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Dores de cabeça (in)esperadas

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atodososdesportistas

Numa altura de instabilidade devido à reabertura do mercado de transferências, a equipa do FC Porto tem vindo a viver, por mais estranho que pareça, o seu melhor momento a nível de estabilidade exibicional, o que torna a equipa azul-e-branca neste momento, sem margem para dúvidas, a equipa que pratica o melhor futebol em Portugal (sim, mesmo tendo perdido com o Benfica naquele atípico jogo). Tem havido golos (muitos golos) para todos os gostos e feitios – desde aqueles com nota artística 10 até aos “de encostar” -, assistências de luxo e fintas magistrais de jogadores que têm vindo a explodir desde o início da época.

Dito isto, Lopetegui enfrenta, neste momento, não uma, mas sim duas valentes dores de cabeça para fazer com que o alto nível de jogo que os dragões têm vindo a demonstrar se mantenha. Vamos por pontos.

1) Como disse no meu texto anterior, a reabertura do mercado de transferências traz mais medo do que oportunidades. Se por um lado certos excedentários estão de saída do plantel, por outro o número de interessados nas pedras mais valiosas do xadrez azul-e-branco têm subido de dia para dia (e hoje ainda estamos a 8 de Janeiro…): a “torre” Danilo, os “bispos” Brahimi e Tello, o “cavalo” Herrera, a endiabrada “dama” Óliver e o “rei” da corte, Jackson Cha Cha Cha Martinez. Falamos de seis titulares neste momento indiscutíveis do Porto, jogadores que têm sido a base do sucesso recente pelas consistentes exibições que têm galvanizado os adeptos e deixado esperança relativamente ao regresso daquilo que, por mérito desportivo, tem pertencido ao FC Porto: o ceptro do futebol português!

O capitão do FC Porto, blindado por uma cláusula de rescisão de 35 milhões de euros, é um dos mais cobiçados do plantel  Fonte: Facebook do FC Porto
O capitão do FC Porto é um dos mais cobiçados do plantel
Fonte: Facebook do FC Porto

A estrutura da SAD portista terá que, de forma cautelosa e prudente, “blindar” a saída de jogadores que são, de momento, insubstituíveis no conjunto de Lopetegui. Sempre nos habituámos a ver partir jogadores como Hulk, Falcao, James, Pepe, Ricardo Carvalho, Deco e Costinha, e a ver chegar até então desconhecidos, como Jackson Martinez, Martins Indi, Quintero, Óliver, Danilo, Otamendi ou Lisandro López. Por isso, sei que se algum jogador sair rapidamente chegará um substituto que todos vão criticar no princípio, mas que  todos admirarão depois (quem não se lembra de um tal de Hulk, vindo do Japão?!). Aqui, a grande questão é que substituir uma pedra fundamental e criar condições para que a equipa se adapte a outra em Janeiro é totalmente diferente de fazê-lo numa pré-epoca. Ainda assim, estou confiante em como resistiremos à tentação dos milhões que o mercado nos apresentará…

2) A CAN levará do clube da Invicta Aboubakar e… Brahimi! A ausência de Aboubakar, jogador que aprecio mas que ainda não tem espaço no onze (está tapado por um dos melhores avançados da Europa), até pode ter algo de positivo: as chamadas de André Silva ou Gonçalo Paciência à equipa principal – futebolistas de enorme potencial e que, a par de Rui Fonte, constituem as maiores esperanças da selecção portuguesa para a posição de ponta-de-lança num futuro não muito distante. A minha grande preocupação (e a de todos os portistas e ainda mais de Lopetegui) resume-se a uma pequena pergunta: quem será o substituto de Brahimi? O argelino irá falhar, pelo menos, 6 jogos (o número pode ascender aos 8, consoante a campanha da sua selecção). Sendo assim, e sabendo quais os 6 jogos que Brahimi irá falhar, quais serão as escolhas lógicas para a sua posição (e dinâmicas da equipa)?

A ausência de Brahimi tem inquietado as hostes portistas  Fonte: Facebook do FC Porto
A ausência de Brahimi tem inquietado as hostes portistas
Fonte: Facebook do FC Porto

FC Porto – Belenenses (11 de Janeiro) – A jogar em casa, num jogo onde o ascendente azul-e-branco será certo, Ricardo Quaresma deverá ser a escolha para tomar a faixa que costuma ser ocupada por Brahimi.

FC Porto – União da Madeira (14 de Janeiro): Sendo este um jogo da Taça da Liga, competição que para os dragões serve essencialmente para rodar jogadores (mesmo sabendo que agora irá ser uma espécie de Taça de Portugal), Tello e Quaresma devem ser poupados e as alas poderão ser entregues a Ricardo Pereira e Ivo Rodrigues, jovem prodígio da equipa “B”. Também não é de todo impensável que Lopetegui recue Ricardo para o lugar de Danilo e avance com Quintero para a posição de “falso” interior, partindo do princípio de que, sem Aboubakar, jogará Adrián na frente de ataque.

Penafiel – FC Porto (18 Janeiro) – De volta ao campeonato, jogando num campo pequeno e tradicionalmente difícil, a minha aposta vai para inclusão de Óliver e Tello nos corredores, pois sem espaço Quaresma  não é tão preponderante. Um meio-campo com Rúben Neves, Casemiro e Herrera parece-me o mais acertado, mas não será de perder de vista a hipótese de Adrián ou Quintero jogarem de início, embora isso fosse um pouco contra aquilo que “é” a forma de jogar de Lopetegui contra equipas que defendem muito e exploram contra-ataques rápidos.

SC Braga – FC Porto (21 de Janeiro) – Na sempre complicada deslocação à “pedreira”, os dragões tiveram “sorte” neste sorteio: podem ir a Braga com 6 pontos e terão sempre vantagem sobre os minhotos, o que confere a Lopetegui (caso ganhe o jogo no Dragão frente à União) a possibilidade de rodar bastantes jogadores.

Marítimo – FC Porto (25 de Janeiro) – Numa das deslocações mais complicadas da época, e sendo um jogo absolutamente crucial por fechar um ciclo sem “vitamina B(rahimi)” para o campeonato, decerto Lopetegui voltará a apostar em Quaresma e Tello para as alas;

FC Porto – Académica (28 de Janeiro) – Sendo este (espero) o último jogo dos dragões sem o argelino, em mais um jogo da Taça da Liga espera-se ver novamente alguns jovens em acção e consumar a classificação da equipa azul-e-branca para a fase seguinte.

Quaresma será importante para suprir a falta de Brahimi  Fonte: fcporto.pt
Quaresma será importante para suprir a falta de Brahimi
Fonte: fcporto.pt

Tudo aquilo que foi escrito acima não passa, como é lógico, de suposições. Principalmente no que diz respeito à Taça da Liga, visto que não sabemos realmente a importância que o FC Porto dará à competição. No caso de haver deslize, é difícil prever que jogadores serão utilizados, ao contrário daquilo que acontece com os jogos do campeonato, em que jogam sempre com os melhores disponíveis porque todos são para ganhar.

Depois de tudo isto, teremos Brahimi de volta! Quero dizer, assim o espero… Que o PSG ponha os 50 milhões no bolso ou os gaste em Gaitán e mais algum jogador. Deixem o argelino em paz!

Terminando este meu longo texto, não posso deixar de relembrar o leitor de que estou longe de ser adivinho – aliás, nunca serei – e que por isso não posso prever a validade deste texto. Tudo depende de vários factores que são, neste momento, impossíveis de avaliar. Existirá alguma lesão? Explodirá algum jogador? Sairá alguém? Entrará um craque que venha e “pegue de estaca”? Analisei estas situações apenas com base no plantel actual à disposição de Lopetegui e na forma dos jogadores nos últimos encontros!

Foto de capa: fcporto.pt

Dybala e Vietto: dois craques do país dos craques

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internacional cabeçalho

No último ano, quando fiz um artigo sobre alguns jovens do campeonato argentino que podiam dar o salto para o futebol europeu, Luciano Vietto ainda era a principal figura do Racing Avellaneda. Ao mesmo tempo, Paulo Dybala estava na Serie B italiana, mais concretamente no Palermo, clube que lhe abriu as portas do Velho Continente. A ascensão dos dois jovens no último ano foi absolutamente fantástica. Vietto transferiu-se para o Villarreal e tem brilhado no ataque do Submarino Amarelo, sendo um dos jogadores em maior evidência no campeonato espanhol; Dybala, depois de ajudar o Palermo a subir de divisão, está a ser uma das grandes figuras do emblema siciliano e o presidente já disse que não o deixa sair por menos de 40 milhões.

O Villarreal tem um historial muito interessante de aposta em sul-americanos, e Vietto tem tudo para ser mais um caso de sucesso. Contratado ao Racing por 5,5 milhões, um valor bastante acessível, o argentino não teve quaisquer problemas na adaptação e está a justificar plenamente o investimento. Titularíssimo na frente de ataque do Submarino Amarelo, o jovem de 21 anos já leva 8 golos no campeonato (11 em todas as competições) e tem sido preponderante na manobra ofensiva da equipa de Marcelino Toral. Vietto é, efectivamente, um avançado muito completo. Tem uma qualidade técnica muito acima da média, sobretudo com o pé direito, pensa e executa rápido e tem demonstrado excelentes atributos na finalização, impressionando pela facilidade de remate e sentido de baliza. Com muita mobilidade, é muito astuto nas movimentações e tem-se entendido na perfeição com Uche, com quem forma uma dupla extremamente interessante.

Vietto tem estado em grande no Submarino Amarelo
Fonte: Facebook do Villarreal

Já não há dúvidas de que Dybala é o herdeiro de Pastore na Sicília. A cumprir a segunda época no clube, o avançado explodiu definitivamente e é claramente o activo mais valioso do Palermo nesta fase. Quem o quiser, terá de pagar muito bem. O argentino, que tem características algo semelhantes às de Vietto, embora seja menos “elegante” no seu jogo, finalmente conseguiu aliar as boas exibições aos golos (já tem 9 no campeonato) e está, sem surpresas, a despertar a atenção de emblemas de maior dimensão. Com 21 anos, Dybala tem estado a um nível extraordinário e não deve demorar a dar o salto. É um jogador versátil, explosivo, com uma qualidade técnica assinalável, com muita capacidade de desequilibrar no 1×1 e um poder de finalização fora do comum, especialmente com o pé esquerdo. O Palermo tem uma jóia com um potencial tremendo e a sua dupla de ataque (Franco Vázquez também tem brilhado) tem sido absolutamente decisiva na boa temporada do clube, que ocupa o sétimo lugar.

Vietto e Dybala têm uma qualidade que não engana e são jogadores a seguir com muita atenção nos próximos tempos. O percurso que estão a fazer nos respectivos clubes certamente irá levá-los para os grandes palcos europeus, onde o seu futebol poderá atingir patamares altíssimos. No que diz respeito à selecção, que tem opções que nunca mais acabam no ataque, terão de esperar e conquistar estatuto, e não é certo que haja espaço para os dois. Veremos isso mais tarde, porque agora o melhor é desfrutar da genialidade dos dois craques argentinos.

Foto de Capa: Facebook do Palermo

Sporting de Braga 7–1 Belenenses: Azuis devorados em Braga

futebol nacional cabeçalho

O Sporting de Braga goleou o Belenenses por sete bolas a uma no Estádio AXA e apurou-se para as meias finais da Taça de Portugal, onde vai encontrar o Rio Ave. Os “Guerreiros do Minho” foram extremamente eficazes e construíram um resultado gordo frente a um Belenenses que não teve qualidade para fechar os caminhos da sua baliza.

Num jogo marcado pela estreia de Carlos Martins com a camisola azul (foi substituído ao intervalo por Fábio Nunes), Sérgio Conceição devolveu a titularidade na baliza ao russo Kritciuk, um dos heróis da vitória na Luz, na eliminatória anterior. Os homens da casa entraram melhor na partida, com Felipe Pardo a ser o elemento em maior destaque. O primeiro golo chegou no final do primeiro quarto de hora, com Aderlan Santos a desviar um cabeceamento de André Pinto para dentro da baliza. Os dois centrais combinaram bem após canto apontado por Pardo. Cinco minutos depois, Rafa beneficiou de um mau alívio de Matt Jones mas, de baliza aberta, rematou por cima. Segundos depois, o mesmo Rafa redimiu-se e apontou o 2-0.

Na melhor jogada da primeira parte, à passagem da meia hora, Pardo rematou de pé esquerdo com a bola a beijar a barra antes de sair por cima. Ainda antes do intervalo, Deyverson desperdiçou uma boa ocasião para reduzir e os bracarenses aumentaram para 3-0, com um bom cabeceamento de Ruben Micael. No último lance da primeira metade, Deyverson foi expulso após pisar André Pinto. Apesar de tudo, parece não ter havido intenção de agredir por parte do avançado brasileiro. A vencer por três golos ao intervalo e com um homem a mais, Sérgio Conceição estava tranquilo e aproveitou a segunda parte para gerir a utilização de alguns dos seus atletas, tendo em conta o importante desafio do próximo domingo, em casa, frente ao Sporting.

A segunda parte começou da mesma forma que decorreu a primeira e Pardo apontou o quarto golo, com um remate cruzado após excelente diagonal da direita para o centro. Os “azuis” ainda reduziram aos 57 minutos por Fábio Nunes, entrado ao intervalo, após uma boa incursão de Miguel Rosa pelo lado esquerdo. Contudo, o jogo só dava Braga e Éder também inscreveu o seu nome na ficha de jogo, a meio da segunda parte, com um remate que ainda tabelou em Palmeira.

Já sem Ruben Micael, Pardo e Éder em campo, após terem sido substituídos, os bracarenses apontaram mais dois golos. Alan, após excelentes receção de bola e rotação, rematou de pé esquerdo à meia volta para o sexto golo dos arsenalistas. As contas ficaram fechadas aos 88 minutos quando Pedro Tiba, após tabela com Alan, entrou na área e, já na linha final e com pouco ângulo, aproveitou uma péssima mancha de Matt Jones para fazer o 7-1 com um remate que passou entre as pernas do guardião inglês.

Pardo foi uma das figuras do encontro Fonte: Facebook Sporting de Braga
Pardo foi uma das figuras do encontro
Fonte: Facebook Sporting de Braga

Foi um jogo bastante seguro e eficiente dos bracarenses, com destaque para Pedro Tiba e Felipe Pardo, dois jogadores que estiveram em várias ações de perigo da equipa da casa. O setor defensivo dos azuis esteve mal na partida, talvez acusando o desguarnecimento que Lito Vidigal deu ao miolo da equipa. O Belenenses está habituado a alinhar com Pelé e Bruno China à frente dos centrais, dois jogadores que efetuam um excelente trabalho defensivo e que dão muita ajuda e segurança à dupla composta por João Meira e Gonçalo Brandão. Nesta partida, Lito Vidigal optou por deixar Bruno China no banco e deu a titularidade pela primeira vez ao experiente Carlos Martins, inscrito neste mês de janeiro. Com esta alteração, a equipa ficou mais desprotegida na zona do seu meio campo defensivo, dado que Carlos Martins é um jogador menos dotado para essas missões do que Bruno China. Frente a uma equipa fortíssima nas transições e que também circula muito bem a bola quando está na sua ação ofensiva, este detalhe foi, na minha opinião, fatal.

Os bracarenses mantêm assim o seu estádio como uma fortaleza até agora invencível nesta temporada, mas que vai receber um teste de superior grau de dificuldade no próximo domingo com a visita do Sporting. Vai ser um jogo muito importante em que os bracarenses procuram redimir-se da derrota do passado fim de semana nos Barreiros e podem, em caso de vitória, ultrapassar os “leões” na tabela classificativa. Já o Belenenses, depois desta pesada goleada e de um empate a zero, no Restelo, frente à Académica, terá mais um jogo muito difícil no próximo sábado, no Estádio do Dragão. Curiosamente, devido à expulsão no jogo de hoje, Deyverson deverá, novamente, falhar um jogo frente a um dos chamados “grandes” do nosso campeonato. Não será fácil arrecadar no Dragão a primeira vitória em 2015.

A Figura:

Felipe Pardo – Podia escolher aqui vários dos jogadores do Braga, mas preferi escolher o colombiano pela sua energia dentro do campo. Não pára quieto e, quando a bola chega aos seus pés, transforma completamente os ataques dos arsenalistas. Depois de marcar em Guimarães e na Luz, voltou a marcar na Taça de Portugal.

O Fora de Jogo:

Lito Vidigal – Penso que podia ter guardado a estreia de Carlos Martins para outra partida. Mudar numa zona tão sensível do terreno em pleno Estádio AXA foi uma atitude muito arriscada e os “azuis” de Belém pagaram a fatura com sete golos encaixados na baliza de Matt Jones.

Foto de capa: Facebook SC Braga

Atl. Madrid 2-0 Real Madrid: Sem Ronaldo, quem pega nos merengues?

cab la liga espanha

Foi interessante ver o Real Madrid sem Cristiano Ronaldo, pelo menos durante os primeiros 63′ do encontro, uma vez que o internacional português começou a partida no banco de suplentes. Como será, afinal, esta equipa merengue sem CR7? Em termos defensivos, surpreendam-se ou não, é praticamente igual. O Real Madrid não fica mais fraco lá atrás, mas perde, logicamente, muita capacidade de decisão na frente de ataque. Benzema fica uma sombra daquilo que tem sido, Bale tarda em justificar (será que alguma vez o vai fazer?) o dinheiro investido na sua contratação e não conseguiu pegar no jogo e James pareceu que nem esteve em campo. Pode então a ausência de um jogador que nem defende ser fundamental para a quebra exibicional de alguns dos colegas de equipa? A resposta é sim, pode.

Portanto, sem Ronaldo, este Real Madrid é, logicamente, muito inferior a nível ofensivo. Não só pelos golos que marca, como pela influência que exerce nos companheiros de ataque. Quase todos se apresentaram em sub-rendimento e houve apenas um elemento a remar contra a maré: Isco. Esta ausência de CR7 acabou por evidenciar as qualidades do jovem espanhol de 22 anos, que foi claramente o elemento mais participativo no jogo dos merengues. Foi o único capaz de fazer as ligações entre setores, conseguiu ser o mais dinâmico em campo e esteve sempre em evidência a tentar provocar desequilíbrios na sólida defesa colchonera. Sem CR7, Isco é a estrela deste Real. Tal como o português, não tem medo de pegar na bola, de partir para cima da defesa adversária e de procurar espaços para fazer a diferença. Não se percebe como é que um jogador desta categoria esteve tanto tempo longe das opções de Ancelotti. Felizmente, o técnico italiano abriu os olhos e não olhou a “milhões” para ver quem é que merecia realmente ser titular indiscutível no onze merengue.

Isco continua em destaque no Real Madrid
Isco continua em destaque no Real Madrid

Ainda assim, e apesar da qualidade de Isco, o Real Madrid foi derrotado – de forma justa – pelo Atlético de Madrid por 2-0, na 1.ª mão dos oitavos-de-final da Taça do Rei de Espanha. Diego Simeone voltou a demonstrar o porquê de ser o melhor treinador do ano e soube novamente montar uma ratoeira para a equipa merengue. Os comandados de Ancelotti voltaram a entrar com a ilusão de que se encontravam no domínio de todo o jogo, mas acabaram por sucumbir perante as investidas em contra-ataque e através das bolas paradas dos colchoneros. O Atlético soube defender, soube esperar pelos momentos certos para atacar e beneficiou ainda da (pouca) inteligência de Sergio Ramos para se colocar em vantagem. Chega a ser exasperante olhar para a postura do defesa-central espanhol em campo. Ninguém lhe nega a boa capacidade atlética, mas na posição em que atua pede-se concentração e simplicidade. Ramos consegue sempre evitar cumprir estes dois requisitos. Acumula erros atrás de erros e vai mantendo um posto no Real Madrid apenas pelo estatuto que ganhou ao longo da carreira. Hoje cometeu o penalty que deu o 1.º golo ao Atlético, num lance absolutamente patético, em que Raul García aproveitou bem a imaturidade (?) do defesa espanhol. Ainda fico para perceber o que tem mais de fazer Varane para lhe roubar o lugar no eixo da defesa.

No jogo desta quarta-feira, destaque ainda para a exibição segura de Oblak, antigo guarda-redes do Benfica. O processo de integração do esloveno na equipa está a ser preparado de forma minuciosa por Simeone, que não quer apressar ou dar algum passo em falso na carreira do jovem guardião de 22 anos. Já Fernando Torres, em dia de estreia, esteve apagado e prevê-se que venha a ter muitas dificuldades para se integrar nesta equipa do Atlético de Madrid.

Créditos à Fotografia de Capa: sporras (Flickr)

Os mais valiosos futebolistas da atualidade

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A lista com os 120 jogadores mais valiosos dos 5 maiores campeonatos do futebol mundial: Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália. Cristiano Ronaldo surge no 2.º lugar, logo atrás de Lionel Messi, que é o líder da classificação. Destaque para Neymar, que não está no top10.

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Para verem o resto da lista, basta seguirem para o site Football Observatory.

Créditos para a Fotografia de Capa: Jan Solo

Os 10 mais marcantes da Primeira Liga

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Fonte: Facebook Oficial de Roland Linz

Desde cedo que acompanho outras equipas sem ser os grandes. E desde logo houve um jogador que me chamou a atenção. Primeiro no Boavista e depois num Braga que começava a crescer, Roland Linz sempre me impressionou por ser um ponta de lança rápido e que marcava com frequência. Sempre me perguntei porque não teve oportunidade num grande.

Jogo Interior #1 – O homem escondido no treinador

jogo interior

Falo todos os dias de organização defensiva, de transições, de pressão alta e abordagens individuais. Quase não durmo, pois a porcaria da lesão do meu carregador do piano nunca mais se resolve. Como é que vou organizar a equipa se não posso usar o 4x2x3x1? Sem aquele gajo, a basculação não funciona bem, as zonas flutuantes e o jogo interior não são os mesmos. O ponta-de-lança está sempre em fora-de-jogo e o extremo esquerdo cruza sempre já fora do campo. Já sonho com os lenços brancos dos adeptos na bancada. Ou melhor falando, tenho pesadelos. A equipa corre para a frente e não corre para trás. Não há intensidade de jogo e estamos a cair a pique na tabela classificativa. Depois da eliminação da taça por um clube de um escalão três vezes acima do nosso, as coisas nunca mais foram as mesmas. Muitos sonhos surgiram nessa altura e muitas expectativas se criaram – diria mais muitas ilusões. Fartei-me de os avisar, mas de nada valeu.

Parando para analisar todo este pensamento que vai na minha cabeça, surgem outros pensamentos que vejo agora mais claramente a ganhar forma e a reformular a minha motivação enquanto treinador. Afinal será sempre o treinador o elo mais fraco? Será o treinador aquele que, apesar de líder, carrega a maior responsabilidade dentro da equipa? Haverá forma de exercer esta actividade sem tanta pressão? Como poderei melhorar a minha relação com os atletas? Será que existe alguma maneira de modificar este homem escondido dentro do treinador e tornar mais predominante o treinador que sai de dentro do homem? É sempre terrível quando o nosso pensamento começa a fazer perguntas: é sinal de que algo está a mudar.

Eu nunca fui uma pessoa conformada e também nunca fui um treinador muito conformado. Nunca me deixei levar pelo destino e é óbvio para mim que sou uma pessoa resiliente, que continua a lutar perante as adversidades, mesmo sabendo que poderá ser muito difícil. Nunca quis desistir. Nunca quis que as coisas fossem fáceis. Quis antes sempre torná-las mais simples. No entanto, como já ouvi alguém dizer: “…se complicar é tão fácil por que é que tenho de simplificar?” – Porque nós temos a tendência para complicar as coisas.

Entendo que este tipo de pensamento não seja tão linear e óbvio para muitos treinadores. A maior parte dos meus colegas só se preocupa com o mais superficial do trabalho – que não deixa de ser importante – e relega para segundo plano este tipo de pensamento estratégico de desenvolvimento e busca de respostas e soluções que impulsiona e motiva o treinador. Muitos dos meus colegas treinadores procuram fora as suas motivações – sejam elas financeiras, sejam elas de reconhecimento -, e esquecem que eles é que devem, primeiro, encontrar a força maior que um treinador deve ter para querer exercer as suas funções.

"Ser treinador é ter uma missão gloriosa e deve ser uma constante busca por excelência" Fonte: marketingchiropractic
“Ser treinador é ter uma missão gloriosa e deve ser uma constante busca por excelência”
Fonte: marketingchiropractic

Ser treinador é ter uma missão gloriosa e deve ser uma constante busca por excelência. É ter persistência para manter a nossa honra e humildade para assumir as nossas falhas. É ter paciência para fazer as coisas resultarem sem sentir falta de motivação para trabalhar. É ter uma garra que vem de dentro e entusiasma os nossos atletas, e os lidera para uma superação sem igual. É ter lata para abrir a mente, aceitar partilhas dos outros colegas e partilhar com eles, sem medo, as nossas convicções. A vida de um treinador é uma vida de constante exposição. O seu carácter será constantemente exposto caso não esteja alinhado com as suas competências. O treinador deve actuar sempre como se mil pessoas o estivessem a observar, mesmo que não estejam. E as suas acções deverão ser as mesmas nas duas situações.

É engraçado que tudo o que disse aqui foi acerca de qualidade humanas, e essas não são definidas por nenhum 4x4x2 losango ou pela percentagem de posse de bola. Ser treinador não tem que ver com saber treinar os jogadores para colocar o autocarro à frente da área para defender o resultado, ou ter a posse de bola durante 90 minutos de jogo. O Luís Freitas Lobo sabe disso melhor do que a maioria dos treinadores e não é treinador (sem querer menosprezar os seus conhecimentos e a sua capacidade para ler o jogo). Sobre isso existem muitas pessoas craques em táctica e observação. Aliás, até existem muito mais treinadores do que um milhão de equipas poderia suportar: os treinadores de bancada são uma realidade.

Para um taxista, é muito mais importante a maneira como se relaciona com os clientes do que a maneira de conduzir, embora esta também tenha a sua importância. Para uma peixeira, é mais importante a relação que cria com as freguesas do que a eficácia com que corta o peixe, embora esta também seja importante. Para o carpinteiro, é mais importante a forma como explica o trabalho que vai fazer do que na realidade aquilo que vai, de facto, fazer. Para um empresário, é mais importante a maneira como consegue criar parcerias com outras empresas do que na verdade o trabalho que vai fazer com elas. Agora é preciso que aquilo que se faz esteja alinhado com aquilo que se diz. Ser coerente e competente: não vale de muito passar horas e horas a elaborar exercícios ou a planificar treinos se as raízes da nossa árvore não forem sólidas.

A vida de treinador, à primeira vista, é muito bonita. À segunda vista já não tanto. À terceira vista, só quem a vive na primeira pessoa compreende as motivações. Seja de alto rendimento ou alta competição ou de clube de bairro. Parece que o nosso lugar está sempre em risco. As nossas decisões nunca são as ideais. Parece que deveríamos ter superpoderes… Ser competente é ter o foco nos processos e os resultados positivos surgirão naturalmente. É tornar os nossos objectivos claros e as nossas acções consistentes. É preciso saber quando baixar o bloco defensivo? É preciso saber como manter os jogadores motivados? É importante entender os adversários e tomar decisões em conformidade? É necessário saber treinar as variações de flanco ou o jogo interior? É essencial saber treinar as transições ofensivas? A todas estas perguntas a resposta é a mesma: claro que sim! A solução que encontrei para os meus pesadelos, no entanto, nada tem que ver com estas competências. Eu preciso de descobrir o homem que sou, escondido no treinador que também sou. Se eu resolver os meus pesadelos, estarei livre para ser um melhor treinador, liderar melhor a minha equipa, preparar para ganhar, ter uma ideia global do jogo. Libertar-me do foco nos resultados é um passo para vencer. A vitória surgirá muito mais vezes, muito mais regularmente. Os actos de pensar, agir e comunicar deverão vir de dentro de nós. Para isso, precisamos de acreditar primeiro no que somos e no que fazemos. Depois, de descobrir como o fazemos e, por fim, o que fazer para que aquilo em que acreditamos tenha sucesso.

A função de treinador é caracterizada pela constante insatisfação positiva, pelo privilégio de liderar e servir, pela qualidade do seu relacionamento com os atletas e pela sua capacidade de comunicar; não pelo 4x3x3 que a equipa tão bem treina e executa, ou pelos títulos que ganhou ou perdeu. Ser treinador é ser uma obra constantemente inacabada…

Sabendo isto, não mais terei pesadelos ou ansiedade por causa de um jogo ou de uma derrota…

 

Foto de Capa: UEFA.com

O que a morte tem de bonito

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camisolasberrantes
Nada. À semelhança do que a mesma é em toda a sua extensão. Um vazio. Uma multidão de choros descompassados. Um par de olhos secos e perdidos no céu. Um dia como há poucos. Um que não queremos que se repita. Porque há corações que param e outros que, de tão frágeis e leais, sabem-se incapazes de aguentar tais perdas ao ponto de quererem seguir o exemplo dos primeiros. Primeiro, porque nem sempre em primeiro vimos nós. Segundo, porque não há morte nenhuma que não mate um pouco de nós.

Já lá vai um ano. Lembro-me que o dia também se mostrava soalheiro e tão frio ao ponto de levantar a perguntar “para quê o sol?”. Ainda para mais quando uma das mais nobres almas (quase) portuguesas partia para não mais se juntar a nós naquela que é a malandrinha azáfama do Estádio da Luz, fidedignamente representando tudo o que é o Benfica. E tão bem que ele o fazia! Com uma classe e dignidade tais que às vezes me pergunto se o que mais dói é já não o ter ou só o ter na memória. Quantos de nós transpiramos, honramos e envergamos assim Benfica?

Sinto a tua falta, Eusébio. Sinto saudades. Daquelas que só nós, portugueses, sabemos falar. Com uma guitarra portuguesa a acompanhar o sôfrego canto da corcunda mulher que se deixa reconfortar por um xaile bordado à mão numa qualquer cozinha onde cheira sempre a sopa acabada de fazer. Saudades de um homem que era um rei. Que vivia isto como eu vivo. Com lágrimas. Com riso. Com crises cardíacas. Com um copo sempre à mão porque, mesmo que não o admitamos, há dores que precisam de ser afogadas para que não sejam as mesmas a afogar-nos. Tanto que, ironicamente, a chuva veio, no dia do teu funeral, tentar afogar uma Lisboa depressiva e deitada abaixo. Ou, se a morte tiver algo de bonito, talvez a chuva tenha vindo para, com as suas nobre gotas, disfarçar as nossas sinceras lágrimas.

A admiração por Eusébio é intemporal Fonte:
A admiração por Eusébio é intemporal
Fonte: UEFA

Ó, Eusébio, porquê? Porque és imortal, mas pereceste como só mais um de nós? Seria humildade? Devoção? Simpatia? Nobreza? Foste tu. Somente tu. Tão capaz de atirar às redes como nenhuns foram, tal como tão capaz de chorar por o que ficou por conquistar naquele ano de 66 como tantos foram. Misturavas-te como todos e como ninguém no meio de todos nós. Homem simples, traquina, apaixonado e cheio de Benfica. Benfiquista dedicado e único. Nosso. E com a capacidade de nos unir e de nos fazer destilar amor. Por ti e uns pelos outros. Eusébio, tu tiraste de casa Portugal. Eusébio, já nem na rua havia espaço. Eusébio, até os outros muito chorados mortos disseram lá de muito longe, onde ninguém chega, “sirvam-se da minha campa para que ele não tenha de caminhar até lá sozinho”. Eusébio, a Luz quase que veio abaixo no jogo contra o Porto…e tão assustadoramente bonito que foi.

O mais bonito e sentido jogo que a Luz já viu Fonte: UEFA
O dia em que ninguém guardou na memória os golos
Fonte: AFP

Nesse dia, nessa hegemónica missa futebolística de sétimo dia, Rodrigo e Garay fizeram os golos e eu fiz – imagina lá tu – uma mão cheia de amigos que levarei para a campa com a mesma graciosidade com que tu nos levaste até à tua. E talvez seja isso que a morte tem de bonito. A sua capacidade de nos despedaçar, fazendo-nos unos nos e com os pedaços daqueles que de nós não desistem. Assim também nós não desistimos da vida. Não desistimos de sentir saudades tuas.

Não desistimos de escrever sobre ti. Sobre os teus pontapés. Sobre os teus golos. Sobre o nosso herói. Não desistimos de te escrever, qual passe de desmarcação que em surdina rezamos que até ti chegue. A ferida ainda permanece aberta, mas o sangue que dela brota é hoje mais vermelho, mais encarnado do que qualquer coisa que o meu coração benfiquista já tinha visto, vivido ou bebido nestes 23 anos e meio. Não com a minha boca, mas com esta alma que se alimenta de um borbulhar caótico como se viu naquela panela de pressão que foi o Marquês em Abril.

Talvez. Talvez nada tivesse sido tão magnífico. Tão único. Tão nosso. Talvez nada tivesse valido assim a pena se não fosse por ti. Pela tua morte. Ó, meu querido Eusébio. Agora que me apercebo, desculpa-me. Desculpa. Porque ainda que custe ver um grande homem partir, há também que não esquecer que quando um grande homem parte grandes coisas acontecem. É aí que tiro o “talvez”, me desculpo e te agradeço por, sem egoísmos – como só tu –, teres partido e teres deixado o que deixaste. Num futuro que já não é teu, este nosso futuro a ti pertence. E é assim que sabemos que até no campo da vida, a tua última e já esforçada finta foi das mais bonitas a que pudemos assistir…sabendo, ainda assim, que amanhã já lá não estarias para a repetir, derretendo-nos.

Obrigado, King.

Foto de capa: Uefa

Penafiel 0-3 Benfica: Só os três pontos

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Três: o número de jogadores que hoje jogaram em Penafiel e faziam parte do (soberbo) onze base que conduziu o Benfica ao triplete. Entre saídas definitivas, muitas lesões e castigos, apenas Maxi, Gaitán e Lima constituíam primeiras opções há seis meses atrás. É à luz destes factos concretos que devemos analisar este jogo em concreto e a temporada no geral.

Ainda a sacudir a poeira da venda de Enzo Pérez, foi Talisca o escolhido para fazer companhia a Cristante no miolo do terreno. De resto, apenas a chamada de Lisandro para fazer dupla com o Jardel constituiu surpresa no onze inicial. Sendo certo que a qualidade de jogo e jogadores do Penafiel deixam muitíssimo a desejar, também é verdade que as deslocações do Benfica ao norte, por norma, não costumam ser fáceis. E foi essa a tendência que se confirmou nos primeiros 45 minutos de jogo. Total apatia, fio de jogo a roçar o zero e boas ideias idem: assim se poderia resumir o jogo encarnado até ao intervalo. Apesar da maior posse de bola face a um Penafiel remetido à postura defensiva, o Benfica raramente conseguiu criar perigo até surgir o primeiro golo. Apenas uma desatenção do guarda-redes penafidelense, Coelho, que Jonas não aproveitou, deu a mínima miragem de golo benfiquista. Até surgir Gaitán que, com um passe soberbo, desmarcou Lima na área para este oferecer o golo fácil de encostar a Talisca. Nono golo no campeonato para o ex-Bahia. Até ao intervalo, só Gaitán – quem mais? – voltou a aproximar o Benfica do golo, com um bonito remate em arco de fora da área a passar por cima da baliza de Coelho.

Talisca festeja mais um golo Fonte: Facebook Benfica
Talisca festeja mais um golo
Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica

No início do segundo tempo, foi a equipa de Rui Quinta a surgir com mais qualidade e vontade de tentar inverter o quadro. Chegou mesmo ao golo através de um cabeceamento de Rabiola, que foi bem invalidado por fora-de-jogo. A partir daí, não há mais nada a acrescentar ao Penafiel em termos ofensivos, já que a expulsão de Tony à hora de jogo deitou quaisquer esperanças que existissem. A coisa estava, então, controlada para a equipa de Jorge Jesus, mas o descanso só chegaria com o 0-2 do peito de Jonas, após assistência de Maxi na linha de cabeceira. O jogo estava totalmente resolvido e entregue a um Benfica que, sem deslumbrar, acabou por chegar ao terceiro golo, num bom cabeceamento de Jardel a responder a um canto de Gaitán.

Não há memória de tão fraca qualidade de jogo no Benfica de Jorge Jesus. É, de longe, a época em que a nota artística está morta e enterrada e vale o pragmatismo e o trabalho de cinco anos em cima da equipa. As ideias, embora nem sempre bem aplicadas, já estão vincadas e valem o conforto dos seis pontos de vantagem para o rival na luta pelo título. Mais uma vez, Jorge Jesus está a provar o porquê de o Benfica precisar mais dele do que vice-versa. Há seis meses, dispunha de Oblak, Garay, Siqueira, Markovic, Enzo Pérez e Rodrigo. A acrescentar a estes titulares absolutos, André Gomes e Cardozo. E o que tem hoje? Nenhum. No entanto, contra factos nunca haverá argumentos e as 13 vitórias em 15 jogos são a forma que o melhor treinador do campeonato português tem para responder.

A figura:

Os três pontos – Numa partida com tão pouca qualidade e nenhuma nota artísica, o resultado é a melhor coisa que o Benfica pode tirar.

O fora de jogo:

Ola John – mais uma partida exasperante do jovem holandês. É caso para dizer: pode mas não quer mais.

Foto de capa: Facebook Benfica

Apenas relembrar o que foi bom

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coraçãoencarnado

Aqui vai o primeiro “Coração Encarnado” deste ano de 2015. O ano da magia e títulos já ficou para trás, mas novos sentimentos virão. Não me vou alongar muito em relação ao ano de 2014, até porque falar da perfeição não é fácil. Foi o ano. Aquele ano de que me vou lembrar para sempre. Não só porque vi ao vivo a minha segunda final europeia, ou porque ganhámos tudo o que havia a ganhar a nível nacional, mas por tudo o resto.

A verdade é que 2014 levou-nos a memória, as lágrimas, os risos, o choro, o erguer do amor, o Markovic, o Enzo, o Garay e tantos outros. “O que lá vai lá vai…” Não é isso que eles dizem?! Pois que seja. Mas 2015 começa com o mesmo espírito e o mesmo sorriso: o da liderança. E é assim que eu espero que todos os benfiquistas olhem para 2015, recordando o que de bom 2014 deu e esquecendo o que de mau nos trouxe. Nem tudo foi um paraíso, meus caros corações encarnados. Como se devem lembrar, a parte final de 2014 também trouxe a eliminação da Liga dos Campeões, a saída da Taça de Portugal e tantos outros dissabores. Mensagem a reter: recordar os grandes momentos que o nosso clube nos deu no ano passado e apagar os outros.

Agora que os dois parágrafos vos prenderam ao texto (espero eu), eis que eu digo o que realmente quero para o ano que aí vem, sem meias palavras: BI. Não, não tem a ver com o meu bilhete de identidade. Um campeonato mais outro campeonato, em dois anos consecutivos, dá resultado a uma nova palavra que por sinal rima com Benfica (pelo menos no coração rima): bi-campeonato. Não há desculpas. Não há mesmo. Querido mister, peço todos os dias que aprendas com os erros que cometeste. Acredito que o nosso caminho está traçado de mão dada com o título.

Aquela vitória no Dragão não me sai do corpo, foram muito mais que três pontos! Foi a confirmação de que a nossa crença é justificada pela realidade. Foi a certeza de que a razão se sobrepõe ao resto que por aí anda. Foi aquele momento que só os estúpidos tentam descrever, concluindo que não o vou tentar fazer, não dando assim azo a qualquer tentativa da vossa parte de me rotularem (façam-no antes pelos estúpidos pensamentos ou estúpido amor à instituição sobre a qual escrevo). Pois é: não vai dar para falhar, Jesus. A tua margem de manobra é inexistente, e espero mesmo que não só percebas isso como o digas publicamente. Nem tudo gira à tua volta. Se te adoro? Sim. Se o Sport Lisboa e Benfica vai continuar depois de te ires? Sim mil vezes. Onde é que eu quero chegar, perguntas tu. A nenhum lugar em especial, apenas referir que por vezes fico com a ideia de que te esqueces daquilo que levas ao peito, e mais importante que isso – do lugar onde estavas antes de colocares esse emblema perto da pele. Bem sei que foram poucas as vezes em que te desviaste do caminho, mas por isso é que eu te aviso agora.

Que 2015 nos traga mais abraços destes Fonte: Facebook Oficial do Sport Lisboa e Benfica
Que 2015 nos traga mais abraços destes
Fonte: Facebook Oficial do Sport Lisboa e Benfica

Esquecendo as reflexões que andei a fazer, o jogo de hoje traz-nos uma deslocação difícil a Penafiel. E é aí que me quero focar agora. Acredito que a saída de Enzo possa trazer instabilidade ao plantel e aos adeptos, mas por favor: nós, apoiantes do Sport Lisboa e Benfica, estamos cá até sempre (e não até morrer). Sabem o que isso quer dizer? Que quando Enzo sai do Benfica, ele automaticamente deixa de ser dos “nossos”. Discordem, gritem ou concordem, isto é o que penso. São poucos os que ficam connosco depois de saírem (agora de repente só me lembro do David Luiz).

Parem de falar de Enzo, percam antes tempo a falar dos “nossos” e, por favor, não criem instabilidade. Caríssimos, depois de Enzo hão-de vir centenas de milhares de médios com a mesma ou mais intensidade, com a mesma ou melhor capacidade técnica e, garantidamente, aparecerão muitos mais com a vontade de não passar apenas duas épocas e meia com o manto sagrado vestido. Portanto, amanhã teremos um novo número oito (digo novo porque é um novo ano e um novo ciclo), mas os rostos na bancada (e não só!) serão os mesmos. Nós, quem realmente mexe com isto, cá estaremos para agradecer a Enzo tudo o que por nós correu, esquecendo-o depressa para abraçar Pizzi, Cristante, Samaris ou quem vocês preferirem.

Em tom de conclusão, apenas referir que hoje quero os três pontos no Norte (isso soa-me a algo familiar…). Para este primeiro Domingo de 2015, não peço muito mais que isso, apenas três pontos. Isso vai manter a sorridente vantagem para o Porto e, muito mais importante que isso, a primeira vitória deste novo ano, que seguramente me encherá de bis, sorrisos e vitórias. Um forte abraço a todos, aproveitando para vos desejar um bom ano, carregado de satisfações benfiquistas.

Fotografia de Capa: Facebook Oficial do Sport Lisboa e Benfica