Para começar, falemos do tetra Campeão do Mundo: Sebéstien Ogier vai para a M-Sport – equipa que faz correr a Ford -, no que é uma aposta por um lado surpreendente, por ir para a equipa com menos fontes financeiras, a única equipa que não é de fábrica e que, como tal, pode ter mais problemas a desenvolver o Fiesta WRC. O lado não surpreendente é a amizade que existe entre Ogier e Malcolm Wilson – dono da M-Sport -, o que podia facilitar o acordo. Mas, se há pouco escrevi que o Fiesta podia vir a não ser tão desenvolvido, a verdade é que depois de testar o Yaris WRC e o Fiesta WRC, o francês preferiu o carro da oval azul.
Na M-Sport, Ogier vai ter como colega Ott Tanak, um velho protegido de Malcolm Wilson. O estoniano é um bom piloto, apesar de inferior, por exemplo, a Andreas Mikkelsen, na minha opinião. De relembrar que o norueguês está sem equipa para 2017, como já escrevi na página 1 deste artigo. Mas, voltando à equipa que conduz os Ford, será que a M-Sport consegue lutar contra os milhões das três restantes equipas? É que a equipa continua sem patrocinador, Ogier tem o seu próprio patrocinador, mas continua a ser pouco, comparado com os restantes fabricantes.
Os Fiestas WRC continuarão a ser os carros mais vistos no WRC, Elfyn Evans, também ele um piloto protegido pela M-Sport, vai correr com um Fiesta igual ao dos dois homens da equipa oficial, mas os pneus serão da Dmack e não da Michelin – a marca de pneus inglesa apostou no galês para ser o seu piloto em 2017, depois de em 2016 ter sido Tanak. Na Suécia, Mads Ostberg, e no México, Martin Prokop, arrancarão com o projeto da equipa Adapta Motorsport, correndo posteriormente, a partir de França, os dois com o Fiesta WRC.
No WRC2, a M-Sport tem ainda mais dois pilotos com o seu Fiesta R5. Eric Camilli, que o ano passado estava com o WRC, e Teemo Suninen, que ficou em segundo nesta competição o ano passado com um Skoda Fabia R5, e que chegou a testar o Toyota Yaris WRC.
Devolver a glória à Ford e à M-Sport pode não ser fácil: a última vitória num rali foi em 2012, quando Latvala foi o melhor no Rali da Grã-Bretanha, o último título de pilotos foi em 1981, por Ary Vatanen – como equipa de fábrica -, e os títulos de construtores de 2006 e 2007, com o Focus WRC, já como M-Sport. Uma tarefa dura, mas possível.