📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:
Início Site Página 9971

Nacional 2–2 Sporting: Uma resposta que ainda não é suficiente

sob o signo mozos

Sporting e Nacional têm um historial muito diferente nesta competição. Se do lado leonino se registam 15 Taças de Portugal do lado da formação insular não se regista qualquer presença numa final desta competição. Oposto é também o momento de forma que cada equipa vive: o Nacional vinha de uma série de bons resultados ao passo que o Sporting, depois da eliminação da Liga Europa, vinha de uma pesada derrota no Dragão.

Talvez à conta da péssima exibição dos leões na última jornada do campeonato, Marco Silva operou cinco mexidas no onze inicial. O facto de ser um jogo a meio da semana e de haver baixas forçadas também podem ter levado o técnico leonino a fazer uma gestão da equipa.

O jogo começou algo indefinido, com muitas perdas de bola e com as equipas algo desconcentradas. A partir dos 15 minutos de jogo, as duas formações começaram a criar oportunidades de perigo e o jogo chegou ao intervalo com bons indicadores de parte a parte. De destacar um remate de Carrillo, à passagem do minuto 33, que foi intercetado quase em cima da linha de golo e um tiro de Tiago Rodrigues a fechar a primeira parte que esbarrou no ferro da baliza de Rui Patrício.

Os bons indicadores traduziram-se num bom recomeço do encontro. As equipas começaram a criar mais espaços, a correr mais riscos e a forçar o erro do adversário. O primeiro – do Nacional – golo surge num lance de bola parada: Tiago Rodrigues cobra um livre em direcção à baliza, o guarda-redes do Sporting não agarra uma bola que parecia fácil e permite que Luís Aurélio se antecipe e coloque os insulares em vantagem.

O Sporting reagiu bem, e três minutos depois respondia na mesma moeda: livre cobrado por Jefferson e cabeceamento de Tobias Figueiredo, que restabeleceu assim a igualdade no marcador. O jogo continuou animado e aos 59 minutos de jogo o Nacional voltava a colocar-se na frente do marcador através de Lucas João, que respondeu da melhor forma a um centro que partiu do lado esquerdo da formação da Madeira.

Os leões estavam obrigados a reagir, tendo de lidar com a pressão psicológica crescente de não poderem perder mais encontros para poderem reverter o mau ciclo de resultados nas últimas semanas. E reagiram bem, sobretudo desde que Slimani e Adrien saltaram do banco para mexer com o jogo da equipa. O Sporting começou a crescer e a jogar bem e o sangue fresco só fez bem aos pupilos de Marco Silva. Pena esta qualidade não se ter verificado mais cedo, pois o Sporting podia ter saído da Choupana com um resultado mais positivo. Curiosamente, após a expulsão de Miguel Lopes a equipa de Alvalade subiu de rendimento.

Foi com naturalidade que os leões acabaram por chegar à igualdade através dum bom lance de ataque que Mané finalizou com a frieza e a inteligência necessárias a oito minutos do fim do tempo regulamentar.

O encontro chegou ao fim com o Sporting por cima. Ficou a sensação de que os jogadores leoninos ainda não se recompuseram do afastamento da Liga Europa, do mau resultado no Dragão e do afastamento da luta pelo título. Esperemos que Marco Silva possa encontrar uma solução para pegar nos pontos positivos que se verificaram hoje e estimulá-los para a equipa voltar à boa série de jogos que se verificaram antes do chocante jogo com o Benfica em Alvalade, que foi o início duma onda de irregularidade que destabilizou a equipa.

Figura

Adrien Silva – com a entrada do médio luso-francês o Sporting começou a ter uma ideia de jogo mais definida e a organização nas transições foi claramente melhorada. Seria bom ver Adrien a voltar à sua melhor forma.

Fora-de-jogo

Miguel Lopes – embora a expulsão seja injusta (não me parece que o segundo amarelo seja justificado), o lateral direito ainda não me convence e acaba por ser imprudente na forma como aborda o lance que fez com que Carlos Xistra o expulsasse.

Foto de Capa: FPF

 

Tello: Com somente uma opção… decide bem

0

a minha eternidade

Cristian Tello facturou três golos neste último clássico entre o Futebol Clube do Porto e o Sporting Clube de Portugal. O resultado do jogo tem a sua assinatura exclusiva, numa exibição pautada por uma eficácia tremenda em frente ao guardião sportinguista Rui Patrício.

Já por algumas vezes critiquei negativamente este velocista espanhol recém-chegado do Barcelona. Em inúmeros jogos anteriores, este extremo denotou, na minha óptica, erros de interpretação de jogo. Quando confrontado com mais do que uma opção para concluir uma jogada, escolhia erradamente, perdendo assim oportunidades clamorosas para chegar ao golo. Em vários lances, quando deveria temporizar para passar, acelerava; quando deveria assistir ao lado, rematava; quando tinha de atirar para o golo, fazia uma finta desnecessária.

Na fantástica partida de domingo frente aos ferozes leões, o que sobressaiu mais no jogo de Tello foram os seus movimentos verticais pelo corredor central. Também já anteriormente dissertei sobre a sua pouca vocação para jogar aberto, junto à linha lateral. O seu potencial futebolístico não se manifesta tão exemplarmente quando procura movimentos em largura, numa ocupação espacial de dentro para fora (fugindo da grande área). É perceptível a ideia do treinador portista, Julen Lopetegui, quando “algema” o explosivo na faixa. Com Tello dando largura, o treinador pretende criar dinâmicas para a subida do lateral, com o intuito de empreender combinações entre este e o extremo, possibilitando desta forma espaço suficiente para a descida de Jackson em troca posicional com os médios interiores (que invadem, em forma de pinça, o espaço do ponta-de-lança para finalizar).

Foi interessante observar que trinta segundos antes do terceiro golo de Tello (em nova invasão do espaço central), o treinador Lopetegui estava a pedir ao extremo para abrir na linha (fazendo o jogador, logo depois, exactamente o oposto). O técnico deve apostar mais noutras nuances estratégicas que Tello possibilita (tendo como base analítica e representativa os três golos ao Sporting). Insistir nos seus movimentos pelo corredor central parece-me o treino diário mais acertado e a ser explorado com mais vigor – julgo que estão a ser bem trabalhados em termos técnicos mas quantitativamente pouco aplicados. Tello pode, como vimos no jogo com o Sporting, trocar de espaço de ocupação com o avançado-centro aparecendo para finalizar, e também, embora não tão visível nesta última peleja, executar movimentos de fora para dentro para assistir Jackson ou os médios que apareçam em movimentos verticais de ruptura.

Inúmeros analistas viram no brilhante jogo que Cristian Tello fez contra o Sporting uma prova da sua evolução positiva e de uma melhoria substancial ao serviço dos dragões. Que este espanhol é um craque, com técnica apurada aliada a uma velocidade estonteante, não é difícil descortinar. No entanto, não creio que este jogo seja a prova de que o atacante tenha debelado por completo as lacunas que tinha quando confrontado com as diversas opções no último terço do terreno: passo ou temporizo? Acelero ou remato? É neste aspecto que os espanhóis (treinador e atleta) devem laborar e aprimorar com mais afinco e minudência. Tello, no jogo com o Sporting, decidiu eximiamente: em cada momento, escolheu a opção correcta – neste caso, remate para golo. Mas é importante não escamotear que o jogador decidiu bem porque Jackson e Herrera (os assistentes) o “coagiram” a atirar à baliza; não havia qualquer dúvida (a inquietar o jogador naquele instante), tinha de chutar para golo. É relevante tentar ajudar o jogador a perceber qual a correspondência perfeita entre momentos/decisões, ou seja, para determinada situação de jogo, qual a acção adequada a tomar. Lopetegui ou faz o seu atleta maturar neste aspecto, ou trabalha colectivamente a equipa para o colocar na cara do golo. Assim, o avançado irá escolher sempre a opção correcta para aquele momento. No entanto, uma coisa é certa: com apenas uma opção Tello decide bem… escolhendo o golo.

Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto

Lazio: Sem loucuras mas com vontade de regressar ao passado

0

cab serie a liga italiana

Há 15 anos, na viragem do século, a Lazio sagrou-se campeã italiana pela última vez na sua História. Nessa equipa, para além dos portugueses Sérgio Conceição e Fernando Couto, estavam nomes como Nedved, Nesta, Marcelo Salas, Ravanelli, Verón, Simeone, Mancini ou Mihajlovic. Longe vão os tempos em que o clube romano era um dos mais poderosos da Serie A e tinha capacidade de reunir tantos craques no mesmo plantel. Sem o mesmo fulgor financeiro e o prestígio de outrora, o emblema laziale tenta recuperar o estatuto de grande num campeonato que também vai lutando para chegar ao nível de competititividade que tinha na década de 90.

Até ao momento, a época da Lazio tem superado as expectativas. Na luta pelo “primeiro dos últimos”, logo atrás de Juventus, Roma e Nápoles (têm plantéis superiores e por enquanto estão um degrau acima), a equipa de Stefano Pioli segue na frente, com um ponto de vantagem sobre a Fiorentina e quatro sobre a Sampdoria, estando a apenas dois pontos do terceiro lugar. Para além disso, está nas meias-finais da Taça de Itália, onde empatou com o Nápoles na primeira mão (1-1). Mais do que pelos bons resultados, o clube da capital italiana tem dado nas vistas pela qualidade do futebol praticado, um dos mais atractivos do campeonato e até mesmo do continente europeu.

Apesar de não ter a qualidade de outros tempos, a Lazio tem um plantel homogéneo e que mescla a experiência de elementos como Mauri, Lulic, Cana ou Klose com a juventude e irreverência de potenciais craques como Felipe Anderson ou Keita. Juntando a valia indiscutível de nomes como Biglia, Candreva, Parolo ou De Vrij, o técnico Stefano Pioli não se pode queixar do leque de opções que tem à disposição. Contudo, o treinador italiano tem tido azar com as lesões ao longo da época, sendo obrigado a lidar com a ausência de vários elementos do sector defensivo (assim se explica a contratação de Maurício) e principalmente das estrelas Candreva e Felipe Anderson.

Felipe Anderson
Felipe Anderson tem sido o melhor jogador da equipa
Fonte: Facebook da Lazio

 

Sem Candreva no seu melhor, sobretudo devido a problemas físicos, tem sido Felipe Anderson a assumir a batuta da equipa. Não é Neymar, mas é mais um produto do “aquário” do Peixe que pode vir a ser uma figura do futebol mundial. O brasileiro tem realizado uma temporada fantástica, de forma algo surpreendente até, e é um dos principais responsáveis pela qualidade de jogo da equipa. Criativo, forte no drible e no último passe, dá um perfume muito agradável ao conjunto laziale. Tem uma leitura de jogo bastante superior a Keita, que, apesar de ter um enorme potencial técnico e muita facilidade na criação de desequilíbrios, é um pouco displicente e revela algumas dificuldades na tomada da melhor decisão para os lances. Os dois jovens costumam partilhar o ataque com os “veteranos” Mauri, que está a fazer uma época excepcional (tem 8 golos no campeonato), e Klose, o eterno goleador alemão.

O meio campo é um sector que tem carburado de forma bastante eficaz, ou não fosse a Lazio uma das equipas que pratica um futebol mais agradável na actualidade. Biglia, depois de muitas temporadas no Anderlecht, chegou a Roma na época passada – estranho que só tenha dado o salto para um dos “Big 5” aos 27 anos – e está a provar, agora num nível competitivo mais elevado, que é um médio defensivo bastante completo. Parolo, outro jogador que apareceu tarde, viu premiada a sua excelente temporada ao serviço do Parma com a transferência para o Olímpico, onde pegou de estaca. Danilo Cataldi, jogador com bom toque de bola e uma excelente capacidade de passe, completa o trio habitual de meio campo. Formado no clube, tem apenas 20 anos e é um projecto interessante para o futuro.

O emblema onde actuam Maurício e Pereirinha conseguiu atingir a estabilidade que lhe vinha faltando em anos anteriores, e isso reflecte-se nos resultados. Havendo continuidade, o clube pode voltar a lutar regularmente pelo acesso à Liga dos Campeões. Pioli, para além de ter posto a equipa a praticar um bom futebol, está a aproveitar a experiência dos mais velhos e a conseguir potenciar os mais novos, construindo uma base sólida para as próximas temporadas. O plantel tem qualidade (ainda mais se o compararmos com o de anos anteriores) e necessita apenas de alguns ajustes, especialmente no eixo defensivo. Contratar um ponta-de-lança, já que Klose não dura para sempre, também deve ser uma prioridade. A forma como a Lazio irá terminar esta temporada deverá definir a forma como abordará a próxima; se conseguir o apuramento para a Champions, certamente será mais ambiciosa no mercado e tentará reforçar-se com jogadores de grande nível; caso não consiga chegar à liga milionária, é provável que não entre em loucuras e se preocupe principalmente em manter a base do plantel. Em qualquer dos casos, os responsáveis do clube terão de ter em mente o que qualquer adepto laziale deseja: voltar, a longo prazo, aos êxitos do passado.

Foto de Capa: Facebook da Lazio

A capacidade de conservar e atrair talento

0

a norte de alvalade

(…) Acresce o facto de os onze iniciais registarem uma diferença de média de idade de 5 anos entre si. O Sporting tinha uma média de nascidos em 1990 (25 anos em 2015) enquanto o adversário jogou de início com uma média de nascidos em 1995 (30 anos em 2015). Este será, se o tempo o permitir, o tema do post de amanhã.

(…) a actual base de habituais titulares e suplentes mais utilizados são uma boa base de trabalho, precisando de estar devidamente acompanhados de outros de valor semelhante.

Estes são dois excertos de outros tantos artigos recentes. O primeiro nasce na sequência do dérbi, e é uma comparação entre aspectos dos dois plantéis, com base em factos. O segundo ocorre na sequência da derrota no último clássico no Dragão e é suportado por uma afirmação subjectiva, mas que não andará muito longe da consensualidade.

Considerando que há juventude no plantel e que alguma dela tem talento à altura das ambições que o clube projecta, não se pode afirmar com segurança que o futuro esteja assegurado, uma vez que a distância relativa para os principais rivais é ainda notória e em alguns aspectos até grande. Essa tem de ser a preocupação primordial, encurtar a distância que nos separa dos da frente, e não considerações isoladas e abstraídas da realidade, uma vez que são aqueles que temos de superar.

Daí que o primeiro passo é inevitavelmente manter a base formada com os melhores jogadores. Desses consideraria o seguinte:

Guarda-redes:

Embora gostasse de que ele se pudesse manter entre nós, não considero primordial a manutenção de Rui Patrício, caso o jogador encontre clube que lhe possa oferecer outros horizontes e nos retribua o devido valor.

Defesas:

É um dos nossos calcanhares de Aquiles nas últimas duas épocas. A estabilização da zona central com Paulo Oliveira e Tobias não ilude considerar que um clube com aspirações a campeão precisa de um pouco melhor, especialmente no que diz respeito à capacidade de construção. Para além destes há que considerar a hipótese de manter Ewerton, um jogador com quem se poderá contar. Para lá destes três, nenhum dos elementos que hoje fazem parte do plantel têm valor para jogar num candidato ao título. Quanto aos laterais, quer Cedric quer Jefferson têm mercado, mas a saída em simultâneo não é recomendável. Quer Lopes quer Jonathan podem ser considerados segundas figuras.

Médios:

A saída de William é mais uma vez a grande dúvida e, cada vez que o tempo passa, mais difícil de evitar, ficando a posição 6 em aberto, onde Rosell teria muito de escalar para o fazer esquecer. A acontecer, torna quase obrigatório que Adrien, Martins e João Mário se mantenham, para que não haja demasiada turbulência por entradas e saídas no mesmo sector. Wallyson e Gauld podem ser considerados integrantes do plantel principal, refreando-se as actuais ilusões que se montam em torno do seu valor. Até pela injustiça que é para jogadores que apenas estão a debutar. Definitivamente não passa por nenhum deles o reforço indiscutível que é necessário. Não deixaria de observar Chaby, tentando perceber como regressa do seu estágio madeirense. Mas continuará a ser necessário mais qualquer coisa para poder subir de nível.

Avançados:

A saída de Nani é quase um facto consumado. A renegociação do contrato de Carrillo, enquanto estiver em aberto, é uma ameaça pendente. Perder os dois deixaria em aberto um profundo rombo que custaria muito dinheiro que não temos para o calafetar. Há que contar com Mané e esperar que possa evoluir. Avaliar os progressos, se os houver, de Medeiros. Capel deve sair e da equipa B não há quem possa integrar o quadro principal com ganho. Uns nunca poderão, para outros é ainda cedo.

Pontas-de-lança:

Nenhum dos actuais três tem o nível de que o Sporting necessita para jogar para campeão. Montero está há muito praticamente irreconhecível. Não é tão bom como parecia inicialmente, é certo, mas também parece estar bem pior que aquilo de que é capaz. Slimani é o que tem estado mais em foco mas falta-lhe a eficácia para valer mais de 15 golos por época/Liga. Continuo a pensar que se perdeu uma boa oportunidade na sequência da exposição favorável e respectiva valorização após o Mundial para se chegar um pouco mais acima. Tanaka é o que vimos com o Wolfsburgo, com mais ou menos sorte.

Qualidade e talento. Conservar o existente e atrair jogadores que acrescentem valor. Se atendermos aos jogadores que constituem o actual plantel, constata-se que apenas Paulo Oliveira, Jefferson e obviamente Nani são titulares que não faziam já parte dos quadros do clube, o que diz muito do que tem sido a capacidade de recrutamento da SAD. Acresce agora o desafio à sua capacidade negocial para manter jogadores que se encontram com contratos a chegar ao seu termo. Muito do futuro imediato do Sporting jogar-se-á neste gigantesco tabuleiro de interesses, que muitas vezes se antagonizam.

 

Nova época (já) na mira portista

0

atodososdesportistas

Ainda com o Campeonato totalmente em aberto e com a grande possibilidade de vermos novamente um Porto campeão – primeiro lugar que os dragões merecem pelo que têm jogado, ainda que outros o ocupem neste momento (devido ao que todos sabemos), mesmo não jogando tão bem –, começa já a ser delineada a época 2015/2016, por Lopetegui e restantes responsáveis.

Olhando num panorama mais geral, é claro que elementos fundamentais como Jackson, Brahimi, Óliver, Casemiro ou Danilo têm escancarada a porta de saída, fruto das maravilhosas exibições que têm realizado ao longo da temporada. Sendo assim, avizinha-se uma nova época sem, pelo menos, cinco jogadores fundamentais. Devido a este mesmo facto, Pinto da Costa, como sempre, antecipou-se à concorrência e já tem em “mão” 3 coqueluches que, com o findar da época, iriam ser altamente cobiçadas. Falo, portanto, de Hernâni, Sérgio Oliveira (Paços de Ferreira) e André André (Vitória de Guimarães). Mas vamos por partes, analisando um a um:

  • Hernâni: a grande revelação da primeira metade da época “já cá canta”, e é claramente uma aposta de futuro, pois esta época não irá realizar mais do que meia dúzia de jogos. Será um jogador ao estilo de Anderson quando chegou ao Porto: seis meses para se ambientar à realidade de um clube grande para explodir logo na época seguinte, desde o início. Apesar de já ter jogado a titular frente ao Boavista, o jovem extremo mostrou que ainda está a adquirir processos e a “cair” na realidade. Acredito que para o ano poderá ser uma pedra muito importante no (espero) ataque ao bi-campeonato. Um jogador a ter imenso em conta!
  • Sérgio Oliveira: segundo a imprensa, um pedido expresso do técnico Lopetegui, que vê no versátil médio emprestado ao Paços de Ferreira uma boa alternativa aos titulares (não acredito que possa vir a ser um indiscutível no “miolo” portista). Um jogador que eu apelido de “eterna promessa”: lembro-me quando foi lançado por Jesualdo, ainda com 17 aninhos (ele e Tiero), num jogo da Taça de Portugal, contra o Sertanense, onde o Porto goleou por 4-0. Saltou logo à vista um menino com magia nos pés; pensava-se ver ali um novo fruto saído das escolas do Porto, depois de logradas as chances de isso acontecer com Paulo Machado, Vieirinha, Ivanildo ou Sérgio Organista, que eram as “estrelas da companhia” das equipas de formação nos anos anteriores. Tal não aconteceu e os sucessivos empréstimos (onde foi sendo um dos indiscutíveis das equipas por onde passou) tornaram Sérgio Oliveira num jogador maduro e mais completo, mas fizeram com que o mesmo fosse perdendo o espaço “reservado” aos jovens na equipa azul-e-branca (o que não aconteceu, a titulo de exemplo, com Hugo Almeida ou Hélder Postiga). Veremos com o passar do tempo – e confirmando-se o retorno a casa – o que poderá Lopetegui fazer com o médio português.
  • André André: este não engana ninguém, é craque! Uma notícia fantástica e certamente um dos grandes reforços do Porto para a nova época. O médio, filho de outro ex-craque portista (também ele André), tem tudo para singrar e formar um meio campo de enorme qualidade com Rúben Neves (que acredito que será outro grande “reforço”, assumindo o lugar de Casemiro) e o mexicano Herrera. O médio vimaranense, que já faz tempo que merecia uma chamada à Selecção das Quinas, é um médio que se assume completo naquilo que é o seu jogo: ataca e defende com grande qualidade, tem uns pés fabulosos, uma visão de joga acima da média e uma raça e entrega ao jogo típicas de um jogador do Vitória. Diz-se que a cláusula rondará 1,5 milhões de euros, e, se assim for, poderemos dizer que se tratou de uma autêntica “pechincha”!
1
André André pode vir a ser um dos reforços do FC Porto para 2015/2016
Fonte: Página de Facebook do Vitória SC

Surge ainda a possibilidade Carrillo, que foi noticiado por alguma Comunicação Social como um potencial alvo do Porto, visto estar em fim de contrato e ter a possibilidade de se mudar de Lisboa para o Porto a custo zero – até agora tudo não passa de especulação.

Temos ainda jogadores de qualidade que podem vir a ser surpresas do treinador espanhol na próxima época: Gonçalo Paciência (quem bem que joga!), Raul Gudiño e Lichnovsky (equipa B) e os emprestados Ivo Rodrigues e Otávio (Guimarães), Tiago Rodrigues (Nacional da Madeira), Kayembe (Arouca), Kelvin (Palmeiras) e Opare (Besiktas), todos eles com possibilidade de fazerem a pré-época e dar um ar de sua graça.

Afinal, recorrendo ao mercado interno é possível comprar barato, bom e com muita qualidade… Vejo com bons olhos este “atrevimento” que Lopetegui demonstra com os jovens jogadores, sem medo de os lançar e de lhes dar a assumir uma posição de importância dentro de um plantel com estrelas como Quaresma, Danilo, Alex Sandro, Jackson, Brahimi ou Tello. Sempre disse que acho Lopetegui um técnico de grande categoria e que, mais cedo ou mais tarde, iria implantar neste Porto o seu estilo de jogo, e os motores parece já terem começado a “carburar”. Veremos se até ao final da época a equipa nortenha consegue manter este grande nível que tem apresentado.

Para finalizar, é lógico que as saídas irão gerar milhões aos cofres portistas (Danilo pelo menos 30M, Jackson e Brahimi no mínimo 40M), o que, por outro lado, certamente irá levar à necessidade de algum investimento em jogadores que já tenham alguma “tarimba” internacional.

Note o leitor que tudo o que escrevi não passa de uma especulação (mais ou menos realista) daquilo que tem saído em vários órgãos de Comunicação Social (alguns deles muito credíveis) e, por isso, não existe uma certeza quanto à efectividade das transferência acima faladas (casos de Sérgio Oliveira e André André).

Vamos agora voltar a ter o foco apontado para o campeonato e continuar a lutar, dentro das quatro linhas, por uma justiça que fora das mesmas não se tem verificado.

Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto

Dois caminhos, um destino

0

paixaovermelha

Com a derrota do Sporting no Dragão, o campeonato passou a ser (quase) oficialmente uma luta a dois; luta essa que, à exceção da época passada, se tornou comum nos últimos anos. Benfica ou FC Porto: um destes será, com certeza, o próximo campeão nacional. Devido ao alargamento do número de equipa na Primeira Liga, entrámos em Março com onze jornadas ainda em disputa – 33 pontos, portanto. Sendo prematuro considerar que já entrámos na reta final da competição, parece-me óbvio que o ciclo de seis jogos até ao embate dos dois colossos portugueses terá enorme relevo no desfecho final. Até ao Benfica- FC Porto, referente à 30ª jornada, estes são os caminhos que separam os eternos rivais:

Benfica – Arouca (F); Braga (C); Rio Ave (F); Nacional (C); Académica (C); Belenenses (F)

FC Porto – Braga (F); Arouca (C); Nacional (F); Estoril (C); Rio Ave (F); Académica (C)

As ilações que podemos tirar deste curto exercício são pouquíssimas e sempre demasiado teóricas. Ainda assim, ambos os clubes jogam três vezes fora e três vezes no seu estádio. As deslocações do FC Porto são, contudo, teoricamente mais difíceis, uma vez que os dragões terão uma deslocação ao reduto do SC Braga e ao do Nacional da Madeira. O Benfica, por seu turno, joga fora, frente ao Belenenses, antes da receção ao FC Porto. Certamente que os encarnados sentirão uma forte pressão para não vacilar antes de um jogo de extrema importância. No entanto, o futebol já provou, em diversos momentos, que até o mais fácil dos adversários poderá ser um grande obstáculo.

Na maioria das vezes a qualidade prevalece, evidentemente. Porém, nessa diferença – em tantas ocasiões demasiado gritante -, há sempre lugar para surpresas. Há muito que o futebol se tornou num jogo estratégico. E a estratégia, quando bem executada, cria barreiras. E quantas vezes não vimos um Arouca ou uma Académica com barreiras quase intransponíveis!?

A onda vermelha vai ser uma forte motivação no ataque ao bicampeonato Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
A onda vermelha vai ser uma forte motivação no ataque ao bicampeonato
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Com ou sem barreiras por ultrapassar, serão seis os adversários até ao jogo mais importante da época, importante e decisivo. Sim, os jogos grandes, como os clássicos e os dérbis, são altamente decisivos. Não só em termos pontuais como, também, em termos anímicos. Infelizmente, criou-se um mito sobre a irrelevância dos jogos grandes nos programas desportivos dos mais variados canais televisivos que não corresponde à verdade. É incompreensível como os últimos anos do futebol português não ajudaram a desmistificar esta enorme mentira. Não tenho qualquer dúvida de que o vencedor do Benfica – FC Porto estará muito mais próximo de se tornar o próximo campeão nacional.

Muitos dirão que o caminho até ao grande embate será calmo e seguro até ao grande embate. Custa-me a acreditar que nenhum dos dois perderá pontos nos próximos seis jogos, tendo em conta o calendário e o acumular de desgaste físico. Veremos quem vacila primeiro. E aí, caros amigos, poderá perfeitamente estar a chave do jogo mais aguardado.

Foto de Capa: Sport Lisboa e Benfica

Não há duas sem três, Mourinho

cab premier league liga inglesa

O treinador português José Mourinho já venceu a Liga dos Campeões por duas vezes na sua carreira, com o FC Porto, em 2004, e no comando técnico do Inter de Milão, no ano de 2010. Mas será que conseguirá esse feito por uma terceira vez, igualando, assim, Bob Paisley e Carlo Ancelotti nesse registo? Será este o ano em que Mourinho, finalmente, vence a Champions com o seu Chelsea?

Certamente que o técnico setubalense quer acrescentar este triunfo ao seu avolumado currículo. Esta é a sexta temporada, não consecutiva, que o português concretiza ao leme dos blues, tendo vencido com este emblema, entre outros, duas Ligas Inglesas e uma Taça de Inglaterra. Falta-lhe, assim, uma conquista europeia com o clube em que afirma sentir-se realmente feliz e em casa.

Retornou a Londres na época passada, na qual ficou no segundo posto da Liga Inglesa. Porém, é um facto conhecido que as equipas treinadas por “Mou” alcançam relativamente melhores resultados no seu segundo ano de trabalho. E tal situação é o que aparenta acontecer neste preciso ano. O Chelsea encontra-se, neste momento, no primeiro lugar da Premier League, com cinco pontos de avanço para o atual rival direto, Manchester City (os citizens têm um jogo a mais). A nível europeu, o clube da capital de Inglaterra pode, claramente, fazer uma “gracinha” aos demais e conquistar o tão ambicionado troféu.

José Mourinho conta, este ano, com um conjunto de jogadores que denotam um excelente entrosamento como equipa dentro das quatro linhas, que jogam de forma combativa, bem ao estilo do Special One, e alia a isto um estrondoso virtuosismo técnico e rapidez de processos que os jogadores da frente imprimem ao jogo dos blues.

Todos os conhecedores do futebol estarão, também, cientes de que as formações treinadas por Mourinho são conhecidas pela sua exatidão e precisão a defender. O Chelsea não foge à regra. O núcleo duro do emblema londrino inclui John Terry, fiel escudeiro do técnico português, Gary Cahill e Branislav Ivanovic, experientes defesas que juntam à capacidade defensiva uma enorme aptidão para fazer balançar as redes da baliza adversária.

Na baliza trava-se uma acérrima e rotativa batalha entre dois dos melhores guarda-redes do momento, Thibaut Courtois e Petr Cech, ambos fornecendo uma tremenda segurança a toda a equipa.

A nível do meio-campo, Matic e Fàbregas formam uma das duplas mais interessantes do momento, tanto no que concerne a equilíbrio defensivo como a construção de jogo, e o poder de explosão do brasileiro Ramires também é de elevada importância face a certos adversários.

Em caráter ofensivo, a qualidade técnica que Willian, Oscar e, especialmente, Eden Hazard (sem dúvida um futuro candidato à Bola de Ouro) oferecem, juntando a capacidade de combate e veia goleadora de Diego Costa, melhor marcador do Chelsea, dota a equipa de um tremendo arsenal atacante. Para além disso, “Mou” conseguiu ainda a tão desejada contratação do colombiano Juan Cuadrado, no mercado de inverno, que vem, assim, dar sangue novo aos blues e ajudar na caminhada, que se adivinha triunfante, dos pupilos do treinador português.

Os blues são um dos principais favoritos à conquista da Champions Fonte: Facebook do Chelsea
Os blues são um dos principais favoritos à conquista da Champions
Fonte: Facebook do Chelsea

Para além de contar com uma formação forte e coesa em todos os setores, a recente conquista da Taça da Liga Inglesa perante os rivais do Tottenham, em Wembley, certamente aumentou os índices de motivação dos jogadores para o que ainda está por vir da presente época. A nível interno não poderia estar a correr de melhor maneira para os azuis de Londres, podendo afirmar-se que têm, por ora, o campeonato na mão e não será fácil deixá-lo escapar.

Todos estes fatores conjugados contribuem para a afirmação do Chelsea como uma das equipas favoritas para a edição deste ano da principal prova europeia de clubes, a Liga dos Campeões. Também o facto de os principais colossos europeus e maioritariamente candidatos à conquista do ceptro, como Real Madrid ou Bayern de Munique, não estarem, atualmente, no seu melhor rendimento, pode abonar para esta situação.

Neste momento, o Chelsea FC segue em vantagem na eliminatória dos oitavos de final da Champions, ao conseguir um empate a uma bola em Paris, face ao PSG, resultado que agrada às hostes londrinas, que encaram, assim, com boa cara o jogo da segunda mão, a realizar a 11 de março em Stamford Bridge. Mourinho pode, assim, tentar definir o desfecho do segundo encontro de forma pragmática, como tanto nos tem habituado, sem cometer erros de maior e aproveitando da melhor maneira aqueles que forem executados pelo conjunto adversário.

Na caminhada para a conquista deste troféu, é claro que vai ter que contar com a “estrelinha” da sorte do seu lado. Mas, também, o que somos nós sem um pouco de sorte? Certo é que José Mourinho é um verdadeiro mestre no que toca a jogos de “mata-mata”, ou “a eliminar”, e nesta época tem as armas necessárias para fazer valer o seu estatuto a nível europeu e levar a Liga dos Campeões para o palmarés blue.

Foto de Capa: Facebook do Chelsea

Olheiro BnR – Joris Kayembe

olheiro bnr

Se num passado recente falei de Iuri Medeiros como um jogador que poderia aproveitar o empréstimo ao Arouca para depois voltar a um grande (nesse caso o Sporting) para se impor em definitivo como uma clara mais-valia, o mesmo também terá de ser dito do jovem belga Joris Kayembe.

Afinal, o puro extremo-esquerdo de quem Julen Lopetegui até parece vislumbrar um lateral ofensivo na ordem de Jordi Alba tem estado a mostrar muita qualidade no Arouca, aproveitando a cedência azul-e-branca para se assumir quase em imediato como uma das referências atacantes do conjunto nortenho, apresentando uma velocidade e uma capacidade de desequilíbrio que prometem dar muito que falar.

Promessa belga que chegou cedo ao Dragão

Joris Kayembe-Ditu nasceu a 8 de Agosto de 1994 em Bruxelas, Bélgica, e representa mesmo os “Diabos Vermelhos”, ao nível da selecção de sub-21, ainda que seja de origem congolesa. Quanto aos primeiros pontapés na bola, esses começaram por ser dados no FC Bruxelas, tendo depois o atacante passado para o Standard de Liège, que representou nas duas temporadas de júnior.

Em 2013/14, ainda assim, na transição para sénior, Kayembe mudou-se para o FC Porto, sendo imediatamente integrado na equipa secundária azul-e-branca, onde, em época e meia, somou 44 jogos e três golos. Ora, esse bom desempenho na Segunda Liga fez com que a estrutura dos dragões entendesse que estava na hora do internacional sub-21 belga dar um salto para outro patamar competitivo, algo que justificou a cedência ao Arouca no último mercado de Inverno, sendo que Kayembe já leva mais seis jogos pelo emblema orientado por Pedro Emanuel.

Um quebra-cabeças para qualquer lateral

Kayembe é um daqueles extremos à moda antiga que apresenta todas as qualidades necessárias para um jogador de linha, nomeadamente velocidade, explosividade, qualidade técnica e imprevisibilidade, conjugação que o torna num autêntico quebra-cabeças para os laterais que vai enfrentando na Liga.

Ainda assim, aos 20 anos, e com apenas ano e meio de futebol sénior, é natural que apresente ainda algumas arestas por limar, sendo que o internacional sub-21 belga deverá ainda ganhar um pouco mais de objectividade em zonas de definição/finalização, maior rigor táctico e uma maior generosidade no processo defensivo.

Quanto a uma eventual adaptação a lateral-esquerdo, como chegou a actuar várias vezes na equipa B do FC Porto, o caminho será sempre mais longo, uma vez que a maioria dos aspectos mais crus do jovem de origem congolesa surgem ao nível do processo defensivo. Ainda assim, pela tenra idade do futebolista, e havendo um trabalho afincado nesse capítulo, não é de descurar a possibilidade de Kayembe fazer uma metamorfose para um lateral de perfil ofensivo. Eu, contudo, apostaria todas as minhas fichas no seu gigantesco potencial como ala/extremo-esquerdo.

Foto de Capa: Futebol Clube de Arouca

Uma lição de vida

futebol nacional cabeçalho

Vivemos num país de 10 milhões de habitantes que se dividem pelas três grandes cores clubísticas. Todas as outras equipas têm de viver com simpatizantes ou adeptos “a prazo”. Esqueçamos Guimarães (e neste caso nem sequer falamos em bi-clubismo), Académica, Leixões ou Boavista, e “quase” todo o país é assim. “Quase”, porque há quem goste de ser diferente. “Diferente” pode mesmo ser a palavra ideal para nos descrever. Fico muitas vezes com a ideia de que tenho de justificar a escolha clubística sempre que alguém que me é estranho toma conhecimento: “Ui, do Rio Ave?! A sério?!”. Sim, do Rio Ave. Mas podia ser do Gil Vicente, do Olhanense, ou do Macedo de Cavaleiros. A malta vai ficar sempre surpreendida!

Causa imensa estranheza que alguém goste do clube da terra onde nasceu, onde vive, ou onde fez vida académica. “Vocês nunca ganharam nada” (saco logo da ironia quando se trata de um sportinguista) é uma das frases que mais ouvimos para justificarem o seu espanto. Hoje em dia as pessoas cada vez gostam mais de si mesmas e dão mais importância a elas próprias, e muitas vezes até lhes dá jeito esconder as origens, ou os gostos menos requintados… Mas nós gostamos de ser diferentes. Passamos todas estas duras batalhas, desde a escola ao trabalho, passando pelo grupo de amigos. Mas, no fundo, o que sabem eles sobre a nossa paixão?! Como nos vão eles entender, se preferimos o friozinho dos Arcos às pipocas da central?! É difícil gostar de um clube que, por vezes, passa meses sem ganhar.

É difícil aceitar que em alguns jogos o empate corresponde a goleada. É difícil que a janela de mercado não nos encha de manchetes de ilusão. É difícil perceber que algumas das pessoas com quem partilhas a bancada quinzenalmente mudam facilmente de cachecol quando o adversário é de “maior gabarito”. É difícil estar a par das novidades, pois a comunicação social só nos guarda apenas um cantinho por dia. Isto quando temos a sorte de estar no principal escalão… Mas é isto que nos motiva!

Uma paixão inesplicável Fonte: Facebook Oficial do Rio Ave
Uma paixão inesplicável
Fonte: Facebook Oficial do Rio Ave

Quem gosta de um clube que não seja um dos três grandes não gosta só “por gostar”. Tem normalmente uma razão muito forte para isso. Aliado às dificuldades/motivações que enumerei, desenvolvemos, desde tenra idade, uma enorme capacidade para acreditar, manter o foco e nunca desistir. Algo que nos dá um enorme jeito, mesmo fora do desporto. Não nos importamos de ser gozados quando ficamos 10 jogos sem ganhar, de ouvir as críticas estapafúrdias de quem nos vê jogar duas vezes por ano e já se acha o Freitas Lobo, de ser prejudicado pelas arbitragens sem que ninguém faça referência… Nada disso importa, porque somos diferentes!

No caso do Rio Ave, só nós sabemos o que sentimos, gritámos e chorámos naquele Domingo quente de 2008 em Santa Maria da Feira, naquele golo do João Tomás em Paços de Ferreira, nas meias finais com o Braga, quando caímos nos penáltis em Aveiro, no golo do Esmael, e em tantas outras ocasiões… Ao mesmo tempo, noto que acabamos por ser um pouco embaixadores do nosso clube perante os nossos colegas. Repare que, na maioria dos casos, os seus amigos sabem mais sobre o seu clube do que sobre os outros do mesmo nível. Isso não é coincidência, tem a ver com a quantidade de informação que lhe passa, e muitas das vezes quase sem se aperceber… Por tudo isso considero que ser adepto de um clube “pequeno”, manter esta interminável paixão ao longo de tantos anos, com tudo o que de bom e mau nos traz, é muito mais do que um simples gosto… é uma lição de vida!

Foto de Capa: Rio Ave FC

Artigo realizado pelos autores da Página “Rio Ave Sempre”

Cegueira futebolística

0

raçaquerer
Perante a continuada acusação feita por sportinguistas e portistas de que o Benfica tem sido beneficiado pelas arbitragens, sinto a necessidade de, neste espaço, dar a minha opinião. Ela não é melhor nem pior do que a de ninguém, não é mais ou menos legítima em relação a outras. É apenas a minha opinião.

Quem tem estado, nas últimas semanas, atento a espaços de opinião desportiva, quer seja na internet ou na televisão, já terá certamente ouvido e interiorizado (tal é a insistência nesta ideia) que o facto de o Benfica ocupar o primeiro lugar se deve à atuação dos árbitros. Diz-se que se marcam penáltis inexistentes a favor do campeão nacional, insinua-se que em muitos jogos a equipa adversária acaba com 10 jogadores (sem que se perceba o que estas pessoas querem de facto dizer, porque depois acabam por não concretizar a acusação), fala-se de foras de jogo mal assinalados, enfim de erros que, dizem os “defensores da verdade desportiva”, mudariam o resultado final e que acabariam por levar sempre ao desfecho que mais lhe interessa: o Benfica perderia pontos.

Reduzem, de forma simples, o jogo a uma avaliação, que é tudo menos imparcial, da equipa de arbitragem. Assim, só posso concluir que não sabem ver futebol, ou ainda pior: não sabem apreciar e desfrutar ao jogo. Esquecem a dedicação dos jogadores, a sua qualidade técnica, a sua cultura tática. Ignoram tudo o que pode condicionar um jogo, como o público, as lesões, os castigos, as substituições.

Os adeptos: o verdadeiro "colo" do Benfica
Os adeptos: o verdadeiro “colo” do Benfica
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

O Benfica não ganha por causa dos árbitros, ganha porque tem sido melhor, mais consistente, mais maduro se quiserem. Ganha porque tem um treinador experiente, porque tem uma estrutura diretiva que defende os interesses do clube e não se rebaixa perante ninguém (por muito que isso incomode muita gente), porque tem jogadores talentosos e esforçados, porque tem, nos seus adeptos, uma força imensa e inesgotável que empurra a equipa para a frente. Estes sim, levam a equipa ao colo durante toda a época.

Escusam de balbuciar a meio da época o cada vez mal habitual “Entreguem já as faixas”. Isso demonstra não só que não acreditam nos vossos clubes mas também que não conseguem lidar com o facto de o Benfica estar na liderança desde a 5ª jornada e não dar, para vosso grande desgosto, sinais de quebra. É claro que, nesta temporada, assistimos a alguns lances em que o árbitro errou a favor do líder mas também outros houve em que os encarnados foram prejudicados. Quem for sincero, terá facilidade em reconhecer que erros a favor e contra atingem TODAS as equipas durante TODAS as épocas.

Os mesmos adeptos do FC Porto que fazem questão de vincar cada lance duvidoso desta temporada, em que dizem o Benfica foi beneficiado (talvez para disfarçar o nervosismo provocado pela irregularidade exibicional da sua equipa), são os mesmos que ignoram a maior vergonha de sempre do futebol português: o Apito Dourado. Bem podem dizer que é mentira. Nem vocês acreditam nisso.

Enquanto as insinuações feitas às arbitragens dos jogos do Benfica não passam disso mesmo (pois uma acusação mais fundamentada teria de ser baseada em provas, que não existem nem existirão porque na Luz se joga limpo ao contrário do que acontece noutras cidades), eu posso afirmar que o atual presidente dos dragões é um corrupto. Posso porque ouvi as gravações que demonstram claramente um aliciamento aos árbitros, aliciamento esse que o sistema judicial não teve a coragem de punir adequadamente.

Foto de Capa: Sport Lisboa e Benfica