganhos com o primeiro serviço) – e arrecadou com toda a justiça o primeiro set por 7-5. Na segunda partida, e embora Kyrgios tenha salvado um break point logo no primeiro jogo de serviço, o australiano assentou o seu jogo e ganhou o segundo set no tie-break. Carreno Busta acusou em demasia a perda do segundo set e não mais foi capaz de voltar ao bom ténis que havia vindo a praticar durante o primeiro set. Em conferência de imprensa, Kyrgios afirmou estar bastante contente com a vitória e também não ter qualquer preferência relativamente ao adversário da final de amanhã.

Nick Kyrgios foi o primeiro a apurar-se para a final
Nick Kyrgios foi o primeiro a apurar-se para a final
Fonte: Facebook oficial do Millenium Estoril Open

A segunda meia-final do dia, que colocou frente a frente Richard Gasquet e Guillermo Garcia-Lopez, este último com uma impressionante série de oito vitórias consecutivas, prometia ser mais um excelente encontro, e assim foi. O espanhol entrou melhor e ao sempre importante sétimo jogo fez o break. No segundo set, Gasquet, que não estava a conseguir contrariar o excelente momento de forma de Garcia-Lopez, elevou o nível e fechou a segunda partida por 6-2. Aproveitando o ascendente depois de recuperar de um set de desvantagem, o francês fez o break logo no jogo inaugural da terceira e decisiva partida. Garcia-Lopez, provavelmente acusando o desgaste físico e também psicológico a que tem sido sujeito nas últimas semanas, parecia derrotado. Contudo, e quando o francês servia para fechar o encontro, Lopez conseguiu fazer o break e manteve-se, assim, vivo no encontro. Este, que na minha opinião foi o melhor de todo o torneio até à data, só viria mesmo a resolver-se no tie-break. Gasquet não pareceu afetado pelo facto de não ter fechado o encontro a 5-4 e acabou mesmo por se qualificar para a final ganhando o tie-break por 7-1

Posto isto, e perspetivando a final de amanhã, Nick Kyrgios e Richard Gasquet dão garantias de que iremos ter mais um excelente encontro. Os jogadores já se defrontaram por duas vezes, com uma vitória para cada lado. No entanto, no que ao pó de tijolo diz respeito, Gasquet venceu Kyrgios por 7-6/6-2 e 6-2, num encontro a contar para a taça Davis. A minha aposta vai, por isso, para o francês. Foi mais um dia de Millennium Estoril Open.

Foto de capa: Facebook oficial do Millenium Estoril Open

Gil Vicente 0-5 Benfica: O título está já ali

cabeçalho benfica

Este era à partida um jogo bastante decisivo nas contas do título. Porque o Benfica fora nem sempre joga como nos habitua, porque o Gil Vicente precisava desesperadamente de pontos e poderia preparar uma táctica que impedisse o campeão nacional de jogar como quer, e por toda a conversa ao longo da semana sobre a nomeação de Capela.

Mas passando da teoria para a prática, o Benfica mostrou porque é melhor e ganhou facilmente em Barcelos. A surpresa no 11 foi a entrada de Sulejmani para o lugar do lesionado Salvio, deixando de fora Ola John e Talisca. O primeiro golo surge aos 15 minutos por Maxi Pereira, fruto de uma forte pressão por parte do Benfica. O Gil bem tentou, mas a sua vontade foi fatal. Jonas (quem mais?) num lance de contra-ataque marcava o segundo e dava a entender que este jogo seria bastante calmo. O brasileiro apanha, à condição, Jackson Martinez na lista de melhores marcadores. No entanto, o Gil Vicente não baixou os braços e por duas vezes Júlio César teve de intervir, tranquilizando os muitos benfiquistas presentes no estádio.

Maxi, autor de um improvável bis Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Maxi, autor de um improvável bis
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Talvez colocados em sentido pelos dois lances de perigo do Gil Vicente, o Benfica entrou na segunda parte pronto para tirar qualquer dúvida quanto ao vencedor. Ainda muitos adeptos vinham dos bares do estádio e já Luisão marcava o terceiro golo do jogo. Agora era só uma questão de saber por quantos iria ganhar o Benfica. O resto do jogo foi apenas o Benfica a espalhar magia pelo relvado, jogando a seu bel-prazer. Jonas (que classe) e Lima combinaram para o brasileiro marcar o quarto e estiveram presentes no quinto golo, o segundo de Maxi Pereira. Pelo meio o Gil Vicente tentava o golo de honra, merecido para quem nunca baixou os braços, mas que não esconde as fragilidades da equipa de José Mota.

Três jogos, três finais e o 34 está mesmo ali ao virar da esquina. Os benfiquistas já o começam a sentir, mesmo sem entrar em euforias. Uma palavra para o árbitro, que foi tema durante a semana, mas que esteve bem. José Mota deveria preocupar-se mais com a sua equipa. Eu também recebi uma chamada da Austrália mas a referir-se ao facto de este Gil Vicente ser tão fraco.

A Figura:
Maxi Pereira – Há tanto por onde escolher: Jonas, mas já é um pleonasmo tê-lo aqui, Julio César, pela calma que tem, mas decidi escolher Maxi Pereira. Grande jogo do uruguaio recompensado com dois golos. Maxi respira o Benfica como ninguém e merece a renovação.

O Fora de Jogo:
Lesão de Gaítan – Com dores musculares, o argentino teve de sair no intervalo. Esperemos que não seja nada de grave, pois Gaitan é fundamental para o Benfica, principalmente quando ainda não há Sálvio e só faltam quatro jogos.

Jerez de la Frontera será também de Rossi?

0

cab desportos motorizados

Arranca este fim-de-semana o primeiro Grande Prémio de MotoGP em solo europeu, depois das corridas no Qatar, Austin e Argentina. Três provas com muita adrenalina e emoção. E vencedores improváveis.

Jerez de la Frontera recebe pela 29.ª vez o Mundial de motociclismo, num fim-de-semana cheio de história e com Valentino Rossi como protagonista. Não esquecendo, claro, os outros rivais: Jorge Lorenzo, Marc Marquez e Andrea Dovizioso.

O italiano chega ao circuito andaluz como líder do mundial, após ter vencido no Qatar, ter alcançado o terceiro lugar em Austin e ter voltado a vencer na Argentina, numa clara demonstração de determinação e de que aos 36 anos de idade ainda consegue ser o «Il Doctore» de outros tempos. E o Mundial agradece esse regresso.

Numa clara demonstração de determinação e de que aos 36 anos de idade ainda consegue ser o «Il Doctore» de outros tempos Fonte: facebook.com/yamaharacingcom
Numa clara demonstração de determinação e de que aos 36 anos de idade ainda consegue ser o «Il Doctore» de outros tempos
Fonte: Facebook da Yamaha Racing

Valentino Rossi, à semelhança de Jorge Lorenzo, recebeu durante a semana uma estrela no passeio da fama do circuito espanhol, que é um dos palcos onde registou mais vitórias na classe rainha: 2001, 2002, 2003, 2005, 2007, 2009. Esta última ocorreu no ano em que «Il doctore» alcançou o seu último título mundial. Só no circuito de Mugello – situado perto da terra natal do italiano –, registou mais vitórias do que Jerez. Foram sete no total. Para além das vitórias, o italiano pode chegar ao pódio número 200, se ficar entre os três primeiros classificados. Aliás, se alcançar esse feito será a primeira vez, em 67 anos de história do Mundial de MotoGP, que um piloto alcança 200 pódios entre as três categorias.

A partir de 2009, as vitórias no circuito andaluz repartiram-se entre Jorge Lorenzo (2010, 2011), Dani Pedrosa (2013), Marc Marquez (2014) e o retirado Casey Stoner (2012). Contudo, deste grupo só Jorge Lorenzo e Marc Marquez se mostram competitivos esta temporada, sendo que o piloto da Yamaha Movistar tem registado melhores resultados. Já Dani Pedrosa anunciou, recentemente, que se iria retirar do Mundial para recuperar de uma lesão antiga, e não marcará presença na corrida de domingo.

Por ser líder do campeonato e pelo seu historial no circuito, o «Il Doctore» é o favorito à vitória no domingo. Contudo, e como sabemos, o Mundial já demonstrou nem sempre corresponder aos favoritismos antecipados. Deste modo, não nos podemos esquecer dos já citados Jorge Lorenzo, Marc Marquez e Andrea Dovizioso.

“Amo Jerez”, confessou Valentino Rossi Fonte: es.eurosport.yahoo.com
“Amo Jerez”, confessou Valentino Rossi
Fonte: es.eurosport.yahoo.com

Andrea Dovizioso, que comanda a máquina da Ducati, tem-se mostrado bastante competitivo e alcançou bons resultados nos três Grandes Prémios anteriores. Aliás, este início de temporada quase faz-nos recordar os tempos em que Casey Stoner brilhava aos comandos da Ducati. Jorge Lorenzo, por outro lado, tem-se mostrado mais forte depois da última temporada, que foi, a nível de resultados, algo desastrosa.

Marc Marquez, piloto da Honda Repsol e actual bicampeão da classe rainha, chega a Jerez depois de uma queda no Grande Prémio da Argentina, após um violento toque com Rossi. O espanhol diz não estar em guerra com o italiano, mas a verdade é que após a corrida, no circuito de Termas del Río Hondo, teceu duras críticas a «Il Doctore», quando os únicos culpados da queda de Marquez foram ele mesmo, o seu incessante desejo de vencer e a agressividade que lhe é conhecida.

A corrida começa às 13h00 (hora de Lisboa).

Foto de Capa: Moto GP

Millennium Estoril Open: Os favoritos seguiram em frente

cab ténis

O Millennium Estoril Open viu hoje os principais favoritos ao título seguirem em frente. Num dia com lotação esgotada, Pablo Carreno Busta, Nick Kyrgios, Guillermo Garcia-Lopez e Richard Gasquet seguiram em frente sem grandes dificuldades. A possibilidade de uma final 100% espanhola continua bem presente.

Naquele que foi o primeiro encontro do dia, o espanhol Carreno Busta superiorizou-se claramente ao experiente Gilles Muller. O oitavo pré-designado, Muller, nunca foi capaz de contrariar o maior à-vontade que Carreno Busta apresenta quando joga sob o pó de tijolo. Foi, assim, de forma natural que o espanhol, que já havia sido finalista deste torneio em 2012, se qualificou para a sua primeira meia-final da temporada e pôs fim a uma série de seis derrotas consecutivas.

Seguiu-se o encontro que opunha o favorito do público português, Nick Kyrgios, a Robin Haase. O australiano apresentou-se bastante sólido, assentando todo o seu jogo a partir do poderoso serviço que detém (78% de pontos ganhos com o primeiro serviço). O holandês, que em Julho de 2012 chegou a ser 33º classificado do ranking ATP, teve um dia menos bem conseguido, nunca sendo capaz de praticar o bom ténis que vinha exibindo no Estoril.

Naquele que prometia ser um dos melhores encontros do dia, Borna Coric, carrasco de Rui Machado, defrontou Guillermo Garcia-Lopez. O espanhol, que na semana passada conquistou o título em Bucareste, entrou bastante forte, conquistando 83% de pontos com o primeiro serviço, e acabou mesmo por arrecadar o primeiro set por 6-3. No entanto, o croata não baixou os braços e rapidamente se adiantou para 5-2 no marcador. Quando se adivinhava um terceiro, Garcia-Lopez encetou uma memorável recuperação. Salvando quatro set points, dois deles quando o marcador lhe era desfavorável por 5-1 (15-40), o espanhol venceu o segundo set num duríssimo tie-break. Terminava, desta forma, a participação de Borna Coric, jovem croata de 18 anos, no Millennium Estoril Open.

Em mais uma sessão nocturna, Richard Gasquet, que se encontra a regressar à competição após lesão, enfrentou Nicolas Almagro. O espanhol até partia como favorito para o encontro, contudo, Gasquet assinou uma exibição quase perfeita; variando bastante o jogo, o francês fez de Almagro aquilo que bem entendeu. Nicolas Almagro, que até serviu para fechar o segundo set, nunca pareceu capaz de ser uma verdadeira ameaça para Gasquet.

O elenco das meias-finais garante-nos mais um dia carregado de emoções: Pablo Carreno Busta defronta Nick Kyrgios, e Richard Gasquet mede forças com Guillermo Garcia-Lopez. Na minha opinião, Nick Kyrgios, apesar de ter recusado o favoritismo, tem condições para seguir em frente. Relativamente à outra meia-final, Richard Gasquet, que curiosamente continua a negar ser um candidato ao título no Estoril, parte com um ligeiro ascendente sobre Garcia-Lopez.

Foi, assim, mais um dia de Millennium Estoril Open.

Melhor encontro do dia: Borna Coric – Guillermo Garcia-Lopez.

Maior surpresa do dia: Vitória de Richard Gasquet perante Nicolas Almagro.

Olheiro BnR – Wallyson Mallmann

olheiro bnr

Apesar da boa prestação global de Marco Silva nesta sua primeira temporada como treinador do Sporting, é inegável que o jovem técnico merecerá sempre algumas construtivas críticas em relação às suas opções, sendo pertinente sublinhar a sua excessiva renitência em dar mais oportunidades a alguns jogadores que se vêm destacando na equipa orientada por João de Deus.

De Ryan Gauld, por exemplo, já falei por aqui, mas há ainda outro caso talvez ainda mais emblemático nesse plantel do Sporting B, mais concretamente o médio-centro Wallyson Mallmann, futebolista a quem já deveria ter sido dada a responsabilidade de substituir Adrien Silva em algumas ocasiões da temporada, nomeadamente nesta fase final da época em que os destinos verde-e-brancos na Liga (leia-se terceiro lugar) parecem mais do que definidos.

Diamante com percurso pouco convencional

Wallyson Teixeira Mallmann nasceu a 16 de Fevereiro de 1994 em Mato Grosso, Brasil, e teve um percurso pouco comum para um jogador de futebol, uma vez que, até aos 17 anos, apenas treinava no modesto Espírito Santo, não efectuando jogos oficiais na equipa brasileira.

Posteriormente, em 2010/11, deu o salto para a Europa, primeiro nos juvenis dos suíços do Basileia e, na temporada seguinte, nos juniores dos ingleses Manchester City, clube onde acabou por não ser inscrito por excesso de comunitários, num cenário que precipitou a sua chegada ao Sporting em 2012/13.

Formação de leão

Neste seguimento, é honesto admitir-se que a verdadeira formação de Wallyson Mallmann como jogador de futebol iniciou-se em Alvalade, no seu segundo ano de júnior, quando o jovem brasileiro fez 37 jogos (quatro golos) na equipa de sub-19 e provou rapidamente que se poderia assumir como uma mais-valia futura para o plantel principal.

Aliás, entre a temporada passada e a actual, o médio canarinho já soma um total de 63 jogos e nove golos pelo Sporting B, sendo que a regularidade e a qualidade das suas exibições na Segunda Liga já mereciam, claramente, mais do que os quatro jogos que fez na Taça da Liga pela equipa principal verde-e-branca.

Poderá ser um “oito” fora de série

Wallyson Mallmann pode actuar em todas as posições do meio-campo central, ou seja, “seis”, “oito” e “dez”, ainda que, pelas suas características técnico-tácticas, seja mesmo na “oito” ou “box-to-box” que vejo mais condições para o jovem de 21 anos ter uma carreira de maior sucesso.

Afinal, o jovem, com raízes germânicas, é veloz e apresenta uma grande capacidade criativa e de drible, sendo ainda de destacar a sua inteligência na ocupação de espaços, excelente capacidade de passe e eficácia nas transições defesa/ataque e ataque/defesa.

Menos cintilante a “seis” ou “dez”

Por outro lado, e mesmo que seja um médio abnegado e com assinalável capacidade recuperadora, faltar-lhe-á ainda um pouco de agressividade nos confrontos individuais, algo que, pelo menos nesta fase da sua carreira, o colocam num patamar de menor excelência como médio-defensivo do que sucede na função “box-to-box”.

Já numa eventual função de médio-ofensivo central, o vulgo “dez”, Wallyson Mallmann ainda teria o bom remate de meia distância como trunfo a acrescentar mas, a jogar aí, dissipavam-se algumas das suas maiores qualidades, nomeadamente a inteligência e enorme amplitude na ocupação de espaços no miolo central, assim como a sua inegável qualidade nas transições.

Foto de capa: Facebook do Sporting Clube de Portugal

Que trunfos escondes tu para o ano “um”, Lopetegui?

nrm

Já passaram quase três anos desde aquele memorável momento. Passavam dois minutos do tempo regulamentar quando um simples golo colocou o Norte em festa, deixou Jesus de joelhos e carregou Kelvin para a galeria dos heróis azuis e brancos. Já passaram quase três anos mas Jorge Jesus fez questão de o relembrar no passado dia 26, num clássico chato e enfadonho, onde o Benfica se assumiu paciente, ao contrário daquilo a que nos tem habituado. A marca não ficou só nos vencedores. Ficou também nos perdedores e é por isso que, atualmente, Jorge Jesus é bem mais comedido com as palavras e na maneira como aborda os encontros. Tudo isto para dizer que com o empate da jornada passada, que colocou o Benfica a uns “teóricos” quatro pontos do FC Porto, não acredito que venhamos a ter mais uma enorme surpresa. E longe de mim ser pessimista.

Deixem-me recordar-vos a temporada de 2002/03. José Mourinho tinha assumido o comando técnico da equipa a meio da época anterior, numa altura em que os portistas ocupavam a quinta posição da tabela classificativa, e assumiu que com a temporada perdida era altura de focar todos os esforços na época seguinte. Mourinho teve tempo para preparar a equipa. Muito ou pouco? Nunca saberemos… Mas o suficiente para conquistar a Liga Portuguesa, a Taça de Portugal e a Taça UEFA. Não quero, de todo, comparar Mourinho a Lopetegui. Não gosto de comparações. Mas gostava que o treinador espanhol assumisse, desde já, que esta temporada está perdida. O ano “zero” já lá vai e Lopetegui já pode dizer que conhece a Liga Portuguesa. Os jogadores, as melhores equipas, os terrenos complicados, os treinadores e, sobretudo, as “manhas” das competições portuguesas.

Apesar de não conquistar nenhum título, Lopetegui fica. Não consigo, para já, vislumbrar um FC Porto 2015/16 sem o espanhol ao leme. Para além de ser uma assumida aposta de Pinto da Costa, o treinador azul e branco assinou por três épocas e fez várias restruturações na formação do clube. Tudo a pensar no futuro, obviamente.

Porém, uma dúvida cresce na minha cabeça… Como será o FC Porto versão 2015/16? Entre vendas e saídas de jogadores que cá estavam por empréstimo, este parece-me ser o “onze” base para o próximo ano…

1
Buracos… e mais buracos

As redes azuis e brancas

Apesar de ainda considerar uma grande incógnita, penso que a baliza do FC Porto para a próxima época estará ao cuidado do grande capitão Hélton. O estilo de jogo que Lopetegui pretende implementar no clube necessita de um guarda-redes bom nas saídas e que não tenha medo de jogar com os pés. Fabiano nunca foi uma aposta segura para estas situações ao contrário de Hélton, que raramente falha quando é chamado a intervir.

A defesa

Danilo já foi vendido. Alex Sandro ainda é uma incógnita e o FC Porto não tem fama de vender demasiado com a possibilidade de deixar um dos setores demasiado desfalcado. Mas a verdade é que o defesa esquerdo já é dragão há quatro anos, tem mercado e não demonstra a mesma vontade de continuar a defender as cores do clube como em épocas transatas. Vamos esperar para ver…

Contando com Marcano e Maicon no centro da defesa, com Indi e Reyes como reservas e longe das invenções… Onde está o resto da linha defensiva? Será José Ángel a assumir a ala esquerda? Ricardo Pereira assume-se finalmente como defesa direito? E o que é feito de Opare…? Demasiadas incógnitas para o sector que mais estabilidade exige.

A linha média

O atual cenário diz-nos que Casemiro regressa ao Real Madrid e Óliver ao Atlético de Madrid. Herrera está diferente, está mais maduro, fez boas exibições na Liga dos Campeões e tem mercado. Os três titulares do meio campo portista são três mistérios para a próxima época. Ficam? Não ficam? Se vão embora, quem é que substitui? André-André e Sérgio Oliveira vão fazer parte dos quadros dos dragões? Como está a situação de Evandro, Rúben Neves e Campaña no plantel? Vamos assumir finalmente que Quintero é um caso perdido?

O sector avançado

Jackson Martínez vai sair. O goleador colombiano que tantas alegrias deu aos adeptos portistas e que, este ano, demonstrou ser mais do que um simples avançado é uma saída quase certa. Dos restantes habituais da frente de ataque, Brahimi e Tello – que ainda tem mais um ano de empréstimo – são os grandes candidatos aos papéis de extremos para a próxima época. Uma vez que Quaresma e Hernâni não estão a pensar sair… Menos uma dor de cabeça para Lopetegui. Mas há várias perguntas que os adeptos portistas querem ver respondidas! Será Aboubakar capaz de herdar o pesado legado de Jackson? Se tal acontecer, quem será a segunda escolha para a posição? De um lado surge Gonçalo Paciência, produto da casa e dono da tão ansiada mística portista, e do outro… o “flop” Adrián López, que até agora não provou valer 1/10 do dinheiro que nele foi investido.

Muitas incógnitas e muitos problemas para resolver. Serás tu capaz, Lopetegui, de surpreender o panorama futebolístico português com contratações sonantes donas de uma qualidade inegável? Se és capaz ou não, só tu saberás. Mas de uma coisa esperamos que estejas ciente… O ano “zero” já passou e os adeptos do FC Porto não estão habituados a perder.

Foto de capa: fcporto.pt

Partir, ver e vencer

cab reportagem bola na rede

De repente, vi-me dentro do “mundo da bola”, rodeado de “homens da bola”, a falar de “bola”. No Centro de Congressos de Santarém, as conversas tinham um único tema, o mesmo propósito: o futebol, pois claro. Entre os melhores treinadores de futebol nacional, e figuras de proa do desporto-rei, que marcaram presença no Fórum Nacional de Treinadores de Futebol, estava o Bola na Rede, aproveitando a oportunidade de se mostrar à elite do futebol português.

Num Fórum onde se abordaram as mais diversas componentes do futebol, distribuídas por palestras ao longo de dois dias de evento, vou destacar uma em particular, neste texto. Não sei se foi pela temática, ou pelos intervenientes, mas gostei especialmente de ouvir as experiências de treinadores portugueses no estrangeiro. As histórias, os insólitos, os conselhos, a vida do treinador português nos quatro cantos do mundo e sobretudo o selo de qualidade que lhes é reconhecido.

Falaram Domingos Paciência, Jaime Pacheco e Henrique Calisto. Cada um com as suas particularidades, todos tocaram em pontos-chave do que é estar em ambientes completamente distintos do português e dos métodos aos quais se tiveram, como que obrigatoriamente, de habituar.

Sentado na plateia, deliciava-me a ouvir, em uníssono,  que o treinador português sabe muito de futebol, às vezes até demais. Que tem qualidade, conhecimentos tácticos acima da média e métodos de trabalho ao nível dos melhores. Porque indiscutivelmente se criam treinadores de excelência em Portugal e nesse aspecto somos muitos bem vistos lá fora.  Da Ásia à América Central, o treinador português está representado em inúmeros campeonatos mundiais e isso manifesta a consideração que o mundo do futebol tem pelo treinador nacional.

Na maioria dos casos, os treinadores portugueses têm realizado óptimas prestações no estrangeiro e isso deve-se não só à qualidade dos seus métodos, mas também à enorme capacidade de integração e à coragem e determinação que os técnicos demostram. As dificuldades de aculturação são por demais evidentes em países cujos valores sociais e religiosos são o oposto dos nossos. Os desafios e as exigências que se colocam são factores que podem ameaçar o sucesso de qualquer projecto, mas para que isso não aconteça é preciso haver coragem para abraçar novas oportunidades.

De tantos conselhos que se distribuíram às dezenas de treinadores espalhados pela plateia, estes foram talvez os pontos mais focados por treinadores que já viveram as mais inacreditáveis situações nos mais recônditos países mundiais, mas que abarcaram na aventura de uma vida melhor e que hoje afirmam convictamente que tomaram a melhor decisão. A coragem de avançar, o risco a correr, sobretudo nos tempos extremamente difíceis, a nível financeiro, que o futebol português vive.

Engane-se quem pense que, em geral,  o treinador em Portugal é bem pago. Ou pertence a uma elite de pessoas cuja palavra crise é mais uma vocábulo no dicionário. Não é assim que funciona aqui no nosso “Portugalinho”,  mas o mundo abre portas que possibilitam outras oportunidades ao treinador português e é perfeitamente compreensível que este as aproveite. Se puder fazê-lo, pois que o faça. Que avance, que arrisque. A qualidade já lá está, é juntar a determinação e o sucesso vem rastejando atrás. Como a cobra que Henrique Calisto teve de comer no Vietname. Comeu, calou, esteve lá dez anos e adorou.

Top 10: Promessas do Futebol do Leste da Europa

0

[tps_title]10.º Solomon Kvirkvelia[/tps_title]

solomon
Fonte: Página VK (Rede Social)

É seguramente um dos defesas centrais mais talentosos a jogar actualmente no futebol russo. O georgiano Kvirkvelia tem-se afirmado (e de que forma) na equipa liderada por Rynat Bilyaletdinov e, aos 23 anos, é já o patrão da defesa do Rubin Kazan. As suas qualidades ao nível da marcação e da recuperação de bola já lhe valeram também convocatórias à selecção da Geórgia, onde é visto como um dos jogadores mais promissores daquela antiga República Soviética.

UFC 186: Obrigado, “Mighty Mouse”

0

cabeçalho ufc

Combate após combate Demetrious Johnson, o campeão de Peso Mosca, surpreende, domina e mostra ser um dos melhores pound for pound da UFC, se não o melhor. Protagonizou, com Kyoji Horiguchi, o melhor combate da noite. No entanto, houve gente que abandonou o recinto mesmo antes de este começar. Em relação a vendas de bilhetes e PPV, os eventos encabeçados pelo campeão são sempre dos que menos vendem, apesar de os seus combates serem sempre dos mais excitantes. Qual é, então, o problema de Demetrious Johnson?

Apesar das baixas vendas o evento foi, no geral, bastante bom e teve combates de elevada qualidade. O cartaz principal do UFC 186 teve início com o confronto entre Yves Jabouin e Thomas Almeida. O brasileiro, que, à altura, tinha finalizado em 17 das suas 18 vitórias, entrou invicto no octógono e saiu com igual estatuto. O veterano, Yves Jabouin, não conseguiu lidar com o superior striking de Almeida, acabando encostado à rede e apenas defendendo tudo aquilo que Almeida tinha para lhe dar. Yves Lavigne acabou por terminar o combate, aos 4 minutos e 18 segundos da primeira ronda, por K.O técnico. Almeida promete ser um caso sério na divisão de Peso Galo e com certeza que enfrentará um lutador do ranking no seu próximo combate.

John Makdessi e Shane Campbell, que se estreava na UFC, lutaram no segundo combate da noite. Apesar de não ser um combate importante em nenhuma divisão em particular (combate ocorreu em categoria catchweight) foi, apesar de tudo, agradável de se ver. Campbell entrou bem, acertou alguns pontapés cirúrgicos ao corpo e pernas, mas acabou por ir ao encontro de uma direita de Makdessi que o abalou. Ainda conseguiu levantar-se com a ajuda da rede, chegando mesmo a encostar Makdessi. Este, no entanto, arranjou espaço para desferir mais uma direita que, novamente, abalou Campbell. Desta o veterano da WSOF não conseguiu recuperar, apenas defendendo o ground and pound de Makdessi. O árbitro parou o combate aos 4 minutos e 53 segundos da primeira ronda.

O terceiro combate teve, ao contrário daqueles que o precederam, um perfil bem mais elevado. O favorito dos fãs Michael Bisping enfrentou C.B Dollaway na categoria de peso Médio. Num combate que decorreu em todas as 3 rondas foi Dollaway quem deixou o primeiro aviso: um gancho de esquerda abalou o britânico nos instantes finais da primeira ronda. No restante decorrer da luta Bisping mostrou ter mais experiência e resistência do que o seu oponente, aumentando o ritmo consoante lhe era favorável e desgastando o seu adversário com algumas sequências. No final da última ronda foi a vez de Bisping acertar um bom gancho, desta vez de direita, para fechar o combate. Na hora da decisão Bisping venceu por unanimidade. Uma grande vitória para “The Count”, que disse acreditar que ainda pode vir a ser campeão de Peso Médio. Estaremos cá para ver.

Foi também neste UFC 186 que se deu o (triunfante) regresso de uma das lendas da companhia e do mundo do MMA: Quinton “Rampage” Jackson, que tinha abandonado a UFC em 2013, voltou à casa que o deu a conhecer ao mundo, após ter estado na Bellator. Jackson, aliás, esteve muito perto de não competir e voltar para esta última companhia. Segundo a Bellator, a rescisão de contracto de “Rampage” não era legal pois este ainda tinha algumas lutas por cumprir. O tribunal acabou por decidir (à segunda vez) que Jackson estava possibilitado de competir pela UFC, pelo que lutou no co-evento principal contra Fábio Maldonado.

Falando do combate em si, Maldonado nunca foi muito agressivo, permitindo a Jackson desferir as suas sequências a seu bel-prazer. No entanto, o brasileiro nunca quebrou. Aliás, Jackson disse mesmo que Maldonado não é humano. A verdade é que este pouco mais mostrou do que um queixo forte. Nem quando Jackson mostrou cansaço Maldonado capitalizou. No final, Jackson venceu por unanimidade e admitiu, em conferência de imprensa, querer vingança de todos aqueles que já o derrotaram.

O regresso de “Rampage” Jackson (na foto) foi um dos momentos mais aguardados da noite Fonte: UFC
O regresso de “Rampage” Jackson (na foto) foi um dos momentos mais aguardados da noite
Fonte: UFC

O último combate foi uma ode ao MMA, autoria de Demetrious Johnson. O campeão roça a perfeição em todas as fases do combate e luta com tal intensidade que parece que acaba as lutas com mais energia do que aquela com que entrou. Kyoji Horiguchi foi mais uma das vítimas do campeão, que já riscou o nome da maioria dos lutadores do Top 10 de Peso Mosca. Apesar de tudo, o japonês entrou bem na luta, conseguindo distribuir algumas sequências com velocidade. Mas nem bem nem muito bem chega para fazer um arranhão a Johnson. Tanto na primeira, como na segunda, seguindo para a terceira, para a quarta e, finalmente, quinta, o “Mighty Mouse” conduziu a luta conforme quis, derrubando quando assim era necessário, acertando alguns socos quando podia. No geral, fez as transições grappling-striking, e vice-versa, de forma irrepreensível.

Nos instantes finais da quinta e última ronda, Johnson derrubou e controlou através do Crucifixo na montada. O final aproximava-se e Johnson ia desferindo alguns golpes na face de Horiguchi. Mesmo no final, Johnson fez a transição (bela, diga-se) para uma chave de braço, obrigando Horiguchi a desistir no último (!) segundo de luta. Johnson podia ter continuado na montada, ganho por decisão, mas preferiu procurar a finalização. E o que Johnson quer Johnson alcança. É a finalização mais tardia da história da UFC. Um belíssimo recorde para um dos mais dominantes campeões da história da UFC.

Demetrious “Mighty Mouse” Johnson (calções brancos) a fechar a Chave de Braço que, no último segundo da luta, lhe deu a vitória Fonte: UFC
Demetrious “Mighty Mouse” Johnson (calções brancos) a fechar a Chave de Braço que, no último segundo da luta, lhe deu a vitória
Fonte: UFC

Posto isto, retoma-se a pergunta inicial: qual é, então, o problema de Demetrious Johnson? É irrepreensível no octógono (talvez só superado por Jon Jones), tem igual atitude fora dele (algo que Jon Jones continua a não conseguir fazer – foi recentemente acusado de fuga de um acidente rodoviário), ainda tem bastantes anos dentro do octógono e uma carreira com muitas mais promessas de sucesso. Mas não vende. Os fãs não querem saber de Demetrious Johnson, muito menos da divisão que encabeça. A verdade é que Johnson não é dos campeões mais carismáticos, mas isso não deveria ser um problema quando se dá respostas tão contundentes onde interessa: no octógono.

Dana White diz que tanto Chuck Liddell como Anderson Silva demoraram tempo a ganhar o apoio dos fãs, pelo que, com exemplos destes, só podemos acreditar que o mesmo acontecerá com Demetrious Johnson. Até lá, parece que apenas os verdadeiros fãs de MMA e desportos de combate, no geral, apreciarão a maravilha que é ver Johnson lutar. Tenho pena dos restantes. Obrigado, “Mighty Mouse”.

Foto de Capa: UFC