SALTO EM ALTURA: Mutaz Essa Barshim (QAT)
Dois atletas conquistaram dois títulos globais ao ar livre neste período. Derek Drouin (CAN) venceu os Mundiais de 2015 e os Jogos Olímpicos de 2016, conquistando dois títulos globais consecutivamente. O facto de ter vencido no Rio poderia dar-lhe alguma vantagem ao relação aos dois títulos de Mutaz Essa Barshim (QAT), uma vez que os dois do atleta do Qatar foram em Mundiais (Londres 2017 e Doha 2019). No entanto, Barshim conquistou ainda um título mundial indoor em 2014, medalhas de Prata nos Olímpicos do Rio e Mundiais de Moscovo, bem como um Bronze nos Olímpicos de Londres, além de ter saltado 2.43 metros em Bruxelas (em 2014), tornando-se no 2º atleta da história a saltar mais alto.
Bohdan Bondarenko (UKR) também saltou muito alto em 2013 e 2014 (2.41 por duas vezes em 2013 e 2.42 em 2014), mas até aí o registo de Barshim é superior, pois superou por 13 vezes a barreiras dos 2.40, contra sete de Bondarenko e apenas uma de Drouin. E, claro, a sua vitória em casa, nestes últimos Mundiais ficará para sempre na nossa memória. Numa época muito longe do seu melhor, a batalhar duramente com a recuperação após uma grave lesão, conquistou o mais inesperado dos seus títulos de uma forma totalmente épica!
SALTO COM VARA: Renaud Lavillenie (FRA)
Se olharmos exclusivamente para títulos individuais ao ar livre, o panorama é bastante repartido, mas apenas um atleta – Sam Kendricks (USA) – conquistou mais do que um troféu, com a conquista do Ouro nos dois últimos Mundiais (Londres e Doha). No ano passado, o norte-americano também saltou 6.06 metros, tornando-o no 2.º atleta da história a saltar mais alto ao ar livre.
Neste período, Kendricks foi também Bronze nos Olímpicos do Rio e Prata em dois Mundiais Indoor (Portland 2016 e Birmingham 2018), sendo que não seria nenhum crime considerá-lo o atleta deste período. No entanto, Renaud Lavillenie (FRA) – que conquistou o Ouro nos Olímpicos de Londres – conquistou também a Prata no Rio, bem como quatro medalhas em Mundiais ao ar livre (Prata em Moscovo e Bronze em Daegu, Pequim e Londres), sem esquecermos o seu recorde de sete (!) conquistas da Liga Diamante.
O francês venceu também três Mundiais em pista coberta (Istambul, Portland e Birmingham), sendo claramente o atleta mais medalhado em grandes competições (não esquecer que venceu ainda três títulos europeus ao ar livre e três em pista coberta…). Não se pode também dizer que Lavillenie não tenha saltado alto: ao ar livre, saltou 6.05 metros, em 2015, em Eugene e em pista coberta… saltou 6.16 metros em Donetsk (2014), batendo o recorde mundial da disciplina (considerando saltos ao ar livre e em pista coberta)!
SALTO EM COMPRIMENTO: Greg Rutherford (GBR)
Teria Rutherford batido os melhores talentos desta década se todos estivessem em competição, na sua melhor forma, em simultâneo? Muito provavelmente, não. Afinal, o britânico terminou a carreira com um melhor pessoal de 8.51 metros, bem menos do que nomes como Luvo Manyonga, Juan Miguel Echevarria, Tajay Gayle ou Jeff Henderson. Mas a verdade é que Rutherford foi consistente e demonstrou apetência para os grandes momentos, sendo o único atleta a conquistar dois títulos globais neste período, ao vencer nos Jogos de Londres (2012) e nos Mundiais de Pequim (2015), além de ainda ter conquistado um Bronze no Rio.
Rutherford venceu ainda uma Diamond League e dois Europeus, mostrando que sempre esteve por lá na hora das decisões. Jeff Henderson (USA) que venceu nos Jogos do Rio e conquistou a Prata em Doha e Luvo Manyonga (RSA), que depois de uma incrível história de superação, foi Prata no Rio e, depois, Ouro nos Mundiais de Londres (bem como Prata nos Indoor de Birmingham) também merecem uma menção – e serão até atletas com uma maior capacidade que Rutherford -, mas a verdade é que o britânico tem um palmarés que fala por si.