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Benfica 2-0 Braga: 21 dos dois lados

coraçãoencarnado

E cá vai mais uma. A vigésima primeira vitória da época no Campeonato Português. O meu vigésimo primeiro texto. Aqui não há coincidências. Incontestável. Depois de comentários de um lado para o outro, eis que a verdade é resolvida. Futebol é no campo, bitaites são na tasca. E o meu clube, o Sport Lisboa e Benfica, voltou a responder como sabe, no campo. Jogámos contra dez mas podíamos ter jogado contra doze ou treze. Primeiro porque tínhamos sessenta mil ao nosso lado; segundo porque hoje nem se os parvos todos se juntassem derrubavam este Benfica. Eu bem sei que os parvos gritam bem alto e esse facto até poderia incomodar os jogadores benfiquistas, mas hoje nem isso. Esqueçam. Essas teorias de cariz parvo e demagógico não vão mesmo funcionar…a jogar assim ninguém vos ouve, escuta ou muito menos leva a sério. Mas que venham elas, parece que andam a motivar os rapazes cada vez mais! Já que hoje o Benfica voltou a jogar contra dez, pois que gritem! Gritem bem alto porque para a semana há uma deslocação difícil a Vila do Conde e motivação extra é sempre bem-vinda.

Bem, chega de introduções também elas demoradas. Vamos lá ao que interessa, o jogo desta tarde. Sport Lisboa e Benfica – Sporting Clube de Braga, vigésima quinta jornada. O primeiro lugar contra o quarto. Duas equipas que jogam bom futebol e uma tarde primaveril a apelar ao desporto-rei. O jogo foi de sentido único desde o primeiro minuto, a tender para o lados encarnados (caseiros). O Benfica entrou como quem só sofreu dois golos no Estádio da Luz e ganhou os últimos oitos jogos em casa (agora nove) – dominador, forte e atrevido. Os primeiros vinte minutos passaram de forma leve, com o Benfica encaixado na equipa bracarense e a tentar o golo. De realçar que desde o primeiro minuto o futebol benfiquista foi entrosado e solto, espalhando magia em diversas jogadas. Depois do normal, o esperado. O golo. Jonas, (quem mais?!) num remate colocadíssimo de fora-de-área a colocar a bola no canto da baliza de Matheus. Passava o minuto vinte e um. A restante primeira-parte mostrou um Benfica confiante e do outro lado um Braga apático, sem meio-campo e com Zé Luís demasiado só. Artur Soares Dias apitou para o intervalo e a vitória era (completamente) justa.

Jorge Jesus estava avisado que este Braga poderia causar problemas na segunda-parte, até porque no jogo para a Taça de Portugal, também no Estádio da Luz, o Sporting Clube de Braga deu a reviravolta na segunda parte. Mas hoje a história não se repetiu. Apesar dos homens caseiros terem começado o segundo-tempo com um ritmo de jogo mais baixo, não existiu qualquer tipo de reacção do lado bracarense. Não há muito para dizer sobre o que restava do jogo: futebol atractivo do Benfica, um Braga tímido e sem ideias a esperar que um golo caísse do céu. Mas não caiu. Antes pelo contrário. Ao minuto setenta e seis, Eliseu voltou a deixar marca com o seu pé esquerdo, golaço do português!

A verdade é que não há muitas palavras para descrever um jogo de sentido único onde o Benfica se limitou a provar o porquê de ser campeão e de ser líder. Como pequeno registo, o Benfica registou nove remates à baliza, enquanto que o Braga se ficou pelo número um. Aos poucos, o mundo vai-se apercebendo que as parvoíces que têm sido ditas estão directamente relacionadas com os parvos que por aí andam.

Não me podia despedir sem dar algumas notas: finalmente um bom jogo de Eliseu; a expulsão do Tiago Gomes é simplesmente óbvia e indiscutível; obrigado, Júlio César; Parabéns, Luisão, quarenta mil minutos de águia ao peito é muito tempo; Jonas, não tenho palavras para descrever o teu futebol, renovem com ele até 2040 e por fim, Gaitán, que pena não te termos para a semana…

Um abraço cheio de benfiquismo para todos vocês. Hoje o Benfica respondeu-me com a vigésima primeira. Eu respondo-vos com o meu vigésimo primeiro! Até para a semana.

A Figura

Os adeptos – A verdade é que a figura deste jogo podia ter sido o Jonas, o Eliseu ou até o Luisão. Mas não. Hoje, quem jogou foram os adeptos. Sessenta mil, duzentos e vinte e dois benfiquistas. Esses sim, têm direito ao prémio do jogo. Nunca falham. Seja em frente à baliza ou fora-de-área. Os adeptos nunca falham. Especialmente os benfiquistas. E hoje foi mais uma prova: a equipa precisa de nós, assim é que ninguém nos pára mesmo. Seja a jogar contra dez, onze ou doze ganharemos sempre. Sempre! Obrigado a todos, assim vale muito mais a pena.

O Fora-de-Jogo:

Sporting Clube de Braga – A verdade é que eu esperava um pouco mais deste quarto lugar do Campeonato Português. A equipa bracarense mostrou demasiadas fragilidades, especialmente no processo ofensivo. Um meio-campo despovoado, com Pardo e Rafa desinspirados acabaram por culminar numa exibição débil da equipa nortenha.

Kyrgios é a segunda “estrela” confirmada para o Estoril Open

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cab ténis

Nick Kyrgios é a segunda “estrela” confirmada para o Millenium Estoril Open, que se vai disputar no Clube Ténis do Estoril entre 25 de Abril e 3 de Maio no Jamor. Depois de João Sousa, o espectacular australiano vai pisar os court’s do Estoril. Há algumas semanas escrevi aqui, no Bola na Rede, um texto de elogio ao ténis australiano, em especial a Thanasi Kokkinakis e a Nick Kyrgios, por aquilo que fizeram no último Open da Austrália.

Semanas depois desse artigo, e como que a confirmar aquilo que tinha dito, Kokkinakis venceu Lukas Rosol em cinco set’s, por 4-6, 2-6, 7-5, 7-5 e 6-3, sendo assim muito importante na vitória da Austrália frente à República Checa na Taça Davis. Dias depois, a organização do Millenium Estoril Open anuncia a vinda de Nick Kyrgios ao torneio português, quando o nome veiculado nos últimos tempos tem sido Borna Coric, o croata de 18 anos que é já número 60 do ranking mundial.

Para já, está garantida a presença de João Sousa, o melhor português de sempre e o “grande” cabeça-de-cartaz do evento, apesar de não ser o tenista com melhor ranking. Kyrgios é assim um dos jogadores-modelo que a organização do novo Estoril Open procura, um tenista já com algumas provas dadas mas que esteja ainda a despontar no circuito mundial.

Nesse leque de tenistas obviamente Nick Kyrgios é a aposta mais segura. Um tenista que já provou que tem um elevadíssimo nível de ténis e que, a par disso, é capaz de incendiar as bancadas dos torneios por onde passa, devido ao seu estilo de atleta. Actualmente dentro do top 40, Nick Kyrgios fez um bom Open da Austrália, iniciando a temporada na sua melhor forma. Quando falta menos de um mês para encerrarem as inscrições para o torneio português, é natural que surjam cada vez mais nomes que podem até nem ter sido considerados pela organização mas que os adeptos portugueses gostariam de ter presentes no Estoril.

Para concluir, estão já à venda os bilhetes para a edição de 2015 do torneio português, com preços mais em conta face à estratégia de João Lagos, onde a final tem um custo de 30 euros, sendo que uma das maiores curiosidades seriam as sessões nocturnas onde existirão dois bilhetes nesses dias: um para a sessão diurna e outro para a nocturna.

O preço do pack completo do torneio está disponível por 145 euros, mas até Quinta-Feira é possível assistir ao Estoril Open por 15 euros diários, sendo que para o recinto o preço é sempre de 5 euros, do início ao fim do evento.

Foto de Capa: Marianne Bevis

Uma pérola à beira-rio

cab reportagem bola na rede

Com um palmarés invejável, o Atlético de Alcântara foi durante anos considerado o quatro grande do futebol português e conta com milhares de associados. Hoje disputa a segunda divisão nacional, mas quer reerguer-se e voltar a fazer do velhinho Estádio da Tapadinha o inferno de outrora.

Alcântara é, nos dias de hoje, umas das mais fascinantes regiões de Lisboa. A beleza tradicional das ruas, a genuinidade das pessoas faz-nos sentir seguros e alegres quando caminhamos por aquelas calçadas intermináveis. As conversas de café giram em torno de futebol e do clube da região. Por aqui não se veste de verde ou vermelho e branco, mas sim azul e amarelo, as cores do Atlético Clube de Portugal.

Corria o ano de 1942 quando dois clubes das freguesias vizinhas de Alcântara e Santo Amaro se fundiram para formar o Atlético. O União Foot-Ball Lisboa e o Carcavelinhos Football Clube eram clubes independentes, que, no entanto se deparavam com algumas dificuldades de sobrevivência ao mais alto nível, apesar de o Carcavelinhos se ter sagrado campeão de Portugal em 1928. A solução para a continuidade de ambos os clubes passava por uma união e daí advém a fundação do Atlético Clube de Portugal, no dia 18 de Setembro de 1942.

Os primeiros anos do clube foram os mais prósperos e gloriosos. A década de 40 foi de ouro para o clube de lisboeta que alcançou dois terceiros lugares no campeonato nacional e marcou presença em duas finais da Taça de Portugal. Numa época em que emergia o regime ditatorial em Portugal, os clubes de Lisboa dominavam o panorama desportivo nacional e o Atlético era considerado o terceiro grande do futebol português, equiparando-se a Benfica e Sporting. Quem presenciou alguns dos momentos mais incríveis da história do clube foi Vítor Gonçalves, 56 anos, adepto do Atlético desde sempre e funcionário da secretaria do clube há mais de vinte anos. “O meu pai era um adepto ferrenho do clube e viu aqui na Tapadinha os melhores momentos da história do Atlético. Fala-me das vitórias ao Sporting e ao Belenenses. Eu ainda sou do tempo em que o Atlético ganhava a qualquer equipa, onde quer que fosse jogar”, conta.

A maldição da ponte e um inferno chamado Tapadinha

Naquela altura, Alcântara era uma zona de muitas fábricas, o cerne industrial da cidade. Por lá abundavam inúmeras famílias de operários apaixonados por futebol e que todos os domingos enchiam o campo da Tapadinha para ver jogar os craques do Atlético. Foi assim durante décadas, até que decisões políticas contribuíram para a decadência do histórico lisboeta.

A construção da ponte 25 de Abril prejudicou muito o clube. Nem imagina o quanto”, conta Vítor Gonçalves, 56 anos, adepto do Atlético desde sempre e funcionário da secretaria do clube há mais de vinte anos. “Assim que começaram a construir a ponte as pessoas foram obrigadas a mudar-se e foram para regiões mais centrais da cidade. Ora esta zona de Alcântara perdeu muita gente e, o clube, muitos adeptos e apoios”, acrescenta.

De facto, o período de declínio corresponde à fase de construção e inauguração da denominada “Ponte de Salazar”, na década de sessenta. Por essa altura o Atlético Clube Portugal desceu de divisão por três vezes e perdeu muitas das suas pérolas como Germano, que se transferiu para o Benfica, um dos melhores clubes da Europa naquela altura. “O Germano era um defesa central fantástico, do melhor que o nosso futebol teve. Quem o viu jogar dizia que o Eusébio não passava por ele uma única vez. Quando foi para o Benfica, tornou-se o esteio daquela equipa bi-campeã europeia”, atira Vítor Gonçalves. “Acredito que o Germano tenha sido o melhor jogador que passou pelo Atlético”, acrescenta com toda a convicção.

A queda do Estado Novo e a proliferação dos regimes democráticos não abonaram em favor do clube. As fábricas e as famílias de operários que sustentavam o clube dispersaram para outros lugares mais atractivos e Alcântara foi ficando despida e o clube sofreu demasiado com isso. Os apoios camarários destinaram-se sobretudo aos clubes das elites, como Sporting e Benfica, que começaram a ganhar adeptos que até então apoiavam os clubes de bairro, como o Atlético. “Os apoios financeiros, sobretudo, foram quase todos para os clubes das elites. Apoios da Câmara, de empresas, de fábricas, patrocínios…era tudo para os grandes e clubes como o nosso foram caindo no esquecimento do poder”, salienta o Sr. Vítor, como é respeitosamente tratado para os lados da Tapadinha. “Mas engane-se quem que pense que o clube morreu ali. Mesmo perdendo alguns adeptos e jogadores, continuámos muito competitivos sobretudo aqui na Tapadinha”, reforça.

Quem se recorda perfeitamente destes tempos de inferno da Tapadinha é o alentejano António Carrasco, conhecido por Tó-Zé no mundo do futebol. “Estive quatro anos no Atlético e foram, provavelmente, os melhores da minha carreira. Recordo-me de ver o estádio sempre cheio e do ambiente incrível. Os chamados três grandes faziam das tripas coração para triunfar naquele estádio”, atira o ex-jogador do clube. Tó-Zé representou os alcantarenses durante quatro épocas, de 1975 a 1979, e fazia parte da última equipa do clube que esteve na Primeira Liga Portuguesa, há quase quarenta anos.

O Estádio da Tapadinha continua a receber a visita de vários adeptos Fonte: Atlético CP
O Estádio da Tapadinha continua a receber a visita de vários adeptos
Fonte: Atlético CP

O sucesso nas modalidades

Num país que respira futebol, é também o desporto-rei o mais apreciado pelos adeptos dos alcantarenses e aquele que é alvo de maior investimento por parte da direcção do clube. Ainda assim, a aposta nas modalidades tem sido feita de forma significativa e está a começar a surtir efeito. “Estivemos perto de atingir a Proliga no Basquetebol (primeiro escalão em Portugal) no passado e no futsal também estamos a fazer de tudo para regressar ao Primeira divisão. O Atlético não é só futebol”, aponta Vítor Gonçalves.

A rivalidade com o Belenenses… de Amália Rodrigues

O Atlético Clube de Portugal é, sem sombra de dúvidas, um clube especial e único no futebol português. Por entre tantas particularidades e incríveis histórias e feitos que preenchem os álbuns do clube de Alcântara, encontram-se dezenas de retratos e contos dos duelos com o eterno rival Clube de Futebol “Os Belenenses”. Por Lisboa são mais do que conhecidos os intensos duelos dos anos quarenta, cinquenta e sessenta disputados entre estes dois históricos clubes à beira-rio plantados. “A rivalidade dos clubes era tanta que as pessoas de Alcântara iam daqui até Belém com lençóis e cartazes para festejar as derrotas do Belenenses. E eles faziam-nos o mesmo. Recordo-me duma entrevista que a Amália Rodrigues deu em que dizia que era adepta do Belenenses porque o irmão era adepto do Atlético”, conta o Sr. Vítor.

Tanto na Tapadinha, como no Restelo a festa do futebol era elevada ao topo. Sejam quais fossem os intervenientes, a entrega e a intensidade eram nota dominante nestes derbys. “Eram sempre jogos muito fervorosos, mas sempre com respeito entre as equipas. Não havia agressividade, nem cenas menos próprias, quer dentro, quer fora de campo”, reforça. A cordialidade o respeito entre os clubes são ideias corroboradas por Tó-Zé, que recorda com saudade os clássicos contra o velho rival. “Esperávamos toda a época por esse jogo, era muito especial, tanto para nós como para os adeptos. Esta zona ribeirinha parava para assistir ao jogo e durante semanas esse era o tema dominante, até nos jornais da época”, conta o ex-jogador.

Sócios do melhor que há no mundo

A descida de divisão e a consequentemente manutenção do clube nos escalões secundários do futebol português durante todos estes anos afastou alguns adeptos e sócios do clube, porém são muitos (milhares) aqueles que continuam filiados ao clube do coração. Com mais de três mil sócios pagantes, o Atlético pode orgulhar-se de pertencer ao rol de clubes com mais associados da Liga de Honra, escalão em que a equipa participa actualmente. “Os nossos sócios são sobretudo pessoas mais velhas, habituadas a ver o melhor deste clube. Ainda assim temos adeptos de todo o lado. Há um casal espanhol que nos acompanha em quase todos os jogos do clube e temos sócios em Angola que nos vêem sempre que podem. Temos adeptos nos quatros cantos do mundo (risos)”, frisa o Sr. Vítor.

De facto, os adeptos do Atlético são conhecidos por serem exigentes com os seus jogadores. E o antigo treinador do Atlético António Pereira que o diga. “Em todos jogos há sempre ali um grupo de adeptos atrás de mim a pedirem o máximo dos jogadores e a queixarem-se dos erros que a equipa comete. E isso é perfeitamente normal, sobretudo para estes adeptos que viram jogar neste Estádio grandes jogadores. Estão mal habituados…os tempos são outros”, conta o “mister Toni”. Depois de ter estado sete anos ao leme da equipa de futebol do Atlético CP, António Pereira é, ainda hoje, visto como um Deus pelos alcantarenses. Conseguiu estabelecer o clube no segundo patamar do futebol português e alcançou feitos inéditos ao comando do clube e, nos tempos em que era treinador, sempre acreditou na subida de divisão. “Acredito que com um pouco mais de investimento este clube consiga ascender à Primeira nos próximos anos. Este clube é especial e por isso os jogadores querem vir jogar para aqui.”, afirma o antigo treinador do Atlético.

Da mesma opinião do que o mister, Vítor Gonçalves aposta numa subida nos próximos anos. “Acredito que dentro de pouco tempos estaremos no lugar que merecemos. O país e a cidade precisa do Atlético CP no topo do futebol nacional e capacidade não nos falta. Basta ver o que fizemos ao FC Porto há uns anos.”, atira.

O entusiasmo do funcionário do clube, que afirma ser só adepto do Atlético e não nutrir sequer alguma simpatia por outro clube, é referente ao brilharete que a equipa fez em 2007, numa eliminatória da Taça de Portugal, em pleno Estádio do Dragão. Naquela época, o clube disputava o terceiro escalão do futebol português quando venceu por 1-0 o campeão nacional FC Porto e eliminou os dragões da competição. “Pode dizer-se que esse foi o melhor momento da minha carreira de trinta anos enquanto treinador. Esse feito assumiu proporções que eu nunca imaginei. Quando saímos do Porto estavam duas equipas de reportagem dentro do autocarro e atrás de nós parecia uma excursão. Na Tapadinha havia mais de dez mil pessoas à espera…”, conta António Pereira. Para Vítor Gonçalves esse momento foi “único”, mas aponta todas as subidas de divisão e os sete títulos de campeão nacional da segunda e terceira divisão como os melhores momentos vividos enquanto sócio e funcionário dos alcantarenses.

O antigo treinador do Atlético acredita no sucesso do clube lisboeta Fonte: Atlético CP
O antigo treinador do Atlético acredita no sucesso do clube lisboeta
Fonte: Atlético CP

“O futebol de primeira precisa de clubes como o Atlético”

Estas são palavras de António Pereira, mas que trespassam para as bocas de Tó-Zé e de Vítor Gonçalves. Na mente de todos os alcantarenses está um futuro regresso do clube à Primeira Divisão e esperança não falta aos aficionados do Atlético Clube de Portugal. Confiança é mesmo a palavra de ordem para os lados da Tapadinha. Mas falta qualquer coisa…

O clube vive, como todos os outros, naturais dificuldades financeiras e num campeonato tão competitivo como a Segunda Liga é necessário investimento forte e muitos apoios para alcançar o sucesso. Sei que o futebol de primeira precisa de clubes como o Atlético”, admite António Pereira.

Por agora o clube luta pela manutenção no segundo escalão do futebol português e nas últimas épocas esse tem sido o principal objectivo do clube. Apesar de a situação atual não ser famosa (penúltimo lugar na II Liga), estão em marchas projectos para reerguer o histórico clube lisboeta. Vítor Gonçalves é um dos obreiros de um futuro projecto ambicioso e já imagina o clube do seu coração a jogar nos melhores palcos nacionais e mostra-se muito crente. “Acredito sinceramente que juntos, com o apoio dos sócios e o esforço de todos os atletas, vamos conseguir, um dia, alcançar o nosso grande objectivo que o regresso à Primeira Liga“.

O problema da prata da casa

porta

O final do mês de Fevereiro foi duro no reino do Leão. A eliminação na Liga Europa era expectável mas  o jogo de Alvalade deixou no ar um travo a injustiça, uma excelente exibição não foi traduzida numa vitória, algo que acabou por desmoralizar o jovem plantel de Marco Silva.

Mas pior do que este encontro caseiro frente ao Wolfsburgo foi a deslocação seguinte ao Estádio do Dragão, terreno onde o Sporting já tinha (con)vencido esta temporada; foram noventa minutos irreconhecíveis, apáticos, bizarros e que tornaram titulares indiscutíveis no foco de todas as críticas Sportinguistas.

Para além de Patrício, Adrien e Cédric são os mais recentes alvos de toda esta insatisfação verde e branca.  Se sobre o capitão leonino já escrevi num passado recente, minimizando os defeitos e não me esquecendo de todas as vezes em que se transformou em “São” Patrício, irei falar pela primeira vez na dupla de jogadores formados na Academia de Alcochete e que curiosamente se afirmaram no plantel após um empréstimo à Académica de Coimbra.

Não sou fã de Cédric, ponto. Não lhe revejo potencial para ser titular num Sporting candidato ao título e de grandes façanhas europeias. Reconheço-lhe o esforço mas é um jogador limitado, com dificuldades ofensivas e acima de tudo que tem na sua personalidade o seu maior defeito, por ser um jogador quezilento, que ferve em pouca água e prejudica várias vezes o clube com a sua incapacidade de controlo emocional.

Na minha óptica,  Miguel Lopes deveria ser o lateral titular. É um jogador mais experiente, rotinado e que dá uma maior tranquilidade a uma posição que nos últimos tempos tem sido explorada pelas equipas adversárias. Tendo em conta que o contrato com o jovem nascido na Alemanha termina no final da próxima temporada, este Verão é a altura ideal para vender o jogador, passando Ricardo Esgaio a alternativa de Lopes.

Apesar do menor fulgor, Adrien continua a ser uma das melhores opções para o meio campo Fonte: Facebook do Sporting
Apesar do menor fulgor, Adrien continua a ser uma das melhores opções para o meio campo
Fonte: Facebook do Sporting

Sobre Adrien a minha opinião muda um pouco; o médio realizou uma excelente temporada em 13/14 e merecia ter estado no Mundial do Brasil. Este ano, o seu nível exibicional desceu um pouco, mas não podemos falar em falta de qualidade ou até de uma questão de “desleixo”. Creio que o problema de Adrien passa por uma questão de forma e pelo próprio sistema de jogo de Marco Silva, priveligiando o jogo pelos extremos e os cruzamentos para Slimani.

Contudo, Adrien continua a ser um jogador importante no plantel, e não gostaria de o ver sair de Alvalade, a não ser que seja envolvido num bom negócio paras os cofres leoninos, algo que muito sinceramente não vejo a acontecer.

Por fim, gostaria de realçar a filosofia de Marco Silva no último jogo frente ao último classificado do campeonato. A aposta em William como solução à expulsão de Tobias foi arriscada e não correu da melhor forma, ainda assim tenho que louvar esta mentalidade, não querendo perder a capacidade de sair com a bola jogável e continuando a controlar o meio campo. Apesar do golo sofrido no lance seguinte à expulsão, e dos erros defensivos no lance do segundo golo, a decisão do treinador foi a correcta, mantendo-se fiel aos seus princípios de jogo.

Antevisão UFC 185: Um cartaz emocionante

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cabeçalho desportos de combate

Pettis e Dos Anjos encabeçam um cartaz principal recheado de lutadores de renome e que promete corresponder às expectativas: para além do combate principal pelo título de peso Leve, o evento vai opor Cariaso e Cejudo, os pesos pesados Roy Nelson e Alistair Overeem, o ex-campeão de peso Meio-Médio Johny Hendricks e Matt Brown e, como evento principal secundário, um combate pelo título da categoria feminina de Strawweight, entre a campeã Carla Esparza e a invicta Joanna Jedrzejckzyk. O que podemos esperar deste pay-per-view?

No primeiro combate do cartaz principal teremos uma luta interessante na categoria de Flyweight, entre Chris Cariaso e Henry Cejudo. Cariaso vem de uma derrota contra o campeão Demetrious Johnson e procura, certamente, voltar à cena do título. Cejudo vem também de tempos difíceis, mas por razões bastante distintas: Cejudo tem tido dificuldade em atingir o peso necessário para competir na dita divisão, pelo que a única vez que lutou pela UFC (venceu Dustin Kimura) foi na categoria de Bantamweight. Se falhar peso outra vez certamente será a sua última tentativa de lutar nesta categoria e será obrigado a lutar na categoria acima. Assumindo que tudo corre conforme o que é suposto, a luta deverá mesmo cair para o lado de Cejudo, que alberga um recorde invicto de 7-0, até ao momento. Cariaso, apesar de ter maior experiência na UFC e MMA em geral, não aparenta ser capaz de contrariar o wrestling do campeão olímpico de 2008.

Roy Nelson e Alistair Overeem opõem-se na segunda luta da noite num combate que é difícil de antever. Estes pesos pesados têm apenas duas vitórias nos seus últimos cinco combates. Overeem (#9 do ranking), no entanto, vem de uma vitória (contra Stefan Struve), ao passo que Nelson (#8 do ranking) vem de uma derrota (contra Mark Hunt). Ambos são portentos, ambos batem forte, ambos podem acabar este combate por K.O.. Este será, certamente, o desfecho deste combate. Resta saber quem terá a sua mão levantada no final.

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Johny Hendricks (na foto) e Matt Brown lutam ambos pela desforra contra o campeão de peso Meio-Médio Robbie Lawler

A terceira luta poderia facilmente encabeçar um Fight Night ou servir de evento principal secundário a este UFC 185, não fossem Esparza e Jedrzejckzyk ocupar esse espaço. Johny Hendricks e Matt Brown defrontam-se num combate que certamente irá decidir quem será o próximo candidato ao título de Robbie Lawler, sendo que ambos vêm de uma derrota contra este. Hendricks, recorde-se, perdeu o título contra o agora campeão no seu último combate. O poder e o striking de cada um prometem tornar este combate num verdadeiro “slugfest” até que o primeiro caia. Podemos assumir, também, que, caso isto não suceda, Hendricks assumirá o combate através do seu wrestling, aproveitando aquela que, para além de virtude, é também uma falha de Brown: a sua agressividade. Brown pouco mais sabe do que pressionar o adversário e abusar do striking, pelo que será fácil para Hendricks controlar a luta se assim o entender. Caso o primeiro cenário aconteça será difícil prever um vencedor, mas se se der o segundo podemos atribuir este combate a Hendricks.

Esparza e Jedrzejckzyk prometem aquecer o público, se este já não estiver quente o suficiente, antes do combate principal. O reinado de Esparza é bastante jovem, assim como a própria categoria da qual é campeã e a sua estadia na UFC. Esparza tem apenas uma luta na UFC, e, portanto, uma vitória, a qual se deu aquando da final do The Ultimate Fighter 20 e da inauguração do título de Strawweight, contra a outra finalista do TUF, Rose Namajunas. Joanna Jedrzejckzyk, por seu lado, é uma ex-campeã europeia e mundial de Muay Thai, e a #1 do ranking de Strawweight, albergando um recorde de vitórias de 8-0. Jedrzejckzyk vem de duas vitórias na UFC, a última contra Cláudia Guedelha, a mulher que todos tinham como a principal ameaça a Esparza. Apesar de o ter feito com controvérsia (muitos deram a vitória à brasileira), Joanna chegou ao topo da montanha de concorrentes e promete dar luta à campeã, chegando mesmo a afirmar que a partir de dia 14 poderão chamar-lhe “Joanna Champion” ao invés do seu complicado apelido. Será um combate renhido, onde a polaca irá tentar fazer valer o seu Muay Thai e Esparza o seu wrestling. Apesar de ser difícil de antever, podemos considerar a campeã vencedora, simplesmente pelo facto de albergar o título.

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É difícil imaginar um cenário para Anthony Pettis (na foto) que não este, no final do UFC 185

O evento principal da noite, entre o campeão Anthony Pettis e Rafael dos Anjos, causa alguma intriga. A chegada de dos Anjos a este combate tem sido bastante discreta. De facto, muitos têm dito que é difícil visualizar dos Anjos enquanto campeão. Quando pensamos na divisão de peso Leve pensamos em Pettis, Khabib Nurmagomedov (era suposto que fosse o adversário de Pettis, caso não se tivesse lesionado), Donald Cerrone… E pouco em dos Anjos, mesmo apesar de este ser o #1 do ranking. Pettis parece que foi feito para ser campeão: tem carisma, aspecto e é, definitivamente, um dos lutadores com melhor qualidade técnica dentro do octógono (é o autor do conhecido “Showtime Kick”). Talvez seja por isso que poucos olhem para Rafael dos Anjos e atribuam, desde já, a vitória a Pettis. E isso é perigoso, especialmente para o campeão. De facto, é bastante provável que o americano passeie por dos Anjos, mas o completo descartar de hipóteses do brasileiro pode fazer com que lhe seja mais fácil entrar no combate, fazer o seu jogo e, em última instância, surpreender Pettis, que, caso perca, criará alguns problemas à UFC, que vem trabalhando neste “seu” campeão já há algum tempo.

O reinado de Pettis tem sido marcado por constantes lesões e, por isso, raras presenças no octógono, pelo que é a altura perfeita para este se confirmar como um dos actuais grandes. Iremos assistir a uma luta entre o favorito e o derradeiro “underdog”. Pettis irá, certamente, vencer. No entanto, muitas surpresas acontecem dentro do octógono… Esperemos para ver. O cartaz principal UFC 185 será transmitido na madrugada de Domingo, dia 15 de Março (2h00).

Fotos são uma cortesia da UFC

Mais um ano prateado?

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cab desportos motorizados

O Mundial de Fórmula 1 (F1) começa já este fim de semana com o Grande Prémio (GP) da Austrália. Depois de um ano totalmente dominado pela Mercedes, a temporada de 2015 parece que vai ser um pouco diferente. A grande diferença não está na perda de potencial da marca alemã, mas sim na subida de rendimento dos motores Ferrari e da Renault. Apesar disto, os grandes favoritos continuam a ser os pilotos da Mercedes, Lewis Hamilton e Nico Rosberg, que deverão lutar entre si pelo título.

Na luta pelo terceiro lugar teremos a Williams, Red Bull e a Ferrari, provavelmente por esta ordem. A equipa de Frank Williams repete a dupla do ano passado, Filipe Massa e Valteri Bottas, e, como tem os motores Mercedes, pode ser a equipa a confrontar as flechas de prata. Depois de um ano muito abaixo das expectativas, a Red Bull (motores Renault) pretende voltar ao topo, e com a saída de Vettel para a Ferrari a dupla da escuderia austríaca vai ser Daniel Ricciardo – um dos destaques de 2014 – e Daniil Kvyat, que sobe assim da Toro Rosso para a formação principal. Uma dupla jovem mas competente, que pretende devolver a glória a esta equipa. A Ferrari conta então com Vettel, como já aqui escrevi, e Kimi Räikkönen. A equipa italiana, depois de mais uma má temporada, mostrou bons sinais nos testes de pré temporada e tem aspirações de regressar ao topo, numa missão que será difícil.

Um dos grandes regressos de 2015 é o da Honda, que vai fornecer os motores à McLaren, retomando assim uma dupla de sucesso dos anos 90. As coisas para já não têm corrido a 100% para a equipa britânica, e o acidente de Fernando Alonso – que regressou este ano à equipa – tem dado muitas dores de cabeça aos responsáveis da equipa, não se sabendo quando pode regressar o piloto à competição. Até estar recuperado, o espanhol será substituído por Kevin Magnussen, que fará dupla com Jeson Button, dupla esta que terá de lutar contra a juventude do motor e que poderá provocar alguns dissabores ao longo da temporada.

Quanto às restantes equipas, não lhes resta muitas opções que não lutar pela melhor classificação possível. A Force India, depois de muitas dificuldades, vai à luta com Sergio Perez e Nico Hulkenberg. A formação indiana – que também usa motores Mercedes – é agora a única equipa que não é europeia, depois do fim da Caterham. A Toro Rosso conta com a dupla mais nova de pilotos; Carlos Sainz Jr. tem 20 anos, enquanto Max Verstappen tem uns inacreditáveis 17 anos. A equipa satélite da Red Bull usa, como a casa mãe, motores Renault. A Lotus teve uma temporada de 2014 para esquecer e parece ter melhorado muito para a temporada de 2015. O uso de motores Mercedes, em vez dos Renault de 2014, pode ser um ponto a seu favor nesta luta pelas melhores posições possíveis e ser a quarta/quinta força do campeonato. Para isso, a equipa continua a conta com Pastor Maldonado e Romain Grosjean. A Sauber foi outra das equipas que tiveram uma temporada de 2014 para esquecer. A equipa, que usa motores Ferrari, conta ainda com alguma indefinição a nível de pilotos. Era suposto ser Marcus Ericsson e Filipe Nasr a dupla de pilotos, mas Giedo van der Garde venceu um processo em tribunal que lhe dá direito a um lugar na equipa, não estando ainda totalmente definido como as coisas vão acontecer este fim de semana na Austrália.

Para finalizar a nível de equipas, é preciso falar da Manor Marrusia. A agora equipa britânica teve muitas dificuldades em pôr de pé o projeto para 2015 e ainda não se pode garantir que partícipe no GP da Austrália. Apesar disso, a equipa encontra-se na Austrália e tem na dupla Will Stevens e Roberto Merhi os seus pilotos, que mais não deverão fazer do que arrastar-se na cauda do pelotão.

Quanto aos GP, este ano serão 20, onde se destaca o regresso do GP do México, que não fazia parte do calendário do “Grande Circo” desde 1992. As restantes provas são as mesmas de 2014, estando ainda por definir onde vai ser a prova alemã.

Às 5 horas (4h nos Açores) da madrugada de sábado para domingo começa o primeiro GP de 2015, numa época que se espera mais emotiva do que a de 2014, mas que deve dar novamente Mercedes.

 

Foto: Andrew Menage (flickr.com)

Di María: De Anjo a Diabo

cab premier league liga inglesa

24 de Maio de 2014. Estádio da Luz, Lisboa. Após um jogo disputadíssimo, o Real Madrid vence a final da Liga dos Campeões frente ao Atlético por 4-1. Para Ángel Di María foi o culminar de uma época estonteante e espetacular, na qual conseguiu demonstrar ao mais alto nível todo o seu talento e toda a magia que o perfume do seu futebol traz para dentro das quatro linhas.

No decorrer da temporada 2013/14, o argentino assumiu um papel diferente daquele a que estava habituado, com Carlo Ancelotti a recuá-lo um pouco no terreno, para uma posição mais centro campista, tendo como intuito o uso da sua velocidade para as tão bem conhecidas transições “merengues”. E deu resultado. Resultou tão bem que “Di Magia”, assim chamado por muitos adeptos do desporto-rei, assumiu um papel de destaque no onze madrileno e foram várias as vezes em que as suas exibições superaram as das “estrelas” da companhia, Cristiano Ronaldo e Gareth Bale.

Porém, no início da presente época, a contratação do jovem astro colombiano e Bota de Ouro do Mundial’14, James Rodríguez, que custou cerca de 80 milhões de euros aos cofres de Florentino Pérez, retiraria espaço na equipa inicial a Di María, o que fez com que os dirigentes optassem pela sua transferência para outro emblema de topo europeu.

“Angelito” aterrou, assim, em Old Trafford para representar o Manchester United, liderado pelo holandês Louis van Gaal, treinador apostado em fazer renascer este clube inglês de alto prestígio, após a curta e ineficaz passagem de David Moyes pelo seu comando técnico.

Com a obrigação de fazer valer os 75 milhões de euros em si desembolsados, os primeiros tempos do jogador das “pampas” no “Teatro dos Sonhos” até decorreram de forma feliz, com o jogador a assinar exibições promissoras e prometedoras do que ainda poderia porvir no futuro. No entanto, denotou uma tremenda quebra de rendimento após uma lesão muscular no fim de novembro e, a partir desse momento, a sua influência na equipa tem sido cada vez menor.

Em 19 jogos na Liga Inglesa, apenas por três vezes fez balançar as redes do adversário e são, também, poucos os seus passes para golo. Mais preocupante é o facto de aparentar ter perdido a confiança com a bola. São vários os passes simples que falha (estatisticamente, é o jogador com mais passes errados na Premier League), dribla com bola para o meio da confusão e parece, por vezes, completamente perdido em campo. Com isto, é compreensível que o argentino tenha sido substituído na maioria das partidas dos Red Devils, algumas vezes ao intervalo ou com vários minutos ainda por jogar.

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Di María está muito distante do que fez na temporada passada
Fonte: Facebook do Man United

No entanto, a culpa não é apenas do jogador. O Manchester United não passa a sua melhor fase, tanto no que concerne a exibições como a resultados, o que não ajuda em nada o craque das “pampas” a mostrar e produzir o seu melhor futebol. E nesta situação é discutível o trabalho que Louis van Gaal tem feito na equipa. A sua teimosia e constante mudança do sistema tático não tem potenciado o talento dos seus jogadores ofensivos e Di María é um dos mais afetados por esta conjuntura. Com o treinador holandês, o “camisola 7” voltou a jogar maioritariamente encostado à linha, seja à direita ou esquerda, o que lhe retira o protagonismo que poderia trazer ao jogo se partisse de uma posição mais central para criar desequilíbrios, algo que vinha a suceder quando estava em Madrid.

Certamente, é preciso dar tempo a novas contratações para se adaptarem a um clube, mas com a verba desembolsada no jogador argentino, tanto os dirigentes como os adeptos do Manchester United esperariam que esta aquisição mostrasse resultados durante toda a época, algo que não está a acontecer. E isto leva ao surgimento de notícias por parte jornalistas, principalmente a abordar a descida do seu valor de mercado e a sua futura saída de Inglaterra, provavelmente a acontecer já na abertura da próxima janela de transferências, com o PSG a despontar como o emblema mais interessado em “Angelito”.

O caso mais recente demonstrativo da sua insatisfação e revolta ocorreu na partida frente ao Arsenal, a contar para os quartos-de-final da Taça de Inglaterra. O “camisola 7” dos Red Devils viu dois cartões amarelos em menos de um minuto, por simular uma falta e posteriormente protestar efusivamente e agarrar a camisola do árbitro. E se a tarefa não estava, até aí, fácil para a sua equipa, pois estavam em desvantagem no marcador, o argentino apenas a piorou ainda mais. Tal situação levou Van Gaal a condenar o comportamento do jogador, dizendo que não foi um ato nada inteligente.

Di María foi para Manchester numa altura em que não queria sair de Madrid, recentemente foi vítima de um assalto à sua casa em Inglaterra, o que animicamente abala qualquer um, ainda não conseguiu uma boa adaptação ao idioma inglês e começou a trabalhar para um novo treinador com uma equipa que ainda está em plena fase de desenvolvimento. Todos estes fatores têm contribuído para que continue a falhar na tarefa de demonstrar, com a camisola do United, que a aposta monetária feita nos seus serviços foi acertada.

Todo o apaixonado pelo desporto-rei, decerto, se questiona neste momento: Onde está o Di María que no SL Benfica deslumbrava tudo e todos com as suas jogadas de nota artística e as assistências para golo magistrais? Onde está o jogador que impulsionava o jogo ofensivo do Real Madrid, oferecendo-lhe uma velocidade e precisão tremendas? Onde está o argentino que, juntamente com Lionel Messi, faz as maravilhas de todos os cidadãos do seu país quando a seleção das “pampas” entra em campo? Espera-se que esse Di María apareça rapidamente, para o bem do Manchester United e do futebol.

Foto de Capa: Facebook do Man United

Passam a vida lesionados na NBA

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Uma verdadeira praga de lesões assola a NBA. O número de baixas não para de aumentar e merece uma reflexão. Por que razão se lesionam tanto os jogadores na NBA? Regularmente, o site da Liga profissional norte americana publica a lista atualizada dos lesionados; na última constam 60 jogadores:

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Jovens mal preparados

Os primeiros a ser flagelados com as lesões são, naturalmente, os mais jovens, os “Rookies”. Passaram da competição Universitária (NCAA) para a Liga profissional sem que a maioria tenha cumprido os quatro anos possíveis de aprendizagem. O que se pede na NBA é que esses jovens joguem mais de 80 encontros por época a um ritmo intenso de três a quatro jogos por semana, quando anteriormente faziam menos de metade.

Não se estranha, pois, que esta época a lista de lesionados dos melhores atletas jovens também já vá extensa e contenha, entre outros:

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Demasiada responsabilidade

Um outro grupo de jogadores, os mais experientes, também sofre com o calvário das lesões, deixando muitas vezes as suas equipas à deriva.  Os melhores jogadores atuam mais de 30 minutos por jogo e são sujeitos a elevados esforços físicos, repetindo ações que colocam em causa a sua integridade física.

As lesões de Kevin Durant (26 jogos dos 53 jogos da equipa) e de Russell Westbrook (39 jogos em 53), dos Oklahoma City Thunder, transformaram um candidato numa equipa mediana. A lesão de Kobe Bryant, do Lakers, ajuda também a explicar a desastrosa época da equipa.  Finalmente Paul George, Indiana Pacers, prepara o regresso, mas ainda está de fora depois da grave lesão (tíbia e perónio) no treino da seleção norte americana, quando treinava para o Mundial de Espanha. A equipa segue mal classificada na sua Divisão.

Uma boa gestão dos veteranos

 O Coach de San Antonio, Greg Popovitch, sabe bem o que fazer no que toca à gestão do seu valioso plantel: poupa os jogadores veteranos. Perde alguns jogos mas sabe que mais para a frente vai ganhar. As três “estrelas “ da equipa, Tim Duncan, Ginobili e Parker, querem vencer mais campeonatos mas para isso têm de descansar para estarem em forma na altura das grandes decisões. Não se estranhe, pois, que o tempo de utilização médio deste trio tenha baixado bastante e que inclusive fiquem em casa nas longas viagens.

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Já os Miami Heat não seguem o mesmo plano, e as lesões são uma constante, para desespero do base Dwyane Wade: “Para quem trabalha arduamente como eu é frustrante não poder jogar no All-Star, mas nada podemos fazer”.  A equipa de Miami está sempre a mudar de cinco inicial e já tiveram 10 jogadores lesionados. “Isto é no mínimo bizarro”, disse Wade. “As equipas sabem conviver com as lesões, mas em Miami nunca tinha visto nada semelhante”.

No recente “All Star Game”, na lista de lesionados, Wade teve companhia ilustre:

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Já Carmelo Anthony, dos New York Knicks, tem passado a época a jogar ao pé coxinho mas alinhou no “All Star Game” e deu por concluída a época para ser operado ao joelho esquerdo. A equipa segue com o pior recorde da prova (12 vitórias e 48 derrotas).

Kobe azarado

Kobe Bryant não escapou esta época a mais uma lesão. Depois de ter rasgado o tendão de Aquiles na época anterior (fez seis jogos), agora deu cabo de um ombro e foi novamente operado (total de 35 jogos). Já com 34 anos e com 18 épocas de profissional, o problema que se coloca é se tem ou não ainda capacidade para recuperar e voltar a ser o mesmo. Que não voltará a ser tão rápido e explosivo, depois de recuperar de uma rutura do tendão de Aquiles, é uma certeza que todos temos. Na história da NBA, a recuperação mais fantástica deste tipo de lesão foi mesmo a de Dominique Wilkins, que se lesionou aos 32 anos, na temporada 1991-1992, e voltou a jogar melhor do que fazia anteriormente. Agora o problema de Kobe está no ombro mas, mesmo assim, não desiste e na próxima época volta para ajudar os Lakers, que bem precisam.

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Porque se lesionam?

O elevado número de jogos, as constantes e longas viagens e o limitado tempo de recuperação explicam muitas destas lesões. Contudo, a elevada sobrecarga a que foram anteriormente sujeitos prejudica também a carreira destes super atletas. Para chegarem à NBA fizeram milhares de treinos e de jogos, participaram em múltiplas competições, campos de treino, viagens constantes e tiveram vários treinadores com filosofias diferentes. A maioria dos melhores saiu para o profissionalismo depois de uma passagem simbólica na Universidade, não dando tempo a que o corpo se adaptasse ao esforço, nem a que aprendessem os fundamentos básicos da modalidade. Nunca fizeram mais nada que não tenha sido basquetebol, raramente praticaram outra modalidade e poucos estudaram. O resultado final de tudo isto é um conjunto de adolescentes a serem sobrecarregados nos mesmos músculos, nos mesmos tendões e nas mesmas articulações, no mesmo sentido e nos mesmos ângulos.

A juntar a tudo isto temos a pressão dos pais, que encaminham os jovens para treinos intensos e competições fortes como forma de lhes acelerar a carreira, o que na maioria das vezes leva ao fim da mesma. Não é raro que muitos fracassem e que fiquem com lesões crónicas e dores para o resto da vida. A maioria dos atletas jovens norte americanos, por causa das lesões e não só, terminam as carreiras no final do ensino secundário, alguns chegam às Faculdades e poucos alcançam a elite do profissionalismo.

Os atletas da NBA sabem melhor do que ninguém que a recuperação faz parte integrante do processo do treino desportivo. E que para terem sucesso e futuro na Liga não se podem esquecer de repousar e recuperar, o que não é fácil para quem ganha tanto dinheiro, tem tantas solicitações extra basquetebol e “ainda” tem de fazer mais de 80 jogos por época, treinos e viagens de milhares de quilómetros.

Claro está que os atletas estão bem acompanhados. A Medicina desportiva evoluiu muito e podemos dar como exemplo Grant Hill, que teve uma lesão grave, várias cirurgias, uma infeção e que depois continuou a jogar ao mais alto nível. Este tipo de recuperação nunca teria acontecido se isto se tivesse passado há várias décadas. A solução para limitar o número de lesionados parece óbvia: reduzir drasticamente o número de jogos. Mas tal não é fácil porque a isso corresponderia uma redução brutal de receitas, e a NBA quer continuar a ser um negócio rentável.

Foto de Capa: Rondo Estrello

FC Porto: A melhor equipa em Portugal!

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Desde o jogo no Dragão que opôs o Porto e o Benfica, eu desfiz as minhas dúvidas: a equipa dos pupilos de Lopetegui é a melhor equipa a jogar futebol em Portugal. Mesmo com azar aqui e ali (Benfica e Marítimo), e outro tipo de “azar” (que vem sendo recorrente), em condições normais a liderança do campeonato estaria justamente mais a norte. Ontem, de forma cabal e altamente competente, o Futebol Clube do Porto “despachou” uma das surpresas da Liga dos Campeões por uns valentes 4-0: o Basileia de Paulo Sousa. Em nome da verdade, convém dizer que ontem tivemos mais Basileia do que na primeira mão, mas também tivemos muito mais Porto…

Depois de mais uma arbitragem vergonhosa contra os Dragões (até na Europa? É que já em Basileia foi o que foi…), onde foi possível ver Walter Samuel ter três entradas para amarelo e uma (a primeira falta, que dá o golo) para um amarelo muito avermelhado, bem como ver Derlis González agredir Brahimi e sair imaculado, entre outras entradas duríssimas dos jogadores suíços, os azuis-e-brancos “não foram na cantiga” e dominaram a seu bel-prazer os 90 minutos de jogo.

A exibição roçou  a perfeição – de negativo, apenas o amarelo que tira Marcano do próximo jogo e a lesão de Danilo – e os quatro golos foram fabulosos – daqueles que fazem levantar o estádio, gritar, abraçar e libertar tudo o que vai na alma! Um jogo para guardar em DVD e colocar na prateleira onde estão, por exemplo, os 5-0 ao Benfica, o 1-1 ao Manchester United (que valeu a passagem aos quartos-de-final,  em 2003/2004)  ou o 4-1 à Lazio. Mais, foi o jogo que provou que Lopetegui é um grande treinador e que não se “amedronta” perante a Europa: o Futebol Clube do Porto não muda. Joga sempre em pressing alto e com o intuito de ganhar o jogo, seja contra quem for.

Lopetegui tem conduzido brilhantemente a equipa na Liga dos Campeões  Fonte: AFP/Getty Images
Lopetegui tem conduzido brilhantemente a equipa na Liga dos Campeões
Fonte: AFP/Getty Images

Gosto imenso de ouvir os arautos do desporto dizer que: a) “o Porto ainda não jogou com equipas fortes”; b) “Marcano é muito mau”; c) “Casemiro só sabe bater”; d) “Evandro nem no Sporting jogava” (não é ofensa ao Sporting; foi mesmo um comentário que ouvi num programa desportivo – acho que Evandro jogaria em qualquer clube em Portugal); e) “Tello só sabe correr”; entre outras barbaridades que vão sendo ditas. Mas vamos, por pontos, esmiuçar estas falsas acusações:

a) “O Porto ainda não jogou com equipas fortes”. O Porto só não jogou a nível europeu contra equipas “fortes” porque as dizimou antes de sequer poderem mostrar argumentos… Atlético de Bilbau é fraco? Recentemente ganhou ao Real Madrid. Shakhtar é fraco? Empatou na primeira “mão” com um tal de Bayern Munique. Basileia é fraco? Relegou para a Liga Europa um histórico Liverpool e deu muita luta ao Real Madrid… Isto revela que equipas fracas não existem na Liga dos Campeões. Quem ganha tem de jogar melhor, e o Porto tem sido sempre melhor (dentro das 4 linhas);

b) “Marcano é muito mau”. Esta é daquelas coisas que só quem não percebe de futebol pode dizer. Admito que também duvidei do espanhol ao início, mas as enormes exibições de Marcano fazem dele, neste momento (repito: neste momento!), o central em melhor forma a jogar em Portugal. Mas de longe! Não vejo outro central dos três grandes com tanta qualidade para sair a jogar, não vejo falhas durante um jogo inteiro, e vejo, acima de tudo, um líder ao lado de Maicon. Foi uma contratação a pedido de Lopetegui, e uma das grandes revelações da época. Que continue na equipa por muitos anos! Relegou Martins Indi (um dos indiscutíveis de Van Gaal no Mundial) para o banco de suplentes e tem feito uma dupla de luxo com Maicon no centro da defesa. Impecável!

c) “Casemiro só sabe bater”. Digam-me, por favor: qual é o médio-defensivo que não “bate”? Casemiro é duro? Sem dúvida! Matic, Javi Garcia, Fernando ou Paulo Assunção não o eram? A diferença é que o potencial deste Casemiro se assemelha ao de Matic e não ao de Javi Garcia, que “batia” (agredia…) e pouco mais. Percebo que o adepto prefira a classe do jovem Rúben Neves, mas Casemiro é um autêntico “bombeiro” naquele meio-campo. Está sempre pronto a apagar qualquer fogo e tem um sentido posicional fantástico: é o primeiro homem responsável por fazer o meio-campo subir e pressionar alto, é o “núcleo táctico” do jogo portista, e não é por acaso que as grandes exibições do Porto têm sido associadas ao facto de o brasileiro estar mais em forma. Não existem coincidências no futebol; existem factos. Casemiro, que já critiquei, é neste momento um monstro táctico, um grande jogador a vir buscar jogo e a fazer a ligação com o ataque. Espero que a mais que provável ida de Danilo para Madrid esteja associada aos 30 milhões mais o passe em definitivo do internacional brasileiro.

Casemiro e Marcano ainda não convenceram toda a gente, mas têm sido fundamentais  Fonte: AFP/Getty Images
Casemiro e Marcano ainda não convenceram toda a gente, mas têm sido fundamentais
Fonte: AFP/Getty Images

d) “Evandro nem no Sporting jogava”. Mais um jogador que me leva a dar o braço a torcer a Lopetegui: Evandro. No início da época eu disse num texto anterior que preferia ver ficar no plantel um jovem como Carlos Eduardo do que Evandro mas, hoje em dia, tenho de mudar de opinião: Carlos Eduardo tem brilhado em França e Evandro tornou-se o jogador “chave” na ausência de Óliver. É um jogador que claramente se sente no seu “habitat” a número 8: retém a bola quando necessário, recompõe a equipa quando esta está “partida”, joga de forma simples e mais vertical, oferece sempre uma linha de passe no meio-campo, e raramente perde uma bola. Não faz os passes “a la Xavi” como o jovem espanhol, mas tem um sentido posicional fantástico, o que liberta Herrera para zonas mais ofensivas do terreno de jogo. Foi outra “escultura” de Lopetegui, que já experimentou naquela posição Quintero ou Rúben Neves, mas sem grandes resultados: se com o colombiano a equipa perdia força no “miolo”, com o português e Casemiro no onze a equipa jogava naturalmente mais recuada e com menos soluções no último terço do terreno. Evandro é o chamado box-to-box. Neste momento imagino os sportinguistas a desejar ter um Evandro para render Adrien, que se tem arrastado em campo, ou um benfiquista que, sem Fejsa, queira um jogador como o brasileiro para “atar” aquele meio-campo – Pizzi chega para consumo interno (e acredito que virá a ser um grande jogador made by JJ) mas, na Europa, não resiste com ”Pizzis” ou ”Taliscas”.

V) “Tello só sabe correr”. As últimas exibições do espanhol calam todas as críticas que lhe possam ser feitas.

 

Posto isto, apresentando tais factos e respeitando opiniões, como podem proferir calúnias como as que acima foram explicitadas? Enfim…

Para terminar, é de valorizar a grande exibição de Fabiano, que, com uma defesa subida no terreno, teve de actuar como libero, e fê-lo com grande qualidade e sem medo: tirou quatro bolas nas costas da defesa, e o choque com Danilo só aconteceu porque a bola estava na zona “limite” entre o guarda-redes e a defesa.

De resto, cada vez mais acredito num FC Porto justamente campeão. A jogar assim, não tenho dúvidas de que, em condições normais, o Benfica perderá pontos que os dragões aproveitarão, mesmo sabendo que este campeonato está com demasiadas condições “adversas” ao Porto e “favoráveis” às águias…

Acabo como comecei: dentro das quatro linhas, somos de longe os melhores em Portugal!

Foto de Capa: fcporto.pt

O mundo a teus pés

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No passado domingo percebi porque é que amo futebol. Ao minuto 76 do Arouca – Benfica, Lima mostrou-me a razão pela qual eu “perco” horas e horas a fio, semana após semana, a ver 22 jogadores disputarem uma só bola de futebol.

O Benfica já tinha dado a volta ao marcador, depois do primeiro golo dos arouquenses, e a preocupação com uma eventual perda de dois ou três pontos tornou-se ainda menor com a expulsão de Hugo Bastos. Senti que o Benfica chegaria ao terceiro golo e à merecida tranquilidade no marcador. Era só uma questão de tempo, e o tempo foi curto demais para o Arouca: na jogada seguinte, Ola John, na ala esquerda do ataque benfiquista, mostrou possuir grande visão de jogo e foi com mestria que colocou a bola nos pés de Lima. O avançado brasileiro isolou-se apenas e só perante Goicoechea.

Esta é a pureza e a essência do futebol: aqueles dois ou três segundos em que Lima, sozinho, corre em direção à baliza. O público, no estádio, levanta-se e sustém a respiração, como quem diz “Por favor, Lima…”. Em casa, outros arregalam os olhos para a televisão e erguem-se ligeiramente do sofá na ânsia de festejar o golo. No carro, há quem deixe de prestar atenção à estrada e olhe inutilmente para o rádio à procura de uma imagem que nunca irá surgir. No estádio, em casa, ou no carro, o subconsciente pergunta de forma unânime aquilo a que Lima irá responder em breve: vai ou não ser golo?

É golo! E o público, no estádio, exalta-se e rejubila de felicidade. Demonstram-no no abraço ao melhor amigo ou, quem sabe, ao desconhecido do lado. Em casa, o vizinho de cima também grita golo, e eu sorrio, como quem cumprimenta um velho amigo. No carro, há quem aumente o volume do rádio e acompanhe o longo e exaustivo festejo do locutor.

Futebol é isto. Futebol é aqueles dois ou três segundos de adrenalina antes do golo, que fazem milhões de pessoas partilhar o mesmo sentimento. Futebol é perceber que, enquanto corria na direção da baliza do Arouca, Lima teve o mundo a seus pés. Há algo mais bonito do que o futebol?