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Merecido: Cristiano Ronaldo vence a 3.ª Bola de Ouro!

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Cristiano Ronaldo acabou de receber a terceira Bola de Ouro da sua carreira, um prémio mais do que merecido para um ano de 2014 absolutamente arrebatador. Antes que se levantem dúvidas sobre a justiça desta eleição, aqui vão os dados mais relevantes que inviabilizaram os sonhos de Neuer e Messi.

Ronaldo ganhou a terceira Bota de Ouro da sua carreira, a segunda consecutiva, mercê dos 31 golos que apontou na Liga Espanhola 2013/14. Foi o melhor marcador da Liga dos Campeões da temporada passada, com 17 tiros certeiros, batendo o recorde de golos apontados numa fase final da maior competição europeia de clubes. Venceu a Liga dos Campeões pela segunda vez na sua carreira, em pleno Estádio da Luz, no passado mês de maio. Ainda no passado mês de dezembro, o astro português e o Real Madrid cumpriram a formalidade e conquistaram o Mundial de Clubes em Marrocos. Só nesta temporada, já marcou 33 golos em 28 jogos, e os números são ainda mais impressionantes se analisarmos apenas o campeonato espanhol: CR7 já apontou 26 golos em apenas 16 partidas! O único ponto fraco do seu ano civil foi o péssimo Mundial, onde não conseguiu destoar do nível apresentado pela equipa de todos nós.

Muita gente falou sobre esta disputa e algumas intervenções foram mesmo hilariantes, especialmente a de Michel Platini, que disse que o prémio de melhor jogador do Mundo devia ser para um jogador alemão porque a Alemanha venceu o Campeonato do Mundo realizado no Brasil. Contudo, Neuer, o candidato alemão presente nesta eleição, nem foi eleito o melhor jogador alemão do ano numa votação levada a cabo pela Federação Alemã de Futebol, que determinou para esse posto o médio do Real Madrid Toni Kroos. Curiosamente, Messi também não foi eleito o melhor jogador argentino do ano, perdendo essa distinção para Di María. Penso que estes dois factos apenas legitimam mais a eleição de Cristiano Ronaldo. Se os seus concorrentes nem sequer são eleitos os melhores do seu país, penso que também não era justo que fossem eleitos os melhores do mundo quando vemos as exibições de CR7. Cristiano Ronaldo foi inequivocamente o melhor futebolista mundial em 2014, e isso ficou devidamente registado nesta segunda feira na Suíça.

O menino formado no Nacional e no Sporting encheu mais uma vez de orgulho os portugueses, em especial os seus conterrâneos madeirenses e os adeptos sportinguistas, que, nas discussões com os rivais, têm sempre como uma das suas armas a formação. Ora, Cristiano Ronaldo é visto como o expoente máximo no mundo da qualidade da formação leonina. É certo que evoluiu muito no Manchester United devido à sua inesgotável capacidade de trabalho e ao dedo de Sir Alex Ferguson, mas a passagem por Alvalade deixou obviamente marcas muito positivas. Cristiano sempre retribuiu esse carinho aos “verde e brancos”, e ver Ronaldo a jogar pelo Sporting é um sonho que todos os sportinguistas desejam que se torne uma realidade, mesmo que seja em final de carreira. Fazendo as contas, é a quarta Bola de Ouro para jogadores formados no Sporting, juntando as três de CR7 à que foi conquistada por Luís Figo.

Fez-se justiça, e agora o internacional português está a apenas uma Bola de Ouro de empatar com o seu “eterno rival” argentino, Lionel Messi. Nesta disputa particular, penso que 2015 será mais um ano em que não haverá outro concorrente à altura destes dois deuses do futebol mundial. No ano que terminou, Neuer até poderia estar ao nível de Messi mas, ao nível de Ronaldo, não esteve ninguém. Cristiano Ronaldo foi mais uma vez eleito, com inteira justiça, Melhor Jogador do Mundo!

Foto de Capa: Facebook Oficial de Cristiano Ronaldo

Sp. Braga 0-1 Sporting: Justiça do Japão

escolhi

Com a derrota do Vitória de Guimarães frente ao Benfica, a luta pelo 3.º lugar ficou reservada para o encontro que opunha o Braga ao Sporting. A equipa de Sérgio Conceição ainda não tinha perdido no seu estádio mas a de Marco Silva vinha de cinco vitórias consecutivas. Esperava-se um bom jogo e assim foi: intensidade, estratégias e modelos distintos e qualidade a espaços.

O jogo começou como acabou por ser toda a primeira parte, com muito equilíbrio entre duas equipas que pretendiam ambas ganhar mas com formas de jogar distintas. O Sporting a tentar dominar o jogo com bola e o Braga a esperar pelo momento da recuperação e a apostar em transições rápidas. Pardo foi o elemento mais perigoso do conjunto da casa embora a melhor oportunidade da primeira metade tenha pertencido a Nani, negada por uma excelente intervenção de Matheus. Houve um remate de Éder ao lado e um cruzamento que ficou sem resposta de Carrillo, mas ao intervalo o nulo aceitava-se e era justo.

A grande diferença na partida surgiu depois, no reinício do encontro. João Mário alternou com Montero nos movimentos de procura da profundidade e de apoio frontal ao portador e, a partir daí, o Sporting começou a ganhar superioridade perto da bola e, depois, a aproveitar a maior largura que conferia ao jogo, quase sempre explorando Carrillo na direita. O peruano, que realizou mais uma belíssima exibição – está feito jogador! -, forçou constantemente as jogadas individuais, alternando entre a procura pelos espaços interiores e exteriores, e o Sporting só não marcou por várias vezes por mero acaso. A seguir à ocasião de Pardo, negada por Patrício, seguiram-se um sem número de oportunidades desperdiçadas pelos verde e brancos: Adrien, ao lado; João Mário, primeira de cabeça e depois a proporcionar enorme defesa de Matheus; Montero, de cabeça; João Mário de baliza praticamente aberta, na recarga de um remate de Montero e Carrillo a milímetros do poste. O jogo seguiu em aberto mas Marco Silva, sem mexer em qualquer jogador, mexeu em todo o jogo: nova dinâmica no ataque e desequilíbrios atrás de desequilíbrios.

A parte final do encontro foi, na sua maioria, bem mais morna do que a inicial mas acabou por ser aí que o jogo se decidiu. O Braga adaptou-se à alteração do Sporting e a equipa visitante perdeu gás depois de entrar de forma fortíssima. Já depois de Éder desperdiçar, de cabeça, a que foi a melhor ocasião do Braga em toda a partida, Matheus derrubou o recém entrado Tanaka já para lá do prolongamento, tendo visto a expulsão a ser-lhe perdoada. O livre com um jogador de campo na baliza seria bem mais fácil de ser executado, mas o avançado nipónico acabou por trazer justiça ao resultado com uma execução verdadeiramente incrível, fazendo a bola passar por cima da barreira e entrar no ângulo superior da baliza do Braga. Teremos de recuar aos tempos de André Cruz para ver tal nível na cobrança de um livre directo…

A Figura 

Paulo Oliveira – Em 90 minutos, dois erros: a entrada atrasada que lhe custou o amarelo e um passe para fora, na 2.ª parte, quando deveria ter optado por jogar simples. O nível exibido pelo central leonino tem sido verdadeiramente incrível. Elegância nas abordagens, inteligência nos espaços ocupados, qualidade com bola. Uma das principais razões para o Sporting não sofrer golos há cinco jogos.

O Fora de Jogo

Sérgio Conceição – Depois de uma expulsão por mais uma cena que vem sendo facilmente associável ao treinador português, chegou à conferência de imprensa – esqueceu-se do blackout que anunciou há dias? -, disse que teve três ou quatro oportunidade… e que Matheus só fez uma defesa. Uma ao Nani, uma ao Montero, umas quantas ao João Mário. Essa matemática, Sérgio…

Foto de capa: FPF

FC Porto 3-0 Belenenses: Homenagem ao mestre “sem mestria”

a minha eternidade

O Futebol Clube do Porto venceu o Clube de Futebol os Belenenses por 3-0. O Porto fez um jogo consistente, com segura troca de bola e certeza nos processos. A vitória é incontestável e o resultado justo, embora a exibição, mais concretamente na segunda parte, tenha ficado marcada por algum desacerto técnico e pouco nexo táctico.

Os azuis e brancos actuaram no seu usual 4x3x3, com a equipa titular composta por Fabiano na baliza; a defesa com José Ángel (que substituiu Alex Sandro por suspensão), Martins Indi, Maicon e Danilo; o meio-campo constituído por Casemiro, Óliver Torres e Herrera e o trio de ataque juntando Cristian Tello, Quaresma e Jackson Martínez.

O destaque positivo da exibição do Porto centra-se na articulação entre os dois médios interiores (Herrera e Óliver) e o ponta-de-lança Jackson. O espanhol teve uma inteligência de jogo superlativa: ora baixava para iniciar a saída de bola e possibilitava o jogo de posse, ora se chegava mais à frente para o último passe ou remate, interagindo bem com o jogo vertical de Herrera; ambos dialogaram bem com o colombiano. A jogada do golo é exemplo dessa profícua “tríplice aliança”: Óliver rasga a defesa belenense com um passe no pé a solicitar o mexicano que, depois de uma temporização inteligente, serviu com precisão o aparecimento voraz de “el Cha Cha Cha” Martínez. De ressalvar também a aliança Quaresma/Danilo, que, não estando particularmente inspirada, se movimentou num “bailado” complementar que proporcionou bons envolvimentos tácticos. Embora muitas vezes as jogadas tenham sido mal finalizadas, visto que o último passe não saía (mais desacertado o brasileiro do que o português), a sua pró-actividade foi um pavor para os “novos do Restelo”. Devo destacar ainda da primeira parte portista o posicionamento muito alto de toda a equipa, com os dez jogadores no seu meio campo ofensivo, numa predisposição predatória para roubar a bola ao adversário, o que foi conseguido com rapidez em vários lances.

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Óliver Torres tem estado exuberante, sendo o médio interior mais completo do Porto desde João Moutinho
Fonte: Página de Facebook do FC Porto

O facto de o Belenenses ter sido esmagado em Braga para a Taça a meio da semana explica tão pobre exibição. O sismo que os azuis viveram na pedreira bracarense esmagou a confiança dos “homens da cruz de cristo”. A depressão instalou-se na mente dos futebolistas entorpecidos, desconfiados e desmoralizados. Quase nada fizeram no Dragão. Jogaram muitíssimo recuados, ocupando apenas 30 metros de relvado em processo defensivo, e também não tiveram frieza no passe para construir um contra golpe rápido. Apenas uma envolvência com perigo num remate seguido de recarga.

Quanto às substituições, saíram Óliver, Casemiro e Quaresma para entrarem Evandro, Quintero e Adrián. Todos os suplentes utilizados se comportaram bem e dinamizaram a partida. O médio brasileiro foi aquele que mais se destacou, tendo marcado um belíssimo golo, com um remate colocado, imbuído de efeito, num gesto técnico intencional e correcto.

 

A Figura

Óliver Torres – Jogo muito bom, na linha das suas últimas exibições. Toque curto/médio/longo sempre com precisão. Controlou e decidiu o ritmo de jogo da equipa. Foi elegante, eficiente e finalizador. Marcou ainda um bom golo. Aos 20 anos, já não tem muito por onde melhorar, apenas pode aprimorar o seu futebol graúdo e repleto de recursos e inteligência técnico/táctica. O melhor médio interior do Porto desde João Moutinho.

O Fora-de-Jogo

Fabiano – Apenas duas defesas em todo o jogo. Numa agarrou a bola; na outra deveria ter encaixado mas não o fez, tendo sido Maicon a impedir o tento dos do Restelo com um inacreditável corte em carrinho. Tem as atenuantes do pouco trabalho e do frio que se fazia sentir.

Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto

 

Olheiro BnR – Diego Lopes

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Nesta metade de 2014/15, e perante o enorme impacto inicial de jovens promessas como Anderson Talisca (Benfica) ou Bernard (Vitória de Guimarães), alguns futebolistas muito promissores têm efectuado um percurso com um reconhecimento surpreendentemente inferior ao desejável, sendo um dos exemplos o jovem médio-ofensivo Diego Lopes, do Rio Ave.

Trata-se de um futebolista apenas nascido a 3 de Maio de 1994, em São Paulo, Brasil, mas já com um longo percurso futebolístico por terras lusas, uma vez que chegou às camadas jovens do Benfica logo em 2008/09, para representar os iniciados.

Nos encarnados, aliás, o jovem canarinho haveria de terminar o seu percurso no futebol juvenil, destacando-se sempre como um médio-ofensivo/atacante com muita qualidade técnica e sentido de baliza, ainda que, na transição para sénior, em 2012/13, tenha acabado por ser emprestado ao Rio Ave.

A crescer nos Arcos

Aliás, é precisamente no emblema vila-condense que Diego Lopes actua até hoje, sendo que o Rio Ave, no início da temporada passada, assegurou-o mesmo em definitivo, sinal da clara aposta que faz num jovem brasileiro cuja evolução nos Arcos tem sido evidente.

Afinal, se Diego Lopes se ficou pelos 26 jogos (mas apenas 12 como titular, em 2012/13), a verdade é que o médio-ofensivo tornou-se um elemento muito mais imprescindível para o Rio Ave a partir da temporada transacta, tendo somado 38 jogos (32 como titular) em 2013/14, e já somando 30 jogos (20 como titular) em 2014/15.

Perante essa aposta mais constante, é natural que Diego Lopes esteja a evoluir em alguns aspectos, nomeadamente ao nível da finalização, sendo sintomático que o brasileiro apenas tenha feito um golo no combinado das temporadas 2012/13 e 2013/14, enquanto em metade da actual já leva oito.

“Dez” ou extremo-esquerdo criativo e com sentido de baliza

Analisando mais detalhadamente as características futebolísticas de Diego Lopes, penso que é legítimo admitirmos que estamos perante um jogador naturalmente talhado para a posição “dez”, isto em virtude da sua evoluidíssima visão de jogo, excelente qualidade técnica e eficaz chegada à grande área contrária, como é facilmente compreensível pelo número de golos que já leva pelos vila-condenses.

Perante a sua mobilidade e inteligência táctica, também não são raras as vezes que o jovem de 20 anos é colocado no lado esquerdo do ataque do Rio Ave, local onde naturalmente não funciona tanto como um extremo puro, de linha, mas procura muitas vezes as diagonais para o centro, onde a sua capacidade desequilibradora é venenosa e faz mossa nas defesas contrárias.

Essa mesma inteligência táctica, que naturalmente tem tudo para ser aprimorada com o passar dos anos, aliada à generosidade que o brasileiro apresenta para o processo defensivo, permite-lhe ainda ser utilizado em última instância como “box-to-box” ou interior-esquerdo, ainda que não me pareça adequado colocar Diego Lopes numa posição que o afasta das zonas de definição, local onde mostra o melhor que tem para oferecer.

Foto de capa: Página de Facebook do Rio Ave FC

Águia nas alturas

cab reportagem bola na rede

 

O pavilhão do Sporting Clube do Livramento foi palco do duelo entre os eternos rivais Sporting CP e SL Benfica, que assinalou o início da segunda volta do campeonato nacional de hóquei em patins. O local do jogo tinha peso inicial igual para ambas as equipas. Livramento, considerado o melhor jogador português de sempre na modalidade, vestiu as duas camisolas durante a sua carreira desportiva, sendo que ficará conhecido mais pelo que deu ao clube de leão ao peito. E hoje jogava-se em território leonino, espaço que até ao momento tinha sido fiel ao sucesso dos verde e brancos: o Sporting mostrava-se imbatível em casa; em sete jogos, seis tinham sido vitórias e um empate fruto do clássico. Mas, já dizia Fernando Pessoa que “há um virar de página e a história continua, mas não o texto”, e o Benfica escreveu um capítulo diferente neste livro.

De um lado, estava o cabeça de cartaz, com 0 derrotas e apenas 1 empate. Do outro, estava o 3º classificado, com o factor casa a seu favor, que sem dúvida num pavilhão tão pequeno e pintado humanamente de verde, podia ser decisivo. Casa cheia: adeptos dos dois históricos clubes mas também muitos apaixonados da modalidade. Dérbi é dérbi, independentemente da modalidade em causa. Nervos à flor da pele, dentro e fora do ringue. Apito inicial, esperavam-se 50 minutos intensos. Numa baliza estava Ângelo Girão, grande responsável pelo caneco entregue ao Valongo na época anterior. Na outra estava Guillem Trabal, o muro vermelho. Duelo de titãs!

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João Rodrigues esteve em destaque pelo Benfica

Um jogo que tinha tudo para ser emocionante tornou-se previsível e sem sabor. O Benfica, que até ao momento tinha apostado mais no 3×1, começou a jogar em 2×2 com Valter e Tuco a dupla defensiva e Carlos Lopez com João Rodrigues a tomar conta do ataque, o que fez com que o jogo se partisse sem dar azo a contra-ataques da equipa leonina. Por seu turno, o Sporting jogava na expectativa. Nenhuma das equipas pressionava, tudo podia acontecer. Até que ao minuto 8′, com o Benfica a jogar em powerplay, João Rodrigues, o suspeito do costume, inaugurou o marcador. Estava feito o mote para a vitória gorda que se desenrolou. Os três golos seguintes vieram naturalmente, e numa altura em que o Sporting precisava urgentemente de se afirmar e de marcar um golo para provar que queria discutir o resultado; mas a hegemonia vermelha montada no erro do adversário não dava espaço para reviravolta. O Benfica provou ser uma equipa extremamente homogénea e com soluções de qualidade para todos os sectores do terreno, jogando com o italiano Nicolía a maestro. Dá gosto vê-lo jogar!

Com o segundo tempo vieram mais 3 golos e um Sporting cada vez mais apagado. As águias tiveram mais coração mas também mais pulmão e mais inspiração. Esperava-se um espectáculo maior ao nível de um dérbi, mas foram 50 minutos de mau desempenho leonino, onde todo o plantel entrou em campo mas sem ser a solução necessária e onde nem valeu a qualidade de João Pinto, que jogou desapoiado. Bastou um Benfica que não precisou de ser extraordinário e que tinha de fora Diogo Rafael, um dos “artistas” mais completos e importantes desta equipa, para vencer por 7-0. A equipa de águia ao peito assegurou, assim, a liderança, e o Sporting vai de cabeça baixa para o jogo difícil da próxima semana frente ao Valongo.

Alinharam pelo Sporting: Ângelo Girão (gr); Ricardo Figueira, André Moreira, Tiago Losna e João Pinto

Suplentes: Nicolas Fernandez, Daniel Oliveira, André Pimenta, Carlos Martins e Zé Diogo Macedo (gr.)

Treinador: Nuno Lopes

Alinharam pelo Benfica: Guillem Trabal (gr); Valter Neves, Esteban Ábalos,Carlos Lopez e João Rodrigues

Suplentes: Pedro Henriques (gr.), Diogo Rafael, Carlos Nicolia, Tiago Rafael e Miguel Rocha

Treinador: Pedro Nunes

Progressão do marcador: 8′ João Rodrigues (0-1); 12′ Ábalos (0-2); 18′ Carlos Nicolía (0-3); 23′ Valter Neves (0-4); 45′ Miguel Rocha (0-5); 47′ João Rodrigues (0-6); 48′ Carlos Nicolía (0-7)

 

Fotos de Maria Serrano

Recordações

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Como diz a música de Roberto Carlos: “Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi!”. Pois é sobre o campo das emoções que nos vamos debruçar agora.

Estávamos a entrar no novo ano, século e milénio, quando uma ameaça do bug do milénio pairava no ar. Mas os computadores puderam continuar descansados, no que ao propagar do suposto vírus dizia respeito. As máquinas apenas tiveram de se preocupar com o passar (rápido) dos anos, que as fazia ficar cada vez mais obsoletas. Entretanto, a FIFA decidia que queria organizar o primeiro Campeonato do Mundo de Clubes, ao invés da já tradicional Copa Intercontinental. A competição ficou agendada para Janeiro de 2000. Seria uma mega jogatana: oito equipas, de todos os continentes, enfrentar-se-iam, pela primeira vez, num campeonato a realizar no Brasil – no Rio e São Paulo. Os felizes contemplados foram: Manchester United (campeão europeu de 1999); Raja Casablanca (campeão africano de 1999); Necaxa, do México (campeão da América do Norte, de 1999) e ainda o South Melbourne (campeão da Oceânia no mesmo ano). Mas até agora só temos aqui quatro equipas… faltam  mais quatro. O que será que se decidiu?

Então, foi tudo uma trapalhada. O Vasco da Gama, vencedor da Libertadores em 1998, foi convidado. O Real Madrid também. Tal aconteceu, igualmente, com os sauditas do Al Nasr, que haviam vencido a Supertaça Asiática em 1998. E a CBF tomou a decisão de convidar o Corinthians, que fora campeão brasileiro em 1998 e 1999. Na realidade, os grandes rivais dos alvinegros, o Palmeiras, é que deveriam ter jogado a contenda. Com a promessa de que o Verdão participaria no Mundial seguinte, em 2001, o time de Scolari concordou em deixar o lugar aos Gaviões.

E agora vem a parte das grandes lembranças. O Corinthians e o Real , que acabaram por vencer os restantes rivais, empataram entre si a duas bolas. Mas a diferença de golos beneficiou os paulistas, que seguiram rumo á final, felizes da vida. No outro grupo, o Vasco da Gama passeou, de onde se recorda um 3-1 ao United em pleno Maracanã, e no final Sir Alex Ferguson a dizer: “Não estamos habituados a jogar ao sábado…”. No comments. A final ficaria marcada para o mesmo estádio.

O Vasco da Gama tinha uma equipa monstruosa: Edmundo, Juninho Paulista e Romário. Mas o Timão não ficava atrás: Viola e Marcelinho Carioca e ainda com Dida na baliza (do outro lado estava Hélton), comandavam as hostes. Depois de um jogo tenso, os mais de 70 mil presentes no recinto assistiram às grandes penalidades, onde os paulistas foram mais felizes; venceram por 4-3.

Hoje em dia, o Corinthians proclama-se bi-campeão do mundo (a juntar ao título de 2012). Os vascaínos dizem que os paulistas nem deveriam ter sido convidados… A FIFA nunca chegou a declarar-se sobre se esta foi uma competições embrionária, um simples protótipo ou algo que correu mal; pois nunca mais este modelo foi copiado. Enfim, o que é facto é que a competição foi jogada e proporcionou altos momentos de espetáculo.

Fonte: Netvasco.com.br

Benfica 3-0 Vit. Guimarães: Esta vai para os céus

coraçãoencarnado

O Rei dormirá descansado”. Coloquei as aspas nesta bela frase porque acabei de citar um amigo meu. Estas foram as palavras que o meu telemóvel recebeu após o apito final no jogo de hoje. Certamente que a “nossa” Pantera Negra terá o batimento cardíaco calmo e controlado, o coração encarnado e descansado, o pensamento leve e benfiquista, a alma segura e confiante… Assim até parece fácil! Seis vitórias consecutivas no campeonato. Seiscentos minutos sem sofrer golos. Melhor ataque (à condição, é certo) e melhor defesa do campeonato. Oitenta jornadas consecutivas a marcar. Mais quatro pontos que na época passada. Provavelmente a melhor primeira parte desta época. Já chega, estou a ir longe demais. Queria só provar que este Benfica está bem vivo e a liderança é mesmo para ficar.

Vamos lá ao jogo então (peço desculpa este desabafo, mas um jogo de homenagem ao Eusébio só poderia dar nisto…). Benfica, Benfica e Benfica. Esta foi a única palavra que eu vi ser escrita hoje no Estádio da Luz – a equipa encarnada entrou em campo fortíssima, com uma oportunidade para Jonas logo no primeiro minuto. Depois disso, veio uma oportunidade de golo nos pés do nosso Messi (Gaitán, desculpem se vos ofendi com esta pura verdade). No minuto 13 apareceu o golo do imperador brasileiro (sim, o Jonas e o Júlio César partilham esse galardão). A seguir veio, novamente, o imperador Jonas fazer das suas – o homem não se cansa de marcar golos e desta vez cabeceou após desenho perfeito de Messi (quem mais?…). Aí vai mais uma assistência de Gaitán e outro golo do brasileiro. Este Jonas ainda vai acabar num Museu, faz tudo bem! Calma, dizem vocês. Mas este não era aquele Vitória fortíssimo, que tem feito um campeonato excepcional, ocupando o terceiro lugar? Pois é, esse era o Vitória de ontem, porque o de hoje não mostrou mesmo nada dessa equipa que tão bem nos tinha habituado – há que referir que jogar na Luz com este Benfica é missão impossível (o Benfica não perde em casa para o campeonato há mais de quarenta jogos). Os primeiros trinta minutos foram mais do mesmo, três bolas nos ferros, Benfica totalmente dominador, Gaitán a ser Messi e um Vitória inexistente. Depois disso, os encarnados diminuíram o ritmo (isto de jogar como nunca cansa!), levando ao crescimento da equipa vimaranense. Esta melhoria da qualidade futebolística do Vitória levou a uma excelente defesa de Júlio César, o imperador. O intervalo acabou por chegar naturalmente, com um Benfica avassalador e um Vitória tímido, com pouca velocidade (ao contrário do que costuma ser habitual) e um meio-campo preso.

A segunda-parte começou mais equilibrada, com as duas equipas encaixadas uma na outra. Este “encaixe” foi sol de pouca dura, pois o Lima decidiu ser o Lima dos outros tempos, rasgando pela direita e oferecendo o golo a Ola John. 2-0. Lá ia este Benfica a caminho de mais um triunfo. A partir do minuto 60 o Vitória soltou-se e aos poucos foi tentando derrubar o imperador César. Essa missão não foi bem-sucedida, apesar de alguns remates e lances de bola parada. Um breve comentário para a entrada de Toto Salvio ao minuto 84, acabando por estar ligado ao carimbo final por parte do Messi da Luz, ou Nico Gaitán para os amigos. Lance muito bem construído por Samaris (excelente passe do grego), Lima e Salvio, acabando com o “simples” encostar de Nico. 3-0 e o resultado estava assim selado.

Sem palavras Fonte: Facebook Oficial do Sport Lisboa e Benfica
Sem palavras
Fonte: Facebook Oficial do Sport Lisboa e Benfica

Como notas finais, parece-me importante realçar as boas exibições de Júlio César, Jonas, Samaris e Ola John (porque não?!). Também a dupla Jardel-César se comportou à altura do momento, raramente cometendo erros (lembro-me de um erro do Jardel, mas pouco mais que isso). Bom regresso aos relvados de Eliseu, e aos poucos lá vamos vendo o Talisca como Jesus o quer. Salvio, sejas bem-vindo! Acabar esta sucessão de notas com mais uma palavra directa para Jesus – este Benfica respira trabalho por todos os lados, e os números que citei no primeiro parágrafo são, de facto, impressionantes.

Assim como conclusão, deixem-me por favor voltar a realçar que este jogo é todo ele dedicado aos céus. A Eusébio, a Coluna e a todos os outros “monstros” que nos deixaram. Não vos quero ver mais a criticar exibições como as da semana passada, que, apesar de pouco ricas, nos dão três golos e três pontos! Chega disso. Chega de Liga dos Campeões, de Taça de Portugal e de Enzo. Os tempos mudam as vontades, e essas resumem-se agora ao bi-campeonato e à Taça da Liga. Um abraço para os céus e para todos vocês, os mortais.

A Figura:

Nico Messi Gaitán – O argentino foi completamente essencial nos três pontos de hoje, lembramo-nos em cada toque o porquê de amarmos este desporto. Um golo, uma assistência, uma bola na barra e tantos outros pormenores. Chega?! Agradeçam todos os dias termos este génio entre nós (eu já o fiz no ano passado em Turim, pois tive a oportunidade de conhecer o pai desta maravilha, agradecendo-lhe cerca de cem vezes o filho que criou).

O Fora-de-Jogo:

Vitória de Guimarães – A equipa vimaranense acabou por estar bem abaixo das expectativas, não sendo capaz de mostrar o futebol que nos tem habituado. Nomes como André André ou Hernâni passaram completamente ao lado do jogo.

Fotografia de Capa: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Académica: Será luta até ao fim pela manutenção

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Pelas jornadas de campeonato já decorridas, a Académica parece ser uma das seis, sete equipas que, em termos de campeonato, estão limitadas a lutar pela manutenção. O grupo orientado por Paulo Sérgio tem feito um percurso com pouca qualidade e, no final da 15ª jornada, tem apenas 11 pontos e está no 16º lugar, empatado com o Penafiel e apenas à frente do Gil Vicente. A luta está bastante renhida dado que, por exemplo, a distância entre o 13º e o 17º classificados é de apenas três pontos.

A equipa de Coimbra teve um início de campeonato algo periclitante. Entrou muito bem, com um empate na receção ao Sporting. Contudo, entre derrotas fora de casa com Marítimo e Boavista e empates caseiros com Estoril e Vitória de Setúbal, a primeira vitória só chegou à sexta ronda, com a vitória por 1-0 em Arouca. Desde essa vitória, que data do fim de setembro, os “estudantes” não mais ganharam. O triunfo em Arouca foi o único na Liga e é mesmo o único em 16 partidas oficiais esta época. Depois desse resultado positivo, a equipa de Paulo Sérgio empatou em casa frente ao Moreirense e, de seguida, foi eliminada da Taça de Portugal pelo Santa Maria, equipa do Campeonato Nacional de Seniores. Foi um péssimo resultado que atirou o clube para fora da Taça e que começou a agudizar as críticas dos adeptos ao grupo de trabalho. No campeonato, seguiram-se desaires com o Nacional, Rio Ave, Benfica e FC Porto, e empates com o Sporting de Braga, Gil Vicente e Penafiel. Aqui chegou a pausa natalícia onde, inclusivamente, a claque Mancha Negra teve a insólita iniciativa de ir a um dos treinos da equipa deixar bóias com a seguinte mensagem: “Como o barco está a afundar e ninguém nos vai agarrar, deixamos umas bóias porque tudo fazemos para te salvar.”

Penso que isto diz tudo sobre a satisfação dos adeptos academistas relativamente à prestação da equipa na presente temporada. A entrada em 2015 foi ligeiramente melhor, com um empate alcançado no terreno do Belenenses, uma das equipas que têm estado em bom plano na nossa Liga. Fazendo as contas da tabela até ao momento, vemos que a Académica, com uma solitária vitória, é a rainha dos empates do campeonato. Empatou oito das 15 partidas até ao momento. É um dos piores ataques com apenas nove golos, os mesmos que Gil Vicente e Arouca. Em melhor plano estão na lista de golos sofridos, onde vão a meio da tabela, com 19 tentos consentidos. Um facto interessante é que, em casa, os homens de Paulo Sérgio apenas perderam com Benfica e FC Porto, tendo empatado seis desafios. O pior é que também ainda não ganharam a ninguém em Coimbra.

O saldo de uma vitória em 16 jogos deixa Paulo Sérgio em situação preocupante Fonte: Facebook da Académica
O saldo de uma vitória em 16 jogos deixa Paulo Sérgio em situação preocupante
Fonte: Facebook da Académica

Olhando para o plantel, vejo várias lacunas graves na constituição do mesmo. A nível de guarda redes, o brasileiro Lee parece estar agora a levar a melhor sobre o português Cristiano, mas parece-me que nenhum deles tem a qualidade de Ricardo e Peiser, os guardiões que saíram na época passada e que deixaram saudades entre os adeptos. Até já se falou, nos últimos dias, de um possível regresso de Ricardo em janeiro, por empréstimo do FC Porto.

Na defesa, tem havido alguma inconstância, também devido a alguma lesões que têm afetado as escolhas do técnico. O lateral direito Oualembo apenas fez o primeiro jogo na jornada 11. Até lá, Aderlan Silva ou o central Iago Santos, numa adaptação, foram tentando assegurar a função, mas sem a mesma segurança. No centro, a dupla inicial foi composta por Ricardo Nascimento e João Real, mas devido a uma lesão (mais uma…) do português João Real, a dupla teve de sofrer alterações, e Iago e Aníbal Capela têm dividido o lugar ao lado de Nascimento, o elemento mais sólido deste setor. Na esquerda, Ofori e Lino dividiram esforços até ao momento, mas o brasileiro já saiu para o seu país natal.

O meio-campo parece-me ser o setor mais bem composto, com jogadores mais defensivos de alguma qualidade, como Obiora ou Fernando Alexandre. Marcos Paulo e Rui Pedro também me parecem ser bons jogadores, mas a Académica precisa de alguém que assuma de forma competente as despesas ofensivas no meio campo. Os jogadores que tem apresentam alguma qualidade mas são algo limitados ofensivamente. Rui Pedro, apesar de ser o melhor jogador da equipa, tem estado algo apagado, e a equipa, obviamente, ressente-se disso.

No ataque, a equipa tem muito pouco poder de fogo. Os extremos, Marinho, Magique, Edgar Salli e Ivanildo, não têm estado bem e, quando estão, as oportunidades não são bem aproveitadas. Dos dois pontas de lança, Schumacher apenas marcou um golo, de grande penalidade, e Rafael Lopes tem apenas dois, estando em igualdade com Rui Pedro como melhores marcadores da equipa. Estamos no início de janeiro e vemos que os dois melhores goleadores dos “estudantes” têm apenas dois golos cada um. É mais um facto que ajuda a explicar o que se passa.

Das duas, uma: ou Paulo Sérgio coloca este grupo a jogar melhor futebol para tentar alcançar melhores resultados ou terá de arranjar alguns jogadores que acrescentem qualidade de imediato à equipa. Conseguir jogadores destes sairá caro. Portanto, penso que a saída mais viável será o empréstimo de alguns atletas dos chamados “três grandes” que venham acrescentar qualidade à equipa, sem custar muito dinheiro. Para piorar o cenário, Edgar Salli e Oualebo acabaram de partir para discutir o CAN.

Jogadores Que Admiro #29 – Jackson Martínez

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Depois de algum tempo de namoro, Jackson Martínez trocou, aos 26 anos, o Jaguares pelo FC Porto, no verão de 2012, por valores a rondar os 9 milhões de euros. A primeira impressão deixada foi de que esta seria uma contratação arriscada, já que não se tratava de um jogador jovem e que teria de ser um fora de série para render tanto desportiva como economicamente. A verdade é que sim: trata-se de um fora de série.

Chegou com a alcunha de ‘novo Benni McCarthy’. E que bem que o Porto precisava de um Benni McCarthy, já que os avançados do plantel eram Kleber e Janko. Marcou logo uma posição no seu primeiro jogo oficial – o jogo da Supertaça Cândido Oliveira contra a Académica de Coimbra caminhava já para o prolongamento quando, aos 90 minutos, qual Jardel, qual Falcao, Jackson Martínez voa entre os centrais e faz o golo da vitória portista depois de um verdadeiro massacre à baliza de Ricardo. O festejo de Cha Cha Cha é inesquecível: tira a camisola demonstrando uma enorme garra e vontade de vencer.

Logo ali me conquistou. De dragão ao peito, e depois de protagonista na Supertaça, o importante seria mesmo a revalidação do campeonato português. No seu primeiro jogo no Dragão, contra o Vitória de Guimarães, houve um penalty favorável aos azuis e brancos. Num tom de despedida, Hulk ofereceu a bola a Jackson, assinando uma imagem forte. Mostrava, por um lado, que o brasileiro se iria embora e, por outro, que estava a dar a possibilidade ao colombiano de marcar o seu primeiro golo em casa, e também o papel de estrela da equipa. J9 não desiludiu e com um penalty à Panenka demonstrou para o que vinha: espalhar classe e golos por todo o lado. E que classe! Depois de uma bicicleta frente ao Beira-Mar, foi a vez de atingir o seu apogeu com um golo estrondoso de calcanhar frente ao Sporting.

Figura incontornável do futebol portista, acabou a época como melhor marcador da Liga ZON Sagres com um total de 26 golos, superando Lima do Benfica com 20. No verão, o interesse de outras equipas como Chelsea, Tottenham, Arsenal, Borussia Dortmund, Valencia, Monaco ou Juventus foi encarado como algo normal, dada a qualidade demonstrada pelo colombiano. João Moutinho e James Rodríguez haveriam de sair, mas Jackson não.

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Jackson é já o melhor marcador do campeonato, posição que se deve manter até final da época
Fonte: Página de Facebook do FC Porto

Com a chegada de Paulo Fonseca alterou-se completamente o estilo de jogo do Porto. Jackson estave muito mais distante do resto da equipa, completamente sozinho no meio dos centrais adversários, tentando receber e ganhar de cabeça as bolas bombeadas pela defensiva portista. Não havia fio de jogo e os jogadores que jogavam mais perto da frente não eram os melhores, mas foi aqui que Martínez demonstrou ainda mais toda a sua qualidade como jogador, pivot e, sobretudo, marcador de golos. Numa das piores épocas da história do Porto – que terminou atrás de Benfica e Sporting -, Jackson Martínez conseguiu apontar 20 golos e sagrar-se novamente rei dos goleadores.

Chegamos ao arranque da época 2014/15 e a sua transferência era mais do que provável. Depois de uma época desapontante por parte do colectivo, Jackson Martínez tinha aqui a oportunidade de sair, algo perfeitamente compreensível por parte de toda a estrutura do FC Porto, assim como pelos adeptos. No Mundial do Brasil, integrou uma das selecções-sensação do torneio, e mesmo não sendo peça-chave da turma colombiana, Jakcson marcou 2 golos em 194 minutos de utilização. Chegado a Portugal, viu a sua equipa entrar numa fase de reestruturação: chegariam imensos reforços, assim como um treinador novo. Perante isto, Jackson renovou e foi nomeado capitão de equipa.

Com Lopetegui, as coisas podiam estar melhores, mas não estão assim tão más. Jackson está melhor do que nunca, e leva já 19 tentos em 23 jogos disputados. De braçadeira no braço, é bem provável que Jackson esteja de partida no final da época, e portanto tento aproveitar ao máximo o prazer que é vê-lo com esta camisola.

Podemos dizer que não é só de golos que vive um avançado. Creio que Jackson Martínez é o exemplo perfeito para essa afirmação. Jackson é diferente dos avançados que me lembro de ver no Porto. Pode não ter a espetacularidade e a alegria de Benni, pode não ter a raça de Licha, nem o instinto matador e exuberância no festejo como Falcao, mas consegue conjugar todos estes factores aliados a uma classe que nunca tinha visto no Dragão, formando uma equação perfeita daquilo que gosto de ver na minha equipa, sobretudo de um jogador com a braçadeira de capitão.

O golo marcado ao Gil Vicente fez com que Jackson Martínez passasse a ser o segundo melhor marcador estrangeiro da história do Futebol Clube do Porto. Números apenas superados por Mário Jardel, e que Jackson muito provavelmente nunca irá ultrapassar. Se eu mandasse, Cha Cha Cha nunca saíria. Depois disto tudo, os quase 9 milhões de euros dados pelo seu passe até parecem uma bagatela.

Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto

Benfica e enfermaria, uma relação duradoura

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Terceiro Anel

Bom Ano Novo, caros leitores! Bem sei que já vamos no dia 9 de Janeiro, mas só agora é que tive oportunidade de escrever a minha primeira crónica de 2015. Redijo este texto, enquanto benfiquista devoto, com uma felicidade evidente. Afinal de contas, o maior de Portugal continua a liderar o campeonato com 6 pontos de avanço sobre o FC Porto, tendo superado o teste de Penafiel. Ok, a exibição esteve longe de ser um portento, mas eu já ando nisto há uns anos, já vi tanta vez o Benfica jogar bonito e nada ganhar, e como tal agora quer é vencer, ser bicampeão nacional passados 30 anos, ir para o Marquês de Pombal.

Porém, e daí o título desta crónica, arrelia-me cada vez mais o facto de a lista de lesionados não parar de crescer. Pode regressar um jogador que parece que logo outro acaba por ficar impedido de dar o seu contributo à equipa. É Luisão, é Rúben Amorim, é Fejsa (será possível eu voltar a  ver, ainda em vida, este internacional sérvio com a camisola do Benfica vestida?), é Salvio, é Sulejmani que regressou há pouco, é Sílvio que só agora, e paulatinamente, vai entrando nas convocatórias, e veremos quem serão os próximos. As lesões fazem parte do desporto, os castigos vêm por acréscimo, mas é quase surreal a quantidade de lesões que tem martirizado os plantéis do Benfica de há uns tempos para cá. Mesmo na época passada, aquela época em que ver um jogo do maior de Portugal equivalia a assistir a uma peça de teatro na Broadway, os infortúnios físicos não paravam de surgir.

Dou por mim tanta vez a pensar no seguinte: se Jorge Jesus consegue fazer aquilo que é facilmente constatável aos olhos de todos, com tanta ausência, imaginemos aquilo que faria com todo os atletas à sua disposição. Tenho confiança neste Benfica 2014/2015, apesar das eliminações nas competições europeias e na Taça de Portugal. A partida em Penafiel, no domingo passado, é a prova real daquilo que simboliza o Benfica actual: um conjunto com um grupo não tão rico como o das últimas temporadas (atenção, não vou na cantiga daqueles que enxovalham e ridicularizam o leque de opções à disposição de JJ), mas que ainda tem capacidade para ser mais do que competente. As ideias de Jorge Jesus estão completamente enraizadas no grupo de trabalho, todos sabem qual é o seu papel, o nosso técnico prova dia após dia que é um enormíssimo treinador, parecendo quase um feiticeiro, tal a forma como retira o melhor que á em cada jogador.

O argentino Salvio é uma baixa de peso na equipa do Benfica Fonte: Facebook de Eduardo Salvio
O argentino Salvio é uma baixa de peso na equipa do Benfica
Fonte: Facebook de Eduardo Salvio

Contudo, estou ciente de que um mau resultado pode estar sempre à porta. Amanhã, por exemplo. O Benfica tem uma partida exigente frente a um sensacional Vitória de Guimarães. Que jeito daria ter quase todos os futebolistas disponíveis, mas infelizmente isso não será possível. Aliás, Jorge Jesus já deixou prenunciar que algumas das lesões ainda estão longe de ser debeladas. Portanto, parece mesmo que não há volta a dar: esta temporada não terá nada a ver com aquilo que ocorreu há uns meses atrás. Ao invés da vitória garantida ainda antes do jogo, ao invés da confiança exacerbada, ao invés do “mais tarde ou mais cedo vai entrar”, a mentalidade passará a ser, se é que não passou já, para um “vá, 1-0 chega”, “apenas importa vencer, o resto que se dane”. Se me satisfaz pensar assim? Não, não fico feliz da vida. Mas tenho 26 anos, nunca pude dizer que o amor da minha vida era bicampeão nacional de futebol, quero poder dizê-lo em todo o lado! Peço por tudo, qual resolução de Ano Novo, que as lesões parem, que os jogadores recuperem! Se o Benfica se encontra isolado no primeiro posto da tabela com o equipa aos remendos, eu deliro com a ideia de como será com os trunfos todos à disposição do nosso mago, Jorge Jesus.

Mesmo com esta aliança Benfica/enfermaria que parece indestrutível, o clube tem neste momento um registo em termos de campeonato como não tinha há uma eternidade, em que se destacam os apenas 7 golos sofrdos. Se eu em Agosto passado sonhava numa coisa destas? É que nem pensar. Na altura receava que em Janeiro de 2015 andasse a fugir dos portistas e até dos sportinguistas, para que não gozassem comigo. Amanhã o Estádo da Luz terá uma grande assistência, o Pantera Negra voltará a ser homenageado (como tanto merece e continuará a merecer), o Benfica tem tudo para prolongar o seu trilho de sucesso rumo àquilo que toda a nação benfiquista pretende.

Todos os profissionais de saúde merecem a minha homenagem, merecem trabalhar, mas espero que não tenha saído em sorte (neste caso, azar) ao Benfica todos os enfermos do futebol desta vida. Até para a semana, e que daqui a uma semana o Benfica já tenha 43 pontos no bolso.

P.S. : Numa fase em que se vivem dias de terror em França, com extensão para todo o mundo, ainda acabo por realizar esta crónica com um maior orgulho. Tenho a oportunidade de expressar a minha opinião semanalmente num projecto pelo qual tenho um grande apreço, sinto-me livre para escrever. E aqui não importa qual o registo, se noticioso, se humorístico, se satírico, se crítico. O que importa é sermos livres e a liberdade não pode ser rebatida com tiros. Bem-haja para todos!