ESPANHA
Jaime Pacheco teve uma passagem pelo Maiorca. “Estava na luta pelo título com o Atlético de Madrid, quando devia estar a lutar pela manutenção. Depois veio o mesmo dono que também comprou o Beira-Mar”. As recordações não são, de facto, as melhores. “Já estive na China e na Arábia Saudita e no Egipto, e o sítio onde mais dificuldades tive para fazer o meu trabalho foi em Espanha. De Espanha nem bom vento nem bom casamento”, concluiu.
Nuno Espírito Santo reconhece que a “imprensa espanhola é muito sensacionalista e de extremos, e o clube [Valência] é muito ligado à cidade” mas contraria a ideia de Jaime Pacheco de que os espanhóis não respeitam os portugueses. “Não fui caso único [de um tratamento “apaixonado” da imprensa]. Não notei caso nenhum de discriminação em função da nacionalidade”.
Nuno Espírito Santo passou por algumas dificuldades iniciais na pré-época do seu primeiro ano em Valência. A ideia não estava a passar e os treinos eram muito diferentes do habitual. “Desprezávamos certas coisas que eles achavam fundamental. Eles privilegiam muito a posse de bola, e nisso os espanhóis são melhores do que nós porque já a trabalham há mais tempo. Cheguei lá e num exercício de 7×7 não havia remates à baliza. Isto não pode ser”, pensou.
Foi em Londres, num torneio de pré-época, que os jogadores “puseram em prática aquilo que tínhamos treinado e viram que tinha resultado. Nessa altura eles vieram ter comigo e perguntavam «o que é que queres de mim?» e aí temos de ser muito assertivos, senão perde-se a confiança”.
GRÉCIA
O seleccionador nacional, Fernando Santos, também falou ontem do seu vasto percurso no futebol grego “Adaptei-me à cultura grega, mas sempre que fazia uma adaptação explicava-lhes por que é que mudava. Lá não se janta nem se almoça, é tudo à balda”.
“Na Grécia tudo é psicologia. Ganhas, estás bem psicologicamente, perdes estás mal psicologicamente. Um médico disse-me que não se podia treinar de manhã, não era bom psicologicamente para os jogadores”, brincou. Marcou o treino para as 08h e houve a desculpa de que estava muito trânsito. Quando lhe pediram para treinar às 10h, marcou para as 7h, porque ainda não havia trânsito. Acabaram por treinar mesmo às 08h. “Com o tempo mudaram progressivamente. É preciso é que acreditem nas tuas ideias”.